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Dezembro 2019
Fez-Se Homem
para nos salvar
Tu preferes
o mal ao bem!
Administração
Benedito Beni dos Santos – ...................... 46
Uma riqueza para toda
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a Igreja
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Os Santos de
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Madre Maria Teresa da Um pão feito em honra
Montagem:
Santíssima Trindade – Viveu do Divino Infante
Equipe de artes gráficas
dos Arautos do Evangelho apenas para amá-Lo
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E screvem os leitores
“V eio para o que era seu, mas os seus não O receberam” (Jo 1, 11).
Os pastores foram os únicos a acorrer à Gruta; a cidade de Belém rejeitou a
Sagrada Família; Herodes matou milhares de inocentes por ódio a Jesus… Essas
afirmações, tão repetidas, quase poderiam ser consideradas lugares-comuns. Houve, po-
rém, na noite de Natal, uma ausência pouco comentada: a da classe sacerdotal.
Por ter sido posto a serviço de Deus, o ministro sagrado, mais do que qualquer ou-
tro homem, deve viver exclusivamente em função do Altíssimo. Mas, se não for fiel à
sua missão, ele se fechará em si mesmo, apropriar-se-á dos dons recebidos e acabará
por apodrecer. Como corruptio optimi pessima est,1 não raro o veremos, no final da es-
trada, a serviço do mal…
Deus tinha concedido à classe sacerdotal os dons necessários para reconhecer a ple-
nitude dos tempos. Assim, quando Herodes convocou os “príncipes dos sacerdotes” a
fim de perguntar-lhes onde haveria de nascer o Messias, eles lhe responderam sem he-
sitar (cf. Mt 2, 4‑6). Ora, se sabiam pela tradição e pela Sagrada Escritura o que estava
por acontecer, por que não foram os primeiros a acorrer para venerá-Lo?
Certa vez, Jesus disse: “Hipócritas!… Como não sabeis reconhecer o tempo pre-
sente?” (Lc 12, 56). Na ocasião o Divino Mestre falava ao conjunto do povo, mas esse
Número
216
severo epíteto seria por Ele aplicado, com ainda maior propriedade, para descrever a
atitude dos fariseus e saduceus, a classe sacerdotal de sua época.
ro 2019
Dezemb
Manipulando a Lei mosaica, tinham eles criado uma religião distinta da verdadei-
ra, destinada a conservar seu domínio sobre a população. E, quando a Boa-Nova do
Evangelho frustrou suas ambições terrenas, voltaram-se contra Nosso Senhor: rejei-
taram-No, combateram-No e, por fim, O crucificaram.
A ausência de sacerdotes na Gruta de Belém foi, portanto, o primeiro sinal do dei-
omem cídio e o prenúncio das grandes perseguições que, ao longo dos séculos, conduziriam
Fez-Se H alvar
n o s s
para à morte milhões de almas inocentes, pois a pior das sanhas é aquela que se radica no
ódio religioso.
Hoje a igualdade é endeusada, e a liberdade, enaltecida até os extremos limites.
Menino Jesus Entretanto, sintomas inquietantes apontam para um retorno aos tempos obscurantis-
vestido com o tas das perseguições, sejam elas pagãs ou feitas em nome da deusa razão. Igrejas, sa-
hábito de arauto cerdotes e fiéis cristãos tornaram-se alvo da mais radical intolerância.
sacerdote Estará nos reservando o século XXI a surpresa de uma nova guerra de religião,
Foto: Lúcio Alves
marcada por um ódio gratuito, calunioso e cruel? Será ela conduzida por líderes que
doutrinam as massas agindo como verdadeiros sacerdotes da irreligião? Na perspec-
tiva de tal hipótese vir a se realizar, torna-se indispensável haver presbíteros santos,
íntegros e fervorosos, capazes de sustentar a esperança dos fiéis em meio à escuridão
causada pelos preconceitos anticristãos.
Peçamos ao Menino Jesus, Sumo, Único e Perfeito Sacerdote, que conserve sem-
pre na terra os verdadeiros sacerdotes de Cristo, promotores da fé, capazes de con-
ferir às almas a eles confiadas uma união e uma resistência inabaláveis, que nada
pode destruir. ²
1
Do latim: “A corrupção dos melhores é a pior das corrupções”.
O verdadeiro farol
da libertação do homem
Se Deus não existe ou não é acessível ao homem, só o consenso da maioria
permanece como suprema instância. E este consenso – sabemo-lo da
História do século passado – pode ser também um “consenso no mal”.
Gustavo Kralj
a Deus, para aprender a verdadeira ter a coragem, a alegria, a gran-
obediência que é o fundamento da de esperança de que a vida eterna
liberdade humana. existe, é a verdadeira vida, e é des-
ta vida autêntica que vem a luz que
O seguimento de Jesus termina ilumina também este mundo.
Bento XVI, dando a bênção Urbi et
à direita do Pai Orbi em 4/4/2010 Se se pode dizer que, mesmo
Escolhamos uma segunda pala- prescindindo da vida eterna, do Céu
vra da primeira leitura: São Pedro prometido, é melhor viver segundo os
diz que Deus elevou Cristo à sua di- Hoje, graças a critérios cristãos, porque viver segun-
reita como Chefe e Salvador (cf. At do a verdade e o amor, apesar das nu-
5, 31). Chefe é tradução do termo Deus, não vivemos merosas perseguições, é em si mesmo
grego archegos, que implica uma vi- um bem e é melhor que todo o resto,
são muito mais dinâmica: archegos é sob ditaduras, mas é precisamente esta vontade de viver
aquele que indica a estrada, que pre-
cede, é um movimento, um movi-
existem formas segundo a verdade e em conformida-
de com o amor que deve abrir tam-
mento rumo ao outro. sutis de ditadura bém toda a vastidão do desígnio de
Deus elevou-O à sua direita, por- Deus para nós, à coragem de ter já a
tanto, falar de Cristo como archegos e sutis agressões alegria na expectativa da vida eterna,
quer dizer que Cristo caminha dian- da elevação seguindo o nosso arche-
te de nós, que nos precede e nos mos-
contra a Igreja gos. E Soter é o Salvador, que nos sal-
tra o caminho. E estar em comunhão va da ignorância, procura as últimas
com Cristo é estar a caminho, subir meta é a direita do Pai. Há este cami- coisas.
com Cristo, é seguimento de Cristo, nho de Jesus, este seguimento de Je- O Salvador salva-nos da solidão,
é esta elevação, é seguir o archegos, sus que termina à direita do Pai. Ao salva-nos de um vazio que permane-
Aquele que já passou, que nos prece- horizonte de tal seguimento perten- ce na vida sem a eternidade, salva-
de e nos indica o caminho. ce todo o caminho de Jesus, também -nos conferindo-nos o amor na sua
Evidentemente, aqui é importan- a chegada à direita do Pai. plenitude. Ele é o guia. Cristo, o ar-
te que se nos diga aonde Cristo che- Neste sentido, a meta deste cami- chegos, salva-nos dando-nos a luz,
ga e aonde também nós devemos che- nho é a vida eterna à direita do Pai, concedendo-nos a verdade, dando-
gar: hypsosen – nas alturas – subir à em comunhão com Cristo. Hoje, nós -nos o amor de Deus. ²
direita do Pai. Seguimento de Cris- temos muitas vezes um pouco de
to é apenas imitação das suas virtu- medo de falar da vida eterna. Fala- Excerto de: BENTO XVI. Homilia
des, não é só viver neste mundo, na mos das coisas que são úteis para o na Concelebração Eucarística
medida do que nos é possível, mas é mundo, mostramos que o Cristia- com os membros da Pontifícia
um caminho que tem uma meta. E a nismo ajuda a melhorar o mundo, Comissão Bíblica, 15/4/2010
a Evangelho A
Naquele tempo, 26 no sexto 30
O Anjo, então, disse-Lhe: 35
O Anjo respondeu: “O Espí-
mês, o Anjo Gabriel foi envia- “Não tenhas medo, Maria, rito virá sobre Ti, e o poder do
do por Deus a uma cidade da porque encontraste graça dian- Altíssimo Te cobrirá com sua
Galileia, chamada Nazaré, 27 a te de Deus. 31 Eis que concebe- sombra. Por isso, o Menino
uma Virgem, prometida em rás e darás à luz um Filho, a que vai nascer será chamado
casamento a um homem cha- quem porás o nome de Jesus. Santo, Filho de Deus. 36 Tam-
mado José. Ele era descenden- 32
Ele será grande, será chama- bém Isabel, tua parenta, conce-
te de Davi e o nome da Virgem do Filho do Altíssimo, e o Se- beu um filho na velhice. Este
era Maria. nhor Deus Lhe dará o trono já é o sexto mês daquela que era
28
O Anjo entrou onde Ela esta- de seu pai Davi. 33 Ele reinará considerada estéril, 37 porque
va e disse: “Alegra-Te, cheia de para sempre sobre os descen- para Deus nada é impossível”.
