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Ano 1 • Número 5 • 2013

Trocadores
de calor
Os diferentes tipos e um guia para
auxiliar nas especificações técnicas
Entrevista
Ildo Sauer, diretor
Válvulas manuais Materiais do IEE/USP, relata
Entenda os diferentes Nesta edição, saiba os problemas ligados
tipos, seu detalhamento, como essa disciplina aos modelos de
acessórios e aspectos de atua nos projetos. (pág.36) exploração da energia
sua operação. (pág.10) no país. [pag.44]
2 | engeworld | maio 2013
editorial

O EPCista bem informado


Ano 1 • Número 5 • 2013

O
rganizamos esta edição baseados
em uma pluralidade de informa-
Trocadores
ções que poderá auxiliar EPCistsas de calor
a otimizarem o desenvolvimento de os diferenTes Tipos e um guia para
auxiliar nas especificações Técnicas
enTreVisTa
Ildo Sauer, diretor

suas áreas e projetos. Assim sendo,


VálVulas manuais maTeriais do IEE/USP, relata
Entenda os diferentes Nesta edição, saiba os problemas ligados
tipos, seu detalhamento, como essa disciplina aos modelos de
acessórios e aspectos de atua nos projetos. (pág.36) exploração da energia
sua operação. (pág.10) no país. [pag.44]

a revista deste mês traz um exten-


so artigo sobre os tipos de trocadores de calor mais A Revista Engeworld é uma
publicação mensal e dirigida
utilizados atualmente, incluindo suas especificações,
aos profissionais de projetos
o projeto do casco e seus arranjos. O artigo contém da engenharia brasileira
também um guia para auxiliar na seleção dos troca- Publisher
dores de calor mais adequados a determinadas apli- Sandra L. Wajchman
cações. Um outro artigo sobre válvulas manuais de- engeworld@engeworld.com.br
talha as construções e os acessórios deste item, além Editora e Jornalista
dos aspectos de seu funcionamento. Responsável
Gabriela Alves (MTB 32.180/SP)
A revista traz ainda um texto técnico sobre a aplicação, as características e o manuseio gabriela@engeworld.com.br
do concreto flexível, mostrando a relação custo/benefício que pode ser obtida com o Reportagem
emprego do material. Gabriela Alves
Colunistas
A sequência da série de matérias iniciada no começo deste ano para o detalhamento Cynthia Chazin Morgensztern,
de todas as etapas de implantação de projetos de grande porte aborda as atividades liga- Sérgio Roberto Ribeiro
das à área de materiais, uma vez que ela aparece ora incorporada a algumas disciplinas de Souza e
correspondentes, ora como uma disciplina com gerência independente, dependendo Daniela Atienza Guimarães
da estruturação das empresas. Gerente Comercial
Alex Martin
Na entrevista deste mês, Ildo Sauer, ex-diretor executivo da Petrobras e atual diretor do Telefone: (11) 5539-1727
Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (IEE/USP), explica como Celular: (11) 99242-1491
os atuais modelos de exploração da energia se estabeleceram ao longo dos últimos séculos e alex@engeworld.com.br
aponta os problemas existentes no planejamento energético do país, que, apesar de possuir Fernando Polastro
Telefone/Fax: (11) 5081-6681
uma grande riqueza em fontes de energia natural, sofre a ameaça constante dos chamados
Celular: (11) 99525-6665
apagões e “apaguinhos”. fernando@engeworld.com.br
Para Sauer, o país possui recursos e capacidade tecnológica para a geração de com- Fernando Siqueira
bustíveis e de energia elétrica a partir de fontes alternativas, mas não faz uso dos instru- Telefone/Fax: (11) 5084-0965
mentos que possam realizar de fato uma mudança na organização das áreas de petróleo Celular: (11) 9 9292-2554
fernando.siqueira@
e gás e do setor elétrico. O diretor do IEE/USP defende: “É preciso nos organizar, de- engeworld.com.br
finir os papéis, reparti-los entre todos os setores, públicos e privados, para cumprir a ta- Direção de Arte
refa necessária. Do contrário, a sociedade brasileira enfrentará dificuldades crescentes”. Estúdio LIA / Vitor Gomes
Boa leitura! Engeworld
Rua Tamoios, 302 - cj 01
Jd. Aeroporto / São Paulo - SP
Sandra L. Wajchman CEP: 04630-000
Publisher www.engeworld.com.br

engeworld | maio 2013 | 3


carta do leitor

Gostaria de parabenizar Gostaria parabenizá-los Mais uma ferramenta de


o trabalho de vocês, que pelo excelente e singular trabalho para o nosso dia
para nós engenheiros que trabalho que vocês realizam. a dia. Os assuntos são
estamos especificando os Sou recém formada em tratados com objetividade e
equipamentos é muito engenharia mecânica e domínio técnico.
importante. sinto uma escassez de bons A Engenharia do Brasil
veículos que vinculem agradece. A revista trata
Marcelo Kawakami
Engenheiro Mecânico notícias relacionadas ao muito bem, assuntos
Promon Engenharia – Projeto mundo da engenharia. relacionados a todas
Vanádio de Maracás as disciplinas. Essa
Patrícia Godoy Vicente
Engenheira Mecânica interatividade é fundamental
para o sucesso de qualquer
projeto.Parabéns pela
iniciativa e pela qualidade
Excelente a nova Revista É muito bom poder ter do trabalho.Desejo muito
Engeworld. As empresas uma janela de visualização sucesso a toda equipe!
de engenharia estavam do mercado brasileiro Diego Cunha
carente de literatura com para os engenheiros Engenheiro de Instrumentação
Consórcio Construcap
uma linguagem simples tupiniquins que vivem em Estrutural - Projectus
e direta. terras estrangeiras e ainda
Realmente muito boa !! mais feito através de um
PARABÉNS !!! fácil acesso e com uma
André Valério linguagem voltada para o Gostaria de parabenizar a
Engenheiro Mecânico - D&I nosso setor de Engenharia revista! É uma revista de
Consórcio – SPS – TECAB/ de Projetos para a Industria conteúdo técnico, porém
Cabiúnas – Petrobras expõe de forma objetiva e
de Óleo & Gás e Mineração
Jamim Santos ilustrativa.
Engenheiro Mecânico / PDG Paula Yamaoka Sanches
Chile, ficando Hatch - Chile Engenheira de Controle de Projetos
CNEC WorleyParsons

Caro Leitor, a Revista Engeworld tem o enorme prazer em escutá-lo. Para o envio de críticas,
sugestões ou elogios, entre em nosso site www.engeworld.com.br e faça o seu contato.
Índice

06 notícias
10 TUBULAÇÃO - ARTIGO
Válvulas manuais:
tipos e características
36 MATERIAIS
Disciplina ou setor de
um projeto?

38 COLUNA QUALIDADE
16 MeCÂNICA - ARTIGO
Trocadores de calor
Controle estatístico de
processos: alguém se habilita?

40 COLUNA SEGURANÇA
Hazard and Operability
Studies (HAZOP)

28 CIVIL – ARTIGO
O que é concreto flexível? 42 Coluna RH
Quebra de paradigmas: como
os Recursos Humanos podem
trabalhar esse tema?

30 SOLDAGEM
Soldagem TIG
44 ENTREVISTA
O “planejamento”
energético brasileiro

50 INFOGRÁFICO
32 MATERIAIS - ARTIGO
Corrosão em estruturas metálicas
NR-13 - Caldeiras e Vasos
de pressão

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notícias

Assinado contrato o fornecimento de materiais. O serviço de


para construção de instalação e integração dos módulos nos
módulos da P-74 e P-76 cascos terá 65% de conteúdo local.
No mês passado a Petrobras assinou dois O prazo contratual total é de 42 meses.
contratos para a construção de módulos de A produção do primeiro óleo da P-74
plantas de produção e processamento de está prevista para o segundo semestre de
óleo e gás e integração desses módulos nos 2016, e a da P-76, para o segundo semestre
cascos das unidades dos sistemas flutuantes de 2017. O FPSO P-74 será a primeira
de produção, ou FPSO, P-74 e P-76, plataforma concluída para a exploração do
destinados aos campos da Cessão Onerosa, pré-sal nos campos da Cessão Onerosa,
no pré-sal da Bacia de Santos. e a P-76, a terceira. Cada plataforma terá
Os contratos preveem índice de conteúdo capacidade de produzir até 150 mil barris/
local de 65% nos serviços de construção de dia e comprimir 7 milhões m3 de gás
montagem dos módulos, 65% nos serviços natural/dia. A P-74 deverá operar nos
de engenharia de detalhamento, 65% nos campos de Franco 1, e a P-76 nos campos
serviços de gerenciamento e de 71% para de Franco Sul, na Bacia de Santos.

Capacidade de geração nova energia disponibilizada no país,


de energia eólica nos o melhor resultado já registrado para
EUA chega a 60 GW o setor. O relatório aponta que, nos
O setor eólico nos Estados Unidos encer- EUA, 550 fábricas contribuem com 80
rou o ano de 2012 com crescimento de mil empregos diretos na prestação de
28%, ultrapassando a marca de 60 GW serviços para o setor eólico.
de capacidade total de geração de energia, Ainda segundo o relatório, mais de 6.700
a maior do mundo depois da China. turbinas eólicas foram construídas nos
De acordo com o relatório anual da EUA em 2012, o suficiente para abastecer
Associação Americana de Energia 3,5 milhões de residências. Com isso, o
Eólica (AWEA), as novas fontes país passou a contar com 45.100 turbinas
eólicas representaram 42% de toda a para atender 15,2 milhões de residências.

Três novos parques


eólicos foram
inaugurados na BA
A Chesf e a Brennand Energia inau-
guraram três novos parques eólicos na
Bahia, no município de Sento Sé, no alto
sertão. Com 40 aerogeradores, os parques
Pedra Branca, São Pedro do Lago e Sete
Gameleiras têm capacidade para gerar
90 MW. Segundo a Chesf, a energia dos
parques está sendo escoada por meio de
uma subestação coletora de 34,5/230 kV,
uma linha de transmissão de 230 kV e 58
km de extensão, e por meio da conexão na
subestação de Sobradinho de 230/500 kV.

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Petrobras e Senai/
Firjan fecharam
convênio para o
desenvolvimento de
simuladores virtuais
A Petrobras e o Senai/Firjan
assinaram um convênio para o
desenvolvimento de simuladores
e ambientes virtuais. Serão
produzidos 14 novos simuladores
de operações a serem utilizados Os simuladores serão instalados no
para capacitação de profissionais da Núcleo de Treinamento Offshore
indústria de óleo e gás nos próximos Nelson Stavale Malheiro, em Benfica,
cinco anos. O investimento de no Rio de Janeiro, onde já existem
R$ 83,6 milhões é proveniente da outros três simuladores. Os novos
aplicação de recursos associados simuladores buscam acelerar a curva de
aos investimentos obrigatórios em aprendizado das equipes de operação,
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de modo a atender à demanda de
e em treinamento num montante de capacitação decorrente das novas
1% do faturamento dos campos que unidades da Petrobras que entrarão em
pagam participação especial. operação até 2020.

Novas petrolíferas tempo em que a Petrobras diminuiu a menor do que o registrado em 2011.
respondem por 20% das exportação diária de barris. A partici- O montante embarcado pelas estran-
exportações brasileiras pação estrangeira nas exportações deve geiras, por outro lado, aumentou 38%,
As empresas petroleiras estrangeiras seguir aumentando nos próximos anos. considerando as maiores exportado-
respondem por pelo menos 20% das De acordo com os números contabi- ras do setor.
exportações brasileiras de petróleo. lizados pelo ministério, a Shell foi a O aumento da demanda interna por
No ano passado, na comparação empresa que mais exportou em 2012: combustíveis fez a Petrobras utilizar
com 2011, o conjunto dessas com- US$ 1,4 bilhão, valor 34% maior do mais petróleo bruto para refino, enfra-
panhias aumentou em cinco pontos que no ano anterior. Contudo, quatro quecendo as exportações. Ao mesmo
percentuais sua participação no total empresas no mínimo triplicaram as tempo, a produção de barris de petró-
exportado de óleo bruto pelo Brasil e vendas ao exterior em 2012: Statoil leo da estatal passa por um período de
trouxe US$ 5,5 bilhões para a balança (US$ 1,2 bilhão), Sinochem (US$ estagnação. Por meio da assessoria de
comercial do país. Com a nacional 808 milhões), BG Brasil (US$ 667 imprensa, a empresa informou que a
OGX, a exportação das companhias milhões) e GE Oil (US$ 292 milhões). perspectiva deste ano é de “produção
privadas alcançou US$ 5,7 bilhões, Mesmo com o aumento, a Petrobras diária de 2 milhões de barris por dia,
considerando a lista de maiores segue sendo a principal exportadora com variação de até 2% para cima ou
exportadores do país elaborada pelo do país. Dos US$ 27,8 bilhões gerados para baixo”. Ano passado, por exemplo,
Ministério do Desenvolvimento, In- pelas exportações de companhias a empresa produziu 2% a menos de
dústria e Comércio Exterior (MDIC). petrolíferas no ano passado, US$ 22,1 barris de petróleo bruto e aumentou o
Esse resultado é creditado ao aumento bilhões foram para o caixa da estatal volume de refino em 4,5%, tomando
da produção de petróleo bruto por (sem considerar as vendas da Petrobras parte do produto cru antes utilizado
parte das estrangeiras, ao mesmo Distribuidora). O valor foi 3,5% para exportação.

