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Direito Previdenciário

Aula 03
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

Assuntos tratados:
1º Horário.
 Regime Geral de Previdência Social / Dependentes / Artigo 16, inciso I, Lei
8.213/91.

2º Horário.
 Artigo 16, inciso II, Lei 8.213/91 / Artigo 16, inciso III, Lei 8.213/91 /
Pluralidade de dependentes / Benefícios / Carência / Cálculo dos benefícios.

3º Horário.
 Cálculo dos benefícios (continuação).

1º Horário

1. Regime Geral de Previdência Social


1.1. Dependentes
Caracterizam-se como beneficiários indiretos, porquanto detêm uma relação
direta com os segurados. Preveem-se no artigo 16 da Lei 8.213/91, no qual, em cada
um dos incisos, estabelece-se uma categoria. Até 1995, existia uma quarta categoria
de dependentes, os quais assim o eram por eleição do segurado. À época, era-lhe
facultado designar um dependente, como, por exemplo, uma tia a quem sustentasse
economicamente, a qual, ordinariamente, não seria contemplada pela legislação.
De ressaltar que a designação não gera direito adquirido. Antes, mera
expectativa de direito. Por conseguinte, designação anterior a 1995 com óbito
posterior ao diploma não enseja a concessão do beneplácito de pensão por morte.
Laborar-se-ão com as seguintes categorias de dependentes: (i)
cônjuge/companheiro/filho/tutelado/enteado/menor sob guarda1; (ii) pais; e (iii)
irmão.

1
Quanto a esses três últimos, não há previsão expressa no inciso I do artigo 16, motivo por que sua
dependência é presumida. Com relação aos demais, uma vez que gozam de previsão legal palpável,
detêm presunção absoluta de dependência econômica (posicionamento majoritário da jurisprudência).
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1.1.1. Artigo 16, inciso I, Lei 8.213/91
Lei 8.213/91, Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na
condição de dependentes do segurado:
I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de
qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz,
assim declarado judicialmente;

a. Cônjuge
Cônjuge é a pessoa legalmente casada. Hodiernamente, Inexiste discriminação
detrimentosa no tocante à percepção da pensão por morte pelo supérstite varão,
situação que, no passado, era diferente, porquanto somente a mulher detinha o
direito ao beneplácito.
A situação jurídica do ex-cônjuge (divorciado, separado judicialmente ou
separado de fato) é solucionada pelo artigo 76, §2º, da Lei de Benefícios. Estará em
igualdade de condições com os demais dependentes da primeira categoria, dês que
comprove a percepção de alimentos.
Lei 8.213/91, Art. 76, § 2º O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou
de fato que recebia pensão de alimentos concorrerá em igualdade de condições com
os dependentes referidos no inciso I do art. 16 desta Lei.
Reputou por bem a jurisprudência flexibilizar a regra contida no preceptivo em
comento. Isso porque existem ex-cônjuges detentores do direito de perceber a
prestação alimentícia por parte do ex-cônjuge por vários motivos (medo,
desconhecimento, etc.). Nessa senda, o Superior Tribunal de Justiça sumulou
entendimento segundo o qual a necessidade econômica, ainda que a pessoa não
esteja recebendo pensão alimentícia, ensejará a concessão da pensão por morte.
Verbete nº 336 – Súmula do STJ
A mulher [ou homem] que renunciou aos alimentos na separação judicial
[divórcio, separação de fato] tem direito à pensão previdenciária por morte do
ex‑marido, comprovada a necessidade econômica superveniente.

A redação desse verbete é sensivelmente ruim. O primeiro ponto equivocado é


a referência, apenas, à mulher, eis que aos homens tal direito é estendido.
Secundariamente, tem-se que tanto a separação judicial, quanto a de fato e o divórcio,
para fins previdenciários, estarão no mesmo patamar, pois em todos os casos cessou o
dever de colaboração mútua entre os cônjuges e passou a existir o dever de prestação
de alimentos na hipótese de haver necessidade.