graça, o Senhor está contigo!” dentes de Jacó, e o seu Reino 38
Maria, então, disse: “Eis aqui
29
Maria ficou perturbada com não terá fim”. a serva do Senhor; faça-se em
estas palavras e começou a 34
Maria perguntou ao Anjo: Mim segundo a tua palavra!”
pensar qual seria o significado “Como acontecerá isso, se Eu E o Anjo retirou-se (Lc 1,
da saudação. não conheço homem algum?” 26-38).
I – A visão certa das coisas de Si, porque nada existe fora de Deus. Enquan-
é a de Deus to nós vemos as coisas exteriormente, Deus vê
Contemplar os acontecimentos a partir de tudo em Si mesmo com absoluta perfeição. Conhecemos
uma perspectiva divina é difícil para nós, cria-
turas humanas, enquanto vivemos na terra. Por
Dois modos de ver a realidade as coisas
estarmos sujeitos às leis do tempo, nosso racio- Nada melhor do que um exemplo para nos
cínio é discursivo, diferente do modo de pensar ajudar a compreender a questão. No passado,
pelos sentidos
próprio a Deus, para quem só existe o presente. os observatórios astronômicos eram equipados e temos a
Mas quando chegarmos à eternidade e nos en- com grandes e pesadas lunetas, também chama-
contrarmos face a face com Ele, tudo será mui- das de telescópios refratores. Além de serem tendência de
to mais simples, porque nossa inteligência se de difícil manuseio, sua fabricação era bastante
tornará deiforme. dispendiosa por causa da necessidade de lentes
considerar
Neste mundo, pelo contrário, conhecemos apropriadas. Com os avanços tecnológicos, es- como
as coisas pelos sentidos e temos a tendência de ses aparelhos foram sendo substituídos por ou-
considerar como realidade apenas aquilo que tros mais simples, eficientes e menos custosos, realidade
eles captam, pois julgamos ser este o meio mais os telescópios refletores, constituídos sobretu-
eficaz para a analisarmos. Entretanto, tal ideia do de espelhos em vez de lentes. Neste sistema, apenas aquilo
não é acertada, pois tudo está em Deus, como
ensinou São Paulo no Areópago de Atenas: “É
o observador não examina diretamente os as-
tros com as lunetas, e sim as imagens dos cor-
que eles
n’Ele que temos a vida, o movimento e o ser” pos celestes refletidas nos espelhos. O resulta- captam
(At 17, 28). Cada criatura esteve em Deus des- do é uma análise mais acurada e precisa da abó-
de sempre, e, ao criar, Ele também o faz dentro bada celeste.
no seio da Conosco acontece algo análogo: quando nos nossa natureza temos necessidade de imagens
atemos à nossa pobre visão humana, é como se para entender melhor e, por isso, precisamos
Santíssima estivéssemos usando uma arcaica luneta; se pro- quase “humanizar” a Deus. Imaginemos, então,
Trindade é curássemos interpretar os fatos em Deus, n’Ele o Pai, o Filho e o Espírito Santo planejando a
veríamos tudo com maior clareza e exatidão. Eis criação, numa conversa entabulada desde toda
impenetrável a razão pela qual devemos nos empenhar em dis- a eternidade. Conceber algo que não teve prin-
cernir as coisas em função de Deus, em vez de cípio já é complicado para nós…
por nós. Como concluir por nós mesmos.
Os fundamentos do universo
atingir a A História vista da perspectiva divina Deus tem em Si – usamos de propósito a pa-
extraordinária Ora, claro está que nós vemos a História lavra tem porque, como já dissemos, para Ele
de um modo cronológico. Por exemplo: houve não há passado nem futuro – infinitos universos
altura do a criação dos Anjos, um deles se revoltou, ar- possíveis, Anjos e homens que não foram cria-
pensamento rastou consigo a terça parte dos espíritos celes-
tes e todos estes foram lançados no inferno. De-
dos, bem como infinitas possibilidades de re-
lacionamento dos homens entre si, dos homens
divino? pois, Adão e Eva foram criados e introduzidos com os Anjos, etc. Entretanto, Ele escolhe e
no Paraíso, onde viviam felizes até o momento cria este mundo no qual vivemos, certamente
em que, ludibriados pela serpente, desobedece- o melhor para a realização de seus desígnios,
ram a Deus, manchando o universo com o peca- pois sendo Deus a Perfeição não poderia pre-
do. Mais tarde Nosso Senhor nos redimiu. Tal ferir algo inferior ao que existe.1 Segundo nos-
sucessão de fatos é verdadeira, mas insuficiente, so conceito, a formação desse universo seria se-
e muito distante da realidade completa! Esta, melhante ao processo de construção de um edi-
qual é? fício: iniciamos pelos alicerces, cravados no seio
Evidentemente, o que se passa no seio da da terra, e sobre eles subimos as paredes, para
Santíssima Trindade é impenetrável por nós. só então cuidarmos das partes mais nobres. Na
Como atingir a extraordinária altura do pensa- mente de Deus, ao contrário, os fundamentos
mento divino? São três Pessoas idênticas e, no são o ponto mais alto e sublime. Por este mo-
entanto, Se entretêm numa imensa felicidade! tivo, o plano da criação parte da criatura prin-
Por mais que queiramos, nunca poderemos for- ceps, Nosso Senhor Jesus Cristo, e em função
mar uma noção exata de como se deu a ideali- d’Ele tudo é arquitetado, como ensina São Pau-
zação da ordem do universo com todas as mara- lo na segunda leitura de hoje: “Em Cristo, Ele
vilhas que a compõem. Nada nos impede, toda- nos escolheu, antes da fundação do mundo,
via, de cogitarmos a esse respeito. Em razão de para que sejamos santos e irrepreensíveis sob
Reprodução
seu sangue para a constituição física do Salvador, maior para
de modo que a Carne e o Sangue de Jesus são
a carne e o sangue de Maria. Seria um absurdo a Igreja do
imaginar o Homem-Deus sendo formado a par-
tir de um sangue não puro, num claustro mater-
Imaculada Conceição - Basílica de Nossa Senhora da
Conceição da Praia, Salvador
que ter uma
no maculado pela culpa original, pois de uma
A proclamação do dogma
Mãe e Rainha
fonte impura não pode brotar o que é puro. Em
virtude da Encarnação do Verbo, Maria tinha de Coube ao Beato Pio IX – cujo longo pontifi- Imaculada e
ser isenta do pecado. E se nós defendemos a di- cado transcorreu num período de grande ten-
vindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, é forçoso são contra a Igreja – incluir este título maria-
cheia de graça
que defendamos também a Imaculada Concei- no entre os dogmas de Fé. O ambiente católico
ção de sua Mãe. já se encontrava preparado, sobretudo porque o
Mais um belo aspecto deste privilégio é a gló- Santo Padre e vários de seus predecessores há
ria que ele significa para a Igreja, da qual Nossa muito vinham promovendo a devoção à Imacu-
Senhora é Mãe. Sendo a missão da Igreja comba- lada Conceição, inclusive com proibição de se
ter o pecado, diminuir os seus efeitos e distribuir difundirem teses contrárias a essa doutrina.