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engeworld | maio 2013 | 9
Tubulação artigo

Válvulas manuais:
tipos e características
indústria, pois sua utilidade é primordial A válvula do tipo globo é aplicada prin-
em diversas situações e em diferentes eta- cipalmente nas indústrias química, petro-
pas em inúmeros processos industriais. química, de geração de energia, óleo e gás,
criogenia, siderúrgicas e metalúrgicas. Ela é
Tipos de válvulas manuais ideal para gases, vapores, água quente, flui-
As válvulas manuais são classificadas dos térmicos em geral, óleos térmicos, óleos
em vários tipos, segundo o desenho do combustíveis e também aquecidos, fluidos
corpo e os movimentos do obturador e de resfriamento, amônia, água de processo,
da haste. Neste artigo, serão destacadas as vácuo e fluidos corrosivos diversos.
seis principais válvulas manuais aplicadas Ao mesmo tempo em que ela é a mais
em processos, são elas: globo, borboleta, utilizada de uma maneira geral, é a que
esfera, guilhotina, gaveta e macho. possui a maior diversidade de materiais
de construção, fabricantes, tipos especiais,
Válvulas do tipo globo opções e variações.
As válvulas do tipo globo são as mais De acordo com cada aplicação, ela terá
Rogério Dias Gimenes utilizadas e possuem corpo e internos, um modelo específico para sua função,
Técnico em Instrumentação Industrial. castelo e acionador do tipo volante. O por isso, é sempre importante verificar
Atualmente, cursa o último semestre
de Engenharia Elétrica e trabalha
deslocamento de sua haste é linear e é todas as características do fluido, sua pres-
como docente no Senai-SP na área de provocado pela manipulação do volante,

N
Instrumentação Industrial. que é proporcional à abertura da mesma.
os processos industriais, As válvulas do tipo globo são indicadas
as válvulas manuais per- para operar diversos tipos de fluidos nas
mitem o bloqueio total mais diferentes condições de processo, o
ou a passagem de fluidos que faz com que a resistência e robustez
para tubulações auxi- mecânica dos seus itens varie, principal-
liares, bypasses, tubulações de descarte, mente dos flanges, corpo, castelo e inter-
tubulações de descarga em tanques auxi- nos como, por exemplo, em linhas de va-
liares de processo ou mesmo em reatores por numa temperatura média de 300ºC e
de processo, de acordo com a posição do pressão em torno de 40 bar.
obturador, que geralmente é manipulado Dependendo da propriedade corrosiva
para bloqueio total ou passagem total do do fluido utilizado como, por exemplo,
fluido. Elas também são largamente utiliza- ácido cloroacético, todos os itens de cons-
das para a operação manual das plantas em trução da válvula devem ser fabricados
situações de emergência e falta de energia. em materiais especiais. As partes metáli-
De modo geral elas continuam a ser em- cas devem ser feitas de titânio, e as partes
pregadas em larga escala em todo o tipo de plásticas, de teflon (PTFE).

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são e temperatura de operação, densidade, também pode ser fabricada com corpo
viscosidade, porcentagem de sólidos em revestido internamente com diversas op-
suspensão etc. ções de material, incluindo teflon e neopre-
O custo/benefício é outro item que ne, assentos tipo composto, metal-elastô- O deslocamento de
deve ser observado, pois, de acordo com mero ou assento tipo metal-metal e outros. sua haste e obturador
cada aplicação, o custo das válvulas do Essa válvula é aplicada principalmente
mesmo tipo e dimensões pode variar nas indústrias farmacêutica, alimentícia, de
por consequência
devido aos materiais empregados na sua bebidas, têxtil, química, petroquímica, de é rotativo, sendo
fabricação e também de acordo com sua geração de energia, saneamento (tratamen- provocado geralmente
classe de pressão e temperatura. to de água, esgoto e efluentes industriais),
fertilizantes, siderúrgicas, usinas de açúcar e por uma alavanca.
Válvulas do álcool etc. Esse tipo de válvula também pode
provocado geralmente por uma alavanca.
tipo borboleta ser utilizado na área de utilidades prediais e
A válvula do tipo esfera possui constru-
Basicamente as válvulas do tipo borbo- agricultura como ar-condicionado, linhas de
ção variada quanto aos seus materiais. Seu
leta consistem em corpo tipo anel circular, incêndio e irrigação.
obturador (do tipo esfera) geralmente é fa-
sendo que em seu interior existe um disco Ela é indicada para água de processo,
bricado em aço inoxidável, seu corpo pode
entre dois mancais, que faz a função de obtu- água desmineralizada, água potável, lác-
ser produzido a partir de materiais como
rador. A sede da válvula borboleta é a própria teos, óleos alimentícios, sucos, ácidos, an-
bronze ou PVC. Ela é ideal para fluidos
parede interna do corpo. O desenho mais tioxidantes, aminas, álcool etílico e anidro,
químicos e corrosivos, fluidos pastosos,
comum do seu corpo é o tipo wafer, o qual é cerveja, mel, refrigerantes, garapa, azeites,
glicerina, fermentados, tinturas, esmaltes, viscosos, fibrosos e sujos.
fixado à tubulação entre flanges. O desloca- Essa válvula é aplicada principalmente
mento da haste é rotativo e provocado pela solventes, aromáticos, efluentes de todos os
tipos, entre outros. nas indústrias de papel e celulose, química,
manipulação de uma alavanca. petroquímica, óleo e gás, saneamento (tra-
A válvula do tipo borboleta possui Apesar de a válvula borboleta ser larga-
mente empregada nos mais distintos tipos tamento de água), fertilizantes, geração de
construções diversificadas e é feita de
de indústria, ela possui uma limitação que é energia, automobilística e irrigação.
materiais diferentes. Ela é fabricada em
em relação aos diâmetros inferiores a 2”, nos Muitas vezes, o alto custo de uma vál-
material standard, sem revestimento, mas
quais sua aplicação não é recomendada. vula esfera não permite sua aplicação em
Ela também pode ser fabricada com dife- processos mais simples, nos quais o fluido
rentes materiais, principalmente, suas partes a ser manipulado possui baixa viscosida-
molhadas, que são a parede interna do cor- de, é limpo, não corrosivo, atóxico e opera
po e o disco obturador que, dependendo dentro de pressões e temperaturas baixas.
do fluido, é fabricado em material especial O investimento em uma válvula do tipo
ou revestido como acontece com a parede esfera é pago quando ela é aplicada em flui-
interna do corpo. dos com características anormais como
pastas, vapores, fibras, lamas, gases corrosi-
Válvulas do tipo esfera vos e líquidos corrosivos, entre outros flui-
A válvula do tipo esfera é constituída por dos agressivos. Em situações de processo
um corpo, cujo interior aloja uma esfera brandas, o custo do seu investimento leva
oca que atua como obturador, permitindo bastante tempo para ser pago.
a passagem do fluxo de forma suave. Ela
possui assentos normalmente fabricados Válvulas do
em teflon, acoplados aos dois lados da es- tipo guilhotina
fera. O deslocamento de sua haste e obtu- A válvula do tipo guilhotina possui
rador por consequência é rotativo, sendo uma construção bastante simples, e é

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formada basicamente por corpo, haste, neração, química, de geração de energia,
obturador e volante. saneamento e usinas de açúcar e álcool.
Essa válvula foi originalmente proje- O deslocamento de sua haste é linear e
tada para a indústria de papel e celulose, acionado por um volante ou alavanca.
embora hoje em dia sua aplicação tenha As válvulas do tipo guilhotina po-
atingido outras indústrias como a de mi- dem atender aos mais diferentes pro-
cessos devido às diversas opções de
materiais usados em sua construção
e algumas inovações tecnológicas na
sua concepção.
Ela é aplicada principalmente nas in- todos os tipos, óleo contaminado, alguns
dústrias de papel e celulose, mineração, tipos de ácidos e líquidos com alta por-
saneamento (tratamento de água, esgoto centagem de sólidos em suspensão.
e efluentes), química, fertilizantes, ração A válvula do tipo guilhotina é tam-
animal, aglomerados, cimento e deriva- bém a mais utilizada em silos verticais
dos, geração de energia, usinas de açúcar de armazenagem de sólidos e granu-
e álcool, óleo e gás e petroquímica. lados, encontrados nas indústrias de
Essa válvula é indicada para polpa de fertilizantes, cimento e derivados, quí-
celulose, aparas, polpa de minério, água mica, ração animal, aglomerados e em
de processo, álcool anidro, efluentes de usinas de açúcar e álcool.

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Válvula do tipo gaveta Válvulas do tipo macho
As válvulas do tipo gaveta possuem corpo A válvula do tipo macho é constituída por
e internos, castelo e acionador do tipo vo- um corpo e seus internos, anel de reajusta-
lante. O deslocamento de sua haste é linear, gem, tampa com batentes e acionador tipo
acionado por um volante. alavanca. Ela possui deslocamento rotativo
As válvulas do tipo gaveta são, de cer- e seu interior aloja um obturador do tipo
ta forma, uma boa solução para muitos plugue cônico vazado, que depende de um
processos. Elas geralmente possuem torque de giro reduzido e garante o ajuste da
construções robustas e podem ser fabri- vedação em linha, permitindo a passagem
cadas em materiais distintos conforme do fluido transversalmente sem gerar perdas
as características do fluido. de carga e possibilitando a mesma vazão a
Ela é aplicada principalmente nas indús- montante e a jusante da válvula.
trias de saneamento (tratamento de água, es- Ela possui diversos tipos de construção, geração de energia, mineração e criogenia.
goto e efluentes), química, fertilizantes, ração acessórios e inúmeras vantagens, tais como Atende a classes de pressão de até 900 # e
animal, cimento e derivados, petroquímicas, corpo monobloco, ausência de espaço mor- a temperaturas em torno de 300ºC.
siderúrgicas, metalúrgicas e irrigação. to, é livre de manutenção, auto-lubrificada,
Ela é indicada para água quente, água tem 100% de estanqueidade e permite a fácil Considerações finais
de processo, efluentes de todos os tipos, montagem de atuadores pneumáticos. As válvulas manuais mencionadas nes-
condensados, fluidos térmicos, fluidos de Ideal para vácuo, sistemas de combate te artigo são as principais e mais utilizadas
resfriamento, fluidos químicos bifásicos, a incêndio, gases, vapores, condensados, dentro da indústria de um modo geral.
alguns tipos de polpa de minério, fluidos fluidos pastosos em alta temperatura, apli- Existem muitos outros tipos de válvulas
com porcentagem baixa de sólidos em sus- cações nas quais a válvula precisa possuir manuais, que também são utilizadas na in-
pensão, oleum etc. camisa de aquecimento, fluidos químicos, dústria, porém, em menor escala. Essas ou-
Ela possui um ótimo custo/benefício, se corrosivos, viscosos, fibrosos, sujos com tras válvulas manuais são empregadas em
especificada corretamente para aplicações sólidos em suspensão, petróleo bruto, flui- aplicações residenciais, hospitalares, cientí-
industriais em que é aplicada. dos multifásicos etc. ficas, navais, aeronáuticas etc. Muitas delas
Ela é aplicada principalmente nas indús- tornaram-se tradicionais em algumas apli-
trias de papel e celulose, química, petroquí- cações fora do ambiente industrial, uma
mica, alimentícia, utilidades, óleo e gás, sane- vez que são aproveitadas e adaptadas para
amento (tratamento de água), fertilizantes, uso específico em outros ambientes.

Referências
[1] SENAI. Dispositivos de Medição e Controle II / Válvulas de
Controle. Senai: Santos, 1990
[2] SENAI. Elementos Finais de Controle. Senai: Santos, 1999.
[3] MARKS. Manual del Ingeniero Mecânico, s/d.

[1] BRAY CONTROLS; AZ ARMATUREN; FLOWSERVE. Catálogos e


manuais técnicos de válvulas diversas, s/d.
[1] GIMENES. R. D. Válvulas de Controle. In: Revista Mecatrônica
Atual, 23, agosto/setembro de 2005, Editora Saber.

