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Matemática

Financeira
SUSANA APARECIDA DA VEIGA

MATEMÁTICA FINANCEIRA

1ª Edição

Taubaté
Universidade de Taubaté
2014
Copyright©2014.Universidade de Taubaté.
Todos os direitos dessa edição reservados à Universidade de Taubaté. Nenhuma parte desta publicação pode ser
reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização desta Universidade.
Administração Superior
Reitor Prof.Dr. José Rui Camargo
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Pró-reitor de Administração Prof.Dr.Francisco José Grandinetti
Pró-reitor de Economia e Finanças Prof.Dr.Luciano Ricardo Marcondes da Silva
Pró-reitora Estudantil Profa.Dra.Nara Lúcia Perondi Fortes
Pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias Prof.Dr. José Felício GoussainMurade
Pró-reitora de Graduação Profa.Dra.Ana Júlia Urias dos Santos Araújo
Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Prof.Dr.Edson Aparecida de Araújo Querido Oliveira
Coordenação Geral EaD Profa.Dra.Patrícia Ortiz Monteiro
Coordenação Acadêmica Profa.Ma.Rosana Giovanni Pires
Coordenação Pedagógica Profa.Dra.Ana Maria dos Reis Taino
Coordenação Tecnológica Profa. Ma. Susana Aparecida da Veiga
Coordenação de Mídias Impressas e Digitais Profa.Ma.Isabel Rosângela dos Santos Ferreira
Coord. de Área: Ciências da Nat. e Matemática Profa. Ma. Maria Cristina Prado Vasques
Coord. de Área: Ciências Humanas Profa. Ma. Fabrina Moreira Silva
Coord. de Área: Linguagens e Códigos Profa. Dra. Juliana Marcondes Bussolotti
Coord. de Curso de Pedagogia Profa. Dra. Ana Maria dos Reis Taino
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Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Recursos Naturais Profa. Dra. Lídia Maria Ruv Carelli Barreto
Revisão ortográfica-textual Profa. Ma. Isabel Rosângela dos Santos Ferreira
Projeto Gráfico e Diagramação Me.Benedito Fulvio Manfredini
Autor Susana Aparecida da Veiga
Unitau-Reitoria Rua Quatro de Março,432-Centro
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e-mail: nead@unitau.br
Horário de atendimento: 8h às 22h

Ficha catalográfica elaborada pelo SIBi


Sistema Integrado de Bibliotecas/UNITAU
V426m Veiga, Susana Aparecida da
Matemática Financeira/ Susana Aparecida da Veiga. Taubaté: UNITAU, 2010.
123p. : il.

ISBN 978-85-62326-07-3
Bibliografia

1. Matemática Financeira.
I. Universidade de Taubaté. II. Título.
PALAVRA DO REITOR

Palavra do Reitor

Toda forma de estudo, para que possa dar certo,


carece de relações saudáveis, tanto de ordem
afetiva quanto produtiva. Também, de
estímulos e valorização. Por essa razão,
devemos tirar o máximo proveito das práticas
educativas, visto se apresentarem como
máxima referência frente às mais diversificadas
atividades humanas. Afinal, a obtenção de
conhecimentos é o nosso diferencial de
conquista frente a universo tão competitivo.

Pensando nisso, idealizamos o presente livro-


texto, que aborda conteúdo significativo e
coerente à sua formação acadêmica e ao seu
desenvolvimento social. Cuidadosamente
redigido e ilustrado, sob a supervisão de
doutores e mestres, o resultado aqui
apresentado visa, essencialmente, a orientações
de ordem prático-formativa.

Cientes de que pretendemos construir


conhecimentos que se intercalem na tríade
Graduação, Pesquisa e Extensão, sempre de
forma responsável, porque planejados com
seriedade e pautados no respeito, temos a
certeza de que o presente estudo lhe será de
grande valia.

Portanto, desejamos a você, aluno, proveitosa


leitura.

Bons estudos!

Prof. Dr. José Rui Camargo


Reitor

v
vi
Apresentação

De uma maneira simples, podemos dizer que a


Matemática Financeira é o ramo da Matemática que
tem como objeto de estudo o dinheiro ao longo do
tempo. Atualmente, possuir ferramentas que possam
auxiliar nas tomadas de decisões, tanto na gestão
financeira das empresas, quanto nas tomadas de
Fonte:<http://office.microsoft.co
m/pt-br/clipart/download.aspx>. decisões no dia a dia das pessoas, é essencial.
Acesso em: 01 dez de 2009.
Um exemplo comum do uso da Matemática Financeira
é quando compramos algo em uma loja no crediário ou no cartão de crédito. Quais os
custos envolvidos nessa decisão? Como avaliar monetariamente a decisão? É melhor
comprar a vista ou a prazo? Qual o valor do desconto que receberemos, se optarmos por
comprar à vista?
E se o que estamos querendo comprar for muito importante e com um valor alto, por
exemplo, a casa própria? Financiar ou fazer um empréstimo? Como escolher o lugar que
oferece a melhor taxa de juros? Assim, a Matemática Financeira torna-se uma ferramenta
útil para a análise das alternativas, e sua aplicação, quando bem desenvolvida, trará maior
rentabilidade, possibilitando a maximização dos resultados. Ter habilidade para lidar com
cálculos e investimentos é hoje muito importante, e a Matemática Financeira ocupa-se do
estudo e do fornecimento de ferramentas adequadas para que as tomadas de decisões
tenham a maior precisão possível.

vii
viii
Sobre a autora

SUSANA APARECIDA DA VEIGA − Licenciada em Matemática (Universidade


Federal de Santa Catarina - UFSC – SC). Mestre em Engenharia de Produção, na área de
Transporte e Logística (UFSC – SC). Atua como professora assistente no Departamento
de Economia, Ciências Contábeis e Administração. É membro da equipe de produção de
materiais do Núcleo de Educação a Distância da Universidade de Taubaté. Atua como
professora assistente no Instituto Nacional de Pós-graduação – INPG – em São José dos
Campos – SP. Leciona a disciplina Matemática Financeira, na graduação da Universidade
de Taubaté, e Engenharia Econômica, na graduação do Instituto Nacional de Pós-
graduação.
E-mail: susana.veiga.ead@gmail.com

ix
x
Caros(as) alunos(as),
Caros( as) alunos( as)

O Programa de Educação a Distância (EAD) da Universidade de Taubaté apresenta-se


como espaço acadêmico de encontros virtuais e presenciais direcionados aos mais
diversos saberes. Além de avançada tecnologia de informação e comunicação, conta com
profissionais capacitados e se apoia em base sólida, que advém da grande experiência
adquirida no campo acadêmico, tanto na graduação como na pós-graduação, ao longo de
mais de 35 anos de História e Tradição.

Nossa proposta se pauta na fusão do ensino a distância e do contato humano-presencial.


Para tanto, apresenta-se em três momentos de formação: presenciais, livros-texto e Web
interativa. Conduzem esta proposta professores/orientadores qualificados em educação a
distância, apoiados por livros-texto produzidos por uma equipe de profissionais preparada
especificamente para este fim, e por conteúdo presente em salas virtuais.

A estrutura interna dos livros-texto é formada por unidades que desenvolvem os temas e
subtemas definidos nas ementas disciplinares aprovadas para os diversos cursos. Como
subsídio ao aluno, durante todo o processo ensino-aprendizagem, além de textos e
atividades aplicadas, cada livro-texto apresenta sínteses das unidades, dicas de leituras e
indicação de filmes, programas televisivos e sites, todos complementares ao conteúdo
estudado.

Os momentos virtuais ocorrem sob a orientação de professores específicos da Web. Para


a resolução dos exercícios, como para as comunicações diversas, os alunos dispõem de
blog, fórum, diários e outras ferramentas tecnológicas. Em curso, poderão ser criados
ainda outros recursos que facilitem a comunicação e a aprendizagem.

Esperamos, caros alunos, que o presente material e outros recursos colocados à sua
disposição possam conduzi-los a novos conhecimentos, porque vocês são os principais
atores desta formação.

Para todos, os nossos desejos de sucesso!

Equipe EAD-UNITAU

xi
xii
Sumário
Palavra do Reitor .............................................................................................................. v
Apresentação .................................................................................................................. vii
Sobre a autora .................................................................................................................. ix
Caros(as) alunos(as) ........................................................................................................ xi
Ementa .............................................................................................................................. 1
Objetivos........................................................................................................................... 2
Introdução ......................................................................................................................... 3
Unidade 1. Revisão de Matemática Elementar ........................................................... 5
1.1 Razão .......................................................................................................................... 5
1.2 Proporção .................................................................................................................... 6
1.2.1 Propriedades das proporções: .................................................................................. 6
1.2.2 Aplicações das proporções ...................................................................................... 7
1.3 Grandezas diretamente e inversamente proporcionais ............................................... 9
1.4 Regra de três simples ................................................................................................ 10
1.5 Porcentagem ............................................................................................................. 12
1.6 Potenciação ............................................................................................................... 13
1.6.1 Propriedades das potências .................................................................................... 13
1.7 Radiciação ................................................................................................................ 14
1.8 Logaritmos ................................................................................................................ 15
1.8.1 Propriedades dos logaritmos.................................................................................. 15
1.9 Síntese da unidade .................................................................................................... 16
1.10 Para saber mais ....................................................................................................... 16
1.11 Atividades ............................................................................................................... 17
Unidade 2. Juros Simples ............................................................................................ 19
2.1 Juro ........................................................................................................................... 20
2.2 Taxa de juro .............................................................................................................. 20
2.3 Simbologia utilizada e Conceitos fundamentais ....................................................... 22
2.4 Diagramas de capital no tempo (Fluxos de Caixa) ................................................... 23
2.5 Cálculo dos juros (J) ................................................................................................. 24
2.6 Cálculo do montante (M) .......................................................................................... 25

xiii
2.7 Taxa equivalente (𝒊𝒒) e Taxa proporcional .............................................................. 27
2.8 Períodos não-inteiros ................................................................................................ 29
2.9 Juro exato, Juro comercial e Juro bancário............................................................... 30
2.9.1 Juro exato ( 𝑱𝒆) ...................................................................................................... 30
2.9.2 Juro comercial ( 𝑱𝒄 ) .............................................................................................. 31
2.9.3 Juro bancário ( 𝑱𝒃 ) ................................................................................................ 31
2.10 Equivalência financeira .......................................................................................... 32
2.11 Síntese da Unidade ................................................................................................. 33
2.12 Para saber mais ....................................................................................................... 33
2.13 Atividades ............................................................................................................... 34
Unidade 3. Juros Compostos ....................................................................................... 35
3.1 Diferença entre os regimes de capitalização............................................................. 36
3.2 Cálculo do montante (M) .......................................................................................... 36
3.3 Cálculo do juro (J) .................................................................................................... 38
3.4 Taxas equivalentes (𝒊𝒒) ............................................................................................ 39
3.5 Períodos não-inteiros ................................................................................................ 42
3.5.1 Convenção linear ................................................................................................... 42
3.5.2 Convenção exponencial ......................................................................................... 43
3.6 Taxa efetiva e Taxa nominal – Quando o período de capitalização não coincide
com o período da taxa..................................................................................................... 44
3.7 Equivalência de capitais no regime composto .......................................................... 46
3.7.1 A importância da data focal ................................................................................... 46
3.7.2 Capitais equivalentes ............................................................................................. 47
3.8 Síntese da Unidade ................................................................................................... 48
3.9 Para saber mais ......................................................................................................... 49
3.10 Atividades ............................................................................................................... 49
Unidade 4. Descontos.................................................................................................... 50
4.1 Desconto ................................................................................................................... 50
4.2 Título de crédito ....................................................................................................... 51
4.2.1 Nota promissória ................................................................................................... 51
4.2.2 Letra de câmbio ..................................................................................................... 52
4.2.3 Duplicata................................................................................................................ 52

xiv
4.3 Desconto simples (d) ................................................................................................ 53
4.3.1 Desconto racional simples (𝒅𝒓)............................................................................. 53
4.3.2 Desconto comercial simples (𝒅𝒄) .......................................................................... 54
4.3.3 Desconto bancário simples (𝒅𝒃) ........................................................................... 56
4.3.4 - Taxa de juros efetiva (𝒊𝒇) .................................................................................... 56
4.3.5 Relação existente entre Desconto comercial e Desconto racional ........................ 57
4.4 Descontos compostos (D) ......................................................................................... 58
4.4.1 Desconto racional composto (𝑫𝒓) ......................................................................... 59
4.4.2 Desconto comercial composto (𝑫𝒄) ...................................................................... 60
4.4.3 Taxa efetiva cobrada (𝒊𝒇) ...................................................................................... 61
4.5 Síntese da Unidade ................................................................................................... 62
4.6 Para saber mais ......................................................................................................... 62
4.7 Atividades ................................................................................................................. 63
Unidade 5. Série de Pagamentos ou Anuidades ......................................................... 64
5.1 Definições ................................................................................................................. 64
5.2 Classificação ............................................................................................................. 65
5.2.1 A periodicidade: .................................................................................................... 65
5.2.2 Ao prazo: ............................................................................................................... 66
5.2.3 Ao valor dos termos: ............................................................................................. 67
5.2.4 A forma de pagamento ou recebimento:................................................................ 67
5.3 Dados que compõem uma anuidade ......................................................................... 69
5.4 Série de pagamentos - Modelo Básico ..................................................................... 70
5.4.1 Valor atual do modelo básico ................................................................................ 71
5.4.2 Montante do modelo básico ................................................................................... 73
5.5 Anuidades antecipadas ............................................................................................. 75
5.5.1 Valor atual de uma anuidade antecipada ............................................................... 76
5.5.2 Valor futuro de uma anuidade antecipada ............................................................. 77
5.6 Modelos genéricos de anuidades .............................................................................. 79
5.6.1 Anuidades diferidas ............................................................................................... 79
5.6.2 Anuidade em que o período dos termos não coincide com aquele a que se refere
a taxa ............................................................................................................................... 81

xv
5.6.3 Anuidade com termos constantes, segundo o modelo básico, mais parcelas
Intermediárias iguais....................................................................................................... 82
5.6.4 Anuidades perpétuas .............................................................................................. 84
5.6.5 Anuidades variáveis............................................................................................... 84
5.7 Síntese da Unidade ................................................................................................... 85
5.8 Para saber mais ......................................................................................................... 85
5.8 Atividades ................................................................................................................. 86
Unidade 6. Sistemas de Amortização de Empréstimos e Financiamentos .............. 88
6.1 Definições básicas .................................................................................................... 89
6.2 Sistema de amortização constante (SAC) ................................................................. 91
6.2.1 SAC, sem prazo de carência .................................................................................. 91
6.2.2 SAC, com prazo de carência.................................................................................. 92
6.3 Sistema de amortização francês (SF)........................................................................ 95
6.4 Sistema Price ............................................................................................................ 97
6.5 Planilha de despesas adicionais ................................................................................ 98
6.6 Síntese da Unidade ................................................................................................... 99
6.7 Para saber mais ......................................................................................................... 99
6.8 Atividades ............................................................................................................... 100
Unidade 7. Introdução à Análise de Investimentos ................................................. 102
7.1 Fluxos de caixa ....................................................................................................... 102
7.2 Taxa mínima de atratividade (TMA) ...................................................................... 104
7.3 Método do valor presente líquido (VPL) ................................................................ 104
7.4 Método da taxa interna de retorno (TIR) ................................................................ 108
7.5 O Método do Custo Anual Uniforme (CAU) ......................................................... 110
7.6 Síntese da Unidade ................................................................................................. 113
7.7 Para saber mais ....................................................................................................... 113
7.8 Atividades ............................................................................................................... 113
Referências ................................................................................................................... 116
Referências Complementares ....................................................................................... 118

xvi
Matemática ORGANIZE-SE!!!

Financeira
Você deverá usar de 3
a 4 horas para realizar
cada Unidade.

Ementa

EMENTA

Revisão de Matemática Elementar. Regime de juros simples e regime de


juros compostos. Descontos simples e compostos. Taxas equivalentes e
taxas proporcionais. Séries de pagamentos uniformes e não-uniformes.
Sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos. Noções sobre
análise de alternativas de investimentos: Valor presente líquido (VPL) e
Taxa interna de retorno (TIR) e Custo anual uniforme (CAU).

1
Objetivo Geral

Apresentar os conhecimentos básicos do cálculo financeiro para que o aluno


domine o ferramental básico e necessário para a tomada de decisões
envolvendo fluxos financeiros.

Obj eti vos

Objetivos Específicos

•Adquirir conhecimentos teóricos e práticos da Matemática Financeira através


de problemas relacionados com a realidade do dia a dia;
•Receber os subsídios indispensáveis ao desenvolvimento das disciplinas que
dependem do conhecimento prévio desta disciplina;
•Entender a importância da disciplina para a formação e desenvolvimento do
futuro profissional de negócios.
•Conhecer os regimes de capitalização a definição de capital, montante,
rendimento, taxa de juros, taxas equivalentes, nominal e efetiva;
•Identificar e diferenciar no regime de capitalização simples, taxas
proporcionais e equivalentes;
•Calcular montante, juros, valor nominal, desconto simples e composto, taxa de
desconto, taxa equivalente e taxa efetiva;
•Classificar rendas certas e resolver problemas relacionados às anuidades
antecipadas e ao modelo básico;
•Diferenciar e calcular os diversos sistemas de amortização de Empréstimos e
Financiamentos;
•Analisar a viabilidade econômica de diferentes investimentos, ou projetos de
investimentos, por meio dos métodos NPV, da IRR e do CAU e
decidir qual é o melhor, financeiramente.

2
Introdução

Quando o homem criou o conceito de capital, o


conceito de juros surgiu naturalmente, pois ele
percebeu existir uma estreita Capital: do ponto
de vista da
relação entre o dinheiro e o matemática
financeira, qualquer
tempo, entre o acúmulo de valor expresso em
moeda e disponível
capital e sua desvalorização. A em determinada
Fonte:<http://office.microsoft.co época.
m/pt-br/clipart/download. aspx>. partir daí, as questões
Acesso em: 01 dez 2009.
financeiras começaram a fazer parte da nossa vida.

A Matemática Financeira utiliza conceitos matemáticos e variáveis, como a taxa de juros,


o capital e o tempo para analisar dados financeiros em geral, sendo, dessa forma, uma
ferramenta útil na análise de algumas alternativas de investimento ou no financiamento
de bens de consumo, e ela é importante na vida das pessoas tanto na esfera pessoal quanto
na profissional. O total desconhecimento dessa ferramenta pode resultar em perdas
financeiras.

A primeira unidade deste livro-texto apresenta uma revisão de Matemática Elementar.


Você irá rever conceitos tais como razão, proporção, regra de três simples, algumas
propriedades dos logaritmos e das potências. O objetivo é facilitar a compreensão dos
conteúdos que serão abordados nas próximas unidades, independentemente do grau de
conhecimento matemático prévio do aluno.

Na segunda unidade abordaremos o regime de juros simples. Nesse regime, o juro de


qualquer período, ou de qualquer intervalo de tempo, é sempre constante e calculado
sobre o capital inicial. Então, por exemplo, se você aplicar R$1.000,00 a uma taxa de 10%
ao mês, pelo prazo de 3 meses, receberá R$1.300,00 (10% de R$1.000,00 são R$100,00.
Como são 3 meses, temos R$100,00 x 3 = R$300,00) Nessa unidade conceituaremos
capital, montante e taxas de juros, sempre tendo como base a definição de juros simples.

3
Na terceira unidade estudaremos o regime de juros compostos. Nesse regime, o juro de
qualquer período é calculado sobre o capital inicial mais os juros recebidos no período
anterior. Conceituaremos juro e montante para o regime de juros compostos, para
períodos de tempo inteiros e não-inteiros. Trabalharemos as diferenças entre taxa
proporcional, taxa equivalente e taxa nominal, e estudaremos os conceitos de
equivalência financeira e de data focal.

Na quarta unidade, abordaremos o conceito de descontos. O desconto é uma


compensação recebida pelo tomador do empréstimo, pelo pagamento adiantado da dívida.
Estudaremos os dois modelos de descontos: o desconto racional, e o desconto comercial;
para o regime de juros simples e para o regime composto.

Na quinta unidade, estudaremos os conceitos envolvidos nas séries de pagamentos ou


recebimentos. Trabalharemos com as séries do modelo básico e do modelo antecipado,
com carência e sem carência, relacionadas com o valor presente e o valor futuro.
Trabalharemos, também, com as séries do modelo genérico, que são as perpétuas, as
variáveis e as séries com parcelas complementares.

Na sexta unidade, estudaremos os principais sistemas de amortização de empréstimos e


financiamentos: o Sistema de Amortizações Constantes (SAC), o Sistema de
Amortização Francês (SF) e o Sistema Price e, na sétima unidade, trataremos da análise
de investimentos, utilizando o método do Valor Presente Líquido (VPL), da Taxa Interna
de Retorno (TIR) e do Custo Anual Uniforme (CAU).

4
Unidade 1

Unidade 1 . Revisão de Matemática Elementar

Nesta unidade, faremos uma revisão de alguns conceitos de Matemática Elementar. É


importante que você relembre alguns conceitos vistos ha muito tempo e que são relevantes
para a compreensão dos conteúdos que serão abordados nas próximas unidades.

1.1 Razão
A palavra razão, que vem do latim ratio e significa o quociente entre um Quociente:
divisão entre
A dois
numerador A por um denominador B, é denotada por: . Segundo o
B números.

dicionário “Razão: noção relacionada com a comparação de duas unidades por meio de
uma divisão” (IMENES; LELLIS, 1998, p. 267).

Exemplo 1:

9
A razão de 9 para 12 = ou 09: 12;
12
5
A razão de 5 para 10 = ou 05:10;
10
Obs. Importante: 1) Lê-se: nove está para doze, sendo que o 1º número é chamado de
antecedente, e o 2º, de consequente.

Podemos, também, utilizar o conceito de razão para resolver problemas.

Exemplo 2:
Considere que em uma empresa qualquer trabalhem 100 homens e 25 mulheres.
• Qual a razão entre o número de homens e de mulheres?

5
100
Razão entre homens e mulheres = =4
25
Isso quer dizer que existem quatro vezes mais homens do que mulheres.

1.2 Proporção
Segundo Gimenes (2006), o conceito de proporção está diretamente Sentença: conjunto
de termos que se
ligado ao conceito de razão. É um pouco mais abrangente. reúnem por sinais
de operação.
Proporção é a relação multiplicativa entre duas grandezas. É a Expressão.
Grandeza é tudo
sentença matemática que exprime a igualdade entre duas razões, aquilo que envolve
medidas.
A C
= .
B D

Exemplo 3:
100
No exemplo anterior, tínhamos que a razão entre homens e mulheres era de . Isso
25
quer dizer que o número de homens é quatro vezes maior que o número de mulheres,
ou, de maneira diferente, que há uma proporção de 1 mulher para cada 4 homens.

1.2.1 Propriedades das proporções:


As proporções possuem várias propriedades A seguir citamos algumas delas apenas para
exemplificar.

• Numa proporção, a soma dos dois primeiros termos está para o 2º (ou 1º) termo,
assim como a soma dos dois últimos está para o 4º (ou 3º);

• Numa proporção, a soma dos antecedentes está para a soma dos consequentes,
assim como cada antecedente está para o seu consequente.

No contexto de matemática financeira, apenas a chamada “propriedade fundamental” será


utilizada. A Propriedade Fundamental das proporções diz que em toda proporção o
produto dos meios é sempre igual ao produto dos extremos.

