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Direito Previdenciário

Aula 05
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.

Sumário
1. Aposentadorias voluntárias .......................................................................... 1
1.1. Aposentadoria por idade ........................................................................... 1
1.2. Aposentadoria por tempo de contribuição............................................... 12

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1. Aposentadorias voluntárias
1.1. Aposentadoria por idade
Fundamento de validade constitucional no artigo 201, §7º, inciso II, da CRFB. Cada
um dos incisos desse disposto carreia um requisito, a saber, tempo de contribuição (inciso I)
e idade (inciso II). Possuem tais requisitos, no âmbito do Regime Geral de Previdência Social,
natureza de alternatividade; não, cumulatividade.
CRFB, Art. 201, § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social,
nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:
I – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se
mulher;
II – sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher,
reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para
os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o
produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

Ressalte-se a tentativa do governo de estabelecê-los cumulativamente, o que


somente não foi possível por uma derrota no Congresso Nacional. Em contrapartida,
imiscuiu no ordenamento pátrio o fator previdenciário, consoante dantes visto.
Na Lei 8.213/91, é tratada a aposentadoria por idade a partir do artigo 48:
Lei 8.213/91, Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida
a carência exigida nesta Lei, completar sessenta e cinco anos de idade, se homem, e 60
(sessenta), se mulher.

1º. Necessidades sociais


Consiste na idade avançada, a saber: 65 anos de idade para o homem; 60, para a
mulher. Há quem possa aposentar-se com uma redução de 5 anos. Ao contrário do que
normalmente se pensa, não é o professor. Essa redução de 5 anos se dará aos trabalhadores
rurais e aos demais que trabalhem em regime de economia familiar.
Observação: no RGPS, não existe redução de idade para a aposentadoria por idade
do professor. Somente na aposentadoria por tempo de contribuição, terá ele direito a essa
redução.
Lei 8.213/91, Art. 48, § 1º Os limites fixados no caput são reduzidos para sessenta e
cinquenta e cinco anos no caso de trabalhadores rurais, respectivamente homens e
mulheres, referidos na alínea a do inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do
art. 11.

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Lei 8.213/91, Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes
pessoas físicas:
I - como empregado:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não
eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor
empregado;
[...]
V - como contribuinte individual
g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais
empresas, sem relação de emprego;
VI - como trabalhador avulso: quem presta, a diversas empresas, sem vínculo
empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento;
VII – como segurado especial: a pessoa física residente no imóvel rural ou em
aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de
economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de:
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro
outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais;
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso
XII do caput do art. 2º da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o
principal meio de vida;
b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou
principal meio de vida; e
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a
este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que,
comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo

Lei 8.213/91, Art. 11, § 1º Entende-se como regime de economia familiar a atividade em
que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao
desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua
dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes.

2º. Exigências pessoais


Erige-se com o status de regra geral a todos os benefícios a qualidade de segurado.
Entretanto, existe a possiblidade daquele que perdeu a qualidade de segurado receber
aposentadoria por idade. Isso se dará caso esse indivíduo tiver número de contribuições
igual ao de carência quando da data de requerimento do benefício
Exemplo: sujeito contribuiu por 180 meses, dos seus 20 até os 35 anos. Quando
completar 65 anos de idade, poderá pleitear a aposentadoria por idade, ainda que tenha

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perdido a qualidade de segurado. Eis a exceção, inserta no artigo 3º, §1º, da Lei
10.666/2003.
Lei 10.666/2003, Art. 3º, § 1º Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da
qualidade de segurado não será considerada para a concessão desse benefício, desde
que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao
exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício.

Observação: dessume-se, pois, a desnecessidade do preenchimento simultâneo de


carência e idade, as quais podem ser atingidas em momentos distintos.
A exceção acima mencionada reverbera noutros benefícios, como, por exemplo, a
pensão por morte, haja vista que, preenchidos os requisitos à época do óbito do segurado,
seus dependentes farão jus ao benefício.

3º. Carência
No passado, era de 60 contribuições. Após a edição da Lei 8.213/91, alcançou o
patamar de 180 de contribuições.
Lei 8.213/91, Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de
Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no
art. 26:
I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais;
II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço, aposentadoria
especial e abono de permanência em serviço: 180 (cento e oitenta) contribuições
mensais.
II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria
especial: 180 contribuições mensais.

Devido a essa mudança, muitos segurados que estavam prestes a aposentar-se com
60 contribuições foram surpreendidos pela modificação para 180. Em razão da necessidade
proteção à confiança, o Legislador estatuiu uma tabela de transição no artigo 142 da Lei de
Benefícios.
Lei 8.213/91, Art. 142. Para o segurado inscrito na Previdência Social Urbana até 24 de
julho de 1991, bem como para o trabalhador e o empregador rural cobertos pela
Previdência Social Rural, a carência das aposentadorias por idade, por tempo de serviço
e especial obedecerá à seguinte tabela, levando‑se em conta o ano em que o segurado
implementou todas as condições necessárias à obtenção do benefício:

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ANO DE IMPLEMENTAÇÃO DAS CONDIÇÕES MESES DE CONTRIBUIÇÃO EXIGIDOS

1991 60 meses

1992 60 meses

1993 66 meses

1994 72 meses

1995 78 meses

1996 90 meses

1997 96 meses

1998 102 meses

1999 108 meses

2000 114 meses

2001 120 meses

2002 126 meses

2003 132 meses

2004 138 meses

2005 144 meses

2006 150 meses

2007 156 meses

2008 162 meses

2009 168 meses

2010 174 meses

2011 180 meses

Naturalmente, incidirá essa tabela apenas nos casos de segurados cuja filiação deu-se
em data pretérita ao advento da Lei 8.213/91.