14 | engeworld | março 2013


engeworld | maio 2013 | 15
MECÂNICA artigo

TROCADORES DE CALOR
Especificação dos trocadores de calor

Por Fabio Alessio Romano Dionisi


Diretor de Engenharia da DuPont

O
permutador de calor é um ções dos trocadores de calor vão desde os quanto aos tipos de fluxo, divididos em
equipamento no qual dois aparelhos domésticos até os equipamen- contracorrente, cruzado e paralelo.
fluidos com temperaturas tos industriais de grande porte.
diferentes trocam calor Por segurança e confiabilidade, o Trocador
através de uma interface TEMA e o ASME apresentam normas e contracorrente
geralmente metálica. Portanto, um fluido prescrições detalhadas para o projeto dos Esse tipo de trocador se beneficia de
cede calor, sob a forma de calor sensível popularmente chamados casco e tubos, sua superfície de transferência, pois re-
ou latente, para outro mais frio. As aplica- mas eles também podem ser classificados quer menor área para um dado serviço e

Designação Descrição do processo de operação

Condensador Realiza a total condensação de um determinado vapor (gases são incondensáveis).


Condensador parcial Realiza a condensação parcial de um determinado vapor.
Resfriador Faz o resfriamento de uma corrente de processo, por meio do uso de
água de resfriamento ou ar.
Resfriador de água gelada Faz o resfriamento de uma corrente de processo, pelo uso de água gelada
(por meio das torres de resfriamento) ou outro meio refrigerante.
Vaporizador Vaporizar ou evapora um líquido totalmente ou parcialmente, usando vapor
(steam) ou fluido térmico.
Refervedor Fornecer calor a uma coluna de destilação, pela vaporização parcial ou
total do produto de fundo da coluna.
Aquecedor Aquecer um determinado fluido pela adição de calor sensível ao mesmo.
Gerador de vapor /Caldeira Produz vapor de aquecimento (steam) pela queima de um combustível.
Caldeira de recuperação de calor Produz vapor de aquecimento (steam) pelo aproveitamento de uma
corrente de processo sob alta temperatura.
Trocador de calor Nome genérico dado a um equipamento de troca térmica, normalmente do
tipo feixe tubular.
Evaporador Trocador de calor usado para evaporar um determinado fluido tendo
em vista sua concentração.

16 | engeworld | maio 2013


atinge o máximo de recuperação de ca- reduz a possibilidade de obter alta efi-
lor. O limite de temperatura que o fluido ciência e introduz a formação de zonas
frio pode atingir é a temperatura de en- frias, nas quais pode ocorrer condensa-
trada do fluido quente, que, para o fluido ção de vapores e, consequentemente, O limite de tempe-
quente, é a temperatura de entrada do
fluido frio. Por essa característica, ele ten-
corrosão. Portanto, é menos eficiente
que o contracorrente, mas assim como
ratura que o fluido
de a ser escolhido por razões econômi- este, o trocador de fluxo cruzado é de frio pode atingir é
cas. Dependendo do caso, a temperatura
final do fluido frio pode ser maior que a
passe simples (tanto para o lado do
casco quanto para o lado dos tubos), e
a temperatura de
temperatura final do fluido quente. é tipicamente usado no interior de du- entrada do fluido
tos para recuperar o calor contido nos quente, que, para o
Trocador de gases de combustão.
fluxo cruzado fluido quente, é a
Seu design de entrada e saída eco- Trocadores de temperatura de en-
nomiza espaço, o que é importante fluxo paralelo
em áreas de processo congestionadas. Os fluidos quente e frio fluem na trada do fluido frio.
A maneira como os fluxos se cruzam mesma direção, ou seja, ambos

engeworld | maio 2013 | 17


• Reduzir o efeito de degradação devido às grandes DT (por isso, ele
térmica dos produtos durante a troca é muito utilizado como refervedor);
O rendimento dos térmica; por serem tubos retos, são fáceis de
• Para evitar que a troca térmica não remover e limpar; o AEL é mais fácil
trocadores de fluxo ultrapasse um dado limite. de ser fabricado do que qualquer ou-
paralelo é menor que tra unidade com múltiplos passos.
Os tipos de trocadores Dentre os tipos L, M e N, este último
o dos demais, uma costuma ser o mais barato, pois tem
1-Trocador feixe tubular (TEMA)
vez que a temperatura A publicação da Associação de Fa-
menos flanges, menos peças usinadas
e utiliza tubos em sua fabricação. Os
de saída do fluido frio bricantes de Trocadores Tubulares tipos AEL e NEN (ou CEN) são os
(TEMA) contém normas e prescri-
não pode exceder a ções detalhadas para o projeto deste
que apresentam acesso mais fácil do
lado dos tubos. O espelho duplo pode
temperatura de saída tipo de trocador, cobrindo também ser necessário para evitar vazamentos
os requisitos quanto à segurança dos
do fluido quente, mesmos. Eles são designados por le-
cruzados entre o tubo e o casco.
Suas limitações são impossibilidade
por isso, ele não é tras quanto ao tipo de casco, tubos de limpar mecanicamente o lado do
e espelhos utilizados. Por exemplo,
considerado quando tipos L, M, N (espelho fixo), tipo
casco; necessidade de realizar flushing
para fazer limpeza; o fato de a coloca-
se deseja apenas W (espelho flutuante), tipos P, S, T ção de baffles ser mais difícil do que
(cabeçote flutuante) etc. Os tubos
recuperar calor. geralmente são feitos de materiais
nos cascos de feixes removíveis; incre-
mento do custo quando o diferencial
distintos e mais nobres que os do de temperatura é significativo, devi-
entram e saem pelo mesmo lado. O casco. Quando a diferença de tem- do à necessidade de inserir juntas de
rendimento dos trocadores de fluxo peratura é grande entre os extremos, expansão no casco para compensar a
paralelo é menor que o dos demais, ocorre uma dilatação diferencial entre diferença de dilatação entre o casco e
uma vez que a temperatura de saída do o feixe tubular e o casco, que pode o feixe tubular; e o alto custo da mão
fluido frio não pode exceder a tempe- comprometer a integridade física do de obra empregada na usinagem das
ratura de saída do fluido quente, por equipamento. Para evitar esse tipo de peças necessárias à sua fabricação.
isso, ele não é considerado quando se problema, juntas de expansão podem
deseja apenas recuperar calor. ser instaladas no casco ou podem ser Trocador tubo “U”
Ele possui a vantagem de ser utiliza- usados trocadores com espelho flu- O tipo U tem a mais simples construção
do com objetivos específicos, como: tuante ou com cabeçote flutuante. mecânica entre os trocadores de calor de
• Evitar que a temperatura do metal
Feixe tubular fixo (L, M, N) feixe removível e, portanto, é o mais barato
do trocador de calor atinja o ponto de
Por ser o mais simples de todos, os entre eles. O feixe de tubos U está livre para
orvalho dos gases em esfriamento se
feixes tubulares têm baixo custo ini- se expandir no casco e não requer juntas de
houver a presença de vapores ácidos
cial. As vantagens de sua aplicação in- expansão para alívio por expansão térmica.
nos gases, uma vez que eles podem ser
cluem: reduzido perigo de vazamento, Outra vantagem é que ele pode ser usado
condensados e atacar o equipamento;
uma vez que todas as juntas do casco em serviços de alta pressão. Comparado a
• Evitar que a temperatura de uma
são eliminadas; diâmetro mínimo de outros trocadores do tipo feixe tubular, seu
das correntes (streams) ultrapasse um
casco (para uma dada área de troca número de juntas é reduzido, apresentan-
dado limite quando o processo de
e mesmo número de tubos); o BEM do menos vazamentos.
troca precisa ser mais “gentil” que o do
é muito usado para altas pressões no O tipo BU é muito usado como aque-
contracorrente;
lado do tubo e para altas dilatações cedor de tanques do tipo API. Os tipos

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sos de fluidos viscosos, para diminuição
da viscosidade, e sua construção mais
O trocador tubo – U comum é do tipo BEU.
tipo baioneta é uma Trocador feixe tubular –
boa solução para tampo flutuante
São os tipos P, S e T (W é feixe
os problemas de tubular flutuante), e os mais sofisti-
expansão térmica, cados dentre os cascos e tubos. Este
trocador tem tubos retos presos a es-
pois seus tubos estão pelhos localizados em cada uma de
suas extremidades. Um desses espe-
livres para expandir- lhos é livre para se mover, fornecendo
se ou contrair-se, além a expansão térmica requerida entre os
tubos e o casco.
do mais, seus tubos Eles são de fácil limpeza, pois per-
são removíveis. mitem acesso no lado do casco, po-
dem ter o feixe tubular removido e
baioneta e BU são usados como aquece- são muito usados como refervedor.
dores de tanques para sucção de bombas, O tipo BES, mais barato que o AES,
como, por exemplo, em sistemas de óleo é empregado em aplicações de altas
combustível, nos quais a viscosidade é pressões no lado do tubo, embora o
alta em temperatura ambiente e o fluido é fluido tenha de ser limpo devido ao
aquecido para escoar para a bomba. difícil acesso no lado dos tubos. Já o
Em geral, esse tipo de trocador só é tipo AES é o mais empregado entre
usado para serviços limpos, uma vez que esses trocadores por proporcionar
a limpeza da curva U é difícil de ser reali- acesso fácil aos tubos e ao casco.
zada por métodos mecânicos. Seus tubos O tipo P é mais caro por demandar
são de difícil substituição quando ava- peças usinadas e por ser mais pesado. O
riados, além do mais, os trocadores com tipo S é mais barato, pois o casco apre-
diâmetros muito grandes têm dificuldade senta diâmetro menor que os demais
para suportar os tubos. A colocação de desta classe. O tipo T possui um diâ-
baffles é difícil em comparação aos troca- metro de casco maior que o requerido
dores de feixe de tubos retos; eles apresen- pelo tipo S. No Tipo S a expansão dos
tam espaços mortos que reduzem a troca, e tubos deve ser maior que a do casco; já
fluidos com suspensão sólida podem gerar no tipo T, tanto faz.
problemas de erosão em suas curvas. Suas limitações incluem a identifica-
O trocador tubo – U tipo baioneta é ção frequente de zonas mortas e proble-
uma boa solução para os problemas de mas de vazamentos através das juntas.
expansão térmica, pois seus tubos estão Os trocadores do tipo BES normal-
livres para expandir-se ou contrair-se; mente são mais baratos que o BET com
além do mais, seus tubos são removí- bonnet, porém, são mais caros que o
veis, o que facilita sua manutenção e BET com flange cego na extremidade.
limpeza. Eles são utilizados para aque- Os tipos BES costumam ser mais bara-
cimento das sucções de bombas nos ca- tos que o AES e são usados para altas

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pressões no lado dos tubos, mas o acesso coeficientes de troca não são grandes,
aos tubos tende a ser mais complicado. embora as aletas possam melhorar essa
O tipo P costuma apresentar mais deficiência. Por outro lado, eles são fáceis
peças usinadas que os tipos S e T, mas de limpar e de esterilizar. (Figura 1) Os trocadores do tipo
também é mais pesado que os demais, BES normalmente
o que o torna mais caro. 3 -Trocador spiral-plate
Geralmente o fluido quente entra pelo são mais baratos que
2-Trocador duplo-tubo centro da unidade e segue de dentro para
De forma geral, o trocador duplo-tu- fora dele. O fluido frio entra perifericamen-
o BET com bonnet,
bo é o mais econômico e o mais flexível. te e flui em direção ao seu centro. Dessa porém, são mais caros
Sua operação e manutenção também forma, obtém-se um fluxo contracorrente.
são mais fáceis e ele pode ser facilmen- Esse tipo de trocador costuma ser utiliza-
que o BET com flange
te expandido ou reduzido por meio da do para lamas, devido aos altos coeficientes cego na extremidade.
incorporação ou retirada de elementos. globais de transferência, por causa da tur-
Suas aplicações mais comuns são bulência; para fluidos viscosos (µ > 100 material usado na sua construção é o mes-
em projetos com pressões de até cp); quando há cruzamento de temperatu- mo para os dois lados. (Figura 2)
15.000 psig; líquidos viscosos (µ> 100 ra, pois atinge o perfil contracorrente mas
cp); baixas vazões; baixas quantidades de modo mais econômico que o trocador 4-Trocador de placas
de troca de calor; áreas de troca entre casco e tubo; em locais em que o espaço é Este trocador é composto por uma
2 ≤ a ≤ 50 m2, sendo que sua área de limitado; quando os materiais são caríssi- série de placas colocadas paralelas entre
troca pode ser aumentada com o uso mos, uma vez que apresentam menor área si. Aplicações: no uso de materiais caros
de aletas, o que eleva também o coefi- (menos material) e são mecanicamente para construção, a combinação de alto
ciente global de troca térmica. mais simples que os casco e tubos. coeficiente de troca e baixo custo de fa-
No entanto, ele apresenta uso limita- Ele tem superfície máxima de troca tér- bricação, oferece resultados econômicos
do em unidades que requeiram grandes mica entre 140 e 150m²; sua pressão máxi- significativos sobre o casco e os tubos;
superfícies, eles também necessitam de ma de projeto é de 150 psig; e sua limpeza é este tipo não é fabricado em aço carbono;
grandes espaços para instalação e mate- limitada a jatos d’água, flush out ou limpeza uso para lamas devido aos altos coeficien-
riais que provocam incrustações não de- química. Danos por corrosão ocorridos tes, desde que se tenha certeza de que não
vem ser usados com duplo tubo aletado. nesse tipo de trocador não podem ser repa- ocorrerá plugueamento e nem erosão.
A principal desvantagem do duplo-tubo rados. Sua estrutura também não permite Esse tipo de trocador também permi-
é a pequena superfície de transferência a confecção de grandes unidades, daí, sua te que se obtenham cruzamentos dos
em cada forquilha, além do mais, seus limitação de área de troca ser de 150m², e o perfis de temperatura (característica do