6
Exemplo 4: Um determinado capital rendeu R$150,00 de juros em 3 meses. Quanto este
capital renderia em 8 meses?

Solução:

R$ Tempo
150 3 meses
x 8 meses

Transformando esta tabela em uma proporção, teremos:

150 : 3 = x : 8 Ou, de outra 150 x


=
forma 3 8
Meios

Extremos

multiplica ção multiplica ção


Logo: 150  8 = 3  x  x = 400

1.2.2 Aplicações das proporções


Existem algumas razões especiais que são muito utilizadas em nosso cotidiano, dentre
as quais podemos destacar, por exemplo, a velocidade média e a escala.

Velocidade Média

A velocidade média é uma grandeza obtida pela razão entre uma distância percorrida
(expressa em quilômetros ou metros) e um tempo gasto (expresso em horas, minutos ou
segundos). De maneira mais simplificada, é a variação de espaço, em média, por unidade
de tempo.
7
Exemplo 5: Suponha que um carro leve 2 horas para percorrer a distância entre Taubaté
e São Paulo, que é de 125 km. Qual é a velocidade média deste carro?

Distância percorrida 125 km


velocidade média =  = 62,5km / h
tempo 2h
Escala
Escala é a razão constante entre qualquer medida de um projeto (pode ser um desenho ou
uma maquete: mapas, por exemplo, ou miniaturas de carros, maquetes de casas e prédios)
e a medida correspondente no objeto real, ambas tomadas na mesma unidade de medida.
Ou seja, a Escala é uma aplicação da razão entre duas grandezas de mesma espécie.

Vamos ver no exemplo abaixo:

Tamanho do desenho em cm
escala =
tamanho real em cm

As empresas que fabricam miniaturas – carrinhos, por exemplo – utilizam a Escala para
que as réplicas sejam perfeitas.

Curiosidade: A Figura 1.1 mostra uma parte do Mini Mundo, parque temático
brasileiro, localizado em Gramado, no Rio Grande do Sul. No parque existem cidades,
carros, castelos e ferrovias em miniatura, com uma escala de 1:24, ou seja, as miniaturas
são 24 vezes menor do que o tamanho real.

No Mini Mundo, o sistema de transporte ferroviário dispõe de 11 locomotivas e 20


vagões, que passam por oito pontes, circulando pelos 456 metros lineares de trilhos.
Lembrando que a escala em que a miniatura foi construída é 1:24 (1 para 24), qual
seria, então, o comprimento real da estrada de ferro?

8
Chamando de x, o
comprimento real da
estrada de ferro e aplicando
a “fórmula” de Escala
(lembrando que 1 metro =
100 centímetros), temos:

Figura 1.1: Mini Mundo


Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:MiniMundo.jpg>.
Acesso em 10 dez. 2009.
Autor Fernanda Steffen Tamanho da miniatura
Escala =
tamanho real

45600 1 45600
1 : 24 = ou =
x 24 x

Aplicando a propriedade fundamental das proporções (o produto dos meios é igual ao


produto dos extremos), temos:
1  x = 24  45600
x = 1.094.400
Logo, o comprimento real da estrada de ferro é de 10.944 metros, ou de quase 11 km.

1.3 Grandezas diretamente e inversamente proporcionais


Duas grandezas são diretamente proporcionais quando, aumentando uma delas, a outra
aumenta na mesma proporção. Por exemplo, se uma grandeza dobra de valor a outra
também dobra.

Exemplo 5:
Suponha que 1 Kg de carne custa R$12,00. Se uma pessoa comprar 2 Kg de carne
pagará R$24,00, ou seja, duas vezes mais (o dobro do valor).

9
Duas ou mais grandezas são inversamente proporcionais quando, aumentando uma delas,
a outra diminui na mesma proporção. Por exemplo, se uma grandeza dobra de valor a
outra diminui pela metade.

Exemplo 6:

Velocidade e tempo. Um carro, para percorrer um total de 100 km, se estiver a uma
velocidade de 100 Km/h, levará 1 hora. Se esse mesmo carro, para percorrer os mesmos
100 km, aumentar a velocidade para 200 km/h, gastará apenas meia hora, ou seja, se
ele dobrar a velocidade, necessitará da metade do tempo.

1.4 Regra de três simples


Equação: sentença
A maioria das pessoas não sabe, mas a regra de três simples é matemática na qual
aparece um sinal de
muito utilizada em várias situações de nosso dia a dia. Em igualdade e uma ou mais
Matemática Financeira, utilizaremos seu conceito no regime de letras que representam
números desconhecidos
juros simples. chamados de incógnitas
ou variáveis.

Definição: “Tipo de equação usada em problemas de proporcionalidade. Envolve três


números conhecidos e uma incógnita” (IMENES; LELLIS, 1998, p. 272).

A resolução desse tipo de problema é muito simples, e são necessários três passos:

1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma espécie em colunas, e


mantendo na mesma linha as grandezas de espécies diferentes em correspondência.

2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais.

3º) Montar a proporção e, utilizando a definição da propriedade fundamental das


proporções, resolver a equação que surgirá.

Exemplo 7:

10
Uma pessoa percorre 12 km em 2h. Mantendo o mesmo ritmo, em quanto tempo ela
percorrerá 36 km?
Solução:
Montemos uma tabela:
Percurso (km) Tempo (h)
12 2
36 x

Note que as grandezas são diretamente proporcionais, ou seja, se aumentarmos o


percurso, o tempo gasto pelo atleta também aumenta, se diminuirmos o percurso o
tempo gasto pelo atleta também diminuirá. Logo, devemos conservar a proporção:
12 2
=
36 x

Multiplicando em cruz:
12 x = 72

72
=x  x=6
12

Portanto, esta pessoa percorrerá 36 km em 6h.

Exemplo 8:

Quatro trabalhadores levam 8 dias para construir uma casa. Quanto tempo dois
trabalhadores levariam para construir a mesma casa?
Solução:
Montando uma tabela, teremos:

nº de trabalhadores Tempo (dias)


4 8
2 x

Note que as grandezas são inversamente proporcionais. Se 4 trabalhadores constroem


uma casa em 8 dias, 2 trabalhadores demorarão mais tempo para construir a mesma

11
casa, ou seja, quanto menor o número de trabalhadores, maior será o tempo gasto na a
construção. Logo, para resolver o problema, devemos inverter a proporção.
4 x
=
2 8
Multiplicando em cruzes:
2 x = 32
x = 16
Portanto, 2 trabalhadores precisarão de 16 dias para construir a mesma casa.

1.5 Porcentagem
A porcentagem também é um conteúdo de Matemática Elementar que é muito utilizado
no nosso dia a dia, você já reparou nisso? Ela aparece na televisão quando falamos da alta
ou da baixa da bolsa de valores, aparece nas vitrines das lojas para apresentar o valor dos
descontos das promoções ou a quantidade de juros que elas estão cobrando, aparece,
também, sempre que atrasamos uma conta e necessitamos pagar juros. Viu só quantos
exemplos?

Definição: Porcentagem (ou percentagem) é uma fração de denominador centesimal, ou


seja, é uma fração de denominador 100. Representamos porcentagem pelo símbolo %, e
lê-se: “por cento” (GIMENES, 2006).

20
Assim, a fração é uma porcentagem que pode ser representada como 20%.
100

Utilizamos o cálculo de porcentagem constantemente, no nosso dia a dia.

Exemplo 9:
Uma loja lança uma promoção de 10% de desconto no preço dos seus produtos para
pagamento à vista. Se uma calça jeans custa R$150,00, qual seria seu preço, se
optássemos por comprá-la à vista?

12
Solução:

O desconto seria de 10% do valor de R$150,00. Logo:

10
10% de R$150,00 =  150 ou, de outra maneira, 0,10  150 = 15
100

Portanto, os 10% de desconto representam R$15,00. Se optarmos por pagar à vista


esse valor será descontado do original, ou seja,

valor à vista = R$150,00 - R$15,00 = R$135,00

Passaremos a pagar, com o pagamento à vista, R$135,00.

1.6 Potenciação
As potências surgiram com o objetivo de simplificar os cálculos com números muito
grandes. Em nossa disciplina será utilizada para simplificar os cálculos de juros
compostos.

“Definição: Potenciação é a operação em que, dados uma base e um


Potência: é o
expoente, se calcula uma potência” (GIMENES, 2006, p. 8). produto de fatores
iguais. É o
resultado da
potenciação.

Onde a é chamado de base, e n, de expoente.

1.6.1 Propriedades das potências


A disciplina de Matemática Financeira utiliza, principalmente, a potenciação no
desenvolvimento de seus cálculos, e esta, por sua vez, utiliza diversas propriedades para
simplificar seus cálculos. A seguir são apresentadas algumas delas:

13
1
• x −n = para qualquer número real e x 0
xn
• x a  x b = x a +b
• x a  x b = x a−b
• ( x a ) b = x a b

• (a  b )n = an  bn

• (a  b )n = an  bn

No regime de juros compostos uma determinada taxa de juros incide sobre ela mesma
diversas vezes, e é o calculo com potenciação que faz com este cálculo se torne mais
simples.

Exemplo 10: Imagine uma dívida que cresce 2% ao mês, no regime de juros compostos,
depois de doze meses, ela terá crescido 26,82% e não apenas 24%.

Solução:
(
1 + 0,02)   (1 + 0,02) = (1 + 0,02)
 
12
= 1,2682  isso significa que a taxa cresceu 26,82%
12 vezes

1.7 Radiciação
“Radiciação é a operação em que, dados o radicando e o índice, se calcula a raiz”
(IMENES; LELLIS, 1998, p. 265). Uma raiz pode ser quadrada, cúbica, quarta, dentre
outras. O tipo de raiz está sempre indicado no índice. Uma raiz é simbolizada pelo radical,
e o número do qual se deve extrair a raiz é denominado radicando (GIMENES, 2006).

índice  a  radical
x  radicando

É válido lembrar, também, que:


b
a b
x = xa

14
Exemplo 11:
1) 3
8 = 2 ou 2 3 = 8

2) 16 = 4 ou 4 2 = 16

OBS: Normalmente, quando estamos trabalhando com raiz quadrada, o índice é omitido
da representação. Nos outros casos ele é expresso normalmente.

1.8 Logaritmos
Os logaritmos também são uma ferramenta útil para a matemática financeira. Assim como
a potência surgiram com o objetivo de simplificar alguns cálculos. Apresentam algumas
propriedades, que são válidas para qualquer modelo de logaritmos e em qualquer base, e
que ajudarão a simplificar alguns cálculos financeiros.

A notação algébrica do logaritmo é: log a x = b . Onde a é a base, x é o logaritmando e b

é o logaritmo. Para qualquer número real, x > 0; a > 0.

1.8.1 Propriedades dos logaritmos


Apenas algumas propriedades dos logaritmos serão utilizadas durante o desenvolvimento
do conteúdo de matemática financeira. Nós não trabalharemos aqui com seu conceito ou
com seus cálculos. A seguir apresentamos algumas propriedades:

• log (a  b) = log a + log b


• log (a  b) = log a − log b
• log a b = b  log a

Exemplo 12: Suponha que você fez um depósito no valor de R$8.500,00 a juros de
1,5% ao mês. Essa aplicação gerou um montante de R$9.864,60. Quanto tempo esse
capital ficou aplicado considerando a equação de resolução abaixo?

15
9864,60 = 8.500 (1 + 0,015)t
Solução:

Continuando:
9864,60
= (1 + 0,015)t
8.500 0 ,06466 = t  0 ,006466
1,16054 = (1 + 0,015)t 0 ,06466
= t
log1,16054 = log (1 + 0,015)t
0 ,006466

t = 10 meses
0 ,06466 = t  log (1 + 0 ,015)

1.9 Síntese da unidade


Nesta Unidade realizamos uma revisão de alguns conceitos da matemática elementar. O
objetivo desta revisão foi o de facilitar a compreensão de determinados conteúdos que
serão trabalhados nas próximas Unidades, independentemente de qual seja o grau de
conhecimento matemático prévio do aluno.

1.10 Para saber mais


http://www.somatematica.com.br: É um portal educativo com material para o ensino
fundamental e médio, provas de vestibular e história da matemática, além de biografias
de matemáticos, trabalhos de alunos, provas online, um grande acervo de softwares
matemáticos, artigos, jogos, curiosidades, histórias, fóruns de discussão e muito mais.

http://www.brasilescola.com/matematica: É um portal educativo com material de


matemática do Ensino Fundamental e Médio, com questões de vestibular, artigos e cursos
online.

http://www.educacao.uol.com.br/matematica: Site em que é possível realizar uma


pesquisa escolar sobre diversos assuntos de matemática do Ensino Fundamental e do
Médio. Conta com várias fontes bibliográficas e artigos.

16
1.11 Atividades

1. Se 15 operários levam 10 dias para completar certo


trabalho, quantos operários serão necessários para
Fonte:<http://office.microsoft.com/pt
realizar esse mesmo trabalho em 6 dias? -br/clipart/download.aspx>.
Acesso em 1 dez. 2009.
Resposta: 25 operários

2. Com 100 kg de trigo podemos fabricar 65 kg de farinha. Quantos quilogramas de trigo


serão necessários para fabricar 162,5 kg de farinha?

Resposta: 250 kg

3. Pedro comprou 2 metros de tecido para fazer uma calça. Quantos metros de tecido
seriam necessários para que ele pudesse fazer 7 calças iguais a essa primeira?

Resposta: 14m

4. Paulo trabalhou 30 dias e recebeu 15 000 reais. Quantos dias deverá trabalhar, para
receber 20 000 reais?

Resposta: 40 dias

5. O comprimento da miniatura de um carro de Fórmula 1 é 14 cm. A escala em que a


miniatura foi construída é 1:32. Qual seria, então, o comprimento real do carro?

Resposta: 448 cm ou 4,48 metros

6. Qual seria a escala, sabendo-se que a distância entre dois pontos em um mapa é de 5
cm, o que representa uma distância real de 15 km?

Resposta: escala de 1 : 300.000

17
18
Unidade 2

Unidade 2 . Juros Simples

Segundo Mathias e Gomes (2004), o problema econômico decorre da Escassez:


escassez, da falta de bens, ou seja, do fato de que as necessidades das representa a
insuficiência de
pessoas são satisfeitas por bens e serviços cuja oferta é limitada. bens para
satisfazer os
Mathias e Gomes (2004) observam, ainda, que, ao longo do processo desejos ilimitados
das pessoas.
de desenvolvimento das sociedades, o problema de satisfazer essas
necessidades das pessoas foi solucionado por meio da especialização e do processo de
troca de um bem por outro. Com o passar do tempo, surgiu a moeda e, assim, o preço
passou a ser o denominador comum de medida para o valor dos bens, e a moeda, um meio
para acumular valor e constituir riqueza ou capital.

Abstinência: abster-
Constatou-se que os bens poderiam ser consumidos ou guardados para
se, privar-se de consumo futuro. A noção de juro decorre do fato de que a maioria das
alguma coisa. pessoas prefere consumir seus bens no presente e não no futuro. Em
outras palavras, havendo uma preferência temporal para consumir, as
pessoas querem uma recompensa pela abstinência. Este prêmio para
que não haja consumo é o juro (MATHIAS; GOMES, 2004, p. 19).

Nesta Unidade estudaremos o regime de Juros Simples. Nesse regime, o juro de qualquer
período, de qualquer intervalo de tempo, é constante e sempre é calculado sobre o capital
inicial.
Não existe capitalização de juros nesse regime, pois os juros de um
determinado período não são incorporados ao principal para que essa
soma sirva de base de cálculo dos juros do período seguinte.
Consequentemente, o capital crescerá a uma taxa linear e a taxa de juros
terá um comportamento linear em relação ao tempo (SAMANEZ, 2007,
p. 2).
Segundo Assaf Neto (2003), o regime de Juros Simples tem aplicações práticas bastante
limitadas. São poucas as operações financeiras que o utilizam. O seu uso restringe-se
principalmente às operações de curto prazo. Quando entramos no cheque especial só por
alguns dias, por exemplo. É importante ressaltar, porém, que muitas taxas praticadas no
19
mercado financeiro, nacional e internacional, estão referenciadas em juros simples (é o
caso da Caderneta de Poupança), mas a formação dos montantes processa-se de maneira
exponencial, ou seja, os juros geram juros também.

2.1 Juro
Segundo Castelo Branco (2005), o juro:

[...] é a remuneração obtida a partir do Capital de terceiros. Esta


remuneração pode ocorrer a partir de dois pontos de vista:
• De quem paga: nesse caso, o juro pode ser chamado de despesa
financeira, custo ou prejuízo;
• De quem recebe: podemos entender como sendo o rendimento,
receita financeira ou ganho (CASTELO BRANCO, 2005, p. 11).

Segundo Assaf Neto (2003, p. 15), as taxas de juros devem ser eficientes, de maneira a
remunerar:

a) O risco envolvido na operação. O risco nada mais é do que a probabilidade de o


tomador do empréstimo não resgatar o dinheiro. É a incerteza com relação ao
futuro.
Inflação: índice de
desvalorização do poder
b) A perda do poder de compra do capital motivada pela aquisitivo da moeda
inflação. previsto para o prazo do
empréstimo.

c) O capital emprestado/aplicado. Os juros devem gerar um lucro ao proprietário do


capital, como forma de compensar a sua privação por determinado período de
tempo. Custo de oportunidade.

O juro é a remuneração pelo empréstimo do dinheiro e ele existe porque a maioria das pessoas
prefere o consumo imediato. Em outras palavras, havendo uma preferência pelo consumo, as
pessoas querem uma recompensa pela abstinência (MATHIAS; GOMES, 2004).

2.2 Taxa de juro


O juro é determinado por um coeficiente referido a um dado intervalo de tempo. “A taxa
de juro é o coeficiente que determina o valor do juro, isto é, a remuneração do fator capital
20
utilizado durante certo período de tempo” (ASSAF NETO, 2003, p. 16). A taxa de juros
pode ser entendida, também, como a razão entre os juros recebidos ao final de certo
período de tempo e o capital inicialmente investido.

“A taxa de juros é a remuneração recebida pelo capital investido, ou paga pelo empréstimo contraído”
(PILÃO, 2002, p. 14).

Exemplo 1:

Se a taxa for de 12% ao ano, isso significa que, se empregarmos um certo capital
àquela taxa, por um ano, obteremos 12% do capital.

Solução:

Se aplicarmos R$100,00 a 12% ao ano por um ano, receberemos, ao final do período,


12% a mais do que o valor que foi investido, ou seja, R$112,00.

As taxas de juros referem-se sempre a uma unidade de tempo (mês, ano, semestre, etc.) e
podem ser representadas equivalentemente de duas formas: taxa percentual e taxa
unitária.

• Taxa Percentual: Neste caso, a taxa diz-se aplicada a centos do capital, ou


seja, ao que se obtém após dividir-se o capital por 100.

• Taxa Unitária: Neste caso, a taxa diz-se aplicada à unidade do capital, ou


seja, calculamos o que rende a aplicação de uma unidade de capital no intervalo
de tempo referido pela taxa.

O mercado financeiro trabalha com as taxas de juros na forma percentual; porém, para
efetuarmos os cálculos, é necessário colocar a taxa na forma unitária (SAMANEZ, 2007).
A transformação da taxa percentual em unitária é feita simplesmente pela divisão da
notação em percentual por 100. Para a transformação inversa, basta multiplicar a taxa
unitária por 100. O quadro 1, abaixo, mostra alguns exemplos de taxas de juros na forma
percentual e seu equivalente na forma unitária.

21
Quadro1: Exemplos de transformação de taxas

Taxa Percentual Taxa Unitária


1,5% 0,015
8% 0,08
17% 0,17
86% 0,86
120% 1,20
1.500% 15,0

Importante: Nas equações de matemática financeira, todos os cálculos são efetuados


utilizando-se a taxa unitária de juros (ASSAF NETO, 2003).

2.3 Simbologia utilizada e Conceitos fundamentais


Para a montagem e resolução dos exemplos e para maior facilidade de comunicação, a
matemática financeira se vale de diversos símbolos. Os símbolos que serão utilizados
aqui não são os únicos existentes na literatura, mas sua escolha se deve ao fato de serem
mais próximos, mais similares aos termos que utilizaremos, ou os mais comuns.

( i ) – Representará uma taxa de juros para determinado período de tempo.

( n ) – Representará o número de períodos, tempo ou prazo, em que determinada


importância monetária estará sujeita a determinada taxa de juros. Um período
representará qualquer unidade de tempo preestabelecida – dia, mês, ano, bimestre.

Nas equações de matemática financeira, tanto o prazo da operação como a taxa de juros deverão
necessariamente estar expressos na mesma unidade de tempo (ASSAF NETO, 2003).

Data focal
( C ) – Representará o principal, o capital, o valor presente. “É o recurso zero: data de
início de
financeiro transacionado na data focal zero de uma determinada operação
financeira.
operação financeira” (CASTELO BRANCO, 2005, p 11).

( M ) – Representará o valor do capital mais os juros, ou o montante, ou o valor futuro,


correspondentes a uma importância de dinheiro capitalizada após n períodos de tempo.
22
( J ) – Representará o valor do juro, do custo ou do rendimento recebido por um
determinado capital após n períodos de tempo.

2.4 Diagramas de capital no tempo (Fluxos de Caixa)


“Definimos fluxo de caixa como sendo a movimentação de recursos financeiros (entradas
e saídas de caixa) ao longo de um período de tempo” (CASTELO BRANCO, 2005, p 13).
A matemática financeira se preocupa com o estudo das várias relações
dos movimentos monetários que se estabelecem em distintos momentos
de tempo. Estes movimentos monetários são identificados
temporalmente através de um conjunto de entradas e saídas de caixa
definido como fluxo de caixa. O fluxo de caixa é de grande utilidade
para as operações de matemática financeira, permitindo que se visualize
no tempo o que ocorre com o capital (ASSAF NETO, 2003, p 17).

Existem várias maneiras diferentes de se representar um fluxo de caixa e, em todas elas,


a reta horizontal representa uma escala de tempo (dias, meses, bimestres, anos). O ponto
zero indica o momento inicial, e os demais pontos representam os períodos de tempo. As
flechas indicam as entradas e/ou as saídas de dinheiro. As flechas positivas (para cima)
representam entradas de dinheiro, e as flechas negativas (para baixo) representam saídas
de dinheiro (ASSAF NETO, 2003). A Figura 2.1 representa uma das várias formas de
fluxo de caixa.

+ +

0 1 2 3 4 5 6 7

- - -

Figura 2.1: Representação de um fluxo de caixa

É importante enfatizar que, apesar de ajudar a visualizar o que está acontecendo dentro
de um problema específico, a representação do diagrama de capital no tempo depende do
ponto de vista.

23
Exemplo 2:
Uma pessoa toma emprestada a quantia de R$500,00 pelo prazo de 1 ano e à taxa de
10% ao ano. Qual será o valor a ser pago como montante?

A Figura 2.2 representa as duas possibilidades que existem para visualização do fluxo
de caixa. Na primeira, o fluxo representa o ponto de vista da pessoa que recebeu o
empréstimo e, na segunda, o ponto de vista de quem forneceu o empréstimo.

500 550

0 1 0 1

550 500

Figura 2.2: Visualização do fluxo de caixa

2.5 Cálculo dos juros (J)


No regime de juros simples, os juros de cada período são sempre calculados sobre o valor
do capital inicial, “[...] sendo diretamente proporcional ao seu valor e ao tempo de
aplicação” (GUERRA, 2001, p 42). Nesse regime, a remuneração, ou o rendimento, pelo
capital inicial aplicado é diretamente proporcional ao seu valor e ao tempo de aplicação.
E esse fator de proporcionalidade é a taxa (MATHIAS; GOMES, 2004).

