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10 mandamentos para o jovem artista

(partes 1 a 10)
 28 de agosto de 2011|

Então você quer trabalhar fazendo arte, é? Bom, eu


trabalho e, ao longo de muitos desenhinhos, aprendi
também alguns truques da profissão. Há alguns
anos, quando participava de fóruns, eu já suspeitava
da falta de rumo de jovens arteiros apinhados na
internet. Mas agora, depois do enorme sucesso da
entrevista que fiz com o Di Vasca aqui no blog,
percebi que muitos iniciantes ainda estão por aí,
boiando na web, em busca de conselhos. E esse
público arteiro é bem diversificado: cartunistas,
ilustradores, designers, infografistas… Até músicos
chegaram aqui para comentar. Assim sendo, deixo
aqui uma lista de 10 mandamentos que todo jovem
artista pode (ou deve) seguir. Sem
condescendências, sem aquele bom-mocismo idiota
da auto-ajuda. Prefiro usar o bom senso e contar
algumas verdades brutais sobre esse riscado.

1) Não caia no golpe do trabalho por “divulgação”


Todo e qualquer ilustrador já recebeu propostas em troca de “divulgação”. Caso você
ainda não tenha percebido, são ofertas para trabalhar de graça, baseado na crença de
que artista é tudo vagabundo. A diferença é que alguns ilustradores continuam
recebendo essas “ofertas” para o resto da vida — outros, não, porque as recusam. A
meu ver, essa é a linha que separa amadores de profissionais. Então, para fazer parte
desse segundo clube, tudo o que você tem a fazer (além de investir e acreditar no seu
talento) é recusar essas “ofertas”. Para maiores informações, é altamente
recomendável o blog do Di Vasca (o Símon Bolívar dos ilustradores).

2) Está em início de carreira? Então inicie sua carreira de fato


“Ah, mas eu sou iniciante e preciso trabalhar de graça para ganhar experiência”.
Balela. Esse é o mandamento de amadores e “wannabes” que querem trabalhar de
graça (ou, no máximo, ganhar “déiz real” por isso — o que, artisticamente, significa a
mesma porcaria). Se você for profissional e estiver em início de carreira, comece
deixando a preguiça de lado. Faça cursos, estude, leia, pesquise, treine, rale, aprenda!
E cobre um preço justo pelo seu trabalho (não, cem reais não é um preço de mercado).
Experiência se acumula a partir do momento em que você se tornar profissional.
Portanto, é hora de começar a agir como um.
3) Todo ilustrador iniciante é ruim. Melhore pelo menos um pouco antes de
começar a publicar
Todo artista em início de carreira sofre de uma curiosa alucinação: acha que já está
maduro o suficiente para publicar nos veículos mais importantes. Mas os fatos
conhecidos apontam na direção contrária: a produção inicial de qualquer artista é ruim
— e é ele próprio quem vai reconhecer isso no futuro. Sinto muito em trazê-los para
essa dolorosa realidade. Hoje vejo meus trabalhos iniciais e quase não acredito que eu
achava aquilo bom. Portanto, antes de começar a mostrar as caras, treine. Quando
achar que já treinou o bastante, volte à estaca zero e treine tudo de novo.

4) Não subestime o poder da observação


Muitos arteiros ficam rabiscando loucamente sem se dar conta de que a observação é
tão crucial quanto a técnica ou o treino propriamente dito. Muitas vezes, ficar parado
só observando os detalhes de um quadro, desenho ou até mesmo uma foto pode te
trazer uma nova perspectiva.

5) Como assim “não tem onde publicar”? Publique na internet!


Talento se desenvolve com o tempo e se você não der o primeiro passo, ninguém vai
saber que você leva jeito para a arte. Crie um blog e comece a postar (só não seja mala
e manere no spam, ok?). Mais para frente, monte um portfólio online num site.
Depois, monte uma pasta com seus melhores trabalhos e vá à luta. E mais importante:
mantenha tudo sempre atualizado.

6) Quer desenhar para parentes/amigos? Problema seu


“Ah, mas o desenho é pra minha tia que tá fazendo uma festa para comemorar 20
anos do divórcio dela e do meu tio”.

