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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA RURAL

CURSO DE AGRONOMIA

Planejamento Conservacionista de Propriedade Rural da Família Bilk Lopes, Município de


Imbuia - SC

Autores: ​Alexandre Garcia, Gabriel Oréfice e Lênin Santos Bastos,

Disciplina:​ Manejo e conservação do solo

Professores: ​Jucinei José Comin e Luiz Renato D’Agostini

Florianópolis, Junho de 2019.


RESUMO
O presente planejamento conservacionista foi desenvolvido pelos acadêmicos
Alexandre Garcia, Gabriel Oréfice e Lênin Santos Bastos do curso de agronomia da
Universidade Federal de Santa Catarina. O planejamento conservacionista da
propriedade rural da Família Bilk Lopes situada no Município de Imbuia, Estado de
Santa Catarina, teve como objetivo analisar e propor técnicas de manejo
conservacionistas do solo e da água no que tange sua realidade social, ambiental e
econômica. Se analisou e diagnosticou-se o seu uso atual, se fez uma avaliação
minuciosa de toda UP pelos graduandos, e se avaliou também os indicadores de
qualidade do solo. Com os resultados obtidos, elaborou-se o planejamento das
propostas técnicas de acordo com a situação da propriedade rural para a conservação
de seus recursos naturais. Concluiu-se que o planejamento empregado foi de acordo
com a classe de aptidão de uso de solo da propriedade, e o planejamento é uma
alternativa a longo prazo para a conservação dos recursos naturais da unidade
produtiva que estão sofrendo degradação.
1. INTRODUÇÃO