A equação para o cálculo dos juros no regime de juros simples é:

J=Cin

Nunca se deve esquecer que, nas equações de matemática financeira, tanto o prazo da
operação como a taxa de juros devem necessariamente estar expressos na mesma unidade
de tempo. Não se pode esquecer, também, que a taxa de juros deve estar na forma unitária,
na hora do cálculo.

24
Exemplo 3:

Um capital de R$80.000,00 é aplicado à taxa de 2,5% ao mês durante três meses.


Calcule o valor dos juros acumulados durante esse período.

Solução: J=Cin
C = 80.000
J= 80.000  0,025  3
i = 2,5% ao mês = 0,025
J = R$6.000
n = 3 meses
J = ??

Exemplo 4:
Uma aplicação de R$250.000,00, rendendo a uma taxa de juros de 1,8% ao mês,
produz, ao final de determinado período, juros no valor de R$27.000,00. Calcular o
prazo da aplicação.
Solução: J=Cin
C = 250.000 27.000= 250.000  0,018  n
i = 1,8%ao mês = 0,018 27.000 = 4.500  n
27.000
J = 27.000 n=
4.500
n = ?? n = 6 meses

2.6 Cálculo do montante (M)


“Um determinado capital, quando aplicado a uma taxa periódica de juro por determinado
tempo, produz um valor acumulado denominado de montante. Em outras palavras, o
montante é constituído do capital mais o valor acumulado dos juros” (ASSAF NETO,
2003, p. 25).

M=C+J

No entanto, sabemos que: J = C  i  n


25
Substituindo uma equação pela outra, temos:

M=C+Cin

Colocando o C em evidência:

M = C(1 + i  n)

Exemplo 5:

Uma pessoa aplica R$18.000,00 à taxa de 1,5 % ao mês durante 8 meses. Determine o
valor acumulado ao final desse período.

Solução: M = C(1 + i  n)
C = 18.000
M = 18.000 (1 + 0,015  8)
i = 1,5%ao mês = 0,015
M = 18.000 (1 + 0,12)
n = 8 meses
M = 18.000 (1,12)
M = ??
M = R$20.160

Exemplo 6:
Uma dívida de R$900.000,00 irá vencer em 4 meses. O credor está oferecendo um
desconto de 7% ao mês, caso o devedor deseje antecipar o pagamento para hoje.
Calcular o valor que o devedor pagará, caso antecipe a liquidação da dívida.

Solução: M = C(1 + i  n)
M = 900.000
900.000 = C (1 + 0,07  4)
i = 7%ao mês = 0,07
900.000 = C  1,28
n = 4 meses
900.000
C= → C = R$703.125
C = ?? 1,28

26
2.7 Taxa equivalente (𝒊𝒒 ) e Taxa proporcional
Para entendermos melhor o significado dessas duas taxas, é preciso ficar claro que toda
operação envolve dois prazos: o prazo a que se refere a taxa de juros e o prazo de
ocorrência dos juros (ASSAF NETO, 2003).

Admita-se, por exemplo, que um empréstimo foi realizado a uma taxa nominal de 6% ao
ano (que é o caso da Caderneta de Poupança). O prazo a que se refere a taxa de juros é
anual. A seguir, é preciso que se identifique qual é a periodicidade Incidir: cair sobre,
recair.
da ocorrência dos juros. Se estabelecermos que os encargos incidirão
sobre o principal somente ao final de cada ano, os dois prazos considerados serão
coincidentes. Entretanto, se estabelecermos que os encargos incidirão sobre o principal
ao final de cada mês (que é o que ocorre na Caderneta de Poupança), teremos dois prazos
diferentes.
Em inúmeras operações estes prazos não são coincidentes. O juro pode
ser capitalizado em prazo inferior ao da taxa, devendo-se nesta situação
ser definido como o prazo da taxa será rateado ao período da
capitalização. Faz-se necessário o uso de fórmulas de matemática
financeira para expressar estes prazos diferentes na mesma base de
tempo. Ou transforma-se o prazo específico da taxa para o de
capitalização ou, de maneira inversa, o período de capitalização passa
a ser expresso na unidade de tempo da taxa de juros (ASSAF NETO,
2003, p. 27).
No regime de juros simples, devido a sua definição, a transformação da unidade da taxa
para a mesma unidade do prazo é feita pela chamada taxa proporcional de juros. Ou
seja, para obter a taxa proporcional de juros, devemos realizar a divisão entre a taxa de
juros considerada na operação e o número de vezes em que ocorrerão os juros (ASSAF
NETO, 2003).

Por exemplo, considere-se a taxa de juros de 6% ao ano. Se a ocorrência de juros for


definida como mensal, significa que ocorrerão 12 vezes juros no período de um ano. Para
sabermos o percentual de juros que incidirá sobre o capital a cada mês, será preciso
encontrar a taxa proporcional de juros mensal, ou seja, realizar o seguinte cálculo:

6%
Taxa Proporcional = = 0,5% ao mês
12

27
A aplicação de taxas proporcionais é muito difundida, principalmente
em operações de curto e curtíssimo prazo, tais como: cálculo de juros
de mora, descontos bancários, créditos de curtíssimo prazo, apuração
de encargos sobre saldo devedor de conta corrente bancária, etc
(ASSAF NETO, 2003, p. 27-28).

Duas, ou mais taxas de juros simples se dizem equivalentes quando, aplicadas a um


mesmo capital e pelo mesmo intervalo de tempo, produzem o mesmo valor linear de juros
(MATHIAS; GOMES, 2004).

Exemplo 7:

Um capital de R$100.000,00, aplicado a 3% ao mês, ou a 18% ao semestre, pelo


prazo de um ano, produzirá o mesmo montante linear de juros. Isto é:

• Juro1 (3% ao mês) = 100.000,00  0,03  12 = 36.000,00

• Juro2 (18% ao semestre) = 100.000,00  0,18  2 = 36.000,00

Os juros produzidos pelas duas taxas de juros, 3% ao mês e 18% ao semestre, são iguais,
portanto, são definidas como taxas equivalentes.

Para o regime de juros simples, taxas proporcionais e taxas equivalentes são


consideradas a mesma coisa, sendo indiferente classificar duas taxas de juros como
equivalentes ou proporcionais (MATHIAS; GOMES, 2004).

Para entender melhor como é feito o cálculo para encontrar taxas equivalentes e saber
quando haverá a necessidade de sua utilização, seguem alguns exemplos.

Exemplo 8:

Determinada pessoa tem uma dívida no valor de R$ 25.000,00, a vencer dentro de um


ano, mas resolve saldá-la 3 meses antes da data de vencimento. Para a sua quitação
antecipada, o credor concedeu um desconto de 12% ao ano. Quitar: pagar
integralmente o que se
Qual o valor da dívida a ser pago antecipadamente? deve; saldar uma dívida.

Solução:
Como a unidade da taxa e a unidade do prazo são
M = 25.000
diferentes, é preciso, primeiro, encontrar a taxa equivalente

28
i = 12%ao ano = 0,12 à unidade do prazo, antes de iniciar a resolução do
problema. Portanto:
n = 3 meses
12 %
C = ?? i=
12
i = 1% ao mês
i = 0,01 ou 1% ao mês

Só depois de encontrarmos a taxa equivalente poderemos resolver o problema.


M = C(1 + i  n)
25.000 = C (1 + 0,01  3)
25.000 = C  1,03
25.000
C= → C = R$24.271,84
1,03

2.8 Períodos não-inteiros


Quando resolvemos um problema, é normal supor que o juro e o principal são devidos
apenas no final do prazo da aplicação. Porém, podem ocorrer situações em que o prazo
de aplicação (n) não é um número inteiro de períodos, se comparado ao período da taxa
dada, sendo necessário, assim, considerar frações de períodos, para que não se cometa
erro no valor final (MATHIAS; GOMES, 2004). Por exemplo, se compararmos 6 meses
com um período de 1 ano, teremos que ele equivale a 0,5 ano (metade de um ano), ou
seja, não é um período inteiro. Em casos como esse, é necessário fazer a transformação
do período de tempo para o mesmo da taxa dada. Ou vice-versa.

Exemplo 9:

Determinar o principal que produz um montante de R$32.000,00, quando sujeito a


uma taxa de juros simples de 1,5% ao mês após 45 dias de aplicação.

Solução:

M = 32.000 M = C(1 + i  n)
i = 1,5% ao mês = 0,015 32.000 = C (1 + 0,015  1,5)

29
n = 45 dias = 1,5 meses 32.000 = C  1,0225
C = ?? 32.000
C= → C = R$31.295,845
1,0225

2.9 Juro exato, Juro comercial e Juro bancário


“É comum nas operações de curto prazo, onde predominam as aplicações com taxas
referenciadas em juros simples, ter-se o prazo definido em número de dias” (ASSAF
NETO, 2003, p 30), embora as taxas sejam expressas em termos anuais. Nesses problemas
é indiferente transformar o prazo ou transformar as taxas. É preciso ficar atento apenas
para o fato de que o número de dias pode ser calculado de duas formas diferentes.

• Ano exato: utiliza-se efetivamente o calendário do ano civil. “Devemos


considerar a quantidade de dias existentes em cada mês” (CASTELO BRANCO,
2005, p. 23). Dessa forma, podemos ter um ano com 365 ou 366 dias.
• Ano comercial: admite que todos os meses possuem 30 dias e que o ano possui
360 dias.
“No cálculo dos dias entre datas, o primeiro dia da aplicação é incluído na contagem e o
último, que corresponde à data de resgate, é excluído” (ZENTGRAF, 2007. p. 47).

Lembre-se: A taxa normalmente está expressa ao ano, e o prazo, em dias; por isso, há necessidade de se
fazer a transformação das unidades.

2.9.1 Juro exato ( 𝑱𝒆 )


Chama-se juro exato aquele que é obtido quando o período (n) é calculado adotando-se
como base o ano civil.

C .i . n
Je =
365

Exemplo 10:

30
Determinar o juro exato gerado pelo capital de R$ 10.000,00, aplicado à taxa simples
de 12 % a.a. e pelo prazo de 3 meses e 15 dias.

Solução: C .i . n
Je =
365
C = 10.000
10.000  0,12  105
i = 12% ao ano = 0,12 Je =
365
n = 3 meses e 15 dias
Je = ? J e = R$345,20

2.9.2 Juro comercial ( 𝑱𝒄 )


Denomina-se juro comercial (ou ordinário) o juro que é calculado quando adotamos como
base o ano comercial.

C .i . n
Jc =
360

Exemplo 11:

Determinar o juro comercial ou ordinário gerado pelo capital de R$ 10.000,00,


aplicado à taxa simples de 12 % a.a. e pelo prazo de 3 meses e 15 dias.

Solução C .i . n
Jc =
C = 10.000 360
10.000  0,12  105
i = 12% ao ano = 0,12 Jc =
360
n = 3 meses e 15 dias
J c = R$350
Jc = ?

2.9.3 Juro bancário ( 𝑱𝒃 )


Nesse modelo, a contagem do prazo (número de dias), ou tempo (n), faze feita pelo
calendário do ano civil (juro exato), mas o valor do juro diário é calculado utilizando-se
o conceito do ano comercial (juro comercial).

31
Exemplo 12:
Uma dívida de R$2.500,00 deveria ter sido paga no dia 10/02/2008, mas, devido a alguns
problemas, só foi quitada no dia 17/08/2008. Considerando uma taxa de juros simples de
15% ao ano, calcule o juro bancário.

Solução C .i . n
Jb =
C = 2.500 360
i = 15% ao ano = 0,15 2.500  0,15  189
Jb =
n = 189 dias 360

Jb = ? J b = R$196,87

2.10 Equivalência financeira


Dizemos que dois ou mais capitais representativos de uma certa data são equivalentes
quando têm o mesmo valor em uma determinada data (chamada data focal), a uma certa
taxa de juros. Ou seja, é indiferente, em termos financeiros, receber um ou outro valor
(MATHIAS; GOMES, 2004).

Exemplo 13:

Determinar se a quantia de R$438.080,00, vencível daqui a 8 meses, é equivalente a se


receber, hoje, R$296.000,00, admitindo uma taxa de juros simples de 6% ao mês.

Solução: Existem duas possibilidades para a solução.


M = C(1 + i  n) M = C(1 + i  n)
438.080 = C (1 + 0,06  8)
M = 296.000 (1 + 0,06  8)
438.080 = C  1,48
438.080 M = R$438.080
C= → C = 296.000
1,48

Com os números encontrados, podemos concluir que os valores dados são equivalentes

32
É importante destacar que, no regime de juros simples, se mudarmos a data focal, a
equivalência desses capitais não será mantida.

2.11 Síntese da Unidade


Nesta Unidade, estudamos o regime de juros simples. Vimos que, na capitalização
simples, o juro de qualquer período, ou de qualquer intervalo de tempo, é constante e
sempre é calculado sobre o capital inicial. Nesse regime, os juros de um determinado
período não são incorporados ao principal, para que essa soma sirva de base de cálculo
dos juros do período seguinte. O capital cresce de forma linear em relação ao tempo.

2.12 Para saber mais


Livro

Robinson Crusoé: Clássico de aventura do XVIII. A edição original é de 1719. Robinson


Crusoé era filho de um comerciante. Contra a vontade paterna, partiu em busca de fortuna
em viagens marítimas. Durante uma expedição à África, para adquirir escravos, ocorreu
o naufrágio. Todos os tripulantes do navio morreram, exceto Crusoé, que viveu 28 anos
numa ilha deserta. Na luta pela sobrevivência, o personagem fabrica instrumentos de caça,
aprende a domesticar animais e a plantar, tornando-se evidente, no texto, os degraus da
atividade econômica e a ascensão do individualismo na sociedade moderna.

Sites
http://www.somatematica.com.br/financeira.php: É um portal educativo com material
para o Ensino Fundamental e Médio, provas de vestibular e história da matemática e
história da matemática financeira, além de biografias de matemáticos, trabalhos de
alunos, provas online, um grande acervo de softwares matemáticos, artigos, jogos,
curiosidades, histórias, fóruns de discussão e muito mais.

http://www.dma.uem.br/kit/matfin/mat_fin.htm: site que contém diversas apostilas para


download com os assuntos que serão trabalhados em Matemática Financeira.

33
2.13 Atividades

1. Determine qual será o rendimento de um capital de


R$5.000,00 aplicado à taxa de 24% ao ano, durante 13
meses.
Resposta: R$1.300,00

2. Um capital de R$15.000,00 foi aplicado durante 19 Fonte:<http://office.microsoft.co


meses. Se essa aplicação rendeu R$ 3.750,00, qual foi a m/pt-br/clipart/download.aspx?>.
Acesso em 01 dez. 2009.
taxa anual de juros recebida?

Resposta: 15,79% ao ano


3. Determinado capital ficou aplicado em uma instituição financeira durante 795 dias.
Se nesse período, a uma taxa de juros de 3,5 % ao mês, gerou-se um montante de
R$84.520,00, qual o valor desse capital?

Resposta: R$43.849,55

4. Qual o valor dos juros contidos no montante de R$ 76.500,00, resultante da


aplicação de certo capital à taxa de 30% ao ano durante 15 meses?

Resposta: R$20.863,64

5. Qual o valor total que deverá ser pago, ao final de 5 meses e 18 dias, correspondente
a um empréstimo de R$12.500,00, sabendo-se que a taxa de juros é de 15% ao semestre?

Resposta: R$14.250,00

6. Em quanto tempo um capital de R$14.000,00, aplicado à taxa de 0,1% ao dia, gera


um montante de R$24.990,00?

Resposta: 785 dias

34
Unidade 3
Unidade 3 . Juros Compostos

Na Unidade anterior vimos que o regime de juros simples é caracterizado pelo fato de
apenas o capital inicial render juros e, devido a isso, o valor dos juros é diretamente
proporcional ao tempo e à taxa. Nesta Unidade estudaremos o regime de juros compostos.
Como, na prática, as empresas, os órgãos governamentais, as lojas e os investidores
particulares costumam reinvestir as quantias geradas pelas aplicações financeiras (ou seja,
os juros gerados em um período irão gerar juros nos períodos seguintes, característica que
define o regime de Juros Compostos); estudar o conceito de juros compostos torna-se
muito importante.

No regime de juros compostos, os juros gerados pela aplicação serão incorporados à mesma
passando a participar da geração de juros no período seguinte (MATHIAS; GOMES, 2004).

Ou seja, o rendimento que foi Incorporado:


somado, adicionado.
gerado pela aplicação será Capitalizar:
Incorporar os juros ao
incorporado a ela e passará a capital empregado
para que produzam
participar da geração dos juros renda.

no período seguinte; dizemos, então, que os juros são


capitalizados. É devido isso, também, que algumas
Fonte:<http://office.microsoft.co
m/pt-br/clipart/download.aspx?>. pessoas o chamam de regime de “juros sobre juros”.
Acesso em: 1 dez. 2009.
Nesse regime, o capital cresce mais rapidamente. Aqui
o capital cresce exponencialmente ao longo do tempo, enquanto no regime de juros
simples o capital cresce linearmente (ASSAF NETO, 2003).

35
3.1 Diferença entre os regimes de capitalização
A diferença que existe entre um regime e outro é mais facilmente visualizada por meio
de um exemplo.

Exemplo 1:

Seja um capital de R$1.000,00 aplicado à taxa de 10% ao ano, por um período de 3 anos
a juros simples e compostos. Calcule o valor do Montante recebido.

Juros Simples Juros Compostos


n Cálculo do juro Montante Cálculo do juro Montante
1 1.000  0,10 = 100 1.100 1.000  0,10 = 100 1.100
2 1.000  0,10 = 100 1.200 1.100  0,10 = 110 1.210
3 1.000  0,10 = 100 1.300 1. 210  0,10 = 121 1.331

O exemplo oferece uma comparação visual entre os montantes dos dois regimes e, com
ele, é possível perceber mais facilmente que o dinheiro cresce de forma mais rápida no
regime de juros compostos do que no regime de juros simples.

3.2 Cálculo do montante (M)


“No regime de juros compostos, os juros são capitalizados, produzindo juros sobre juros
periodicamente” (ASSAF NETO, 2003, p. 43). Para desenvolver melhor o conceito de
juros compostos e desenvolver a equação para o cálculo do montante, vamos refazer o
exemplo anterior de forma mais detalhada. Então, seja um capital de R$1.000,00 aplicado
à taxa de 10% ao ano, por um período de 3 anos a juros compostos. Calcule o valor do
montante recebido.

Os dados do problema são:


Capital inicial aplicado (C) = R$1.000,00
Taxa de juros considerada (i) = 10% ao ano


Prazo (n) = 3 anos
Montante (M) = ??.

Com esses dados temos os seguintes resultados, ao final de cada período:


36
• Para o final do primeiro ano:
Juros = 1.000  0,10  1 = 100
Montante (M) = 1.000 + 100 = 1.100 (lembre-se de que o montante é o capital
mais os juros)
M=C+Ci ou M = C  (1 + i)

• Para o final do segundo ano:


Juros = 1.100  0,10 = 110 (o montante do período anterior passa a ser o capital,
servindo, assim, de base para o cálculo dos juros deste período)
Montante (M) = 1.100 + 110 = 1.210
M = C(1 + i) + C (1 + i)  i ou M = C (1 + i )
2

• Para o final do terceiro ano:


Juros = 1.210 0,10 = 121 (utilizamos o mesmo raciocínio do período anterior)
Montante (M) = 1.210 + 121 = 1.331
M = C (1 + i )
3

Portanto, o valor do montante, ao final do terceiro ano, é de R$1.331,00. Observe-se que


o montante no final de cada ano é o capital inicial utilizado no ano seguinte.
Generalizando uma equação para o cálculo do montante ao final de n períodos de tempo
e à taxa de juros i, teremos:

M = C (1 + i )
n

 Nessa equação, da mesma forma que ocorria no sistema de juros simples, a taxa de juros
(i) deve estar na forma unitária e na mesma unidade de tempo que será utilizada para o
período de tempo (n).

Exemplo 2:

Você fez um empréstimo de R$5.700,00 a juros de 3,5% ao mês pelo prazo de 10 meses
com capitalização composta. Qual o montante que você deverá devolver?

M = C (1 + i )
n
Solução:

M = 5.700 (1 + 0,035)
10
C = 5.700
i = 3,5% ao mês = 0,035 M = 5.700  1,41059876
n = 10 meses M = R$8.040,41
M=?

37
Exemplo 3:

Determinar o montante, ao final de 15 meses, resultante de uma aplicação de um capital


de R$17.000,00 à taxa de juros compostos de 3,75% ao mês.

M = C (1 + i )
n
Solução:

C = 17.000
M = 17.000 (1 + 0,0375 )
15

i = 3,75% ao mês
M = 17.000  1,737087
n = 15 meses
M = R$29.530,48
M=?

3.3 Cálculo do juro (J)


Vimos, na Unidade anterior, que o montante é
constituído do capital mais o valor acumulado dos
juros. Essa informação pode ser interpretada,
também, de uma maneira um pouco diferente: o juro
é a diferença entre o montante recebido e o capital
aplicado.
Fonte:<http://office.microsoft.com/pt-
br/clipart/download.aspx?>.
Acesso em: 1 de dez 2009.

M =C+J ou J = M −C

Como sabemos que M = C (1 + i )n


Temos que:

J = C [(1 + i) n − 1]

38
Exemplo 4:
Qual o valor dos juros pagos no caso de um empréstimo de R$14.800,00 à taxa de
juros compostos de 5,5% ao mês e pelo prazo de 2 anos e 5 meses?
Solução: J = C[(1 + i ) n − 1]
C = 14.800 J = 14.800[(1 + 0,055) 29 − 1]
i = 5,5% ao mês = 0,055 J = 14.800 ∙ 3,724124
n = 2 anos e 5 meses = 29 meses J = 55.117,04
J=?

Como o valor dos juros também pode ser visto como a diferença entre montante e o valor
aplicado, podemos calcular o valor dos juros utilizando a mesma equação que utilizamos
para o cálculo do montante. Para o exemplo acima teríamos:

Exemplo 5:
Qual o valor dos juros pagos no caso de um empréstimo de R$14.800,00 à taxa de
juros compostos de 5,5% ao mês e pelo prazo de 2 anos e 5 meses?
M = C (1 + i )
n
Solução:
C = 14.800 M = 14.800 (1 + 0,055) 29
M = 14.800 ∙ 4,724124
i = 5,5% ao mês = 0,055
M = 69.917,04
n = 2 anos e 5 meses = 29 meses
Como J = M − C , temos:
J=?
J = 69.917,04 – 14.800
J = R$55.117,04

3.4 Taxas equivalentes (𝒊𝒒 )


A definição de taxas equivalentes diz que duas taxas de juros se dizem Ambas: Uma e
outra, as duas.
equivalentes se, considerados o mesmo prazo de aplicação e o mesmo
capital, for indiferente aplicar em uma ou em outra. Ou, de outra forma, considerando-se
um mesmo capital aplicado por um intervalo de tempo comum a cada uma das taxas,
ambas produzirão um mesmo montante, se forem equivalentes (MATHIAS; GOMES,
2004).
39
Exemplo 6:

Considere um capital de R$2.500,00 aplicado pelo prazo de um ano. Se o capital for


aplicado à taxa de 42,5761% ao ano, ou à taxa de 3% ao mês, qual será o montante
recebido?
M = C (1 + i ) M = C (1 + i )
n n
Solução:
C = 2.500
i1 = 42,5761% ao ano M = 2.500 (1 + 0,425761) M = 2.500 (1 + 0,03)
1 12

i2 = 3% ao mês
M= 2.500  1,425761 M = 2.500  1,425761
n = 1 ano ou 12 meses
M=? M = R$2.814,40 M = R$2.814,40

Como montante recebido será o mesmo para as duas taxas, dizemos que elas são
equivalentes.