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Note-se que a divergência havida no direito de família, segundo a qual se
discute sobre se existe renúncia a alimentos entre cônjuges, no âmbito previdenciário,
é irrelevante. A ‘superveniência’ a que alude o enunciado não é o momento da morte,
mas, sim, a separação. Nesse contexto, se surgida a necessidade econômica até a
morte, materializar-se-á o direito à pensão por morte; caso se dê após a morte,
inocorrerá o direito.

b. Companheiro
Coetaneamente, a relação de companheirismo, no direito previdenciário, situa-
se em idêntico patamar ao da união estável no direito de família. Tradicionalmente,
aquele ramo sempre deteve pensamento mais liberal que este último. Nada obstante,
de tempos para cá, de um lado houve considerável avanço em razão do
reconhecimento da união homoafetiva pelo STF; de outro, o direito previdenciário
retrocedeu em sua análise sobre as relações concubinárias, típica de um anacrônico
direito de família.
Na doutrina previdenciária, majoritariamente, encontrar-se-ão autores
protetores do concubinato, o que também era defendido na jurisprudência. Contudo,
tal situação modificou-se no seio jurisprudencial a partir de um julgamento do
Supremo Tribunal Federal.
Assim, a teor do que preconizou a Suprema Corte, a união concubinária não
merecia amparo previdenciário, haja vista contrariar uma cláusula especial de
proteção do casamento.
Nota: a comprovação da união estável pode ser realizada mediante prova
exclusivamente testemunhal.
Enunciado nº 63 – Súmula da TNU
A comprovação de união estável para efeito de concessão de pensão por morte
prescinde de início de prova material.

c. Filho
Aqui, trata-se dos filhos até 21 anos , inválidos e com deficiência.
Enunciado nº 37 – Súmula da TNU
A pensão por morte, devida ao filho até os 21 anos de idade, não se prorroga pela
pendência do curso universitário.

Sustenta o INSS, no bojo administrativo, que a invalidez deve surgir antes de o


dependente completar 21 anos. Assim, se a invalidez for posterior a esse marco
cronológico, não fará esse filho jus À pensão por morte. Todavia, a jurisprudência
corrige essa orientação administrativa. Há, inclusive, ação civil pública ajuizada com
medida liminar concedida obrigando o INSS a conceder a pensão caso o filho, à época
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da morte, seja invalido. Esse é o entendimento jurisprudencial, cujo fundamento é a
ausência de previsão legal determinando a invalidez pretérita ao aniversário de 21
anos.
Única hipótese denegatória é a superveniência de invalidez após a morte.
Excepcionalmente, se a invalidez ocorrer após a morte do segurado, situação na qual
estará a auferir a pensão, mas antes de o filho completar 21 anos, haverá continuidade
na percepção do benefício.
No tocante ao filho com deficiência, até o presente momento, não houve
regulamentação administrativa por parte da autarquia previdenciária.
Apenas as deficiências mental ou intelectual ensejam a concessão do benefício.
Excluídas restam, portanto, as deficiências físicas e sensorial. Necessário tal deficiência
provocar incapacidade civil, quer absoluta, quer relativa, a qual deverá ser declarada
judicialmente; provavelmente2, por meio de interdição.

2º Horário

d. Enteado e menor tutelado


Lei 8.213/91, Art. 16, § 2º .O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho
mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência
econômica na forma estabelecida no Regulamento.

Inobstante alçados à primeira categoria de dependentes, somente terão direito


à pensão por morte se comprovarem a dependência econômica.
A discussão sobre o tema habita na situação do menor sob guarda. Inicia-se o
debate acerca de sua proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente.
ECA, Art. 33, § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de
dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.