O mau uso dos solos nas áreas agrícolas, causando um desequilíbrio na natureza, com
métodos inadequados de seu preparo por agricultores em associação a fatores ambientais e
climáticos, enfraquece a estrutura do solo e favorece a sua compactação levando a erosão.
A prática de deixar o solo exposto, principalmente pelo Sistema de Plantio Convencional
favorece a degradação da estruturação do solo, o que acontece principalmente em função da
energia da gota da chuva caindo diretamente sobre o solo descoberto. Com o impacto da gota da
chuva na superfície descoberta do solo, o solo sofre compactação e as partículas são arrancadas e
transportadas com a água da chuva, processo chamado de escorrimento superficial. Dependendo
da declividade do relevo, do tipo de solo e da vegetação, o escorrimento superficial pode ganhar
ou perder velocidade, o mais comum nesse tipo de sistema é que se ganhe velocidade
ocasionando perdas de solo. A desestruturação do solo afeta diretamente as culturas e seu
desenvolvimento, pois está atuando nas propriedades físicas do solo como na infiltração e
armazenamento de água da chuva. Deste modo, através do transporte de pequenos sedimentos,
estaremos perdendo o nosso solo para a erosão hídrica, e através do escorrimento superficial,
este pode levar a redução de matéria orgânica do solo e levar contaminantes para corpos d'águas
e reservatórios, causando degradação não só física, mas química e biológica.
A erosão hídrica é um processo natural acontecendo em escala de tempo geológica. A
interferência humanas tendem a acelerar esse processo, como no caso do método convencional
na agricultura tornando visíveis os seus efeitos. As condições climáticas adversas, como seca ou
excesso de chuvas, resultam em casos mais dramáticos e chamam a atenção. Mesmo ocorrendo
em magnitude menores, a degradação das terras é ignorada até que eventos catastróficos
ocorram, como voçorocas na agricultura (LUCIANO et al., 2010; PERIN et al., 1998).
Uma alternativa para diminuir a degradação de solos e consequentemente melhorar a
produção agrícola é a adoção das práticas de manejo e conservação da água e da melhoria dos
atributos do solo.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para diminuir os efeitos da erosão e do plantio direto mal conduzido, utiliza-se práticas
conservacionistas do solo, podendo estas ser de caráter edáfico, mecânico ou vegetativo (Bertoni
& Lombardi Neto, 2008. Citados por Nogueira et al, 2012).
A declividade de um terreno é característica forte que condiciona a sua capacidade de uso
e pode afetar: no uso de máquinas, na velocidade da enxurrada, na infiltração de água no solo, na
disponibilidade de água no solo e a energia da enxurrada. Ao declividade é caracterizada por um
ângulo entre uma superfície inclinada e um plano horizontal, ela é um fator condicionante dos
processos erosivo e é um dos principais parâmetros utilizados nas metodologias de classificação
de aptidão de uso do solo no Brasil (RAMALHO FILHO; BEEK, 1995; LEPSCH et al., 1991;
PIRES; SOUZA, 2006).
. A degradação do solo acaba por causar perdas em todo o processo produtivo como gastos
com adubação e calagem, mão de obra contratada, custos operacionais. O cultivo irracional e o
uso excessivo de fogo, pastoreio intenso e o desmatamento de matas ciliares e florestas nativas,
acabam degradando e destruindo a natureza, e desequilibrando o meio ambiente (LUCIANO et
al., 2010; PERIN et al., 1998, BUNCE, 1942).
O preparo inicial melhora a aeração do solo, e pode controlar ervas daninhas e
descompactar o solo. Mas ele expõe os agregados do solo a ação das gotas da chuvas ( LA L,
1975; VOORHEES et al., 1978).
A erosão em sulco provoca menos desgaste do que a erosão laminar. Locais declivosos e
com solo descobertos é favorável a ocorrência desse tipo de erosão.
​A exploração excessiva de recursos naturais, compromete o equilíbrio ambiental e a oferta
de produtos florestais (Santos; Gomes, 2009). Como consequência ocorre um aumento da
suscetibilidade dos solos a processos erosivos e a desertificação, acarretado pelo baixo índice
pluviométrico (Pereira, 2006).
Segundo Bertoni, Lombardi Neto (1995) alterações na textura, estrutura e quedas nas taxas
de infiltração e retenção de água perdas de nutrientes e matéria orgânica, são alguns dos efeitos
da erosão sobre as características do solo, ou seja, a perda do solo provocada pela erosão diminui
a produtividade da terra, principalmente, em relação à perda de nutrientes e a degradação da sua
estrutura física.
Atualmente é utilizado métodos de preparo de solo como o reduzido e a semeadura direta
ao uso do preparo convencional. O não revolvimento do solo ou o revolvimento parcial do solo,
provocam no perfil do mesmo, uma estruturação diferente daquela resultante do sistema de
plantio convencional, no qual também interfere no desenvolvimento radicular de plantas e na sua
produtividade (MELLO IVO e MIELNICZUK, 1999).

3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVOS GERAIS

O ​objetivo geral do presente trabalho ​é a análise das atividades desempenhadas na


propriedade visando adequá-las às chamadas práticas de conservação dos solos e água/ou
redução do seu esgotamento devido ao mau uso, e, concomitantemente, buscamos a agricultura
em harmonia com recursos naturais existentes na propriedade. A aplicação de boas práticas de
manejo sustentável visando também a melhoria de todo processo produtiva, de ordem social e
econômica.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Recomenda-se que essas práticas sejam utilizadas, sempre que possível, em conjunto e de
forma integrada. Primeiramente se fazer uma análise das principais limitações do uso atual e
com isso elaborar medidas adequadas para aquela situação, levando em conta fatores que serão
encontrados. Se adotará estratégias de ação de combate a erosão, conservação de atributos
químicos, físicos e biológicos. Usará práticas conservacionistas para a cultura da cebola como
cultivo mínimo, plantio em nível, “terraceamento”, cordões de vegetação e para as pastagens, se
adotará um sistema prov de ruminantes.

4. METODOLOGIA

Situada no município de Imbuia, que pertence a microrregião de Ituporanga, localizada


dentro da mesorregião do Vale do Itajaí, no Estado de Santa Catarina, a propriedade se encontra
na direção norte em relação ao centro do município, na comunidade Bracatinga, que fica na
divisa entre o perímetro urbano e rural do município, com as coordenadas UTM (E, N):
655914.08, 6959359.50.

Figura 01​: Estado de Santa Catarina e em vermelho o município de Imbuia.