Toda taxa de juros com que trabalhamos possui uma determinada unidade de tempo ou
um determinado prazo. Entretanto, essa unidade, ou esse prazo, “[...] pode ser convertida
pra outra unidade de tempo qualquer sem alterar seu valor intrínseco, o que viabiliza o
cálculo dos juros em operações e facilita comparações entre taxas de juros” (SAMANEZ,
2007, p.45).

Segundo Assaf Neto (2003), no regime de juros simples a taxa equivalente era a própria
taxa proporcional da operação, porém isso não acontece no regime de juros compostos.
Por se tratar de uma capitalização exponencial, a expressão da taxa de juros equivalente
composta é a média geométrica da taxa de juros do período inteiro. De uma maneira mais
simples: ao passarmos de uma unidade de tempo menor para uma maior, como de mês
para ano, devemos elevar (calcular uma potência) a taxa de juros pelo número de
capitalizações que ocorrerão no período correspondente. Se for o contrário, de uma
unidade de tempo maior para uma menor, por exemplo, de ano para mês, devemos elevar
ao inverso do número de capitalizações que ocorrerão no período, ou seja, extrair uma
raiz.

i q = (1 + i )q − 1
q
ou iq = 1 + i − 1

40
Exemplo 7:
Calcular a taxa equivalente anual à taxa de 1% ao mês.
Solução: Devemos passar a taxa de uma unidade de tempo
i = 1% ao mês menor para uma maior, logo:
i q = ? ao ano
i q = (1 + i )q − 1
q = 12 (um ano tem 12 meses)
i q = (1 + 0,01)12 − 1
i q = 0,1268 ou i q = 12,68% ao ano

Exemplo 8:
Calcular a taxa equivalente mensal à taxa de 12% ao ano.
Solução: Devemos passar a taxa de uma unidade de tempo
i = 12% ao ano maior para uma menor; logo:
i q = ? ao quadrimestre
iq = 1 + i − 1
q

q = 3 (um ano tem 3


iq = 3 1 + 0,12 − 1
quadrimestres)
i q = 0,0385 ou i q = 3,85% a.q.

Mas como a taxa equivalente se apresentará em um problema? Essa questão é respondida


com exemplo que segue:

Exemplo 9:
Calcular o montante produzido por um capital igual a R$10.000,00, aplicado a uma taxa
de 24% ao ano, durante 4 anos e 2 meses.
Solução: Como a taxa de juros é anual e o prazo é mensal,
é preciso encontrar, primeiro, a taxa
C = 10.000
equivalente:
i = 24% ao ano q
iq = 1 + i − 1
n = 4 anos e 2 meses = 50 meses
iq = 12 1 + 0,24 − 1
M=?
i q = 0,0181 ou 1,81% ao mês

M = C (1 + i )
n

41
M = 10.000 (1 + 0,0181)50
M= 10.000  2,452008
M = R$24.520,08

3.5 Períodos não-inteiros


Do mesmo modo que já foi visto em juros simples, poderemos encontrar em determinados
problemas o caso em que o prazo de aplicação não seja um número inteiro de períodos,
se comparado à unidade de tempo da taxa considerada. Isso decorre do fato de que os
juros supõem-se formados apenas no fim de cada período de capitalização, ou seja,
estamos considerando capitalizações descontínuas. Devemos, entretanto, considerar
hipóteses adicionais para resolver os problemas (MATHIAS; GOMES, 2004).

3.5.1 Convenção linear


A convenção linear é aquela em que os juros do período não-inteiro são calculados
utilizando-se a taxa proporcional de juros, ou seja, o critério de juros simples. Pode ser
feita em duas etapas:

1ª etapa: Calcula-se o montante correspondente à parte inteira de períodos, utilizando-se


a definição de montante para juros compostos.

2ª etapa: Calcula-se o montante correspondente à parte não-inteira de períodos,


aplicando-se a definição de montante para juros simples. Os juros simples são calculados
sobre o montante obtido na primeira etapa.

Exemplo 10:
Um capital de R$12.000,00 é emprestado à taxa de juros compostos de 9% a.a. por 4 anos
e 3 meses. Tendo por base a capitalização anual e utilizando a convenção linear, ao
término desse período o montante será igual a quanto?
Solução:
C = 12.000

42
i = 9% ao ano = 0,09 (com capitalização anual)
n = 4 anos e 3 meses = 4, 25 anos
n = 4 anos → parte inteira

n = 0,25 anos → parte não − inteira
M=?

1ª etapa: 2ª etapa:

M = C (1 + i )n M = C(1 + i  n)

M = 12.000 (1 + 0,09)
4 M = 16.938,98  (1 + 0,09  0,25)
M= 12.000  1,41158161 M = R$17.320,11
M = 16.938,98

3.5.2 Convenção exponencial


Nesta modalidade, os juros do período não-inteiro são calculados utilizando-se a taxa
equivalente. Procede-se, também, a duas etapas:

1ª etapa: Calcula-se o montante correspondente à parte inteira de períodos, aplicando-se


a definição de montante para juros compostos.
2ª etapa: Na fração de tempo não-inteira restante, admite-se uma
formação exponencial de juros. Ou seja, o montante obtido na primeira
etapa passa a gerar juros compostos na fração não-inteira restante.
Nestas condições, os juros devidos na fração de período serão obtidos
multiplicando-se o montante obtido na primeira etapa pela taxa de juros
compostos equivalente correspondentes ao período não-inteiro
(MATHIAS; GOMES, 2004, p. 109).

Exemplo 11:
Para um capital de R$25.000,00, aplicado durante 77 dias a juros de 5% ao mês,
capitalizados mensalmente, calcular o montante utilizando a convenção exponencial.
Solução:
C = 25.000
i = 5% ao mês = 0,05 (com capitalização mensal)
n = 77dias = 2, 5667 meses

43
n = 2 meses → parte inteira

n = 0,5667 meses → parte não − inteira
M=?
1ª etapa: 2ª etapa:

M = C (1 + i )n M = C (1 + i )n

M = 25.000 (1 + 0,05) M = 27.562,50 (1 + 0,05)


2 0 , 5667

M= 25.000  1,1025 M= 27.562,50  1,028035


M = R$27.562,50 M = R$28.335,21

3.6 Taxa efetiva e Taxa nominal – Quando o período de


capitalização não coincide com o período da taxa
Temos uma taxa nominal de juros quando o prazo de formação e
incorporação de juros ao capital inicial não coincide com aquele a que
a taxa se refere. Neste caso, é comum adotar-se a convenção de que a
taxa por período de capitalização seja proporcional à taxa nominal
(MATHIAS; GOMES, 2004, p. 111).
Exemplos de taxas nominais:

• 6% ao ano capitalizada mensalmente (Caderneta de poupança)


• 5% ao mês capitalizada diariamente

Nos exemplos acima é possível perceber que o prazo de formação dos juros é diferente
do prazo de incorporação dos juros. Nos problemas, a taxa aparecerá da seguinte forma:

Exemplo 12:
Um banco faz empréstimos à taxa de 6% ao ano, mas adotando a capitalização mensal
dos juros. Qual será o juro pago por um empréstimo de R$15.000,00, feito por 2 anos?

Solução:

C = 15.000
i = 6% ao ano = 0,5% ao mês (capitalização mensal = taxa proporcional)
n = 2 anos = 24 meses
J=?
44
J = C[(1 + i ) n − 1]

J = 15.000[(1 + 0,005) 24 − 1]

J = 15.000 ∙ 0,12715977
J = 1.907,40

Ao se capitalizar essa taxa nominal, apura-se uma taxa efetiva de juros superior àquela
declarada para a operação.

A taxa efetiva de juros é a taxa dos juros apurada durante todo prazo n,
sendo formada exponencialmente através dos períodos de capitalização.
Ou seja, taxa efetiva é o processo de formação dos juros pelo regime de
juros compostos ao longo dos períodos de capitalização (ASSAF
NETO, 2003, p. 52).

k
 i
i f = 1 +  − 1
 k

Onde k representa o número de capitalizações no período.

Exemplo 13:
Um empréstimo no valor de R$25.000,00 foi realizado pelo prazo de um ano à taxa
nominal de juros de 32% ao ano, capitalizados trimestralmente. Qual será o montante
pago por esse empréstimo? E o custo efetivo?

Solução:
C = 25.000
i = 32% ao ano = 8% ao trimestre (capitalização trimestral, k = 4 capitalizações no ano)
n = 1 ano = 4 trimestres
M=?
if = ?

M = C (1 + i )n

M = 25.000 (1 + 0,08)
4

Cálculo do Montante: M= 25.000  1,36048896


45
M = R$34.012,22  0,32 
4

Custo Efetivo: i f = 1 +  −1
 4 
k
 i i f = 36,05% ao ano
i f = 1 +  − 1
 k

3.7 Equivalência de capitais no regime composto


Segundo Mathias e Gomes (2004), é freqüente a necessidade de
Títulos: de forma
antecipar ou de prorrogar títulos nas operações financeiras. Às vezes resumida, são
documentos que
é necessário substituir um título por outro ou por vários outros, ou, representam uma
obrigação de pagar.
ao contrário, substituir vários títulos por um único. Esses problemas
dizem respeito, de modo geral, à comparação de valores diferentes referidos a datas
diferentes, considerando-se uma dada taxa de juros. É importante lembrar que essas
comparações serão feitas utilizando-se o critério de juros compostos.

3.7.1 A importância da data focal


“Data focal é a data que se considera como base de comparação dos Data focal: É
chamada, também,
valores referidos a datas diferentes” (MATHIAS; GOMES, 2004, p. de data de
avaliação ou data
157). de referência.

Na teoria, a escolha da data focal é indiferente, ou seja, ela pode ser qualquer uma, mas
na prática não. Isso porque é preciso levar em conta a grande quantidade de cálculos que
terão que ser realizados. Para resolver um problema de equivalência de capitais composta,
deve-se estrategicamente escolher a data focal que facilite ao máximo o trabalho de
cálculo.

Dependendo da data focal que for escolhida, um determinado capital poderá ser
movimentado para frente ou para trás, em relação ao eixo dos tempos. Sempre que um
capital for movimentado para frente (a favor do eixo dos tempos), é preciso calcular o seu
montante, ou seja, estaremos incorporando juros a ele. Sempre que um capital for
movimentado para trás (em sentido contrário ao do eixo dos tempos), é preciso calcular
o seu valor atual, ou seja, estaremos descapitalizando-o, tirando os juros dele.

46
3.7.2 Capitais equivalentes
“Diz-se que dois ou mais capitais, com datas de
vencimento determinadas, são equivalentes quando,
levados para uma mesma data focal à mesma taxa de
juros, tiverem valores iguais” (MATHIAS, GOMES,
2004, p. 159). A equivalência de dois ou mais capitais,
para determinada taxa de juros, ocorre em qualquer data Fonte:<http://office.microsoft.com/p
t-br/clipart/download.aspx?>.
tomada como referência. Acesso em: 1 dez. 2009.

Considerem-se dois conjuntos de capitais, com seus respectivos prazos, contados a partir
da mesma data de origem:

1⁰ Conjunto de capitais 2⁰ Conjunto de capitais


Capital Data de Vencimento Capital Data de Vencimento
C1 n1 c1 m1
C2 n2 c2 m2
............... ............... ............... ...............
Cn nn cn mn

Adotando-se uma taxa de juros i, e considerando a data focal zero, esses capitais serão
equivalentes, se:
C1 C2 Cn c1 c2 cn
+ ++ = + ++
(1 + i )n1
(1 + i )n2
(1 + i ) nn
(1 + i )m1
(1 + i ) m2
(1 + i )m n

Exemplo 14:
Verificar se os seguintes conjuntos de capitais, referidos à data zero, são equivalentes à taxa de
juros de 5% ao ano.
1⁰ Conjunto de capitais 2⁰ Conjunto de capitais
Capital Data de Vencimento Capital Data de Vencimento
1.000 Ano 1 2.200 Ano 2
1.100 Ano 2 600 Ano 3
1.800 Ano 4 2.500 Ano 4

Solução:

47
1.000 1.100 1.800 2.200 600 2.500
+ + = + +
(1 + 0,05)1
(1 + 0,05)2
(1 + 0,05)4
(1 + 0,05) 2
(1 + 0,05)3
(1 + 0,05)4
952,38 + 997,73 + 1.480,86 = 1.995,46 + 518,30 + 2.056,76
3.430,97 ≠ 4.570,52
Como os valores encontrados são diferentes, é possível concluir que os conjuntos de capitais
não são equivalentes.

Na prática, esses conjuntos de capitais podem surgir de várias maneiras diferentes:

Exemplo 15:

Uma loja de eletrodomésticos oferece uma geladeira no valor de R$2.850,00 (à vista), a ser
pago em 4 pagamentos mensais iguais, sendo o primeiro deles a entrada. Sabendo-se que a taxa
de juros adotada pela loja é de 2,5% ao mês, qual será o valor de cada prestação mensal?
Solução:
C = 2.850
x x x
i = 2,5% ao mês 2.850 = x + + +
(1 + 0,025) 1
(1 + 0,025) 2
(1 + 0,025)3
n = 4 pagamentos mensais
 1 1 1 
2. 850 = x 1 + + +
Pagamentos (x) = ?

 1,025 (1,025) (1,025)3 
2

2. 850 = x 1 + 0,9756 + 0,9518 + 0,9586


2.850 = x . 3,856
2.850
=x
3,856
x = R$739,11

3.8 Síntese da Unidade


Nesta Unidade estudamos o regime de juros compostos. Vimos que, nesse regime, após
cada período, os juros são incorporados ao principal e passam, por sua vez, a render juros.
Estudamos, também, os conceitos de juro e de montante. Calculamos montante para
períodos inteiros e não-inteiros. Trabalhamos as diferenças entre taxa proporcional, taxa
equivalente e taxa nominal. Conceituamos equivalência financeira e data focal.

48
3.9 Para saber mais
http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/financeira/matfin.htm: Site que contém
apostilas com quase todos os assuntos desenvolvidos em Matemática Financeira.

http://www.scribd.com/doc/14054282/Matematica-Financeira: Site que contém um


material muito interessante de Matemática Financeira. Começa com os conceitos iniciais
e vai até o conteúdo de descontos.

3.10 Atividades

1 Se eu quiser comprar um carro no valor de


R$60.000,00, quanto devo aplicar hoje, para que daqui
a 2 anos possua tal valor? Considere-se uma taxa de
2,5% ao mês (juros compostos).

Resposta: R$33.172,52
Fonte:<http://office.microsoft.co
m/pt-br/clipart/download.aspx?>. 2 Em que prazo um capital de R$18.000,00 acumula
Acesso em 01 dez. 2009. um montante de R$20.276,87, à taxa de 1,5 % ao mês?

Resposta: 8 meses

3 Suponhamos que você precise de R$3.000,00 para comprar um computador novo.


Considere que essa compra só será realizada no ano que vem. Se a taxa de juros é de 8%
ao ano, quanto dinheiro você deveria investir hoje, para poder pagar pela compra daqui a
um ano?

Resposta: R$2.777,78

4 A que taxa de juros um capital aplicado pode ser resgatado, ao final de 18 meses, pelo
dobro do seu valor?
Resposta: 3,93% ao mês

49
Unidade 4
Unidade 4 . Descontos

Nas Unidades anteriores estudamos os regimes de juros simples e compostos. Vimos que,
no regime de juros simples, os valores dos juros são obtidos por meio de cálculos lineares
e que esses valores encontrados não são tão utilizados no nosso dia a dia. Vimos, também,
que no regime de juros compostos os valores dos juros são obtidos por meio de cálculos
exponenciais e os valores encontrados são mais comuns no nosso dia a dia, pois retratam
melhor nossa realidade.

Nesta Unidade, estudaremos descontos para o


regime de juros simples e para o regime de juros
compostos. Embora sejam confundidos, juros e
descontos tratam de dois critérios distintos. No
cálculo dos juros, a taxa do período incide sobre o

Fonte: <http://office.microsoft.com/pt- capital inicial, já no cálculo dos descontos a taxa


br/clipart/download.aspx?>.
Acesso em 01 dez. 2009.
do período incide sobre o montante.

4.1 Desconto
“Desconto é a denominação dada a um abatimento que se faz quando um
título de crédito é resgatado antes de seu vencimento” (SAMANEZ, 2007, p.
67).

Segundo Samanez (2007), desconto é uma operação comum no mercado financeiro e no


setor comercial. Nessa operação, o portador de títulos de crédito pode levantar fundos em
um banco descontando o título antes da sua data de vencimento. O banco, por sua vez,
libera uma quantia menor que o valor do título. Desconto, então, é a denominação dada

50
ao abatimento que se faz quando um título de crédito é resgatado antes de sua data de
vencimento.

Matematicamente, o desconto pode ser entendido como a diferença entre o valor de


resgate de um título na data de vencimento (valor nominal) e o valor pago ao portador do
título em períodos antes de seu vencimento (valor líquido) (ASSAF NETO, 2003). Assim
como no caso dos juros, o valor do desconto também está associado a uma taxa de juros
e a um determinado período de tempo.

4.2 Título de crédito


Contrair uma dívida que deverá ser paga só no futuro é uma operação
Mutuante: aquele que muito comum. Nessas condições, o mutuário fornece ao mutuante um
fornece o capital;
Mutuário: aquele que
documento, chamado título, por meio do qual o mutuante pode provar
recebe o capital; publicamente ser credor daquela quantia. O título é então usado para
formalizar uma dívida que não pode ser pago de imediato, mas que
deverá ser saldada dentro de um prazo previamente estipulado (FARIA,
2007, p. 25-26).

Os títulos de crédito mais utilizados em operações financeiras são: a nota promissória,


a letra de câmbio e a duplicata.

4.2.1 Nota promissória


Segundo Faria (2007), a Nota Promissória é um título que corresponde a uma promessa
de pagamento. É muito utilizado entre pessoas físicas e instituições financeiras.

Por exemplo, uma pessoa deve uma certa importância a outra e não pode pagar no
momento. Então, o devedor dá ao credor uma nota promissória na qual vêm claramente
especificados a quantia a ser paga, a data em que deve ser paga, o nome a e assinatura do
devedor (como emitente do título) e o nome do credor (como a pessoa que deve receber
a importância a ser paga) (FARIA, 2007).

A pessoa que se confessa devedora é chamada de emitente, pois é ela quem emite o
documento. A pessoa a quem esse documento é dirigido (a que deve receber a dívida) é
chamada de credor. A data marcada para o pagamento é chamada de data de vencimento,

51
e o valor a ser pago na data de vencimento é chamado valor nominal do compromisso. O
valor nominal é sempre o montante do valor que foi emprestado. “Assim, uma nota
promissória deve conter quatro elementos principais: quanto deve ser pago, quando, por
quem e a quem” (FARIA, 2007, p. 26).

4.2.2 Letra de câmbio


É um título pelo qual uma pessoa ordena a outra que pague a um terceiro certa quantia
em determinada época.

Antigamente era emitida em maior quantidade, pelas financeiras,


com o intuito de captar fundos por meio de sua colocação ao
público e dessa maneira obter recursos de terceiros para fazer
empréstimos aos clientes tomadores em operações de crédito
direto ao consumidor (CDC) ou crédito pessoal (CP) (FARIA,
2007, p. 26).

Chama-se sacador a pessoa que ordena o pagamento, e sacado, a pessoa a quem é dirigida
essa ordem. Beneficiário ou tomador é a pessoa que irá receber o valor grafado na letra
de câmbio.

Da mesma forma que uma nota promissória, o valor grafado na letra de câmbio é chamado
de valor nominal, e a data em que deve ser resgatada é chamada de data de vencimento.
Quando a letra de câmbio mencionar o nome do beneficiário, ela será denominada
nominativa, caso contrário, será ao portador.

4.2.3 Duplicata
“A duplicata é um título emitido por uma pessoa jurídica contra seu cliente (pessoa física
ou jurídica), para o qual ela vendeu a prazo ou prestou serviços a serem pagos no futuro,
segundo combinação prévia” (FARIA, 2007, p. 26). É um título de crédito que só existe
no Brasil, estritamente utilizado em operações de compras e venda de mercadorias. A
duplicata deve estar associada a uma nota fiscal de fatura, na qual o vendedor especifica
a natureza e a quantidade dos artigos adquiridos pelo comprador, seus respectivos preços,
descontos etc., e a importância líquida a ser paga.
52
Segundo Faria (2007), o comerciante (emitente), ao vender uma mercadoria a prazo, emite
uma duplicata na qual consta o nome do cliente devedor (sacado), o valor nominal e a
data de vencimento, além de outros dados. Após a emissão da duplicata, o cliente deverá
assiná-la, isto é, dar o seu aceite, de que garantirá ao comerciante o recebimento do valor
de venda em questão. Também na duplicata devem constar os quatro elementos
principais: quanto deve ser pago, quando, por quem e a quem.

4.3 Desconto simples (d)


No regime de juros simples, o desconto é estudado sob duas modalidades: desconto
racional e desconto comercial.

Antes de iniciarmos os cálculos de descontos, é importante apresentar algumas definições


que utilizaremos nesta unidade.

Desconto (d): é a quantia a ser abatida do valor nominal.


Valor descontado (V) (ou valor atual): é a diferença entre o valor nominal e o desconto. É o líquido pago
(ou recebido) antes da data de vencimento.
Valor nominal (N) (ou montante, ou valor de face, ou valor de resgate): importância a ser paga no dia do
vencimento do título;

4.3.1 Desconto racional simples (𝒅𝒓 )


O desconto racional é também chamado de desconto por dentro. “A rigor, o desconto
racional simples não passa de uma aplicação de juros simples quando o valor presente do
capital é desconhecido” (SAMANEZ, 2007, p. 67).

Pela própria definição de desconto, e introduzindo-se o conceito de valor descontado no


lugar de capital, temos:

N
Vr =
1+ i  n

Sabemos, por definição, que: d r = N − Vr

53
Então:
N N (1 + i  n) − N
dr = N − ou dr =
1+ i  n 1+ i  n
N i n
dr =
1+ i  n

Deve-se lembrar que a taxa ‘i’ e prazo ‘n’ deverão estar na mesma unidade de tempo.

Exemplo 1:
Qual o valor do desconto racional simples de um título no valor de R$5.000,00, com
vencimento para daqui a 90 dias, à taxa de 2,5 % ao mês?
Solução: N i n
dr =
d r ?? 1+ i  n
5.000  0,025  3
dr =
N = 5.000 1 + 0,025  3
n = 90 dias = 3 meses 375
dr =
1,075
i = 2,5% ao mês = 0,025
d r = R$348,84

Exemplo 2:
Uma pessoa pretende saldar um título no valor de R$3.500,00, 5 meses antes de seu
vencimento. Sabendo-se que a taxa de juros corrente é de 40% ao ano, qual é o desconto
obtido, e quanto essa pessoa vai obter?
Solução: N i n Vr = N − d r
dr =
1+ i  n
N = 3.500 Vr = 3.500 − 583,33
3.500  0,04  5
n = 5 meses dr =
1 + 0,04  5 Vr = R$2.916,67
12
i = 48% ao ano → 4% ao mês dr =
700
1,20
d r =??
d r = R$583,33
Vr = ??