a graça às almas, não pode haver honra maior Conta-se que, em certa ocasião, estando o
para ela do que ter uma Mãe e Rainha Imacu- Papa desterrado em Gaeta, o Cardeal Lam-
lada e cheia de graça. Mas, também em relação bruschini lhe disse: “Santo Padre, Vossa San-
a Maria a Igreja exerceu sua função de santifi- tidade não mudará o mundo senão declaran-
car com uma perfeição impossível de ser iguala- do o dogma da Imaculada Conceição”. Foi pou-
da em qualquer outra criatura: durante os anos co depois disso, a 2 de fevereiro de 1849, que
em que a Santíssima Virgem viveu depois da As- o Papa lançou a Encíclica Ubi primum, dirigi-
censão de Jesus, orientando e amparando ma- da aos Patriarcas Primazes, Arcebispos e Bis-
ternalmente a Igreja nascente, Ela se beneficiou pos da Igreja Universal, consultando-os sobre
do Sacramento da Eucaristia, e cada Comunhão essa questão.8 Salvo pouquíssimas exceções –
aumentava n’Ela, em imensas proporções, o ex- menos de dez por cento de um total de mais de
traordinário tesouro de graça recebido em sua seiscentas cartas enviadas –, as respostas foram
Concepção Imaculada. todas favoráveis. E quando voltou a Roma, em
Comemora-se
Proclamação do dogma da Imaculada Conceição, por Francesco Podesti
hoje a
Museu Capitolino, Roma
libertação
primeira origem do Sangue de Jesus. É dali que mãe natural, muito maior deve ser nosso amor de quem era
este belo rio começa a se espalhar, este rio de por Aquela que é Mãe de nossa vida sobrena-
graças que corre em nossas veias pelos Sacra- tural. Cheios de gratidão, peçamos a Ela que, escravo do
mentos e que leva o espírito de vida para todo o assim como triunfou sobre o pecado, triunfe
corpo da Igreja”.11 em nossa alma, infundindo-lhe um raio de sua
demônio e
Por conseguinte, na concepção de Nossa Se- imaculabilidade. E que, purificados de todas se entrega
nhora iniciou-se a história de nossa Redenção. as nossas misérias, sejamos assistidos por seu
A Solenidade de hoje é a festa da libertação de Divino Esposo e nos transformemos em ins- inteiramente
quem era escravo do demônio e se entrega in- trumentos eficazes para a promoção de um ou-
teiramente a Nosso Senhor Jesus Cristo, pelas tro triunfo, por Ela prometido em Fátima e tão a Jesus Cristo,
mãos da Santíssima Virgem. Somos filhos de
Maria Imaculada! E se temos apreço por nossa
desejado por nós: o do seu Sapiencial e Imacu-
lado Coração. ²
pelas mãos
de Maria
1
Cf. SÃO TOMÁS DE OP, Antonio. La Virgen 4
Cf. SÃO TOMÁS DE TIENNES. Pie IX. Nou-
AQUINO. Suma Teológi- María. Madrid: BAC, AQUINO, op. cit., I-II, velle Biographie. Tours:
ca. I, q.25, a.6, ad 3. 1968, p.57. q.77, a.2. Mame et Cie, 1852,
p.84-89.
2
Cf. PIO IX. Bula Ineffa- 3
Cf. CLÁ DIAS, EP, João 5
Cf. ROYO MARÍN, OP,
bilis Deus. In: DOCU- Scognamiglio. Maria se- Antonio. Dios y su obra. 9
Cf. VILLEFRANCHE,
MENTOS PONTIFÍ- ria capaz de restabele- Madrid: BAC, 1963, Jacques-Melchior.
CIOS. Petrópolis: Vozes, cer a ordem no universo? p.499-500. Pio IX. Sua vida, sua
1953, p.3-23; PIO XII. In: Arautos do Evangelho. história e seu século. São
6
PIO IX, op. cit.
Munificentissimus Deus, São Paulo. N.123 (mar., Paulo: Panorama, 1948,
n.40; SÃO JOÃO PAU- 2012); p.10-17; Comentá-
7
Cf. SÃO LUÍS MA- p.130-133.
LO II. Redemptoris Ma- rio ao Evangelho do IV RIA GRIGNION DE 10
PIO IX, op. cit.
ter, n.8; ROSCHINI, Domingo do Advento – MONTFORT. Trai-
OSM, Gabriel. Instru- Ano B e Comentário ao té de la vraie dévotion 11
BOSSUET, Jacques-Bé-
ções Marianas. São Pau- Evangelho da Solenida- à la Sainte Vierge, n.10. nigne. IIe Sermon pour
lo: Paulinas, 1960, p.22; de da Anunciação do Se- In: Œuvres Complètes. la Fête de la Concep-
La Madre de Dios según nhor, respectivamente Paris: Du Seuil, 1966, tion de la Sainte Vierge.
la fe y la Teologia. 2.ed. nos Volumes III e VII da p.492-493. In: Œuvres Choisies. Ver-
Madrid: Apostolado de coleção O inédito sobre os sailles: Lebel, 1822, v.X,
8
Cf. BIBLIOTHÈQUE
la Prensa, 1958, v.I, p.177- Evangelhos. p.34.
DES ÉCOLES CHRÉ-
178; ROYO MARÍN,
Stephen Nami
Como ocupa seu tempo um sacerdote dos Arautos do
Evangelho? A que atividades ele se dedica? Conheçamos
como é o dia a dia desses ministros de Cristo.
E m fevereiro de 2001,
o Papa São João Pau-
lo II concedia a aprova-
ção pontifícia aos Arau-
tos do Evangelho, constituindo-os
como Associação Privada de Fiéis e
dotais dedicadas ao atendimento de
seus irmãos.
Essa necessidade veio ao encon-
tro de um anseio há muito tempo
acalentado pelo fundador dos Arau-
tos e assim expresso por ele pou-
de Avezzano, Itália, ficando eles pro-
visoriamente incardinados nessa dio-
cese. Surgia o arauto sacerdote e,
com ele, um novo tipo humano con-
sonante com o carisma e a espiritua-
lidade da instituição.
dando-lhes por missão serem “mensa- co antes de receber o Sacramen-
geiros do Evangelho pela intercessão to da Ordem: “Quero unir-me mais
Fundação do ramo sacerdotal
do Imaculado Coração de Maria”.1 a Jesus, quero ser um veículo d’Ele No ano de 2005, o mesmo prelado
A partir daquele momento, as ati- para absolver quantos encontrar em erigiu a Sociedade Clerical Virgo Flos
vidades da associação se expandiram busca do perdão divino, quero ser Carmeli, cujo considerável crescimen-
a dezenas de países. Os filhos espi- consumido como uma hóstia a ser- to levou o Papa Bento XVI a reconhe-
rituais de Mons. João Scognamiglio viço d’Ele em benefício de meus ir- cê-la, em 21 de abril de 2009, como
Clá Dias tornaram-se cada vez mais mãos e irmãs”. Sociedade de Vida Apostólica de Di-
numerosos e surgiu a necessidade de Com esse nobre anelo no fundo reito Pontifício, tendo Mons. João
dar-lhes uma assistência espiritual da alma, Mons. João e mais quatorze por fundador e Superior-Geral. Hoje
adequada. Nessa emergência, o Espí- membros de sua obra foram ordena- mais de duzentos clérigos, filhos espi-
rito Santo suscitou, no seio dos Arau- dos presbíteros por Dom Lucio An- rituais dele, encontram-se incardina-
tos do E vangelho, vocações sacer- gelo Renna, OCarm, à época B ispo dos nessa sociedade.
Leandro Souza
Leandro Souza
Arautos sacerdotes – Seguindo o exemplo do seu fundador, eles procuram ser paternais no trato, firmes na
doutrina e ilibados no seu comportamento moral. Nos atos litúrgicos, portam-se com exímia fidelidade às rubricas e
ao espírito do rito instituído pela Igreja.
