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Meu nome é Maria Eliza Gama Santos. Sou graduada em Educação Física – Licenciatura
Plena pela Universidade Federal de Santa Maria/RS-UFSM, especialista em Supervisão
Escolar pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestre em Educação na linha de
Formação Saberes e Desenvolvimento Profissional pelo programa de pós-graduação
em Educação da UFSM, defendendo dissertação sob o título "Formação Continuada de
Professores e Desenvolvimento Institucional de Escolas Públicas: Avanços, Possibilidades
e Limites", no ano de 2007. Como professora substituta atuei nos cursos de Licenciatura
e Bacharelado em Educação Física da UFSM e, atualmente, sou doutoranda do programa
de pós-graduação em Educação da UFSM.
E-mail: melizagama@yahoo.com.br
JOGOS E BRINCADEIRAS II
Batatais
Claretiano
2014
© Ação Educacional Claretiana, 2010 – Batatais (SP)
Versão: ago./2014
796 M859j
Morschbacher, Márcia
Jogos e Brincadeiras II / Márcia Morschbacher, Maria Eliza Gama
Santos – Batatais, SP : Claretiano, 2014.
176 p.
ISBN: 978-85-8377-141-8
CDD 796
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Dandara Louise Vieira Matavelli Rafael Antonio Morotti
Elaine Aparecida de Lima Moraes Rodrigo Ferreira Daverni
Josiane Marchiori Martins Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Lidiane Maria Magalini
Vanessa Vergani Machado
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Projeto gráfico, diagramação e capa
Patrícia Alves Veronez Montera Eduardo de Oliveira Azevedo
Raquel Baptista Meneses Frata Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
CRC
1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo!
Caro aluno, iniciaremos o estudo de Jogos e Brincadeiras II,
que garante a você, futuro professor, o acesso e a aquisição de
conhecimentos relativos aos jogos e brincadeiras, conteúdos de
ensino presentes nos currículos das escolas de Educação Básica.
Focaremos o estudo sobre a cultura, a relação da cultura
com a seleção e a organização dos conteúdos escolares, o lazer
como prática social e como conteúdo escolar, e a relação dos con-
teúdos escolares com os contextos sociais e com os jogos e brinca-
deiras. Todos esses são elementos importantes para a formação de
cidadãos. Procuramos evidenciar o desenvolvimento cognitivo da
criança, do jovem e do adulto com relação ao movimento corporal,
ao jogo, ao brincar e ao lúdico, levando em consideração sua inser-
ção na cultura corporal da sociedade contemporânea.
8 © Jogos e Brincadeiras II
Abordagem Geral
Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais
deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de
aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. No entan-
to, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico
necessário a partir do qual você possa construir um referencial te-
órico com base sólida – científica e cultural – para que, no futuro
Unidade 1
Nessa unidade, objetivamos que os acadêmicos compreen-
dam a relação dos conteúdos escolares da Educação Física com
a cultura, o papel da escola como instituição formal responsável
pela transmissão cultural e que sejam capazes de situar a cultura
corporal no âmbito das aulas de Educação Física.
Inicialmente, discutiremos a cultura como fonte para a sele-
ção dos conteúdos escolares a partir das ideias trazidas por Jean
Claude Forquin (1993) em seu livro Escola e cultura: as bases so-
ciais e epistemológicas do conhecimento escolar.
Esse texto tem a função primordial de questionar os "pré-
-conceitos" sobre a cultura e apresentar dois pontos de vista dis-
tintos e coexistentes na organização curricular das escolas atuais.
Conhecer e identificar essas diferenças é um passo indispensável
para que se compreenda a organização dos conteúdos escolares
a partir da cultura, especialmente no que se refere à legitimidade
dos jogos e brincadeiras inseridos nas aulas de Educação Física.
Em seguida, discutiremos dois tópicos a partir das ideias de
Valter Bracht, baseando-nos em dois textos. No primeiro, funda-
mentado no artigo Educação Física: conhecimento e especifici-
dade, procuraremos situar a cultura corporal de movimento no
Unidade 2
O objetivo central é permitir que os acadêmicos compreen-
dam que o lazer se constitui em uma prática social estabelecida
em uma parte de nosso patrimônio cultural que deve ser transmi-
tido pela educação formal.
Os conteúdos referem-se ao estudo das questões relaciona-
das à transmissão cultural na escola (os elementos mais signifi-
cativos acumulados historicamente e imprescindíveis à formação
dos sujeitos), ao lazer (concebido como elemento da cultura) e aos
jogos e brincadeiras inseridos no espaço escolar como conteúdos
de ensino da Educação Física.
Trabalharemos, inicialmente, com o texto "As Antinomias
dialéticas do lazer", de autoria de Gustavo Martins Piccolo. Por
meio do texto, os acadêmicos poderão compreender a gênese
© Caderno de Referência de Conteúdo 13
Unidade 3
A Unidade 3 tem como objetivos possibilitar aos acadêmicos
a compreensão das dimensões do contexto escolar, bem como a
Unidade 4
A quarta unidade objetiva ampliar e aprofundar os conceitos
sobre jogos, abordando a proposta de ensino baseada na praxio-
logia motriz e promover a vivência de situações práticas de sala de
aula. Os acadêmicos farão observações e análises dos conteúdos
e metodologias utilizados, articuladas ao campo teórico estudado
ao longo deste Caderno de Referência de Conteúdo.
Antecedendo a atividade de intervenção pedagógica em
uma escola de Educação Básica, ocorrerá o estudo do texto de
Pere Lavega Burgués, El juego motor y la pedagogía de las conduc-
tas motrices, divulgado em 2007 na Revista Conexões - publicação
da Faculdade de Educação Física da Unicamp. Nessa leitura, dá-se
a discussão em torno dos diferentes autores que se dedicam a es-
tudar o jogo e da praxiologia motriz.
Como segundo ponto, discutiremos acerca de alguns ele-
mentos que consideramos fundamentais para compreender o
atual panorama da Educação Física escolar e os limites e possibi-
lidades desta disciplina curricular no que se refere à tematização
da cultura corporal. Retomaremos tópicos estudados nas unida-
des anteriores, bem como articularemos algumas contribuições do
texto do professor Elenor Kunz Pedagogia do esporte, do movi-
mento humano ou da educação física?.