4.3.2 Desconto comercial simples (𝒅𝒄 )


No Brasil, o desconto comercial simples não é muito praticado, por um
motivo muito simples: esta modalidade é desfavorável para aquele que
possui os recursos financeiros e terá de conceder um desconto em
função de uma negociação. Esta modalidade será sempre mais
54
interessante para quem solicita o desconto, mas como na maioria dos
casos quem tem a posse dos recursos financeiros normalmente
determina a metodologia de cálculo da operação, portanto, torna-se uma
prática pouco usual (CASTELO BRANCO, 2005, p. 71).

“Nesta modalidade, também conhecida como desconto por fora, o valor do desconto é
obtido multiplicando-se o valor nominal do título pela taxa de desconto fornecida pelo
banco e pelo prazo a decorrer até o vencimento do título” (SAMANEZ, 2007, p. 68):
dc = N i  n

Para obtermos o valor descontado comercial, basta aplicarmos a definição:

Vc = N − d c ou Vc = N − N  i  n

Vc = N (1 − i  n)

Exemplo 3:
Qual o valor do desconto comercial simples de um título de R$5.000,00, com
vencimento para 90 dias, à taxa de 2.5% ao mês?

Solução: dc = N i  n
d c ?? d c = 5.000  0,025  3
N = 5.000 d c = R$375
n = 90 dias = 3 meses
i = 2,5% ao mês = 0,025

Exemplo 4:
Com certeza você já viu uma placa como esta
em algumas lojas, não é verdade? Considere,
então, que aquela calça jeans dos seus sonhos
custe R$800,00 a prazo, mas, a loja está com
um desconto de 25% para os pagamentos a
vista.

55
Qual o valor do desconto que você irá receber se optasse pagar a vista? E qual seria o
valor da calça a vista?

dc = N i  n
Solução: d c = 800  0,25  1
N = 800 d c = 200  valor do desconto
i = 25% = 0,25 (para o prazo total da
antecipação) Vc = N − d c
n = O prazo de antecipação é considerado Vc = 800 − 200
como se fosse apenas um período, o prazo Vc = 600  valor pago a vista
total da antecipação.

4.3.3 Desconto bancário simples (𝒅𝒃 )


Nas operações de descontos realizadas em estabelecimentos bancários.
Além do valor resultante da aplicação do desconto por fora, costuma-
se cobrar, sob a alegação de ter de arcar com despesas administrativas,
uma certa taxa incidente sobre o valor nominal do compromisso
(FARO, 2006, p. 148).

Exemplo 5:
Uma nota promissória no valor de R$150.000,00 foi descontada 4 meses antes de seu
vencimento, em uma instituição financeira que cobra uma taxa de despesas
administrativas de 2% sobre o valor nominal do título. Considerando-se que a taxa de
juros cobrada por essa instituição é de 3,5 % ao mês, qual será o valor do desconto
recebido?
Solução: db = N i  n + N  h
d b = ?? d b = N ( i  n + h)
N = 150.000 d b = 150.000 (0,035  4 + 0,02)
n = 4 meses d b = 150.000 (0,14 + 0,02)
i = 3,5% ao mês = 0,035
d b = R$24.000
h = 2% = 0,02 (taxa administrativa)

4.3.4 - Taxa de juros efetiva (𝒊𝒇 )

A taxa de juros efetiva nada mais é do que a taxa que você realmente está pagando. No
caso dos descontos “é a taxa de juros que aplicada sobre o valor descontado comercial
faz gerar no período considerado (prazo de antecipação) um montante igual ao valor
nominal” (MATHIAS; GOMES, 2004, p. 67).
56
Sendo:
i f : taxa de juros efetiva
V c : valor atual comercial (ou valor descontado comercial)
n: número de períodos antes do vencimento
Usando a definição, temos:

M = C(1 + i  n) → N = Vc (1 + i f .n)

Passando todas as variáveis para o mesmo lado da igualdade e isolando i f , temos:

N
−1
Vc
if =
n

Exemplo 6:
Calcule o desconto comercial de um título no valor nominal de R$10.500,00,
considerando uma taxa de juros de 28,8% ao ano e um prazo de antecipação para o
resgate como sendo de 60 dias. Qual a taxa de juros efetiva que está sendo cobrada?
Solução: dc = N i  n N
−1
d c ?? d c = 10.500  0,024  2 Vc
if =
d c = 504 n
N = 10.500 10.500
−1
Vc = 10.500 − 504
n = 60 dias = 2 meses i f = 9.996
12 Vc = R$9.996 2
i = 28,8% ao ano → 2,4% ao mês
i f = 2,52% ao mês
i f = ????

4.3.5 Relação existente entre Desconto comercial e Desconto racional


Pelos exemplos que resolvemos anteriormente, é possível verificar que o desconto
comercial é sempre maior que o desconto racional (calculado nas mesmas condições).
Matematicamente:

dc  dr

Mas, qual a relação existente entre os dois descontos?

57
Sabemos que:

N .i.n
dr = e d c = N .i.n
1 + i.n

dc
Observando e comparando as duas equações é possível perceber que: d r =
1+ i.n

Ou, de forma um pouco diferente, d c = d r (1 + i.n) . Que é uma equação semelhante a


outra que já conhecemos, a do montante para o regime de juros simples.

Ou seja, podemos afirmar que o desconto comercial nada mais é do que o montante do
desconto racional calculado para o mesmo prazo de antecipação e à mesma taxa de
desconto (MATHIAS; GOMES, 2004).

Exemplo 7:
Numa operação de desconto de um título com prazo de vencimento para daqui a 5
meses, sabe-se que o desconto comercial é R$14,00 a mais que o desconto racional.
Qual será o valor nominal do título, se a taxa de juros for de 24% ao ano?
Solução: d c = d r (1 + i  n) dc = N i  n
d c = d r + 14  d c − d r = 14 dc = dr + dr  i  n
154 = N  0,02  5
dc − dr = dr  i  n
12
i = 24% ao ano → 2% ao mês 14 = d r  0,02  5 154
=N
14 0,10
n = 5 meses = dr
0,10 N = R$1.540
N = ?? d r = R$140  d c =
R$154

4.4 Descontos compostos (D)

No regime de juros compostos, que é o que deve ser utilizado em


operações de médio e longo prazo, costuma-se fazer uso somente do
desconto dito racional, ou por dentro. Entretanto, estendendo o conceito
de desconto comercial, podemos também ter o chamado desconto
composto por fora (FARO, 2006, p. 160).

58
4.4.1 Desconto racional composto (𝑫𝒓 )
Segundo Assaf Neto (2003), o desconto composto Racional (“por dentro”) é aquele
estabelecido segundo as conhecidas relações do regime de juros compostos. Dessa forma,
o valor descontado racional ( V r ) nada mais é do que o valor presente do regime de juros

compostos, conforme apresentado na unidade 3, ou seja:

N
Vr =
(1 + i )n

Sabendo-se de antemão que o desconto é obtido pela diferença entre o valor nominal
(valor de resgate) e o valor descontado (valor presente), o desconto racional ( Dr ) terá,

então, a seguinte expressão de cálculo:

Dr = N − Vr
N
Dr = N −
(1 + i )n
Colocando-se N em evidência:

 1 
D r = N 1 − 
 (1 + i )n 
 

Exemplo 8:
Uma nota promissória no valor de R$8.000,00 foi saldada seis meses antes de seu
vencimento. O possuidor da nota obteve uma taxa de desconto composta de 1,5% ao
mês. Qual o valor do desconto racional composto, e qual a quantia recebida?
Solução: Quantia recebida: Valor do desconto:
N = 8.000 Dr = N − Vr

59
i = 1,5% ao mês = 0,015 N Dr = 8.000 − 7.316,34
Vr =
n = 6 meses (1 + i )n Dr = R$683,66
Dr = ?? (desconto) 8.000
Vr =
Vr = ?? (quantia recebida) (1 + 0,015)6
Vr = R$7.316,34

4.4.2 Desconto comercial composto (𝑫𝒄 )


O desconto composto por fora caracteriza-se pela incidência sucessiva
da taxa de desconto sobre o valor nominal do título, o qual é deduzido,
em cada período, dos descontos obtidos em períodos anteriores. Nessa
conceituação, o desconto composto comercial apresenta os seguintes
resultados numa sucessão de períodos (ASSAF NETO, 2003, p. 105):

1º período: 2º período:
VC1 = N − D Sabemos que DC = N  i
Como: DC = N  i Com isso, para o 2º período, teremos:
Tem-se: DC2 = N (1 − i )  i

VC1 = N − N  i Logo, como: VC = VC − DC


2 1 2

VC1 = N (1 − i ) Teremos: VC = N (1 − i ) − N (1 − i )  i
2

O valor N (1 − i ) é o novo valor nominal Colocando N (1 − i ) em evidência,


sobre o qual incidirá a taxa de desconto temos: VC2 = N (1 − i) 2
no período seguinte.

Se generalizarmos o desenvolvimento do desconto comercial composto até o enésimo


período, obteremos a seguinte expressão de cálculo:

VC = N (1 − i )n

Como, por definição, DC = N − VC , temos:

DC = N [1 − (1 − i ) n ]
60
Exemplo 9:
Um título no valor de R$15.000,00 é negociado, mediante uma operação de desconto
comercial composto, 6 meses antes de seu vencimento. A taxa de desconto adotada é
5% ao mês. Determine o valor descontado e o valor do desconto.
Solução: Vc = N (1 − i )n
N = 15.000
Vc = 15.000(1 − 0,05)6
n = 6 meses
Vc = 11.026,38
i = 5% ao mês
Vc = ?? Dc = N − Vc  Dc = R$3.973,62
Dc = ??

4.4.3 Taxa efetiva cobrada (𝒊𝒇 )

Da mesma maneira que ocorreu no desconto comercial simples, aqui também existirá uma
taxa de juros efetiva. Lembre-se que, segundo Mathias e Gomes (2004), a taxa efetiva é
aquela que conduz, pelo desconto racional, ao mesmo valor calculado pelo desconto
comercial.

Exemplo 10:
Uma empresa deve R$150.000,00 a um banco, e o vencimento se dará dentro de 10 meses.
No entanto, 3 meses antes da data prevista para o vencimento da dívida, a empresa resolve
quitar o empréstimo, solicitando, assim, um desconto. O banco informa que opera de
acordo com o conceito de desconto comercial composto, e que sua taxa de desconto para
esse tipo de operação é de 2,5% ao mês. Calcule o valor líquido que a empresa deve pagar
ao banco e a taxa efetiva de juros cobrada.
Taxa efetiva:
Solução: Valor líquido:
N = 150.000
( )
N = Vc 1 + i f n
Vc = N (1 − i )
150.000 = 139.028,91(1 + i )
n
3
n = 3 meses f

Vc = 150.000 (1 − 0,025) = (1 + i f )
3 150.000 3
i = 2,5% ao mês
139.028,91
Vc = ?? 3 1,0789 = 1 + i
Vc = R$139.028,91 f

61
i f = ?? i f = 2,56% ao mês

4.5 Síntese da Unidade


Nesta Unidade estudamos o conceito de desconto, para o regime de juros simples e para
o regime de juros compostos. Vimos que o desconto é uma compensação recebida pelo
tomador do empréstimo, pelo pagamento adiantado de uma dívida, e vimos, também,
que, para cada regime de capitalização, existem dois tipos diferentes de descontos: o
desconto racional e o desconto comercial.

4.6 Para saber mais


Filme
Robinson Crusoé: Adaptação do clássico de Daniel Defoe. Robinson, um marinheiro
britânico, é o único sobrevivente de um naufrágio e vai parar numa ilha deserta. Ali
desenvolve incrível habilidade para construir ferramentas e utensílios a partir de
elementos da natureza. Crusoé vê-se forçado a lutar contra as armadilhas da própria
mente, a fim de manter-se longe da loucura. Salva um nativo de uma tribo de canibais e
batiza-o de Sexta-feira. A necessidade urgente de companhia fará Crusoé confrontar seus
princípios racistas, nascendo daí um laço tão grande de amizade como ele nunca havia
conhecido. E é essa amizade peculiar que lhe dará forças para sobreviver a todas as
adversidades e encontrar seu caminho de volta a civilização. Direção: Rod Hardy e
George Miller.

Sites
http://www.somatematica.com.br/financeira.php: É um portal educativo com material
para o ensino fundamental e médio, provas de vestibular e história da matemática, além
de biografias de matemáticos, trabalhos de alunos, provas online, um grande acervo de
softwares matemáticos, artigos, jogos, curiosidades, histórias, fóruns de discussão e muito
mais.

62
http://www.apm.pt/apm/revista/educ.htm: A Educação e Matemática é a revista da APM.
O seu primeiro número data de janeiro de 1987. Nela são publicados artigos sobre
ensino/aprendizagem, experiências de inovação, propostas de atividade para a sala de
aula, dentre outros assuntos.

4.7 Atividades

1. Calcule o valor do desconto, comercial e racional,


de um título de crédito de R$ 50.000,00, com 120 dias
a vencer, sabendo que a taxa de desconto simples é de
2,5% ao mês para ambos os critérios.

Fonte:<http://office.microsoft.com Respostas: R$ 5.000,00 (comercial) e R$


/pt-br/clipart/download.aspx?>.
Acesso em 01 dez. 2009. 4.545,45(racional).

2. Sabendo que o desconto de uma duplicata no valor de R$ 25.000,00, com 150 dias
a vencer, gerou um crédito de R$ 22.075,06 na conta do cliente, determine a taxa mensal
de desconto simples, de acordo com a conceituação comercial e racional.

Resposta: 2,34% (comercial) e 2,65% (racional).

3. Um título no valor nominal de R$20.000,00 é negociado mediante uma operação


de desconto comercial composto, 5 meses antes de seu vencimento. A taxa de desconto
adotada atinge 3% ao mês. Determine o valor descontado e a taxa de juros efetiva.

Resposta: R$17.174,68 (valor descontado) 3,09% ao mês (taxa efetiva)

4. Calcule o valor do desconto comercial de um título de R$20.000,00, 1 ano antes


do vencimento, à taxa de 5% ao trimestre, capitalizável trimestralmente.

Resposta: R$ 3.709,88

63
Unidade 5
Unidade 5 . Série de Pagamentos ou Anuidades

Chamamos de série de pagamentos ou recebimentos, série de prestações, anuidades ou


fluxos de caixa a toda sequência finita ou infinita de pagamentos ou recebimentos em
datas previamente estipuladas. Estas sequências de capitais podem ser vencíveis em
intervalos de tempo regulares ou não, com valores constantes ou não.

Amortizar: Redução Nas aplicações financeiras, o capital pode ser pago ou recebido de uma
da dívida em só vez ou através de uma sucessão de pagamentos ou recebimentos.
prestações, amenizar, Quando o objetivo é constituir-se um capital em uma data futura, tem-
suavizar.
se um processo de capitalização. Caso contrário, quando se quer pagar
uma dívida, tem-se um processo de amortização (MATHIAS; GOMES,
2004, p. 207).
São exemplos de rendas os salários e as aposentadorias, os alugueis e as prestações de
consórcios, as mensalidades escolares e os planos de financiamentos. Nesta Unidade
estudaremos as Rendas Certas ou Determinísticas, que são aquelas cuja duração e cujos
pagamentos são predeterminados, que não dependem de condições externas.

5.1 Definições
Seja a seguinte série de capitais:

150 250 100 50

0 1 2 3 ... 7 meses

Figura 5.1 - Sequência de capitais

64
Segundo Mathias e Gomes (2004), os valores que constituem a renda são chamados de
termos, e o intervalo de tempo entre dois termos chama-se período. Na Figura 5.1, os
termos são os valores de R$150, R$250, e assim por diante, e os períodos são mensais.
Por exemplo, entre o termo de R$150 e o de R$250 o intervalo é de 1 mês. A soma de
todos os períodos é definida como a duração da série. Na figura anterior, a duração é de
7 meses. O valor atual da anuidade é a soma de todos os valores atuais de seus termos,
soma que deve ser feita para uma mesma data focal e à mesma taxa de juros. Da mesma
forma, o montante de uma anuidade é a soma de todos os montantes de seus termos.

5.2 Classificação
Segundo Assaf Neto (2003), os fluxos de caixa (as séries de pagamento) são apresentados
de diferentes formas e tipos, cada um deles exigindo um tratamento específico, em termos
de formulações. É preciso, portanto, primeiro classificar as anuidades antes de resolvê-
las. As anuidades podem ser classificadas quanto:

5.2.1 A periodicidade:
Periódicas: quando os intervalos de tempo entre as parcelas são iguais;

0 1 2 3 4

Figura 5.2- Série Periódica

São exemplos de séries periódicas: as parcelas do colégio, de um curso de línguas ou da


faculdade, as contas de água, luz e telefone. Esses exemplos são de séries mensais, ou
seja, todos os intervalos entre os pagamentos são de um mês.
Não-periódicas: quando os intervalos entre as parcelas não são iguais. É aquela exigível
em intervalos de tempo irregulares, em prazos distintos uns dos outros.

65

0 1 2 3 4 5 6 7
Figura 5.3 - Série Não-periódica

Um exemplo bem comum de séries não-periódicas é o telefone pré-pago. Os intervalos


entre os pagamentos (“créditos colocados no telefone”) nem sempre são constantes.

5.2.2 Ao prazo:
Temporárias: com duração limitada; extingue-se depois de certo prazo, e o número de
parcelas é conhecido. Também é conhecida como série finita.

0 1 2 3 ... 89

Figura 5.4 - Série Temporária

Exemplos de séries temporárias: as parcelas do colégio, de um curso de línguas ou da


faculdade, parcelas de uma compra realizada. Uma faculdade é paga durante 3 ou 4 anos,
ou seja, o número de parcelas é conhecido.

Perpétuas: com duração ilimitada, o número de parcelas não é conhecido. Também são
conhecidas como séries infinitas.

0 1 2 3 ...

Figura 5.5 - Série Perpétua

São exemplos de séries perpétuas: o aluguel, a aposentadoria, o salário, as contas de água,


luz e telefone. Em todos os exemplos o número de termos é desconhecido: não sabemos
por quanto tempo exatamente vamos receber salário ou pagar conta de telefone.

66
5.2.3 Ao valor dos termos:
Constantes: com todas as parcelas iguais.

150 150 150 150

0 1 2 3 ... 200

Figura 5.6 - Série Constante

Exemplos de séries constantes: as parcelas de um financiamento, as parcelas de um curso


de línguas ou de uma compra. Todo mês paga-se o mesmo valor.

Variáveis: com parcelas de valores diferentes, nem todos os valores são iguais.

150 200 150 250

0 1 2 3 ... 200

Figura 5.7 - Série Variável

São exemplos de séries variáveis: as contas de água, luz e telefone. Todo mês pagamos
valores diferentes.

5.2.4 A forma de pagamento ou recebimento:


Imediatas: quando os termos são exigíveis a partir do primeiro intervalo de tempo.

Postecipadas: quando as parcelas ocorrem no final de cada intervalo de tempo.

0 1 2 3 4 5 ...

Figura 5.8 - Série Imediata Postecipada

67
Exemplos simples de séries imediatas e postecipadas: contas de água, luz e telefone. As
contas são pagas no mês subsequente ao do consumo. O salário é outro exemplo −
trabalhamos um mês inteiro para só então recebermos o seu valor.

Antecipadas: quando as parcelas ocorrem no início de cada intervalo de tempo.

0 1 2 3 4 5 ...

Figura 5.9 - Série Imediata Antecipada

Exemplos de séries imediatas e antecipadas: o aluguel e as parcelas da faculdade. O


aluguel normalmente é pago no início de cada mês, ou seja, primeiro paga-se o seu valor,
para em seguida ter o direito de permanecer no lugar. Uma compra em que é paga uma
parcela como entrada também é um exemplo de série imediata antecipada.

Diferidas: Quando há um prazo de carência, ou seja, os termos não são exigíveis a partir
do primeiro intervalo de tempo.

Postecipadas: é aquela que, desprezado o prazo da carência, as parcelas ocorrem no final


de cada intervalo de tempo.

0 1 2 3 4 5 6 ...
Figura 5.10 - Série Diferida Postecipada com 3 meses de carência

Antecipadas: é aquela que, desprezado o prazo da carência, as parcelas ocorrem no início


de cada intervalo de tempo.

68
0 1 2 3 4 5 6 ...
Figura 5.11 - Série Diferida Antecipada com 4 meses de carência

5.3 Dados que compõem uma anuidade


Em Matemática Financeira, para a montagem das equações e para facilitar a
comunicação, valemo-nos de símbolos. Seguem os símbolos que utilizaremos nesta
Unidade.

• PMT: representará o valor das parcelas iguais, as prestações, os depósitos, ou qualquer


outra expressão que possa ser utilizada para significar o valor a ser pago ou recebido em
cada intervalo de tempo.

• i: representará a taxa de juros paga ou cobrada para um determinado intervalo de


tempo. A taxa deve obrigatoriamente estar na mesma unidade de tempo em que as
prestações se encontram.

• n: representará o número de pagamentos ou recebimentos que compõe uma série. Pode


representar, também, os períodos em que não existem pagamentos ou recebimentos,
conhecidos como carência.

• C: representará o valor presente, o valor na primeira data considerada, no início da


série; é o capital inicial. O valor presente é a soma de todos os valores presentes dos seus
termos.

• M: representará o montante, ou o valor na última data considerada, no final da série.


O Montante de uma anuidade é a soma de todos os montantes de seus termos.

Vamos fazer um exemplo para ver se você entendeu?

69
Exemplo 1:
Encontre os dados que compõem o problema abaixo.
Uma determinada mercadoria está sendo vendida em 8 prestações mensais iguais de
R$352,00. Sabendo-se que a primeira prestação será paga um mês após a compra e que
a taxa de juros cobrada pela loja é de 2,5% ao mês, qual será o valor dessa mercadoria
à vista?
Solução:
 n = 8 (parcelas mensais)
 PMT = 352,00


 i = 2,5% ao mês

 C = ???

5.4 Série de pagamentos - Modelo Básico


“Por modelo básico de anuidade entendemos as anuidades que são simultaneamente:
temporárias, constantes, imediatas e postecipadas e periódicas. E que a taxa de juros
‘i’ seja referida ao mesmo período dos termos” (MATHIAS; GOMES, 2004, p. 209-210).

Assim, quando estivermos trabalhando com o modelo básico de anuidades,


consideraremos que a primeira parcela ocorrerá exatamente 1 (um) intervalo de tempo
após a realização da operação, e que o montante será calculado na unidade de tempo em
que ocorrer a última parcela.

Exemplo 2:
No exemplo que segue, apenas identifique os dados que comprovam que o problema se
encaixa no modelo básico de séries de pagamentos.
❖ Você comprou um carro e resolveu pagá-lo em quatro prestações mensais e iguais de
R$11.500,00, sem entrada. As prestações serão pagas a partir do mês seguinte ao da compra,
e o vendedor afirmou ter cobrado uma taxa de juros de 3,5% a.m. Qual o preço do carro à
vista?
Solução:

70
 Temporária : 4 prestações
 Constante : iguais


 Imediata e Postecipada : as prestações serão pagas a partir do mês seguinte ao da compra
 Periódica : mensais

5.4.1 Valor atual do modelo básico


O valor presente (atual) representa a soma das parcelas atualizadas para a data inicial do
fluxo (data zero), considerando-se a mesma taxa de juros.