A redação original do artigo 16, §2º, da Lei 8.213, alocava o menor sob guarda
ao lado do enteado e do tutelado. Posteriormente, a Lei 9.528/97 excluiu-o do rol de
dependentes. Administrativa, não se concede o benefício a tais indivíduos.
Coetaneamente, a jurisprudência oscila. De um lado, posiciona-se o Superior
Tribunal de Justiça, o qual assevera que, por não lhe ser permitido fazer controle de
constitucionalidade, aplica inveteradamente a legislação; o menor sob guarda,
portanto, não é dependente. Do outro, a TNU tem decisões no sentido de que o menor
sob guarda deve ser mantido no rol de dependentes em razão do princípio da vedação

2
Diz-se ‘provavelmente’ porque o legislador não deixou tal orientação prevista expressamente.
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do retrocesso, porquanto não se pode retroceder na proteção integral já alcançada em
favor desse indivíduo.
Nota: ainda não há decisão do STF acerca do assunto. Espera-se por uma
posição da Corte para o ano 2014, eis que a OAB ajuizou ação direta requerendo a
declaração de inconstitucionalidade da Lei 9.528/97.

1.1.2. Artigo 16, inciso II, Lei 8.213/91


Lei 8.213/91, Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na
condição de dependentes do segurado:
II - os pais;

A dependência econômica, aqui, não precisa ser integral. Aclare-se. Afigura-se


viável a existência de renda pelos pais, dês que complementada pelo filho.
Observe-se que a lei consigna “pais”. Não há maiores discussões, salvo alguns
posicionamentos doutrinários assentando a possibilidade de auferimento do benefício
pelos avós, entendimento esse que, para fins de prova, não deve ser levado em
consideração.

1.1.3. Artigo 16, inciso III, Lei 8.213/91


Lei 8.213/91, Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na
condição de dependentes do segurado:
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um)
anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne
absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente.

Como perceptível, a situação do irmão encontra-se no mesmo patamar da do


filho, diferenciando-se pela necessidade de comprovação de dependência econômica
do segurado.

1.1.4. Pluralidade de dependentes


Imperiosa a observância de duas regras: (i) a existência de dependente de uma
classe exclui o direito do dependente de outra; (ii) havendo mais de um dependente
da mesma categoria, fracionar-se-á em partes iguais o beneplácito.
Lei 8.213/91, Art. 16, § 1º A existência de dependente de qualquer das classes
deste artigo exclui do direito às prestações os das classes seguintes.

Lei 8.213/91, Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será
rateada entre todos em parte iguais.

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 Imagine-se segurado que pague 10% de pensão alimentícia à ex-mulher.


Atualmente, é casado e tem um enteado, ainda, possui mais dois filhos com outras
mulheres diferentes. Depois de um acidente de carro, seu pai e seus irmãos falecem.
Sua mãe passa a morar e ser sustentada por ele. Um dos irmãos, que se tornou inválido
pelo acidente, vem a residir com ele, também sendo sustentado, tal como um dos
sobrinhos, agora órfão, que se torna seu tutelado. Não bastasse isso, constitui mais
uma relação concubinária com uma mulher e outra com um homem.
R. De plano, excluem-se ambas as relação concubinárias, eis que não
contempladas pela jurisprudência. O irmão é dependente de terceira categoria; a mãe,
de segunda. De primeira categoria, são os dois filhos, o enteado, a ex-mulher, o
cônjuge e o menor tutelado (sobrinho), os quais, portanto, terão direito à benesse, na
proporção de 1/6. Avive-se a possibilidade de o quinhão correspondente a cada
beneficiário ser inferior ao salário-mínimo, haja vista que o piso constitucional aplica-
se, tão-só, ao valor do próprio benefício. Quando extinto o direito do último
beneficiário da pensão por morte, quer por seu falecimento, quer por ter atingido 21
anos, o beneplácito cessa; não se transfere aos dependentes de 2ª categoria.