Por fim, como forma de consubstanciar o processo objeti-
vado e engendrado desde a primeira unidade (inclusive, desde a
correlata e antecedente de Jogos e Brincadeiras I), propomos que
os acadêmicos intervenham pedagogicamente em uma escola de
Educação Básica por meio do ensino dos jogos e brincadeiras em
aulas de Educação Física.
A ideia é propiciar que os acadêmicos articulem conheci-
mentos adquiridos mediante o processo de aprendizagem suscita-
dos neste estudo e as experiências da sua atuação pedagógica na
Educação Física escolar.
Glossário de conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi-
da e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de co-
nhecimento dos temas tratados em Jogos e Brincadeiras II. Veja, a
seguir, a definição dos principais conceitos:
1) Cultura: conjunto de conhecimentos, instituições, valo-
res e símbolos constituídos, acumulados e transmitidos
ao longo das gerações e que permite que as pessoas
deem sentido e significado às suas ações. Pode-se con-
siderar, conforme Laraia (1992, p. 50) que: "A cultura é
um processo acumulativo, resultante de toda a experi-
ência histórica das gerações anteriores". (LARAIA, Roque
de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de
Janeiro: Zahar, 1992.).
2) Lazer: em uma asserção intimamente relacionada com o
conceito hodierno de trabalho e com os contemporâne-
os modos de produção, o lazer compreende a apropria-
ção do tempo do nãotrabalho pelos sujeitos e as formas
como esse tempo é utilizado ("como" e "o que" faz-se
com esse e desse tempo). Marcellino (1987), inclusive,
compreende o lazer como apropriação, construção e vi-
vência de cultura. (MARCELLINO, Nelson Carvalho. Lazer
e Educação. Campinas: Papirus, 1987.).
3) Cultura corporal: abarca as atividades corporais huma-
nas geradas, modificadas e perpetuadas no âmbito da
cultura, que trazem consigo sentidos e significados pro-
venientes do contexto e dos processos sócio-históricos
que as legitimam. Esse conceito possibilita compreender
que as atividades corporais são criadas e modificadas
pela sociedade no decurso social e histórico da história
© Caderno de Referência de Conteúdo 17
Questões autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem
ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati-
vas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com a prática do ensino de Jogos e Brincadeiras II
pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim,
mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado,
você estará se preparando para a avaliação final, que será disser-
tativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar
seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua
prática profissional.
Bibliografia básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
© Caderno de Referência de Conteúdo 21
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada,
a Educação como processo de emancipação do ser humano. É
importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e
científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto,
uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade
EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente.
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades
nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos
Claretiano - Centro Universitário
22 © Jogos e Brincadeiras II
1
Caminhos para uma
Relação Pedagógica
1. OBJETIVOS
• Compreender a relação dos conteúdos escolares da Edu-
cação Física com a cultura, bem como o papel da escola
como instituição formal responsável pela transmissão cul-
tural.
• Situar a cultura corporal como conteúdo escolar no âmbi-
to das aulas de Educação Física.
2. CONTEÚDOS
• Cultura escolar e transmissão cultural: currículo e cultura.
• Cultura, escola e Educação Física: algumas interlocuções.
• As teorias pedagógicas da Educação Física.
• A cultura corporal de movimento e a sua inclusão como
conteúdo de ensino.
24 © Jogos e Brincadeiras II
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta primeira unidade discutiremos, inicialmente, a cultu-
ra como fonte para a seleção dos conteúdos escolares a partir das
ideias trazidas por Jean Claude Forquin (1993), em seu livro Escola e
cultura: as bases sociais e epistemológicas do conhecimento escolar.
Esse texto tem a função primordial de questionar os "pré-
-conceitos" sobre a cultura e apresentar dois pontos de vista dis-
tintos e coexistentes na organização curricular das escolas atuais.
Conhecer e identificar essas diferenças é um passo indispensável
para que se compreenda a organização dos conteúdos escolares a
partir da cultura, especialmente, no que se refere à legitimidade
dos jogos e brincadeiras inseridos como conteúdos de ensino nas
aulas de Educação Física.
Em seguida, discutiremos dois tópicos a partir das ideias de
Valter Bracht (1997; 1999) em dois textos. No primeiro tópico, fun-
damentado no artigo "Educação Física: conhecimento e especifici-
dade" (BRACHT, 1997), procuraremos situar a cultura corporal de
movimento no âmbito das aulas de Educação Física.
© U1– Conteúdos Escolares e a Cultura: Buscando Caminhos para uma Relação Pedagógica 27
Resenha
Faça a leitura da resenha do livro Escola e Cultura: as bases
sociais e epistemológicas do conhecimento escolar (1993), de Jean
Claude Forquin, uma versão de sua tese de doutorado (defendi-
da em 1987), intitulada "Le débat sur l'école et la culture chez lês
théoriciens et sociologues de l'educaction em Grande-Bretagne",
apresentado pela professora Maria Eliza Gama.
Nessa obra, Jean Claude Forquin, professor de Psycologie,
Sociologie et Sciences de l’Education da Universidade de Rouen,
França, apresenta uma ampla discussão sobre a educação e a cul-
tura, tema a que tem se dedicado desde a década de 1970. Ele
busca evidenciar diferentes conceitos, bem como as implicações
desses conceitos nas formas de seleção e organização dos conte-
údos escolares.
Para este estudo, utilizaremos parte da obra como elemento
deflagrador e esclarecedor de algumas reflexões acerca de nosso
trabalho com conteúdos do lazer para a Educação Básica.
Segundo o autor, as reflexões sobre a função da escola como
instituição responsável por parte da transmissão de valores, ati-
tudes, hábitos, conhecimentos que constituem a cultura, ainda,
necessitam de profundos estudos. Para ele, a função da escola e o
uso do termo cultura ainda não representam um campo absoluta-
mente seguro nas discussões atuais.
O ensino é uma prática social, que deve ser validada aos
olhos de quem ensina e de quem aprende. Atribuir um valor e um
reconhecimento à educação formal é tão difícil como refutá-lo,
quando não se tem total segurança sobre sua existência.