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Segundo a jurisprudência, o ano a que alude a tabela é o aquele em que o segurado


completa o requisito da aposentadoria por idade, qual seja, a idade mínima para se
aposentar.
Exemplo: completados 60 anos de idade para a segurada mulher em 2000, ser-lhe-á
exigido possuir 114 contribuições. Todavia, ela detinha, à época, apenas 100 contribuições.
Logo, consoante o entendimento da jurisprudência, terá ela de verter mais 14 contribuições,
quando, então, preencherá a carência e poderá pleitear o benefício.
Distintamente, o INSS interpretava como “ano de implementação das condições” o
ano em que o segurado completa a própria carência. Por esse raciocínio, o sujeito jamais
preencheria os requisitos necessários à concessão do benefício.
A jurisprudência sumulada da TNU corrigiu essa distorção:
Verbete nº 44 da Súmula da TNU dos JEFs
Para efeito de aposentadoria urbana por idade, a tabela progressiva de carência prevista
no art. 142 da Lei nº 8.213/91 deve ser aplicada em função do ano em que o segurado
completa a idade mínima para concessão do benefício, ainda que o período de carência
só seja preenchido posteriormente1.

4º. Valor
A aposentadoria por idade é proporcional ao tempo de contribuição. Existe uma
parcela básica correspondente a 70% do salário de benefício mais 1% por grupo de 12
contribuições mensais2, limitada ao teto de 100%, ainda que matematicamente fosse
possível valor maior que esse.
Exemplo: se a pessoa tem 20 anos de contribuições vertidas ao RGPS, receberá 90%
do salário de benefício, eis que se somam os 20% referentes aos 20 anos de contribuição aos
70% da parcela básica.
Durante a contagem, devem-se considerar os grupos de contribuição. Dessa sorte, o
tempo de serviço rural não contributivo, se anterior à Lei 8.213/91, servirá como tempo de
contribuição. Contudo, não permitirá a majoração da renda mensal inicial da aposentadoria
por idade, haja vista não compor um grupo de contribuição.
Vide o enunciado nº 76 da súmula da TNU.

1
Na doutrina, o preenchimento da carência em momento posterior ao do atingimento do requisito
etário foi denominado de “carência congelada”.
2
É comum tratar-se em provas o “grupo de 12 contribuições mensais” como “ano de contribuições
mensais”, o que, para efeitos de certames, pode-se considerar a mesma coisa.

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Verbete nº 76 da Súmula da TNU dos JEFs


A averbação de tempo de serviço rural não contributivo não permite majorar o
coeficiente de cálculo da renda mensal inicial de aposentadoria por idade previsto no art.
50 da Lei nº 8.213/91.

Observação1: imagine-se segurado com 25 anos de contribuição, dos quais 20 são em


trabalho urbano, e 5 em período rural não contributivo. Não possui o tempo de contribuição
necessário à aposentadoria por contribuição. No entanto, tem 65 anos de idade. Logo, fará
jus à aposentadoria por idade, cujo valor será de 90% do salário de contribuição, uma vez
que o período de serviço rural não contributivo, não prestará à majoração do valor do
benefício.
Observação2: a aposentadoria por idade é calculada facultativamente com o fator
previdenciário, o qual terá aplicação apenas na hipótese de beneficiar o segurado.

5º. Data de início do benefício (DIB)


Distingue o legislador os segurados empregados/empregados domésticos dos demais
segurados.
Ordinariamente, aplica-se aos empregados/empregados domésticos a regra geral
segundo a qual a data de início da aposentadoria será o desligamento do emprego, contanto
que faça o requerimento administrativo dentro de 90 dias. Passado esse prazo, não haverá
retroação à data do desligamento. A bem da verdade, somente receberá a partir da data do
requerimento.
Lei 8.213/91, Art. 49. A aposentadoria por idade será devida:
I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir:
a) da data do desligamento do emprego, quando requerida até essa data ou até 90
(noventa) dias depois dela; ou
b) da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando
for requerida após o prazo previsto na alínea "a";
II - para os demais segurados, da data da entrada do requerimento.

Note-se que, em não havendo desligamento da empresa, a data de início do


benefício será a do requerimento. Isso porque, no Brasil, não se exige, para a percepção de
aposentadoria, que o indivíduo cesse suas atividades laborais. A continuar em seu mister, o
indivíduo permanece filiado e vertendo contribuições ao RGPS sobre o salário, e não sobre a
aposentadoria.

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Para os demais segurados, como visto acima, a DIB será a data de entrada do
requerimento.

6º. Outras observações


(i) No RGPS, prevê-se, precisamente no artigo 51 da Lei de Benefícios, uma
aposentadoria compulsória por idade.
Lei 8.213/91, Art. 51. A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde
que o segurado empregado tenha cumprido o período de carência e completado 70
(setenta) anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 (sessenta e cinco) anos, se do sexo
feminino, sendo compulsória, caso em que será garantida ao empregado a indenização
prevista na legislação trabalhista, considerada como data da rescisão do contrato de
trabalho a imediatamente anterior à do início da aposentadoria.

Cuida-se de faculdade da empresa que, caso seja exercida, gera aposentadoria


compulsória para o segurado. Está-se perante hipótese de restrição do âmbito volitivo do
beneficiário, porquanto, ainda que deseje continuar a trabalhar sem se aposentar, não
poderá, tendo em vista que esse domínio transferiu-se para a empresa.
Cumpre esclarecer que a aposentadoria compulsória compele à empresa ao
pagamento de todas as verbas rescisórias de uma dispensa sem justa causa, o que não lhe
confere qualquer vantagem, haja vista a real possibilidade de demiti-lo sem precisar valer-se
desse manejo. Ao segurado também não se carreiam pontos positivos. Assim o é porque,
uma vez preenchidos os requisitos necessários à consecução do beneplácito, poderá
requerê-lo administrativamente, sem a necessidade de um intermediador.
Analisando tais contrassensos, parte da doutrina, da qual se podem citar João Batista
Lazzari e Carlos Alberto Pereira de Castro, sustenta a ofensa do artigo 51 à Constituição, eis
que se estabelece tratamento díspar ao idoso, com clara conspurcação ao princípio da
igualdade.
Em sede jurisprudencial, inexistem manifestações sobre o tema. Poucas são as
empresas a exercer essa faculdade.

