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CURSO DE AGRONOMIA
O mau uso dos solos nas áreas agrícolas, causando um desequilíbrio na natureza, com
métodos inadequados de seu preparo por agricultores em associação a fatores ambientais e
climáticos, enfraquece a estrutura do solo e favorece a sua compactação levando a erosão.
A prática de deixar o solo exposto, principalmente pelo Sistema de Plantio Convencional
favorece a degradação da estruturação do solo, o que acontece principalmente em função da
energia da gota da chuva caindo diretamente sobre o solo descoberto. Com o impacto da gota da
chuva na superfície descoberta do solo, o solo sofre compactação e as partículas são arrancadas e
transportadas com a água da chuva, processo chamado de escorrimento superficial. Dependendo
da declividade do relevo, do tipo de solo e da vegetação, o escorrimento superficial pode ganhar
ou perder velocidade, o mais comum nesse tipo de sistema é que se ganhe velocidade
ocasionando perdas de solo. A desestruturação do solo afeta diretamente as culturas e seu
desenvolvimento, pois está atuando nas propriedades físicas do solo como na infiltração e
armazenamento de água da chuva. Deste modo, através do transporte de pequenos sedimentos,
estaremos perdendo o nosso solo para a erosão hídrica, e através do escorrimento superficial,
este pode levar a redução de matéria orgânica do solo e levar contaminantes para corpos d'águas
e reservatórios, causando degradação não só física, mas química e biológica.
A erosão hídrica é um processo natural acontecendo em escala de tempo geológica. A
interferência humanas tendem a acelerar esse processo, como no caso do método convencional
na agricultura tornando visíveis os seus efeitos. As condições climáticas adversas, como seca ou
excesso de chuvas, resultam em casos mais dramáticos e chamam a atenção. Mesmo ocorrendo
em magnitude menores, a degradação das terras é ignorada até que eventos catastróficos
ocorram, como voçorocas na agricultura (LUCIANO et al., 2010; PERIN et al., 1998).
Uma alternativa para diminuir a degradação de solos e consequentemente melhorar a
produção agrícola é a adoção das práticas de manejo e conservação da água e da melhoria dos
atributos do solo.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para diminuir os efeitos da erosão e do plantio direto mal conduzido, utiliza-se práticas
conservacionistas do solo, podendo estas ser de caráter edáfico, mecânico ou vegetativo (Bertoni
& Lombardi Neto, 2008. Citados por Nogueira et al, 2012).
A declividade de um terreno é característica forte que condiciona a sua capacidade de uso
e pode afetar: no uso de máquinas, na velocidade da enxurrada, na infiltração de água no solo, na
disponibilidade de água no solo e a energia da enxurrada. Ao declividade é caracterizada por um
ângulo entre uma superfície inclinada e um plano horizontal, ela é um fator condicionante dos
processos erosivo e é um dos principais parâmetros utilizados nas metodologias de classificação
de aptidão de uso do solo no Brasil (RAMALHO FILHO; BEEK, 1995; LEPSCH et al., 1991;
PIRES; SOUZA, 2006).
. A degradação do solo acaba por causar perdas em todo o processo produtivo como gastos
com adubação e calagem, mão de obra contratada, custos operacionais. O cultivo irracional e o
uso excessivo de fogo, pastoreio intenso e o desmatamento de matas ciliares e florestas nativas,
acabam degradando e destruindo a natureza, e desequilibrando o meio ambiente (LUCIANO et
al., 2010; PERIN et al., 1998, BUNCE, 1942).
O preparo inicial melhora a aeração do solo, e pode controlar ervas daninhas e
descompactar o solo. Mas ele expõe os agregados do solo a ação das gotas da chuvas ( LA L,
1975; VOORHEES et al., 1978).
A erosão em sulco provoca menos desgaste do que a erosão laminar. Locais declivosos e
com solo descobertos é favorável a ocorrência desse tipo de erosão.
A exploração excessiva de recursos naturais, compromete o equilíbrio ambiental e a oferta
de produtos florestais (Santos; Gomes, 2009). Como consequência ocorre um aumento da
suscetibilidade dos solos a processos erosivos e a desertificação, acarretado pelo baixo índice
pluviométrico (Pereira, 2006).