© U1– Conteúdos Escolares e a Cultura: Buscando Caminhos para uma Relação Pedagógica 31
Figura 4 Esquema demonstrativo das relações entre o tipo de conhecimento que fundamenta
a Educação Física, as expectativas sociais dirigidas a essa área e o seu conhecimento
específico.
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar
as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta
unidade.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que
você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu-
cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma
cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco-
bertas com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
© U1– Conteúdos Escolares e a Cultura: Buscando Caminhos para uma Relação Pedagógica 57
7) Com base no que você estudou nesta unidade, o que ou qual é o saber espe-
cífico que a Educação Física deve tratar na escola?
11) Por que o autor coloca os professores de Educação Física dentro de uma
categoria de trabalhos sociais?
15) Dentre as abordagens pedagógicas discutidas por Bracht, qual ou quais você
considera que se liga e/ou toma a cultura como fonte de conhecimentos.
Explique.
10. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, discutimos sobre a cultura como fonte para
a seleção dos conteúdos a serem ensinados na escola. Buscamos
compreender a cultura como construção social e histórica, bem
como estabelecer as relações dessa compreensão com a Educação
Física.
Nesse sentido, tratamos, ainda, da cultura corporal de movi-
mento como o elemento (social e histórico) a ser tematizado peda-
gogicamente nas aulas de Educação Física Escolar (sem perder de
vista, inclusive, que os jogos e as brincadeiras representam com-
ponentes da cultura corporal de movimento).
Posteriormente a essa discussão, sugerimos o estudo das
proposições, para a organização dos conteúdos e das práticas es-
colares, contidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais para a
Educação Física Escolar.
Consideramos que agora já temos uma boa base para discu-
tir a seleção dos conteúdos escolares e o papel social da escola no
processo de transmissão cultural. Essa discussão é indispensável
para entendermos a inclusão dos diferentes conteúdos da Educa-
ção Física nos currículos escolares.
A seguir, na Unidade 2, discutiremos a inclusão de um tipo
de conteúdo que pode ser extraído da cultura corporal para os es-
paços escolares, ou seja, os conteúdos do lazer, os jogos e as brin-
cadeiras.
11. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Brincadeiras de Criança. Disponível em:<http://cabofrio.olx.com.br/exposicao-
quadros-ivan-cruz-iid-17032680>. Acesso em: 3 jun. 2011.
Figura 2 Mona Lisa. Disponível em: <http://monalisa.2artgallery.com/Mona-Lisa.jpg>.
Acesso em: 3 jun. 2011.
Figura 3 Folguedo Nordestino. Disponível em: <http://www.galeriaaberta.com/militao_
santos/slides/Folguedos%20Nordestinos.JPG>. Acesso em: 3 jun. 2011.
Sites pesquisados
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares
nacionais. Secretaria de Educação Fundamental, Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/introducao.pdf>. Acesso em: 3 jun. 2011.
______. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica: Parâmetros curriculares
nacionais/educação física (3º e 4º ciclos do ensino fundamental). Secretaria de
Educação Fundamental, Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: <http://portal.mec.
gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf>. Acesso em: 3 jun. 2011.
BRACHT, Valter. Educação física: a busca da autonomia pedagógica. Revista da Fundação
de Esporte e Turismo, Curitiba, v. 1, n. 2, p. 12-19, 1989. Disponível em: <http://www.
boletimef.org/biblioteca/2350/Educacao-Fisica-a-busca-da-autonomia-pedagogica>.
Acesso em: 3 jun.2011.
____. A constituição das teorias pedagógicas da educação física. Cadernos Cedes.
Unicamp/SP. Ano XIX, n.48 , Agosto/99. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/
ccedes/v19n48/v1948a05.pdf>. Acesso em: 3 jun. 2011.
_____. Disponível em: <http://lattes.cnpq.br/3097115385391111>. Acesso em: 3 jun.
2011.
CAPARROZ, Francisco Eduardo; BRACHT, Valter. O tempo e o lugar de uma didática da
educação física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 28, n. 2, p. 21-37,
jan. 2007. Disponível em: <http://www.rbceonline.org.br/revista/index.php?journal=RB
CE&page=article&op=view&path[]=53&path[]=61>. Acesso em: 3 jun.2011.
FORQUIN, Jean Claude. Educação e Filosofia, n. 11, p. 305-310, jan./jun. e dez/dez. 1997.
Disponível em:
<http://www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/903/818>. Acesso
em: 3 jun. 2011.
© U1– Conteúdos Escolares e a Cultura: Buscando Caminhos para uma Relação Pedagógica 61
TANI, Go; MANOEL, Edison de Jesus; KOKUBUN, Eduardo, PROENÇA, José Elias de.
Educação Física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São
Paulo: EPU / EdUSP, 1988.
EAD
Lazer e Transmissão
Cultural na Escola: Jogos
e Brincadeiras
2
como Conteúdos
Escolares
1. OBJETIVOS
• Compreender que o lazer se constitui na prática social
estabelecida em uma parte de nosso patrimônio cultural
que deve ser transmitido pela educação formal.
• Elaborar planos de ensino para a Educação Básica de for-
ma contextualizada com as realidades locais.
2. CONTEÚDOS
• Lazer: uma construção cultural.
• Lazer como conteúdos de ensino.
• Jogos e brincadeiras como conteúdos para as práticas de
lazer.
64 © Jogos e Brincadeiras II
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Tendo em vista os temas tratados na Unidade 1, abordare-
mos nesta unidade questões relacionadas à transmissão cultural
na escola (ou seja, os elementos mais significativos acumulados
historicamente e imprescindíveis à formação dos sujeitos), ao la-
zer (concebido como elemento da cultura) e aos jogos e brinca-
deiras (também elementos da cultura) inseridos no espaço escolar
como conteúdos de ensino da Educação Física.
Observe que esta unidade encontra-se articulada à anterior
evitando, portanto, a ocorrência da fragmentação entre as unida-
des temáticas. Essa estratégia é relevante no sentido de possibili-
tar que estabeleça relações entre os conteúdos estudados e po-
tencialize, assim, a sua aprendizagem.
