Sunteți pe pagina 1din 9

Faculdade de Letras e Ciências Sociais

Departamento de Sociologia
Mestrado em Sociologia do Desenvolvimento

Módulo de Desenvolvimento Sustentável

Repensando o Desenvolvimento Sustentável: que dimensão se afigura prioritária para


Moçambique?

Discente:

Ruby Muinde

Docente:

Prof. Dr. Orlando Nipassa, PhD

Maputo,
Novembro, 2019

1
Faculdade de Letras e Ciências Sociais
Departamento de Sociologia
Mestrado em Sociologia do Desenvolvimento

Módulo de Desenvolvimento Sustentável

Repensando o desenvolvimento sustentável: que dimensão se afigura prioritária para


Moçambique?

Trabalho de Pesquisa do Módulo de Desenvolvimento

Sustentável, apresentado ao Departamento de Sociologia-

-FLCS, como requisito parcial para avaliação.

Maputo,
Novembro, 2019

2
Índice

1. Nota introdutória ............................................................................................................................ 4

2. O que é desenvolvimento sustentável? .......................................................................................... 5

2.1. As dimensões de desenvolvimento sustentável .......................................................................... 5

3. Repensando o desenvolvimento sustentável em Moçambique? .................................................... 6

4. Notas finais .................................................................................................................................... 8

5. Refrência bibliográfica................................................................................................................... 9

3
Repensando o desenvolvimento sustentável: que dimensão se afigura prioritária para
Moçambique?

1. Nota introdutória

O desenvolvimento sustentável assume uma importância crescente na promoção de inovadoras


respostas económicas e sociais e de uma nova ponte entre a sociedade, a economia e o planeta.

A incorporação do conceito de sustentabilidade é cada vez mais um imperativo de competitividade


e tornou-se uma preocupação a nível mundial. O desenvolvimento sustentável, local e global,
integra preocupações ambientais, económicas, sociais, políticas e culturais, por isso se fala de
diferentes pilares da sustentabilidade (Sachs, 2004; Ramos, 2012).

O conceito de “desenvolvimento sustentável”, proposto no relatório da Comissão Mundial para o


Ambiente e o Desenvolvimento, conhecido por Relatório Brundtland (Bartoli, 1999), considera
que o uso dos recursos naturais para a satisfação das necessidades presentes não pode
comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras. A Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, em 1992, contribuiu para a divulgação
internacional das preocupações de “desenvolvimento sustentável” e a sua difusão nas políticas
públicas, no tecido produtivo e na gestão empresarial. (Ramos, & Patrício, 2014).

Neste trabalho, procuramos fazer uma análise que se afigura necessária para repensar o
desenvolvimento sustentável em Moçambique, vendo que dimensão deve ser prioritária no
contexto do nosso país, tendo em mente as noções de fenómeno social total e discurso
interpretativo dominate (DID). O nosso o argumento é, para um país como Moçambique, não pode
emigrar para os grandes desafios do desenvolvimento sustentável, antes de ultrapassar as questões
elementares do prório desenvolvimento. É que Moçambique consta da lista dos paises mais pobres
mundo, logo continua com sério problemas de desenvolvimeno humano (educação e saúde).

Portanto, a prioridade de Moçambqie deverá ser as dimensões social e política.

4
2. O que é desenvolvimento sustentável?

A noção de desenvolvimento pode ser entendido como sendoa possibilidade de progresso e


crescimento ilimitado. Crescimento económico, tecnológico, urbano, e a internalização da lógica
de acumulação e da produção capitalista em todas as esferas da vida social (Scotto et al. 2009).