Fonte: Wikipedia.

O relevo do município é levemente ondulado a ondulado, limitado pelos Chapadão da


Unida e Chapadão do Rio Bonito, as altitudes variam de 540 a 1065 metros, com áreas mais
declivosas apenas nas extremidades das divisas municipais, com altitude média de ​761,783
metros​.

O clima predominante de Imbuia é subtropical úmido, sem estação seca, com ocorrência
do vento minuano. ​De acordo com a Köppen e Geiger o clima é classificado como Cfb.
Apresentando ​em geral, invernos rigorosos e verões amenos por conta da altitude do relevo,
com uma temperatura média anual de 17,1ºC. Também há ocorrência de geadas e raramente de
neve. ​Existe uma pluviosidade significativa ao longo do ano, de forma bem distribuída, onde o
mês mais seco ainda assim tem muitas chuvas, com​ ​1592 mm de pluviosidade média anual​.

Existem culturas permanentes como frutíferas em algumas áreas da propriedade, são


poucos exemplares e é para o consumo próprio. Em uma parte da propriedade tem um pouco do
que seria a floresta nativa primária e ela só é usada na retirada de galhos secos para lenha. Ainda
restam apenas alguns remanescentes. Em geral esse tipo de floresta era constituído por três
estratos, sendo o superior integrado por araucária, imbuia, canela, cedro e outras espécies
folhosas de grande porte e de médio por podocarpus, erva-mate, bracatinga, guaramirim e outras,
o extrato inferior por ervas, arbustos, fetos arbóreos e samambaia. A área de reflorestamento tem
aproximadamente 1 ha e nela tem espécies como Pinus e o Eucalipto de valor econômico além
de algumas árvores nativas restantes.

Figura 02:​ Pisando na lavoura de cebola com camada superficial do solo exposto.

Fonte: Acervo pessoal dos autores.


Figura 03:​ Lavoura de cebola com camada superficial do solo exposto.

Fonte: Acervo pessoal dos autores.

A cultura da cebola é a principal renda da unidade produtiva. A cultura da cebola, em


volume produzido e renda gerada, é a terceira espécie oleracea mais importante no Brasil
(Bettoni, 2011). Na propriedade dos Bilk Lopes, a cebola é cultivada no sistema de plantio
convencional com a ajuda de mão de obra contratada pela família. São plantados 20,7 hectares
de cebola nas terras da família e as mudas nos 2,5 hectares na terra arrendada.. A terra arrendada
pela família sempre muda anualmente, ao passar dos anos a família Bilk Lopes vem arredando
terra dos vizinhos, pois na região não existe mais terras à venda.

O arrendamento é pago depois que a cebola der preço. A cebola não tem preço tabelado e
depende do mercado econômico. A cebolicultura faz parte de uma cadeia produtiva com
diversos elos e tem um caráter horizontal. Todo ano antes do transplante da cultura, é feita uma
análise da fertilidade do solo com amostras colhidas pelo agrônomo da Empresa de Pesquisa
Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI).
O sistema de cultivo convencional de cebola (SC), utiliza práticas como aração e
gradagens para o preparo do solo, e altera tamanho e composição do banco de sementes,
modificando a flora vegetativa da superfície.

Esse sistema desestrutura o solo, gerando compactação, erosão, perda de água e da camada
superficial do solo, e reduz os teores de matéria orgânica (M.O.).

Se avaliou a campo os indicadores de qualidade do solo na propriedade como consta na


figura abaixo e se constatou maior número de indicadores abaixo de 5, indicando que a
propriedade precisa de boas técnicas de manejo e conservação de solo e água.

Figura 04​: Gráfico ilustrativo dos indicadores de qualidade do solo do uso atual em SPC.
Fonte: Elaborado pelos autores.