(ii) Estabelecem a Constituição e a legislação alguns privilégios aos trabalhadores


rurais. Por primeiro, alude-se à redução de 05 anos na aposentadoria por idade.
Para além, faz-se menção aos critérios diferenciados descritos pelo Constituinte no
artigo 195, §º8, os quais se materializaram por meio do artigo 39 da Lei 8.213/91:

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CRFB, Art. 195, § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador


artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime
de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade
social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da
produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.

Lei 8.213/91, Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do art. 11 desta
Lei, fica garantida a concessão:
I - de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou
de pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo, e de auxílio-acidente, conforme disposto
no art. 86, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma
descontínua, no período, imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao
número de meses correspondentes à carência do benefício requerido; ou (Redação dada
pela Lei nº 12.873, de 2013)
II - dos benefícios especificados nesta Lei, observados os critérios e a forma de cálculo
estabelecidos, desde que contribuam facultativamente para a Previdência Social, na
forma estipulada no Plano de Custeio da Seguridade Social.
Parágrafo único. Para a segurada especial fica garantida a concessão do salário-
maternidade no valor de 1 (um) salário mínimo, desde que comprove o exercício de
atividade rural, ainda que de forma descontínua, nos 12 (doze) meses imediatamente
anteriores ao do início do benefício.

Pontifica o retrotranscrito dispositivo legal a possibilidade de segurados especiais


plasmados no artigo 11, inciso VII, do mesmo diploma legal, perceberem aposentadoria por
idade sem a obrigatoriedade do pagamento de contribuições; ou seja, não se exige o
cumprimento da carência de 180 meses. Em substituição a esse requisito, deverá o segurado
especial comprovar seu trabalho no campo por período equivalente ao da carência.
A priori, traz-se à baila o artigo 106 da Lei 8.213/913, o qual consigna os documentos
necessários à comprovação do período de trabalho rural referenciado.
Lei 8.213/91, Art. 106. A comprovação do exercício de atividade rural será feita,
alternativamente, por meio de: (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previdência Social; (Redação
dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural; (Redação dada pela Lei nº
11.718, de 2008)
III – declaração fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou,
quando for o caso, de sindicato ou colônia de pescadores, desde que homologada pelo
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)

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Rol exemplificativo, de acordo com o posicionamento jurisprudencial.

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IV – comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária –


INCRA, no caso de produtores em regime de economia familiar; (Redação dada pela Lei
nº 11.718, de 2008)
V – bloco de notas do produtor rural; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o § 7o do art. 30 da Lei no
8.212, de 24 de julho de 1991, emitidas pela empresa adquirente da produção, com
indicação do nome do segurado como vendedor; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
VII – documentos fiscais relativos a entrega de produção rural à cooperativa agrícola,
entreposto de pescado ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou
consignante; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição à Previdência Social decorrentes da
comercialização da produção; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
IX – cópia da declaração de imposto de renda, com indicação de renda proveniente da
comercialização de produção rural; ou (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo Incra.

Propala a jurisprudência, inclusive por meio de súmula do Superior Tribunal de


Justiça, que à comprovação desse período faz-se necessário, minimamente, início de prova
material (interpretação analógica do artigo 55, §3º, Lei 8.213/91).
Enunciado nº 149 – Súmula do STJ
A prova exclusivamente testemunhal não basta a comprovação da atividade rurícola,
para efeito da obtenção de beneficio previdenciário.

Lei 8.213/91, Art. 55, § 3º A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei,
inclusive mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no art.
108, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo
admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força
maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento.

Como lhe empresta natureza exemplificativa, a jurisprudência aceita outros


documentos que não previstos no artigo 106. Exemplo: certificado de reservista no qual
conste a profissão de lavrador.
Em relação a essas provas, há variados desdobramentos jurisprudenciais:
[1ª] Não precisam estar em nome do segurado, pode, por exemplo, estar em
nome do pai, mãe, irmão, cônjuge, etc.;
[2ª] Provado ser um dos cônjuges segurado especial, essa presunção estende-se
ao outro, salvo, logicamente, a demonstração do exercício doutra atividade;

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[3ª] Em se deparando com caso fortuito ou força maior, o magistrado dispensará o


início de prova material e autorizar a demonstração do direito fundada exclusivamente em
testemunhas;
[4ª] Na hipótese de estar-se perante grande informalidade, igualmente, dispensa-
se o início de prova material. Fala-se, aqui, do trabalhador boia-fria.
Avive-se a não obrigatoriedade de o período de trabalho rural ser ininterrupto. Pode
ser realizado de forma descontínua. Entretanto, no instante do requerimento administrativo
ou da implementação da idade mínima, o indivíduo tem de estar a laborar no campo.
Verbete nº 54 – Súmula da TNU
Para a concessão de aposentadoria por idade de trabalhador rural, o tempo de exercício
de atividade equivalente à carência deve ser aferido no período imediatamente anterior
ao requerimento administrativo ou à data do implemento da idade mínima.

