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Sinop/MT
2009
DENISE APOLINÁRIO DE AMORIM
Sinop/MT
2009
DEDICATÓRIA
- A toda minha família, por acreditarem que o
conhecimento é o que diferencia nossa maneira de viver
em qualquer parte do universo por onde for e, respeitarem
meus momentos de estudo com muita seriedade.
Destacando aqui a minha irmã Elaine, pois me incentivou
de uma maneira muito especial a iniciar este curso, pois
até então, eu não sabia que este era o melhor curso, tudo
que eu precisava para iniciar um desafio maior: O
empreendedorismo.
- A todos os meus amigos que acreditaram em mim,
entendendo a importância que o curso de Administração
representa para minha vida, principalmente para realização
dos meus projetos e também dos desafios que surgirão no
futuro próximo.
- Aos profissionais de logística que acreditam ser a
mesma, um importante caminho a se seguir para o alcance
do sucesso organizacional, melhorando suas relações na
sociedade.
- A todos os pesquisadores que, creditam à pesquisa a
importância maior de seu estudo, aceitando-a como fonte
do conhecimento cientifico.
AGRADECIMENTOS
- A Deus que, sempre se fez presente mostrando sem
sombra de dúvidas que sua existência é real, que todo o
saber do homem é permissão dele.
- Aos meus colegas de trabalho que me apoiaram, meus
superiores que sempre me compreenderam nos momentos
em que mais havia necessidade de uma atenção especial
no estudo, isso é inesquecível.
- A professora Aparecida que, mesmo com pouco tempo
que lhe restava, mostrou que é uma guerreira vencedora e,
com tamanha dedicação, me orientou claramente em todas
as ações necessárias.
- A Professora Arlete que foi muito sucinta em suas idéias
nos semestres anteriores.
- A todos os professores do curso de Administração da
UNEMAT/Sinop, que contribuíram com o meu
aprendizado, desenvolvendo metodologias de ensino
ousadas e inovadoras no processo de formação do
conhecimento para a vida organizacional.
“Persiste em ler, exortar e ensinar...”
(Apóstolo Paulo de Tárcis) I Tm.4:13a
“O sabedoria de Deus é revelada ao homem que, pode
buscá-la, com incentivo do próprio Deus, através de
homens na terra” (Denise Apolinário)
RESUMO
1 Inteligência Empresarial
ABSTRACT
The objective of this study was to supply chain products Todimo materials for construction in
Mato Grosso, from the storage structure, transfer between subsidiaries and the supply of the
Distribution Center with its subsidiary Sinop and transport Cuiabá/MT to Sinop/MT, and
delivery to the end consumer, taking into account the difference between branches and
subsidiaries within the capital and headquarters Lowland Grande, emphasizing the procedures
of the logistics distribution center and affiliate Sinop/MT. Defined objectives and
performance after the delimitation of the study, we performed data collection on the
theoretical framework, addressing issues pertaining to logistics, physical distribution,
materials management and automation (Business Intelligence), the latter being the link
between the participants the distribution chain of products. We verified the level of logistics
service product of highest turnover, namely cement, to obtain the degree of damage the
product. The methodology used in this study is the method of action research, which was used
participant observation which allows greater involvement with the case where the researcher
was actively participating in the environment that developed the survey. This study describes
a management model that gain competitive advantage, which adopts the best measures and
technological modernization. It is concluded that the company has a rigorous system of
inventory control, reducing costs, and uses the minimum working capital, in time of scarcity
of resources. The proper packaging of the stock is also important because it ensures the
quality of traded goods, also value the storage of products that deliver greater economic value.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
1.1 Justificativa ....................................................................................................................... 13
1.2 Formulação do Problema ................................................................................................. 14
1.4 Objetivos ............................................................................................................................ 14
1.4.1 Objetivo Geral: ................................................................................................................ 14
1.4.2 Objetivos Específicos....................................................................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 15
2.1 Histórico da Logística....................................................................................................... 15
2.2 Definições de Logística ..................................................................................................... 16
2.2.1 Logística Reversa ............................................................................................................ 18
2.2.2 Fluxograma da logística.................................................................................................. 19
2.3 Vantagem Competitiva .................................................................................................... 20
2.3.1 Nível de Serviço Logístico - Um Diferencial Competitivo .............................................. 21
2.4 A Distribuição Física ........................................................................................................ 24
2.4.1 A Cadeia de Suprimentos Bem Administrada ................................................................. 25
2.4.2 Transportes ...................................................................................................................... 26
2.4.2.1 A Importância de um sistema de Transporte adequado ............................................... 27
2.4.2.2 Rota para Veículos ....................................................................................................... 29
2.4.3 Crossdocking ................................................................................................................... 30
2.4.4 Crossdockin versus picking ............................................................................................. 31
2.4.5 Inventário físico ............................................................................................................... 33
2.4.6 Codificação de produtos.................................................................................................. 34
2.5 Administração de Materiais ............................................................................................ 35
2.5.1 Controle de Estoques ....................................................................................................... 36
2.5.1.1 Objetivos do controle de Estoques ............................................................................... 37
2.5.1.2 Classificação de Estoques ............................................................................................ 39
2.5.1.4 Custos do controle de Estoque ..................................................................................... 40
2.6 Automatização – Business Intelligence ........................................................................ 42
2.6.1 Vantagens da automatização ......................................................................................... 43
2.6.2 Sistemas de Gestão da Informação ................................................................................. 44
2.6.2 Just In Time ou Material requeriments planning? .......................................................... 45
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 47
3.1 Definição e Tipo de Estudo .............................................................................................. 47
3.1.1 Pesquisa de Campo ......................................................................................................... 47
3.2 Instrumentos de Coleta de dados .................................................................................... 48
3.3 Análise e Interpretação dos Dados .................................................................................... 49
4 CASO: MODELO DE GESTÃO ATRAVÉS DA DISTRIBUIÇÃO .............................. 51
4.1 Caracterização da empresa ............................................................................................. 51
4.1.1 Histórico da empresa ...................................................................................................... 51
4.2 Descrição da Empresa ...................................................................................................... 53
4.3 Mercado ............................................................................................................................. 54
4.4 Missão ................................................................................................................................ 54
4.5 Visão................................................................................................................................... 54
4.6 Competências da Empresa ............................................................................................... 55
4.7 Valores ............................................................................................................................... 55
4.8 Administração ................................................................................................................... 56
4.8.1 O administrador .............................................................................................................. 57
4.9 O processo de planejamento da Organização ................................................................ 57
4.9.1 Organograma .................................................................................................................. 58
4.9.2 Layout .............................................................................................................................. 59
4.10 Análise dos dados ............................................................................................................ 61
4.10.1 A importância de um modelo de gestão através da distribuição de produtos .............. 61
4.10.2 Uma visão holística da distribuição realizada pela empresa ....................................... 62
4.10.3 Fluxograma do Abastecimento do Cd para as filiais .................................................... 63
4.10.4 Balanceamento de Estoque ............................................................................................ 64
4.10.5 O Centro de Distribuição .............................................................................................. 65
4.10.5.1 Armazenamento e Endereçamento no Centro de Distribuição .................................. 66
4.10.5.2 Endereços blocados .................................................................................................... 68
4.10.5.3 Inventários do CD ...................................................................................................... 70
4.10.5.4 Relatórios Gerenciais ................................................................................................. 71
4.10.6 Transferências e entregas externas ............................................................................... 72
4.10.6.1 Expedição: Separação, Formação de Carga e Conferência de Saída ....................... 73
4.10.7 Entendendo o processo de faturamento da filial ........................................................... 75
4.10.8 Descrição da descarga e conferência na filial .............................................................. 86
4.10.9 A entrega dos produtos na filial .................................................................................... 86
4.10.10 A devolução ou troca de produtos ............................................................................... 86
4.10.11 Cálculo de Avaria do principal produto da Construção civil: Cimento ..................... 87
5 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 89
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 90
1 INTRODUÇÃO
2
Council of Logístics Management.
http://clm1.org/Website/AboutCLM/Definitions/definitions.asp,
acesso em 10 de maio de 2009.
13
1.1 Justificativa
Esta pesquisa é feita em uma empresa de materiais para construção de Sinop a saber,
Todimo materiais para construção, para a compreensão de como é realizada a distribuição dos
produtos, assim como o abastecimento do estoque; por perceber que a organização possui
uma logística moderna e de visão focada no atendimento ao cliente, estando em constante
desenvolvimento. Busca-se entender quais são os métodos utilizados para que distribuição de
produtos seja eficaz, mantendo um nível de serviço que atenda a demanda sem tornar oneroso
à organização.