A semente é comprada na agropecuária Kammer, no centro da cidade. Na época do plantio


convencional sem semeadura, a propriedade chega a contratar muitos trabalhadores da cidade e
região para mão de obra para o transplantio da área da muda para a área de campo.
A Classe de relevo é ondulado, pois a declividade do terreno está compreendida na faixa de 8 -
20%.
A Classe de solo é o Argissolo Bruno Acinzentado (Podzólico Bruno-acinzentado;
profundo; com A proeminente; B/A < 1,5; friável).
Recomendamos o uso do solo para culturas anuais e perenes, pastagens, reflorestamento e
preservação permanente.
A Classe hidrológica: o solo pertence ao Grupo C (solos com baixa resistência à erosão;
usar índice K=0,9): solos pouco profundos ou profundos, com alto gradiente textural (B/A=1,4 a
1,6), solos firmes, bem a imperfeitamente drenados. Isto tudo causa baixa taxa de infiltração de
água e/ou o armazenamento da água no solo é moderado. Assim sendo, faremos o terraço de
escoamento (desnível), pois deve ser levado em consideração a capacidade de escoar a descarga
da enxurrada produzida pela chuva crítica, sem causar erosão. Fator de Uso do solo, U = 0,8;
valor do fator do manejo do solo, M = 2,0.
A Classe de Capacidade de uso do solo da propriedade: Classe 2: aptidão mediana para
culturas anuais. São terras cultiváveis, com problemas simples de conservação; Terras que
apresentam limitações moderadas para a sua utilização com culturas anuais e/ou com riscos de
degradação. Enquadram-se nesta classe terras que tenham uma ou mais das seguintes
características: relevo ondulado, bem ou imperfeitamente drenado, profundidade efetiva entre 50
e 100 cm, pedregosidade moderada, suscetibilidade à erosão moderada, alta necessidade de
correção da acidez e/ou da fertilidade do solo o que é o caso da propriedade.
A propriedade possui uma nascente e um poço artesiano. A água do poço artesiano é usada
na casa da família Bilk Lopes. Em outro ponto da propriedade, a família possui uma pequena
nascente dentro da área de reflorestamento. A propriedade também bombeia água da nascente do
vizinho para encher os açudes. Os açudes da propriedade são usados para a irrigação das culturas
e trato do gado.

Na propriedade dos Bilk Lopes, o solo é o principal recurso natural junto com a nascente
de água, poço artesiano e a madeira de reflorestamento. O solo passou por uma correção ao
longo dos anos, seu pH natural é de 4,5 muito ácido e o pH ideal para a cultura da cebola varia
entre 6,0 e 6,5. A correção foi feita ao longo dos anos com calcário e fósforo.
A cada três anos (de preferência, anualmente), deve-se analisar o solo em duas
profundidades: até 10cm e 10 a 20cm. Eventuais deficiências de nutrientes poderão ser supridas
mediante a adubação no plantio. recomenda-se corrigir acidez quando o pH estiver abaixo de
5,5. Nesse caso, a quantidade de calcário é calculada tomando-se por base 25% da recomendação
necessária para elevar o pH (SMP) até 6.

Figura 05:​ Laudo da análise de solo da unidade produtiva da Família Bilk Lopes.
Fonte: Acervo pessoal da família Bilk Lopes

​A área total pertencente a família é de 26,26 hectares e 2,5 hectares de terra arrendada
onde são semeadas as sementes de cebola para após transplantar para a área da propriedade. A
propriedade conta com 2,5 de mata nativa, 2,2 hectares de pastagens irrigadas, 0,86 hectares de
reflorestamento, 20,7 de lavoura de cebola.
Figura 06: Croqui do uso atual.
Fonte: Baseado no croqui e no mapa visual da EPAGRI, com base em imagens do software online Google Maps®
(GOOGLE INC., 2019)

5. ​PROPOSTAS TÉCNICAS

De acordo com a unidade produtiva, se adotou usar práticas conservacionistas e de


terraceamento na propriedade. Um bom manejo do solo é recomendado. As terras devem ser
utilizadas em função da sua aptidão agrícola, que pressupõe a disposição adequada de florestas /
reservas, cultivos perenes, cultivos anuais, pastagens etc, racionalizando, assim, o
aproveitamento do potencial das áreas e sua conservação.
5.1. CULTIVO MÍNIMO E ROTAÇÃO DE CULTURA

É o uso minimizado de máquinas agrícolas sobre o solo, com a finalidade de menor


revolvimento e compactação.

