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TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

Registro: 2010.0000004129

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 990.10.391055-9, da

Comarca de São Paulo, em que é apelante COOPERATIVA HABITACIONAL DOS BANCÁRIOS

DE SÃO PAULO - BANCOOP sendo apelado MATILDE DA CONSOLAÇÃO RAMALHO DO

NASCIMENTO.

ACORDAM, em 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São

Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o

voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmo. Desembargadores TEIXEIRA LEITE

(Presidente) e FÁBIO QUADROS.

São Paulo, 25 de novembro de 2010.

Francisco Loureiro
RELATOR
Assinatura Eletrônica
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

APELAÇÃO: 990.10.391055-9
COMARCA: SÃO PAULO
APTE: COOPERATIVA HABITACIONAL DOS BANCÁRIOS DE SÃO
PAULO - BANCOOP
APDA: MATILDE DA CONSOLAÇÃO RAMALHO DO NASCIMENTO

Voto no 11.478

COMPROMISSO DE VENDA E COMPRA Medida


Cautelar Sentença que julgou procedente a ação,
tornando definitiva a liminar, para determinar a emissão
de boletos diferenciados para pagamento da parcela
principal e do valor correspondente ao “reforço de
caixa”, bem como afastar a incidência dos encargos
moratórios sobre as parcelas anteriores que tenham sido
cobradas de forma unificada Apelante alega que a
decisão contraria os termos de acordo firmado com o
Ministério Público e as disposições legais que regem o
caso, prejudicando os demais cooperados Possibilidade
de incidência dos efeitos da mora caso a parcela
controversa seja considerada devida, nos autos da ação
principal Recurso improvido.

Cuida-se de recurso de apelação interposto


contra a r. sentença de fls. 235/240 dos autos, que julgou procedente
a medida cautelar ajuizada por MATILDE DA CONSOLAÇÃO
RAMALHO DO NASCIMENTO em face de COOPERATIVA
HABITACIONAL DOS BANCÁRIOS DO ESTADO DE SÃO PAULO -
BANCOOP, condenando a Ré a promover a emissão de boletos

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diferenciados para pagamento do débito principal e do valor da taxa


de “reforço de caixa”, afastando, ainda, incidência de juros, multa e
demais encargos de mora com relação às faturas em que houve
cobrança unificada de valores, tirando, de tal forma, definitiva a liminar
concedida. Ainda, impôs à Ré os ônus decorrentes da sucumbência,
fixando honorários advocatícios em R$1.000,00 (um mil reais).

Fê-lo a r. sentença, sob o argumento de que


a emissão de boletos diferenciados assegura à Autora o direito de
informação acerca dos valores cobrados e preserva o equilíbrio
contratual entre as partes, garantindo a aplicação do princípio da boa-
fé para regular conclusão e cumprimento da avença.

Recorre a Ré, alegando, em resumo, que o


cumprimento da sentença implicaria em afronta aos termos do acordo
firmado com o Ministério Público e ofensa à isonomia conferida aos
demais cooperados. Bate-se pela regularidade dos valores cobrados,
uma vez que houve a aprovação das contas pelos cooperados.

Foi contrariado o recurso (fl. 266/273).

É o relatório.

1. O recurso não comporta provimento.

A discussão dos autos, como já


suficientemente aclarada, não trata da validade ou não da cobrança
do “aporte” financeiro exigido pela cooperativa, mas apenas e tão
somente dos boletos serem emitidos separadamente, um da parte
incontroversa e outro do saldo discutido em ação própria.

A emissão de dois boletos providência


simples permite aos adquirentes pagarem regularmente as parcelas

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incontroversas do preço, enquanto discutem a legalidade da cobrança


do saldo residual.

2. Frágil a defesa da Apelante, que insiste


que a emissão de dois boletos viola acordo firmado com o Ministério
Público.

Claro que o Ministério Público não poderia


e nem disso se cogita afirmar a licitude das cobranças de reforço de
caixa, em transação da qual não participaram os adquirentes das
unidades autônomas.

O que se acordou com o Ministério Público


foi apenas o encaminhamento de demonstrativos online de
informações pertinentes ao “reforço de caixa”, com o escopo de
permitir aos adquirentes conhecerem sua composição.

Óbvio que não se fez em aludido acordo


qualquer juízo sobre a regularidade da cobrança e nem se fecharam
as portas aos adquirentes da possibilidade de se discutir a sua
licitude.

Mais ainda, o referido acordo que, aliás, teve


sua eficácia suspensa em razão de apelações contra ele interpostas,
não contém nenhuma disposição contrária à possibilidade de
expedição dos boletos diferenciados.

Não há qualquer prejuízo aos demais


cooperados em razão da emissão de dois boletos. Muito ao contrário.
A prática permite ao adquirente fiel que pague a parcela incontroversa
do pré;o, em benefício imediato da cooperativa e dos milhares de
demais cooperados que não receberam ainda as suas unidades,

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enquanto se discute apenas a controversa parcela relativa ao reforço


de caixa.

Claro que se a ação na qual se discute a


exigibilidade da parcela residual tiver resultado favorável dos
adquirentes, o crédito será extinto.

Se ocorrer situação inversa, vale dizer, o


saldo residual for devido e exigível, a apelada será obrigada a recolher
também estes valores, devidamente corrigidos e acrescidos dos
encargos da mora.

2. Importa ressaltar que a emissão de


boletos diferenciados, na forma determinada na sentença atacada,
não importa na impossibilidade da Apelante buscar o recebimento dos
valores referentes ao “aporte de caixa”, desde que esses valores se
considerem devidos.

Acertado o decisum ao fixar que “arcará a


autora, por sua conta e risco, com efeitos de eventual inadimplemento
das verbas relativas à taxa de 'reforço de caixa', o que dependerá da
decisão final a ser prolatada nos autos da ação coletiva em trâmite
perante o juízo competente”, acompanhando, desta forma, o
entendimento proferido por esta Câmara no Agravo de Instrumento
oposto contra a decisão que deferiu a liminar.

Repetindo as palavras do acórdão, é fato que


a medida beneficia simultaneamente as duas partes. A Cooperativa
pode desde logo receber a parte incontroversa do preço, reforçando
desde logo o seu caixa, sem necessidade de aguardar o julgamento
final de demanda, assim como a adquirente, saindo vencedora da
controvérsia, terá se desonerado do pagamento de qualquer quantia,

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evitando, mais, trabalhosos depósitos judiciais mensais, que


sobrecarregam o serviço cartorário.

A isenção dos juros, multas e demais


encargos contratuais atinge apenas aqueles valores incontroversos,
não pagos pela autora em razão do óbice colocado pela ré, qual seja,
a emissão de faturas em que não houve discriminação dos débitos.

Diante do exposto, pelo meu voto, nego


provimento ao apelo.

FRANCISCO LOUREIRO
Relator

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