Figura 1

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Figura 2

Esse tipo de trocador

500
também permite
Connection
que se obtenham
between
condenser and Seal leg cruzamentos dos
column top
flange
perfis de temperatura
fluido contracorrente). O fluxo contra- Por ser possível realizar a sua limpeza
(característica do
corrente é obtido de maneira mais eco- total, ele é muito usado nas indústrias fluido contracorrente).
nômica em comparação ao tipo casco e bioquímica e de alimentos. Ele tam-
tubo, sendo seu uso recomendado para a bém impossibilita a contaminação com números de Reynolds tão baixos
recuperação de calor. entre as duas correntes de fluidos, pois quanto dez, implicando uma diferen-
Por serem compactos, são usados os vazamentos ocorrem sempre para o ça básica de eficiência entre eles e os
quando existe limitação de espaço e meio externo (exceto em caso de fu- trocadores do tipo feixe tubular. Ele
sua área de troca pode ser facilmente ros nas placas); tem capacidade para também pode trabalhar com peque-
aumentada pela adição de mais placas. atingir um fluxo turbulento nos canais nas diferenças de temperatura

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Figura 3
do conjunto mecânico e seu assembling
pode ser complexo (linearidade, robustez,
alinhamento etc.). Algumas dessas limita-
ções já foram solucionadas com o uso de Usados em
trocadores de placas compactos totalmen-
te soldados, que, ainda assim, apresentam
aplicações de altas
possibilidade de limpeza. (Figura 3) pressões (7.500
5-Trocador espiral psi), em locais em
Usados em aplicações de altas pressões
(7.500 psi), em locais em que há limitação
que há limitação de
de espaço, para baixas vazões e para áreas espaço, para baixas
de trocas pequenas. Suas limitações in-
cluem área de troca máxima ≤ 25m² (po-
vazões e para áreas
dendo chegar a 50 m² em casos excepcio- de trocas pequenas.
nais); seus tubos não podem ser limpados
mecanicamente; e ele apresenta baixos
coeficientes de transferência. (Figura 4) de resfriamento disponível;
• temperatura do fluido, tanto na
6-Air cooler entrada quanto na saída;
A vantagem econômica de usar um • pressão de operação;
air-cooler depende dos seguintes fatores: • custo dos materiais de construção;
• quantidade e qualidade da • custos de manutenção e operação;
água disponível; • localização física e espaço disponível
• temperatura do ar para colocação do trocador.
ambiente, bem como da água Mesmo com pressões e temperaturas
(approach) entre a saída do fluido elevadas de operação, esses trocadores cos-
quente e a entrada do fluido frio, devi- Figura 4 tumam apresentar a forma mais simples
do à sua grande eficiência térmica. de construção. Eles eliminam problemas
Suas limitações dizem respeito à má- associados ao uso de água de resfriamento
xima pressão de projeto de 150 psig; em (corrosão, algas, tratamento, incrustação
geral, seu uso é limitado à máxima tempe- etc.); são excelentes para remover altas
ratura de operação de 150°C, embora já temperaturas, especialmente aquelas acima
seja possível especificá-la em 230ºC. Por de 90ºC; demandam menos manutenção
estarem em contato com os fluidos, as jun- que um feixe tubular; suas aletas podem ser
tas devem ser compatíveis com eles; não limpadas com ar comprimido; seus custos
apresentam vantagens econômicas quan- operacionais são menores; ele não apre-
do usados como vaporizadores ou con- senta problemas de vibração e tende a usar
densadores; em geral, a área de troca é limi- espaços menores que os demais.
tada a 350m²/unidade; por terem muitas Suas desvantagens incluem alta limi-
juntas, não são adequados para o manuseio tação quanto à temperatura de saída do
de materiais letais, tóxicos e inflamáveis; fluido de processo; aplicação para gases
áreas grandes demandam muito esforço limitada devido aos baixos coeficien-

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Figura 5
bem menor do que a do lado dos tu-
bos. Já o two-pass shell permite o cru-
zamento de temperatura.
O segmento completo
Split-flow e divided-flow
São usados em serviços em que o é utilizado para dividir
coeficiente de troca térmica do lado o trocador em duas
do casco não é controlador e deseja-
-se obter uma baixa perda de carga no sessões (fluxo dividido
lado do casco. Apesar de demandar com dois passes em
área de troca, por causa da troca de ca-
lor desejada, trocas com o coeficiente cada sessão, no lado
global de transferência reinante com a do casco).
metade do comprimento do tubo po-
dem ser obtidas. com corte na horizontal é usado para
1. Fan 4. Nozzle 7. Drive assembly
2. Fan ring 5. Header 8. Column suport
fase simples e baixa perda de carga; o
3. Plenum 6. Tube bundle 9. Inlet bell Chicanas (baffles) e placas de segmento duplo com corte na vertical
suporte para os tubos (Figura 6) é usado para duas fases (líquido-vapor
tes de troca; investimento menor; seu uso Os segmentos simples com corte ou líquido-sólido em suspensão) e bai-
junto a fluidos tóxicos, letais ou inflamáveis na horizontal são usados para fase xa perda de carga.
é perigoso; no caso de vazamentos, o fluido simples; os segmentos simples com O segmento completo é utilizado
escapa para a atmosfera; é inadequado para corte na vertical são usados para duas para dividir o trocador em duas sessões
serviços com vácuo, embora seja usado fases (líquido-vapor ou líquido-sóli- (fluxo dividido com dois passes em
nesse tipo de aplicação; tem limitações de- do em suspensão). cada sessão, no lado do casco). O seg-
vido à perda de carga; (Figura 5) O segmento duplo é usado para uma mento longitudinal é usado para confi-
Seu uso é compensado quando: baixa perda de carga; o segmento duplo gurar o passe duplo em um trocador

TQ,out – T air,in ≥ 15-30°C Figura 6

LMTD ≥ 40 a 50°C
Outros fatores a
serem considerados nos
trocadores tipo casco-tubo
Projeto do casco
Single-pass e two-pass shell
O single-pass é o mais comum, mas
seu uso é restrito às condições em que
não há cruzamento de temperatura.
O two-pass é usado para serviços nos
quais pode ocorrer cruzamento de
temperatura e nos quais há limitações
de espaço que excluem o uso de dois
ou mais cascos em série e, também,
quando a vazão no lado do casco é

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Arranjo dos tubos (tube pitch) retos, 1” para tubos em U, 5/8” para Figura 7
Tipo square: tem fácil limpeza mecâ- líquidos limpos para aqueles em que
nica, gera baixos DP, mas os coeficientes a limpeza química, se necessária, é Tube
Flow O.D Flow Tube
de troca são piores. possível e suficiente. O.D
Triangulares: tem perdas mais altas • Comprimento: quanto mais longo
Pitch
de carga, coeficientes de troca melho- o tubo, mais barato é uma dada
L
res, se o fluido for sujo, apresenta ne- superfície. Seis metros ou 20 ft são
considerados o comprimento máxi-

Pit
cessidade de limpeza química, não per- ch
L

ch
Pitch
mite limpeza mecânica, comporta mais mo para os tubos quando a limpeza Pit
In-Line Squere Pitch Diamond Square Pitch
tubos para um dado Ø de casco do que mecânica é requerida.
o tipo square. (Figura 7) • Arranjo: a forma triangular é a
que melhor favorece os coeficientes de Tube Flow
O.D Flow Tube
O.D
Tubos

Pitc
troca no lado do casco e fornece maior

h
• Diâmetro: eficiência térmica e con- área de troca para um dado diâmetro, Pitch
siderações econômicas requerem o entretanto, a forma quadrada que deve L
menor diâmetro possível. O objetivo ser usada quando se requer limpe-
é maximizar a relação área de troca/ Pitch L h
za mecânica. Esta última também Pitc
diâmetro de trocador. Entretanto, Triangular Pitch In-line Triangular Pitch
apresenta DP menor, contudo, seus Apex Vertical (Apex Horizontal)
seu limite prático é o requerimento coeficientes de película são menores. L= Ligement
de limpeza mecânica: ¾” para tubos

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resulta em um design mais barato, uma
Dimensões padrões para tubos: vez que a turbulência ocorre no lado
do casco com Re menores que aqueles O tipo placas-espiral
(D.E.): ½”; ¾”; 1”; 1 ¼”; 1 ½” requeridos no lado dos tubos.
BWG’s: 8; 9; 10; 11; 12; 13; 14; 15; • Corrosão: são usados menos materiais é usado para baixas
16; 17; 18 nobres quando o fluido corrosivo é
colocado do lado dos tubos.
vazões de fluidos
Localização do fluido
• Viscosidade: maiores taxas de trans- • Incrustação (fouling): a colocação do muito viscosos com
fluido que provoca incrustações no lado
ferência são conseguidas colocando o
fluido viscoso no lado do casco, uma vez dos tubos minimiza este problema, pois altos ranges de
que a turbulência ocorre deste lado com a maior velocidade tende a reduzi-lo. temperatura.
Re menores que aqueles requeridos no Tubos retos são fisicamente mais fáceis
lado dos tubos. de serem limpos mecanicamente. A
pelos tubos.
• Fluidos letais, inflamáveis ou limpeza química pode ser mais bem
• Pressão: o posicionamento do fluxo
tóxicos: em geral, o fluido tóxico é realizada do lado dos tubos (no lado do
de alta pressão no lado dos tubos requer
colocado no lado dos tubos para casco ocorre by-passing).
menos componentes para alta pressão.
minimizar os vazamentos externos • Temperatura: para altas temperaturas
Perda de carga: obtêm-se maiores
(para o meio ambiente). são aplicadas as mesmas indicações
coeficientes de troca no lado dos tubos,
• Vazão: a colocação do fluido de menor usadas para os materiais nobres, pois é
pois pode-se usar uma velocidade maior
vazão no lado do casco geralmente mais barato que o fluido quente passe
uma vez que (Leq) tubo < (Leq) casco.

