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: a
salvaguarda das garantias constitucionais-penais diante
do Supremo Tribunal Federal
1 Introdução
sociedade brasileira contemporânea. Muitos acreditam que é ali onde reside a palavra
final sobre a extensão e os limites das normas constitucionais. Aquela instituição atuaria,
segundo essa visão, como a detentora do monopólio da decisão acerca daquilo que a
Constituição é ou deixa de ser. Entretanto, nos últimos tempos, principalmente a partir
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dos debates que seguiram à elaboração das Leis 9.868/1999 e 9.882/1999, o âmbito de
atuação daquele Tribunal foi colocado em xeque, de forma que tal tensão parece-nos ter
chegado ao ápice com as recentes decisões acerca das garantias penais positivadas no
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ordenamento jurídico, como a presunção de inocência e a questão da prescrição . Como
fio condutor das discussões aqui travadas, nossa abordagem se limitará ao primeiro
ponto, como metonímia da atuação do Supremo Tribunal Federal e da necessidade de
reconhecimento da chamada “sociedade aberta de intérpretes da constituição”
(HÄBERLE, 1997).
Talvez seja de Franz Kafka um dos relatos mais pungentes sobre a relação existente
entre o cidadão e a lei. Em seu texto Diante da lei, parte da coletânea Um médico rural,
o autor tcheco explicita a angústia de um homem do campo que se coloca diante do
portão da lei, com a crença de que ela “deve ser acessível a todos e a qualquer hora”
(KAFKA, 2008, p. 853). O homem, entretanto, frustra-se ao perceber que havia um
guardião (Türhüter) que o impedia de adentrar o portão que dava acesso à lei. O
guardião ainda o alerta sobre as consequências da infração de seu comando: “Eu sou
poderoso. E sou apenas o último dos guardiões. De sala para sala, porém, existem
guardiões cada um mais poderoso que o outro. Nem mesmo eu posso suportar a simples
visão do terceiro” (KAFKA, 2008, p. 853). O acesso à lei é negado ao homem por um
guardião, que supostamente é controlado por diversos outros, em uma estrutura de
vigilância que se reproduz ad infinitum. Se o primeiro guardião vacila e deixa o homem
adentrar o portão, tem-se a certeza de que há outra proteção à lei propriamente dita, e
assim por diante, quando a capacidade de salvaguarda de um guardião é posta em
xeque.
A parábola Diante da lei parece se encaixar com perfeição ao dilema das democracias
constitucionais do Ocidente – em especial a brasileira –, e isso se deve principalmente a
dois motivos. Em primeiro lugar, quando o foco investigativo repousa nos termos usados
por Kafka, percebe-se que o termo Hüter, parte integrante da composição linguística
“guardião do portão”, é o mesmo utilizado em um longo debate no âmbito da teoria do
direito constitucional que se inicia na década de 1930 e se arrasta até os dias atuais, a
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saber, quem deve ser o guardião da Constituição . Com a crise do paradigma do Estado
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Liberal e a concepção de interpretação atrelada a este, a hermenêutica de textos
normativos deixa de ser vista como mero ato cognitivo, sendo atribuída ao intérprete
uma função de criação em todo ato interpretativo. O direito constitucional, em especial
no tocante às garantias penais, representa, nesse sentido, a área mais sensível às
reviravoltas na teoria hermenêutica, pois, se não é possível a cognição de um sentido
imanente ao texto da Constituição, resta a pergunta acerca da competência em relação à
intepretação que deve viger sobre as outras. À época da deflagração do debate, as
soluções variavam entre o Presidente do Reich, como preconizado pela interpretação de
Carl Schmitt (1996), e um órgão colegial, compreendido enquanto legislador negativo,
como defendia Hans Kelsen (2007, p. 237-298).