Stephen Nami
Paróquia Nossa Senhora das Graças – Nas quinze comunidades que a compõem, os sacerdotes arautos
celebram a Santa Missa, atendem confissões, visitam enfermos, pregam retiros, dão palestras de formação,
preparam jovens e adultos para a recepção dos Sacramentos e organizam procissões e momentos de convívio.
Vaguiner Martins
Urbano Ngoca
Atenção aos doentes – Os arautos sacerdotes procuram ser especialmente solícitos com os que
sofrem graves enfermidades. Nas fotos, administrando os Sacramentos em hospitais de São Paulo (esquerda)
e Juiz de Fora (direita), no Brasil. Ao centro, dando a bênção a uma doente numa
residência de Matola (Moçambique).
bidas através deste apostolado, afir- de suas obrigações para com Deus, nistrar os Sacramentos, mas sobre-
ma: “Em janeiro de 2014, recebemos sabendo que a força e a eficácia de tudo para, segundo as regras da ins-
a Cavalaria de Maria e assumimos o toda e qualquer evangelização estão tituição, aperfeiçoar-se e santificar-
compromisso com esta devoção ma- na oração. O dia a dia desses sacer- -se. Embora se encontre neste mun-
riana, que amamos. Temos dez ora- dotes, além de ser tomado pelos com- do feito de indiferença religiosa e
tórios, que visitam duzentas e oitenta promissos de seu ministério, é volta- incredulidade, mostra-se sensível ao
famílias. É uma benção de Deus para do com especial zelo aos deveres da chamado da graça em seu interior:
nós! E todo primeiro sábado rezamos vida espiritual. “Sê santo!” – ensina Santo Afonso
o Terço com as famílias, com muita Dedicam mais de duas horas para Maria de Ligório.3 Essa é a meta que
devoção e amor, e participamos da a recitação da Liturgia das Horas, deve nortear a vida de cada um de
Santa Missa. Agradecemos por tudo do Rosário e de outras orações par- nós. ²
e pelas graças recebidas por esta de- ticulares. Além disso, celebram duas
voção. Que Deus continue aben- Missas para diferentes grupos da ins-
çoando a missão de vocês!” tituição e procuram reservar os pri- 1
Palavras pronunciadas durante a Audiên-
meiros momentos do dia à Adoração cia Geral de 28 de fevereiro de 2001.
A força e a eficácia Eucarística, oração, meditação e lei-
estão na oração tura espiritual, participando dos atos
2
CONCÍLIO VATICANO II. Sacrosanc-
tum concilium, n.8.
Apesar de todas essas atividades, em conjunto da comunidade. 3
Cf. SANTO AFONSO MARIA DE LI-
os padres arautos não deixam de ter a Desse modo, o sacerdote arauto GÓRIO. A Selva. Porto: Fonseca, 1928,
principal atenção posta na realização vive não só para evangelizar e admi- p.3.
Dedicam mais de
duas horas
diárias para
Thiago Tamura Nogueira
a recitação da
Liturgia das Horas,
do Rosário e
outras orações Sacerdotes cantando o Ofício Divino na
Basílica de Nossa Senhora do Rosário, Caieiras (SP)
Stephen Nami
posso declarar nada diferente.
Dom Sérgio Aparecido Colombo
Bispo de Bragança Paulista
Ordenação sacerdotal presidida por Dom Benedito Beni dos Santos, em 18/5/2019
na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, Caieiras (SP)
L’Osservatore Romano
ciam o Evangelho, não ape- ternidade e em espírito de ora-
nas com a boca, mas, princi- ção por toda a Igreja.
palmente, com seu compor- Todos os movimentos ecle-
tamento. siais enfrentam em algum mo-
mento problemas, porque não
Uma espiritualidade que estão compostos por Anjos,
conduz à missão mas por seres humanos aos
Dom Benedito Beni dos Santos e Mons. João
O primeiro polo da espi- Clá Dias, EP, foram recebidos em audiência no quais o Espírito Santo guia e
Palácio Apostólico, no dia 26/11/2009
ritualidade dos Arautos é a ilumina. Mas, olhando a vida
devoção a Jesus Sacramentado. São e a atuação dos Arautos, podemos
pessoas da Eucaristia. constatar que sempre permaneceram
O segundo polo é a devoção a Nos-
Monsenhor João fiéis ao Evangelho e ao ensinamento
sa Senhora. é uma dádiva de da Igreja. São pessoas que têm a Eu-
A Igreja é mariana. Maria Santís- caristia no centro de sua existência, e
sima é Mãe da Igreja e por isso mes- Deus para a Igreja; vivem não para si, mas para servir aos
mo “o tipo e a figura da Igreja”,1 con- outros.
forme recordou o Concílio Ecumêni-
em primeiro lugar, Eles desenvolvem um grande bem
co Vaticano II. porque ensina no campo da assistência social e no
Nossa Senhora pertence à identi- atendimento aos pobres, sobretudo
dade da Igreja, e Maria Assunta ao através do seu na educação. Mas, a meu ver, um pon-
Céu é justamente a imagem da Igreja to forte dos Arautos do Evangelho é
da glória futura. Quem tem devoção testemunho de vida evangelizar através da arte, especial-
a Ela é verdadeiro membro do Corpo mente através da música, mostrando a
Místico de Cristo. lidade secularista e vivem como se beleza do canto gregoriano.
Através da devoção a Nossa Se- Deus não existisse. Os Arautos do Evangelho são uma
nhora os Arautos se ligam profun- Esse é, portanto, um trabalho mui- riqueza para toda a Igreja e, como
damente à Igreja, ao Papa e aos seus to atual. Assim foi posto em realce disse, um dom de Deus para a Igreja
Pastores, assumindo essa missão im- pela Assembleia Sinodal de 2012, da Universal, porque estão presentes em
portante que é anunciar o Evange- qual eu participei, e cujo tema foi A setenta e cinco países. ²
lho. Nova Evangelização para transmissão
Mas eles realizam tal missão numa da fé. 1
“Pelo dom e missão da Maternidade Divi-
perspectiva muito atual: a da Nova Os Arautos do Evangelho são um
na, que a une a seu Filho Redentor, e pe-
Evangelização, que tem como objeti- dom para toda a Igreja, porque são ao las suas singulares graças e funções, está
vo aqueles que foram batizados, mas mesmo tempo missionários e contem- também a Virgem intimamente ligada à
não suficientemente evangelizados. plativos. Vivem como monges, mas Igreja: a Mãe de Deus é o tipo e a figu-
ra da Igreja, na ordem da fé, da caridade
Os Arautos procuram os que se afas- agem em diversas partes do Brasil, so-
e da perfeita união com Cristo, como já
taram da Igreja, principalmente aque- bretudo as irmãs, realizando missões ensinava Santo Ambrósio” (CONCÍLIO
les que estão envolvidos pela menta- que têm Nossa Senhora como centro. VATICANO II. Lumen gentium, n.64).
Reprodução
feição”, que não precisará mais de leis lução, e aplica a Nossa Senhora aque-
nem de cárceres, não cometerá mais la frase muito bonita, que se encon-
crimes, não fará guerras e não neces- tra na Liturgia: “Gaude Maria Virgo,
sitará de governo. São Pio X fotografado por Felici cunctas hæreses sola interemisti”.3
Haverá, então, uma anarquia, que em março de 1908 Ou seja, pela sua Imaculada Con-
eles não apresentam como um pan- ceição a Santíssima Virgem, calcan-
demônio, uma desordem, mas como do aos pés a cabeça do dragão, pai
uma ordem sem lei, na qual todos os Não se trata de das heresias, eliminou-as do mundo
homens são reis de si próprios. Nin- inteiro e luta, através dos séculos da
guém obedecerá ao outro, e reinarão uma afirmação de vida da Igreja, para a extinção de to-
uma liberdade, fraternidade e igual-
dade completas.
caráter histórico, dos os erros. Eis a ideia contida nesse
esplêndido trecho de São Pio X.