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Condições de projeto menos de 50m²;
Design pressure (Pd) • é usado o tipo serpentina para áreas
Em geral, usa-se o maior valor entre inferiores a 2m².
os critérios: Pd = 1,10 x P operação,
máx e Pd = P operação, max + 25 psig. Quanto à pressão, têm-se as
Se houver a possibilidade de ocorrer seguintes considerações:
vácuo, o trocador também deve ser es- •acima de 150 psig: os tipos placa
pecificado para full vacuum. espiralada e o de placas ficam prati-
camente excluídos, devido ao perigo
Design temperature (Td) de vazamentos. Nestes casos, é quase
São usados os valores: Td = T opera- mandatório o uso do feixe tubular,
ção, máx +30°F e Td = T operação, mín principalmente por segurança;
– 30°F (para baixas temperaturas). • na presença de vácuo os mais
indicados são os feixes tubulares ou
Guia de seleção duplo tubos.
Obviamente, a abordagem sobre a • entre 10 e 400 Kgf/cm²g: feixe
escolha do tipo mais adequado de tro- tubular ou duplo tubo;
cador é genérica. De forma geral, dois • acima de 400 Kgf/cm²g: duplo tubo.
fluidos estão envolvidos nessa escolha. Ao considerar integridade mecânica,
Ambos podem ser de processo, mas faixas de pressão e temperatura, versati-
quando somente um deles é de proces- lidade em serviço, o feixe tubular costu-
so, o outro tende a ser de vapor (steam), ma ser a melhor escolha.
fluido térmico para aquecimento (do- Na especificação do equipamento
wtherm), água para resfriamento (coo- mais adequado, é importante respon-
ling water), água gelada (chilled water) der às seguintes questões:
ou ar para resfriamento. • qual será a consequência da falha
Um fator dominante costuma ditar do equipamento?
o tipo de trocador a ser utilizado. Por • qual o espaço disponível?
exemplo, nas indústrias bioquímicas, far- • é permitido ter vazamentos?
macêuticas e de alimentos, as demandas • poderá haver corrosão?
por limpezas são constantes, então, é uti- • haverá abrasão?
lizado o tipo de trocador de placas, que • qual será a necessidade de manu-
pode ser totalmente desmontado. tenção do equipamento?
O tipo placas-espiral é usado para • o equipamento deve ser calculado
baixas vazões de fluidos muito visco- como sendo um vaso de pressão?
sos com altos ranges de temperatura. • se houver contaminação, ela
Considerando a superfície de tro- será prejudicial?
ca, tem-se que: • o que poderá acontecer se um fluido
• o trocador tipo feixe tubular entrar em contato com o outro?
costuma ser o mais econômico para • qual o tipo de serviço a ser realizado?
superfícies com de 50m²; • quais as condições de partida,
• os trocadores do tipo duplo-tubo operação e parada da planta?
e serpentina costumam ter menores • haverá dilatação térmica elevada?
custos associados quando usados em • quais os dados de pressão, tempe-
superfícies com ratura, viscosidade etc.?

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civil artigo

O que é concreto flexível?

Luciana Luigia T. Napolitano


Engenheira civil, coordenadora de projetos e sócia proprietária
da STEC Engenharia e Consultoria.

C
om os desafios cada vez
maiores para obtenção
de menores custos e
prazos de execução de
obras civis de infraes-
trutura, surgiu no mercado uma opção
bastante singular: o concreto flexível, ou
Concrete Clouth (CC). O nome “con-
creto flexível” sugere de imediato, con-
tradições nos conceitos sobre concreto,
considerado material rígido com grande
capacidade para resistir a esforços de
compressão. Mas é exatamente nessa
Proteção de encostas
contradição de conceitos que as melho-
res características são aproveitadas para o
uso adequado desse material. Esse material de rápida aplicação e, Os CC são fornecidos em rolos paletiza-
portanto, com relação custo/benefício dos embalados individualmente, e podem
Concrete Clouth bastante significativa quando comparada ser usados em valas para escoamento de
O Concrete Clouth foi desenvolvido ao concreto tradicional, tem diversas apli- água; estabilização de encostas férrea, auto-
por uma empresa britânica a partir de cações comprovadas internacionalmente. estradas, áreas de risco; forração de diques
uma tecnologia que utiliza um com- Uma das faces do concreto tem revesti- e aquedutos; proteção contra erosão em
posto químico único e inovador que mento em PVC que lhe confere uma su- praias; controle de avanço de flora/mato;
permite uma utilização do concreto de perfície lisa e impermeável. A outra face do contenção de vazamentos e enchentes; es-
forma diferenciada. concreto foi projetada para ser uma superfí- tabilização de trincheiras e fossos; escadas
O concreto flexível é composto por uma cie permeável, onde se executa a hidratação. hidráulicas; canaletas de drenagem; canais
mistura seca de concreto, acondicionado Ele pode ser encontrado no mercado de drenagem; proteção de valas; proteção
em um tecido tridimensional tramado brasileiro em três espessuras comerciais: de encostas; proteção de taludes; conten-
com matriz de fibras de polipropileno que CC5 = 5 mm; ções de encostas ferroviárias.
ao ser hidratado, endurece, formando uma CC8 = 8 mm; Para a correta aplicação desse produ-
camada de concreto resistente e durável. CC13 = 13 mm. to, basta preparar a base de assentamen-

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to, desenrolar o material no local de zação confere aumento na segurança
aplicação, fixá-lo por meio de grampos dos trabalhadores e moradores de lo-
de ferro, parafusos ou rebites e proceder cais com alto risco de acidentes. Ele
O Concrete Clouth foi com a hidratação. também pode ser aplicado sob chu-
desenvolvido por uma vas intensas e permite a instalação em
Reparos emergenciais locais de difícil acesso.
empresa britânica Em 24 horas o concreto atinge 80% O concreto flexível é à prova de fogo
a partir de uma da cura e em 48 horas está pronto (Euroclass B), durável, e sua resistência
para ser utilizado, sendo que ele pode é similar à do basalto, sendo que sua du-
tecnologia que utiliza atingir resistência de 40 MPa. rabilidade pode chegar a 25 anos.
um composto químico Por ser flexível, ele se adapta facil- A composição do concreto flexível
único e inovador que mente a diversas situações, além de contém menos carvão do que o tradicio-
apresentar fácil manuseio e rápida apli- nal, o que o torna um produto ecologi-
permite uma utilização cação. Sua moldagem pode ser executa- camente correto. Com a sua praticidade,
do concreto de forma da até duas horas após a hidratação. flexibilidade, rapidez de instalação e bai-
Seu uso é apropriado para inter- xo custo, o novo material pode agregar
diferenciada. venções em área urbanas, e sua utili- muito às obras de infraestrutura.

Reparos emergenciais Proteção de para muro de ala

À prova de fogo

Concrete Clouth

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Soldagem

Soldagem TIG
A técnica é aplicada a uniões que demandam altíssima
qualidade e na soldagem de metais sensíveis à oxidação.

aplicabilidade pode ser realizada em espes-


suras finas (a partir de 0,3 mm), com ou sem
material de adição.
O arco elétrico garante ao processo estabi-
lidade e concentração, podendo ser utilizado
em todas as posições de soldagem e tipos de
junta. Seu uso também permite a obtenção
de um acabamento suave e liso, por produzir
uma linha de solda limpa e de alta qualidade.
Outras vantagens estão listadas a seguir:
apresenta soldas de boa qualidade,
geralmente livres de defeitos, com ótimas
propriedades mecânicas e bom acaba-
mento superficial;
permite excelente controle na penetra-
ção de passes de raiz;
pode produzir excelentes soldagens au-

A
tógenas (sem adição) sob alta velocidade;
sigla TIG corresponde às Esse tipo de soldagem surgiu da neces- permite o controle preciso das variáveis
iniciais das palavras inglesas sidade de estabelecer processos de união da soldagem;
Tungsten Inert Gas, usadas mais eficientes para materiais de difícil pode ser aplicada a praticamente todos
para indicar soldagens feitas união, como o alumínio e magnésio, usa- os metais usados industrialmente, inclusi-
com gás inerte e eletrodo de dos principalmente pela indústria aeroes- ve metais dissimilares;
tungstênio. Ela é mais frequentemente usada pacial. Com o tempo, a soldagem TIG se seu controle não depende da fonte de
em aços resistentes ao calor, aços inoxidá- tornou popular e o gás hélio, usado como calor ou do material de adição.
veis e metais altamente sensíveis à oxidação, gás de proteção, foi substituído pelo argô- A técnica também é empregada em jun-
como titânio e alumínio. nio para torná-la mais barata. Seu aperfeiço- tas de alta qualidade em indústrias nucleares,
A soldagem TIG utiliza um eletrodo sóli- amento deu origem a um processo de alta químicas, aeronáuticas e de alimentos. Além
do de tungstênio não consumível. Durante qualidade, com custo relativamente baixo e de ser muito utilizada no segmento de tubu-
o processo de soldagem, tanto o eletrodo que pode ser usado em diversas aplicações. lações, uma vez que o gás argônio cria uma
como o arco e a área em volta da poça de proteção na área da soldagem.
fusão da solda são protegidos por uma at- Características O processo, no entanto, também possui
mosfera de gás inerte. Quando um metal de Esse método de soldagem se caracteriza suas limitações:
enchimento é necessário, ele é adicionado pela ausência de respingos e escórias, o que requer soldadores
no limite da poça de fusão. evita trabalhos posteriores de limpeza. A sua altamente qualificados;

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apresenta taxas de deposição inferiores gás inerte, cujo fluxo é direcionado por um solda TIG significa que o eletrodo estará
quando comparado aos processos que bocal que circunda o eletrodo. O arco elé- conectado ao terminal negativo, aquecendo
usam eletrodos consumíveis; trico é ignitado por um gerador de faísca menos o eletrodo quando comparado à
há necessidade de maior destreza e (conhecido como gerador de alta frequ- situação inversa. Ela é utilizada para soldar
coordenação do operador em relação às ência ou AF) entre o eletrodo e a peça. O aço, aços inoxidáveis, cobre, níquel, titânio,
soldagens SMAW e GMAW; eletrodo representa apenas o terminal de cromomolibdênio etc.
é menos econômico que os processos um dos polos e não é adicionado à poça de alternate corrent (corrente alternada):
de eletrodos consumíveis para espessuras fusão (eletrodo não consumível). nesse tipo de soldagem teremos o eletrodo
de 10 mm; São utilizados eletrodos de mate- alternando entre positivo e negativo, pro-
há dificuldade em manter a proteção rial de alto ponto de fusão e de alta porcionando um balanceamento do calor
em ambientes turbulentos; emissão termiônica. Para a solda de entre o eletrodo de tungstênio e a peça a
vazamentos no sistema de refrigeração aço, cobre, níquel, titânio e outras, é ser soldada, removendo inclusive a camada
podem causar contaminação, porosidade utilizada uma corrente contínua com de óxidos gerada durante o ciclo positivo,
(sopro) ou deflexão do arco, como em polaridade direta (eletrodo conecta- o que permite que o metal flua facilmente.
outros processos; do ao terminal negativo), aquecendo Essa opção é perfeita para soldagens de
baixa produtividade devido à reduzida menos o eletrodo se comparado com materiais não ferrosos, tais como alumínio e
taxa de deposição de material. a polaridade inversa. magnésio juntamente com suas ligas.
O alumínio e suas ligas são normal- A utilização da soldagem TIG propor-
A soldagem mente soldados com corrente alternada. ciona ao soldador um grande controle
O processo manual de soldagem TIG é Ela fornece um arco que limpa a chapa da solda, muito acima do que o propor-
considerado um dos mais difíceis de ser rea- no ciclo positivo, permitindo ao metal cionado por processos com eletrodos
lizado entre todos os utilizados pela indústria fluir facilmente. revestidos ou MIG/MAG. Com todo
devido à necessidade de destreza do opera- Podemos dividir os equipamentos esse controle, é possível obter soldagens
dor, que precisa manter um pequeno arco e usados na soldagem TIG em dois tipos: extremamente resistentes e com acaba-
garantir que o eletrodo não toque na peça de direct corrent (corrente contínua): na mento de altíssima qualidade.
trabalho. Os equipamentos para soldagem
manual são tocha de soldagem com eletro-
do de tungstênio, fonte de energia e gás de
proteção, sendo que o gás de proteção utili-
zado é o argônio, hélio ou a mistura dos dois.
Diferentemente dos processos MIG/
MAG, não existe soldagem com eletrodo
de tungstênio em atmosfera não protetora,
ou “gás ativo”, logo, não existe um processo
“TAG”, pois o uso de gás ativo oxidaria o pró-
prio eletrodo de tungstênio.