Já sobre o desenvolvimento sustentável, é consensual até então que o conceito se encontra no


reconhecido Relatório Brundtland, segundo o qual o Desenvolvimento Sustentável significa um
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a habilidade de as
gerações futuras satisfazerem as sua necessidades. (Bartoli 1999), cujo objectivo é manter a
harmonia entre as suas dimensões para garantir a integridade do planeta, da natureza e da
sociedade no decorrer das gerações

2.1. As dimensões de desenvolvimento sustentável (Henri Bartoli, 1999); (Jefferson Mendes,


2009)

a) dimensão social: se refere a um conjunto de ações que visam melhorar a qualidade de vida da
população. Estas ações devem diminuir as desigualdades sociais, ampliar os direitos e garantir
acesso aos serviços (educação e saúde principalmente) que visam possibilitar as pessoas acesso
pleno à cidadania. Ou seja, pressupõe a homogeneidade social, distribuição de renda justa,
qualidade social

b) dimensão económica: pressupõe o equilíbrio económico entre sectores, a modernização dos


meios produtivos, a inserção na economia internacional.

c) dimensão política: pressupõe a Democracia, direitos humanos; capacidade do Estado para


implementar o projecto nacional em coesão social…

d) dimensão cultural: significa reconhecer e considerar a diversidade dos costumes e tradições de


um povo, como sua língua, formas de produção agrícola, crenças, práticas de saúde. Ou seja,
Equilíbrio, tradição e inovação, e a combinação. Sachs (1997) afirma que talvez constitua a
dimensão mais difícil de ser concretizada, na medida que implica que o processo de modernização
deveria ter raízes endógenas, buscando a mudança em sintonia com a continuidade cultural vigente
em contextos específicos.

5
e) dimensão ambiental: Respeito pelos ecossistemas naturais.

3. Repensando o desenvolvimento sustentável em Moçambique?

Tal como deixamos claro na introdução sobre a nossa tese, segundo a qual a prioridade de
Moçambqie deverá ser as dimensões social e política, pois o desenvolvimento sustentável, sendo
um fenómento social total que pressupõe várias perspectivas de análise e materialização,
Moçambique deve procurar contextualiza-lo `a sua realidade, dispindo-se de todos os discursos
interpretativo dominantes, das narrativas vigentes de cunho capitalista ou neoliberalistas.

Em outras palavras, já é altura de Moçambique começar a questionar o modelo de


desenvolvimento proposto pelos ditos “projectos civilizadores”, baseado na idéia de um progresso
contínuo e gradual em direção ao objectivo futuro de igualar-se à civilização ocidental, pois esta já
se mostrou ser um modo de permanecer na dependência eternamente.

A titulo de exemplo, segundo os dados do Instotuto Nacional de Estatítica (2012), a província


Maputo Cidade é a que apresenta a melhor performance na realização média das dimensões do
desenvolvimento humano em Moçambique a avaliar pelo seu IDH situado em 0.213 acima da
média nacional e quase o dobro do IDH de cada uma das províncias da região Norte e Centro.
Estas províncias, com a excepção de Sofala, apresentam um IDH abaixo da média nacional
estimada em 0.456 em 2011.

- E então, como pensar na sustentabilidade do país, quando desenvolvimento sequer somos:

- E então, como pensar na sustentabilidade do país, quando a pobreza é extrema ou absoluta?

A proposito, Elisio Macamo1, no seu artigo cujo título coincide com a sua tese “Os ODS são parte
duma máquina de infantilização dos nossos países”, entre vários argumentos refere:

1
Moçambicano, professor catedrático de sociologia e estudos africanos, na Universidade de Basileia, na Suíça.
https://expressodasilhas.cv/pais/2019/08/17/os-ods-sao-parte-duma-maquina-de-infantilizacao-dos-nossos-paises-
elisio-macamo/65269

6
Temos, por exemplo, o desafio da transição epidemiológica em África. Num dado
momento da sua história, os europeus transitaram de doenças infecciosas para
doenças crónicas. Nós continuamos com as doenças infecciosas e acrescentámos as
crónicas, largamente por causa da nossa dieta alimentar. Portanto, os desafios na
saúde são gigantescos, porque o acesso à alimentação aumentou. Então, se calhar
não devíamos colocar a questão em termos de resultados, mas sim de processo.
Como devemos pensar os processos de desenvolvimento? Conforme já disse,
devemos pensar neles como algo intrinsicamente aberto. Devemos dar espaço à
criatividade local ao mesmo tempo que resistimos à tirania dos técnicos, sobretudo
dos burocratas internacionais. Isso implica o reforço dos processos políticos locais
como fonte da definição dos problemas a serem abordados.