A melhoria contínua dos processos que envolvem as cadeias logísticas tem obrigado às
organizações a se anteciparem referente a gargalos que possam tornar uma operação de
transporte e distribuição ineficiente. As empresas visualizam destaque no cenário econômico,
e para isso é necessário aumentar sua participação de mercado; manter um nível de serviço
logístico de destaque e satisfatório ajuda a completar o atendimento ao cliente, tão sonhado
pelas organizações, ao mesmo tempo em que não provoca perdas por acumular estoque em
demasia. Atender a demanda com precisão através de uma distribuição física adequada pode
ser um diferencial na hora de alcançar este intrínseco objetivo de aumentar sua participação
no mercado e assegurar a liderança do mesmo.
As organizações que investem em desenvolvimento tecnológico avançado vêm se
destacando e conquistando maior espaço na economia mundial, com crescimento contínuo e
estruturado, Bowersox et tal (2001) comenta que a satisfação do cliente está diretamente
ligada ao atendimento satisfatório quando solicitado, pois prevemos que haja uma tendência
em, o cliente procurar sempre a empresa na qual suas expectativas foram superadas no
atendimento, as empresas que estão atentas às oportunidades de mercado, valorizam a
satisfação do cliente e priorizam suprir suas necessidades.
O atendimento, contudo, é mais do que rostos sorridentes e amigáveis no balcão da
frente, Tucker (2005) comenta que não os consumidores são muito bem informados e estão
cada vez mais exigentes sem nenhuma ingenuidade, sabemos que a cortesia e a educação
acompanham o bom atendimento, isso é indiscutível, porém o autor frisa que o bom
atendimento é: além de tudo isso, atender o cliente com o produto correto em tempo hábil,
sempre que necessário.
Com o aumento da demanda por materiais de construção no estado no norte do estado
do Mato Grosso nos últimos dois anos, torna-se necessário estudar como é feita a distribuição
14
de produtos, sua eficiência, ficando assim uma produção científica para a sociedade como
exemplo, descrita de uma forma simples para que possa ser bem interpretada por quem se
interessar pelo trabalho desenvolvido.
Desta forma este estudo pode vir a se tornar uma ferramenta de auxílio na tomada de
decisões dentro da estrutura das empresas, no que diz respeito à cadeia de abastecimento de
produtos a partir das cidades de Cuiabá/MT à Sinop/MT, e demais cadeias do interior que se
assemelham, justificando assim a elaboração do presente estudo.
Para que a demanda seja atendida adequadamente e ao mesmo tempo não exceda em
demasia o estoque nem se torne Obsoleto, investiga-se: como é realizada a distribuição dos
estoques entre Centro de Distribuição e as Filiais e, como é realizada a transferência de
estoque entre as filiais da empresa, desde o faturamento até que o produto chegue ao
consumidor final?
1.4 Objetivos
De acordo com Ballou (1993, p. 29): “As atividades logísticas sempre foram
administradas pelas empresas, mas a maior parte do aperfeiçoamento gerencial das atividades
logísticas surgiu do reagrupamento destas atividades tradicionais dentro da firma.” Antes de
1950, poucas empresas realmente exploraram os benefícios destes rearranjos; olhando em
retrospectiva, nem o ambiente econômico nem a teoria estavam aptos para a criação do clima
necessário a uma mudança de atitudes. Ballou (1993, p. 29) continua sua análise histórica
sobre a logística abordando a década compreendida entre os anos 50 e 60 da seguinte forma:
“O período entre o início dos anos 50 até a década de 60 representa a época de decolagem
para a teoria e a prática da logística.” O ambiente era propício para novidades no pensamento
administrativo, o marketing estava bem estabelecido em muitas instituições educacionais e
orientava muitas empresas; as companhias prestavam muito mais atenção à compra e venda
do que a distribuição física, a mesma era muitas vezes subestimada e colocada de lado como
área de pouca importância. Então, a administração de marketing estava crescendo em
importância, assim como a administração estava mudando seu foco da produção para uma
orientação para marketing, esta foi uma mudança natural, pois a economia americana no geral
alterou-se de escassez da capacidade industrial para uma situação de capacidade adequada e
competição crescente.
Após a Segunda Guerra Mundial, a economia dos Estados Unidos da América
experimentou rápido crescimento, devido parcialmente à demanda reprimida dos anos de
depressão e à posição dominante da indústria americana no mercado mundial, o clima era
vender e produzir; os lucros eram altos, certa ineficiência na distribuição de produtos podia
ser tolerada; atualmente, não pode mais repetir essas práticas em termos de distribuição de
produtos, não se permite qualquer falha em sistema de distribuição sem uma conseqüência
relativa e certa e, com efeitos indesejados nos resultados. Algo que não se dava muita atenção,
era a pressão por redução de custos que, atua diretamente nos processos da logística e que
hoje pode representar a continuidade ou não continuidade de uma empresa no mercado,
reduzir despesas no processo produtivo tem se tornado cada vez mais difícil, no entanto
16
3
Council of Logístics Management – Conselho de Logística Empresarial
http://clm1.org/Website/AboutCLM/Definitions/definitions.asp
17
Mais recentemente, um novo aspecto de logística veio para se somar aos diversos
processos já considerados importantes para o gerenciamento da cadeia de suprimentos, que
foi é considerar o gerenciamento dos retornos oriundos de produtos e de embalagens; surgiu,
assim, uma nova dimensão da Logística e do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, que
foi o conceito de Logística Reversa – LR, que segundo Rogers, Tibben-Lembke, (1999) é o
processo de movimentar um produto de seu ponto de consumo para o ponto de origem, tanto
para recupera-lo, quanto para o descarte apropriado.4
É possível uma definição para logística reversa como sendo o processo de planejamen-
to, implementação e controle, do fluxo de matérias-primas, da produção e do produto acabado
(e seu fluxo de informação), do ponto de consumo até a origem, com o fim de recapturar valor
ou oferecer um destino ecologicamente adequado.
Segundo Stock (1998), a Logística Reversa pode ser analisada de dois pontos de vista:
Da perspectiva da logística como negócio, se refere ao papel da Logística no retorno
de produtos, na redução de uso de matéria-prima virgem, no uso da reciclagem, na
substituição de materiais, no reuso de materiais, na disposição de resíduos, no
recondicionamento, no reparo e no remanufaturamento de produtos;
Da perspectiva da logística como engenharia, se refere ao gerenciamento dos
processos acima, é como um modelo sistemático de negócios que aplica as melhores
metodologias de engenharia e administração conhecidas para fechar, o ciclo em uma Cadeia
de Suprimentos com lucratividade.
Segundo Moreira (2002, p, 285) discrimina-se os seguintes custos associados aos
estoques: “a) Custo do item; b) Custo do pedido; c) Custo unitário de manutenção; d) Custo
de falta de estoque” Este assunto está detalhado mais a frente no tópico que diz respeito a
custos dos estoques, do ponto de vista financeiro, existe o custo relacionado ao gerenciamento
do fluxo reverso, que se soma aos custos de compra de matéria-prima, de armazenagem,
transporte e estocagem e de produção, já tradicionalmente considerados na Logística; do
4
ROGERS, DS. E TIBBEN-LEMBKE, R.S. http://br.monografias.com/trabalhos3/valor-
logistica-reserva-construcao-civil/valor-logistica-reserva-construcao-civil2.shtml
19
ponto de vista ambiental, devem ser considerados e avaliados, os impactos do produto sobre o
meio ambiente durante toda sua vida, este tipo de visão sistêmica é importante para que o
planejamento da rede logística envolva todas as etapas do ciclo do produto.
Em uma visão holística, o ciclo de vida de um produto não se encerra com a sua
entrega ao cliente, produtos que se tornam obsoletos, danificados que não funcionam devem
retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente descartados, reparados ou
reaproveitados.
A ANAC (Análise de Ciclo de Vida), a qual é recomendada pela ISO 14000 envolve
um estudo detalhado desde a obtenção da matéria-prima do produto, na sua produção,
distribuição, uso, possível reuso ou reciclagem, ou ainda, na sua disposição final.5
5 http://www.gdrc.org/uem/lca/life-cycle.html
20
Pode ser definida como vantagem competitiva, de uma forma bem simples e clara,
21
todas as habilidades, práticas e costumes que a empresa possui que a diferencia das demais,
colocando a mesma em posição de destaque. Segundo Oliveira (2001, p. 223):
Vantagem competitiva é aquele algo a mais que identifica os produtos e serviços e
os mercados para os quais a empresa está, efetivamente, capacitada a atuar de forma
diferenciada. É o que faz o mercado comprar os produtos e serviços de uma empresa
em detrimento de seus concorrentes.