Por longos anos, os trabalhadores rurais estiveram excluídos do Regime Geral da


Previdência Social. Passaram a figurar no RGPS, tão-só, quando do advento da Lei 8.213/91.
Trata-se de um dos motivos por que o legislador conferiu-lhes algumas discriminações
benéficas, em detrimento dos demais segurados, as quais se estendem aos empregados
rurais e aos contribuintes individuais rurais, porém, na forma de regra de transição.
Explique-se: para o contribuinte individual/empregado rural aplica-se a mesma regra
do segurado especial rural até 31 de dezembro de 2010. Logo, preenchidos os requisitos até
essa data, submete-se ao regime mais vantajoso. Caso contrário, subsume-se às regras
determinadas aos demais segurados (empregados, contribuinte individual, etc.).
Lei 8.213/91, Art. 143. O trabalhador rural ora enquadrado como segurado obrigatório
no Regime Geral de Previdência Social, na forma da alínea "a" do inciso I, ou do inciso IV
ou VII do art. 11 desta Lei, pode requerer aposentadoria por idade, no valor de um
salário mínimo, durante quinze anos, contados a partir da data de vigência desta Lei,
desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que descontínua, no período
imediatamente anterior ao requerimento do benefício, em número de meses idêntico à
carência do referido benefício

Lei 11.718/2008, Art. 2º Para o trabalhador rural empregado, o prazo previsto no art.
143 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, fica prorrogado até o dia 31 de dezembro de
2010.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao trabalhador rural
enquadrado na categoria de segurado contribuinte individual que presta serviços de
natureza rural, em caráter eventual, a 1 (uma) ou mais empresas, sem relação de
emprego.

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1.2. Aposentadoria por tempo de contribuição


Em termos históricos, cuida-se de benefício novo. Cria-se pela EC nº 20/98 em
substituição à vetusta aposentadoria por tempo de serviço. Tem por fundamento de
validade constitucional o artigo 201, §7º, inciso I:
CRFB, Art. 207, § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social,
nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se
mulher;

Porque a Lei 8.213 é de 24 de julho de 1991, é dizer, anterior à promulgação da


aludida emenda nº 20, seus dispositivos legais não consignarão “aposentadoria por tempo
de contribuição”, e sim “aposentadoria por tempo de serviço”.

1º. Necessidade social


Desvela-se como o tempo de contribuição: 35 anos para o homem; 30, para a
mulher.
Em regra, inexiste aposentadoria proporcional por tempo de contribuição, o que se
caracteriza como a principal diferença entre ela e a aposentadoria por tempo de serviço.
Aquela será sempre integral; esta última era proporcional ou integral.
Nada obstante, contemplam-se os professores com uma redução no quantum de 05
anos na aposentadoria por tempo de contribuição por expressa disposição constitucional.
CRFB, Art. 207, § 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão
reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental
e médio.

Excluem-se, de plano, desse mandamento constitucional os demais professores (de


curso universitário, de idiomas, de curso preparatório, etc.). Para fins desse preceptivo,
conta-se o tempo do efetivo exercício do magistério. Alerte-se, inobstante isso, a
possibilidade de o indivíduo exercer outras atividades, as quais, contudo, não entrarão no
cômputo a que se refere o artigo 207, §8º, da Carta de Outubro.
Exemplo: indivíduo professor de ensino fundamental e bancário.
Debate-se sobre em que consiste o “efetivo exercício do magistério”. Considera-se
como tal, por clara influência de entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal, o
serviço prestado dentro de sala de aula.
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Verbete nº 726 – Súmula do STF


PARA EFEITO DE APOSENTADORIA ESPECIAL DE PROFESSORES, NÃO SE COMPUTA O
TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO FORA DA SALA DE AULA

Contudo, torna-se obrigatório ventilar que a Suprema Corte modificou seu


entendimento e deixou de aplicar o presente enunciado. Isso ocorreu quando aquele
tribunal debruçou-se sobre a constitucionalidade da Lei 11.301/2006, a qual introduziu o §2º
do artigo 67 da Lei de Diretrizes e bases da Educação, preceptivo que, por sua vez,
conceituou a “efetiva atividade de magistério”.
Lei 11.301/2006, § 2º Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no § 8o do art. 201
da Constituição Federal, são consideradas funções de magistério as exercidas por
professores e especialistas em educação no desempenho de atividades educativas,
quando exercidas em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e
modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de unidade escolar
e as de coordenação e assessoramento pedagógico.

Considerou o Pretório Excelso inconstitucional apenas a expressão “e especialistas


em educação”, porquanto a redução de 05 anos do tempo de contribuição, por força do
comando constitucional, é exclusiva dos professores.
Exemplo: psicopedagogo que exerça a função de coordenador pedagógico da escola
não faz jus ao redutor. Contudo, se o professor desempenhar a mesma função, ser-lhe-á
concedido esse direito.
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE MANEJADA CONTRA O ART. 1º DA
LEI FEDERAL 11.301/2006, QUE ACRESCENTOU O § 2º AO ART. 67 DA LEI 9.394/1996.
CARREIRA DE MAGISTÉRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL PARA OS EXERCENTES DE
FUNÇÕES DE DIREÇÃO, COORDENAÇÃO E ASSESSORAMENTO PEDAGÓGICO. ALEGADA
OFENSA AOS ARTS. 40, § 5º, E 201, § 8º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INOCORRÊNCIA.
AÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE, COM INTERPRETAÇÃO CONFORME. I - A
função de magistério não se circunscreve apenas ao trabalho em sala de aula,
abrangendo também a preparação de aulas, a correção de provas, o atendimento aos
pais e alunos, a coordenação e o assessoramento pedagógico e, ainda, a direção de
unidade escolar. II - As funções de direção, coordenação e assessoramento pedagógico
integram a carreira do magistério, desde que exercidos, em estabelecimentos de
ensino básico, por professores de carreira, excluídos os especialistas em educação,
fazendo jus aqueles que as desempenham ao regime especial de aposentadoria
estabelecido nos arts. 40, § 5º, e 201, § 8º, da Constituição Federal. III - Ação direta
julgada parcialmente procedente, com interpretação conforme, nos termos supra.

