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Essa cena, que resume uma hora e meia de trabalho, é representativa do empenho
usualmente empregado por Severino para cumprir as tarefas que lhe eram propostas.
No entanto, algumas questões surgem, e ficam ainda sem resposta após essa
observação. Por que ele apagava tanto? Por que usava os procedimentos descritos?
Por que não parecia ficar satisfeito com o resultado, ainda quando este não parecia
ruim à pesquisadora?
Severino estava no início do seu processo de alfabetização e para ele a cópia deveria
ser precisa. Se a professora recomendou a toda a sala para que fizessem igual ao que
estava na lousa, era assim que deveria ser feito.
Comentam as autoras:
Severino, que não conseguia ainda diferenciar em que momentos era fundamental
fazer igual e em quais era possível fazer adaptações, apenas buscava cumprir o que lhe
era frequentemente solicitado. Imerso em tais preocupações, o aluno deixava de
voltar sua atenção para os conteúdos realmente fundamentais desta etapa da
escolarização. Enquanto ele se empenhava em fazer a data caber em uma linha, estava
à margem de atividades relativas à aprendizagem de leitura e escrita que transcorriam
na sala.
As autoras afirmam:
Sempre que nos dedicamos à leitura de um texto, entramos em contato com o autor,
invisível para nós, mas que se faz presente por suas palavras. Esse contato tem um
objetivo preciso: o autor quer nos dizer algo e nós, leitores, queremos aprender.
É por isso que toda leitura deve nos colocar um objetivo, um propósito que nos oriente
e nos conduza a continuar a leitura, até o final.
Já se sabe que não basta acompanhar notas, é preciso também observar outras formas
pelas quais os alunos demonstram seu desempenho escolar:
Produções nas diferentes
linguagens.
Cadernos. Procedimentos de estudo.
Procedimentos de tomar notas.
Procedimentos de tomar ler
E há, ainda, os aspectos educacionais que extrapolam o conteúdo específico das áreas
de conhecimento, dos conteúdos que o professor planejou ensinar, como: os silêncios
prolongados, as ausências, as faltas, as formas de se relacionar com os colegas de
classe e demais professores, o modo como tem se alimentado na escola, o humor,
entre outros indícios.
O professor também precisa contar com o apoio institucional. A escola pode garantir
profissionais de apoio pedagógico responsáveis pela articulação, integração e
supervisão da prática pedagógica:
Supervisores. Coordenadores pedagógicos. Técnicos da área de ensino