Oliveira define a Vantagem Competitiva como aquilo que faz com que o consumidor
compre o produto desta empresa e não daquela, porque hoje as empresas comerciais possuem
produtos iguais, preços iguais, com formas de pagamentos parecidas, qual é o diferencial?
Em 1993 Ballou prevê que com a velocidade da informação e rápidas mudanças da
tecnologia, a logística se tornaria um campo ainda mais atrativo, ele prevê também que as
companhias mudariam seu foco, e que ao invés de apenas gerenciar crescimento passou a
competir por maior participação no mercado, e isso é o que está acontecendo uma década e
meia após. Conforme complementa Ballou (1993, p. 22):
Quando um mercado experimenta rápido crescimento, pode - se tolerar distribuição
ineficiente, pois ainda assim as empresas podem manter rentáveis. Entretanto,
quando se compete por maior participação no mercado, distribuição eficiente e
eficaz pode ser a vantagem necessária para se tornar competitivo.
Essa qualidade dos serviços logísticos, que diz respeito ao atendimento, está
diretamente ligada ao fornecimento do produto quando solicitado pelo cliente, o atendimento,
contudo, é mais do que rostos sorridentes amigáveis no balcão da frente. Torna-se vital a
mensuração do Nível de Serviço Logístico que consiste avaliar o ciclo do pedido,
considerando desde a recepção do pedido até a entrega deste ao cliente.
São coisas palpáveis e impalpáveis que formam os dois aspectos da satisfação
completa do cliente (TUCKER, 1995). Essas coisas palpáveis e impalpáveis aqui, não são
vistas por Tucker como um brinde, um cafezinho, um feliz aniversário ou uma cortesia, ele
destaca em seu livro que não se engana mais consumidores como se fossem crianças
ingênuas, sabemos que a cortesia, a educação acompanham o bom atendimento, isso é
indiscutível, porém ele frisa que, atendimento é mais que isso: é atender o cliente com o
produto correto em tempo hábil, sempre que necessário. O futurólogo Laurel Cutler, antes dos
anos 90 dizia que os educadores estavam treinando as pessoas para serem consumidores
espertos. Portanto, verificando a veracidade das mudanças, e a disponibilidade de informação,
o consumidor do século XXI é um consumidor treinado para ser esperto. Não é comum,
fidelizar clientes com uma cortesia ou algo parecido enquanto se atrasa a entrega de um
produto, que talvez o faça até mesmo arcar com prejuízos, portanto, é necessário evitar que
esse acontecimento e caso aconteça, fornecer informações reais e precisas quanto ao
andamento de seu pedido.
Martins e Campos Alt (2004, p. 159), definem nível de serviço, denominando-o
também de nível de atendimento, e conseqüentemente elabora uma maneira de visualizar em
formula percentual levando em consideração os estoques de uma empresa:
Nível de serviço ou nível de atendimento é o indicador de quão eficaz foi o estoque
para atender as solicitações dos usuários. Assim, quanto mais requisições forem
atendidas, nas quantidades e especificações solicitadas, tanto maior será o nível de
serviço.
Martins (2004) ilustra o nível de serviço com a relação abaixo onde o resultado é
obtido através de percentual, ou seja, se o número de requisições atendidas for igual ao
número de requisições efetuadas, o nível de serviço obtido será igual a 100 por cento (100%).
23
Bertaglia (2003, p. 170) afirma que a distribuição física resume-se em três atividades
principais: recebimento, armazenagem e expedição. O autor afirma: “A vantagem competitiva
de uma empresa pode estar na forma de distribuir, na maneira com que faz o produto chegar
rapidamente à gôndola, na qualidade do seu transporte e na eficiência de entrega de um
material a um fabricante”. Torna-se evidente que a distribuição física possui forte ligação com
o transporte, enfatizando que é através deles que as entregas feitas aos clientes, a atividade de
distribuição não agrega melhoria ou valor aos produtos, é considerada uma despesa e retira
boa parte das receitas de vendas das empresas, mas acredita-se portanto, que a forma como o
produto é transportado pode agregar valor, visto que o mesmo não deve chegar ao consumidor
final com avarias e alterações na sua qualidade.
A distribuição física de produtos compreende os processos operacionais do ponto de
fabricação e os processos de controle que transferem os produtos desde o ponto de fabricação,
até a mercadoria ser entregue ao consumidor, a maioria dos produtos comercializados no
varejo são entregues aos consumidores através de intermediários. Os elementos que formam a
cadeia de suprimento da manufatura ao varejo formam o canal de distribuição. Novaes, (2004,
p. 110) explica que “uma determinada cadeia de suprimento é constituída por canais de
distribuição que, segundo Stern et al (1996), constituem conjuntos de organizações
interdependentes envolvidas no processo de tornar o produto ou serviço disponível para uso
ou consumo”. A partir destas observações, pode-se haver confusão na mente de algumas
pessoas, para se distinguir a distribuição física com os canais de distribuição propriamente
ditos: os canais de distribuição são estabelecidos e posteriormente, a distribuição física é
integrada onde de fato ocorrerá a operacionalização de uma determinada mercadoria, ou seja,
verificar-se-á transferência do produto em questão dentro da cadeia, simplificando, os canais
são a forma como será feita a distribuição.
Portanto, identificam-se os deslocamentos físicos e os espaços que os produtos
percorrerão, rede logística e o sistema de distribuição física decorrentes. De acordo com
Novaes, (2004, p. 111): “a rede logística é composta pelos armazéns, centros de distribuição,
estoques de mercadorias, meios de transporte utilizados, e a estrutura de serviços
complementares”.
25
É importante manter uma boa administração em todos os níveis, pois toda cadeia de
suprimentos é formada por elos que devem ser mantidos sempre muito bem coesos, se um
deles se rompe, toda a cadeia é afetada, para que eles possam assegurar uma boa desenvoltura
e suprir com as necessidades de todos os envolvidos com a cadeia, devido também a
interdependência de cada elo para com os resultados finais.
São vários os objetivos dos canais de distribuição, porem, dependerá de cada empresa,
da forma com que ela compete no mercado e da estrutura geral da cadeia de suprimentos
definir quais destes canais usar, garantindo os resultados que se espera na distribuição física
dos produtos. Os canais de distribuição compreendem quatro funções básicas: satisfação da
demanda, indução da demanda, pós-venda e trocas de informações. As funções acima têm
suas aplicações visíveis dentro dos canais de distribuição a partir da identificação dos tipos de
canais. É possível descrever de forma geral, objetivos dos canais de distribuição resumidos
abaixo (NOVAES, 2004):
Garantir a rápida disponibilidade do produto nos segmentos do mercado identificados
como prioritários;
Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto em questão;
Buscar a cooperação entre os participantes da cadeia de suprimento no que se refere
aos fatores relevantes relacionados com a distribuição;
Garantir um nível de serviço preestabelecido pelos parceiros da cadeia de
suprimentos;
Garantir um fluxo de informações rápido e preciso entre os elementos participantes;
Buscar de forma integrada e permanente, a redução de custos, atuando não
isoladamente, mas em uníssono, analisando a cadeia de valor no seu todo.
Uma das tarefas mais difíceis dentro de uma empresa é, ter uma cadeia de suprimentos
bem equilibrada, balanceada, isto é, com elos firmes que mantenham estabilidade e uma
racionalidade quando da tomada de decisões. Uma boa gestão da demanda depende de todo
um entrosamento entre os elos de uma cadeia de distribuição, de suprimentos, a previsão da
demanda tem que ser mais precisa possível, quanto mais distante da gestão estiver o elo final
da cadeia, maiores as dificuldades de previsão, ficando muito mais difícil programar uma
compra ou tomar uma decisão, devido ao tempo da chegada de informações e os níveis por
26
onde ela terá que passar até chegar ao local específico. O ideal é que a informação flua de
uma maneira ágil e íntegra, resultando em ações rápidas que levem de volta ao fluxo da cadeia
todas as respostas em tempo hábil.
Uma cadeia de suprimentos bem administrada pode levar a empresa a lucrar por, evitar
prejuízos financeiros, projetar uma boa imagem, pois entregar um produto ou serviço da
forma como foi requisitado, sem atraso, em quantidade correta como solicitada, pode levar a
uma maior credibilidade, melhorando o credenciamento da empresa como fornecedora.
A economia de tempo gera melhores possibilidades de lucro, então é importante ter
uma cadeia logística bem administrada e dentro dos melhores parâmetros de qualidade,
resultando em maior rentabilidade, relacionamento eficiente entre os elos, um processo mais
seguro, mais estável e com certeza mais propensa a gerar resultados satisfatórios para todos os
níveis da cadeia.