Entretanto, há uma ideia de que Moçambique diante dos pactos inetrnacionais deve procurar focar-
se para a sua realidade em termos de prioridade, isto é, os ODS’s não podem se substituir à política
nacional, sob pena de a enfraquecerem e, a longo prazo, inviabilizarem a própria agenda de
transformação. (Elisio Macamo)

Num outro artigo intitulado “E se a África rejeitasse os Objectivos de Desenvolvimento


Sustentável?2”, Elisio Macamo discute o espirito e a letra dos ODS’s, onde refere que os mesmo
como manifestação de compromisso com o bem-estar de todos, as suas metas não são uma má
ideia. Mas, já como programa de acção são profundamente problemáticas. Ele focaliza-se na
dimensão política. Para ele:
É fácil explicar porque a África devia rejeitar os ODS. Eles definem fins que
definham o espaço político, impedindo uma discussão sobre os meios. Hoje, a
pobreza é activamente produzida pelo modo dominante de gestão do mundo. O
travesti que o liberalismo se tornou nas mãos de integristas económicos que se
fazem passar por defensores da liberdade, os chamados neoliberais, é a principal
causa de muitos dos males que a Agenda da Transformação quer combater. É esse
fanatismo usado como cavalo de Tróia pelos Trumps, Bolsonaros e Salvinis deste
mundo, gente oportunista sem convicções de base, que é preciso conter, combater e
destruir como condição para a criação dum mundo melhor.

Portanto, há uma percepção de que para o sucesso do desenvolvimento é necessário, acima de tudo
uma vontade política desmetida, um sistema político funcional.

2
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 924 de 14 de Agosto de 2019.
https://expressodasilhas.cv/topico/objectivos-de-desenvolvimento-sustentavel

7
4. Notas finais

Em jeito de considerações finais, é de se considerar que um desenvolvimento sustentável e


duradouro implica repensar as políticas e estratégias que contemplem singularidades territoriais e
cumprir as agendas nacionais e internacionais que adoptam o modelo de sustentabilidade social,
económica, ambiental, política e cultural consentânea com realidade de cada espaço geográfico.

Nesta ordem de ideias, defendemos que, em materia de desenvolvimento sustentável, Moçambique


deve, no medio prazo, priorizar mais as dimnenões social e política. Sendo que entre muitos
aspectos, deve focar-se em:

- desconstruir e analisar os contornos e as implicações os DID’s que há séculos reproduzem as


relações de poder;

- reconstruir o sentido da autonomia e desafiar as relações de dependência;

- assumir a responsabilidade no curso das transformações do país;

- construir instituições democraticamente fortes.

8
5. Refrência bibliográfica

Bartoli, Henri. (2003): Repensar o Desenvolvimento: Acabar com a Pobreza. Instituto Piajet,
Lisboa

Ramos, M. C. P. (2012). Educação ambiental, empregos verdes e sustentabilidade. In J. F.


Serafim & S. R. Lima Santana (Orgs.) Representações do Meio Ambiente - Clima, Cultura,
Cinema (pp. 15-36). Salvador: EDUFBA.

Ramos, M. da C. P. & Patrício, O. (2014). Políticas e estratégias de coesão económica, social e


territorial…. The overarching issues of the european space: the territorial diversity of
opportunities in a scenario of crisis. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Pp. 316-
335

Sachs, I. (2004). Desenvolvimento: includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro:


Garamond

S-ar putea să vă placă și