A formulação empregada por São mas doutrinário: na Quando o dogma da Imaculada
Pio X é muito interessante, pois fri- Conceição foi definido por Pio IX,
sa que não pode existir um erro pior ordem do possível, houve na Europa uma verdadeira
que o anarquismo. Ele é “a mais no-
civa e perniciosa doutrina que possa
o anarquismo tempestade de ódios, protestos e in-
dignação por parte dos não católicos,
existir, tanto na ordem natural quan- é o erro pior mas também dos católicos. Em mui-
to na sobrenatural”. tos setores da Igreja houve furor por-
Não se trata, portanto, de uma que ele tinha sido definido. Como ex-
afirmação de caráter histórico – nun- plicar semelhante atitude?
ca apareceu um erro tão ruim quan-
to o anarquismo –, mas doutrinário:
Ódio igualitário
se um homem perverso e corrompi- Segundo tal dogma, a Virgem des-
do procurasse na ordem do possível o tinada a ser a Mãe de Deus foi con-
pior dos erros, não encontraria outro cebida sem pecado original desde o
senão o anarquismo. primeiro instante de sua existência. A
indignação contra Maria Santíssima,
Indignação até Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo e
em meios católicos Mãe da Igreja, explica-se pelo ódio
Afirma São Pio X que a admis- igualitário de vê-La colocada no pon-
são do dogma da Imaculada Concei- to mais alto em que uma mera criatu-
ção tem como resultado a aceitação ra possa estar.
da autoridade da Igreja, pois o modo Ademais, por ser Ela mulher, o ar-
Acervo particular
pelo qual se sabe que Nossa Senhora bítrio de Deus se apresenta de modo
foi concebida sem o pecado original muito mais forte. O Altíssimo toma
é através do Magistério. o elemento geralmente considera-
A Igreja ensina fundamentada no do secundário na ordem humana e
Evangelho. Sujeitar-se a ela implica o põe no alto de toda a pirâmide da
Dr. Plinio na década de 1970, osculando
aceitar as Sagradas Escrituras e, em a Imagem Peregrina que chorou criação, contundindo enormemente
consequência, a Revelação e a ordem em Nova Orleans o espírito igualitário.
Sergio Hollmann
dos impulsos que, mesmo num San- so Senhor chamou de bem-aventura-
to, podem representar o aguilhão da dos aqueles que são perseguidos por
carne. Nem a isso o ser d’Ela esta- amor à justiça, mas dentro dessa bem-
va sujeito. -aventurança há como que um requin-
Tão transcendente é Maria em Imaculada Conceição, por Bartolomé te: o fato de ser rejeitado em virtude
matéria de sublimidade, tão alta e re- Esteban Murillo - Museu do Prado, das mesmíssimas razões pelas quais
Madri; na página seguinte, fachada da
quintada em questão de pureza, tão Ela é odiada.
Antiga Basílica de Nossa Senhora de
excelsa dentro da condição humana, Guadalupe, Cidade do México, com a Aproximando-nos da festa da Ima-
e tão diferente da nossa própria con- imagem original em destaque culada Conceição, peçamos a Ma-
dição, que Ela Se apresenta aos nos- ria Santíssima a bem-aventurança de
sos olhos como uma figura imensa- sermos cada vez mais devotos d’Ela,
mente maior do que nós, despertan-
do a nossa admiração.
A ideia de uma e de tal forma A representarmos, que
se possa afirmar ser nossa união com
Em Nossa Senhora temos uma mulher elevada a Ela o motivo real pelo qual somos
ideia da sublimidade a que Deus pode odiados. ²
elevar a criatura humana, uma subli- uma altura enorme
midade, entretanto, à qual nós não fo- Extraído, com pequenas
mos elevados.
em relação a todos adaptações, de: Dr. Plinio.
Padroeira
da América Latina
N o noticiário internacional
de nossos dias fala-se mui-
to do bloco latino-ameri-
cano como um todo, vincando-se a
Fé, para o sobrenatural – que o torna
um dos elementos mais preciosos da
Igreja Católica.
A latinidade conservou relativa-
Fervorosa súplica
à Virgem de Guadalupe
Assim, devemos ter a alma bem
impostada para pedirmos a Ela, no
ideia de que este constitui uma imen- mente imunes os valores mais nobres dia em que A celebramos: antes de
sa família de nações, no sentido cató- da tradição que a formou. Os povos tudo, que mantenha a América La-
lico da palavra. Um bloco, diga-se, e latinos se modernizaram menos que tina cada vez mais sujeita e unida a
o esperamos ardentemente, que ain- os americanos do norte e os europeus, Ela. E, por isso mesmo, com todos
da há de ser esculpido pela Providên- e nisto consiste, sob algum aspecto, os vínculos que constituem sua co-
cia para se tornar uma das obras-pri- nosso glorioso “subdesenvolvimen- esão ainda mais acentuados. E que
mas da História. to”: ou seja, a distância que ainda nos esse imenso potencial, no momento
Ora, essa unidade da América La- separa das coisas ruins advindas com apropriado, se levante para servir a
tina se viu corroborada justamente a modernidade. Santa Igreja, tornando-se o elemento
pelo fato de ter uma Padroeira sob a Percebe-se, pelo acima considera- melhor e mais dinâmico para formar
invocação de Nossa Senhora de Gua- do, que a Ibero-América tem a mis- uma nova Civilização Cristã.
dalupe, e a coesão desse todo é tão são de levantar e colocar num pín- Tem-se, na verdade, a impressão
real que, nos domínios de Maria San- caro o facho da cultura latina católi- de que a América Latina está reser-
tíssima, constitui um feudo à parte, ca, inteiramente a serviço da Fé, para vada por Nossa Senhora para ser o
sobre o qual Ela deposita particula- brilhar no mundo. Fora disso, ela não imenso território onde a glória do
res desígnios. tem sentido. Reino d’Ela reluzirá com maior es-
Essa cultura católica está derriba- plendor. Assim, podemos acrescen-
Missão de levar ao píncaro da, prostrada, mas revive em nosso tar essa súplica: “Nossa Senhora de
a cultura católica continente com todo o viço da juven- Guadalupe, realizai em nós esses de-
Importa reconhecer que a Améri- tude e com possibilidades de futuro, sígnios a fim de que, o quanto antes,
ca Latina representa a herança lega- conservando e avultando os legados venha sobre nós, para nós, o Reino
da pela Europa católica a este sécu- recebidos das expressões culturais de Maria. Amém”. ²
lo e aos vindouros. O espírito latino, incomparáveis da Cristandade euro-
riquíssimo entre as variantes existen- peia. Somos o renascimento e o re- Extraído, com pequenas
tes no gênero humano, possui singu- florescimento desses valores nas zo- adaptações, de: Dr. Plinio.
lar aptidão para as coisas mais eleva- nas protegidas por Nossa Senhora de São Paulo. Ano IX.
das – e, portanto, para as verdades da Guadalupe. N.105 (dez., 2006); p.24-29
“E le carregou sobre si as
nossas culpas e foi feri-
do por causa de nossos
pecados, por suas cha-
causto pela conversão dos pecadores,
e o aceitaram de forma admirável.