Considerando os objetivos propostos e sendo de suma im-
portância, trabalharemos com a leitura e o estudo de textos na
íntegra ou de suas resenhas.
Começaremos com o texto As Antinomias Dialéticas do Lazer
de Gustavo Martins Piccolo. O artigo permitirá que você compre-
enda a gênese do lazer na sociedade moderna e como alguns au-
tores brasileiros contemporâneos, que se dedicam aos estudos do
lazer, posicionam-se em relação à mesma.
Como segundo passo, propomos reflexões em relação ao
duplo caráter educativo do lazer (como veículo e como objeto de
educação), dialogando com Nelson Carvalho Marcellino.
Em seguida, o estudo do texto Nexos entre e Educação Físi-
ca Escolar e o Lazer, no qual Elizara Carolina Marin aborda alguns
conceitos sobre o lazer e aponta caminhos para a ligação dessa
dimensão cultural com a Educação Física escolar.
No tocante aos conteúdos de ensino da Educação Física es-
colar, os Parâmetros Curriculares Nacionais referentes ao Terceiro
e Quarto Ciclos do Ensino Fundamental (BRASIL, 1998), servirão de
importante aporte teórico.
Tempos Modernos–––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Sinopse: Carlitos, o personagem clássico de Chaplin, consegue
emprego numa grande indústria, transforma-se em líder grevista
por engano e, ao conhecer uma jovem, se apaixona. O filme focali-
za a vida na sociedade industrial caracterizada pela produção com
base no sistema de linha de montagem e na especialização do
trabalho. É uma crítica à "modernidade" e ao capitalismo represen-
tado pelo modelo de industrialização, em que o operário é engolido
pelo poder do capital e perseguido por suas ideias "subversivas".
Observe os seguintes pontos enquanto você assiste ao filme:
a) o contexto sócio-histórico que o filme retrata; b) a organização
do trabalho neste contexto; c) a ociosidade de Carlitos na socieda-
de na qual o desemprego é um mecanismo de sujeição do traba-
lhador em exército suplementar (ou de reserva) de mão-de-obra,
sujeitado à ociosidade; d) o mito, a automação e contradições do
trabalho assalariado; e) o lazer como entretenimento; f) a tentativa
de Carlitos se adequar ao modelo burguês de sujeito e família.
9. TEXTO COMPLEMENTAR
Essa leitura aborda aspectos importantes da relação entre o
lazer e a educação física escolar.
trabalho para duas horas, para possibilitar não apenas a redução dos níveis de
desemprego como também um novo tipo de consumo: o cultural. Segundo este
autor, na sociedade tecnológica, caberia para a humanidade, apenas, ser criativo
e ocupar o tempo de modo criativo.
Aqui, algumas reflexões precisam ser feitas. Como ser criativo se o trabalho,
para a maioria dos trabalhadores, é desenvolvido por meio de longas jornadas?
Se o trabalho está apartado do saber fazer? Se não se permite ao trabalhador
compreender o processo e o produto do seu fazer? Decorre daí o questionamen-
to sobre qual lazer poderia restituir o que as pessoas perdem de si no trabalho. A
dominação exercida no trabalho também se faz sentir no lazer.
A filósofa Simone Weil (1979) adverte contra os sistemas de reformas ou de
transformação social, anunciadores da diminuição da duração do trabalho. Se
o trabalho não se oferecer enquanto sendo ação-reflexão, inúteis continuarão
sendo as horas de não-trabalho, pois "ninguém aceitaria ser escravo por duas
horas; a escravidão, para ser aceita, deve durar por dia o bastante para quebrar
alguma coisa dentro do homem" (WEIL, 1979, p. 140).
Tais considerações orientam para a impossibilidade de pensar o lazer sem pen-
sar o trabalho e as condições histórico-sociais vividas. Indicam, ainda, a impossi-
bilidade de pensar o lazer apenas na dimensão do divertimento ou da recreação,
normalmente associados.
Pode-se dizer que, por diferentes estratégias e com diferentes interesses, o la-
zer vem sendo associado ao consumo, à função compensatória de reparar as
energias gastas na esfera do trabalho, à função utilitária de ocupar o tempo das
pessoas (com esporte, recreação, entre outras atividades) para supostamente
evitar "riscos de conduta". Tais concepções colaboram para a manutenção do
sistema vigente com suas faces de violência material e simbólica.
No âmbito da esfera pública, o panorama não difere muito da privada. Pesqui-
sas demonstram que, no contexto do currículo de formação de profissionais em
Educação Física das universidades, por exemplo, o trato do conhecimento da
disciplina "Recreação e Lazer" enfatiza a matriz conceitual na perspectiva utili-
tarista que considera a prática da recreação e do lazer um "meio para" alcançar
algo. Há maior preocupação com a demonstração de técnicas recreativas, com o
ensino de jogos, do que com a tematização das relações sociais e históricas que
envolvem o lazer e os contextos nos quais ele se efetiva.
Observo que a crítica que está sendo realizada aqui é direcionada para as con-
cepções que associam lazer ao crescimento econômico, com o consumo, com
o uso de equipamentos, com as técnicas de diversão, e que em sua essência,
correspondem ao apelo do mercado e à reprodução das desigualdades sociais.
Na pesquisa realizada sobre o lúdico na vida de mulheres rurais já se enunciava
que, "pensar o lazer como bens a serem adquiridos é uma idéia que nos barba-
riza, pois arrebata para além de nós, para o exterior – no consumo – o encontro
com a arte, com o lúdico, com a diversão, com dimensões que deveriam estar
presentes em tudo o que fazemos" (MARIN, 1996, p. 85).
Para além das perspectivas assinaladas, objetivo chamar atenção para a com-
preensão do lazer como direito social assegurado pela Constituição brasileira
de 1988 (art. 217, parágrafo III) e como necessidade humana que precisa ser
garantida no cotidianos.
Se pensarmos o lazer, conforme alude Marcellino (1990, p. 34), "como a cultura
– compreendida no seu sentido mais amplo – vivenciada (praticada ou fruída) no
© U2 – Lazer e Transmissão Cultural na Escola: Jogos e Brincadeiras como Conteúdos Escolares 91
e a situa no reino do que deve ser visto, apreciado, comprado, e, portanto, sem
relação direta com o cotidiano.