2.4.2 Transportes
uma medida de rendimento para medir o nível de desempenho de um sistema que analisa
estes dados, além de reclamações e até extravios. Segundo Bowersox e Closs (2001, p. 279):
O principal objetivo do transporte é movimentar produtos de um local de origem até
um determinado destino minimizando ao mesmo tempo os custos financeiros,
temporais e ambientais. As despesas de perdas e danos também devem ser
minimizadas. Ao mesmo tempo, a movimentação deve atender às expectativas de
clientes em relação ao desempenho das entregas e à disponibilidade de informações
relativas às cargas transportadas.
Para Bowersox e Closs (2001), existem dois princípios fundamentais acerca das
operações do gerenciamento de transportes que o norteia: A economia de escala e a economia
de distância.
A economia de escala é obtida com a diminuição custo de transporte por unidade de
peso com cargas maiores, ou seja, utilizam toda a capacidade do veículo. Baseado nas
despesas fixas de movimentação de uma carga que pode ser diluída por um maior peso de
carga. Estas despesas fixas podem incluir custos administrativos com recebimentos de
pedidos de transporte, o tempo despendido para posicionar o veículo para carga e
descarga, o processo de faturamento e o custo de equipamento.
A economia de distância visa à diminuição do custo de transporte por unidade de
distância à medida que a distância aumenta. De forma objetiva busca-se através destes
princípios avaliar práticas operacionais ou estratégias alternativas de transporte. Aumentar
o tamanho da carga e a distância de deslocamento, atendendo, ao mesmo tempo, às
expectativas dos clientes.
O transporte tem crescido de maneira notável, principalmente, por empresas que se
especializaram em situações complexas que envolvem decisões de transporte do tipo carga
lotação (completa) ou carga fracionada, reduzindo ou até mesmo encarecendo contratações
destes serviços, com objetivo de atender todos os elos da cadeia logística, desde os
embarcadores até os consumidores finais. Novaes (2004, p. 149), comenta sobre a utilização
de carga lotação completa dizendo que:
Na transferência de produtos entre fábrica e um centro de distribuição, seja ele da
própria indústria, de um atacadista/distribuidor, ou de um varejista, a escolha
predominante é o da lotação completa. A razão é obvia: as quantidades transportadas
são maiores, favorecendo a seleção de um veículo maior, totalmente lotado. Há três
ganhos principais de custo: (a) o veículo é em geral maior, com custo mais baixo por
unidade transportada; (b) por ser mais homogênea, a carga é melhor arrumada
dentro do caminhão, com melhor aproveitamento do espaço, reduzindo assim o
custo unitário; (c) eliminam-se inúmeras operações intermediárias, com expressiva
redução dos custos.
29
É muito comum perceber que, um dos problemas mais freqüentes com a distribuição
física de produtos é o da roteirização de veículos, segundo Alvarenga; Novaes (2001) há um
problema sério e real na roteirização, definido por três fatores fundamentais:
As decisões envolvem definição de clientes que deverão ser visitados, as indicações de
veículos e motoristas dos mesmos, bem como a programação e a seqüências dessas
visitas;
Os objetivos compreendem fornecer aos clientes um excelente nível de serviço, porém
a custos menores o quanto possível, e;
As restrições compreendem: completar as rotas observando os recursos disponíveis,
porém sem esquecer de cumprir as responsabilidades para com os clientes, observar o
30
tempo de trabalho dos motoristas e ajudante, o qual não deve ser excessivo e as restrições
de trânsito como, por exemplo, velocidades máximas permitidas, horários de carga e
descarga, tamanho permitido dos veículos em vias públicas, dentre outras.
Há também autores que chamam de rota para as entrega, os sistemas de informação,
mas neste caso Bertaglia (2003, p. 296) o autor se refere diretrizes que se deve seguir, as quais
os sistemas denunciam e sugerem:
A rigor acredita que a redução de custos e a melhoria no processo de entrega podem
ser obtidos através do uso de sistemas especializados, os quais possuem suporte da
computação, à medida que eles se tornam mais acessíveis os benefícios, sem dúvida,
são obtidos pelas organizações.
2.4.3 Crossdocking
Traduzido para o português como: o cruzamento de docas, pode ser entendido como
uma operação do sistema de distribuição na qual os produtos de um veículo são recebidos,
separados, e encaminhados para outro veículo. Os produtos com maior índices de giro. que
não são estocados, mas apenas cruzam o armazém, indo direto aos pontos de venda sem
passar pelo processo de estocagem são caracterizados dessa forma. Eles são classificados e
armazenados por pouco tempo ou nem são armazenados. Após, estarão prontos para
distribuição. O crossdocking é usado diminuir o armazenamento.
Para Zinn (1998), o Cross Docking é uma forma bem diferente da distribuição
tradicional e dos sistemas de redistribuição e o autor cita como principal diferencial entre
estes sistemas, o uso da informação, como fator essencial para o Cross Docking. Tão
importante quanto gerenciar o fluxo físico (movimentação de mercadorias), está o
gerenciamento do fluxo de informações, que deve ser contínuo.
Na revista EAN International (2000), em seu artigo sobre Cross Docking, o mesmo é
definido como um sistema de distribuição no qual a mercadoria recebida, em um armazém ou
Centro de Distribuição, não é estocada mas sim imediatamente preparada para o carregamento
31
de entrega. De acordo com o mesmo artigo desenvolvido pela EAN International, o Cross
Docking é a transferência das mercadorias entregues, do ponto de recebimento, diretamente
para o ponto de entrega, com tempo de estocagem limitado ou, se possível, nulo. Ainda, de
acordo com artigo publicado na EAN International (2000).
1)Redução de custos: Os custos associados com o excesso de estoque e com
distribuição são reduzidos, já que o transporte é mais freqüente.
2) Redução da área física no Centro de Distribuição: Com a redução ou eliminação do
estoque, a área necessária no centro de distribuição é reduzida.
3) Redução da falta de estoque nas lojas varejistas: Devido ao ressuprimento contínuo,
em quantidades menores e mais freqüentes.
4) Redução dos estoques em toda a cadeia de suprimentos: O produto passa a fluir pela
cadeia de suprimentos, não sendo estocado.
5) Redução da complexidade das entregas nas lojas: É realizada uma única entrega
formada de todos os produtos dos seus diversos fornecedores, em um único caminhão.
6) Aumento do turn-over6 no CD: A rotatividade dentro do centro de distribuição
aumenta, já que o sistema opera com entregas em menores quantidades e com maior
freqüência.
O picking7 pode ser conhecido também por order picking que consiste na separação e
preparação de pedidos, recolhendo no armazém certos produtos mediante a um pedido tanto
de um cliente quanto de uma outra repartição, ou filial. O Picking é praticamente a ordem de
consumo, pode ser entendido como o processo de remover itens do armazenamento
temporário para serem consumidos, representa o serviço básico dos depósitos. Com o modelo
JIT (Just In Time), o Crossdocking ou o Picking-by-line (escolha ou, separação por linha,)
ficam resolvidos de forma completamente transparente e elegante. A diferença está na
localização para onde transportar a mercadoria que passa a ser um cais de expedição ou uma
zona intermédia de expedição. No crossdocking, a mercadoria recepcionada poderá ser
Order picking, order filling, or simply picking can be describe as the sequence of
locating, extracting, and bringing forward customer orders for shipment. selecting the
most efficient order-picking procedure depends os the following:
Type of product.
Turnover rate.
Method of storage: loose in bins or on shelves, packaged in cases or boxes, in full
loads, break-bulk quantities, or unitized on pallets.
Method of picking: availability and use of automated storage and retrieval systems.
Type and size of orders to be picked.
Seazonality and related characteristics.
Tradução em português:
Entende-se por inventário físico, a contagem de material nos armazéns para verificar
se as quantidades físicas são equivalentes a quantidade registrada. Resumindo o que diz Viana
(2002, p. 381-385), inventário é a contagem periódica dos materiais no estoque para efeito de
comparação com os estoques registrados e contabilizados em controle da empresa, a fim de se
comprovar sua existência e exatidão. Inventários tornam-se importantes instrumentos
utilizados pela gestão; os principais tipos de inventários são:
34
Numérico, também chamado decimal é o mais utilizado pelas empresas, pela sua
simplicidade e com possibilidades de itens em estoque e informações incomensuráveis.
