1) Indicação bibliográfica — mostrando a fonte da leitura.
2) Resumo — sintetizando o conteúdo da obra. Trabalho que se baseia no esquema (na introdução pode fazer uma pequena apresentação histórica ou ilustrativa). 3) Citações — apresentando as transcrições significativas da obra. 4) Comentários — expressando a compreensão crítica do texto, baseando-se ou não em outros autores e outras obras.
NORMAS ABNT
O texto dos trabalhos científicos ou acadêmicos devem ser impressos em papel
branco ou reciclado, formato A4 (21 cm x 29,7 cm), em cor preta. Fonte Arial ou Times New Roman. Tamanho da fonte 12; já as citações longas (mais de 3 linhas) tamanho 10. Espaçamento de todo o texto deve ser 1,5 entre linhas, com exceção das citações longas, que devem ser digitadas em espaço simples. Os parágrafos devem ser justificados com recuo da 1ª linha de 2 cm. Margens 3 cm superior e esquerda, 2 cm direita e inferior. Citações curtas, até 3 linhas, entre aspas duplas (“ ”) . Exemplo: Falcon e Rodrigues concluem que “a autoridade universal da Igreja era desafiada pela configuração de territórios que cada vez mais se envolviam com as trocas mercantis[...].” (p. 69). Citações longas, mais de 3 linhas, devem ser recuadas da margem esquerda a 4 cm, com fonte tamanho 10, não são contidas entre aspas, têm parágrafos independentes e espaço entre linhas simples. Exemplo: De acordo com Falcon e Rodrigues, O que o Renascimento moderno fez foi, partindo do que já existia, estabelecer um novo modo de leitura e de interpretação desses textos, procurando dar-lhes vida por meio de novas questões e novos temas, associando-os aos problemas do homem em seu cotidiano. (p. 70) ORGANIZAÇÃO DO FICHAMENTO
FALCON, Francisco; RODRIGUES, Antonio Edmilson. Os Novos Tempos: A Cultura
Moderna se faz presente na Europa Ocidental. In: A Formação do Mundo Moderno. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. p. 65-106. Nome do(a) aluno(a)
Escreva um texto sem divisões de capítulos abordando os seguintes pontos:
Registro das ideias principais do autor do texto. Entretanto, o registro é realizado com suas próprias palavras, mas garantindo a integridade da ideia do autor. Podemos dizer que é uma redução do texto original. Não cabem no resumo comentários ou julgamentos pessoais a respeito do que está sendo resumido. Muitas pessoas fazem o resumo de maneira errada porque reproduzem partes ou frases do texto original, elaborando-o à medida que leem. Para elaborar um bom resumo é necessário compreender antes todo o conteúdo do texto, não é possível resumir um texto à medida que se faz a primeira leitura. Assim sendo, quem resume apresenta: um discurso próprio, os pontos relevantes de um texto, expressa as ideias essenciais na progressão e no encadeamento em que aparecem, ou seja, ao fazer um resumo é importante não perder de vista três elementos: as partes essenciais do texto; a progressão em que elas se sucedem e a correlação entre cada uma dessas partes. Após o resumo, deve ser escrito no fichamento as citações seguidas de impressões/interpretações com as palavras do(a) aluno(a) abordando a importância da citação para o entendimento do texto. Escrevam 6 (seis) citações diferentes que abordem as partes mais relevantes do texto. Cada citação deverá conter de 3 a 6 linhas. Observe: cada citação deverá vir acompanhada de um parágrafo contendo a sua interpretação; portanto, 6(seis) citações e 6(seis) interpretações. Atenção: escreva parágrafos curtos(4-6 linhas). Enfim, terminado o segundo momento caberá ao aluno concluir o fichamento da seguinte forma: É a elaboração pessoal sobre a leitura, devendo conter o parecer e crítica do aluno. São os comentários. Em aspectos qualitativos, recomenda que se atenha à análise e detecção da hipótese do autor, objetivo, as ideias que fundamentam o texto. Deve o comentarista verificar se a organização do texto é clara, lógica, consistente, se há pontos fortes e fracos na argumentação do autor, se a terminologia é precisa. E ainda dizer se a conclusão é convincente e quem será beneficiado pela leitura do texto. Finalmente, deve fazer uma avaliação da obra. A seguir, na próxima página, um EXEMPLO de fichamento. SCHWARCZ, Lilia Moritz. O Espetáculo das Raças – cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. Leonardo Martins Barbosa A autora procura demonstrar como se deu, após a abolição, a construção das teorias raciais europeias no contexto histórico brasileiro, que era, e continua