O cultivo mínimo tem diminuído nos últimos anos. As causas da redução na adoção dessa
tecnologia, é no aumento de contratação de mão de obra no plantio em função da palhada e
também da falta de equipamentos para o plantio em áreas com palhada abundante. As principais
vantagens do cultivo mínimo é o controle da erosão, maior disponibilidade de água, redução da
amplitude térmica do solo, redução da incidência de plantas daninhas e melhoria nas
características físicas, químicas e biológicas do solo. ​Duas condições básicas para o plantio da
cebola é, manter a cobertura do solo e ocasionar o menor revolvimento possível. Esses princípios
deverão estimular o produtor a realizar o cultivo de plantas de cobertura, leguminosas ou não, de
verão ou inverno e ainda utilizar maquinário adequado ao cultivo mínimo (EPAGRI, 2016).

Nas terras da família será feita uma rotação anual entre as culturas de Cebola já existente, e
milheto que tanto para alimentação animal quanto para cobertura de sua palhada para o ciclo da
cebola.

Na região que mais produz cebola no país, cerca de 30% da produção mundial, a época de
plantio começa pouco antes de agosto.

As mudas de cebolas são trazidas da área arrendada, permanecendo o resto da área coberto
com palhada. Se usam microtratores, que dispõem de enxadas rotativas adaptadas para o cultivo
mínimo.

Após transplantada, o desenvolvimento da cebola até sua colheita leva em torno de 170
dias. Sabemos que chegou a hora da colheita, quando suas folhas estão bem compridas e
começam a tombar. este é um indicativo de que ela está totalmente desenvolvida. As cebolas
produzidas na região tem uma melhor aceitação pelo consumidor estando ela enquadrada na
classe III que determina que a cebola tenha de 5 a 7 cm. A variedade plantada na propriedade é a
Bola Precoce que representa 70% do cultivo em SC. Elá é colhida entre novembro e dezembro.
Possui um sabor mais suave.
Após sua colheita manual será feito o cultivo do milheto por se tratar de planta com alta
relação C:N (carbono:nitrogênio) o que proporciona palhada mais duradoura.

No Zoneamento Agrícola de Risco Climático, é indicado o plantio de cultivares de milheto


registradas no Registro Nacional de Cultivares (RNC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, atendidas as indicações das regiões de adaptação.

Logo após as chuvas de verão que deixaram o solo com mais umidade residual é feito o
plantio do milheto que poderá ser usado como pastagem quando ultrapassar 40 dias do seu
plantio o que ajudará no seu perfilhamento posterior. O milheto bem manejado pode ser
pastejado por até 150 dias. O milheto é uma forrageira anual de clima tropical, possui hábito
ereto, porte alto, com desenvolvimento uniforme, apresenta bom perfilhamento e produção de
sementes entre 500 a 1.500kg por hectare. Apresenta, também, excelente valor nutritivo (até
24% de proteína bruta, quando em pastejo), boa aceitabilidade e digestibilidade (60% a 78%) em
pastejo, sendo considerada uma forrageira atóxica aos animais em qualquer estádio vegetativo e
que pode ser cultivada em safra ou safrinha.

A retirada do milheto na data correta para silagem é fundamental para que tenhamos tempo
suficiente do milheto brotar novamente para ser usado como cobertura morta para o ciclo da
cebola. O milheto tem baixa exigência hídrica, apresentando vantagem no gasto com água em
relação ao milho e ao sorgo. Seu cultivo demanda a aplicação de poucos insumos, o que pode
reduzir o custo de produção, possui alta capacidade de ciclagem de nutrientes, crescimento
rápido e elevada produção de biomassa.

O milheto em que parte é usada para alimentação de ruminantes, também parte dele será
mantida para a cobertura do solo nas épocas das chuvas e se deixará o último perfilhamento dele
para agregar matéria orgânica ao solo para a cultura posterior que é a cebola, já que o gado da
propriedade é pouco, apenas para a alimentação da família.