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(ADI 3772, Relator(a): Min. CARLOS BRITTO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. RICARDO
LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 29/10/2008, DJe-059 DIVULG 26-03-2009
PUBLIC 27-03-2009 REPUBLICAÇÃO: DJe-204 DIVULG 28-10-2009 PUBLIC 29-10-2009
EMENT VOL-02380-01 PP-00080 RTJ VOL-00208-03 PP-00961)

Pois bem.
Em virtude da inexistência, por ora, de diploma alterador do benefício sob estudo,
desenvolver-se-ão as observações considerando como “tempo de contribuição” todas as
referências a “tempo de serviço”.
Vide, pois, o artigo 55 da Lei 8.213/91:
Lei 8.213/91, Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no
Regulamento, compreendendo, além do correspondente às atividades de qualquer das
categorias de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior à perda da
qualidade de segurado:
I - o tempo de serviço militar, inclusive o voluntário, e o previsto no § 1º do art. 143 da
Constituição Federal, ainda que anterior à filiação ao Regime Geral de Previdência Social,
desde que não tenha sido contado para inatividade remunerada nas Forças Armadas ou
aposentadoria no serviço público;
II - o tempo intercalado em que esteve em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por
invalidez;
III - o tempo de contribuição efetuada como segurado facultativo; (Redação dada pela
Lei nº 9.032, de 1995)
IV - o tempo de serviço referente ao exercício de mandato eletivo federal, estadual ou
municipal, desde que não tenha sido contado para efeito de aposentadoria por outro
regime de previdência social; (Redação dada pela Lei nº 9.506, de 1997)
V - o tempo de contribuição efetuado por segurado depois de ter deixado de exercer
atividade remunerada que o enquadrava no art. 11 desta Lei;
VI - o tempo de contribuição efetuado com base nos artigos 8º e 9º da Lei nº 8.162, de 8
de janeiro de 1991, pelo segurado definido no artigo 11, inciso I, alínea "g", desta Lei,
sendo tais contribuições computadas para efeito de carência. (Incluído pela Lei nº 8.647,
de 1993)
§ 1º A averbação de tempo de serviço durante o qual o exercício da atividade não
determinava filiação obrigatória ao anterior Regime de Previdência Social Urbana só
será admitida mediante o recolhimento das contribuições correspondentes, conforme
dispuser o Regulamento, observado o disposto no § 2º.
§ 2º O tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior à data de início de
vigência desta Lei, será computado independentemente do recolhimento das
contribuições a ele correspondentes, exceto para efeito de carência, conforme dispuser o
Regulamento.

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§ 3º A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusive mediante


justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no art. 108, só produzirá
efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova
exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso
fortuito, conforme disposto no Regulamento.
§ 4º Não será computado como tempo de contribuição, para efeito de concessão do
benefício de que trata esta subseção, o período em que o segurado contribuinte
individual ou facultativo tiver contribuído na forma do § 2o do art. 21 da Lei no 8.212, de
24 de julho de 1991, salvo se tiver complementado as contribuições na forma do § 3o do
mesmo artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 123, de 2006)
Art. 56. O professor, após 30 (trinta) anos, e a professora, após 25 (vinte e cinco) anos de
efetivo exercício em funções de magistério poderão aposentar-se por tempo de serviço,
com renda mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício,
observado o disposto na Seção III deste Capítulo.

Insta esclarecer ter o Decreto 3.048/99, em seu artigo 60, promovido a alteração da
nomenclatura utilizada pela Lei de Benefícios (art. 55) para adequar-se às novéis disposições
constitucionais carreadas ao ordenamento pátrio pela EC nº 20:
Decreto 3.048/99, Art. 60. Até que lei específica discipline a matéria, são contados como
tempo de contribuição, entre outros:
I - o período de exercício de atividade remunerada abrangida pela previdência social
urbana e rural, ainda que anterior à sua instituição, respeitado o disposto no inciso XVII;
II - o período de contribuição efetuada por segurado depois de ter deixado de exercer
atividade remunerada que o enquadrava como segurado obrigatório da previdência
social;
III - o período em que o segurado esteve recebendo auxílio-doença ou aposentadoria por
invalidez, entre períodos de atividade;
IV - o tempo de serviço militar, salvo se já contado para inatividade remunerada nas
Forças Armadas ou auxiliares, ou para aposentadoria no serviço público federal,
estadual, do Distrito Federal ou municipal, ainda que anterior à filiação ao Regime Geral
de Previdência Social, nas seguintes condições:
a) obrigatório ou voluntário; e
b) alternativo, assim considerado o atribuído pelas Forças Armadas àqueles que, após
alistamento, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente
de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades
de caráter militar;
V - o período em que a segurada esteve recebendo salário-maternidade;
VI - o período de contribuição efetuada como segurado facultativo;
VII - o período de afastamento da atividade do segurado anistiado que, em virtude de
motivação exclusivamente política, foi atingido por atos de exceção, institucional ou