Na lista de servos de Deus que se
ofereceram como vítimas expiató-
a sentir desde a infância um enorme
desprezo pelas coisas do mundo. Ja-
mais um vestido ou joia lhe chama-
ram a atenção; pelo contrário, só se
gas fomos curados” (Is 53, 5). Qual- rias, podemos acrescentar uma hu- sentia satisfeita na Missa, no Rosário
quer um de nós, ao deparar-se com es- milde freira carmelita que viveu na e na oração.
sas palavras de Isaías, não hesita em Guatemala do século XIX: Madre Sendo ainda muito menina, fez
aplicá-las ao Cordeiro Imolado, que Maria Teresa da Santíssima Trinda- o firme propósito de nunca passar
com seu Preciosíssimo Sangue nos li- de. Deus a escolheu para derramar um dia sem visitar a Hóstia Sagrada.
bertou da escravidão do demônio e sobre ela as maravilhas de sua gra- Nesses piedosos encontros, o Divino
nos abriu as portas do Reino Eterno. ça enquanto a sujeitava às mais ter- Redentor Se lhe manifestava misti-
Entretanto, examinando a vida dos ríveis provações.1 camente sem que ela, por ser criança,
Santos, encontraremos alguns aos pudesse compreender a enormidade
quais Deus quis fazer participar de
Piedosa infância e adolescência das graças recebidas.
forma especial na ação redentora do Tudo começou no ano de 1753, Ao alcançar a adolescência, Ma-
seu Divino Filho. São as vítimas ex- quando Juán Fermín de Aycinena e ria Teresa aplicou-se com fervor nos
piatórias, cujos sofrimentos e orações Irigoyen, espanhol da Navarra, atra- exercícios espirituais, penitencian-
em favor dos injustos se elevam ao tro- vessou o oceano para estabelecer- do-se frequentemente com o cilício.
no da Santíssima Trindade como ofe- -se na Capitania-Geral da Guatema- E ao completar treze anos decidiu
renda de suave odor. la. Depois de ter ficado por duas vezes fazer o voto de castidade diante de
Entre tais almas privilegiadas cabe viúvo, casou-se com Micaela Piñol y uma imagem de São José, o qual to-
mencionar Santa Jacinta e São Fran- Muñoz, e como fruto desse matrimô- mou por padrinho.
cisco Marto, os pastorzinhos de Fáti- nio nasceu, no dia 15 de abril de 1784,
ma, ou Santa Bernadette Soubirous. sua filha primogênita: Maria Teresa
A vocação religiosa é posta à prova
Sendo ainda crianças, ouviram dos de Jesus Anastásia e Cayetana. Não tinha cumprido ainda os doze
próprios lábios de Nossa Senhora o A formação que recebeu da mãe, anos quando presenciou a morte do
convite para se oferecerem em holo- norteada pela doutrina cristã, levou-a pai, ao qual acompanhara por um ano
Reprodução
ras crucificada, isto é, fixada a uma possibilidade de que tivesse sido tra-
cruz do meio-dia até três horas da tar- çado por Maria Teresa. Chegou-se
de. Nesse período, passava pelas ago- então à conclusão de que fora dese-
nias da morte e chegava a morrer mis- nhado pelos Anjos usando o sangue
ticamente. de suas chagas. Depois disso, passa-
Entretanto, no meio de tão dolo- ram a fixar lenços de tecido e de pa-
rosos sofrimentos, recebia inefáveis pel nas mãos da carmelita cada vez
consolos na forma de êxtases e ar- que ela entrava em êxtase, e eles fi-
roubos. No dia da festa de Nossa Se- cavam tingidos com figuras e dize-
nhora do Carmo, permaneceu por res relacionados à Paixão de Nosso
algum tempo suspensa no ar depois Senhor Jesus Cristo: corações, cru-
de ter comungado. E em 24 de se- zes, coroas de espinhos, cravos, lan-
tembro, tendo ficado fora de si du- ças, anéis e os nomes de Jesus, Ma-
rante a ação de graças, recebeu a ria e José.
graça do desponsório espiritual com Meses depois, apareceram tam-
seu adorado Jesus. bém cartas escritas pelos Anjos e San-
Por mais que a religiosa não pou- tos. Dom Ramón Casaús chegou a
Reprodução
passe esforços para manter em se- reunir quarenta e nove missivas dos
gredo as graças recebidas, inevitável espíritos celestes, duas de São Luís
era que toda a comunidade tomasse Gonzaga, uma de Santa Teresa e ou-
conhecimento delas. E, pouco tem- Os lenços afixados nas mãos da tra de São Francisco de Sales.
po depois, as conversas da cidade in- carmelita ficavam miraculosamente
teira giravam em torno do aconteci- tingidos com figuras e dizeres Por duas vezes no
do com a Serva de Deus.
cárcere do convento
Acima, um dos lenços miraculosamente
Por indicação do Arcebispo, de- desenhados pelos Anjos; embaixo, Em algumas dessas missivas ce-
sejoso de fazer conhecer a veraci- documento assinado pelo Arcebispo lestes eram dadas ordens ao Ar-
dade dos fatos, muitas autoridades testemunhando o milagre; na página cebispo. Duas delas, por exemplo,
anterior, retrato de Madre Maria Teresa
eclesiásticas e civis presenciaram os exposto no Museu Soumaya, mandavam-lhe prender a mística no
famosos êxtases e crucifixões. Entre Cidade do México cárcere do convento por alguns dias,
Reprodução
tatou-se que ela se encontrava em olhos se fecharam e sua alma dei-
um estado deplorável de saúde. O xou a terra para sempre. A cida-
Arcebispo mandou soltar seus pés de inteira proclamava seu nome e
das correntes e, ao ver com quan- Além de conservar os sinais da o sentimento popular era tão in-
ta dificuldade caminhava apoiada Paixão, em certos dias difundia tenso que foi preciso colocar guar-
em muletas, disse-lhe: “Em nome um extraordinário perfume das para manter a ordem na igre-
de J esus Cristo te mando por obe- ja onde seu corpo estava sendo ve-
Madre Maria Teresa com hábito de
diência, que deixes as muletas e ca- professa - Museu Arquidiocesano lado.
minhes sem elas, boa e sã”.9 Ao ou- de Guatemala Reconheciam-se assim as virtudes
vir isto, ela as soltou imediatamente, dessa alma que foi receptáculo de
pôs-se em pé e assentou as plantas extraordinário perfume pelos luga- belíssimas demonstrações do amor
dos pés sobre a terra. res por onde passava. de Nosso Senhor, o qual sabe pre-
Madre Maria Teresa desperta- miar com abundância aqueles que
Inveja e calúnias va admiração, mas também invejas. combatem por Ele contra o demô-
de algumas religiosas Duas ou três religiosas a ela desafe- nio, o mundo e a carne.
Sã e restabelecida, Madre Maria tas, pela observância que havia con- Embora ainda não tenha sido
Teresa passou a ocupar-se dos tra- seguido impor no convento, garanti- elevada à honra dos altares, por
balhos da cozinha e demais serviços ram tê-la visto extrair o própria san- sua resignação em face dos so-
da comunidade. Exerceu as funções gue com navalhas e alfinetes, pôr frimentos e audácia em buscar a
de sacristã e, mais uma vez, de mes- perfumes na cela e outras calúnias maior glória de Deus, Maria Tere-
tra de noviças. Foi conselheira das do gênero. sa da Santíssima Trindade é exem-
mais distinguidas matronas da cida- As acusações, embora falsas, fo- plo para toda a América como pré-
de, que acorriam a pedir-lhe orien- ram se avolumando até chegar ao -figura dos Santos que a Providên-
tação. Vendo a vida comum perfeita- rei e, por ele, ao Tribunal da Inqui- cia quer suscitar nessas terras. Fa-
mente estabelecida no convento, fez sição. Pessoas que antes a admira- çamos, portanto, tudo o que estiver
diligências junto ao rei para a funda- vam tornaram-na alvo de debiques ao nosso alcance para, seguindo
ção de um novo mosteiro na cidade. e zombarias. Médicos ímpios em- os passos dessa virtuosa carmelita
Enquanto isso, os êxtases e de- penharam-se em fazer cicatrizar as americana, honrarmos com nossas
mais fenômenos místicos não cessa- chagas das mãos e dos pés, usando vidas o amor que o Sagrado Cora-
ram. Além de conservar os sinais da para isso substâncias tóxicas e ou- ção de Jesus tem por cada um de
Paixão, em certos dias difundia um tros malefícios. nós. ²
1
Informações sobre a vida e es- 2
ALBORES, Ildefonso. Vida de 4
Idem, p.38. 8
ALBORES, op. cit., p.54.
critos dessa Serva de Deus, Sor María Teresa de la Santísi- 5
Idem, p.42-43. 9
Idem, p.56.
bem como notícias atualizadas ma Trinidad Aycinena. Guate-
a respeito do processo de be- mala de la Asunción: San Pa-
6
Idem, p.46.
atificação, podem ser encon- blo, 2006, p.23. 7
Em www.madremariateresa.
tradas em www.madremaria- org, pode-se encontrar cópia
3
Idem, p.32.
teresa.org. fac-símile desses informes.