1.2. Benefícios
Insere-se no campo do estudo das prestações do Regime Geral de Previdência
Social, as quais compreendem: (i) serviços, que se cindem em (re) habilitação
profissional e serviço social; e (ii) benefícios, que consistem em aposentadorias (idade,
tempo de contribuição e especiais) auxílio-doença, auxílio-acidente, salário-família,
salário-maternidade, pensão por morte e auxílio-reclusão.
Os serviços abarcam tanto segurados, quanto dependentes. Em contrapartida,
somente os benefícios de pensão por morte e auxílio-reclusão são devidos aos
dependentes, sendo os demais concedidos aos segurados.
Apenas o auxílio-acidente e o salário-família visam à complementação da renda
do segurado, motivo por que se chamam indenizatórios e podem situar-se abaixo do
salário-mínimo. Os demais beneplácitos, cujo escopo é substituir a renda e, por isso,
nominam-se de remuneratórios, por força de comando constitucional, estão
submetidos ao piso do salário-mínimo.

1.2.1. Carência
Lei 8.213/91, Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições
mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas
a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.
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Por consubstanciar-se em número mínimo de contribuições, carência é um
conceito bastante distinto de tempo de contribuição.
Exemplo: João começa a trabalhar em 30.01.2014 e encerra suas atividades
laborais em 01.03.2014. Possui exatos 30 dias de contribuições, ou seja, 1 mês.
Entretanto, detém três meses de carência, eis que, ainda que se trabalhe em um único
dia do mês, este se caracterizará como uma contribuição para efeitos de carência.

a. Cômputo da carência
Lei 8.213/91, Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão consideradas as
contribuições:
I - referentes ao período a partir da data da filiação [início das atividades
laborativas] ao Regime Geral de Previdência Social, no caso dos segurados
empregados e trabalhadores avulsos referidos nos incisos I e VI do art. 11;

Para o empregado e para o trabalhador avulso, eis que segurados obrigatórios,


há uma presunção de recolhimento das contribuições. Isso porque não detêm
capacidade tributária.
II - realizadas a contar da data do efetivo pagamento da primeira contribuição
sem atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com
atraso referentes a competências anteriores, no caso dos segurados empregado
doméstico, contribuinte individual, especial e facultativo, referidos,
respectivamente, nos incisos II, V e VII do art. 11 e no art. 13.

Inicia-se a contagem da carência a partir do primeiro pagamento sem atraso.


No tocante aos contribuintes individuais prestadores de serviços a empresas, em
conformidade com o artigo 4º da Lei 10.666/2003, as contribuições devem ser retidas
na fonte; trata-se de hipótese de substituição tributária.
Lei 10.666/2003, Art. 4º Fica a empresa obrigada a arrecadar a contribuição do
segurado contribuinte individual a seu serviço, descontando-a da respectiva
remuneração, e a recolher o valor arrecadado juntamente com a contribuição a
seu cargo até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da competência, ou até o dia útil
imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia.

Decreto 3.048/99, Art. 26, §4º Para efeito de carência, considera-se presumido o
recolhimento das contribuições do segurado empregado, do trabalhador avulso e,
relativamente ao contribuinte individual, a partir da competência abril de 2003, as
contribuições dele descontadas pela empresa na forma do art. 216.

Observação1: há precedentes dos TRFs que, em razão do princípio da isonomia,


alocam os empregados domésticos junto aos segurados descritos no artigo 27, inciso I,
Lei 8.213/91. Cuida-se de interpretação ampla do vocábulo “empregado” para conferir

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aos empregados domésticos a presunção de recolhimento de contribuições e, assim,
melhorar sua situação jurídica, haja vista ser a classe que, talvez, mais sofra com a
informalidade.
Observação2: em provas, de regra, deve-se dizer que os empregados
domésticos situam-se ao lado dos demais segurados do artigo 27, inciso II, da Lei de
Benefícios.

1.2.2. Cálculo dos benefícios


Resolve-se a partir de uma operação de três etapas na qual se identifica o
salário de contribuição, calcula-se o salário de benefício e a renda mensal inicial.
Antigamente, o cálculo dos benefícios considerava, apenas, os últimos 36
meses, as últimas 36 contribuições vertidas pelo segurado para se chegar ao salário de
benefício. Isso perdurou até a Lei 9.728/99.
Em sede constitucional, a orientação, anteriormente contida no artigo 202 e
agora havida no artigo 201, §3º, determina a consideração de todos os salários de
contribuição, devidamente corrigidos monetariamente.
CRFB, Art. 201, § 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo
de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei.

