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Manual para o professor “Debret nos leva pelo Brasil”

1. O que é História?

O historiador francês Marc Bloch em célebre colocação, feita em Apologia da História


ou o Oficio do Historiador, sobre o conhecimento histórico diz:
“Diz-se algumas vezes: ‘A História é a ciência do passado’. É [no meu modo de ver] falar
errado. [Pois, em primeiro lugar], a própria idéia de que o passado, enquanto tal, possa ser
objeto de ciência é absurda. Como, sem uma decantação prévia, poderíamos fazer, de
fenômenos que não tem característica comum, a não ser não terem sido contemporâneos,
matéria de um conhecimento racional?1

A historiografia detém sua própria historicidade, diversos regimes discursivos já


construíram as narrativas históricas. Mas, certamente podemos concordar com novamente
com Bloch quando ele lembra que “o objeto da história é, por natureza, o homem. Digamos
melhor: os homens. Mais que o singular, favorável à abstração, o plural, que é o modo
gramatical da relatividade, convém a uma ciência da diversidade.”2
Nesse sentido, verificamos a mudança que a historiografia passou, nas décadas de
1970 e 1980, na chamada “virada crítica”, que modificou os sentidos da investigação
histórica. Em vez dos processos coletivos e anônimos comandarem a humanidade,
enxergamos agora, com a devida mudança de foco, os indivíduos em sociedade, seus nomes,
suas famílias, suas relações, suas escolhas, suas ações. Portanto, cabe a História hoje
investigar o sujeito como agente histórico. De acordo com Jacques Revel,
“a escolha do individual não é considerada contraditória com a do social, mas torna
possível uma abordagem diferente deste último. Sobretudo, permite destacar, ao longo
de um destino específico, – o destino de um homem, de uma comunidade, de uma
obra - a complexa rede de relações, a multiplicidade dos espaços e dos tempos nos
quais se inscreve.”3

2. A tarefa educacional

A tarefa educacional consiste em uma prática complexa que envolve diversos agentes
e dinâmicas sociais. Nesse sentido, destacamos as ideias de educare e educere, que segundo
Walter Garcia: “O sentido de educare transmite a ideia de algo que se acrescenta ao

1
BLOCH, Marc. Apologia da História, [1941-42]. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2001. p. 53.
2
Idem, p. 54.
3
REVEL, Jacques. História ao rés do chão. In: LEVI, Giovani. A herança imaterial: trajetória de um exorcista no
Piemonte do século XVII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000, p. 17
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indivíduo, procurando dar-lhe condições para o seu desenvolvimento. Já o sentido de educere


sugere a liberação de forças que estão latentes e que dependem de estimulação para vir à
tona.”4
Partindo disso, ressaltamos que a atividade educacional está relacionada à construção
de saberes, que constituem conteúdos, conhecimentos considerados socialmente relevantes.
Ao mesmo tempo, a tarefa pedagógica envolve promover o desenvolvimento de habilidades
do aluno, que deve ser mobilizado para produzir conhecimento tendo em vista os conteúdos
trabalhados em aula.
Nesse sentido, vale a pena tomar a fala da pesquisadora Maria Auxiliadora Schmidt:
“O uso de “conhecimentos escolares” no plural é indicativo de que um mesmo professor
transmite, frequentemente, distintas formas de conhecimento.”.

3. Ensino da História

A História pode ser ensinada com objetivos diversificados conectados a questões


teóricas e metodológicas especificas do conhecimento histórico. Segundo os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs) a História, tal como as demais Ciências Humanas, deve
proporcionar aos indivíduos a possibilidade de desenvolver algumas competências que são
fundamentais à formação de um cidadão. Portanto, a história deve instrumentalizar o aluno
com o objetivo que ele se torne um cidadão.
Não obstante, o PCN defende também que a História deve estabelecer relações entre
identidades individuais e coletivas. Nesse sentido, o aluno deve perceber que é um indivíduo,
agente histórico, ao mesmo tempo em que faz parte de um grupo, seja da sua comunidade,
família, cidade. Importante é frisar que:
“Estes objetivos [postos no documento PCN] desqualificam os propósitos da escola
tradicional, voltados para a aquisição cumulativa de informações, com suas conhecidas
características no ensino da História: ordenação mecânica de fatos em causas e
consequências; cronologia linear, eurocêntrica, privilegiando a curta duração; destaque para
os feitos de governantes, homens, brancos, numa visão heroicizada e idealizada da História;
conteúdos apresentados aos alunos como pacotes-verdades, desconsiderando e
5
desvalorizando suas experiências cotidianas e práticas sociais.”