A
ltos rochedos servem de ce- nosco obedece a um desígnio amo- de este se arrepender e retornar a
nário para um admirável roso de Deus. casa, ele já o aguardava ansiosamen-
episódio que à primeira vis- te, como se depreende do fato de tê-
ta assusta, mas do qual po-
Deus jamais Se cansa de -lo visto quando “ainda estava longe”
demos tirar inúmeras lições: peque-
amar, perdoar e fazer o bem (cf. Lc 15, 20).
nas aves caindo a toda velocidade! Quem nunca se comoveu ao ler, O Divino Mestre visava com esta
São filhotes de águia que, tendo atin- nos Santos Evangelhos, a parábo- parábola dar aos homens uma páli-
gido a idade adequada para começar la do filho pródigo? Parece impos- da ideia da infinita paternalidade
a voar, foram jogados pelos próprios sível haver melhor exemplo de amor divina, que jamais se cansa de amar,
pais precipício abaixo… paterno do que o demonstrado por perdoar e fazer o bem. “Se vós, pois,
Bem poderíamos ver nesse episó- aquele pai, o qual cumula com os que sois maus, sabeis dar boas coi-
dio um símbolo de como Deus age mais pungentes gestos de afeto, com- sas a vossos filhos, quanto mais vos-
conosco em certos momentos: sub- paixão e misericórdia o filho rebel- so Pai Celeste dará boas coisas aos
mete-nos a provas na aparência ab- de, ingrato e pecador. Antes mesmo que Lhe pedirem” (Mt 7, 11).
surdas, mas muito formativas para Ora, como entender, à luz dessa in-
a nossa santificação. E como nem finita bondade, que Deus muitas vezes
sempre levamos em consideração o Com a parábola trate com aparente rudeza os seus?
que Deus tem em vista, não é raro
ouvirmos afirmações do gênero: do Filho Pródigo, A dor e a dificuldade
purificam a alma
“Como Ele pode fazer isto comi-
go!?” Ou: “Por que Ele me trata as-
Jesus visava Voltemos ao nosso exemplo ini-
sim?” dar aos homens cial.
Se a provação se tornar um pouco As águias, de fato, para ajudar seus
mais longa ou mais intensa, surge o uma pálida ideia filhotes a voar, recorrem a um méto-
risco de haver revolta contra a Provi- do aparentemente rude, porém mui-
dência Divina. E por quê? Entre ou-
da paternalidade to eficaz: carregam-nos nas costas e,
tros motivos, por faltar a compreen- divina chegando a elevada altitude, lançam-
são de que tudo o que acontece co- -nos no ar.
O tempo se fecha,
faz-se noite, as águas
começam a se agitar,
os ventos sopram
impetuosos sobre a
humilde barca, que
começa a afundar…
Francisco Lecaros
ni
za
az
dos seus divinos lábios? “Por que to maior for o amor de Deus por uma
or
M
sois tão medrosos? Ainda não tendes alma, mais intenso será seu “adestra-
ita
esr
Te
fé?” (Mc 4, 40). mento”, pois o “ouro” de nossas al-
Sagrado Coração de Jesus -
Importantíssima lição! Em meio Coleção particular mas só alcança todo seu valor quan-
às tempestades, não temamos, pois do é posto “à prova” nas “chamas”
Nosso Senhor está sempre presente do combate. Ele “sabe muito bem,
na embarcação. Ele é quem promove como sapientíssimo artífice, quanto
a borrasca para o bem e a salvação de
Justamente por tempo deve estar o ouro no crisol, e
nossas almas. Basta ter fé n’Ele! amá-los com quando é o momento de retirá-lo”.4
Ademais, “por incrível que pare- Lembremos que, quando São Pe-
ça, Ele permite à tempestade desa- predileção é que dro começava a afundar no mar,
bar sobre as almas amadas por Ele. É Nosso Senhor lhe estendeu a mão
o próprio Deus que declara fazer uso
Nosso Senhor para que não sucumbisse nas águas,
deste procedimento: ‘Meu filho, não quis submeter os dizendo-lhe: “Homem de pouca fé,
desprezes a correção do Senhor, nem por que duvidaste?” (Mt 14, 31).
te espantes de que Ele te repreen- Apóstolos àquela Aquele que Se fez Homem para
da, porque o Senhor castiga aquele nos salvar repete com insistência es-
a quem ama, e pune ao filho a quem tribulação sas mesmas palavras a cada um de
muito estima’ (Pr 3, 11‑12)”.2 nós. Sejam quais forem as dificulda-
No episódio da barca eram os tivesse se desencadeado estando Ele des que enfrentemos, tenhamos ple-
Apóstolos que ali se encontravam, acordado, ou não houvessem tido na fé em sua bondade paterna. As-
e quem mais amados do que eles? medo algum nem Lhe tivessem ro- sim como Nosso Senhor tomou São
Justamente por amá-los com predi- gado, talvez nem pensassem que Ele Pedro pela mão e o levou em segu-
leção é que Nosso Senhor quis cor- tivesse poder de fazer algo”.3 rança até a barca, no momento opor-
rigir sua falta de fé, submetendo-os As tempestades não podem ser tuno Ele mesmo lutará e vencerá em
àquela tribulação. “Se a tempestade vistas como um castigo ou despre- nós! ²
1
Cf. CLÁ DIAS, EP, João Scog- Lumen Sapientiæ, 2012, v.V, Lumen Sapientiæ, 2014, v.IV, 4
RODRÍGUEZ, SJ, Alon-
namiglio. Até na hora da apa- p.255-256. p.184. so. Ejercicio de perfección
rente derrota, o Sumo Bem y virtudes cristianas. 2.ed.
2
CLÁ DIAS, EP, João Scogna- 3
SÃO JOÃO CRISÓSTOMO.
sempre vence. In: O inédito so- Madrid: Testimonio, 1985,
miglio. A borrasca: um casti- Homilías sobre el Evange-
bre os Evangelhos. Città del p.492.
go ou uma graça? In: O inédi- lio de San Mateo. Homilía 28,
Vaticano-São Paulo: LEV;
to sobre os Evangelhos. Città n.1. In: Obras. 2.ed. Madrid:
del Vaticano-São Paulo: LEV; BAC, 2007, v.I, p.569.
Colômbia – A Catedral de Bogotá encheu-se de fiéis, no dia 13 de outubro, para participar da Missa presidida pelo
Pe. Carlos Tejedor, EP (esquerda). Em Medellín, as comemorações se realizaram na Paróquia Santa Teresinha do
Menino Jesus, tendo como principal celebrante Dom José Mauricio Vélez Garcia, Bispo Auxiliar (direita).
Equador – Na diocese de Azogues, o aniversário das aparições de Fátima foi comemorado com uma Missa na
catedral, presidida por Dom Oswaldo Vintimilla, e concelebrada pelo Pe. Marlon Jiménez, EP. A situação do país
não impediu a realização de cerimônias análogas em paróquias de Quito, Guayaquil e Cuenca.
Portugal – Dom Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga, abençoou e inaugurou a nova capela da casa do setor feminino
dos Arautos do Evangelho em Guimarães. Terminada a cerimônia, as jovens ofereceram-lhe um jantar e um
concerto musical. O Arcipreste de Guimarães e Vizela e o pároco de Vizela acompanharam o prelado na visita.
Fotos: Chantal
Ruanda – Com uma Eucaristia presidida pelo Pe. Léon Panhuysen, SDB, foi realizado o primeiro sábado de
setembro na paróquia de Rango. No dia seguinte, os membros do Apostolado do Oratório dessa paróquia
comemoraram a Festa da Natividade fazendo visitas evangelizadoras às famílias da região.
Jaru (RO) – O Pe. Aumir Scomparin, EP, coordenador do Fundo Misericórdia, viajou até essa cidade para entregar
um veículo doado ao Instituto de Apoio à Mulher Rural (foto 1). Fez também uma palestra na Escola Família
Agrícola (foto 2) e presidiu uma entrega de oratórios na Matriz de São João Batista (foto 3).