Como funciona uma solda


com o processo TIG?
O arco elétrico se estabelece entre a peça
de trabalho e um eletrodo de tungstênio. A
poça de fusão e o eletrodo são protegidos
contra os efeitos do ar atmosférico por um

engeworld | maio 2013 | 31


Materiais artigo

Corrosão em
estruturas metálicas

A
corrosão é um processo
de deterioração de ma-
terial, que pode ser facil-
mente encontrada em
obras metálicas, nas quais
produz alterações prejudiciais e indese-
jáveis. O aço oxida quando em contato
com gases nocivos ou umidade, necessi-
tando, por isso, de cuidados específicos
que prolonguem sua durabilidade. Uma
vez que o produto da corrosão é um
elemento diferente do material original,
a liga perde qualidades essenciais, tais
como resistência mecânica, elasticidade,
ductilidade, qualidade estética etc. Em
certos casos, quando a corrosão está em
níveis elevados, sua remoção torna-se
impraticável, sendo a prevenção e o con- Em geral, o sistema protetor pode
trole as melhores formas de evitar esse se romper durante o transporte ou o
manuseio da peça, devendo ser rapi-
tipo de problema.
damente reparado, antes que ocorra a
Dependendo do grau
Tipos de corrosão formação de pilhas de ação local ou ae- de deterioração da peça
ração diferencial. pode-se apenas realizar
Corrosão uniforme Dependendo do grau de deterio-
É o tipo de corrosão mais comum (e ração da peça pode-se apenas realizar uma limpeza superficial
o mais facilmente controlável) e consis- uma limpeza superficial com jato de com jato de areia
te na formação de uma camada visível areia e renovar a pintura antiga. Em cor-
de óxido de ferro pouco aderente em rosões avançadas, deve-se optar pelo re- inoxidável. Sua localização é uma das
toda a extensão do perfil, o qual é carac- forço ou substituição dos elementos da- mais simples e permite que sejam evita-
terizado pela perda uniforme de massa nificados. Em qualquer um dos casos, é dos problemas com serviços de manu-
e consequente diminuição da secção preciso realizar a limpeza adequada da tenção preventiva.
transversal. Esse tipo de corrosão ocor- superfície danificada.
re devido à exposição direta do aço car- A corrosão uniforme pode ser evitada Corrosão galvânica
bono a ambientes agressivos e à falta de por meio da inspeção regular da estru- Esse tipo de corrosão ocorre devido
um sistema protetor. tura e o uso de ligas especiais como aço à formação de uma pilha eletrolítica

32 | engeworld | maio 2013


quando são utilizados metais diferentes.
Corrosão uniforme
As peças metálicas podem se comportar
como eletrodos e promover efeitos quí-
micos de oxidação e redução.
É fácil encontrar contato entre dife-
rentes metais em construções. A galva-
nização ocorre em parafusos, porcas e
arruelas. Algumas torres metálicas de
transmissão de energia, por exemplo, são
inteiramente constituídas de elementos
galvanizados, com esquadrias de alumí-
nio indevidamente encostadas na estru-
tura. Existem ainda diversos outros casos
decorrentes da inadequação de projetos.
Esse tipo de corrosão é evitada por
meio do isolamento dos metais ou do
uso de ligas com valores próximos na sé- Corrosão galvânica
rie galvânica. Uma forma muito utilizada
nesses casos é a proteção catódica, que
consiste em fazer com que os elementos
estruturais se comportem como cátodos
de uma pilha eletrolítica com o uso de
metais de sacrifício. Dessa forma, a estru-
tura funcionará como agente oxidante e
receberá corrente elétrica do meio, sem
perder elétrons para outros metais.

Corrosão por lixiviação


Outra forma de ataque às superfícies
é a corrosão por lixiviação, a qual forma
lâminas de material oxidado e se espalha
por baixo dele até atingir camadas mais
profundas. O combate a essa floculação
normalmente é feito por meio de trata-
mento térmico.

Corrosão por erosão


Ocorre em locais turbulentos nos
quais o meio corrosivo se encontra em
alta velocidade, aumentando o grau de
oxidação das peças. É possível encontrar
esse problema em locais que conte-

engeworld | maio 2013 | 33


nham esgotos em movimento, despejo superfície e todos os depósitos encon-
Corrosão por pontos
de produtos químicos (indústrias) ou trados devem ser removidos durante as
ação direta de água do mar como em manutenções. A intervenção deve ser
portos, pontes e embarcações. Nesses ca- realizada com base no estado em que o
sos, a corrosão pode ser diminuída com processo corrosivo se encontra. Deve-se
o uso de revestimentos resistentes, prote- efetuar a limpeza no local e, se a estrutu-
ção catódica, redução do meio agressivo ra não estiver comprometida, pode-se
e materiais resistentes à corrosão. cobrir o furo aplicando sobre ele um se-
lante especial.
Corrosão sobre tensão É importante a experiência do fiscal
Esse problema é resultante da soma devido à possibilidade de se necessitar
de tensão de tração e um meio corrosi- de uma intervenção mais complexa,
vo. Essa tensão pode ser proveniente de com reforço da estrutura ou até mesmo
encruamento, solda, tratamento térmi- substituição de peças.
co, cargas etc.
Normalmente, regiões tencionadas Corrosão por frestas
funcionam como ânodos em relação ao Ocorre em locais nos quais duas Corrosão por frestas
resto do elemento e tendem a concentrar superfícies estão em contato ou estão
a cessão de elétrons. Com o tempo, sur- muito próximas (0,025 a 0,1 mm). De-
gem microfissuras, que podem acarretar vido à tensão superficial da água, esta
o rompimento brusco da peça antes da se aloja nas fendas disponíveis e tende
percepção do problema. a causar pilhas de aeração diferencial,
onde a concentração de oxigênio nas
Corrosão por pontos bordas é superior à concentração da
Altamente destrutiva, esse tipo de área mais interna da fenda, transfor-
corrosão gera perfurações em peças sem mando-a em uma região anódica.
uma perda notável de massa e peso da Como consequência, o processo de
estrutura. Por isso, ela pode ser difícil de corrosão se concentra na parte mais Corrosão por ranhuras
ser detectada em estágios iniciais, uma profunda da fresta, dificultando o
vez que sua degradação superficial é pe- acesso e o diagnóstico do problema.
quena quando comparada à profundida- Em geral, esse tipo de corrosão afe-
de que ela pode atingir. ta somente pequenas partes da estru-
A corrosão por pontos normalmente tura, sendo, portanto, mais perigosa
ocorre em locais expostos a meios aquo- que a corrosão uniforme, cujo alarme
sos, salinos ou com drenagem insuficien- é mais visível.
te. Ela pode ser ocasionada pela deposi- Se a corrosão estiver em estágio inicial,
ção concentrada de material nocivo ao pode-se recorrer à limpeza superficial, se-
aço, por pilha de aeração diferencial ou cagem do interior da fenda e vedação com
por pequenos furos que possam permitir um líquido selante, aplicando-se poste-
a infiltração e o alojamento de substân- riormente um revestimento protetor. Se a
cias líquidas na peça. corrosão estiver em nível avançado, torna-
Para evitar esse tipo de ataque, as pe- -se necessário, como nos outros proces-
ças não devem acumular substâncias na sos, o reforço ou a substituição das peças.

34 | engeworld | maio 2013


Corrosão em ranhuras É importante realizar a limpeza da tipo existe um método que melhor se
Todos os defeitos que contenham superfície danificada, removendo to- aplica à correção delas. Em geral, os
cantos vivos, locais para depósito das as impurezas do local. Por não se- processos de prevenção exigem inves-
de solução aquosa ou exposição do rem em geral muito degradantes, essas timentos e são realizados com as peças
material não protegido podem vir a ranhuras podem ser pintadas, o que ainda em ambiente industrial. Outros
garante a interrupção da corrosão. meios, como revestimentos, são feitos
apresentar esse tipo de corrosão. Por
São conhecidos diversos modos no local da obra e também garantem a
seu tamanho diminuto, as ranhuras de evitar corrosões, porém, para cada qualidade da peça.
muitas vezes passam despercebidas
em manutenções e se tornam visí-
veis somente quando o material oxi-
dado aflora na superfície. Referências
Riscos, gretas e pontos parafusados, CESEC/UFPR: Centro de Estudos de Engenharia Civil da
entre outros, são enquadrados nesse Universidade Federal do Paraná – Portal Metálica.
tema e recebem uma solução seme-
lhante à corrosão por frestas.

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engeworld | maio 2013 | 35


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DESENVOLVIMENTO
Materiais Disciplinas de
um projeto

disciplina ou setor de um projeto


Loide Palácios Prazeres Ligia Maria Marangon Pereira
Engenheira de Materiais de tubulação na Engenheira de materiais de tubulação na
Odebrecht Engenharia de Projetos. Genpro Engenharia.

T
radicionalmente, nas em- rada em função de informações forne- fluxogramas de engenharia, emitidos
presas de engenharia, a cidas pela disciplina de processo. Após pela disciplina de processo; estudos ou
equipe de materiais está recebimento dos dados de pressão e plantas de arranjos, gerados pela disci-
incorporada às disciplinas temperatura de projeto para cada fluído, plina de tubulação; e folhas de dados de
correspondentes, ou seja, é possível especificar o material básico equipamentos e instrumentos, gerados
a equipe de materiais de tubulação faz da tubulação assim como verificar e/ou pelas disciplinas de mecânica e instru-
parte da disciplina de tubulação, assim calcular as espessuras dos tubos a serem mentação, respectivamente. Já o levanta-
como as atividades de materiais de elé- adotadas e a classe de tubulação. mento automático extrai informações de
trica e instrumentação são executadas Vale a pena ressaltar que existem uma maquete eletrônica 3D, gerada pela
pelas disciplinas de elétrica e instrumen- clientes que já possuem especificações disciplina de tubulação.
tação, respectivamente. próprias sendo que, neste caso, não é
Porém, existem empresas que ado- necessária a criação da especificação de Materiais de elétrica
tam em sua estrutura organizacional, materiais. Normalmente é feita uma per- e instrumentação
a disciplina de materiais, com gerência sonificação da especificação existente Os materiais aplicáveis a essas espe-
independente, sendo que a equipe é para o projeto específico. cialidades são especificados no critério
subdividida em profissionais tecnica- Os quantitativos de materiais de tubu- de projeto ou memorial descritivo emi-
mente qualificados em materiais de lação de um projeto podem ser obtidos tido pelo próprio cliente. Os quantitati-
tubulação, elétrica e instrumentação, por duas formas distintas: levantamento vos são obtidos por meio dos detalhes
e que são responsáveis pelo levanta- manual e automático. típicos, lista de cabos e plantas, que são
mento, emissão de listas e requisições O levantamento manual utiliza os documentos gerados pelas disciplinas de
de materiais de um projeto de detalha-
mento e também dos itens especiais. A
equipe é formada por engenheiros de
materiais, engenheiros químicos, mecâ-
nicos metalurgistas e técnicos. A adoção de um software ou sistema de
Algumas das atribuições e dos aspec-
tos relevantes referentes a cada especiali- gerenciamento de materiais é fundamental para
dade, estão relacionados a seguir. garantir a padronização e unificação dos códigos
Materiais de tubulação dos materiais de um projeto de detalhamento de
O principal documento gerado pela
equipe de materiais é a especificação
engenharia para as três especialidades: tubulação,
técnica de materiais de tubulação, ge- elétrica e instrumentação.
36 | engeworld | maio 2013
a transformação da especificação para
utilização no software 3D;
Assessoria à modelagem no
software 3D;
Requisições de materiais;
Memórias de cálculos de espessuras
de tubos; figura “8” e reforços para
bocas de lobo;
Análises técnicas de propostas;
VDF - Verificação e aprovação de
desenhos de fornecedores
(quando aplicável);
Participação na elaboração de
propostas técnicas para novos
projetos;
elétrica e instrumentação e são utilizados trole no almoxarifado, finalizando com Assessoria técnica à montagem.
pelo setor de materiais na elaboração e a montagem desse material no campo,
emissão de listas e requisições de mate- sendo que as duas últimas atividades O setor de materiais é, sem dúvida,
riais a serem utilizados na montagem de são executadas em empresas que uti- um elemento de extrema importância
uma planta industrial. Parte dos compo- lizam software específico para essa dentro das empresas de engenharia,
nentes, por exemplo, os leitos ou bande- finalidade. Uma grande vantagem da pois atua desde o início do projeto e
jas, também podem ser extraídos de uma utilização de um software ou sistema mantém suas atividades até a conclusão
maquete eletrônica 3D, para projetos de gerenciamento de materiais é a in- da obra, garantindo que todas as fases
que adotarem esse sistema. terface com a maquete eletrônica 3D, de execução sejam cumpridas confor-
uma vez que esta é alimentada com as me as especificações emitidas. Ele tam-
especificações e seus respectivos códi- bém gera documentos que reduzem
Software ou sistema gos e descritivos de materiais, e poste- custos, com as especificações corretas,
de gerenciamento de riormente é possível extrair automatica- diminuem prazos, emitindo aos depar-
materiais x maquete mente os quantitativos necessários para tamentos competentes, documentos de
Eletrônica 3D a montagem da planta. compra de itens que compõem o pro-
A adoção de um software ou sistema jeto, evitando atrasos desnecessários e,
de gerenciamento de materiais é funda- Principais documentos por consequência, gera segurança ao
mental para garantir a padronização e e atividades gerados pelo empreendimento, evitando erros que
unificação dos códigos dos materiais de setor de materiais comprometam a integridade física da
um projeto de detalhamento de enge- Especificações de materiais; planta em operação bem como das
nharia para as três especialidades: tubu- Listas de materiais; vidas humanas que nela atuam, pois,
lação, elétrica e instrumentação. Listas de isolamento, pintura e peso; qualquer deslize pode ser fatal.
O software ou sistema garante a ras- Listas de itens especiais; O setor, formado por profissionais
treabilidade de um componente desde Criação de banco de dados de altamente qualificados, produz resulta-
a criação do seu código em função das especificações de materiais no software dos técnicos extraordinários, garantin-
especificações do projeto, passando ou sistema de gerenciamento de ma- do a elaboração de empreendimentos
pela emissão de listas e requisições de teriais (codificação dos componentes com bom desempenho ambiental, hu-
materiais até sua chegada à obra, con- de engenharia) e, consequentemente, mano e comercial.

engeworld | maio 2013 | 37


coluna qualidade

Controle estatístico de
processos: alguém se habilita?