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complementar, ou abrangido pelo Decreto Legislativo nº 18, de 15 de dezembro de 1961,


pelo Decreto-Lei nº 864, de 12 de setembro de 1969, ou que, em virtude de pressões
ostensivas ou expedientes oficiais sigilosos, tenha sido demitido ou compelido ao
afastamento de atividade remunerada no período de 18 de setembro de 1946 a 5 de
outubro de 1988;
VIII - o tempo de serviço público federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal,
inclusive o prestado a autarquia ou a sociedade de economia mista ou fundação
instituída pelo Poder Público, regularmente certificado na forma da Lei nº 3.841, de 15
de dezembro de 1960, desde que a respectiva certidão tenha sido requerida na entidade
para a qual o serviço foi prestado até 30 de setembro de 1975, véspera do início da
vigência da Lei nº 6.226, de 14 de junho de 1975;
IX - o período em que o segurado esteve recebendo benefício por incapacidade por
acidente do trabalho, intercalado ou não;
X - o tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior à competência novembro
de 1991;
XI - o tempo de exercício de mandato classista junto a órgão de deliberação coletiva em
que, nessa qualidade, tenha havido contribuição para a previdência social;
XII - o tempo de serviço público prestado à administração federal direta e autarquias
federais, bem como às estaduais, do Distrito Federal e municipais, quando aplicada a
legislação que autorizou a contagem recíproca de tempo de contribuição;
XIII - o período de licença remunerada, desde que tenha havido desconto de
contribuições;
XIV - o período em que o segurado tenha sido colocado pela empresa em disponibilidade
remunerada, desde que tenha havido desconto de contribuições;
XV - o tempo de serviço prestado à Justiça dos Estados, às serventias extrajudiciais e às
escrivanias judiciais, desde que não tenha havido remuneração pelos cofres públicos e
que a atividade não estivesse à época vinculada a regime próprio de previdência social;
XVI - o tempo de atividade patronal ou autônoma, exercida anteriormente à vigência da
Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960, desde que indenizado conforme o disposto no art.
122;
XVII - o período de atividade na condição de empregador rural, desde que comprovado o
recolhimento de contribuições na forma da Lei nº 6.260, de 6 de novembro de 1975, com
indenização do período anterior, conforme o disposto no art. 122;
XVIII - o período de atividade dos auxiliares locais de nacionalidade brasileira no exterior,
amparados pela Lei nº 8.745, de 1993, anteriormente a 1º de janeiro de 1994, desde que
sua situação previdenciária esteja regularizada junto ao Instituto Nacional do Seguro
Social;
XIX - o tempo de exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal,
desde que tenha havido contribuição em época própria e não tenha sido contado para
efeito de aposentadoria por outro regime de previdência social;

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X - o tempo de trabalho em que o segurado esteve exposto a agentes nocivos químicos,


físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física,
observado o disposto nos arts. 64 a 70; e
XXI - o tempo de contribuição efetuado pelo servidor público de que tratam as alíneas
"i", "j" e "l" do inciso I do caput do art. 9º e o § 2º do art. 26, com base nos arts. 8º e 9º
da Lei nº 8.162, de 8 de janeiro de 1991, e no art. 2º da Lei nº 8.688, de 21 de julho de
1993.
XXII - o tempo exercido na condição de aluno-aprendiz referente ao período de
aprendizado profissional realizado em escola técnica, desde que comprovada a
remuneração, mesmo que indireta, à conta do orçamento público e o vínculo
empregatício. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
§ 1º Não será computado como tempo de contribuição o já considerado para concessão
de qualquer aposentadoria prevista neste Regulamento ou por outro regime de
previdência social.
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
§ 3º O tempo de contribuição de que trata este artigo será considerado para cálculo do
valor da renda mensal de qualquer benefício.
§ 4º O segurado especial que contribui na forma do § 2º do art. 200 somente fará jus à
aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial após o cumprimento da
carência exigida para estes benefícios, não sendo considerado como período de carência
o tempo de atividade rural não contributivo.
§ 5º Não se aplica o disposto no inciso VII ao segurado demitido ou exonerado em razão
de processos administrativos ou de aplicação de política de pessoal do governo, da
empresa ou da entidade a que estavam vinculados, assim como ao segurado ex-dirigente
ou ex-representante sindical que não comprove prévia existência do vínculo
empregatício mantido com a empresa ou sindicato e o conseqüente afastamento da
atividade remunerada em razão dos atos mencionados no referido inciso.
§ 6º Caberá a cada interessado alcançado pelas disposições do inciso VII comprovar a
condição de segurado obrigatório da previdência social, mediante apresentação dos
documentos contemporâneos dos fatos ensejadores da demissão ou afastamento da
atividade remunerada, assim como apresentar o ato declaratório da anistia, expedido
pela autoridade competente, e a conseqüente comprovação da sua publicação oficial.
§ 7º Para o cômputo do período a que se refere o inciso VII, o Instituto Nacional do
Seguro Social deverá observar se no ato declaratório da anistia consta o fundamento
legal no qual se fundou e o nome do órgão, da empresa ou da entidade a que estava
vinculado o segurado à época dos atos que ensejaram a demissão ou o afastamento da
atividade remunerada.
§ 8º É indispensável para o cômputo do período a que se refere o inciso VII a prova da
relação de causa entre a demissão ou afastamento da atividade remunerada e a
motivação referida no citado inciso.

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 Fruição de auxílio-doença/aposentadoria por invalidez e tempo de


contribuição
Como regra geral, tem-se que o período trabalhado como segurado obrigatório
caracteriza-se como tempo de contribuição. Para além, há períodos nos quais, malgrado o
não pagamento de contribuição, incide a contagem do tempo de contribuição (exemplo:
serviço militar).
Para efeitos dessa contagem, reputa-se como tempo de contribuição o período no
qual o segurado permanece em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez. É o
dito pelo artigo 55, inciso II:
Lei 8.213/91, Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma estabelecida no
Regulamento, compreendendo, além do correspondente às atividades de qualquer das
categorias de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior à perda da
qualidade de segurado:
II - o tempo intercalado em que esteve em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por
invalidez;