Especificamente sobre a solução proposta por Schmitt, pode-se dizer que esta se
baseava na afirmação do carisma do Presidente do Reich enquanto elemento agregador
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de toda a comunidade política . Digno de nota é o fato de que, segundo o jurista
alemão, a política parlamentar e a atividade judicante são identificadas como esferas
marcadas pelo formalismo vazio de uma adstrição cega aos ritos. Em tempos de crise,
somente a ação enérgica daquele ligado à coletividade dos cidadãos seria capaz de
engendrar ambiente institucional normalizado:
Quando a Constituição de Weimar determina, que o Presidente do Reich deve ser eleito
por todo o povo alemão, então isso representa uma determinada correção do sistema
eleitoral proporcional e do multipartidarismo. Todo o povo alemão deve aqui se unir em
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torno de uma única personalidade, um homem de confiança. (SCHMITT, 1995, p. 24)
Já em relação à solução proposta pelo jurista austríaco Hans Kelsen, pode-se dizer que
está fora inicialmente desenvolvida à época da promulgação da Constituição da Áustria
de 1920 (UNRUH, 2004, p. 81). Como do princípio da separação dos poderes, o órgão
especial responsável pelo controle de constitucionalidade dos atos do parlamento
possuiria, também, uma natureza legislativa:
Claro, a anulação de um ato legislativo por um órgão que não o órgão legislativo mesmo,
constitui uma intromissão no “poder legislativo”, como se costuma dizer. Mas o caráter
problemático dessa argumentação logo salta aos olhos, ao se considerar que o órgão a
que é confiada a anulação das leis inconstitucionais não exerce uma função
verdadeiramente jurisdicional, mesmo se, com a independência de seus membros, é
organizado em forma de tribunal (...). Ora, anular uma lei é estabelecer uma norma
geral, porque a anulação de uma lei tem o mesmo caráter de generalidade que sua
elaboração, nada mais sendo, por assim dizer, que a elaboração com sinal negativo e
portanto ela própria uma função legislativa. E um tribunal que tenha o poder de anular
as leis é, por conseguinte, um órgão do poder legislativo. (KELSEN, 2007, p. 151-152)
Em conferência proferida pelo Ministro do STF Luís Roberto Barroso, este comentou a
decisão colegiada que, por maioria, relativizou a presunção de inocência ao permitir a
execução antecipada da pena. Segundo o magistrado, somente após tal decisão é que o
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direito penal passou a ser levado a sério no Brasil. O julgado em questão se deu no
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âmbito do HC 126.292/SP, de relatoria do então Min. Teori Zavascki, em que o STF
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(...) uma acepção de lei solidamente constituída, equipada com uma força adstringente
dupla, deveria dominar todas as atividades estatais, não somente o Poder Judiciário,
mas também o Executivo e as “intervenções na liberdade e propriedade dos cidadãos”
somente era possível de agora em diante por força de lei.
Contra entre conjunto de ideias, desde sua concepção, há muito se observam tendências
históricas de ocorrência de regressos autoritários no sentido do fortalecimento do
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Pensar-se-ia, no entanto, que tal episódio é fato isolado na história recente da Suprema
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Corte brasileira. No julgamento da Ação Penal 470, de relatoria do Min. Joaquim
Barbosa, conhecida como o caso Mensalão, aquele tribunal aplicou a Teoria do Domínio
do Fato sobre pressupostos diversos daqueles pugnados pelo penalista alemão Claus
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Roxin, dado que foi considerada como uma teoria que permitiria a condenação sem um
lastro probatório mínimo, e não para diferenciar autor e partícipe como originalmente
concebida. Recentemente, no âmbito da operação Lava Jato, várias discussões surgiram
a respeito da homologação das delações premiadas por parte do Supremo Tribunal
Federal, em especial acerca de aspectos atinentes à legalidade da colaboração por parte
do acusado e a possibilidade de renúncia a direitos fundamentais em sede processual,
por exemplo, o direito ao silêncio (art. 4º, § 14, da Lei 12.850/2013) e a inafastabilidade
de jurisdição, quando da desistência ao direito de recorrer ou de impetrar habeas corpus
.