A planta do milheto vai cobrir, sombrear o solo durante os meses quentes, diminuindo a
temperatura superficial do mesmo. O recobrimento da camada superficial é importante também
porque beneficia a absorção das chuvas e diminui a evaporação da água do solo, além dele
reciclar nutrientes. Depois de colhido para a silagem, a sua palhada vai evitar erosão da
superfície do solo. A utilização de adubos verdes pode gerar grandes benefícios para as
condições físicas, biológicas e químicas do solo, trazendo melhorias na sua estrutura, na
atividade microbiológica e ciclagem de nutrientes, resultando na recuperação e/ou incremento da
sua fertilidade do solo, dentre estas qualidades podemos observar que se tem o aumento do teor
de matéria orgânica, aumento na CTC efetiva do solo, elevação do pH e consequentemente
redução da acidez e redução nos teores de alumínio trocável, além da formação de ácidos
orgânico e solubilização de minerais do solo. (BARRADAS, 2010)

Esses fatores melhoram a qualidade da lavoura e diminuem os riscos de perdas em caso de


eventual veranico.

Se adotará práticas de manejo conservacionista para melhorar os atributos físicos,


químicos e biológicos do solo, e consequentemente a melhora de produção e a diminuição de
gastos poro adubação e calagem.

5.2 TERRACEAMENTO

Após implantar o sistema de cultivo mínimo é necessário ter ausência de camadas


compactada, área livre de plantas daninhas perenes, necessidade de correção de acidez e da
fertilidade, além de uso de terraceamento e plantio em curvas de nível como técnicas
complementares (EPAGRI, 2013; ​CATI, 2014)​.
O terraceamento da lavoura combate à erosão com a construção de terraços com o
propósito de disciplinar o volume de escoamento das águas das chuvas. Essa técnica deve ser
usada concomitantemente com outras práticas edáficas como a cobertura do solo com palhada. O
terraço tem função de reduzir o comprimento da rampa, área contínua por onde há escoamento
das águas das chuvas, levando a diminuição da velocidade de escoamento da água superficial.
Contribui também para a recarga de aquíferos. Cultivo mínimo sem terraço não evita erosão
(​RESCK, 2002)
O sistema de terraceamento estará sempre associado com outras práticas de conservação
do solo, sendo eles rotação de culturas, controle de queimadas e manutenção da cobertura
(cultivo mínimo) e plantio em nível. (PRUSKY, 2009).
A prática de terraceamento é uma prática eficientes de controle de erosão e para funcionar
em plena capacidade os terraços devem ser minuciosamente planejados, executados e
conservados. Esta prática reduz as perdas de água em até 100% e de solo em 70 a 80%. (PIRES;
SOUZA, 2006).
Diminui a velocidade e volume da enxurrada, diminuir as perdas de solo, sementes e
adubos, aumenta a infiltração de água aumentando a umidade no solo e a recarga da água
subterrânea. reduz o pico de descarga dos cursos d’água e ameniza a topografia e melhorar as
condições de mecanização das áreas agrícolas.
O terraceamento (exige investimentos), deve ser usado apenas quando não é possível
controlar a erosão em níveis satisfatórios com a adoção de outras práticas mais simples de
conservação do solo.
O terraceamento reduz a energia cinética do escorrimento superficial e armazenar água do
escorrimento superficial.
A escolha do tipo de terraços (em desnível) deve-se à baixa estrutura do solo, que é um
Argissolo Bruno Acinzentado e o primeiro terraço sempre no topo.
Para efeito de cálculos, vamos considerar: o comprimento da rampa = 300 m; a
declividade média do terreno (D) = 15%; Coeficiente para o escorrimento superficial (C) = 0,72;
V1 = 1,76 m/s; V2 = 0,61 m/s; Grupo de solo (constante K) = 0,9; Uso de solo (u) = 0,8; Manejo
do solo (m) = 2,0; Coeficiente de atrito para o canal em terra (n) = 0,028.