É necessário que sejam identificados os itens que não podem faltar no estoque, itens
levam consigo outros agregados, ou seja, se faltar no estoque, a empresa deixa de vender
36
demais produtos. Esta identificação é importante para um controle diferenciado aos mesmos,
para uma definição da quantidade a ser pedida e com que freqüência efetuar os pedidos em
geral.
Os estoques existem para funcionarem como reguladores dos fluxos do negócio, assim
como nas residências é comum o uso do reservatório de água, porque a quantidade de água
recebida não é igual à quantidade utilizada nas tarefas domésticas.
38
Para se armazenar recursos, que enquanto estiverem estocados não gere lucros para a
empresa, deve-se ter controle com objetivos relevantes a serem atingidos para assim, justificar
a existência dos estoques nas organizações, quanto ao controle de estoques cabe:
Manter o investimento em estoques tão baixo quanto possível;
Assegurar um suprimento das matérias primas, peças e outros itens,
compatíveis com as necessidades operacionais;
Identificar os itens pouco usados, defeituosos e obsoletos;
Prevenir perdas por mau uso, danos ou furtos;
Assinalar as condições de excesso ou falta, em relação à demanda atual e
projetada;
Assegurar a existência real das quantidades lança das nos registros;
Manter o custo ao nível mais econômico, levando em conta as necessidades
projetadas, os recursos de armazenamento e o efeito sobre o preço de venda do
produto;
Fornecer a base para a compilação de dados numéricos necessários ao
planejamento a curto, médio e longo prazo, das necessidades de estoque como
conteúdo, quantidades máximas e o preço unitário desejado. (VEIGA JÚNIOR,
2001, p. 177).
atualizado.
possa dar atenção diferenciada aos itens de maior giro ou a itens que dependem de um
investimento maior na sua aquisição
A taxa de retorno é computada pelo capital, então quanto maior o estoque, nessas
condições, menor será a taxa de retorno (lucro), este é um dos elementos mais usados no
mercado para acusar a eficiência na gestão. Segundo Moreira (2002, p, 285) discrimina-se os
seguintes custos associados aos estoques:
a) Custo do item; É o custo pago por cada unidade para comprar ou produzir
internamente um item.
b) Custo do pedido; É o custo para pedir a mercadoria, e é composto pelos custos de
manutenção de toda a estrutura de compras (pessoal, aluguel, outros); custos de
transporte e custos de inspeção. O controle desses custos é difícil, em função do
grande número de diferentes mercadorias que tramitam numa empresa.
41
Todos esses custos são de fundamental importância para as empresas, as quais devem
observar atenciosamente e com cuidado, para que não ocorram prejuízos em suas ações.
Um caso especial de decisão de quantidade de pedido de estoque refere-se à
situação em que uma quantidade de pedidos de itens é adquirida para um evento
específico ou para um período de tempo específico, após o tal, os itens são
improváveis de serem vendidos. Um exemplo simples disso é a decisão tomada por
um vendedor de jornais de quantos jornais estocar para o dia. Se o vendedor de
jornais ficasse sem jornais, os consumidores ou iriam a outro jornaleiro ou
decidiriam não comprar jornal naquele dia. De certa forma, empresas varejistas e
manufatureiras em negócios de vestuário de moda, editores e produtores de CD de
música popular, todos encontram o mesmo problema. (SLACK; CHAMBERS;
JOHNSTON, 2002, p. 392)
Evidencia-se com este exemplo que sem o controle de estoque eficaz e eficiente, pode
ocorrer ausência do produto perante a procura, levar o consumidor a suprir suas necessidades
na empresa concorrente, provocar a insatisfação por não ser atendido em suas necessidades,
se esse cliente procurar por vezes o mesmo produto, o qual precisa pronta entrega e não for
atendido, a tendência é de não procurar mais pelo produto nessa empresa, mesmo que
considere o espaço físico agradável, o atendimento presencial de qualidade, condições de
pagamento de acordo com sua preferência. Esta questão será levantada ao realizarmos a
pesquisa de campo, para verificarmos a realidade desta tendência.
Existem dois padrões básicos de consumo de um item ao longo do tempo. Esses
padrões são chamados de demanda dependente e demanda independente. É
importante entender a dinâmica desses padrões, já que conduzem a estratégias
diferentes de controle de estoques. (MORElRA, 2002, p. 466).
A demanda independente tem esse nome por depender das condições de mercado, a
empresa não tem o controle imediato do item. O consumo desses itens pode ser objeto de uma
previsão da demanda, sujeita a riscos e a incertezas. Podemos citar como exemplo: os
produtos acabados e as peças e outros materiais de reposição. Segundo Moreira (2002, p.453)
“os itens da demanda dependente, o consumo é controlado internamente, são os itens usados
na produção interna de outros itens, esses itens dependem da previsão de consumo dos itens
de demanda independente”.
Sendo itens da demanda dependente: as matérias – primas componentes dos produtos e
peças para montagem, os pallets usados para armazenar os produtos, quantidade de caixas
para armazenar certos produtos, quantidade de óleo usado na lubrificação de algumas peças.
42
Figura 3: Ferramentas de BI
8
PRIMAK Vinicius, Fábio . Decisões com B.I. (Business Intelligence). 1 ed. Rio de Janeiro:
Ciência Moderna, 2008. Disponível em: www.decisoescombi.com.br acesso em 29/10/2009.
44
Segundo Dias (1993) descobrir fórmulas para reduzir estoques sem afetar o processo
produtivo e sem o crescimento dos custos é um dos maiores desafios que os empresários
encontram em época de escassez de recursos. A definição de quanto e quando comprar já não
é suficiente, as empresas precisam definir uma política de controle de estoques para então
determinar a quantidade a comprar. Os volumes de compras de materiais para determinada
demanda, o período pode ser definido com auxílio do sistema MRP (material requirements
planning) ou sistema JIT (Just in time), Dias (1993).
Já para Slack (2002) o sistema MRP é usado em ambientes complexos, configura-se
como um sistema de controle de estoque que utiliza ordens de produção derivadas do
programa – mestre, complexo, centralizado e computadorizado. O sistema é altamente
dependente dos dados oriundos das listas de materiais, assumindo assim um ambiente de
produção fixa que utiliza - se de um longo tempo para atualizar os registros.
Slack (2002) diz também que o JIT visa atender à demanda instantaneamente, com
qualidade e sem desperdício. O JIT tem características no processo de manufatura, é pouco
utilizado para alta complexidade; trabalha com um sistema de controle simples, visual e
transparente. O planejamento e o controle são relativamente descentralizados, não necessitam
de informações computadorizadas. O JIT aceita a flexibilidade dos recursos e "Iead times”
(tempos de pesquisa) reduzidos. Trabalha com demanda previsível e com fluxos de materiais
claramente definidos. “Controle de estoques no sistema JIT adapta-se facilmente às micro e
pequenas empresas que possuem controle de estoques menor, e este respondem conforme a
demanda, ou seja, é puxado a fabricar ou vender de acordo com a oferta e procura.” (SLACK,
2002, p.36)
46
Compreendendo o que diz Dias (1993) a idéia do just in time é suprir produtos para
linha de produção, depósito ou cliente, apenas quando eles são necessários. Desta forma, é
dispensado o uso de estoques reguladores, pois os tempos de ressuprimento são conhecidos
com certeza. E, quando houver necessidade de pedido este é feito para atender o consumo.
3 METODOLOGIA
Para entender conceitos teóricos de vários tópicos deste estudo, foram pesquisados
diversos sites, livros e artigos de revistas que dispunha dobre o assunto, ainda outros que não
foram usados na citação teórica por não usar-se falas dos mesmos para citações e nem
discorrer sobre a linha de raciocínio dos autores, fez-se necessário isso, porém, para a
compreensão de diversos assuntos atuais que não estão registrados em muitos livros, e quando
sim, são de difícil acesso, assuntos estes aos quais refe-se no referencial teórico, tais como:
crossdocking, picking, business intelligence.
Para Vieira e Zouain, et al (2004, p. 17) “a análise qualitativa é aquela em que a lógica
e coerência da argumentação não são baseadas simplesmente em relações estatísticas entre
variáveis, por meio das quais certos objetos ou unidades de observação são descritos”. O tipo
de pesquisa que se utilizou para desenvolver o presente estudo foi a qualitativa, utilizando a
pesquisa observatória, realizando o estudo de um caso. Desta forma, verifica-se que a
pesquisa qualitativa utiliza-se de análises subjetivas. Isso não quer dizer que somente este tipo
de análise utilize subjetividade.
Vieira e Zouain, et al (2004, p. 18) descreve como característica muito importante da
pesquisa qualitativa o seguinte:
“É que ela geralmente oferece descrições ricas e bem fundamentadas, além de
explicações sobre processos em contextos locais identificáveis. Além disso, ela
ajuda o pesquisador a avançar em relação às concepções iniciais ou a revisar sua
estrutura teórica”.