Então, seja um principal C a ser pago em n termos iguais a PMT, imediatos, postecipados
e periódicos. Seja também uma taxa de juros i, referida ao mesmo período dos termos. A
representação gráfica do problema pode ser observada na Figura 5.12.

C
PMT
PMT

PMT
PMT
0 1 2 0 n-1 n

Figura 5.12 – Representação gráfica do valor atual pelo modelo básico

A soma de todos os valores na data zero é dada por:

PMT PMT PMT


C= + ++
(1 + i )
1
(1 + i )
2
(1 + i )n
 1 1 1 
C = PMT .  + ++ n 
(1+ 
i ) (1 + i )
1

2

(1 + i) 

ani

C = PMT . a ni

71
Segundo Mathias e Gomes (2004), o valor de a ni é obtido pela PG: Progressão
geométrica.
soma dos termos de uma PG crescente e finita. E, lembrando que a
soma dos termos de uma PG finita é igual a:
a − a n .q
Sn = 1
1− q
Onde:

= (1 + i )−1 ; = (1 + i )− n ;
1 1
= (1 + i )−1
1
a1 = an = q=
(1 + i )
1
(1 + i ) n (1 + i )

Temos que:

a − a n .q
ani =
(1 + i )−1 − (1 + i )−n .(1 + i )−1
Sn = 1 = a ni ou
1 − (1 + i )
−1
1− q

Realizando alguns cálculos matemáticos, chegamos que:

1 − (1 + i )
−n
ani =
i

Obs: a ni lê-se como: a, n cantoneira i, ou simplesmente como a, n, i e é apenas mais


uma simbologia utilizada em Matemática Financeira.

Exemplo 3:

Você comprou uma geladeira em 8 prestações mensais iguais de R$139,00. Sabendo-se


que a primeira prestação só foi paga um mês após a compra e que a taxa de juros cobrada
pela loja foi de 2,5% ao mês, qual teria sido o valor dessa mercadoria, se você tivesse
optado por comprar à vista?

Solução:

Dados: C = PMT. a ni


1 − (1 + i )− n
ani =
C = 139. 7,170137 i

72
n = 8 (prestações mensais) 1 − (1 + 0,025)
C = R$996,65 −8

PMT = 139,00 =
 0,025
 = 7,170137
i = 2,5% ao mês
C = ??

 Perceba que neste problema a taxa e as prestações se encontram na mesma unidade de


tempo (ambas são mensais); se isso não ocorresse, deveríamos utilizar o regime de juros
compostos, para encontrar a taxa equivalente.

Exemplo 4:
Um televisor foi anunciado nas seguintes condições: R$400,00 de entrada mais 7
prestações mensais de R$350,00, sendo que a primeira delas deverá ser paga um mês após
a compra. Sabendo, também, que o juro cobrado na loja em questão é de 2% ao mês,
calcule qual seria o preço à vista.
Solução:
Dados: C = PMT. a ni + Entrada
1 − (1 + i )− n
Entrada = 400,00 C = 350 . 6,463213 ani =
n = 7 (prestações mensais) i

PMT = 350  6,471991 + 400
1 − (1 + 0,02 )
−7

PMT = 350,00 PMT = R$2.665,20 =


i = 2% ao mês 0,02
 = 6,471991
C = ??

5.4.2 Montante do modelo básico


O valor futuro ou montante de uma série de pagamentos ou recebimentos uniformes
postecipados será igual à soma dos montantes de cada prestação em uma determinada
data futura, calculados pela mesma taxa de juros.

Seja um processo de capitalização em que são aplicadas parcelas iguais a PMT, periódicas
e postecipadas, a uma taxa de juros i, referida ao mesmo período dos termos. Vamos
determinar o montante (M) na data focal n, que resulta desse processo de capitalização
(MATHIAS; GOMES, 2004).

73
M
PMT
PMT
PMT
PMT
PMT
0 1 2 3 n-1 n

Figura 5.13 – Representação gráfica do valor do montante pelo modelo básico

Segundo Mathias e Gomes (2004), o montante é a soma dos montantes de cada um dos
termos PMT, à taxa de juros i, na data focal n.

M = PMT + PMT (1 + i ) +  + PMT (1 + i )


n −1


M = PMT . 1 + (1 + i ) + (1 + i ) +  + (1 + i )

2

n −1

sni

M = PMT . s ni

O valor de s ni também é obtido pela soma dos termos de uma PG (progressão

geométrica) crescente e finita. Sabemos que a soma dos termos de uma PG finita é igual
a:

a − a n .q
Sn = 1
1− q

E, sabendo também que:

a1 = 1 ; an = (1 + i )n −1 ; q = (1 + i )

Temos:

1 − (1 + i ) (1 + i )
n −1
a − a n .q
Sn = 1 = s ni ou s ni =
1− q 1 − (1 + i )

(1 + i )n −1
Então: sni =
i
74
Exemplo 5:
Uma pessoa deposita mensalmente R$300,00 numa caderneta de poupança que paga 0,5% de
juros ao mês. Quanto terá essa pessoa, após ter realizado seu sétimo depósito?
Solução:
Dados: M = PMT . s ni
s ni =
(1 + i )n − 1
PMT = 300 M = 300 . 7,105879 i
i = 0,5% a.m. = 0,005
 M = R$2.131,76 (1 + 0,005)7 − 1
 =
n = 7 (depósitos mensais) 0,005

M = ??
= 7,105879

Exemplo 6:
Uma pessoa efetuou 7 depósitos mensais numa caderneta de poupança que paga juros de 1%
ao mês, tendo, no mês do último depósito, o saldo de R$2.142,42. Quanto essa pessoa
depositou mensalmente?
Solução:
Dados: M = PMT. s ni
s ni =
(1 + i )n − 1
n = 7 (depósitos mensais) 2.142,42 = PMT . 7,213535 i
i = 1% ao mês = 0,01
 2.142,42 (1 + 0,01)7 − 1
 PMT = =
M = 2.142,42 7,213535 0,01

PMT = ?? PMT = R$297,00 = 7,213535

5.5 Anuidades antecipadas


Segundo Bauer (1996), é comum dizermos que a anuidade antecipada é aquela que
possui uma entrada com o mesmo valor que as demais parcelas.

Nas séries com termos antecipados, os pagamentos ou recebimentos


ocorrem no início de cada período unitário. Assim, a primeira prestação
é sempre paga ou recebida no momento ‘zero’, ou seja, na data do
contrato do empréstimo, do financiamento ou de qualquer outra
operação que implique pagamentos ou recebimentos de prestações
(VIEIRA SOBRINHO, 1997, p. 115).

75
“A anuidade antecipada só diverge da anuidade do modelo básico quanto à forma,
enquanto a anuidade modelo básico é imediata postecipada, esta é imediata antecipada”
(BAUER, 1996, p 144).

É importante deixar claro que, quando o valor da entrada for diferente do valor das demais
parcelas, isso não caracterizará uma anuidade antecipada; nesse caso, não poderemos
utilizar as equações de anuidades antecipadas, mas deveremos considerar esse valor
separadamente.

5.5.1 Valor atual de uma anuidade antecipada


Segundo Mathias e Gomes (2004), da mesma forma que o valor atual do modelo básico,
o valor presente representa a soma das parcelas atualizadas para a data inicial do fluxo,
considerando-se a mesma taxa de juros para todas as prestações. Então, seja C um
principal que deve ser pago em n prestações (ou termos) iguais a PMT, antecipadas,
imediatas e periódicas, a uma taxa de juros i, referida ao mesmo período dos termos.

Graficamente, temos:
C

PMT
PMT
PMT
PMT
0 1 2 n-1 n

Figura 5.14 - Representação gráfica do valor atual pelo modelo antecipado

A soma de todos os valores na data zero, para uma anuidade antecipada, é dada por:

PMT PMT PMT


C = PMT + + ++
(1 + i )
1
(1 + i )
2
(1 + i )n−1
 1 1 1 
C = PMT .1 + + ++
 (1 + i ) (1 + i )
1 2
(1 + i )n−1 

76
 1 1 1  (1 + i )
C = PMT .1 + + ++ n −1 

( + ) ( + ) ( + )  (1 + 1)
1 2
 1 i 1 i 1 i

 1 1 
 (1 + i )
1
C = PMT .  + ++ n
(1
+ i ) (1 + i )

1 2

(1 + i) 

ani

C = PMT . a ni .(1+i)

Exemplo 7:

Um tapete egípcio é vendido em 5 prestações mensais iguais de R$530,00, e a primeira


prestação é no ato da compra. Sabendo-se que a taxa de juros cobrada pela loja é de 4 % ao
mês, qual seria o valor dessa mercadoria, se você optasse por comprá-la à vista?

Solução:

Dados: C = PMT. a ni .(1+i)


1 − (1 + i )− n
antecipada
ani =
C = 530 . 4,451822 . (1+0,04) i
n = 5 (mensais)
 1 − (1 + 0,04 )
−5

PMT = 530 C = 530  4,451822 1,04 =


i = 4% ao mês = 0,04 0,04
 C = R$2.453,84
C = ?? = 4,451822

5.5.2 Valor futuro de uma anuidade antecipada


Segundo Bauer (1996), da mesma forma que acontece com o valor atual de uma anuidade
antecipada, para calcular o montante acrescentamos (1+i) à equação do modelo básico.
Isso acontece porque a última parcela a ser considerada está um intervalo antes do
momento em que queremos saber o montante.

“Seja um processo de capitalização em que são depositadas n parcelas (ou termos) iguais
a PMT, antecipadas, imediatas e periódicas, a uma taxa de juros i, referida ao mesmo
período dos termos” (MATHIAS; GOMES, 2004, p. 261).

A representação gráfica será:

77
M
PMT
PMT
PMT
PMT
PMT
0 1 2 3 n-1 n

Figura 5.15 - Representação gráfica do valor do montante pelo modelo antecipado

(
M = PMT (1 + i) + (1 + i ) +  + (1 + i )
2 n
)
M = PMT 
(1 + i ) ((1 + i) + (1 + i )2 +  + (1 + i )n )
(1 + i )


M = PMT .(1 + i )  1 + (1 + i ) + (1 + i ) +  + (1 + i )

2

n −1

sni

M = PMT .(1 + i ) s ni

Exemplo 8:
Uma pessoa, prevendo uma viagem, precisará de R$18.000,00 para daqui a seis meses.
Para isso, começa a depositar um determinado valor, todo início de mês, em uma
aplicação financeira que paga juros efetivos de 0,7% ao mês. Qual deverá ser o valor de
cada depósito, de modo que essa pessoa consiga dispor da quantia, ao término do sexto
mês?

Solução:
Dados: M = PMT. s ni .(1+i)
s ni =
(1 + i )n − 1
18.000 = PMT . 6,105985.(1+0,007) i

=
(1 + 0,007 ) − 1
6

0,007
78
antecipada PMT =
18.000 = 6,105985
n = 6 (mensais) 6,148727

M = 18.000 PMT = R$2.927,44
i = 0,7% ao mês = 0,007

PMT = ??

5.6 Modelos genéricos de anuidades


Por modelo genérico de anuidades, entende-se que são aquelas que não se enquadram,
tanto no modelo básico, quanto no modelo antecipado de séries de pagamentos.

5.6.1 Anuidades diferidas


Segundo Mathias e Gomes (2004), anuidades diferidas são aquelas em que os termos são
exigíveis, pelo menos, a partir do segundo período. Ou seja, a primeira parcela é exigível
a partir de certo período de carência.

As anuidades diferidas também podem ser relacionadas com o valor atual e o valor futuro.
Quando estivermos analisando uma anuidade relacionada com o valor atual, a carência
estará localizada no início da série, como pode ser visualizado na Figura 5.16, e, se
estivermos tratando do valor futuro, a carência estará no final da série.

Quando estivermos diante de Anuidades Diferidas, é possível estabelecer se o problema


será resolvido pelo modelo antecipado ou postecipado, dependendo, apenas, do prazo de
carência que considerarmos.

Obs: Ao analisarmos o valor presente, a interpretação será feita em relação ao início da


série. Dessa forma, quando o período considerado como carência for contado até um
período antes do primeiro termo, teremos uma anuidade diferida postecipada e, quando a
carência for considerada até o primeiro termo, ela será considerada uma anuidade diferida
antecipada, obedecendo aos mesmos critérios de anuidade antecipada ou postecipada das
Anuidades imediatas.

Quando estivermos analisando o montante, valor futuro, a interpretação será feita em


relação ao final da série. Dessa forma, quando o período considerado como carência for
79
contado a partir do último depósito, teremos uma anuidade diferida postecipada e, quando
a carência for considerada a partir de um intervalo após o último depósito, ela será uma
anuidade diferida antecipada, obedecendo aos mesmos critérios de anuidade antecipada
ou postecipada das Anuidades imediatas.

Exemplo 9:
Uma pessoa receberá 30 prestações mensais e iguais de R$450,00, com uma carência de 15
meses postecipados (ou seja, parcelas a partir do 16º mês). Sendo a taxa de juros de mercado
igual a 2% ao mês, pergunta-se: Qual seria o valor das prestações na data zero?

Solução:
A Figura 5.16 apresenta graficamente como é o problema.

C
C1 450
450
450
450
450
0 1 2 15 16 17 18 19 45

Figura 5.16 - Representação gráfica do valor atual com carência

1ª parte:

Dados: Cálculo: 1 − (1 + i )− n
ani =
 PMT = 450 C1 = PMT . a ni i
n = 30 (parcelas mensais)
 1 − (1 + 0,02 )
−30
 C1 = 450 . 22,396455 a n i =
i = 2% ao mês 0,02
C1 = ?? C1 = R$10.078,40 a ni = 22,396455

2ª Parte:
80
Dados: Cálculo:
M = C (1 + i) n
C1 = M = 10.078,40
n = 15 (meses) 10.078,40 = C (1 + 0,02)15
 10.078,40
 C=  C = R$7.488,40
i = 2% ao mês 1,345868
C = ??

Logo, o valor das prestações na data zero será de R$7.488,40

5.6.2 Anuidade em que o período dos termos não coincide com aquele a
que se refere a taxa
Segundo Mathias e Gomes (2004), quando o período das parcelas não coincide com o
período a que se refere a taxa, ou seja, as unidades de tempo das parcelas e da taxa são
diferentes, é preciso calcular a taxa equivalente ao período dos termos e resolver o
problema pelo modelo básico.

Exemplo 10:
Um jogo de sofás é vendido em 5 prestações de R$600,00, que devem ser pagas a cada
2 meses. Se a taxa de juros cobrada pela loja é de 3% ao mês, qual seria o valor do sofá,
se optássemos pelo pagamento à vista?

Solução:
C
600
600
600
600
600
0 2 4 6 8 10
Figura 5.17 - Representação gráfica do problema

81
PMT = 600 Como as prestações e a taxa de juros não estão na
n = 5 (prestações bimestrais) mesma unidade de tempo, é preciso encontrar a taxa
i = 3% ao mês equivalente, então:
C = ?? iq = (1 + 0,03) − 1 
2
iq = 6,09% ao bimestre

C = PMT . a ni 1 − (1 + i )− n
ani =
i
C = 600 . 4,202070
1 − (1 + 0,0609 )
−5
a ni =
C = R$2.521,24 0,0609
a ni = 4,202070

5.6.3 Anuidade com termos constantes, segundo o modelo básico, mais


parcelas Intermediárias iguais
Segundo Mathias e Gomes (2004), quando a série de pagamentos se apresenta com termos
iguais e, além disso, tem parcelas intermediárias equidistantes e de mesmo valor, a
resolução é feita em duas etapas:

a) Uniformização da anuidade, de modo que todos os termos sejam


iguais entre si, com a taxa de juros i referida ao período dos termos.
Nessas condições, esta anuidade se conforma ao modelo básico e pode
ter seu valor atual e montante calculados;
b) Por diferença, determina-se o valor das parcelas intermediárias, que
são iguais entre si. A seguir, calcula-se a taxa de juros equivalente (i’),
referida ao período dos termos intermediários. Essa anuidade agora está
conforme à anuidade no item anterior e pode se resolvida (MATHIAS;
GOMES, 2004, p. 268).

Exemplo 11:
Um carro é vendido em oito prestações mensais. As prestações de ordem ímpar são
iguais a R$2.500,00, enquanto as prestações de ordem par são iguais a R$3.500,00.
Considerando-se que a taxa de juros cobrada pela revendedora é de 2% ao mês, qual
seria o preço à vista?
Solução:

3500 3500 3500 3500


2500 2500 2500 2500

0 1 2 3 4 5 6 7 8

82
Figura 5.18 - Representação gráfica do problema
Para resolver o problema teremos que dividi-lo em duas partes.

1ª parte: Uniformizando a anuidade de modo a ter 8 parcelas iguais:

2500 2500 2500 2500 2500 2500 2500 2500

0 1 2 3 4 5 6 7 8
Figura 5.19 - Representação gráfica do problema

O valor presente dessa série na data zero será:

PMT = 2500 C = PMT . a ni


n = 8 (prestações mensais)
i = 2% ao mês C = 2500 . 7,325481
C = ??
C = R$18.313,70

2ª parte: os valores restantes formam uma nova anuidade:

1000 1000 1000 1000

0 1 2 3 4 5 6 7 8
Figura 5.20 - Representação gráfica do problema

PMT = 1000 C = PMT . a ni


n = 4 (prestações bimestrais)
i = 2% ao mês  4,04% ao bimestre C = 1000 .3,626476
C = ??
C = R$3.626,48

O preço do carro a vista, então, será a soma destes dois valores:


Preço a vista = 18.313,70 + 3.626,48
83
Preço à vista = R$21.940,18
5.6.4 Anuidades perpétuas
Anuidades perpétuas “[...] são aquelas de duração ilimitada. Só tem sentido calcular o
valor atual, uma vez que o montante será infinito” (MATHIAS; GOMES, 2004, p 272).

Se C é um principal que deverá ser pago em infinitos termos iguais a PMT, postecipados,
imediatos e periódicos, a uma dada taxa de juros i, na mesma unidade de tempo que os
termos, temos que:

PMT
C=
i
Segundo Mathias e Gomes (2004), essa equação pode ser utilizada para fazer uma
avaliação rápida de imóveis. O valor do imóvel pode ser entendido como sendo o valor
atual da soma dos aluguéis descontados, desconto esse à taxa de juros (i) que representa
o ganho que o possuidor do imóvel teria se aplicasse seu dinheiro a juros compostos no
mercado financeiro, ou seja, representa a taxa de juros que ele receberia na melhor
aplicação encontrada.

Exemplo 12:
O valor do aluguel de um determinado apartamento é de R$850,00 por mês. Se a taxa
da melhor aplicação no mercado financeiro é de 1% ao mês, qual seria uma primeira
estimativa do valor do imóvel?
Solução:
PMT = 850 Cálculo:
i = 1% ao mês 850
C=
C = ?? 0,01
C = R$85.000

5.6.5 Anuidades variáveis


Segundo Mathias e Gomes (2004), as anuidades variáveis são aquelas cujos termos não
são iguais entre si. “A resolução é feita calculando-se o valor atual como sendo a soma
dos valores atuais de cada um de seus termos. É possível obter o montante pela
capitalização do valor atual ou pela soma dos montantes de cada termo” (MATHIAS;
GOMES, 2004, p. 273).

84
Exemplo 13:
Uma casa foi comprada em 5 prestações trimestrais. Os valores das prestações são:
1º trimestre: R$30.000,00
2º trimestre: R$25.000,00
3º trimestre: R$12.000,00
4º trimestre: R$13.000,00
5º trimestre: R$28.000,00.
Se a taxa de juros para aplicações financeiras vigente no mercado for de 2,5% ao
mês, qual será o valor do terreno à vista?
Solução:
30.000 25.000 12.000 13.000 28.000
C= + + + +
(1 + 0,025)3
(1 + 0,025)6
(1 + 0,025)9
(1 + 0,025)12
(1 + 0,025)15

C = 27.857,98 + 21.557,42 + 9.608,74 + 9.666,23 + 19.333,04

C = R$88.023,41

5.7 Síntese da Unidade


Nesta Unidade estudamos os conceitos envolvidos nas séries de pagamentos ou
recebimentos. Trabalhamos com as séries do modelo básico e do modelo antecipado e
utilizamos seus conceitos para determinar o valor presente e o montante. Trabalhamos,
também, com as séries do modelo genérico, que são aquelas que não se enquadram em
algum dos conceitos que caracterizam as anuidades do modelo básico.

5.8 Para saber mais


http://www.somatematica.com.br/financeira.php: É um portal educativo com material
para o ensino fundamental e médio, provas de vestibular e história da matemática além
de biografias de matemáticos, trabalhos de alunos, provas online, um grande acervo de
softwares matemáticos, artigos, jogos, curiosidades, histórias, fóruns de discussão e muito
mais.

85
http://bertolo.pro.br/MatFin/index.htm: Site no qual serão encontradas informações
relevantes para a disciplina Matemática Financeira, incluindo apostilas, exercícios e
gabaritos de exercícios, questionários e tarefas.

http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/financeira/matfin.htm: Site que contém


diversas apostilas com quase todos os assuntos trabalhados em Matemática Financeira.

5.8 Atividades
1. Uma pessoa necessitará de R$15.000,00 daqui a
10 meses. Quanto deverá depositar ao final de cada
mês, em uma instituição financeira que rende 1,5% ao
mês de juros, para obter tal valor?
Resposta: R$1.401,51
Fonte:<http://office.microsoft.co
2. Um determinado eletrodoméstico é vendido com m/pt-br/clipart/download.aspx?>.
Acesso em 01 dez. 2009.
entrada de R$300,00 mais seis prestações mensais de
R$250,00. Determine qual seria o valor à vista, considerando-se uma taxa de juros de 2%
a.m.
Resposta: R$1.700,36

3. Uma casa é alugada por R$2.500,00 mensais. Sabendo-se que a melhor taxa de juros
corrente de mercado é de 0,7% ao mês, qual é o valor estimado dessa casa?
Resposta: R$357.142,86

4. Uma pessoa depositou R$1.000,00, na abertura de uma conta em uma instituição que
paga 1% ao mês sobre o saldo credor. Em seguida, efetuou uma série de 24 depósitos
mensais de R$400,00, e o primeiro deles foi feito somente quatro meses após a abertura
da conta. Supondo-se que não seja efetuada nenhuma retirada, quanto haverá na conta. 5
anos após sua abertura?
Resposta: R$16.799,82

86
5. Uma bolsa muito chique é vendida em 7 prestações de R$2.800,00, a serem pagas a
cada 2 meses. Considerando que a taxa de juros cobrada pela loja é de 3% ao mês, qual
será o valor total pago pela bolsa?
Resposta: R$23.567,34

6. Um vestido pode ser adquirido em 5 prestações mensais de R$340,00, e a primeira


parcela deverá ser dada como entrada. Sabendo-se que a taxa de juros cobrada pela loja é
de 3% a.m., qual seria o valor à vista, desse vestido?
Resposta: R$1.603,81

87
Unidade 6
Unidade 6 . Sistemas de Amortização de Empréstimos
e Financiamentos

Segundo Mathias e Gomes, (2004), financeiramente a dívida Sistema de Amortização: é o


processo pelo qual extinguimos
surge quando uma dada importância é emprestada por certo progressivamente uma dívida,
mediante o pagamento de uma
prazo. Quem assume a dívida compromete-se a restituir o série de prestações (ZENTGRAF,
2007, p. 328).
principal mais os juros devidos, no prazo estipulado. Os
Sistemas de Amortização de Empréstimos e Financiamentos tratam, principalmente, da
forma pela qual o principal e os encargos financeiros serão restituídos.