Trata-se de uma concepção muito bem caracterizada por Alfredo Bosi, como
não-democrática. A concepção de cultura que o autor considera democrática e
que tem intrínseca relação com o que quero referendar é a de cultura como vida
pensada; como resultado realizado por meio do trabalho; do fazer quotidiano.
Portanto, cultura é um processo, ou um tecido cujos fios são produzidos nas
ações de longa duração
Essa concepção recoloca a cultura para além de um problema de classe, pois
define que todos têm e produzem cultura, sendo o que homens e mulheres fazem
no seu cotidiano e nas condições que eles podem fazer. A cultura se constrói no
processo da vida e se reconstrói na medida em que vai sendo re-significada – ou
sendo-lhe atribuídos novos significados.
Esta concepção é importante ao ser observada no contexto dos processos pe-
dagógicos, pois recoloca a ênfase no processo de produção das ações e não
somente no resultado ou no produto; e principalmente, porque ela entende todos
os sujeitos como produtores de cultura.
Assim, sendo a Educação Física o campo que trata da cultura corporal, tanto ela
deve levar em conta a produção historicamente construída no contexto global
quanto no local (estado, município, escola), garantindo que os alunos se reco-
nheçam em tais conteúdos. A ação pedagógica desvinculada da cultura dos alu-
nos conduz a uma relação centrada no professor e de negação da participação
dos alunos.
À luz do que assinala Bruhns (1997, p. 37), se considerarmos que grande parte
da população, ao optar por alguma atividade corporal, "não busca alto rendimen-
to, mas uma forma de se exercitar no tempo de lazer", pelo menos uma questão
deve ser posta para a Educação Física, área articuladora dos elementos como
jogos, esportes, dança e ginástica, quais sejam: "se os objetivos almejados no
tempo disponível das pessoas, geralmente relacionado à dilatação das regras
sociais, podem ser alcançados através das modalidades tradicionais (...) e da
busca da performance".
Parece ser necessário revisar a prática pedagógica da Educação Física Escolar
marcada pela hegemonização do esporte, portanto, pelos princípios do rendi-
mento, da competição e das regras e técnicas, para o trato da diversidade que
compõe a cultura corporal. Por esse viés, a Educação Física amplia sua im-
portância tanto no espaço escolar quanto na vida social e, ao levar em conta a
cultura corporal, contribui sobremaneira para o usufruto no tempo e espaço de
vivência do lazer, garantindo suas dimensões de livre escolha, de gratuidade e
de expressão lúdica.
Para viabilizar condições favoráveis de consolidação de tais desafios na esfera
da Educação Física Escolar, aponto algumas vias inter-relacionadas e por mim
consideradas fundamentais:
1) Levar em conta o duplo aspecto educativo do lazer como veículo e
objeto de educação, ou seja, reconhecer a potencialidade do lazer para o
desenvolvimento pessoal e social e a necessidade de aprendizado para o
uso do tempo livre (MARCELLINO, 1987);
2) Atuar por meio de uma ação pedagógica que situe os alunos como produtores
de cultura (BOSI, 1987);
© U2 – Lazer e Transmissão Cultural na Escola: Jogos e Brincadeiras como Conteúdos Escolares 93
Atividade prática
Esta atividade é uma pesquisa de campo que tem por ob-
jetivo identificar os principais hábitos de lazer dos moradores de
sua cidade. Tomamos como pressuposto que seus alunos serão
oriundos dessa comunidade, logo, conhecê-la é fundamental para
a definição e organização de conteúdos curriculares que atendam
às necessidades locais e sejam extraídos da cultura local.
Primeiro passo: você fará um levantamento sobre os espa-
ços públicos próprios para o lazer existentes em sua cidade (tea-
tros, cinemas, praças, parques, shopping centers) para conhecer a
diversidade de possibilidades existentes.
Segundo passo: você fará uma pesquisa de campo em duas
praças ou parques da cidade para coletar e analisar as principais
práticas corporais presentes nos hábitos dos moradores de sua ci-
dade.
Para o desenvolvimento da atividade, você deverá seguir os
seguintes procedimentos:
Primeira parte da pesquisa
1) Faça um levantamento dos espaços formais existentes
para o lazer em sua cidade: museus; bibliotecas públicas;
centros comunitários; clubes recreativos, balneários;
© U2 – Lazer e Transmissão Cultural na Escola: Jogos e Brincadeiras como Conteúdos Escolares 95
Atividade 1:
7) Na origem do lazer, qual era a sua finalidade? E hoje, por que as pessoas
procuram pela prática do lazer?
10) O lazer está ao "alcance" de todos? Quem, em sua opinião, tem acesso às
práticas de lazer? Justifique.
© U2 – Lazer e Transmissão Cultural na Escola: Jogos e Brincadeiras como Conteúdos Escolares 99
13) Você está lembrado do parágrafo que você escreveu, no Tópico 7, do seu
entendimento inicial sobre as duas formas de entender o lazer (pelo viés do
consumo e pelo viés da cultura)? Retome aquele parágrafo e reescreva-o
com base no estudo realizado até aqui.
12. CONSIDERAÇÕES
Caro aluno, nesta etapa avançamos significativamente no
sentido de compreender as relações existentes entre a cultura, o
lazer e a escola (em um plano macro) e entre o lazer, a cultura
corporal, os jogos e as brincadeiras e a Educação Física escolar.
Discutimos a gênese do lazer, as suas duas dimensões (lazer no
viés do consumo e lazer no viés da cultura) e explicitamos o seu
caráter pedagógico quando concebido e concretizado na escola
sob a perspectiva de um elemento cultural social e historicamente
constituído (lazer como veículo e como objeto de educação).
Ademais, para além de estudos e discussões no âmbito teó-
rico-conceitual, propomos uma pesquisa de campo com a obser-
vação dos espaços e das atividades de lazer de sua cidade/bair-
ro de modo a suscitar reflexões complementares ao processo de
aprendizagem objetivado e engendrado nesta Unidade de estudo.