Segundo Bertoni, Lombardi Neto (1995) alterações na textura, estrutura e quedas nas taxas
de infiltração e retenção de água perdas de nutrientes e matéria orgânica, são alguns dos efeitos
da erosão sobre as características do solo, ou seja, a perda do solo provocada pela erosão diminui
a produtividade da terra, principalmente, em relação à perda de nutrientes e a degradação da sua
estrutura física.
Atualmente é utilizado métodos de preparo de solo como o reduzido e a semeadura direta
ao uso do preparo convencional. O não revolvimento do solo ou o revolvimento parcial do solo,
provocam no perfil do mesmo, uma estruturação diferente daquela resultante do sistema de
plantio convencional, no qual também interfere no desenvolvimento radicular de plantas e na sua
produtividade (MELLO IVO e MIELNICZUK, 1999).
3. OBJETIVOS
Recomenda-se que essas práticas sejam utilizadas, sempre que possível, em conjunto e de
forma integrada. Primeiramente se fazer uma análise das principais limitações do uso atual e
com isso elaborar medidas adequadas para aquela situação, levando em conta fatores que serão
encontrados. Se adotará estratégias de ação de combate a erosão, conservação de atributos
químicos, físicos e biológicos. Usará práticas conservacionistas para a cultura da cebola como
cultivo mínimo, plantio em nível, “terraceamento”, cordões de vegetação e para as pastagens, se
adotará um sistema prov de ruminantes.
4. METODOLOGIA
Fonte: Wikipedia.
O clima predominante de Imbuia é subtropical úmido, sem estação seca, com ocorrência
do vento minuano. De acordo com a Köppen e Geiger o clima é classificado como Cfb.
Apresentando em geral, invernos rigorosos e verões amenos por conta da altitude do relevo,
com uma temperatura média anual de 17,1ºC. Também há ocorrência de geadas e raramente de
neve. Existe uma pluviosidade significativa ao longo do ano, de forma bem distribuída, onde o
mês mais seco ainda assim tem muitas chuvas, com 1592 mm de pluviosidade média anual.
Figura 02: Pisando na lavoura de cebola com camada superficial do solo exposto.
O arrendamento é pago depois que a cebola der preço. A cebola não tem preço tabelado e
depende do mercado econômico. A cebolicultura faz parte de uma cadeia produtiva com
diversos elos e tem um caráter horizontal. Todo ano antes do transplante da cultura, é feita uma
análise da fertilidade do solo com amostras colhidas pelo agrônomo da Empresa de Pesquisa
Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI).
O sistema de cultivo convencional de cebola (SC), utiliza práticas como aração e
gradagens para o preparo do solo, e altera tamanho e composição do banco de sementes,
modificando a flora vegetativa da superfície.
Esse sistema desestrutura o solo, gerando compactação, erosão, perda de água e da camada
superficial do solo, e reduz os teores de matéria orgânica (M.O.).
Figura 04: Gráfico ilustrativo dos indicadores de qualidade do solo do uso atual em SPC.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Na propriedade dos Bilk Lopes, o solo é o principal recurso natural junto com a nascente
de água, poço artesiano e a madeira de reflorestamento. O solo passou por uma correção ao
longo dos anos, seu pH natural é de 4,5 muito ácido e o pH ideal para a cultura da cebola varia
entre 6,0 e 6,5. A correção foi feita ao longo dos anos com calcário e fósforo.
A cada três anos (de preferência, anualmente), deve-se analisar o solo em duas
profundidades: até 10cm e 10 a 20cm. Eventuais deficiências de nutrientes poderão ser supridas
mediante a adubação no plantio. recomenda-se corrigir acidez quando o pH estiver abaixo de
5,5. Nesse caso, a quantidade de calcário é calculada tomando-se por base 25% da recomendação
necessária para elevar o pH (SMP) até 6.
Figura 05: Laudo da análise de solo da unidade produtiva da Família Bilk Lopes.
Fonte: Acervo pessoal da família Bilk Lopes
A área total pertencente a família é de 26,26 hectares e 2,5 hectares de terra arrendada
onde são semeadas as sementes de cebola para após transplantar para a área da propriedade. A
propriedade conta com 2,5 de mata nativa, 2,2 hectares de pastagens irrigadas, 0,86 hectares de
reflorestamento, 20,7 de lavoura de cebola.