Mesmo tendo uma natureza mais subjetiva, a pesquisa qualitativa oferece um maior
grau de flexibilidade ao pesquisador para a adequação da estrutura teórica ao estudo do
fenômeno administrativo e organizacional que deseja.
O modelo proposto por Vieira e Zouain, foi adaptado neste trabalho de modo a atender
satisfatoriamente as necessidades de diagnóstico das principais restrições logísticas da
empresa objeto de estudo.
A pesquisa foi realizada nos terminais de carga e descarga da Todimo materiais para
construção, no estado de Mato Grosso, especificamente, na filial de Sinop/MT e no Centro de
distribuição Cuiabá/MT/, onde se analisou o volume de alguns produtos, como exemplo o
cimento, relacionando aqueles que sofrem avarias e atrasos na entrega por diversos motivos.
Ainda em julho de 2006, a Todimo Design, referência quando se fala nos últimos
lançamentos em materiais para acabamento, passou a atuar no Cuiabá Lar Shopping, Home
Center. Mais atual e moderna, trouxe com exclusividade para a região de Mato Grosso a grife
Iluminar e direcionou o seu foco comercial para um único segmento, disponibilizando uma
ampla variedade de produtos para projetos de iluminação.
Para se aproximar ainda mais dos seus consumidores, a Todimo iniciou no ano de
2007 o ciclo de inaugurações de lojas de bairro. O primeiro empreendimento a seguir este
conceito, a Todimo Tijucal, foi lançado em 26 de janeiro e chegou trazendo para população
mais comodidade, praticidade e um mix de produtos com 18.000 itens. Em 9 de novembro de
2007 foi a vez do CPA, uma das regiões mais prósperas e acolhedoras da capital Cuiabá/MT
também foi presenteada com uma nova unidade Todimo. Construindo uma ponte em direção a
novos sonhos, em 29 de fevereiro de 2008, ano em que a Todimo completou seus 25 anos, foi
inaugurada sua décima segunda unidade, a Todimo pontes e Lacerda/MT. Com
aproximadamente 1.000 m², e é uma loja que mantém o padrão Todimo.
Em julho de 2008 a Todimo inaugurou a sua décima terceira unidade em Arapongas,
no Estado do Paraná. Para contribuir com o desenvolvimento da região.
O grupo de Lojas está subdividido em três categorias:
1 Todimo Home Center (Home Center Cuiabá Lar Shopping e Home Center
Sinop).
2 Todimo Construção e Acabamento (Cuiabá Carmindo de Campo, Várzea Grande
– Matriz e Londrina Tiradentes)
3 Todimo Materiais para construção (Cáceres, Rondonópolis, Cuiabá do CPA,
Cuiabá do Tijucal, Londrina Saul Elkind, Pontes e Lacerda, Arapongas e
Primavera do Leste).
A empresa conta atualmente com dez lojas no estado do Mato Grosso, uma construtora e
uma transportadora, o grupo possui também três lojas e um centro de distribuição que
abastece as mesmas, no estado do Paraná, dos quais não iremos entrar em detalhes, porém no
ateremos à loja de Sinop do Estado do Mato Grosso, que assim como as demais, é abastecida
54
pelo Centro de distribuição (CD) localizado em Cuiabá, o qual tem seu estoque adquirido pelo
departamento de Compras instalado na Matriz em Várzea Grande/MT.
A empresa está estabelecida em Sinop/MT, a seis anos instalada para atender a região
Norte, Região esta que apresenta um rápido crescimento e possui um grande potencial no
setor de construção civil.
4.3 Mercado
A Todimo tem como mercado alvo, toda e qualquer classe social procurando atender
toda a sociedade, disponibilizando produtos para construção civil e oferecendo condições de
pagamento que atendem as expectativas das mais variadas classes sociais, dando maior ênfase
em atender o consumidor final, busca atrair o varejo, com exceção da Todimo Distribuidora
de Tintas Suvinil.
4.4 Missão
4.5 Visão
Segundo o que diz Chiavenato (1999, p. 253) visão da empresa é “a imagem que a
organização tem de si mesma e do seu futuro” a missão da Todimo é: “Ser referência, no
55
Credibilidade;
Empreendedorismo e inovação;
Negociação;
4.7 Valores
Crença em Deus
Comportamento ético;
Comprometimento;
Compromisso social;
56
Desenvolvimento do Estado;
Honestidade;
Idoneidade;
Justiça;
Qualidade superior;
Melhor preço;
Transparência;
4.8 Administração
A empresa tem reuniões periódicas em que se reúnem todos os gestores de lojas para
prestarem informações à diretoria e disporem sobre o andamento, desenvolvimento e
resultados obtidos, enfim, discutirem assuntos pertinentes à empresa. Possui também o
programa training, que funciona como um programa de treinamento para formar e preparar
nova liderança dentro da própria empresa.
4.8.1 O administrador
Ele é fundamental importância para organização pois, define onde a empresa estará,
em um determinado espaço de tempo. Os níveis da estrutura da organização são definidos por
Chiavenato (1999) como:
1 Estratégico – Planejamento em longo prazo, macro orientado para resultados, envolve
58
toda organização.
2 Tático – Planejamento em médio prazo, ações a serem feitas para se atingir os
resultados almejados, aborda cada unidade, cada órgão separadamente.
3 Operacional – Ações de curto prazo, micro orientado, aborda cada operação.
O planejamento em longo prazo é realizado na empresa pela diretoria, (sócios diretores),
com auxilio do departamento de Recursos Humanos Desenvolvimento, o planejamento em
médio prazo é realizado pelos gestores de lojas (gerentes) sempre prestando contas à diretoria.
O planejamento de curto prazo é feito por cada departamento em particular, dia – a dia. Uma
reunião da semana é dedicada a essa tarefa.
4.9.1 Organograma
SEGURANÇA – LIMPEZA -
EMRPESA
EMPRESA
TERCEIRIZADA
TERCEIRIZADA
COZINHA –
EMPRESA
TERCEIRIZADA
4.9.2 Layout
região, que podem contribuir para a diminuição do nível de serviço da operação. Isto pode
ocasionar desgastes que vão desde a relação entre consumidor final e empresa, bem como
entre fabricante e transportador. Como estes problemas são enfrentados pela organização.
Até o presente estudo, ainda não se desenvolveu uma pesquisa dessa característica
sobre a empresa, considerando que o Centro de Distribuição da Todimo materiais para
construção adota práticas modernas e desenvolve constante atualização nas práticas de rotina
e, em seu sistema de informações inclusive, a empresa possui pessoas encarregadas de
desenvolver projetos e pesquisa, que os desenvolve e implantam conforme solicitação da
diretoria de suprimentos.
Por perceber que a organização possui uma logística moderna e de visão focada no
atendimento ao cliente, estando em constante desenvolvimento. Busca-se entender quais são
os métodos utilizados para tal, e se os mesmos são eficazes mantendo um nível de serviço que
atenda a demanda sem tornar oneroso à organização.
A Todimo trabalha com estoque mínimo; alguns produtos específicos são trabalhados
sob encomenda, outros produtos com estoque zero, porém estes produtos de menos giro,
ficam estocados no Centro de Distribuição (CD), localizado em Cuiabá/MT. O prazo de
entrega para produtos transferidos do CD é de até sete dias úteis após o faturamento, variando
esse prazo e entregando o produto na maioria das vezes com antecedência, porém a venda
deve ser realizada pelos vendedores com a promessa de 7 (sete) dias úteis. Caso o produto
seja sob encomenda ou esteja em falta no Centro de Distribuição é realizada uma venda
pedido de encomenda (PE), a qual não baixa o estoque, nem gera valor financeiro no sistema
de departamento financeiro, assim o departamento de compras providenciará o pedido da
indústria, após tirar o relatório diário, neste caso o prazo de entrega é de 30 (trinta) dias, o que
normalmente se antecede, mas a empresa tem a política de prometer a entrega sempre com
prazos maiores para não ocorrer atrasos e insatisfação do cliente. Essa prática de estocagem se
enquadra no JIT (Just In Time) descrito na fundamentação teórica, um sistema da
administração de produção.