Exemplo1: mulher, segurada obrigatória na qualidade de empregada por 20 anos,


permanece, em razão de situação incapacitante, recebendo por 05 anos auxílio-doença.
Cessada sua incapacidade, volta às atividades laborativas, as quais desenvolve por mais 05
anos.
In casu, conquanto tenha ela contribuído, de fato, por 25 anos, os 05 anos em que
auferiu o auxílio-doença ingressam no cômputo do tempo de contribuição. Dessa maneira,
possuirá 30 anos de contribuição, preenchendo, por conseguinte, os requisitos para obter a
aposentadoria por tempo.
A seguir, exemplifica-se uma segunda situação surgida entre alguns doutrinadores.
Exemplo2: mulher, segurada obrigatória na qualidade de empregada por 20 anos,
permanece, em razão de situação incapacitante, recebendo por 10 anos auxílio-doença.
Após esse prazo, pleiteia o benefício de aposentadoria por tempo de contribuição.
Conferido interpretação mais ampliativa e benéfica ao segurado, houve, na doutrina,
quem advogasse em favor de tese segundo a qual o período de 10 anos do exemplo acima
fosse entendido como “intercalado” com o tempo de contribuição, razão por que se
enquadraria na sistemática descrita no artigo 55, inciso II, da Lei 8.213/91.
Entretanto, o Superior Tribunal de Justiça assentou que por “intercalado”
compreendem-se os marcos cronológicos nos quais o gozo de auxílio-doença seja precedido

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e sucedido por períodos em que, de fato, sejam vertidas contribuições ao RGPS. É o caso do
exemplo de nº 01; não é, contudo, o que ocorre na situação de nº 02.
O Decreto 3.048/99, no artigo 60, positiva uma distinção entre os benefícios por
incapacidade comuns e os acidentários, diferenciação que não se apresenta na Lei 8.213/91.
Decreto 3.048/99, Art. 60. Até que lei específica discipline a matéria, são contados como
tempo de contribuição, entre outros:
[...]
III - o período em que o segurado esteve recebendo auxílio-doença ou aposentadoria por
invalidez, entre períodos de atividade;
IX - o período em que o segurado esteve recebendo benefício por incapacidade por
acidente do trabalho, intercalado ou não;

Ante a celeuma apresentada, prevaleceu o entendimento de que o Poder Judiciário


não funciona como criador de conflitos. Por conseguinte, apesar de a Lei 8.213/91 não
estatuir nenhuma diferença, o Decreto 3.048/99 estabeleceu uma discriminação benéfica ao
segurado, uma vez que, concernente aos benefícios acidentários, ingressam no cômputo da
aposentadoria por tempo de contribuição os períodos nos quais o indivíduo permaneça em
gozo do benefício; quer intercalados por períodos de atividade; quer não.
A principal relevância prática desemboca na possibilidade de benefício acidentário
em aposentadoria por tempo de contribuição. É o caso do exemplo de nº 02 delineado na
folha de nº 18, no qual a mulher pode converter o auxílio-doença/aposentadoria por
invalidez acidentária em aposentadoria por tempo de contribuição.
A essa altura, é cediço que o lapso temporal no qual o segurado esteja em gozo de
benefício por incapacidade seja, para fins de contagem, caracterizado como tempo de
contribuição. Dúvidas surgem, inobstante isso, com relação à carência.
Exemplo: mulher trabalha por 05 anos, quando lhe sobrevém a incapacidade.
Permanece em gozo de auxílio-doença durante 20 anos, após os quais, milagrosamente,
retorna às atividades laborais as quais exerce por mais 05 anos.
Administrativamente, defende o INSS que o período em gozo de benefício por
incapacidade, posto que sirva à contagem do tempo de contribuição, não é considerado
carência. Dessa sorte, a mulher do exemplo, conquanto possua tempo de contribuição (30
anos), lhe falta carência (haja vista possuir apenas 10 anos trabalhados = 120 contribuições).
Todavia, a jurisprudência majoritária sustenta que o lapso temporal de fruição do
benefício por incapacidade descortina-se, simultaneamente, como tempo de contribuição e
carência.

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A respeito dos temas ministrados, vide o enunciado nº 73 da Súmula da TNU:


Enunciado nº 73 – Súmula da TNU
O tempo de gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez não decorrentes
de acidente de trabalho [reconhecimento da distinção entre esses benefícios e
conseqüente chancela do artigo 60 do Decreto 3.048] só pode ser computado como
tempo de contribuição ou para fins de carência quando intercalado entre períodos nos
quais houve recolhimento de contribuições para a previdência social.

Com o fito de solidificar o entendimento e melhor a apreensão do conteúdo, segue


singelo quadro esquemático:

PERÍODO EM GOZO DE BENEFÍCIO POR PERÍODO EM GOZO DE BENEFÍCIO POR


INCAPACIDADE COMUM INCAPACIDADE ACIDENTÁRIO

Sim. Desde que intercalado, isto Sim. No entanto, desnecessária a


é, precedido e sucedido por intercalação com o exercício de
CARACTERIZAÇÃO COMO TEMPO
período de atividades laborais nas atividades que impliquem o
DE CONTRIBUIÇÃO quais haja recolhimento de pagamento das contribuições.
contribuição.

Posição do Decreto 3.048/99;


chancela do Judiciário que se
FUNDAMENTO Posição legal e jurisprudencial
omitiu de criar novos conflitos e
(STJ).
preferiu o entendimento que mais
favorecesse o segurado.

 Comprovação do tempo de contribuição


Dá-se por meio dos dados do Cadastro Nacional de Informações Sociais, cujo arrimo
legal prevê-se no artigo 29-A da Lei 8.213/91:
Lei 8.213/91, Art. 29-A. O INSS utilizará as informações constantes no Cadastro Nacional
de Informações Sociais – CNIS sobre os vínculos e as remunerações dos segurados, para
fins de cálculo do salário-de-benefício, comprovação de filiação ao Regime Geral de
Previdência Social, tempo de contribuição e relação de emprego.