4
GARCIA, Walter. Educação: visão teórica e prática pedagógica. São Paulo: McGraw-Hill, 1997, p. 1.
5
DEOCLECIO, Antonio Dutra. DITADURA MILITAR E O ENSINO DE HISTÓRIA: O estudo das músicas
populares ufanistas e de protestos. Revista O professor PDE e os desafios da escola pública paraense, v. 1, 2010.
Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2010/2010_fecilcam_hist_a
rtigo_antonio_dutra_deoclecio.pdf. Data de acesso: 01-12-2014.
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4. “Debret nos leva pelo Brasil”

4.1 Objetivo do Material

O objetivo desse material é trabalhar a sociedade brasileira do século XIX a luz das
obras de Jean-Baptiste Debret reunidas na obra Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, que
pode ser utilizada em séries do Ensino Médio. Para isso, o professor e os alunos devem ter em
seus horizontes que as obras de Debret não são retratos do que realmente aconteceu, mas sim
representações artísticas, portanto condicionadas as regras de composição da pintura,
verossímeis da sociedade brasileira oitocentista.

4.2 Composição do material

Esse material é constituído dos textos: Verbetes Escravidão6 e Boa sociedade7


retirados do Dicionário do Brasil Imperial e Uma viagem com Debret8. Além desses textos há
quatro textos pequenons intitulados: Construindo a civilização, Construindo a identidade,
Impondo a Ordem e Mantendo a Unidade. Além dos textos o material é composto por 25
pinturas de Debret publicadas entre os anos de 1834 e 1839 na obra Viagem Pitoresca e
Histórica ao Brasil.
Os quatro pequenos textos delimitam os quatro grandes temas introdutórios para se
trabalhar a sociedade do Brasil Imperial, temas relacionados a conteúdos expostos na grade
curricular, além de estarem presentes em livros didáticos das séries do Ensino Médio.
Podemos, então, denominar esses textos de introdutórios.
Os verbetes do Dicionário do Brasil Imperial tratam de processos históricos e
dinâmicas sociais que compunham o funcionamento da sociedade brasileira do século XIX e,
portanto, estavam presentes nas obras de Debret. Esses textos tratam, sobretudo, das
diferenças e desigualdades sociais vivenciadas nesse período no Brasil.

6
Verbete “Escravidão” no Dicionário do Brasil Imperial, p. 237-239. IN: VAINFAS, R. (Org.). Dicionário do
Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
7
Verbete “Boa sociedade” no Dicionário do Brasil Imperial, p. 115-117. IN: VAINFAS, R. (Org.). Dicionário
do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
8
LIMA, Valéria. Uma Viagem com Debret. Coleção: Descobrindo o Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar,
2004.
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O texto Uma viagem com Debret é a principal obra que compõe esse material didático
e está disponível na íntegra em formato “*.acsm”, que respeita os direitos autorais da obra e,
por isso, não pode ser anexado ao restante do material. Nesse texto encontramos ferramentas
para analisar as pinturas de Debret, fornecem o contexto artístico e político em que Debret
produziu. No material consta também uma linha do tempo com informações sobre a vida de
Debret, com marcos da política portuguesa, brasileira e francesa e marcos da arte no Brasil.
Além disso o material reúne 15 quadros de autoria de Debret.

4.3 Como usar “Debret nos leva pelo Brasil”

O presente material é bem flexível para ser usado em sala de aula, sendo o professor
capaz de manipulá-lo de diversas formas. Nesse manual apresentaremos duas possíveis
formas de utilizá-lo, em duas propostas diferentes: em um trabalho em grupo e em trabalho
individual.
A turma pode ser organizada em 3 grupos, cada grupo trabalhará sobre um tema
específico encontrado em diversas pinturas de Debret. No interior de cada tema o grupo
deverá analisar cinco pinturas de Debret tendo em vista questões centrais, sendo o apoio para
análise os textos presentes no material. Abaixo consta uma listagem com o tema e a questão
central:

a) Tema 1: “Escravidão urbana” – Como podemos identificar um escravo


nas pinturas de Debret? Em que ambientes esses escravos estão nas pinturas?
Quais são os elementos presentes que demonstram a diversidade entre os escravos?
Como a diversidade cultural existente entre a população escrava é representada nas
pinturas de Debret?

b) Tema 2: “Comércio local” – Quais os elementos presentes nas pinturas


de Debret que representam a diversidade das trocas comerciais? Quais os tipos de
trabalho podem ser identificados na sociedade brasileira no século XIX? Onde
podemos identificar as diversas formas de trabalho representadas nas pinturas?

c) Tema 3: “Famílias brasileiras” - Como o patriarcado é representado nas


pinturas de Debret? Qual era o papel da mulher nessas famílias?
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Todas as imagens que compõem o presente material podem ser usadas em quaisquer
dos temas enunciados acima.
Os alunos deverão apresentar para a turma os resultados de suas análises, podendo
utilizar, se disponível, datashow.

Elaborado por Ana Elisa Silva Arêdes, DRE: 111222747

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