Após compreendermos e sermos capazes de justificar a in-
serção dos jogos e brincadeiras (e do lazer) em aulas de Educação
13. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Tempos Modernos. Disponível em: <http://historianet.com.br/conteudo/
default.aspx?codigo=181>. Acesso em: 19 jul. 2011.
Figura 3 O lazer pelo viés do consumo. Disponível em: <http://www.diaadia.pr.gov.br/
tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/sociologia/3glob.jpg>. Acesso em: 19
jul. 2011.
Figura 4 A Capoeira como um elemento da cultura corporal e do lazer. Disponível
em: <http://userwww.sfsu.edu/~art511_h/emerging08/KLMasterf/KLProject2f/ITrb_
capoeira_pontadoxareu.jpg>. Acesso em: 19 jul. 2011.
Sites pesquisados
KNIJNIK, Jorge Dorfman. A questão do jogo: uma contribuição na discussão de conteúdos
e objetivos da Educação Física escolar. Revista Brasileira de Ciências e Movimento. Brasília,
v. 9 n. 2. abril 2001. <http://www.culturainfancia.com.br/docs/a%20questao%20do%20
jogo.pdf>. Acesso em: 28 jul. 2011.
PICCOLO, Gustavo Martins. As antinomias dialéticas do lazer. Motrivivência, Florianópolis,
ano XX, n. 30, Junho/2008. p.09-27. Disponível em: <http://www.periodicos.ufsc.br/
index.php/motrivivencia/article/view/11379>. Acesso em: 19 jul. 2011.
3
Político-Pedagógico
da Escola
1. OBJETIVO
• Contextualizar as leituras e o estudo desenvolvido em Jo-
gos e Brincadeiras II com os espaços escolares, a fim de
compreender o processo de elaboração, as contribuições
dos professores na construção e no desenvolvimento do
Projeto Político-Pedagógico (PPP), bem como a importân-
cia desse "processo" para a seleção dos conteúdos de en-
sino na Educação Básica.
2. CONTEÚDOS
• Projeto Político-Pedagógico: alguns conceitos.
• Processo de elaboração de Projetos Político-Pedagógicos
em escolas de Educação Básica.
• Relação dos conteúdos de ensino com o Projeto Político-
-Pedagógico de uma escola.
104 © Jogos e Brincadeiras II
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta unidade, temos como objetivo principal a contextu-
alização das leituras e do estudo desenvolvido neste Caderno de
Referência de Conteúdo com os espaços escolares.
Neste nosso estudo, nos propomos não somente realizar
um estudo teórico sobre o Projeto Político-Pedagógico (PPP) nas
escolas de Educação Básica, abordando os seus conceitos básicos
e os pressupostos que o orientam, mas, também, compreender
o processo de elaboração e as contribuições dos professores na
construção e no desenvolvimento do PPP.
Além disso, faremos a análise de um PPP de uma escola de
Educação Básica, em que procuraremos compreender a relação
dos conteúdos escolares com a proposta pedagógica dessa escola.
Esta unidade, assim como as demais, está organizada com
atividades para serem realizadas na sequência proposta, pois cada
tarefa cria um clima de reflexão favorável para as atividades sub-
sequentes.
© U3 – A relação dos Conteúdos Escolares, Jogos e Brincadeiras com o Projeto Político-Pedagógico da
Escola 105
Categorias
Métodos e
Educacionais
Instrumentos
Escola é um
Alunos Organismo
VIVO Professores
Contexto
Diferenças
sociais e
Técnicos culturais
administrativos
Figura 1 Diagrama: a escola como um "organismo vivo". 30
Parar ser autônoma, a escola não pode depender somente dos ór-
gãos centrais e intermediários que definem a política da qual ela
não passa de executora. Ela concebe sua proposta pedagógica ou
projeto pedagógico e tem autonomia para executá-lo e avaliá-lo ao
assumir uma nova atitude de liderança, no sentido de refletir sobre
as finalidades sociopolíticas e culturais da escola (VEIGA, 1998, p.
15).
Tarefa 1
1) Contatar uma Escola de Ensino Fundamental da Rede
Pública ou Particular (preferencialmente a rede pública).
2) Fazer uma apresentação pessoal e solicitar o apoio da
escola para a realização das atividades referentes ao cur-
so.
3) Apresentar documento oficial, emitido pelo Centro de
Formação de Professores, ao qual você está vinculado
como aluno.
4) Informar à escola sobre as atividades que serão realiza-
das
5) Análise do PPP da escola. Para isso será necessário que a
escola conceda uma cópia do documento.
© U3 – A relação dos Conteúdos Escolares, Jogos e Brincadeiras com o Projeto Político-Pedagógico da
Escola 123
Tarefa 2
Recolher cópia do Projeto Político-Pedagógico da Escola.
Após essa etapa, você fará uma análise do documento seguindo o
Roteiro para Construção e Análise de PPP. Dê uma olhada no rotei-
ro antes de continuar. Ele foi elaborado pela autora deste Caderno
de Referência de Conteúdo, Maria Eliza Gama Santos, e é utiliza-
do nos encontros realizados em Escolas de Educação Básica para
orientar a elaboração dos PPPs dessas instituições.
Você observou, com certeza, que ele é relativamente exten-
so, contudo permite uma análise rigorosa, além de fomentar diver-
sas reflexões sobre a organização e o desenvolvimento do trabalho
escolar.
Consideramos essa uma oportunidade ímpar, ainda durante
a formação inicial, poder ter acesso, investigar e até mesmo cri-
ticar (no sentido da reflexão, relativização e melhoria) as propo-
sições vigentes em uma escola, além de poder estabelecer uma
relação com as práticas efetivadas.
A atividade, como já foi mencionado, é a análise do PPP da
escola a partir dos itens contidos no Roteiro para Construção e
Análise de PPP, apresentado a seguir.
• Localização do Bairro.
• Qualidade de vida.
• Estado e país.
3. A proposta de trabalho
a) Filosofia da escola
• Qual o ideal de sociedade, indivíduo, escola e educação que
acreditamos?
b) Finalidades e objetivos da escola
c) Onde a escola pretende chegar
• O que a escola persegue com maior ênfase (deve estar diretamente
ligado à realidade colocada pelo diagnóstico, ou seja, buscar atender
demandas levantadas no diagnóstico inicial).