O inter-relacionamento entre as filiais da Todimo viabiliza o processo de entrega dos
produtos ao cliente, pois podem ser enviados de uma filial para outra com facilidade através
63
do sistema de transporte que o grupo possui, não necessitando fazer um pedido de indústria de
um produto que tem estoque em outra filial, o que demoraria mais tempo e aumentaria o custo
fixo final para a empresa; aumenta facilidade para se atender os clientes com produtos
modernos e de qualidade.
filial, a empresa procura concentrar o estoque de produtos miudezas excedente na filial Home
Center, para facilitar o pedido de transferência entre as filiais quando são efetuadas vendas
dessa característica (descrita no item: entendendo o processo de faturamento).
Com base nos dados coletados, esta figura foi criada para ilustrar o endereçamento no
Centro de Distribuição. Para cada endereço são cadastrados os grupos de produtos que essa
posição recebe; o código de barras de identificação de endereço e a capacidade de
armazenagem.
67
picking.
Para os demais grupos de produtos (tintas; esquadrias e louças) as posições de níveis
mais baixos (zero e um) são com endereços fixos para receberem sempre os mesmos
produtos, logo, cada um desses endereços (picking) contêm em seu cadastro o código do
produto que pode receber e a capacidade em unidades. Nos casos dos produtos que são
recebidos além da capacidade do endereço picking , o excedente é destinado para um
endereço acima do nível 2 (pulmão), essas posições pulmão tem capacidade máxima de um
palete. A mesma dinâmica, já citada funcionará para reposição “pulmão – picking”.
4.10.5.3 Inventários do CD
devem ser revistos e contados os demais endereços onde possa estar locado o mesmo produto.
O saldo de estoque a ser inventariado, refere-se ao saldo físico do CD, ou seja mesmo
tendo pedidos de venda no CD, até o momento da apanha do produto de fato em uma das
rotinas de separação, o saldo de estoque continua constando para efeito de controle de
inventário. Na verdade, um pedido faturado registra baixa do estoque disponível para vendas,
mas o estoque do CD, informação exclusiva da logística, só registra baixa após retirada física
do produto do endereço mediante lista de expedição para doca de carregamento.
As rotinas de expedição têm início após emissão de pedidos feitos nas filiais ou
pedidos de transferências feitos para reposição de estoques das lojas e crossdocking
(Conforme descritos no item Entendendo o processo de da filial).
Após separação finalizada, colaborador retorna com produtos para doca de "cliente retira" e
libera emissão da nota fiscal referente ao Romaneio já separado. Já com a nota, os produtos
são conferidos visualmente para o cliente que é liberado mediante assinatura do canhoto.
Pedidos de retira nas filiais: Os produtos destinados para retira nas filiais de origem,
são agrupados por filial, aguardando a formação de carga de transferência. Os pedidos de uma
mesma filial são reunidos formando um único romaneio gerado para separação. Após emissão
do romaneio o processo de separação é o mesmo descrito no item anterior. Os produtos são
levados para dentro da doca da filial em questão. Finalizando o processo de separação, fecha-
se o processo de separação e no momento de carregamento e montagem dos paletes nas docas,
libera-se a emissão das notas.
Pedidos para entrega: Os pedidos destinados para entrega serão agrupados conforme
endereço e data programada para entrega. Ao fechar as cargas, são gerados romaneios para
separação. O processo de separação, se dá da mesma forma já descrita anteriormente. Os
produtos são acomodados nas respectivas docas de cada caminhão de entrega. No momento
do carregamento libera-se a emissão das notas para saída dos caminhões.
Após emissão dos romaneios, os pedidos do mesmo, se apresentam no sistema com o
“status” de pedido em separação. Após conferência e liberação das notas fiscais desses
pedidos do romanio, o “status” muda para pedidos em processo de entrega ou em trânsito.
Com retorno do caminhão e romaneio devidamente assinado pelos clientes atendidos,
um operador no CD deve registrar a finalização do atendimento, nesse momento todos os
pedidos passam para o “status” entregue. Caso um ou mais pedidos retorne para o CD sem
atendimento ou atendido parcialmente, o operador entra no romaneio do sistema e registra a
ocorrência no pedido que contínua no status em processo de entrega com a observação de
registro do motivo de retorno.
Pedidos de abastecimento da filial (transferências): Qualquer pedido de abastecimento
feito no CD, gera a mesma rotina de separação já descrita. Após separação e produtos na
doca, são liberadas emissão das notas de transferência.
Crossdocking: Os produtos do grupo crossdocking, ao chegarem no CD são 100%
distribuídos entre as filiais. Após entrada dos produtos no estoque do CD, gera-se o relatório
de distribuição entre as filais. Esse relatório registra os produtos e as quantidades que serão
transferidas para as filiais. Os produtos sugeridos são levados até as docas das filiais. No
momento do carregamento os produtos são conferidos e é liberada a emissão das notas de
transferência.
75
O vendedor faz o pedido com todos os produtos que o cliente vai comprar, e se
necessário, separa em dois ou mais pedidos, conforme a necessidade dos procedimentos
corretos para entrega. Cada produto com a referida marcação
Cada produto deve ser assinalado pelo vendedor como será sua entrega:
LJ (Loja) São os produtos separados pelo vendedor e conferidos pelo leitor (lazer) no
caixa, estes são embalados e, retirados pelo cliente ou, entregues pela loja dependendo da
quantidade ou possibilidade do cliente retira-los ou não; a empresa prefere que o cliente leve
seus produtos LJ, força a retira no momento da compra.
DL (Depósito Loja) São os produtos que serão retirados pelo cliente na loja, porém no
depósito logístico, estes são separados pelos conferentes no depósito da Loja perante a
apresentação da nota fiscal do cliente, então é tirado um relatório de entrega, separa os
produtos e o cliente assina o relatório.
EL (Entrega Loja) São os produtos que serão entregues pelos caminhões da filial.
TF (Transferência) São os produtos que não tem estoque na filial, que precisam ser
tranferidos do CD para a filial, podem ser faturados no mesmo pedido com demais produtos
LJ ou DL, etc.
CD (Centro de Distribuição) São os produtos faturados para serem entregues para o
cliente externo, antes de chegar em Sinop na rota dos quais não é sobrado frete, ou em outra
cidade fora, frete combinado com o cliente.
RC (Retira Centro de distribuição) São os produtos faturados nas filiais para serem
retirados pelos clientes no CD,
76
01 (Loja 01, Filial Carmindo de Campos Cuiabá/MT) São os produtos faturados para
serem transferidos da filial 01.
02 (Loja 02, Matriz Várzea Grande/MT) São os produtos faturados para serem
transferidos da matriz (02).
10 (Filial 10, Home Center Miguel Sutil - Cuiabá/MT) São os produtos faturados para
serem transferidos da filial 10.
12 (Filial 12, Loja Tijucal - Cuiabá/MT) São os produtos faturados para serem
transferidos da filial 12 para Sinop (04)
13 (Filial 13, Loja CPA - Cuiabá/MT) São os produtos faturados para serem
transferidos da filial 13 para Sinop (04)
PE (Pedido de Encomenda) São os produtos sob encomenda que são faturados para o
cliente, assim como os demais acima citados, o cliente recebe um comprovante com o número
do pedido, o pedido fica pendente no sistema e somente após chegar de indústria, é emitido a
nota fiscal. A nota fiscal só passa a existir quando o produto chega, valores contábeis e
comissão de vendas são gerada após a emissão da nota fiscal, após chegar de indústria.
Todos os dias o departamento de compras emite um relatório de pedidos de
encomenda, e todos os pedidos faturados no dia anterior são impressos, e o compras
providencia a compra. Alguns produtos precisam ser faturados em cargas fechadas, outros são
transportados por transportadora terceirizada, portanto pode ser pedido em seguida, outros é
necessário aguardar produção de indústria, etc. O pedido PE, chega no CD, passa por todo o
processo descrito inicialmente, e ficam no crossdocking até o carregamento para a filial, este
processo demora até 5 dias para então ser liberado para transferir para a filial de destino, até
chegar a filial é mais 1 dia, e mais 4 dias se a filial é do interior, o que é o caso da filial de
Sinop.
Somente os produtos DL E LJ, geram nota fiscal imediata, os demais geram um
pedido, é entregue o comprovante, quando há itens (LJ) e (DL) na mesma nota, o cliente tem
que assinar o canhoto da nota fiscal no caixa e se dirigir até o depósito para retirar o restante
dos produtos. Abaixo se tem uma ilustração de um pedido de compra a ser faturado na filial,
que gera as notas fiscais diversas, descritas abaixo das figuras ilustrativas.
77
Figura 15: Pedido com os itens a serem transferidos de outra filial, entrega externa e
pedido de encomenda.
O sistema avisa quando algum item não consta no estoque, veja que o produto Piso
P.Ferreira não possui estoque nesta quantidade do pedido, nem na filial e nem no CD, veja
que indica somente 12.96 (na coluna abaixo da mensagem) Qntd. Loja e 9.72 Qntd CD na
figura acima.