Maringá (PR) – O CEMEI Florestan Fernandes foi palco, no dia 12 de outubro, de uma apresentação musical
do setor feminino dos Arautos (esquerda). E no dia 8 do mesmo mês houve concerto, catequese e visita da Imagem
Peregrina de Nossa Senhora de Fátima na Paróquia Santa Rosa de Lima, no distrito de Iguatemi (direita).
Nova Friburgo (RJ) – Dom Edney Gouvêa Mattoso, Bispo Diocesano de Nova Friburgo, presidiu a Eucaristia
em ação de graças pelo primeiro aniversário do Oratório Nossa Senhora de Fátima, erigido em 13 de outubro do
ano passado. No fim da Missa, as irmãs do setor feminino ofereceram-lhe um belo rosário como presente.
Asianews.it
Deus é transportada numa belíssi- ne, no Estado da Flórida. O anún-
ma berlinda-relicário puxada por cio foi feito no dia 11 de outubro
uma corda de quatrocentos metros. durante uma Missa no próprio san-
Os fiéis disputam a honra de con- tuário, dedicado a Nossa Senhora
seguir, pelo menos, tocá-la. do L
eite, uma invocação trazida da Apresentada versão da
Espanha no século XVI. Bíblia em concani
O templo se encontra na Missão No dia 13 de outubro, Dom An-
Nombre de Dios, fundada por mis- thony Allwyn Fernandes Barre-
sionários franciscanos. A elevação a to, Bispo de Sindhudurg, e Dom
Reprodução
Reprodução
construção começou depois da Guerra Franco-Prus-
siana de 1870, por iniciativa popular. Em 1914 o templo
já havia sido finalizado, mas foi preciso aguardar o fim
da Primeira Guerra Mundial para proceder à sua inau-
guração. Hoje ele é uma das igrejas mais visitadas da Fotograma da retransmissão via internet
Cidade Luz. Ali se celebram quatro Missas por dia, há da Missa de Abertura do jubileu
escritura alfabeto-silábica usado Iniciado processo de beatificação em uma dessas ocasiões que, na noi-
no sânscrito e em outras línguas de mártir da Eucaristia te de 11 de setembro de 1936, viu a
oficiais do país. No dia 2 de outubro, a Congrega- casa onde se encontrava ser rodeada
Essa nova edição das Sagradas Es- ção para as Causas dos Santos apro- por inimigos da Religião. O jovem só
crituras consta de oito mil exempla- vou a abertura do processo de beati- teve tempo de consumir rapidamen-
res. Eles serão distribuídos nas cida- ficação de Joan Roig Diggle, mem- te as Sagradas Espécies que carre-
des e povoados dos Estados de Goa, bro do grupo Jovens Cristãos da Ca- gava consigo antes de ser arrastado
Maharashtra e Karnataka, onde o talunha assassinado por ódio à Fé até o cemitério da cidade e assassina-
concani é a única língua compreen- durante a Guerra Civil Espanhola. do com cinco tiros no coração e um
dida pelos nativos. Os trabalhos para Com frequência ele recebia a na cabeça. Suas últimas palavras fo-
a publicação do texto tiveram início missão de levar o Viático aos doen- ram: “Que Deus lhes perdoe, como
no ano de 2014. tes, arriscando sua própria vida. Foi eu lhes perdoo”.
Apostolado do Oratório
“Maria Rainha dos Corações”
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Imaculado Coração de Maria, em sua casa, todos os meses.
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Francisco Lecaros
po de concentração de Dachau,
mártir (†1678). Por haver abraça-
Alemanha.
do a Fé Católica, foi enforcado e
esquartejado, sob a falsa acusa- 9. São João Diego Cuauhtlatoatzin
ção de conspiração contra o Rei (†1548 Cidade do México).
Carlos II da Inglaterra. Beato Bernardo Maria de
4. São João Damasceno, presbítero Jesus Silvestrelli, presbítero
e Doutor da Igreja (†c. 749 Mar (†1911). Superior-Geral dos em alto grau a humildade e a pri-
Saba - Israel). passionistas falecido em mitiva pobreza da Ordem.
Santo Anon, Bispo (†1075). Moricone, Itália. Empenhou-se
no crescimento e expansão da 13. Santa Luzia, virgem e mártir
Fundou muitas igrejas e mos- (†c. 304/305 Siracusa - Itália).
teiros na Diocese de Colônia, congregação.
Beato Antônio Grassi, presbí-
Alemanha. Homem de valor e 10. Beato Marcos Antônio tero (†1671). Religioso da Con-
talento, gozou de grande pres- Durando, presbítero (†1880). gregação do Oratório, falecido
tígio nos meios eclesiásticos e Sacerdote vicentino, favoreceu em Fermo, Itália. Homem humil-
civis, no tempo do Imperador o crescimento das Filhas da de e pacífico, com seu exemplo
Henrique IV. Caridade na Itália e fundou a estimulou os irmãos à observân-
5. São Geraldo de Braga, Bispo Congregação das Irmãs de Jesus cia da regra.
(†1108). Natural da Gália, Nazareno.
14. São João da Cruz, presbítero e
professou no mosteiro de 11. São Dâmaso I, Papa (†384 Doutor da Igreja (†1591 Úbeda -
Moissac, e de lá passou para Roma). Espanha).
Braga, Portugal, onde foi eleito
Beato Franco Lippi, eremita São Nimatullah al-Hardini
Bispo.
(†1292). Militar de vida libertina, Kassab, presbítero (†1858). Reli-
6. São Nicolau, Bispo (†séc. IV perdeu a vista e, arrependido, gioso da Ordem Libanesa Maro-
Mira - Turquia). viajou em peregrinação a nita, dedicou-se aos estudos teo-
São José Nguyen Duy Khang, Santiago de Compostela, onde lógicos, à formação da juventude
mártir (†1861). Catequista pre- ficou curado. Regressou à Itália, e ao trabalho pastoral.
so na perseguição do Imperador tornando-se eremita carmelita.
15. III Domingo do Advento.
Tu Ðuc. Foi flagelado, encarce-
12. Nossa Senhora de Guadalupe, Beato Carlos Steeb, presbítero
rado e degolado em Hai Duong,
Padroeira da América Latina. (†1856). Nascido na Alemanha
Vietnã.
Beato Conrado de Offida, numa família luterana,
7. Santo Ambrósio, Bispo e Doutor presbítero (†1306). Religioso converteu-se e foi ordenado
da Igreja (†397 Milão - Itália). franciscano que amou e praticou sacerdote. Fundou o Instituto
1
Do alemão: proibição da manteiga.
2
Do latim: “Nada de grandioso se faz
repentinamente”.
União de alma
com o
Divino Infante
Teresita Morazzani
metem contra Ele, reparando-as com penitên-
cias e espírito de ascese.
Desse modo, a mente e o coração sagrados
do divino Recém-nascido voltavam-se para os Natividade - Coleção particular
de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP
católicos fervorosos enquanto implorava ao
Pai Eterno as forças necessárias para eles per-
severarem no bom combate pelo bem. Imploremos uma inteira união de alma
Acerquemo-nos então do Presépio, e peça- com o Divino Infante, de maneira a que tudo
mos a Jesus, por meio de Nossa Senhora, de quanto existe no coração d’Ele esteja no nos-
São José, dos Anjos, dos pastores e dos Reis Ma- so, tudo quanto palpite no Imaculado Cora-
gos, que aceite nosso desejo de sermos confor- ção de Maria lateje também no nosso, e que
me aos seus divinos desígnios. Ofereçamos-Lhe o Natal celebrado por nós reflita exatamente
o nosso anelo de nos unirmos às cogitações, me- o sentido de tudo quanto Jesus e Maria expe-
ditações e considerações proféticas que Ele fez rimentaram naquela noite mil vezes bendita
na manjedoura, a fim de vivermos o Natal em nas montanhas de Belém.
uníssono com Ele. Plinio Corrêa de Oliveira