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Um texto quando escrito, contém nele um plano e uma intenção, como se fossem
subjetividades da existência dele mesmo. Esses elementos atuam como dimensões pré ou
extracognitivas do discurso histórico, podendo ser entendidas também como eficácia ou
potencial do texto na relação dele com o publico.
Da interação da estética com o público sai à retórica, como uma relação pragmática
com a realidade, produto de uma carga tanto da estética quanto do público. Os
direcionamentos que as dimensões pré ou extracongnitivas que o discurso histórico pode
tomar são denominados tipologia historiográfica tendo nela a função de orientação que possui
o saber histórico. Assim, a estética e consequentemente a retórica estão subordinadas a
tipologia historiográfica.
Como na questão proposta, nos foi requisitado discorrer sobre a historiografia de tipo
exemplar, caracterizada pelo princípio da regularidade, nos atemos aqui a ela, entendendo
primeiramente que há contido em suas delineações uma relação mais ampla com a experiência
e um grau mais elevado de abstração. A busca por regularidade se dá então por ela possibilitar
em certo grau uma normatização. Torna-se importante termos em mente o processo da
diferenciação da produção historiográfica colocada por Rusen no texto, sendo estes: a
afirmação, a regularidade, a negação e a transformação que também irão consolidar outras
tipologias historiográficas.
Para que isso aconteça, são demostrados uma série de exemplos históricos, com suas
raízes, causas e transformações, para que seja consolidada a abstração, normatização e
consequentemente uma exposição daquela decorrência no campo das ações e entendimento
humano. Uma estrutura de construção textual é utilizada para que isso seja possível,
conseguinte, por meio da unidade temporal, os acontecimentos do passado tem as suas ações
significadas no presente e derramadas em horizontes futuros. Contudo, essa continuidade está
indo em sentido de constituir uma generalidade de regras vigentes naquele recorte espaço
temporal, e não um dado concreto na sociedade.
O conceito de história magistra vitae, pode ser tido como um conceito que interpela as
produções historiográficas da Grécia, China e mundo islâmico, devido principalmente a forma
que essas obras são concebidas. No caso grego, o título da obra de Samósata já indicia isso,
“Como se deve escrever a história”, é um texto em que o autor vai buscar em diversos
referencias literários de seu tempo, e também em acontecimentos, mitos, posturas de
determinados indivíduos, um certo referencial ideal para que seja realizada a escrita da
história.
A “exemplaridade” da história se dá, nos formato proposto, pela percepção por parte
do autor, de características presentes nos diversos locais que possam ser usados como
referencial, e partindo dai uma reflexão sobre o que se situa como usual ou não na escrita da
história.
O tempo assim adquire uma dimensão experiencial, promovendo por meio dessa
percepção uma igualdade qualitativa em relação a sentidos propostos por qualquer passado e
também a particularidade de um para outro. Além disso, promove uma auto percepção, uma
vez que ao entrar em contato com processos sócio históricos de diferentes momentos e
sociedade, percebemos aqueles que nos toca.