No segundo pedido ilustrado observa-se que, tem um PE (pedido de encomenda), a
cuba produza Sevilha, neste caso veja que ao gravar o orçamento o sistema avisa que este
produto não tem em estoque e que será necessário marcar prazo de entrega, o qual é marcado
pela gerência ao liberar o pedido com sua senha, para o faturamento, veja figura abaixo:
82
Quando não tem o produto no estoque, tanto do CD quanto da filial, o sistema avisa e
a nota não pode ser tirada em nenhuma das demais modalidades, somente na modalidade PE.
Nestes casos citados acima o estatus do pedido fica “Orç” figura acima,quando tem o produto
e pode faturar a nota o status fica LIB, conforme figura abaixo:
84
Um único pedido, gera 3 notas fiscais e três boletos correspondentes, para os itens a
serem entregues separadamente como o cliente precisa:
Alguns produtos os cliente leva na hora, é impressa a nota com os referidos itens: DL
e LJ.
Outros produtos serão entregues mais tarde, ou no dia seguinte, a nota fiscal destes
então, será emitida somente quando for feito o carregamento conforme descrito no item:
(Entrega)
Outros produtos ainda serão transferidos do CD para a filial, produtos que não tem no
estoque da filial, semelhantemente ao item anterior, será emitida a nota fiscal somente quando
for carregado o produto no CD, conforme descrito no item (transferência) e posteriormente
serão entregues ou retirados pelo cliente. Veja ilustração abaixo:
Se este pedido fosse para pagamento em 30/60/90 (trinta, sessenta, noventa) dias,
pode-se ilustrar dessa maneira:
Após a impressão das notas fiscais pendentes no sistema (produtos EL), o encarregado
de logística na filial, emite um romaneio de separação, depois de separados os produtos (EL):
Dobramento de Ferragens;
Pesagem de arames e produtos vendidos por quilo;
Separação de telhas, caixas d’água, Louças e demais do mesmo grupo;
Medição de tubos, fios e cabos, mangueiras, lonas, e demais vendidos por metros
lineares;
São carregados os produtos que já estavam separados, por serem produtos de gôndola
e vendido como LJ, conforme descrito no item (4.10.4),
necessário a apresentação da nota primeira via, pois a mesma será cancelada. Após a
devolução do produto é gerado o crédito para o cliente, no cadastro do mesmo, então outra
nota já pode ser faturada e compensada no crédito ou, em casos específicos o dinheiro pode
ser devolvido.
R: 0,9769 % de atendimento.
20800 – 80 20720
20800 20800
R: 0,9961 % de cimento
Portanto, em 20800 (vinte mil e oitocentos) sacos vendidos por mês aproximadamente,
apenas 80 (oitenta) sacos são avariados. Dependendo do mês, a quantidade de cimento
vendida pode aumentar.
Na descarga de cada caminhão na filial, quando é transportado o cimento em cima de
paletes, acontecem 10 (dês) sacos rasgados aproximadamente. Quando o cimento é
transportado diretamente no assoalho do caminhão, são rasgados 40 (quarenta) sacos
aproximadamente. Na entrega da filial para o consumidor final, ocorre 2 (dois) sacos por dia
em média.
5 CONCLUSÃO
que o cliente não tem mais a nota fiscal, ou exige uma prática que não está em seu direito, a
empresa sempre abre mão de alguma regra para que o atendimento seja o melhor possível.
Observa-se que, acontecem poucos casos de avaria de produtos em média, tanto no
transporte quanto no armazenamento. Pois o cimento que rasga no transporte, é ensacado
novamente, evitando perdas maiores. Na descarga de cada caminhão na filial, quando é
transportado o cimento em cima de paletes, acontecem 10 (dês) sacos rasgados
aproximadamente. Quando o cimento é transportado diretamente no assoalho do caminhão,
são rasgados 40 (quarenta) sacos aproximadamente. Na entrega da filial para o consumidor
final, ocorre 2 (dois) sacos por dia em média. Então, verifica-se que é muito importante fazer
o possível para que sejam transportado cimento apenas em paletes, considerando que não
depende apenas da empresa essa prática, mas também da indústria que, nem sempre tem a
quantidade demandada disponível e, é mais lucrativo transportar sem os paletes do que ficar
sem o cimento e perder vendas.
Quando acontece de, o departamento de compras fazer alguma mudança no pedido pós
compra e não o repassar para o CD o pedido alterado, ou se a indústria errar em algum item
no lançamento, o caminhão não pode descarregar os demais produtos que estão no mesmo
caminhão enquanto não houver a devida correção, isto demanda tempo. Se o caminhão de
indústria está pronto para ser descarregado e não tiver uma doca (crossdocking) desocupada
para os produtos, este não pode descarregar enquanto não desocupá-la.
Os revestimentos cerâmicos dão diferença de tom de lote para lote, porque cada forno
que a indústria queima varia o acabamento dos mesmos, as tonalidades não são diferenciadas
no produto por códigos diferentes, porém é necessário entregar para o cliente sempre a
quantidade que ele comprou, toda na mesma tonalidade, pois se não dá diferença no tom do
piso. Mas no sistema o cadastro do produto com tonalidades diferentes (em se tratando do o
mesmo produto) é o mesmo código, portanto para o departamento de compras, quando é
emitido o relatório de estoque para efetuar nova compra, o produto às vezes ainda está
constando em estoque uma quantidade razoável, dentro do nível do mesmo, porém, na
realidade não tem a mesma tonalidade, às vezes são três ou quatro tonalidades diferentes, o
que pode dificultar a venda, pois os vendedores precisam confirmar o estoque destes
produtos, e de outros similares, quando se trata de quantidade pequena constando no estoque,
para que não haja venda sem ter o produto adequado, na quantidade necessária, pois o produto
pode estar danificado, talvez vencido, etc.
É necessário que estude uma forma de diminuir o tempo gasto pelos vendedores na
confirmação destes produtos, uma forma poderia ser: lançar os produtos de lotes diferentes
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em códigos diferentes; também diminuir o tempo gasto pelos falta de espaço (docas vazias)
no CD, para o descarregamento de produtos de indústrias, pode-se destinar mais espaço para
docas que são mais usadas, realizando um remanejamento de produtos mais constante ou,
contratando mais conferentes para agilizar o processo de conferencia assim, o produto fica
menos tempo no crossdocking, logo, diminuirá também o prazo de entrega do produto,
aumentando a rotatividade do mesmo.
Há restrições de circulação no transporte de carga, existem restrições mais rigorosas
de acordo com o perfil dos veículos, pois os veículos de carga são sujeitos a restrições
diferentes e mais intensas do que aos veículos de passeio, restrições estas que, dependem não
somente de seu porte, mas também da cidade, onde está e, como os caminhões da empresa
fazem entregas externas, passam por várias cidades diferentes ao longo da BR 163, e
eventualmente em outras vias, quando necessário. Estes estão sujeitos a ficarem parados no
caminho esperando o horário para circular, portanto a administração de transportes considera
tudo isto e, existem momentos que tem carga pronta, mas não é viável carregar o caminhão,
pois, o mesmo terá maior custo ficando no caminho em determinada cidade. Em tempos
esporádicos estão sujeitos a bloqueio das estradas por vários motivos.
Acontece falta de produtos nas indústrias a exemplo do Aço no ano de 2008, por falta
de matéria prima nas siderúrgicas, semelhantemente o cimento que devido a vários fatores se
tornou o gargalo das vendas em determinadas épocas do ano, pois mesmo com caminhões
disponíveis na fila de espera, não conseguem carregar por ser a demanda maior que a oferta.
Aconteceram dias de haver até 9 (nove) caminhões da Todimo, aguardando para serem
carregados durante 3 e 4 (três e quatro) dias. Quando isto acontece a empresa busca
alternativas não desejada, e não tão lucrativa porém a melhor alternativa que, é buscar o
produto em outra fábrica muitas vezes no Paraná (PR) outras vezes no Nordeste.
A grande dificuldade encontrada tem sido manter o nível adequado de cada produto,
visto que alguns itens demandam controle diferenciado e assim como a falta de produtos gera
prejuízos, o estoque do mesmo também gera custos. Conclui-se que acontece falta de estoque
por:
Prazo de reposição não realizado conforme o esperado.
Promoções: demanda acima da estimativa de vendas esperada.
Estoques com lançamento errado, Ex: Consta no sistema de informação que tem no
estoque, porém não tem no estoque físico, ou o produto está danificado e não foi dado
baixa.
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