Dado esse estado de coisas, marcado pela relativização das garantias materiais e
processuais penais, toda a comunidade jurídica se coloca em alerta. E o motivo parece
evidente: a ansiedade política sobre a incerteza dos limites e das possibilidades do
alcance da atividade interpretativa praticada por aquele tribunal. Citando Luigi Ferrajoli
(2014, p. 506), “toda vez que um imputado inocente tem razão de temer um juiz, quer
dizer que isto está fora da lógica do Estado de direito”, já que essa forma de organização
política é caracterizada pelo esforço máximo de racionalização do exercício do poder
político e, dentro deste, também do poder punitivo. Continua o mesmo autor afirmando
que “o medo e mesmosó a desconfiança ou a não segurança do inocente assinalam a
falência da função mesma da jurisdição penal e a ruptura dos valores políticos que a
legitimam” (FERRAJOLI, 2014, p. 506).
Sobre a relação entre ansiedade e política, a melhor contribuição acerca do tema talvez
tenha sido a de Franz L. Neumann, jurista alemão membro do Instituto de Pesquisa
Social, cuja tradição filosófica e acadêmica ficou conhecida como “Escola de Frankfurt”.
Em seu artigo intitulado Ansiedade e política, Neumann fundamenta seu argumento nas
diversas funções que a ansiedade assume para o indivíduo, a partir do esquema
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Nesse sentido proposto por Neumann, infere-se que a função do Estado de Direito
consiste – no mínimo – na prevenção das possíveis causas geradoras desse estado
patologizante que aflige os cidadãos. Estamos convencidos de que relativizar garantias,
como a presunção de inocência, o direito ao silêncio, o habeas corpus, a prescrição,
entre outras, não contribui com o mister do Estado de Direito, mas, ao contrário,
somente dissemina o temor do encarceramento sem o devido exercício do direito de
defesa.
A esfera de proteção individual diante do pretenso poder punitivo estatal representa uma
espécie de conquista civilizacional, de forma que a legitimidade do sistema criminal
estaria relacionada ao respeito às regras do jogo previamente delimitadas. Uma
mudança brusca provocada pelo suposto anseio social à punição representa um distúrbio
ao funcionamento próprio do direito. Nos termos da teoria dos sistemas de Niklas
Luhmann, isso se traduz na debilitação do fechamento normativo do direito por meio da
interferência dos chamados ruídos do ambiente (NEVES, 2008, p. 79 et seq.). Diante
desse panorama de decisões sem o mínimo de atenção às garantias consagradas na
Constituição da República, surge o seguinte o questionamento: quem controla os
controladores?
Acerca dessa questão, pode-se dizer que foi Platão, em A República,quem deu contornos
iniciais a tais reflexões, quando a Sócrates é perguntado, afinal, quem guardaria os
guardiões. Naquele momento, o debate girava em torno da questão da Paideia, do tema
da “nobre mentira”, segundo a qual eles mesmos se guardariam (PLATÃO, 2000). É
evocada também a partir dos versos satíricos do poeta romano Juvenal (quis custodiet
ipsos custodes?), como já mencionado, e em Norberto Bobbio, na obra O futuro da
democracia, em que o autor se propõe a discutir o problema da transparência e da
exigência do caráter público do exercício do poder político em uma democracia (BOBBIO,
2015, p. 54-55).
Soma-se a isso o fato de que os direitos fundamentais passam a ser entendidos em uma
dimensão também positiva, isto é, na forma de prestações estatais ativas direcionadas
ao cidadão comum. Essa ressignificação da função das constituições trouxe consigo um
aumento da importância dos tribunais constitucionais no seio das democracias ocidentais
contemporâneas. Caberia a ele a interpretação dos “valores contidos na constituição” e,
se por um lado, todos os poderes constituídos se submeteriam à constituição, é o
tribunal, por outro lado, que possuiria a última palavra sobre o que a constituição é – a
partir desse modelo originado no pós-Segunda Guerra. Com o aumento substancial do
âmbito de atuação dos tribunais constitucionais, estamos convencidos, portanto, de que
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uma volta à teoria de Peter Häberle se faz necessária.
De pronto, pode-se afirmar, a partir das reflexões da penalista alemã Ingeborg Puppe
(2006, p. 105-113), que a relação entre jurisprudência e doutrina nunca foi das
melhores: a fim de exercer melhor seu arbítrio e evitar dialogar com esta, a
jurisprudência se valeria de conceitos indeterminados, dado que a caneta que assina não
é a mesma que doutrina. Isso nos leva a um problema maior quando pensamos na
atividade judicante no âmbito do tribunal constitucional, pois o que está ali em questão é
o próprio conteúdo das disposições previstas na Constituição acerca da relação seja
entre os poderes, seja entre o Estado e o indivíduo.