ANTES DA LEI 8.213/91 LAPSO TEMPORAL ENTRE A LEI 8.213/91


CRFB/1988 E A LEI 8.213/91

Corrigiam-se ??? Correção monetária dos


monetariamente apenas os últimos 36 meses (salários de
Como realizar a correção?
24 salários de contribuição contribuição)
mais antigos, deixando de (período conhecido como
lado os últimos 12. “buraco negro”)

Para solucionar a celeuma da falha cronológica, o legislador estatuiu no artigo


144 (já revogado) a obrigatoriedade de revisão dos benefícios concedidos até o
advento da Lei 8.213/91. Nada obstante, tal revisão tinha efeitos proativos, ou seja,
vedou-se o reconhecimento das diferenças financeiras correspondentes ao período
anterior. O dinheiro dos segurados, que lhes era devido por direito, perdeu-se no que
ficou conhecido como “buraco negro”.
Instado a manifestar-se, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o artigo 202
(atualmente, 201, §3º, CRFB) não era autoaplicável. Dessa sorte, apenas com a Lei
8.213/91, é que o preceptivo constitucional, de fato, materializou-se.
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Lei 8.213, Art. 144. Até 1º de junho de 1992, todos os benefícios de prestação
continuada concedidos pela Previdência Social, entre 5 de outubro de 1988 e 5 de
abril de 1991, devem ter sua renda mensal inicial recalculada e reajustada, de
acordo com as regras estabelecidas nesta Lei. (Revogado pela Medida Provisória
nº 2.187-13, de 2001)
Parágrafo único. A renda mensal recalculada de acordo com o disposto no caput
deste artigo, substituirá para todos os efeitos a que prevalecia até então, não
sendo devido, entretanto, o pagamento de quaisquer diferenças decorrentes da
aplicação deste artigo referentes às competências de outubro de 1988 a maio de
1992. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001)

3º Horário

a. Salário de contribuição
Lei 8.212/91, Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração efetivamente recebida
ou creditada a qualquer título, durante o mês em uma ou mais empresas, inclusive
os ganhos habituais sob a forma de utilidades, ressalvado o disposto no § 8° e
respeitados os limites dos §§ 3°, 4° e 5° deste artigo;
II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de
Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em
regulamento para a comprovação do vínculo empregatício e do valor da
remuneração;
III - para o trabalhador autônomo e equiparado, empresário e facultativo: o
salário-base, observado o disposto no art. 29.

Desvela-se na base de cálculo da contribuição do segurado. Sua contribuição é


apurada com base em sua remuneração (retribuição ao trabalho).
O salário de contribuição mínimo é o piso salarial da categoria; se não houver,
será o salário mínimo. O teto, para o ano de 2014, será R$ 4.390,24. Ainda que o
indivíduo tenha uma remuneração superior ao teto, a contribuição por ele vertida terá
como base de cálculo o teto do RGPS.

b. Salário de benefício
Consistirá na base de cálculo do benefício. Trata-se da média dos 80% maiores
salários de contribuição corrigidos monetariamente, a partir de julho/1994 (instituição
do Real como moeda de curso legal).

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Além desse percurso, no cálculo das aposentadorias por idade e por tempo de
contribuição, incidirá o fator previdenciário, que se caracteriza como um instrumento
de desestímulo de aposentadorias precoces.
CRFB, Art. 201, § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência
social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se
mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher,
reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e
para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes
incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