• Qual a concepção de sociedade e de cidadão que a escola pretende
formar?
d) A partir desta definição de sociedade e de indivíduo a escola deve fazer um
paralelo com o diagnóstico inicial e definir como fazer para alcançar tais
objetivos?
e) Quais os que deverão ser viabilizados para a implementação de ações
concretas.
f) Quais as concepções de Ensino e de aprendizagem que possibilitarão
alcançar tais objetivos.
• Como deveremos ensinar para que nossos alunos adquiram os
conhecimentos necessários para atuar na sociedade que acreditamos?
• Colegiados.
• Equipes de docentes.
• Recursos materiais.
• Recursos econômicos.
• Recursos de tempo.
m) Organização do tempo escolar
• Calendário escolar.
8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Para uma breve revisão dos conceitos apresentados nesta
unidade, procure responder as questões a seguir. Esse processo é
de suma importância para que você verifique o seu conhecimento
em relação aos temas tratados na Unidade 3. Sugerimos, portan-
to, que responda, comente e discuta essas questões de modo a
fortificar os seus estudos. Outra dica importante é trocar ideias e
debater com seus colegas e tutores.
1) Elabore um quadro-síntese apresentando os principais conceitos e tópicos
tratados nesta unidade. Propomos que nesse quadro, além da apresentação
de cada conceito, você disserte sobre o mesmo, aprimorando, assim, a sua
aprendizagem.
9. CONSIDERAÇÕES
Caro aluno, acabamos de concluir mais uma unidade. Espe-
ramos que nesse momento você tenha compreendido alguns con-
ceitos básicos sobre a elaboração do Projeto Político-Pedagógico
de Escolas de Educação Básica, as suas finalidades, os seus pres-
supostos orientadores, e tenha conseguido estabelecer relação
entre esse documento, a seleção dos conteúdos de ensino e as
práticas pedagógicas efetivadas com os alunos.
A seguir, na Unidade 4, vamos vivenciar a realidade escolar, a
fim de refletir sobre a adequação dos estudos realizados até o mo-
mento aos diferentes modelos e concepções de prática pedagógicas.
2. CONTEÚDOS
• Resenha do texto El juego motor y la pedagogía de las
conductas motrices, de Pere Lavega Burgués.
• A Educação Física na Escola: reflexões, limites e possibi-
lidades pedagógicas. O jogo de "caçador" como exemplo
de prática pedagógica envolvendo jogos e brincadeiras.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta unidade, como forma de consubstanciar o processo
de ensino-aprendizagem, realizado desde a primeira unidade, pro-
pomos que você intervenha pedagogicamente em uma Escola de
© U4 – Jogos e Brincadeiras como Conteúdo Escolar: a Prática de Sala de Aula 135
5. RESENHA DE TEXTO-BASE
Estudaremos o artigo de Pere Lavega Burgués, El juego mo-
tor y la pedagogía de las conductas motrices, publicado em 2007
na Revista Conexões – Revista da Faculdade de Educação Física da
Unicamp.
Pere Lavega Burgués é Doutor em Ciências da Atividade Física
e do Esporte – especialidade Praxiologia Motriz, pela Universidade
de Barcelona, licenciado em Educação Física pela Universidade Po-
litécnica de Madri e, atualmente, é professor da Universidade de
Lleida, na Espanha.
Esse texto é importante para seu estudo sobre o lazer, os jo-
gos e as brincadeiras como conteúdos escolares, por apresentarem
o jogo como um cenário privilegiado para o ensino de "condutas
motoras". Atente para o fato desses conteúdos da Educação Física
Figura 2 Jogos para Crianças, (Children’s Games), obra datada de 1560, de Pieter Bruegel.
Bola encontrada, volta ao jogo, e o placar? Doze a dois? Sim, doze a dois, pon-
tos de dois em dois, cada corrida de uma "casinha" para a outra, tocar o taco no
buraco feito no chão, taco com taco no meio do percurso e: dois pontos. Vinte e
quatro, vitória.
Mas o ponto da vitória, o macht point sempre foi o maior desafio para as crianças.
Era preciso uma tacada forte e certeira, bola para bem longe para dar tempo para
ir até a "casinha" e, no meio do campo, em coro, contar até vinte e quatro e gritar
"Vitória!".
Mas, espere, tacada na bola e para o alto, lançador vai em direção à ela e... bola
na mão: o grito de vitória imediato.
E assim eram as tardes dos domingos ensolarados... as emoções do Bets, bem
maiores que a da televisão, das conversas dos adultos, do futebol daquele time,
do filme repetido. Entre uma tacada e outra, entre uma corrida e outra, em uma
vitória ou uma derrota e outra as crianças viviam (vivíamos) a sua (nossa) infân-
cia e construíam (construíamos) o mundo.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Após analisarmos as diferentes caracterizações ao jogo uti-
lizadas pelos autores estudados por Lavega Burgués (2007, p. 32),
é importante considerarmos o seguinte posicionamento do autor:
No âmbito da educação física, quando um autor prescinde e/ou
carece de um posicionamento disciplinar ou epistemológico bem
construído, muitas vezes é substituída pela simples enumeração de
alguns aspectos qualitativos, que não servem para lançar luz para
a busca de diretrizes para a tarefa docente. No entanto, talvez a
alma do jogo representada por esta lista inacabada de itens, pode
contribuir para que o professor de educação física reconheça a im-
portância de emergir estes aspectos em cada situação de jogo que
surge. Caso contrário, se não são contempladas e, por exemplo, são
restritas: a liberdade para intervir, a espontaneidade, a incerteza do
resultado, a criatividade ou a seriedade que é cada instante para
o protagonista, certamente estará diminuindo a dimensão lúdica
desta situação motriz, diminuindo o seu potencial de educação.
• sem mão;
• bola fraca;
• área do goleiro;
• barreira;
• roupas e símbolos;
• tênis apropriado.