Comumente se acredita que a Constituição é aquilo que o tribunal constitucional diz que
ela é. Contra essa afirmação é que Häberle cunha sua mais conhecida teoria, qual seja,
a da sociedade aberta dos intérpretes da constituição. De forma resumida, a tese do
autor se desenvolve no seguinte sentido:
Häberle busca chamar a atenção sobre o fato de que aquele tribunal, apesar da sua
importância no sentido da consolidação da ideia do regime democrático, não se encontra
sozinho no processo de interpretação e concretização do texto constitucional, sendo os
outros órgãos estatais, e até mesmo a esfera pública não estatal – esta bastante
enaltecida pelo autor –, também participantes do círculo hermenêutico cujo objeto é a
própria realização dos preceitos constitucionais. A fim de ressaltar a sua posição, ele
chega até mesmo a afirmar em outro texto, chamado Recht aus Rezensionen (O direito
advindo das resenhas), que os julgados do Tribunal Constitucional alemão não
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Considerando o fato de que o STF não pode ser o único detentor da palavra final sobre o
sentido e a extensão do texto constitucional, somos, como cidadãos e estudiosos, além
de legitimados, impelidos a apresentar uma crítica às suas decisões, pois, assim como o
Tribunal, participamos também de forma indispensável à concretização desse projeto
sempre inacabado que é a Constituição. Especificamente em relação à presunção de
inocência, estamos convencidos da existência de um grave retrocesso que recai sobre as
garantias penais constitucionalmente tuteladas.
Outra decisão foi tomada por parte do Min. Edson Fachin à ocasião do julgamento do HC
135.752, impetrado pela defesa do Prefeito de Marizópolis (PB), condenado e com
mandado de execução provisória da pena expedido. Tendo sido deferida a liminar pelo
Min. Ricardo Lewandowski, durante o recesso judiciário, o Min. Fachin, analisando o
mérito, fê-lo com base nas conclusões extraídas do julgamento do HC 126.292/SP. Em
que pese não se tratar de decisão que confira caráter de efetividade erga omnes, o
relator entendeu que a decisão tomada pelo Plenário “não teve, a rigor, como base
apenas peculiaridades do referido caso concreto, tanto que culminou na edição de tese
que, dentre outras funções, exerce a tarefa de indicar, em sentido geral, a compreensão
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da Corte Suprema sobre dada matéria” , podendo, sim, constituir um germe de
entendimento pacificado. A liminar foi cassada, portanto, porque, para o Min. Fachin, a
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Corte “deve conferir estabilidade à sua própria jurisprudência” . Ora, como pode haver
estabilidade nas decisões da Corte se o acórdão, decidido por maioria no âmbito do HC
126.292/SP, contrariou entendimento dominante, até então, assentado pelo HC
84.078/MG, de relatoria do Min. Eros Grau? Percebe-se, claramente, que não há, no
âmbito do STF, qualquer preocupação em relação à construção de uma linha
argumentativa constante acerca de seus julgados. O que se vê é a utilização de
conceitos vazios, que fundamentam a sua prática judicante arbitrária, para lembrar os
dizeres da penalista Puppe. A processo de pacificação da linha interpretativa punitivista
encerrada pela corte foi consolidado com o julgamento conjunto das ADCs 43 e 44, em
outubro de 2016.