Figura 06: Croqui do uso atual.
Fonte: Baseado no croqui e no mapa visual da EPAGRI, com base em imagens do software online Google Maps®
(GOOGLE INC., 2019)
5. PROPOSTAS TÉCNICAS
O cultivo mínimo tem diminuído nos últimos anos. As causas da redução na adoção dessa
tecnologia, é no aumento de contratação de mão de obra no plantio em função da palhada e
também da falta de equipamentos para o plantio em áreas com palhada abundante. As principais
vantagens do cultivo mínimo é o controle da erosão, maior disponibilidade de água, redução da
amplitude térmica do solo, redução da incidência de plantas daninhas e melhoria nas
características físicas, químicas e biológicas do solo. Duas condições básicas para o plantio da
cebola é, manter a cobertura do solo e ocasionar o menor revolvimento possível. Esses princípios
deverão estimular o produtor a realizar o cultivo de plantas de cobertura, leguminosas ou não, de
verão ou inverno e ainda utilizar maquinário adequado ao cultivo mínimo (EPAGRI, 2016).
Nas terras da família será feita uma rotação anual entre as culturas de Cebola já existente, e
milheto que tanto para alimentação animal quanto para cobertura de sua palhada para o ciclo da
cebola.
Na região que mais produz cebola no país, cerca de 30% da produção mundial, a época de
plantio começa pouco antes de agosto.
As mudas de cebolas são trazidas da área arrendada, permanecendo o resto da área coberto
com palhada. Se usam microtratores, que dispõem de enxadas rotativas adaptadas para o cultivo
mínimo.
Após transplantada, o desenvolvimento da cebola até sua colheita leva em torno de 170
dias. Sabemos que chegou a hora da colheita, quando suas folhas estão bem compridas e
começam a tombar. este é um indicativo de que ela está totalmente desenvolvida. As cebolas
produzidas na região tem uma melhor aceitação pelo consumidor estando ela enquadrada na
classe III que determina que a cebola tenha de 5 a 7 cm. A variedade plantada na propriedade é a
Bola Precoce que representa 70% do cultivo em SC. Elá é colhida entre novembro e dezembro.
Possui um sabor mais suave.
Após sua colheita manual será feito o cultivo do milheto por se tratar de planta com alta
relação C:N (carbono:nitrogênio) o que proporciona palhada mais duradoura.
Logo após as chuvas de verão que deixaram o solo com mais umidade residual é feito o
plantio do milheto que poderá ser usado como pastagem quando ultrapassar 40 dias do seu
plantio o que ajudará no seu perfilhamento posterior. O milheto bem manejado pode ser
pastejado por até 150 dias. O milheto é uma forrageira anual de clima tropical, possui hábito
ereto, porte alto, com desenvolvimento uniforme, apresenta bom perfilhamento e produção de
sementes entre 500 a 1.500kg por hectare. Apresenta, também, excelente valor nutritivo (até
24% de proteína bruta, quando em pastejo), boa aceitabilidade e digestibilidade (60% a 78%) em
pastejo, sendo considerada uma forrageira atóxica aos animais em qualquer estádio vegetativo e
que pode ser cultivada em safra ou safrinha.
A retirada do milheto na data correta para silagem é fundamental para que tenhamos tempo
suficiente do milheto brotar novamente para ser usado como cobertura morta para o ciclo da
cebola. O milheto tem baixa exigência hídrica, apresentando vantagem no gasto com água em
relação ao milho e ao sorgo. Seu cultivo demanda a aplicação de poucos insumos, o que pode
reduzir o custo de produção, possui alta capacidade de ciclagem de nutrientes, crescimento
rápido e elevada produção de biomassa.
O milheto em que parte é usada para alimentação de ruminantes, também parte dele será
mantida para a cobertura do solo nas épocas das chuvas e se deixará o último perfilhamento dele
para agregar matéria orgânica ao solo para a cultura posterior que é a cebola, já que o gado da
propriedade é pouco, apenas para a alimentação da família.