EV = 0,4518 * K * D^0,58 * (u+m)/2


EV = 0,4518 * 0,9 * 15^0,58 * (0,8+2,0)/2
EV = 2,738 m

EH = (EV/D)*100
EH = (2,738/15)*100
EH = 18,254 m

Tempo de concentração (Tc):

Tc = (EH/V1) + (L/V2)
Tc = (18,254/ 1,76) + (300/ 0,61)
Tc = 502 segundos/60 = ​Tc = 8 min. ​ (valor = 213,36 mm/h). A intensidade máxima da
chuva = 213,36 mm/h (valor tabelado)
Área (A) = L*EH = 300*18,254 = 5.476 m²
A = 5.476 m²/10.000 = ​A = 0,5476 ha

Vazão (Q) = (C*I*A)/360


Q = (0,72 * 213,36 * 0,5476) /360
Q = 0,23368 m³/segundo

Seção (S) = (Q/V2)


S = (0,23368/ 0,61) =
S = 0,383 m²​ (S ≤ 0,59m²; ​h = 0,3m​)

(B * h)/ 2 = Seção
(Seção * 2) = (B * h)
Base (B) = (Seção * 2)/ h
B = (0,383 m² * 2)/ 0,3m
B = 2,5539 m

C’ = √((B/2)^² + (h^²)
C’ = 1,3117 m (metade da medida do Perímetro Molhado)
PM = (2 * C’)
PM = (2 * 1,3117 m)
PM = 2,6234 m

Raio hídrico do canal (R) = (S/PM)


R = (0,383m²/ 2,6234m) = ​0,146 m

Para escoar (S = 0,383m²) precisamos de uma inclinação (I) dentro do canal:


Inclinação (I) = (( n × V2)/(R^0,67))^²
I = (( 0,028 × 0,61)/(0,146 ^0,67))^²
I = 0,00384364 m/m ​(multiplicar pelo comprimento da rampa = 300m)
Desnível (em 300m) = 300 m * 0,00384364 m/m ​= 1,15 m ou 115 cm.

5.3 PLANTIO EM NÍVEL

Consiste em dispor as fileiras das plantas e executar todas as operações de cultivo no


sentido transversal ao pendente, em curvas de nível ou linhas em contorno. Dentre as práticas
simples, além de constituir uma medida de controle da erosão, proporciona maior facilidade e
eficiência no estabelecimento de outras práticas complementares, baseadas na orientação em
nível, com o menor custo. ​O plantio em nível cria exatamente a condição contrária ao
escorrimento e possível erosão, ele é uma medida de conservação de solo básica. Nele, as linhas
interceptam a enxurrada, reduzindo a velocidade dessa e permitindo que a água se infiltre. São
linhas de plantio que atuam como pequenos e freqüentes obstáculos que, como exposto, atuam
retardando a velocidade da enxurrada que desce a vertente (BROWNING, G.M. 1961; EPAGRI,
2013; GALETI, 1984).

5.4. CORDÕES VERDES DE PASTAGEM (CAPINEIRA)

O uso de espécies como cordões vegetais em nível para reduzir a velocidade de


escoamento da água e conter o processo erosivo. É uma técnica eficiente no controle de erosão
em áreas declivosas. As plantas utilizadas no cordão além de ajudar na conservação da água e
solo, podem dar um retorno econômico para o agricultor. As espécies mais utilizadas são
cana-de-açúcar, capim elefante, capim colonião, entre outras. A depender do grau e do
comprimento do declive, o agricultor pode plantar mais de um cordão na sua área.
O Capim-elefante (Pennisetum purpureum) tem rápido crescimento e pode ser usado
como capineiroa para o gado ou colocado como palhada na cebola, incorporando matéria
orgânica.
Podem ser usadas plantas perenes de crescimento denso, dispostas em contorno. Algumas
espécies recomendadas: cana-de-açúcar, capim-vetiver, erva-cidreira, capim-gordura, etc.