sendo, bastante singular. Como uma sociedade com grande população negra passa a se enxergar frente às ideias europeias? O fortalecimento das cidades letradas e a ânsia de um projeto nacional foram fundamentais neste período histórico para que estas ideias ganhassem todo um novo sentido, e desta maneira se adequassem à realidade nacional. Apresentação do cenário do final do século XIX. Interlocução com diversos intelectuais da época, como Sílvio Romero e João Batista Lacerda que falavam sobre a mestiçagem brasileira e o “branqueamento” como solução para o problema. “...cruzamento de raças era entendido, com efeito, como uma questão central para a compreensão dos destinos dessa nação.” (p. 14) A autora tem por objetivo, portanto, “Entender a relevância e as variações na utilização desse tipo de teoria no Brasil no período de 1870-1930” (p. 14) Estas ideias chegaram tardiamente ao Brasil, ganhando mais força após a desmontagem da escravidão. Chegou em um contexto onde os centros de ensino brasileiros – cidadelas letradas – se fortaleciam, e de grande influência dos pensamentos 1) positivista, evolucionista 2) determinista O final do século começa a criar um movimento de originalidade no pensamento cientificista brasileiro em relação às teorias raciais. A cópia direta de teorias europeias, a inautenticidade da produção acadêmica brasileira, passa a ser criticada. A autora tem como objetivo nesta obra, portanto, “enfatizar o movimento singular, criador, enfatizando os usos que essas ideias tiveram em território nacional.” (p.18) As ideias foram aplicadas em um contexto de fim da escravidão e a construção de um novo modelo político. Existia uma forte contradição entre uma visão de cunho determinista, pessimista, que considerava a sociedade brasileira eternamente fadada ao ‘atraso’ graças a presença de ‘raças inferiores’, e uma visão positivista, progressista, que tentava enxergar alguma maneira de se fazer a sociedade brasileira progredir, evoluir. A autora defende que neste paradoxo aplicado à realidade brasileira, surgiu a autenticidade do pensamento em nossas instituições de ensino. (…) com a chegada da corte portuguesa ao Brasil, inicia-se propriamente uma história institucional local. Data dessa época a instalação dos primeiros estabelecimentos de caráter cultural – como a Imprensa Régia, a Biblioteca, o Real Horto e o Museu Real, instituições que transformavam a colônia não apenas na sede provisória da monarquia portuguesa, como em um centro produtor e reprodutor de sua cultura e memória. (p. 23-24) Ou seja, “A vinda da família real” esclarece-nos que as redes de instituições, suas estruturas e funcionamentos, tais como conhecemos hoje é formação recente, e que, a transferência da família real para o Brasil foi o ponto de partida para criação de tais instituições, com o objetivo muito claro de reproduzir a vida em Portugal (metrópole). A autora nesta obra vai contra uma corrente de pensamento que desconsidera traços originais da produção acadêmica brasileira. Ela dialoga com Richard Morse (1988) que afirma não ter sido em vão a tentativa de construção de identidades históricas dos latino americanos. Apesar deste movimento de autenticidade, apontado pela autora, que gira em torno da questão racial, ter começado a ganhar força somente no final da delimitação cronológica de nossa pesquisa, considero de extrema importância a maneira como ela trabalha este processo de criação, apontando várias características e questões fundamentais para a compreensão da mentalidade destas ‘cidadelas letradas’ do século XIX. Portanto (à guisa de conclusão), o que fica claro é que o Brasil não deixa de ser o país paradisíaco que foi no início da colonização, se antes o era por sua abundância florestal, agora o é por sua composição social. Enfim, um país onde a miscigenação se tornou polêmica mesmo entre as camadas mais altas da sociedade (a elite intelectual), pois, estavam dispostos a saber mais sobre si mesmos, entender um pouco mais desse caldeirão de culturas e raças, e quem sabe descobrir a identidade brasileira, a singularidade nacional. Era necessário criar uma história do Brasil de modo a incluí-lo no grande círculo das nações desenvolvidas, e para tal era preciso que encontrássemos nossa identidade. Houve embate entre teorias deterministas e evolucionistas, quais dessas poderiam auxiliar os cientistas em sua busca da brasilidade, tema que até hoje nos ronda e pululam em nossas cabeças.