A planta do milheto vai cobrir, sombrear o solo durante os meses quentes, diminuindo a
temperatura superficial do mesmo. O recobrimento da camada superficial é importante também
porque beneficia a absorção das chuvas e diminui a evaporação da água do solo, além dele
reciclar nutrientes. Depois de colhido para a silagem, a sua palhada vai evitar erosão da
superfície do solo. A utilização de adubos verdes pode gerar grandes benefícios para as
condições físicas, biológicas e químicas do solo, trazendo melhorias na sua estrutura, na
atividade microbiológica e ciclagem de nutrientes, resultando na recuperação e/ou incremento da
sua fertilidade do solo, dentre estas qualidades podemos observar que se tem o aumento do teor
de matéria orgânica, aumento na CTC efetiva do solo, elevação do pH e consequentemente
redução da acidez e redução nos teores de alumínio trocável, além da formação de ácidos
orgânico e solubilização de minerais do solo. (BARRADAS, 2010)
5.2 TERRACEAMENTO
EH = (EV/D)*100
EH = (2,738/15)*100
EH = 18,254 m
Tc = (EH/V1) + (L/V2)
Tc = (18,254/ 1,76) + (300/ 0,61)
Tc = 502 segundos/60 = Tc = 8 min. (valor = 213,36 mm/h). A intensidade máxima da
chuva = 213,36 mm/h (valor tabelado)
Área (A) = L*EH = 300*18,254 = 5.476 m²
A = 5.476 m²/10.000 = A = 0,5476 ha
(B * h)/ 2 = Seção
(Seção * 2) = (B * h)
Base (B) = (Seção * 2)/ h
B = (0,383 m² * 2)/ 0,3m
B = 2,5539 m
C’ = √((B/2)^² + (h^²)
C’ = 1,3117 m (metade da medida do Perímetro Molhado)
PM = (2 * C’)
PM = (2 * 1,3117 m)
PM = 2,6234 m
A Lei Federal 4.771/65, alterada pela Lei 7.803/89 e a Medida Provisória nº 2.166-67, de
24 de agosto de 2001 determina um raio de 50 metros de ocupação da mata ciliar ao entorno da
nascente. Sendo assim, o se planejamento presente atribuiu esses 50 metros de raio para
proteção da única nascente da propriedade rural, sendo assim, antes de plantar qualquer espécie,
se deve analisar pedaços de mata ciliar existentes na região, com a intenção de olhar e
determinar quais são as espécies nativas existentes da região. Após o plantio de algumas mudas
de espécies nativas apropriadas, o tempo se encarregará de aumentar o número de indivíduos da
floresta e também aparecerá novas espécies trazidas pela fauna, principalmente animais
frugívoros como exemplo pássaros e morcegos.
6. INVESTIMENTOS
O investimento vai ser um pouco maior no primeiro ano por conta do cultivo mínimo
exigir maior mão de obra que o sistema de plantio convencional, usado anteriormente, além de
exigir maior mão de obra e custos na construção do sistema de terraceamento e do canal
escoadouro, além de estar sempre monitorando a cultura do milheto. Inicialmente o custo de
implantação dessas técnicas vão ser altas mas com o passar dos anos vai se diminuir processos
de degradação do solo além de diminuir custos com adubação e calagem.
7. VIABILIDADE
8. CONCLUSÕES
A má administração da unidade produtiva está entre os principais fatores determinantes
de erosão e degradação do solo no meio rural. O desmatamento indiscriminado, o sobreuso da
terra além da aptidão recomendada, a ausência de planejamento e práticas conservacionistas e, o
preparo de solo inadequado culminam em uma degradação ambiental.
Se espera que o presente planejamento conservacionista da unidade produtiva seja bem
empregada e de grande importância, pois a partir dele, o agricultor pode tomar a melhor decisão
quanto ao que deve produzir baseado na capacidade de uso da terra.
Seria interessante depois de implantar, avaliar depois de dois ou três anos novamente os
os indicadores de qualidade do solo.
Este planejamento adotará medidas de conservação dos recursos naturais, principalmente
do solo e da água, em uma propriedade agrícola, melhorando seus resultados ao passar dos anos
pois, deixa de perder investimentos altíssimos feitos na área, pois os seu uso é totalmente
racional.
O trabalho de planejamento é importante não só, porque o agricultor reduz as suas perdas,
mas porque ele ajuda a preservar o solo, a água da sua UP. Então deve-se usar as técnicas
abordadas para se ter um melhor uso e conservação do solo da propriedade.
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