Empréstimo: Recurso financeiro que, em tese, não necessita ser justificado quanto à sua
finalidade; por exemplo: cheque especial e CDC (Crédito Direto ao Consumidor).
Financiamento: Recurso financeiro que tem a necessidade de ser justificado quanto à sua
finalidade, por exemplo, compra de um automóvel, imóvel. No financiamento, sempre existirá
um bem ou serviço vinculado à liberação dos recursos financeiros, enquanto no empréstimo
exige-se apenas uma garantia de devolução dos recursos financeiros emprestados (CASTELO
BRANCO, 2005, p. 157).
Ainda segundo Castelo Branco (2005), no financiamento sempre existirá um bem ou um serviço
vinculado (alienado) à liberação dos recursos financeiros, enquanto no empréstimo é exigida
apenas uma garantia de devolução dos recursos.

Os empréstimos de curto e médio prazo caracterizam-se, normalmente,


por serem saldados em até 3 anos. Os problemas relacionados com tais
tipos de empréstimos são aqueles já abordados em anuidades e não
serão vistos aqui. Os empréstimos de longo prazo sofrem um tratamento
especial porque existem várias modalidades de restituição do principal
e dos juros. Tais empréstimos, em geral, têm condições previamente
estipuladas por contratos entre as partes, ou seja, entre o credor e o
devedor (MATHIAS; GOMES, 2004, p. 309).

Na Unidade anterior, estudamos como saldar uma dívida mediante uma série de
pagamentos. Os problemas tinham a duração de alguns meses ou anos, constituindo-se
nos problemas que chamamos de curto prazo.

88
Nesta Unidade estudaremos os sistemas de amortização de empréstimos e
financiamentos. “Os sistemas de amortização são desenvolvidos basicamente para
operações de empréstimos e financiamentos de longo prazo, envolvendo desembolsos
periódicos do principal e encargos financeiros” (ASSAF NETO, 2003, p. 348). Nesses
sistemas, os juros serão calculados sempre sobre o saldo devedor, ou seja, consideraremos
apenas o regime de juros compostos.

6.1 Definições básicas


Segundo Assaf Neto (2003), os sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos
tratam, principalmente, da maneira como o principal e os encargos financeiros serão
restituídos ao credor do capital. É importante, então, que sejam definidos os principais
termos empregados nas operações de empréstimos e financiamentos, para maior clareza
no desenvolvimento da Unidade.

• Mutuante ou credor: é aquele que concede o empréstimo ou financiamento;

• Mutuário ou devedor: é aquele que recebe o empréstimo ou financiamento;

• Taxa de juros: “[...] é a taxa de juros contratada entre as partes. Pode referir-se ao custo
efetivo do empréstimo ou não, dependendo das condições adotadas” (MATHIAS; Gomes,
2004, p. 310);

• Encargos Financeiros: “[...] representam os juros da operação, caracterizando-se


como custo para o devedor e retorno para o credor” (ASSAF NETO, 2003, p. 349). É
importante destacar que os encargos podem ser prefixados ou pós-fixados.

• IOF: imposto sobre operações financeiras (imposto sobre as operações de Crédito,


Câmbio e Seguros e operações relativas a títulos e valores mobiliários);

• TAC: Taxa de Abertura de Conta ou Taxa de Abertura de Crédito;

89
• Prazo de utilização: “[...] é o intervalo de tempo durante o qual o financiamento é
transferido do credor para o devedor. Quando o empréstimo é transferido de uma só vez,
dizemos que o prazo é unitário” (ZENTGRAF, 2007, p. 328).

• Prazo de carência: Segundo Assaf Neto (2003), muitas operações de empréstimos e


financiamentos preveem um diferimento entre a data em que foi Diferimento:
realizado o empréstimo e a do início dos pagamentos. Segundo Mathias adiar, prorrogar.
Postergar: adiável,
e Gomes (2004), o prazo de carência corresponde ao período ou o que pode ser
adiado.
compreendido entre o prazo de utilização e o pagamento da primeira
amortização. A carência significa a postergação só do principal, não sendo incluídos,
necessariamente, os juros.
Os encargos financeiros podem, dependendo das condições contratuais
estabelecidas, serem pagos ou não durante a carência. É mais comum o
pagamento dos juros durante o período de carência. Na hipótese de se
decidir pela carência dos juros, os mesmos são capitalizados e pagos
junto com a primeira parcela de amortização de principal ou
distribuídos para as várias datas pactuadas de pagamento (ASSAF
NETO, 2003, p. 350).

Importante: O conceito de carência não é utilizado em anuidades postecipadas, mas


apenas em anuidades antecipadas.

• Parcelas de Amortização: referem-se exclusivamente ao pagamento do principal


(capital emprestado), o qual é efetuado, geralmente, mediante parcelas periódicas
(mensais, trimestrais, anuais, etc.). Segundo Castelo Branco (2005), a amortização é o
valor que será deduzido do saldo devedor a cada pagamento.

• Período de Amortização: refere-se ao intervalo de tempo existente entre duas parcelas


de amortização.

• Prazo de amortização: é o intervalo de tempo durante o qual são pagas as


amortizações;

• Prestação: é composta do valor da amortização acrescido dos juros (encargos) e outros


possíveis valores, devidos em um determinado período;

• Planilha: é um quadro, padronizado ou não, no qual são colocados os valores


referentes ao empréstimo. É constituída de várias colunas, que apresentam, após cada
90
pagamento, a parcela de juros pagos, a amortização, a prestação, os encargos financeiros,
as taxas adicionais (IOF, aval, comissões, taxa de abertura de crédito, etc.) e o saldo
devedor. “Para cada sistema de amortização é construída uma planilha financeira, a qual
relaciona, dentro de certa padronização, os diversos fluxos de pagamentos e
recebimentos” (ASSAF NETO, 2003, p. 348).

• Prazo total do financiamento: é a soma do prazo de carência com o prazo de


amortização;

• Saldo devedor: é o estado da dívida, ou seja, do que é devido, em um determinado


instante de tempo, após a dedução do valor já pago ao credor a título de amortização.

6.2 Sistema de amortização constante (SAC)


Segundo Mathias e Gomes (2004), a característica principal desse sistema é que a
devolução do principal será feita em n parcelas iguais (ou constantes), incidindo os juros
sempre sobre o saldo devedor. Esse sistema foi amplamente utilizado pelo Sistema
Financeiro de Habitação (SFH), a partir de 1971, que o adotou nos financiamentos de
compra da casa própria.
A amortização é calculada dividindo-se o valor do empréstimo (ou
financiamento) pelo número de prestações, enquanto o valor da parcela
de juros é determinado multiplicando-se a taxa de juros pelo saldo
devedor existente no período imediatamente anterior (VIEIRA
SOBRINHO, 1997, p. 230).

“Esse tipo de sistema às vezes é usado pelos bancos comerciais em seus financiamentos
imobiliários e também, em certos casos, em empréstimos às empresas privadas através de
entidades governamentais” (SAMANEZ, 2006, p. 155).

6.2.1 SAC, sem prazo de carência


Exemplo 1:
Um empréstimo de R$200.000,00 será pago em 4 prestações anuais, adotando-se o sistema
SAC. O Banco cobra uma taxa de juros de 10% a.a. Para essas condições, monte a planilha
para o empréstimo.

91
Solução:
200.000
A amortização anual é = = 50.000
4
Ano (n) Saldo Devedor Juros Amortização Prestação
0 200.000 - - -
1 150.000 20.000 50.000 70.000
2 100.000 15.000 50.000 65.000
3 50.000 10.000 50.000 60.000
4 - 5.000 50.000 55.000
Total 50.000 200.000 250.000

“Em conseqüência do comportamento da amortização e dos juros, as prestações


periódicas e sucessivas do SAC são decrescentes em progressão aritmética” (ASSAF
NETO, 2003, p. 350), de razão igual ao produto da taxa de juros pela parcela de
amortização.

6.2.2 SAC, com prazo de carência


Como observado anteriormente, a carência significa a
postergação exclusivamente do principal. Os juros (ou
outros valores que porventura surjam no problema) podem
ser pagos, ou não, durante a carência. Ao se supor uma
carência, então, podem ocorrer três situações diferentes: Fonte:<http://office.microsoft.com/p
t-br/clipart/download.aspx?>.
a) Os juros serem pagos durante a carência; Acesso em 01 dez. 2009.

b) Os juros serem capitalizados durante a carência e pagos totalmente no vencimento


da primeira amortização;

c) Os juros serem capitalizados durante a carência e acrescidos ao saldo devedor,


passando a fazer parte do valor da amortização.

A seguir serão apresentados três exemplos, um para cada uma das possibilidades. Os
dados dos problemas são idênticos para que você possa fazer a comparação entre eles.

1ª Possibilidade: Juros pagos durante a carência


92
Exemplo 2:
Um empréstimo de R$ 50.000,00 será pago em 5 prestações anuais. Sabendo que o banco
concedeu um prazo de 3 anos de carência, que os juros do período de carência serão pagos
anualmente e que o Banco cobra uma taxa de juros de 10% a.a., monte a planilha para esse
empréstimo.
Solução:
50.000
A amortização anual é = = 10.000
5

Ano (n) Saldo Devedor Juros Amortização Prestação


0 50.000 - - -
1 50.000 5.000 - 5.000
2 50.000 5.000 - 5.000
3 40.000 5.000 10.000 15.000
4 30.000 4.000 10.000 14.000
5 20.000 3.000 10.000 13.000
6 10.000 2.000 10.000 12.000
7 - 1.000 10.000 11.000
Total 25.000 50.000 75.000

Perceba que, do início do problema (data zero), que representa, na realidade, o início do
primeiro ano do problema, até o fim do terceiro ano, temos três períodos, que
correspondem ao período de carência.

2ª Possibilidade: Juros capitalizados e pagos totalmente no vencimento da primeira


amortização
Exemplo 3:
Um empréstimo de R$ 50.000,00 será pago em 5 prestações anuais. Sabendo que o banco
concedeu um prazo de 3 anos de carência, que os juros do período de carência serão
capitalizados e pagos totalmente no vencimento da primeira amortização e que o banco cobra
uma taxa de juros de 10% a.a., monte a planilha para esse empréstimo.
Solução:

93
50.000
A amortização anual é = = 10.000
5

Ano (n) Saldo Devedor Juros Amortização Prestação


0 50.000 - - -
1 55.000 - - -
2 60.500 - - -
3 40.000 16.550 10.000 26.550
4 30.000 4.000 10.000 14.000
5 20.000 3.000 10.000 13.000
6 10.000 2.000 10.000 12.000
7 - 1.000 10.000 11.000
Total 26.550 50.000 76.550

Ao saldo devedor, ao final de cada período da carência, foi acrescentado o valor do juro
devido, calculado à taxa de 10% ao ano. Ao final do terceiro ano, os juros capitalizados
foram totalmente pagos, juntamente com a primeira amortização.

3ª Possibilidade: Juros capitalizados e acrescidos ao saldo devedor

Exemplo 4:
Um empréstimo de R$ 50.000,00 será pago em 5 prestações anuais. Sabendo que o banco
concedeu um prazo de 3 anos de carência, que os juros do período de carência serão
capitalizados e acrescidos ao saldo devedor e que o banco cobra uma taxa de juros de 10%
a.a., monte a planilha para esse empréstimo.
Solução:
60.500
A amortização anual é = = 12.100
5
Ano (n) Saldo Devedor Juros Amortização Prestação
0 50.000 - - -
1 55.000 - - -
2 60.500 - - -

94
3 48.400 6.050 12.100 18.150
4 36.300 4.840 12.100 16.940
5 24.200 3.630 12.100 15.730
6 12.100 2.420 12.100 14.520
7 - 1.210 12.100 13.310
Total 18.150 60.500 78.650

Ao saldo devedor, ao final de cada período da carência, foi acrescentado o valor do juro
devido, calculado à taxa de 10% ao ano. Ao final do terceiro ano, os juros capitalizados
foram acrescentados ao cálculo da amortização. O restante da planilha é processado como
no primeiro exemplo.

6.3 Sistema de amortização francês (SF)


Segundo Vieira Sobrinho (1997), a denominação Sistema de Amortização Francês vem
do fato de ter sido utilizado primeiramente na França, no século XIX.

É o mais utilizado pelas instituições financeiras e pelo comércio em geral. Como os juros
incidem sobre o saldo devedor que, por sua vez, decresce à medida que as prestações são
pagas, eles são decrescentes e, consequentemente, as amortizações do principal são
crescentes.

Por este sistema, o mutuário obriga-se a devolver o principal mais


os juros em prestações iguais entre si, periódicas e sucessivas.
Temos de resolver, portanto, dois problemas para construir a
planilha: como calcular a prestação e como separar a amortização
dos juros (MATHIAS; GOMES, 2004, p. 317).

É importante destacar, no entanto, que o Sistema Francês não implica necessariamente


em prestações mensais. As prestações podem ser trimestrais, semestrais ou anuais. Basta
que elas sejam iguais, periódicas e sucessivas.

95
Exemplo 5:
Um empréstimo de R$200.000,00 será pago em 4 prestações anuais, adotando-se o
sistema SF. O banco cobra uma taxa de juros de 10% a.a. Para estas condições, construa
a planilha para o empréstimo.
Solução:
Para estes dados PMT = 63.094,16
Ano (n) Saldo Devedor Juros Amortização Prestação
0 200.000 - - -
1 156.905,84 20.000,00 43.094,16 63.094,16
2 109.502,26 15.690,58 47.403,58 63.094,16
3 57.358,33 10.950,23 52.143,93 63.094,16
4 - 5.735,83 57.358,33 63.094,16
Total 52.376,64 200.000,00 252.376,64

Exemplo 6:

Uma determinada empresa fez um empréstimo de R$ 200.000,00, que será pago pelo
Sistema Francês em 4 prestações mensais. Considerando que foi fornecido um período de
carência de 3 meses, em que os juros serão capitalizados e incorporados ao principal, e
que o banco cobra uma taxa de juros de 10% a.m., construa a planilha para esse
empréstimo

Solução:
Como os juros serão capitalizados e incorporados, primeiro devemos calcular o valor dos
juros e acrescentá-los ao saldo devedor, para depois calcular o valor da prestação. Neste
exemplo, o valor utilizado como capital (para o cálculo da prestação) foi R$242.000,00.

mês Saldo devedor Juros Amortização Prestação


0 200.000 - - -
1 220.000 - - -
2 242.000 - - -
3 189.856,07 24.200,00 52.143,93 76.343,93
96
4 132.497,75 18.985,61 57.358,32 76.343,93
5 69.403,60 13.249,78 63.094,15 76.343,93
6 6.940,36 69.403,57 76.343,93
Total

Perceba que o último saldo devedor não é exatamente igual ao valor da última
amortização. Isso acontece devido aos arredondamentos realizados durante o cálculo, e
acontecerá em muitos casos.

6.4 Sistema Price


O Sistema ou Tabela Price (lê-se Praice) tem esse nome em homenagem ao matemático,
filósofo e teólogo inglês Richard Price, o qual o incorporou a teoria do juro composto às
amortizações de empréstimos, no século XVIII (VIEIRA SOBRINHO, 1997). Segundo
Mathias e Gomes (2004) e Samanez (2007), a Tabela Price é basicamente um caso
particular, e muito utilizado, do Sistema Francês, apresentando as seguintes
características:

• A taxa de juros contratada é dada em termos nominais. Na prática, essa taxa é


dada em termos anuais.

• As prestações têm período menor que aquele a que se refere a taxa. Em geral,
as amortizações são feitas em base mensal.

• No cálculo das prestações, é utilizada a taxa proporcional ao período a que se


refere a prestação, calculada a partir da taxa nominal.

Exemplo 7:
Uma determinada empresa fez um empréstimo no valor de R$70.000,00 para ser liquidado em
5 prestações mensais, pelo Sistema Price. A taxa de juros nominal cobrada é de 36% ao ano.
Construa a planilha para esse empréstimo.
Solução:
mês Saldo devedor Juros Amortização Prestação
97
0 70.000,00 - - -
1 56.815,18 2.100,00 13.184,82 15.284,82
2 43.234,82 1.704,46 13.580,36 15.284,82
3 29.247,04 1,297,04 13.987,78 15.284,82
4 14.839,63 877,41 14.407,41 15.284,82
5 - 445,19 14.839,63 15.284,82
Total 6.424,10 70.000,00 76.424,10

6.5 Planilha de despesas adicionais


Segundo Mathias e Gomes (2004), é comum, nos empréstimos feitos na prática, que as
instituições financeiras cobrem o IOF (imposto sobre operações financeiras), TAC (taxa
de abertura de crédito), comissões, dentre outras despesas que são ditas adicionais.

Exemplo 8:
Uma empresa obteve um financiamento de R$50.000,00 nas seguintes condições: taxa de
juros de 20% ao ano; reembolso do principal em 4 prestações anuais iguais, pelo sistema
SAC; IOF de 3,5%, incidente sobre o valor do crédito e pago quando da liberação dos
recursos; e, uma taxa para cobrir despesas administrativas de 1%, ao final de cada ano,
incidente sobre o saldo devedor. Elabore a planilha do financiamento.

Solução:
50.000
Valor da Amortização = = 12.500
4

anos Saldo Juros Amortização IOF Taxa Prestação


devedor Adm.
0 50.000 - - 1.750 - 1.750
1 37.500 10.000 12.500 - 500 23.000
2 25.000 7.500 12.500 - 375 20.375

98
3 12.500 5.000 12.500 - 250 17.750
4 0 2.500 12.500 - 125 15.125
Total 25.000 50.000 1.750 1.250 78.000

“Devido a esses encargos, o custo do financiamento é maior que a taxa contratada, tornando-
se indispensável sua inclusão na planilha de amortização para o posterior cálculo do custo
efetivo do empréstimo” (SAMANEZ, 2007, p. 161).

6.6 Síntese da Unidade


Nesta Unidade, estudamos os sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos.
Esses Sistemas tratam, primordialmente, da forma pela qual o principal e os encargos
financeiros são restituídos pelo devedor ao credor do capital. Estudamos os principais
sistemas utilizados no mercado: o Sistema de Amortização Constante – SAC, cuja
principal característica é o de ter todas as amortizações iguais; o Sistema de Amortização
Francês, no qual todas as prestações são iguais; e, o Sistema Price, que é um caso especial
do Francês, em que todas as prestações são iguais e a taxa de juros é nominal. Agora você
já possui conhecimentos suficientes para analisar um investimento, que é o que faremos
na próxima Unidade.

6.7 Para saber mais


http://www.ricardoborges.com/matematica_financeira.htm: Site que apresenta uma
apostila com conceitos relacionados à matemática financeira. Apresenta os conceitos
de: taxa de juros simples e compostos, capitalização e descapitalização, desconto
bancário, desconto de duplicatas, taxa efetiva e nominal, séries de pagamentos, sistemas
de amortização, além de análise de investimentos pelo valor presente líquido (VPL) e
pela taxa interna de retorno (TIR).

99
http://bertolo.pro.br/MatFin/index.htm: Site em que serão encontradas informações
relevantes para a disciplina de Matemática Financeira, incluindo apostilas, exercícios e
gabaritos de exercícios, questionários e tarefas.

http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/financeira/matfin.htm: Site que contém


diversas apostilas com quase todos os assuntos trabalhados em Matemática Financeira.

6.8 Atividades

1. Um equipamento no valor de R$200.000,00 está


sendo financiado por um banco pelo prazo de 5 anos. A
taxa de juros contratada é de 18% ao ano, e as
amortizações anuais são efetuadas pelo sistema francês.
O banco concedeu ainda uma carência de 4 anos para Fonte:<http://office.microsoft.com/pt-
br/clipart/download.aspx?>.
início de pagamentos, e os juros foram cobrados nesse Acesso em 01 dez. 2009.
intervalo de tempo. Elaborar a planilha financeira desse financiamento.

2. Um financiamento de R$150.000,00 será pago pela Tabela Price em oito parcelas


mensais a juros nominais de 72%ao ano com capitalização mensal. Calcule os juros
embutidos da quarta prestação.

3. Um financiamento de R$80.000,00 será pago pela Tabela Price em 15 parcelas


mensais a juros efetivos de 8% ao mês. Pede-se: a) calcular o valor da prestação; b)
calcular a soma das amortizações dos três primeiros meses.

4. Um financiamento de R$50.000,00 será pago pelo sistema francês em cinco parcelas


mensais a juros efetivos de 4% ao mês. Pede-se calcular: a) a amortização do 4° mês; b)
100
a soma dos juros pagos no 2° e 3° meses; c) o saldo devedor logo após o pagamento da
terceira prestação.

5. Um financiamento de R$250.000,00 será pago pelo sistema SAC (Sistema de


Amortizações Constantes) em cinco parcelas mensais. Sabendo-se que o Banco cobra
uma taxa de juros de 6% ao mês mais IOF de 3,5% sobre o valor do financiamento (IOF
pago no ato), e ainda uma TAC de 1,5% sobre o valor do financiamento (também paga
no ato), pede-se calcular: a) a amortização do 2° mês; b) a soma dos juros pagos no 1° e
3° meses.

6. Um banco emprestou R$100.000,00 para uma determinada empresa, entregues no


ato da assinatura do contrato. O banco concedeu 5 meses de carência, com juros pagos
mensalmente, à taxa de 5,5% ao mês, pelo SAC, sob as seguintes condições:

a) Taxa de abertura de crédito de 1,5% do valor financiado, pagos no ato;

b) IOF de 3,5% sobre o valor do financiamento, pago no ato;

c) O principal será amortizado em 10 prestações.

Pede-se a planilha do financiamento.

101
Unidade 7
Unidade 7 . Introdução à Análise de Investimentos

Até o momento estudamos as definições e os conceitos de Matemática Financeira que


fornecem as informações necessárias acerca da importância do conceito do dinheiro no
tempo. Nesta Unidade estudaremos e discutiremos as definições dos métodos que estão
relacionados à análise e à seleção de um investimento ou de um projeto de investimento. Esse
processo de análise e seleção envolve um conjunto de idéias econômicas. Segundo Samanez
(2007), é fundamental compreender os principais princípios econômicos dos mercados
financeiros para poder analisar um investimento e tomar a decisão de investir ou não.

Existem várias técnicas, métodos, convenções e critérios


que são utilizados nesse processo decisório. Com a
aplicação de técnicas certas é possível avaliar com mais
clareza e mais segurança os riscos relacionados a um
processo de tomada de decisão e, com isso, tomá-la
corretamente.
Fonte:<http://office.microsoft.com/
pt-br/clipart/download.aspx?>.
Acesso em 01 dez. 2009. Existem diversos métodos de análise diferentes, e nesta
Unidade apresentaremos e estudaremos três modelos que são considerados clássicos da
análise de investimentos: o método do Valor Presente Líquido (VPL), da Taxa Interna de
Retorno (TIR) e do Custo Anual Uniforme (CAU).

7.1 Fluxos de caixa


Segundo Pilão e Hummel (2004), o Fluxo de Caixa é a relação de uma sucessão de
pagamentos e recebimentos que uma empresa apresenta ou que uma pessoa física faz no
decorrer de um determinado tempo (semanas, meses, semestres anos).