A Educação Física que é ensinada nas escolas serve para quê? Ela
fomenta a saúde? Ela socializa e educa para uma visão de mundo
de forma crítica e emancipadora? Com o que a Educação Física, re-
almente, pode contribuir com a Educação, com uma formação que,
no caso, chamamos crítico-emancipatória?
Caçador
Equipe Caçador
Vermelha Equipe
Equipe Azul Equipe Vermelha Azul
Bola
tros. São frações de segundos que cada caçador têm para pegar a
bola e encostar/tocar nos caçados, pois estes podem se deslocar
livremente sempre.
Sexta: todo aquele que for caçado se torna caçador e assu-
me, juntamente com os outros dois, a função, ficando sujeitos às
mesmas limitações impostas à figura do caçador. O jogo termina
quando só existirem caçadores.
Após o término do jogo, pode-se conversar com os alunos
(de forma semelhante à primeira versão apresentada) sobre o de-
senvolvimento da aula, o que acharam. Pode-se perguntar se gos-
taram e quais mudanças nas regras proporiam. O registro desse
diálogo reiteramos, é fundamental. Lembre-se de que reflexão
sem registro se perde com o tempo e muitos detalhes acabam dei-
xados de lado.
-sucedidas?
• Como ficam as regras para os alunos com dificuldades de
mobilidade? Serão submetidos às mesmas regras ou os
colegas vão propor outras que os ajudem a participar de
forma igualitária?
É de suma importância que o professor observe a interação
entre os alunos e como uns colaboram com os outros desde o mo-
mento de organização até a efetivação do jogo.
Lembre-se de que, nesse caso, a aprendizagem dos conte-
údos começa na organização do jogo. Este é um momento ímpar
para que os alunos aprendam atitudes e procedimentos diferentes
com relação ao uso dos conhecimentos sobre as práticas corporais
diferentes daqueles que podem aprender apenas como executo-
res.
Após o término do jogo, pode-se conversar com os alunos
(de forma semelhante às versões apresentadas anteriormente) so-
bre o desenvolvimento da aula, o que acharam. Pode-se perguntar
se gostaram e quais mudanças nas regras proporiam.
Sobretudo nessa etapa, dadas as características do jogo pro-
posto, é interessante instigar os alunos sobre as experiências vi-
venciadas no processo de organização e desenvolvimento coletivo
deste. O registro desse diálogo reiteramos, é fundamental.
8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade.
1) Pere Lavega Burgués (2007), após o estudo dos autores que se dedicaram
a estudar o jogo, apresenta uma síntese de diferentes enfoques e caracte-
rísticas atribuídas por esses autores aos jogos. Qual(is) a(s) razão(ões) para
que sejam observadas determinadas convergências e/ou determinadas di-
vergências entre esses enfoques e características atribuídas ao jogo?
© U4 – Jogos e Brincadeiras como Conteúdo Escolar: a Prática de Sala de Aula 173
9. CONSIDERAÇÕES
Caro aluno, esperamos que os estudos e as atividades pro-
postas nesta unidade tenham suscitado relevantes aprendizagens
e experiências a você.
Procuramos articular os aportes teóricos que fundamenta-
ram os estudos desta unidade e das anteriores com a necessária
experiência da prática pedagógica da Educação Física na escola,
lócus de sua futura atuação docente, para que você conhecesse
e vivenciasse o cotidiano escolar com o acompanhamento de um
professor de Educação Física mais experiente.
Considerando o "caminho" que você percorreu no decurso
de Jogos e Brincadeiras II, esperamos que os objetivos traçados
tenham sido alcançados.
Ademais, esperamos que, na medida do possível, as suas ex-
pectativas em relação a este estudo também tenham sido alcan-
çadas.
Se nos reportarmos às etapas de estudo e de atividades pro-
postas, constataremos que o caminho foi árduo, característica que,
entretanto, não constituiu um limite às aprendizagens objetivadas
e suscitadas; ao contrário, evidenciou o quão complexo (no senti-
do de algo que traz consigo elementos "enredados" e articulados)
e relevante é a nossa atuação pedagógica na escola.
É necessário considerar que os temas estudados em cada
uma das unidades representam um recorte (não obstante qualita-
tivamente considerável) do processo de ensino dos jogos e brinca-
deiras em aulas de Educação Física.
Nesse sentido, esperamos que você esteja motivado para
não permanecer restrito aos apontamentos e encaminhamentos
aqui propostos, mas que, para além destes, seja capaz de ampliar
os seus horizontes no tocante a gama das temáticas abordadas
neste Caderno de Referência de Conteúdo.
© U4 – Jogos e Brincadeiras como Conteúdo Escolar: a Prática de Sala de Aula 175
10. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Pulando corda. Disponível em: <http://www.brincadeirasdecrianca.com.br/
quadr/pulando_corda.jpg>. Acesso em: 27 set. 2011.
Figura 2 Jogos para crianças (Children’s Games). Disponível em: <http://fits.depauw.
edu/aharris/Courses/Stolen/FinalProjects/SANNESS/Elder/bruegel13.jpg>. Acesso em:
27 set. 2011.
Figura 3 O jogo institucionalizado: esporte de alto nível. Disponível em: <http://oglobo.
globo.com/fotos/2008/10/08/08_MVG_futsal2.jpg>. Acesso em: 27 set. 2011.
Sites pesquisados
El juego motor y la pedagogía de las conductas motrices. Disponível em:
<http://polaris.bc.unicamp.br/seer/fef/printarticle.php?id=60&layout=ps>. Acesso em:
31 jul. 2011.
LAVEGA BURGUÉS, Pere. El juego motor y la pedagogía de las conductas motrices. Motor
games and pedagogy of motor conducts. Revista Conexões, v. 5, n. 1, 2007. Faculdade
de Educação Física da Unicamp. Disponível em:<http://polaris.bc.unicamp.br/seer/fef/
include/getdoc.php?id=152&article=60&mode=pdf>. Acesso em: 20 jul. 2011.
RIBAS, João Francisco Magno. Praxiologia Motriz: construção de um novo olhar dos jogos e
esportes na escola. Motriz, Rio Claro, v. 11 n. 2 p. 113-120, mai./ago. 2005. Disponível em:
<http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/11n2/10MRJ.pdf>. Acesso em: 20 jul. 2011.