5.5. CANAIS ESCOADOUROS VEGETADOS


A água que cai sob a forma de chuva sobre o solo, uma parte infiltra e outra evapora.
Na ocorrência de deficiências na capacidade e na velocidade de infiltração por motivos
pedogenéticos, recomenda-se a construção de terraços em desnível (já colocado no presente
trabalho e a construção prévia de canais escoadouros vegetados, a fim de conduzir com
segurança o excesso de água).
A água que escorre pelo canal, pode desaguar em um reservatório. Estes cordões são
pequenos terraços de base estreita, demarcados em nível ou desnível, com capim plantado sobre
o camalhão. Diminui em até 80% as perdas de terra e adubo.
São estruturas naturais (depressões) construídas e localizadas, protegidas por vegetação
nativa, com dimensão suficiente para conduzir o fluxo coletado até as partes baixas do terreno,
sem perigo de erosão em seu leito.

5.6. PRESERVAÇÃO DA NASCENTE

A Lei Federal 4.771/65, alterada pela Lei 7.803/89 e a Medida Provisória nº 2.166-67, de
24 de agosto de 2001 determina um raio de 50 metros de ocupação da mata ciliar ao entorno da
nascente. Sendo assim, o se planejamento presente atribuiu esses 50 metros de raio para
proteção da única nascente da propriedade rural, sendo assim, antes de plantar qualquer espécie,
se deve analisar pedaços de mata ciliar existentes na região, com a intenção de olhar e
determinar quais são as espécies nativas existentes da região. Após o plantio de algumas mudas
de espécies nativas apropriadas, o tempo se encarregará de aumentar o número de indivíduos da
floresta e também aparecerá novas espécies trazidas pela fauna, principalmente animais
frugívoros como exemplo pássaros e morcegos.

6. INVESTIMENTOS

O investimento vai ser um pouco maior no primeiro ano por conta do cultivo mínimo
exigir maior mão de obra que o sistema de plantio convencional, usado anteriormente, além de
exigir maior mão de obra e custos na construção do sistema de terraceamento e do canal
escoadouro, além de estar sempre monitorando a cultura do milheto. Inicialmente o custo de
implantação dessas técnicas vão ser altas mas com o passar dos anos vai se diminuir processos
de degradação do solo além de diminuir custos com adubação e calagem.
7. VIABILIDADE

A viabilidade depende do agricultor adotar ou não as práticas de manejo e conservação


da água e do solo. A maior dificuldade será na aplicabilidade do projeto, os agricultores da
família pensam que o uso atual de SPC é o certo, que estão fazendo tudo certo e não percebem o
que tem de errado com SPC. Fazer com que eles aceitem o projeto é o mais difícil. Outra
dificuldade são os custos e por fim a implementação das técnicas que devem ser muito bem
elaboradas e planejadas para não haver perdas e prejuízos.

8. CONCLUSÕES
A má administração da unidade produtiva está entre os principais fatores determinantes
de erosão e degradação do solo no meio rural. O desmatamento indiscriminado, o sobreuso da
terra além da aptidão recomendada, a ausência de planejamento e práticas conservacionistas e, o
preparo de solo inadequado culminam em uma degradação ambiental.
Se espera ​que o presente planejamento conservacionista da unidade produtiva seja bem
empregada e de grande importância, pois a partir dele, o agricultor pode tomar a melhor decisão
quanto ao que deve produzir baseado na capacidade de uso da terra.
Seria interessante dep​ois de implantar, avaliar depois de dois ou três anos novamente os
os indicadores de qualidade do solo.
Este planejamento adotará medidas de conservação dos recursos naturais, principalmente
do solo e da água, em uma propriedade agrícola, melhorando seus resultados ao passar dos anos
pois, deixa de perder investimentos altíssimos feitos na área, pois os seu uso é totalmente
racional.
O trabalho de planejamento é importante não só, porque o agricultor reduz as suas perdas,
mas porque ele ajuda a preservar o solo, a água da sua UP. Então deve-se usar as técnicas
abordadas para se ter um melh​or uso e conservação do solo da propriedade.

O planejamento da propriedade é o melhor caminho para o equilíbrio entre a produção


agrícola e a conservação ambiental, no caso da agricultura, o solo e a água.
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