102
No fluxo de caixa, os valores dos desembolsos, ou saídas de capital, são considerados
negativos, e as entradas de dinheiro são consideradas valores positivos. Quanto maior for
o número de saldos analisados, tanto mais realistas serão as conclusões a que se poderá
chegar.
O valor de um projeto é baseado em sua capacidade de gerar fluxos de
caixa futuros, ou seja, na capacidade de gerar renda econômica. Assim,
as alternativas de investimento podem ser comparadas somente se as
conseqüências monetárias forem medidas em um ponto comum no
tempo e, como as operações de investimento ou financiamento têm
como característica um espaçamento dos fluxos de caixa ao longo do
tempo, os critérios de avaliação devem considerar sua atualização
(SAMANEZ, 2009, p. 36).

O fluxo de caixa é uma ótima ferramenta para auxiliar nas tomadas de decisões. É por
meio dele que os custos fixos e variáveis ficam evidentes ao longo do tempo, permitindo-
se, dessa forma, um controle maior sobre o problema a ser resolvido.

Exemplo 1: Suponha que uma empresa tenha uma taxa de expectativa de 5% ao mês
e, que esteja pensando em abrir uma loja para vender seus produtos diretamente aos
consumidores. Para esse fim, levantou-se a hipótese de abrir uma loja no centro da
cidade. A tabela seguinte apresenta o levantamento das variáveis envolvidas.

Itens Centro da cidade


Investimentos iniciais R$230.000,00
Tempo de Utilização 5 anos
Receitas mensais R$35.000,00
Custos mensais R$24.000,00
O desenho do fluxo de caixa desse problema seria o apresentado abaixo. Perceba que a
visualização da variação do capital ao longo do tempo fica mais fácil.

35.000 35.000 35.000

0 1 2 … 60

230.000 24.000 24.000 24.000


Figura 7.1: fluxo de caixa

103
7.2 Taxa mínima de atratividade (TMA)
Segunmdo Pilao e Hummel (2004), a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é uma taxa
de juros que representa o mínimo que um investidor se propõe a ganhar quando faz um
investimento, ou o máximo que um tomador de dinheiro se propõe a pagar quando faz
um financiamento.

A taxa Mínima de Atratividade é formada a partir de três componentes básicos:

1) Custo de Oportunidade: que representa a remuneração obtida em outras alternativas


que não as analisadas. É o ponto de partida. Exemplos: caderneta de poupança, fundo de
investimento e renda fixa.

2) Risco do Negócio: o ganho recebido deverá remunerar o risco inerente de uma nova
ação. Quanto maior o risco, maior a remuneração esperada.

3) Liquidez: capacidade ou velocidade em que se pode sair de uma posição no mercado


para assumir outra, ou seja, a velocidade com que posso deslocar meu capital entre
investimentos que me interessam.

Esses três componentes fazem parte da TMA e, por conta disso, ela é considerada pessoal
e instransferível, pois a propensão ao risco varia de pessoa para pessoa, pode variar
durante o tempo ou de um investimento para outro. Ou seja, o que pode ser considerado
como um bom investimento por alguém pode não ser bom para outra pessoa. Assim, não
existe algoritmo ou fórmula matemática para calcular a TMA. “Uma vez definida a TMA,
resta-nos organizar o processo de raciocínio associado a cada uma das alternativas de
açao que se apresentarem” (PILAO; HUMMEL, 2004, p. 91).

7.3 Método do valor presente líquido (VPL)


O Método do Valor Presente Líquido (VPL) permite que conheçamos
as nossas necessidades de caixa, ou os ganhos de certo projeto, em
termos de dinheiro de hoje. Isso porque normalmente se considera a
somatória na data zero dos valores existentes no fluxo de caixa como o
seu valor atual, ou Valor Presente Líquido, isto é, a somatória dos
valores existentes no fluxo de caixa já descontados os juros embutidos
104
em cada um dos valores existentes nas demais datas do fluxo (PILAO;
HUMMEL, 2004, p. 105).

Segundo Pilão e Hummel (2004), a característica principal deste método é a análise das
alternativas de ação existentes, considerando-se, para isso, a comparação com um valor
único na data zero. “Em outras palavras, ele mede o valor presente dos fluxos da caixa
gerados pelo projeto ao longo de sua vida útil” (SAMANEZ, 2009, p. 37).

Para somarmos os diversos fluxos, na data zero, existe a necessidade de deslocar o


dinheiro no tempo e, para isso, far-se-á uso da TMA. É importante destacar que fluxos
localizados em épocas diferentes não podem ser comparados

O VPL é obtido pela diferença entre o valor presente dos recebimentos previstos de caixa
e o valor presente das saídas. O objetivo do Valor Presente Líquido é o de encontrar
alternativas de investimento que valham mais do que custam, ou seja, alternativas que
tenham um VPL positivo (ASSAF NETO, 2003).

O critério de decisão implícito a este método é o seguinte:

• Se o VPL for MAIOR que zero, entende-se que o fluxo será viável
economicamente, ou seja, o projeto conceberá um retorno maior ao exigido e, sendo
assim, aceita-se o projeto.

• Se o VPL for IGUAL a zero, entende-se que o valor presente das entradas de caixa
é igual ao presente das saídas de caixa descontadas à TMA. Como a TMA representa o
mínimo que se espera ganhar, deve-se aceitar o projeto, pois um resultado nulo para o
somatório dos valores, na data zero, demonstrará que aquele investimento paga
exatamente a TMA, portanto também poderá ser considerado um investimento
interessante.

• Se o VPL for MENOR que zero, entende-se que o fluxo Aquém: abaixo do
não será viável economicamente, ou seja, o projeto conceberá esperado.
Conceber: gerar, formar.
um retorno aquém ao esperado e, sendo assim, não se deve
aceitar o projeto.

105
Se tivermos vários fluxos possíveis em relação ao mesmo capital, escolheremos aquele
que produzir a MAIOR diferença líquida, pois
representa aquele que proporciona a MAIOR
rentabilidade financeira. Mas é importante destacar que,
se utilizarmos este método para analisar projetos que
envolvam apenas custos, em que as receitas não foram
levadas em consideração, sempre encontraremos
Fonte:<http://office.microsoft.co
m/pt-br/clipart/download.aspx?>. valores negativos para o VPL, e as alternativas que nos
Acesso em: 01 Dez. 2009.
interessarão serão aquelas cujos valores estiverem mais
próximos de um custo zero (PILAO; HUMMEL, 2004, p. 91).

Exemplo 2:

Uma empresa do ramo alimentício estuda a possibilidade de reformar uma máquina. Essa
reforma está orçada em R$200.000,00, e fará com que o equipamento possa ser utilizado
por mais cinco anos. Espera-se, com a reforma, uma diminuição nos custos operacionais
no valor de R$75.000,00 ao ano. Considerando um TMA de 15% ao ano, calcule o VPL
do problema.

Solução:

Investimento inicial: R$200.000 Retornos esperados: R$75.000 por ano


Prazo: 5 anos Taxa: 15% ao ano

Existem duas maneiras diferentes de se resolver este problema. A primeira delas é


utilizando os conceitos de juros compostos, para o cálculo do valor presente.

75.000 75.000 75.000 75.000 75.000


VPL = + + + + − 200.000
(1 + 0,15)1
(1 + 0,15)2
(1 + 0,15)3
(1 + 0,15) 4
(1 + 0,15)5
VPL = 65.217,39 + 56.710,78 + 49.313,72 + 42.881,49 + 37.288,26 – 200.000

VPL = 251.411,63 – 200.000

VPL = R$51. 411,63

106
A segunda maneira de se resolver este mesmo problema é lembrando os conceitos de
séries de pagamentos uniformes. Para uma série uniforme, o valor presente, ou capital
inicial, é encontrado utilizando-se a equação: C = PMT . a ni , onde o PMT representa o

valor das parcelas que se repetem, ou seja, R$75.000,00. Aplicando-a nesse problema,
teríamos:

VPL = 75.000. a ni − 200.000


1 − (1 + i )− n
VPL = 75.000 . 3,352155 – 200.000
ani =
i
VPL = 251.411,63 – 200.000
1 − (1 + 0,15)
−5

VPL = 51. 411,63 =


0,15
= 3,352155
Perceba-se que a maneira pela qual optarmos para resolver o cálculo não interferirá no
resultado.

Exemplo 3:

Suponha que uma empresa tenha uma taxa de expectativa (TMA) de 5% ao mês e esteja
pensando em abrir uma loja para vender seus produtos diretamente aos consumidores.
Para esse fim, levantou-se a hipótese de abrir uma loja no centro da cidade. A tabela
seguinte apresenta o levantamento das variáveis envolvidas. Com base nesses dados, é
uma boa opção? Vale a pena abrir essa loja?

Itens Centro da cidade


Investimentos iniciais R$230.000,00
Tempo de Utilização 5 anos
Receitas mensais R$35.000,00
Custos mensais R$24.000,00
Solução:
O fluxo de caixa desse problema seria o seguinte:
35.000 35.000 35.000

0 1 2 … 60

230.000 24.000 24.000 24.000

107
Repare que o tempo (n) é 60, e não 5. Isso se deve ao fato de que todas as entradas e
saídas (receitas e custos) de capital são mensais, então, 5 anos = 60 meses. A resolução
consiste em levar todos os valores, entradas e saídas de capital para a data zero. Uma
maneira de simplificar o cálculo é transformar os fluxos de entrada e saídas mensais em
um único fluxo Se todo mês vou receber R$35.000 e gastar R$24.000, ainda me sobram
R$11.000 todo mês. A resolução, então, seria:
11.000 11.000 11.000
VPL = + ++ − 230.000
(1 + 0,05)1
(1 + 0,05)2
(1 + 0,05)60
VPL = 208.222,18 – 230.000
VPL = - 21.777,82

Como o VPL é menor que zero, podemos concluir que não será viável economicamente
abrir essa loja. Será preciso repensar o projeto.

7.4 Método da taxa interna de retorno (TIR)


O método da Taxa Interna de Retorno é aquele que nos permite encontrar a remuneração
do investimento em termos percentuais. “Matematicamente, a TIR é uma taxa hipotética
que anula o VPL, ou seja, é aquele valor de i * que satisfaz a seguinte equação:
n FCt
VPL = − I +  = 0 ” (SAMANEZ, p.37-38, 2009), onde I representa o
t =1 (1 + i )
* t

investimento inicial e FC representa os Fluxos de Caixa, as entradas e saídas de capital.


Segundo Pilão e Hummel (2004), encontrar a TIR de um investimento é o mesmo que
encontrar o percentual exato de remuneração que um investimento oferece.

O critério de decisão, quando a TIR é utilizada, resume-se, fundamentalmente, na análise


comparativa entre a taxa apurada pelo projeto e a taxa mínima de atratividade do
investidor, ou seja:

• Se a TIR for MAIOR que a TMA, entende-se que o fluxo será viável economicamente,
ou seja, o projeto fornecerá um retorno maior ao exigido e, dessa forma, aceitaremos o
projeto.
108
• Se a TIR for IGUAL a TMA, lembrando-se de que a TMA representa o mínimo que
esperamos ganhar, devemos aceitar o projeto, pois tal fato demonstra que aquele
investimento poderá ser considerado interessante. Está dentro do que esperávamos
ganhar.

• Se a TIR for MENOR que a TMA, entende-se que o fluxo não será viável
economicamente, ou seja, o projeto conceberá um retorno menor do que o esperado e,
sendo assim, não deveremos aceitá-lo.

Entre vários investimentos, o melhor será aquele que tiver a maior Taxa Interna de
Retorno.

Exemplo 4:

Um investimento de R$30.000,00 proporcionou dois retornos mensais e sucessivos de


R$15.500,00 cada. Qual é a Taxa Interna de Retorno recebida?

Solução:

Partindo da idéia de que a TIR é a taxa que anula o VPL, ou seja, faz com que o VPL seja
igual a zero, temos:

15.500 15.500
Como: VPL = + − 30.000
(1 + TIR) 1
(1 + TIR)2

15.500 15.500 15.500 15.500


Temos: 0 = + − 30.000 ou 30.000 = + .
(1 + TIR) 1
(1 + TIR) 2
(1 + TIR) 1
(1 + TIR)2

 1 1 
Colocando os valores em evidência, temos: 30.000 = 15.500   + .
 (1 + TIR)
1
(1 + TIR)2 

Passando o 15.500 para o outro lado da igualdade, temos:


1 1
1,935484 = + . Para resolver esta equação, é necessário encontrar o
(1 + TIR) 1
(1 + TIR)2
mínimo múltiplo comum entre (1 + TIR)1 e (1 + TIR)2 . O MMC entre os dois números

109
é (1 + TIR )2 . Teremos, então (após o mmc): 1,935484 = 1 + TIR +21 , ou seja,
(1 + TIR)
1,935484  (1 + TIR ) = 1 + TIR + 1 . Resolvendo o parêntese e fazendo a distributiva,
2

teremos:

1,935484 + 3,870968  TIR + 1,934584  TIR 2 = 1 + TIR + 1

Agora chegamos a um problema que nada mais é do que uma equação do segundo grau.
Para resolvê-la é necessário utilizar a fórmula de Bhaskara.

Fazendo isso, encontraremos TIR = 2,21% ao mês.

Perceba que o cálculo da TIR torna-se bastante complexo quando existem mais de duas
entradas oriundas de um mesmo capital, na medida em que implicará uma equação
polinomial de n raízes que só será resolvida por tentativa e erro. Devido a isso, o seu
resultado é apurado com utilização de calculadoras financeiras ou programas
computacionais.

“A TIR não pode ser considerada como o ganho efetivo em cada período,
mas como a rentabilidade média ponderada geometricamente consoante
o critério de juros compostos” (ASSAF NETO, 2003, p.280).

7.5 O Método do Custo Anual Uniforme (CAU)


Tanto o VPL quanto a TIR são ferramentas úteis para
avaliar alternativas de investimentos, mas essas
alternativas não respondem a todas as perguntas sobre
as vantagens econômicas de uma alternativa em
Fonte: <http://office.microsoft.com/pt-
relação a outra. br/clipart/download.aspx?>.
Acesso em 01 dez. 2009.

O Método do Custo Anual Uniforme “[...] consiste em


distribuir ao longo da vida útil todos os valores existentes no fluxo de caixa,
110
transformando-os em uma única série Uniforme de pagamentos e/ou recebimentos”
(PILAO; HUMMEL, 2004, p. 95).

Para poder distribuir todos os valores uniformemente, ao longo da vida útil, faz-se uso da
TMA (Taxa Mínima de Atratividade) e, como resultado, evidentemente, desde que
estejam envolvidas na análise receitas e despesas, poderemos obter um CAU positivo, um
CAU negativo ou um CAU nulo.

O critério de decisão implícito a este método é o que segue:

• Se o CAU for MAIOR que zero, entende-se que o fluxo será viável economicamente,
ou seja, o projeto conceberá um retorno maior ao retorno exigido e, sendo assim,
aceitamos o projeto. “Isso significa que as receitas são suficientes, ou mais que
suficientes, para cobrir as despesas, quando sujeitas àquela taxa de juros, quando estes
estão sujeitos àquela TMA” (PILAO; HUMMEL, 2004, p. 95). Quanto maior o CAU
positivo, mais interessante é o projeto.

• Se o CAU for IGUAL a zero, esse fato demonstrará que aquele investimento paga
exatamente a TMA; portanto, também poderá ser considerado um investimento
interessante.

• Se o CAU for MENOR que zero, entende-se que o fluxo não será viável
economicamente, ou seja, o projeto fornecerá um retorno abaixo do esperado e, sendo
assim, não devemos aceitar o projeto.

Segundo Pilão e Hummel (2004), existem casos em que estarão envolvidos apenas os
custos ou despesas na análise do projeto e, portanto, o resultado do CAU a ser obtido será
sempre negativo. Uma vez que o investimento tenha que obrigatoriamente ser feito, não
existe outra opção, e a escolha entre as alternativas de ação deverá recair sobre aquela
que apresentar um CAU mais próximo de zero, ou seja, aquela que possuir a menor série
de custos possível.

111
Exemplo 5:

Suponha que uma empresa tenha uma taxa de expectativa (TMA) de 5% ao mês, e
suponha também que esteja pensando em abrir uma loja para vender seus produtos
diretamente aos consumidores. Para esse fim, levantou-se a hipótese de abrir uma loja no
centro da cidade. A tabela seguinte apresenta o levantamento das variáveis envolvidas.
Com base nesses dados, qual é o CAU? Vale a pena abrir esta loja?

Itens Centro da cidade


Investimentos iniciais R$230.000,00
Tempo de Utilização 5 anos
Receitas mensais R$35.000,00
Custos mensais R$24.000,00

Solução:

Como o CAU é uma série uniforme, precisamos, primeiramente, encontrar o Valor


presente das entradas e saídas. Para este exemplo, sabemos que VPL = - 21.777,82, pois
já resolvemos este exemplo nesta unidade.

Com o capital inicial (C) calculado, basta encontrar PMT.

1 − (1 + i )
C = -21.777,82 −n
C = PMT. a ni
a ni =
n = 5 anos = 60 meses -21.777,82 = PMT. 7,170137 i

1 − (1 + 0,05)
−60
i = 5% ao mês − 21.777,82 a ni =
PMT =
PMT = ?? 18,929290 0,05
PMT = - 1.150,48 a ni = 18,929290

Logo, CAU = -1.150,48

112
7.6 Síntese da Unidade
Nesta Unidade estudamos alguns métodos para análise e seleção de investimentos ou de
projetos de investimento. Estudamos o método do valor presente líquido, da taxa interna de
retorno e do custo anual uniforme.

7.7 Para saber mais

Fonte:<http://office.microsoft.com/pt
-br/clipart/download.aspx?>.
Acesso em 01 dez. 2009.

http://www.ricardoborges.com/matematica_financeira.htm: Site que apresenta conceitos


relacionados à matemática financeira: conceitos de taxa de juros simples e compostos,
capitalização e descapitalização, desconto bancário, desconto de duplicatas, taxa efetiva
e nominal, séries de pagamentos, sistemas de amortização, além de análise de
investimentos pelo valor presente líquido (VPL) e pela taxa interna de retorno (TIR).

http://www.somatematica.com.br/financeira.php: É um portal educativo com material


para o ensino fundamental e médio, provas de vestibular e história da matemática, além
de biografias de matemáticos, trabalhos de alunos, provas online, um grande acervo de
softwares matemáticos, artigos, jogos, curiosidades, histórias, fóruns de discussão e muito
mais.

7.8 Atividades
1. Estão sendo avaliadas quatro propostas de investimento cujas informações básicas são
apresentadas abaixo:
113
Proposta Investimento Fluxos esperados de caixa
na data Zero Ano 1 (R$) Ano 2 (R$) Ano 3 (R$) Ano 4 (R$)
A 390.000 210.000 180.000 120.000 100.000
B 580.000 90.000 130.000 470.000 710.000
C 260.000 40.000 40.000 200.000 200.000
D 850.000 520.000 410.000 390.000 390.000

Pede-se: Determinar o NPV de cada projeto admitindo uma taxa de desconto mínima
aceitável de 25% ao ano. Indique, com base nesse retorno exigido, as propostas
economicamente aceitáveis.
Resposta: NPVA = -4.400,00; NPVB = 106.656,00;
NPVC = -18.080,00; NPVD = 187.824,00
As propostas economicamente aceitáveis são: B e D

2. Uma empresa cuja Taxa de Expectativa é de 15% ao ano está pensando em adquirir
uma nova loja para vender seus produtos. Existem dois locais possíveis:

X Y
Investimento inicial R$350.000 R$450.000
Vida útil 30 anos 30 anos
Valor residual e de mercado R$100.000 R$350.000
Receitas anuais R$400.000 R$600.000
Custos anuais R$330.000 R$520.000

Pergunta-se:
Valor residual: é o montante
a) Qual é o NPV e o CAU de cada local? líquido que a entidade espera
obter por um ativo no fim de
b) Qual é a melhor alternativa sua vida útil.
c) O investimento deve ser aprovado?
Resposta: a) NPVX = 111.128,88 CAUX = 16.924,95
NPVY = 80.564,44 CAUY = 12.269,98
b) O melhor investimento é o X
c) Sim.

3. Uma empresa do ramo alimentício, querendo substituir seu sistema de seleção de


processamento de frutas, defronta-se com as seguintes opções:

X Y
114
Custo Inicial dos equipamentos R$450.000 R$350.000
Vida útil 20 anos 10 anos
Valor de revenda no final da vida útil R$50.000 R$40.000
Despesas anuais de conservação R$5.000 R$10.000

Considerando-se que a taxa de juros pretendida pela empresa é de 10% ao ano, qual o
valor do CAU para as duas alternativas?
Resposta: CAUX = -56.983,85 CAUY = - 64.451,07

115
Referências

ASSAF NETO, A. Matemática Financeira e suas Aplicações. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2003.

BAUER, U. R. Calculadora HP-12C: manuseio, cálculos financeiros e análise de


investimentos. São Paulo: Atlas, 1996.

CASTELO BRANCO, A. C. Matemática Financeira aplicada: método algébrico, HP-


12C, Microsoft Excel. 2. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.

FARIA, R. G. de. Matemática comercial e financeira: com exercícios e cálculos em


Excel e HP-12C. São Paulo: Ática, 2007.

FARO, C. de. Fundamentos da Matemática Financeira: Uma introdução ao Cálculo


Financeiro e à Análise de Investimento de Risco. São Paulo: Saraiva, 2006.

GIMENES, C. M. Matemática Financeira com HP 12C e Excel. São Paulo: Pearson


Prentice Hall, 2006.

GUERRA, F. Matemática Financeira através da HP-12C. 2. ed. Florianópolis:


Editora da UFSC, 2001.

IEMENIS, L. M.; LELLIS, M. Microdicionário de matemática. São Paulo: Scipione,


1998.

MATHIAS, W. F.; GOMES, J. M. Matemática Financeira: com mais de 600


exercícios resolvidos e propostos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

PILAO, N. E.; HUMMEL, P. Matemática Financeira e Engenharia Econômica. São


Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

SAMANEZ, C. P. Engenharia econômica São Paulo: Prentice Hall, 2009.

_____. Matemática Financeira: Aplicações à Análise de Investimentos. 4. ed. São


Paulo: Prentice Hall, 2007.

VIEIRA SOBRINHO, J. D. Matemática Financeira. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

116
ZENTGRAF, W. Matemática Financeira: Com emprego de funções e planilhas,
modelo Excel. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

117
Referências Complementares

CAMPOS, A. F. Matemática Financeira: com uso das calculadoras HP 12C, HP


19BII, HP 17BII E HP 10B. São Paulo: Atlas, 2000.

CASAROTTO FILHO, N.; KOPITTKE, B. H. Análise de Investimentos. 9. ed. São


Paulo: Atlas, 2000.

CRESPO, A. A. Matemática Comercial e Financeira. São Paulo: Saraiva, 1995.

FARIA, R. G. de. Matemática Comercial e Financeira. 5. ed. São Paulo: Pearson


Educacion do Brasil, 2000.

GUERRA, F. Matemática Financeira através da HP-12C. 2. ed. Florianópolis:


Editora da UFSC, 2001.

HAZZAN, S.; POMPEO, J. N. Matemática Financeira. 6. ed. São Paulo: Saraiva,


2007.

MILONE, G. Matemática Financeira. São Paulo: Thomson Learning, 2006.

PUCCINI, A. de L. Matemática Financeira: Objetiva e Aplicada. 6. ed. São Paulo:


Saraiva, 1999.

118

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