C
omecei minha carreira Com o passar do tempo e a gradual volve, nos orienta a atuar a partir da
na área da qualidade substituição dos programas de Qualidade observação dos padrões de variação
por volta de 1984, como Total pela implantação das normas da sé- do processo, ou seja, com base em
“Facilitador” (uma espé- rie ISO9000, o CEP foi perdendo espaço, fatos, nos obrigando a deixar de lado o
cie de consultor inter- até chegarmos aos dias de hoje, em que famoso e prejudicial “achismo”, ao qual
no) em uma empresa que, na época, são raras as empresas que dele fazem uso. estamos tão acostumados;
era a maior fabricante de autopeças da Apesar de a gestão de processos ter por último, saliento a forma como
América Latina. sido adotada por um grande número de sua aplicação pode se transformar em
Participei de uma equipe com cerca empresas, estas parecem não eleger o uma poderosa ferramenta de lingua-
de 20 colaboradores, que foram exausti- CEP como metodologia para controlar, gem e comunicação entre os diversos
vamente treinados para se tornarem es- monitorar e melhorar seus projetos, ain- níveis envolvidos.
pecialistas internos em Qualidade Total, da que a sua correta utilização já tenha
suas ferramentas, filosofias, metodolo- demonstrado uma grande capacidade de Infelizmente, e digo com algum sau-
gias e, em especial, estatística. promover melhoria e aprendizado. dosismo, parece que não sobraram mui-
Logo nas primeiras semanas de traba- Talvez tenha predominado a visão de tos adeptos e amantes do CEP para dar
lho, fui apresentado ao CEP (Controle que CEP e gráficos de controle são a mes- hoje um novo impulso à sua aplicação:
Estatístico de Processos), uma filosofia ma coisa, e que somente são aplicáveis a quem se habilita?
que, na época, estava no centro das aten- processos industriais, mas isso, de forma
ções do mundo da qualidade e era um alguma corresponde à realidade. O CEP,
dos pontos centrais de qualquer progra- como filosofia, reúne conceitos univer-
ma de qualidade, e sua implantação era sais, que podem ser aplicados a processos
uma exigência de todas as grandes mon- de qualquer natureza e dimensão.
tadoras norte-americanas. Entre os pontos que, ao meu ver,
Nos primeiros contatos com esse fazem do CEP uma filosofia tão po-
novo conceito fiquei impressionado derosa, destaco:
ao ver como ferramentas tão simples a identificação e separação das causas
como os gráficos de controle per- comuns de causas especiais de variação.
mitiam aos times envolvidos, não só Como sabemos, cada uma delas produz Engenheiro mecânico formado pela Escola
identificar imensas oportunidades de efeitos distintos sobre o processo e, por de Engenharia Mauá, Sérgio Roberto Ribeiro
melhoria nos processos que estuda- isso, devem ser tratadas de formas tam- de Souza tem 28 anos de experiência no
vam, mas, principalmente, tinham o bém distintas. Isso não é possível se não desenvolvimento de projetos para Gestão
poder de integrar todos os envolvidos formos capazes de separá-las; Empresarial, possui Certificação Bkack Belt
por meio de uma linguagem simples e o “Pensamento Estatístico”, a base pela ASQ (American Society for Quality) e é
facilmente compreendida. sobre a qual sua abordagem se desen- sócio-diretor da Quality Way Consultoria.

38 | engeworld | maio 2013


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engeworld | maio 2013 | 39


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coluna segurança

Hazard and Operability


Studies (HAZOP)

A
tualmente uma das téc- Todo o processo de HAZOP envolve o
nicas de gerenciamento mapeamento e a documentação dos proces-
de riscos mais aplicadas sos, que são objeto de análise, e o adequado
no desenvolvimento de gerenciamento de modificações e de equi- A metodologia é baseada
um projeto é o HAZOP pes de trabalho, as quais são formadas por em um procedimento
(Hazard and Operability Study) – uma multiprofissionais com conhecimentos do
metodologia fundamental para a aná- projeto, processos, operações, manutenções, que gera perguntas de
lise de problemas de operabilidade de segurança e meio ambiente etc. maneira estruturada e
processos, que permite a tomada de A metodologia é baseada em um pro-
ações corretivas, a verificação de opor- cedimento que gera perguntas de maneira sistemática por meio de
tunidades de melhorias e a redução de estruturada e sistemática por meio de um um conjunto de palavras-
risco das operações. conjunto de palavras-guias, aplicadas a pon-
A técnica identifica tanto proble- tos críticos do sistema em estudo para iden- guias, aplicadas a pontos
mas que podem comprometer a se- tificação dos desvios. Uma vez encontradas críticos do sistema em
gurança das instalações e dos colabo- as causas e consequências de cada tipo de
radores, quanto aqueles que podem desvio, é possível propor medidas para con- estudo para identificação
interferir na continuidade operacio- trolar ou eliminar o perigo, ou para sanar o dos desvios
nal da instalação ou perda de especi- problema de operabilidade da instalação.
ficação do produto As palavras-chaves/palavras-guias são aplicadas às variáveis identificadas no pro-
cesso (pressão, temperatura, fluxo, com-
Palavras-guias Desvios considerados posição, nível etc.), gerando os desvios que
nada mais são que os riscos potenciais.
Não, nenhum Negação do propósito do projeto (ex.:
A ferramenta pode ser utilizada em dife-
nenhum fluxo) rentes estágios da “vida” de uma instalação,
Menos Decréscimo quantitativo sendo que o ideal é utilizá-la na fase de pro-
(ex.: menos fluxo) jeto de novos sistemas/unidades, quando
Mais, maior Acréscimo quantitativo. (ex.: mais fluxo) já se dispõe de fluxogramas de engenharia
Também, bem como Acréscimo qualitativo (ex.: também) e de processo de instalação ou durante mo-
Parte de Decréscimo qualitativo. dificações ou ampliações dos sistemas/
unidades de processo. Porém, ela pode ser
(ex.: parte do fluxo)
utilizada também como revisão geral de
Reverso Oposição lógica do propósito do projeto segurança de unidades em operação.
(ex.: fluxo) Não se pode executar o HAZOP de
Outro que , senão Substituição completa (ex.: outro que) uma planta antes de dispor dos diagra-

40 | engeworld | maio 2013


Vantagens da utilização
da ferramenta:
proposta de diretrizes • melhoria do desempenho
operacional da empresa, dentro de
para a gestão dos condições seguras;
riscos e ações de • melhoria da qualidade do projeto
sob os aspectos da segurança do
emergência, tanto trabalho e meio ambiente;
ambientais como de • proposta de diretrizes para
a gestão dos riscos e ações de
segurança do trabalho emergência, tanto ambientais
Com 10 anos de experiência como engenheira
como de segurança do trabalho; de segurança do trabalho, em empresas de grande
mas de tubulação e instrumentação, pois • identificação de questões ligadas porte, Daniela Atienza Guimarães é diretora adjunta
o estudo deverá contemplar todas as à qualidade do produto e da da APAEST (Associação Paulista de Engenheiros
de Segurança do Trabalho) e docente do curso
modificações oriundas das análises para manutenção associadas a de Engenharia de Segurança do Trabalho da FEI
evitar gastos desnecessários. desvios operacionais. (Faculdade de Engenharia Industrial).

engeworld | maio 2013 | 41


coluna rh

Quebra de paradigmas:
como os Recursos Humanos
podem trabalhar esse tema?

R
ecentemente assisti a Algumas corporações realizam a
uma palestra muito in- quebra de paradigmas de forma natu-
teressante sobre o tema ral, principalmente aquelas voltadas
“Quebra de paradigmas”, aos ramos de tecnologia e telecomu- No mundo moderno
na qual o apresentador nicações, que precisam inovar cons-
abordou qual deve ser o papel do novo tantemente seus microcomputadores
quem manda é a
líder frente às corporações e a importân- e telefones celulares. Na realidade, se tecnologia e quanto mais
cia da área de Recursos Humanos como prestarmos atenção, quem pede por
um facilitador desse processo. mudanças e atualizações somos nós.
exigimos facilidades,
Quem ainda não se ambientou à ex- A geração atual, mais conhecida como mais rápido a tecnologia
pressão citada, deve se recordar de alguma Y, quer tudo para ontem, na mão, com
situação em que uma mudança significati- fácil acesso e “touch screen”.
nos obedece, acelerando
va ocorreu, indicando que algo novo trans- Não existe mais teclado, mouse com o mercado de consumo
põe o antigo, criando novas versões, ideias, fio, grandes notebooks ou celulares sem
oportunidades ou até mesmo valores. acesso a internet. No mundo moderno
e garantindo lucros
expressivos.
quem manda é a tecnologia e quanto
mais exigimos facilidades, mais rápido
a tecnologia nos obedece, acelerando
o mercado de consumo e garantindo
lucros expressivos. No entanto, quando
falamos de relacionamento, a regra não
funciona tão bem assim. Um exemplo
disso é quando a área de Recursos Hu-
manos precisa contratar um trainee ou
um jovem recém-formado e o gestor da
vaga quer uma pessoa focada em resul-
tado, mas que saiba aguardar o tempo
necessário para se desenvolver e crescer.
Aí encontramos um exemplo típico
de quebra de paradigmas: como fazer as

42 | engeworld | maio 2013


gerações anteriores entenderem que o a vencer as barreiras impostas por
jovem rápido e comprometido de hoje crenças e valores. Isso porque cada
não é o mesmo de dez anos atrás? Este geração sempre terá algo a acrescen-
profissional quer acensão dinâmica, tar e quando se somam as experiên-
feedback diário do trabalho, reconhe- cias de todos os integrantes do time,
cimento com bonificação e, principal- o resultado final pode ser demasiada-
mente, tecnologia em suas mãos. mente positivo;

3
O desafio da área de RH é fazer este
líder compreender as diferenças entre as Ela permite a sobrevivên-
gerações e a tal da quebra de paradigmas. cia da organização, a qual
É preciso sensibilizar, mostrar o novo ce- necessita acompanhar o ritmo
nário, criar sessões de convivências que das inovações tecnológicas e, para
valorizem os tipos de profissionais que tanto, acreditar que as mudanças são
caminham juntos e têm momentos dife- altamente necessárias em todas os
rentes de vida. Algumas técnicas utiliza- modelos de gestão;

4
das são contratação de palestras, treina-
mentos e comunicação estratégica para A quebra de paradigmas faz
driblar o tema com êxito e tranquilidade. com que o líder trabalhe junto
Eu poderia citar vários exemplos, mas aos seus liderados de forma
prefiro concluir o tema indicando quatro mais eficaz, aproveitando todo o
benefícios de se vencer paradigmas no potencial deles para a conquista de
âmbito corporativo: resultados e de caminhos gloriosos,
investindo na boa colheita de todos

1
A quebra de paradigmas amplia e não apenas de um pequeno grupo
o campo de visão do ser huma- de trabalho.
no e, consequentemente, desper-
ta no profissional seu talento criativo; Destaco a área de Recursos Huma-
nos como fortalecedora deste tema e

2
A troca de experiências entre facilitadora de um conceito que vive
diferentes gerações surge a entre nós há anos, mas que nunca foi
partir do momento em que os tão forte e agressivo como hoje. Boa
profissionais mostram-se dispostos sorte a todos!