O Supremo Tribunal Federal tem a prerrogativa de ser o intérprete final do direito, nos
casos que são a ele submetidos, mas não é o dono da Constituição. Justamente ao
contrário, o sentido e o alcance são fixados em interação com a sociedade, com os
outros Poderes e com as instituições em geral. A perda da interação com a sociedade, a
eventual incapacidade de justificar suas decisões ou de ser compreendido, retiraria o
acatamento e a legitimidade do Tribunal. Por outro lado, qualquer pretensão de
hegemonia sobre os outros Poderes sujeitaria o Supremo a uma mudança do seu
desenho institucional ou a superação de seus precedentes por alteração no direito,
competências que pertencem ao Congresso Nacional. Portanto, o poder do Supremo
Tribunal Federal tem limites claros. Na vida institucional, como na vida em geral,
ninguém é bom demais e, sobretudo, ninguém é bom sozinho. (BARROSO apud ROSA;
TRINDADE; TASSINARI; SANTOS E OLIVEIRA, 2016, p. 174-175)
4 Considerações finais
constitutiva entre os poderes constituídos, assim como entre eles e a esfera pública em
geral. A ideia seria menos de controle, mas sim de contrapeso, que, especificamente em
relação à atividade jurisdicional do tribunal constitucional, é representado, sobretudo,
pela crítica acadêmica de suas decisões, no entendimento de Häberle.
Tendo em vista tal estado de coisas, qual seria, pois, o papel dos acadêmicos e juristas
inconformados, com a demolição da proteção da liberdade e do sistema de garantias
penais constitucionalmente assegurados? Voltando, mais uma vez, a Neumann (1969, p.
322), este nos dá uma pista: “a tomada de posição nos assuntos políticos”. Mesmo que a
crítica seja venha a ser institucionalmente excluída por parte do tribunal constitucional e
mesmo que alguns de seus juízes pretendam desqualificá-la, aos acadêmicos não é dada
a faculdade de se furtar à crítica de seus julgados. Ousemos, pois, a criticar. Caso não
critiquemos, não nos resta outra coisa, senão a perda de nossas garantias e liberdades.
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2004.
1 Para uma melhor compreensão do debate, ver Meyer (2008), Streck (2013), Cruz
(2014) e Cattoni de Oliveira, (2016a).
5 Para uma explicação concisa acerca dos paradigmas jurídicos, ver Habermas (1999, p.
247-258).
7 Tradução livre de: „Wenn die Weimarer Verfassung bestimmt, daß der Reichspräsident
vom ganzen deutschen Volk gewählt werden soll, so liegt darin eine gewisse Korrektur
des Verhältniswahl-und des Parteilistensystems. Das ganze deutsche Volk soll sich hier
auf eine einzige Persönlichkeit, einen Mann seines Vertrauens einigen“.
9 MENDES, Conrado Hübner. O STF é refém do capricho dos seus ministros. Disponível
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[www.osconstitucionalistas.com.br/conrado-hubner-mendes-o-stf-e-refem-do-capricho-dos-seus-minist
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10 Barroso afirma que, antes de o STF relativizar presunção de inocência, o direito penal
não era sério. Disponível em:
[http://justificando.com/2016/08/11/barroso-afirma-que-antes-do-stf-relativizar-presuncao-de-inocenc
Acesso em: 15.09.2016.
11 Cf. BACHA E SILVA, Diogo; BAHIA, Alexandre Gustavo Melo Franco de Moraes;
CATTONI DE OLIVERA, Marcelo Andrade. Presunção de inocência: uma contribuição
crítica à controvérsia em torno do julgamento do Habeas Corpus 126.292 pelo Supremo
Tribunal Federal. Disponível em:
[http://emporiododireito.com.br/presuncao-de-inocencia-uma-contribuicao-critica].
Acesso em: 15.09.2016.
12 Cf. STRECK, Lenio Luiz. O estranho caso que fez o STF sacrificar a presunção de
inocência. Disponível em:
[www.conjur.com.br/2016-ago-11/senso-incomum-estranho-fez-stf-sacrificar-presuncao-inocencia].
Acesso em: 16.09.2016.
18 Cf. ROXIN, Claus. Autoria y dominio del hecho em derecho penal. Madrid: Marcial
Pons. Também entrevista de Roxin ao Conjur:
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21 Para uma crítica certeira ao entendimento do Min. Fachin, ver STRECK, Lenio Luiz.
Presunção de inocência: Fachin interpreta a Constituição conforme o CPC? Disponível
em:
[www.conjur.com.br/2016-jun-30/senso-incomum-presuncao-inocencia-fachin-interpreta-constituicao-c
Acesso em: 16.09.2016.
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