O artigo 201, §7º, da Constituição da República, cuja redação foi dada pela EC
nº 20/98, estatuiu requisitos para as aposentadorias por tempo de contribuição e por
idade. Intencionou o Governo consignar requisitos cumulativos. Contudo, por um erro
de um parlamentar da bancada governista, que se confundiu com o sistema de
votação eletrônica, operou-se uma derrota por um único voto. Assim, inobstante as
vitórias no regime de servidores e nas regras de transição, não logrou o Governo a
proibição da aposentadoria precoce. Realizando uma manobra, no ano seguinte, criou-
se a Lei 9.876/99 e estabeleceu-se o fator previdenciário, o qual se fez como
instrumento de desestímulo da aposentadoria prematura.
Observação: houve quem argumentasse sobre a inconstitucionalidade do fator
previdenciário, porquanto este, numa via transversa, estaria a descortinar-se como
uma exigência cumulativa de idade e tempo de contribuição no RGPS. A
jurisprudência, contudo, não acatou a tese.

b.1. Fator previdenciário


Contempla três variáveis: idade, tempo de contribuição e expectativa de
sobrevida (noutros termos, por quanto tempo receberá a aposentadoria).
A expectativa de sobrevida é aferida com base em dados estatísticos,
precisamente, a tábua de mortalidade fornecida, anualmente, pelo IBGE.
Na aposentadoria por idade, ao contrário do que ocorre na aposentadoria por
contribuição, a aplicação do fator previdenciário é facultativa; destinar-se-á, apenas,
aos casos em que possa resultar numa majoração.

APLICAÇÃO DO FATOR PREVIDENCIÁRIO

Aposentadoria por tempo de contribuição Obrigatória

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Aposentadoria por Idade Facultativa (somente se resultar em


majoração do benefício)

Demais benefícios Não há

 Algumas remissões
Lei 8.213, Art. 29. O salário-de-benefício consiste: (Redação dada pela Lei nº
9.876, de 26.11.99)
c/c
Lei 9.876/99, Art. 3º Para o segurado filiado à Previdência Social até o dia anterior
à data de publicação desta Lei, que vier a cumprir as condições exigidas para a
concessão dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, no cálculo do
salário-de-benefício será considerada a média aritmética simples dos maiores
salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, oitenta por cento de todo
o período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994, observado o
disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei no 8.213, de 1991, com a
redação dada por esta Lei.

Lei 8.213, Art. 29. [...]


I - para os benefícios de que tratam as alíneas b e c do inciso I do art. 18, na média
aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta
por cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário;
(Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
c/c
Lei 9.876/99, Art. 7o É garantido ao segurado com direito a aposentadoria por
idade a opção pela não aplicação do fator previdenciário a que se refere o art. 29
da Lei no 8.213, de 1991, com a redação dada por esta Lei.

Lei 8.213, Art. 29. [...]


II - para os benefícios de que tratam as alíneas a, d, e e h do inciso I do art. 18, na
média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a
oitenta por cento de todo o período contributivo.
c/c
Lei 8.212/91, Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração efetivamente recebida
ou creditada a qualquer título, durante o mês em uma ou mais empresas, inclusive
os ganhos habituais sob a forma de utilidades, ressalvado o disposto no § 8° e
respeitados os limites dos §§ 3°, 4° e 5° deste artigo;
II - para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de
Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em
regulamento para a comprovação do vínculo empregatício e do valor da
remuneração;
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Direito Previdenciário
Aula 03
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
III - para o trabalhador autônomo e equiparado, empresário e facultativo: o
salário-base, observado o disposto no art. 29.
c/c
CRFB, Art. 201, § 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo
de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei.

c. Renda Mensal Inicial


É obtida a partir da aplicação do coeficiente de cálculo (alíquota) sobre a base
de cálculo (salário de benefício).
Aqui, de igual modo, há incidência das regras do respeito ao piso constitucional
do salário-mínimo para os benefícios remuneratórios, o que não se aplica, conforme já
visto, aos benefícios indenizatórios.
Interessante é a discussão sobre se o teto estipulado para os benefícios é um
limitador posterior ou se é integrante do cálculo. Instado a manifestar-se, o STF,
quando da análise das ECs nº 19/98 e 41/2003, decidiu que o teto é um limitador
posterior, de maneira que, se ele for aumentado, será aproveitado aos benefícios para
os quais funcionem como barreira de contenção.

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