Cynthia Chazin Morgensztern é psicóloga e


coach graduada pela Universidade Mackenzie, além
de pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas
e com MBA em Gestão Educacional. Possui dois tí-
tulos de educação continuada na Faculdade Getúlio
Vargas nas áreas de administração e economia e acu-
mula 15 anos de experiência na área de Recursos
Humanos de empresas nacionais e multinacionais.
Site: www.primeirovoce.com
E-mail: cynthia@primeirovoce.com

engeworld | maio 2013 | 43


entrevista
O “planejamento”
energético brasileiro

G
raduado em Enge- por razões técnicas e econômicas. equipamentos de conversão das
nharia pela Univer- No sistema urbano, industrial e formas naturais de energia em
sidade Federal do da força motriz, a energia elétri- eletricidade, para a geração,
Rio Grande do Sul, ca acabou predominando. Essas transmissão, distribuição e uso
mestre e doutor em duas formas substituíram o car- final de toda a cadeia de produtos
Engenharia Nuclear pela Univer- vão, que comandou a Revolução da chamada linha branca. O siste-
sidade Federal do Rio de Janeiro Industrial, impulsionando os ma econômico que se estruturou
e pelo Massachusetts Institute teares e as fábricas, e depois, os nessas condições ainda atua hoje
of Technology, respectivamente, trens e os navios, que proveram a aí substancialmente.”
com livre-docência pela Universi- circulação de mercadorias e pes-
dade de São Paulo, onde é profes- soas com uma velocidade muito
sor titular, Ildo Sauer, ex-diretor grande. Na transição do século
executivo da Petrobras, dirige XIX para o século XX, aquelas
agora o Instituto de Eletrotécni- duas formas (petróleo e energia
ca e Energia da Universidade de elétrica) se impuseram, mas isso
São Paulo (IEE/USP). não quer dizer que permanecerão
Em entrevista concedida à En- para sempre”. Sauer continua:
geworld, Sauer fala como os mo- “Depois de disputar e suplantar o
delos de exploração da energia álcool e o carro elétrico, o petróleo
se estabeleceram no mundo e no dominou, a partir de 1910 e princi-
Brasil e faz críticas contundentes palmente 1911, quando o craquea-
à ineficiência do planejamento mento catalítico se impôs. A partir
energético do país. É ele quem daí, grandes conglomerados, for-
introduz o tema: “Há quase um mados por grupos que detinham
século dois grandes caminhos se as tecnologias, se aliaram ao sis-
cristalizaram para atender a uma tema financeiro e praticamente
necessidade social da apropriação dividiram o mundo entre eles.
da energia. Na mobilidade de pes- A indústria automobilística se
soas e circulação de mercadorias, consolidou de um lado. A elétrica
os combustíveis líquidos, deriva- se consolidou do outro e formou
dos de petróleo, se impuseram uma associação que produzia

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Zell Ambiental

A menor reserva
conhecida de recursos
(finitos) é a do petróleo
e é a mais disputada
ainda exatamente por
ser a que com menos
capital e menos trabalho
permite apropriar mais
energia, gerando mais
ENGEWORLD - O que faz excedente econômico.
com que a energia tenha
papel tão relevante?
Sauer - Com a Revolução e após a produção, isto é, que possam ser mobi-
Revolução Industrial ficou muito claro lizadas e apropriadas por processos de
que a apropriação social da energia nas produção com menos capital e traba-
estruturas sociais de produção e circu- lho diretamente aplicado. A menor re- Líder no desenvolvimento de soluções
lação é que permitiram o incremento serva conhecida de recursos (finitos) é
ambientais e de segurança, a Zell
extraordinário da produtividade social a do petróleo e é a mais disputada ain-
da exatamente por ser a que com me- Ambiental comercializa uma grande
do trabalho, a explosão populacional
do mundo, o processo de urbanização, nos capital e menos trabalho permite variedade de equipamentos e serviços
industrialização e também, na agricul- apropriar mais energia, gerando mais para: Detecção Fixa e Portátil de Gases,
tura, da chamada agroindustrializa- excedente econômico. E isso continua Monitoramento da Qualidade da Água e
ção. De forma que, com milhões de sendo a grande questão: quais são as de Metais em Água, Análise de Gases
habitantes, sem essa organização da formas naturais de energia que po-
(CEM’s), Monitoramento de Particulados
produção, nós não estaríamos aqui. dem ser captadas com menos capital
e menos trabalho, e agora, adicional- e Monitoramento de Radiação Não-
Esse é o contexto em que nós nos
encontramos. Hoje, não existe falta mente, atendendo aos requisitos da Ionizante, além de Suporte Técnico
de fontes de energia no mundo, nem regulação ambiental? Especializado.
para a mobilidade de pessoas e circu- Entre em contato e solicite um orçamento!
lação de mercadorias, tampouco para ENGEWORLD - E qual é a
a produção de eletricidade. O que situação brasileira?
está em discussão no mundo inteiro, e Sauer - No Brasil também não há falta
também no Brasil, é a apropriação de de energia. Temos um enorme poten- (11) 2187-9355 | zell@zell.com.br
fontes que atendam aos atributos para cial hidráulico, da ordem de 250.000
a estrutura social, hoje hegemônica, de MW, dos quais, pouco mais de

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100.000 MW estão desenvolvidos ou cheguemos até dezembro, quando as
em desenvolvimento. Só em terra, são chuvas normalmente voltam, sem ter
estimados em cerca de 300.000 MW que fazer cortes.
em energia eólica e ainda há potencial Hoje, as usinas eólicas
offshore. Temos ainda bagaço de cana ENGEWORLD - O risco de falta
e outras fontes de biomassa, energia de energia é real?
do Brasil, nas condições
fotovoltaica, o petróleo do pré-sal e o Sauer - O risco é relativamente pe- atuais, são plenamente
gás de folhelho (ou shale gas), associa- queno, mas ele existe, e é bem maior
do a ele. Recursos naturais não faltam; do que seria confortável ou justi-
competitivas e, talvez,
o que falta no país é organização da ficado pelas tarifas que pagamos. tenha a fonte mais
produção: organização institucional, A tragédia brasileira, nesse caso, é
empresarial, planejamento, e também que estamos queimando diesel, gás
abundante e barata para
estruturação das cadeias produtivas natural liquefeito importado e gás gerar eletricidade.
com a apropriação ao máximo de tec- natural local a níveis de quase R$
nologias locais para gerar mais empre- 880 milhões por mês. De outubro damente, com critérios de operação,
go e renda. O cenário brasileiro é re- do ano passado até dezembro deste teríamos mais usinas hidroelétricas e
lativamente confortável, embora hoje ano, quando possivelmente a chuva eólicas, sem estarmos sob a ameaça
vivamos, mais uma vez, depois de doze voltará, cerca de R$ 12 a 13 bilhões de que, eventualmente, mesmo com
anos, a ameaça de encontrar dificulda- terão sido queimados às custas da po- todo esse custo, o atendimento da
des em garantir o suprimento de eletri- pulação e do Tesouro Nacional para demanda não seja plenamente pos-
cidade, dependendo da chuva nos pró- substituir água e vento. Se o governo sível, especialmente no Nordeste nos
ximos oitos meses para garantir que tivesse planejado a expansão adequa- meses de agosto a dezembro.

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atuais, são plenamente competitivas e, expansão da frota de carros flex para,
talvez, tenha a fonte mais abundante e teoricamente, ajudar o país a sair da
barata para gerar eletricidade. Só que crise de 2008, mas não houve, até ago-
Fizemos uma grande para serem utilizadas elas têm que ser ra, uma ação coordenada para incre-
complementadas com reservatórios mentar a produção de etanol, e para os
festa, e eu participei de acumulação ou com usinas tér- usineiros brasileiros é mais vantajoso
dela, em favor da micas de reserva que podem atender exportar o etanol para os EUA.
autossuficiência em complementarmente nos períodos de É evidente que em geral há mais valor
baixa eolicidade. Tudo o que nós ve- em substituir petróleo, dado o seu ele-
petróleo, que só durou mos aqui na USP mostra claramente vado preço, que é diferente de custo.
um ano (2006) e tudo que há uma tendência de complemen- Hoje o petróleo é produzido na Ará-
taridade entre a disponibilidade de bia Saudita por US$ 1 o barril; no Bra-
isso poderia água das chuvas e de ventos. Quando sil, seu custo direto, sem a transferên-
ser diferente. aumenta a chuva, há pouco vento, e vi- cia de impostos e taxas (só capital de
ce-versa. Isso mostra que continuamos trabalho), varia de US$ 10 a US$ 15
dotados da melhor carteira de recur- por barril, dependendo das condições
ENGEWORLD - Qual seria a sos naturais no Nordeste nos meses de de produção, e ele está valendo US$
alternativa para nós? agosto a dezembro. 100 no mercado.
Sauer - Pequenas centrais hidrelétri- No caso brasileiro, temos, além do pe-
cas, potencial eólico, cogeração com ENGEWORLD - E quanto ao tróleo do pré-sal, o gás associado a ele.
gás natural e outras fontes. Os custos petróleo e gás? O Brasil provavelmente tem recursos
da energia eólica, graças ao esforço Sauer - A Petrobras está em crise elevados. O que tem faltado, tanto no
internacional e também do Brasil, tem porque foi manipulada para prover ga- setor elétrico quanto no de derivados
tido uma queda vertiginosa. Hoje, as solina e diesel abaixo do custo de im- de combustíveis, é planejamento e vi-
usinas eólicas do Brasil, nas condições portação. Houve uma coordenação na são estratégica do sistema energético

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Acesso total
à sua obra

para fazer com que ele se organize para ENGEWORLD - O sr. vê algum
atender a demanda. movimento na tentativa de
Ainda nessa questão do petróleo é que organizar a produção nacional?
se criou todo um problema nacional Sauer - Fizemos uma grande festa, e Há mais de 27 anos no mercado,
em torno dos royalties, que eram de 5 eu participei dela, em favor da autos- A FAST ENGENHARIA E MONTAGEM
a 10% e no futuro poderá chegar a 15% suficiência em petróleo, que só durou oferece acesso total à sua obra,
do valor do petróleo, mas o excedente um ano (2006) e tudo isso poderia sendo a única empresa com os 3
econômico, descontado capital e tra- ser diferente. Vejo com apreensão o
tipos de acesso (estruturas tubulares,
balho direto, incluindo, portanto, os quadro em que vivemos na área de
plataformas aéreas e elevadores
impostos, é da ordem de US$ 80 por energia. Por um lado, vejo grandes re-
barril. Agora, estamos brigando pelo cursos, grande capacidade tecnológica de cremalheira). Entre em contato
que fazer com 10% e estamos ignoran- e espaço, mas por outro, não vejo os conosco e conheça nosso portfólio.
do os outros 70% e mobilizando todo instrumentos para uma mudança pro-
o Congresso Nacional e imprensa nes- funda na forma como organizamos o www.fastengenharia.com.br
sa discussão. setor de gás natural, petróleo e o setor
Fizemos uma grande festa, e eu parti- elétrico como um todo. É preciso nos
cipei dela, em favor da autossuficiên- organizar, definir os papéis, reparti-los
cia em petróleo, que só durou um ano entre todos os atores, públicos e priva-
(2006) e tudo isso poderia ser diferen- dos, para cumprir a tarefa necessária.
te. Vejo com apreensão o quadro em Do contrário, a sociedade brasileira
que vivemos na área de energia. enfrentará dificuldades crescentes.

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// São Paulo //
+55 11 4148 1599
infografia

NR-13 Caldeiras
e Vasos de Pressão
Esta NR deve ser aplicada aos seguintes equipamentos:

Qualquer vaso cujo produto “PV” dentro do escopo de outras NR, nem do
seja superior a 8, onde “P” é a item 13.1(Caldeiras a vapor) desta NR

3
máxima pressão de operação em
Vasos de pressão encamisados,
kPa e “V” o seu volume geométrico
incluindo Refervedores e Reatores
interno em m³, incluindo:

1 Permutadores de calor,
Evaporadores e similares
4 Autoclaves e Caldeiras de fluido
térmico que não o vaporizem

2 Vasos de pressão ou partes sujeitas


a chama direta que não estejam
5 Vasos que contenham fluido da classe
“A”, listados abaixo, independente das
dimensões e do produto “PV”.

Fluidos classe “A”


Fluidos inflamáveis
Combustível com temperatura
superior ou igual a 200º C
Fluidos tóxicos com limite de
tolerância igual ou inferior a 20 ppm
Hidrogênio
Acetileno

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Jaraguá
Presença e competência em todas
as etapas do Empreendimento.
Integrando tecnologia de ponta e competência técnica em todas
as etapas do empreendimento, a Jaraguá está há 55 anos
no mercado. Desde então, ela está presente no dia a dia do
brasileiro, participando da cadeia de transformação de produtos
nos mais diversos segmentos, como o petroquímico, óleo e gás,
energia, bioenergia, navipeças, defesa, mineração, nuclear, papel
e celulose, dentre outros.

Sua capacidade de produção, aliada à alta tecnologia e


flexibilidade para desenvolver projetos específicos, permitem
à Jaraguá fornecer desde um único equipamento até plantas
completas em regime EPC e Turn-Key.

A Jaraguá possui unidades distribuídas por cinco cidades do Brasil:


Sorocaba, Itapevi e Osasco, no estado de São Paulo, Marechal
Deodoro, no estado de Alagoas, e Ipojuca, em Pernambuco - todas
trabalhando em sinergia, colaborando com o desenvolvimento
local e, consequentemente, com o progresso do Brasil.

+55 15 2102.9000
www.jaraguaequipamentos.com
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