Ok, se for pai, mãe, irmão, namorada, fica a seu critério. Agora, não reclame se
começar a aparecer o “amigo-do-primo-do-sobrinho-do-tio” pedindo desenho. Se isso
acontecer, lamento informar, mas ele só te procurou por interesse e não está disposto a
gastar um tostão. Vou mais longe: você será um tremendo idiota se fizer o trabalho.
Para recusar essa oferta tão irrecusável, há três maneiras. A primeira é simplesmente
dizer “não” educadamente; a segunda é reagir com sarcasmo a la Di Vasca; e a
terceira é fazer como eu faço: jogar o preço na cara, sem floreios ou rodeios (eles saem
correndo).

7) Encontre a sua própria linguagem


Todo artista começa seguindo o rastro de seus ídolos. A cópia pode ser boa num
primeiro momento, pois serve como referência para praticar e aprimorar a técnica.
Mas vai chegar uma hora que, se você não parar de copiar, não vai encontrar a sua
identidade. Ter uma linguagem própria, um jeito de fazer que seja só seu, uma
assinatura facilmente reconhecida é a chave de tudo. Agora, se você não quiser seguir
o caminho autoral, pode se tornar um especialista em, digamos, arte final ou mangá.
8 ) Trabalhe como um louco e saiba vender seu trabalho
Artista é um cara que trabalha bastante para poder pagar as contas. Os que têm
emprego, fazem frilas. Os que trabalham por conta própria, possuem clientes fixos. Às
vezes, não tem domingo nem feriado. Então, saia logo do MSN e coloque a mão na
massa. E não ache que os clientes vão te procurar porque você é o tal. É preciso correr
atrás deles e fazer o papel de vendedor também.

9) Escolha: você quer trabalhar com arte ou quer ser rico?


Antes de cometer seu primeiro traço, tenha em mente uma coisa: arteiros freelancers
ou que trabalham por conta não são pessoas ricas (nunca serão!). Os melhores do
mercado conseguem viver relativamente bem, como qualquer pessoa bem sucedida —
mas sem luxos. Já os medianos sofrem para pagar as contas (alguns até passam por
dificuldades). E os medíocres simplesmente morrem de fome. Portanto, nem sonhe
com um estilo de vida nababesco. Não tem saída, é uma escolha e uma renúncia. Quer
ser rico? Não trabalhe com arte.

10) Renuncie ao seu ego


Eis o ponto nevrálgico. O ego é o maior inimigo de quem trabalha em qualquer área
relacionada à arte. Nesse universo eivado de delírios, muitos se veem como gênios
incompreendidos. Uns ficam se achando geniais logo no primeiro trabalho elogiado ou
premiado. Outros já têm ego antes mesmo de ter portfólio. É realmente muito triste.
Aprenda uma coisa: você não é relevante e sua arte não é “essencial”, nem “visceral”,
nem “revolucionária”. Cliente só quer resultado. E, sejamos francos, ninguém liga
para você, muito menos para o seu ego. Reconhecimento não é algo que se reivindica,
é algo que se conquista. E relevância não se adquire com discursos pseudo-
vanguardistas, muito menos respondendo a críticas com rancor. Se adquire com
criatividade, longevidade e, acima de tudo,
trabalho.

Através desses dez mandamentos, tem-se uma boa noção


do por que a maior parte dos arteiros de primeira viagem
abandonam o barco antes mesmo de começar a travessia.
Num tempo em que nos é cobrado retorno financeiro
imediato nesse mundo cada vez mais “corporativo” e
careta, não é fácil encarnar o “vagabundo” e enfrentar
um longo período de vacas magras. Os primeiros cinco,
dez anos são sempre os mais difíceis. A maturação de um
trabalho leva tempo, e muitos não estão dispostos a sair
em busca de uma linguagem própria, uma clientela e um
público. Mais difícil ainda é lutar por anos a fio contra a
própria irrelevância. Não é para qualquer um. Essa é uma
longa e penosa lição de humildade (pelo menos, foi para
mim). Tem que ser cascudo, tem que ter coragem.E aí,
vai encarar?
Um abraços a todos e boa sorte para quem ficar no barco.
Diogo

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