Como regra, o ônus da prova do tempo de contribuição recai sobre o segurado. O


CNIS objetiva facilitar essa demonstração e gera uma presunção, relativa, de existência das
contribuições alegadas.

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Por tratar-se de um banco de dados, o CNIS recebe informações das mais variadas
fontes possíveis (segurados, empresas, etc.). Consequentemente, podem estar equivocadas
ou simplesmente não existir, o que não gera prova contra o segurado (posição do STJ).
Porém, devolve-lhe o ônus de provar o tempo de contribuição. Nessa hipótese, deverá ele
valer-se dos meios ordinários. De acordo com o artigo 55, §3º, da Lei 8.213/91, cuida-se do
início de prova material4.
Lei 8.213/91, § 3º A comprovação do tempo de serviço para os efeitos desta Lei, inclusive
mediante justificação administrativa ou judicial, conforme o disposto no art. 108, só
produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova
exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso
fortuito, conforme disposto no Regulamento.

Porque inexiste um rol taxativo, quaisquer elementos funcionam como início de


prova de material. Exemplifica-se com o caso da juntada de um macacão, pela viúva de
indivíduo, com o escopo de demonstrar que o mesmo trabalhava exercendo a função de
frente em um posto ‘pirata’. Ainda que esse objeto, de per si, não comprovasse a respectiva
atividade laboral, funcionou como início de prova.
Observação: registre-se a impossibilidade de comprovação por meio de prova
exclusivamente testemunhal.
Apesar da viabilidade de todo e qualquer elemento de prova ser apresentado pelo
segurado, há alguns cuja força probante é notória (exemplo: carnês de contribuições pagos).
Outros, como a Carteira de Trabalho, mostram-se deveras relevantes para fins de concurso
público.
A CTPS faz prova plena do tempo de contribuição, sendo desnecessárias outras
provas tais como a testemunhal. Saliente-se, contudo, a admissão de prova em contrário,
como, por exemplo, comprovação de que o vínculo ali descrito é fraudulento, missões in
loco descobridoras da inexistência da empresa mencionada, etc.
De mencionar-se, no ponto, ser salutar que a CTPS não apresente rasuras, porquanto,
caso contrário, isso pode arrefecer a veracidade das informações ali contidas.
Verbete nº 75 – Súmula da TNU
A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) em relação à qual não se aponta
defeito formal que lhe comprometa a fidedignidade goza de presunção relativa de
veracidade, formando prova suficiente de tempo de serviço para fins previdenciários,

4
Uma mera declaração subscrita pelo antigo empregador do segurado não faz as vezes de prova
material; ao revés, desvela-se como prova testemunhal sem contraditório, diga-se.

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ainda que a anotação de vínculo de emprego não conste no Cadastro Nacional de


Informações Sociais (CNIS).

Observação: a coisa julgada na Justiça do Trabalho, em razão dos limites subjetivos


da lide, não vincula o INSS, eis que a autarquia não integrou a relação jurídico-processual. A
sentença trabalhista, mesmo que homologatória de acordo, tem a verve de início de prova
material.
Verbete nº 31 – Súmula da TNU
A anotação na CTPS decorrente de sentença trabalhista homologatória constitui início de
prova material para fins previdenciários

2º. Exigências pessoais


Tão-só, qualidade de segurado.

3º. Carência
Igual à aposentadoria por idade.

4º. Valor
Será sempre integral. Isto é, 100% do salário de benefício. Por sofrer
obrigatoriamente a incidência do fator previdenciário, a idade e o tempo de contribuição
(bem como a expectativa de sobrevida) influenciarão no valor do benefício.
Observação: o Superior Tribunal de Justiça, por uma decisão da Sexta Turma,
entendeu não ser aplicável à aposentadoria do professor o fator previdenciário. Alerte-se
tratar-se de precedente isolado, cuja tendência de não manutenção é real, eis que a sexta
turma não mais possui competência para julgar matéria previdenciária. Ademais, é
prematuro dizer que se consubstancia numa sinalização de jurisprudência nesse sentido. Na
verdade, como dito, por ora, é um precedente isolado.

5º. Data de início do benefício (DIB)


Igual à DIB da aposentadoria por idade.

6º. Outras observações

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(i) Tal qual aventado, a aposentadoria por tempo de contribuição sub-rogou-se


no lugar da aposentadoria por tempo de serviço. E, além das complicações de que se imbuiu
a aprovação da EC nº 20/98, a aludida emenda trouxe à tona outro fator detonador de
imbróglios, qual seja, a regra de transição plasmada no seu artigo 9º:
EC 20/98, Art. 9º. [...]
§ 1º - O segurado de que trata este artigo, desde que atendido o disposto no inciso I do
"caput", e observado o disposto no art. 4º desta Emenda, pode aposentar-se com valores
proporcionais ao tempo de contribuição, quando atendidas as seguintes condições:
I - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:
a) trinta anos, se homem, e vinte e cinco anos, se mulher; e
b) um período adicional de contribuição equivalente a quarenta por cento do tempo que,
na data da publicação desta Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante
da alínea anterior;
II - o valor da aposentadoria proporcional será equivalente a setenta por cento do valor
da aposentadoria a que se refere o "caput", acrescido de cinco por cento por ano de
contribuição que supere a soma a que se refere o inciso anterior, até o limite de cem por
cento.

A princípio, em virtude de o preenchimento dos requisitos do caput ter beirado à


impossibilidade, sua aplicação tornou-se inviável. Nada obstante, o §1º mantém-se aplicável.
Previu esse dispositivo o pagamento de um ‘pedágio’ para os segurados desejosos de obter a
aposentadoria por tempo de contribuição proporcional. Tal ‘pedágio’ consistia no
pagamento de contribuições na proporção de 40% do tempo faltante para atingir o prazo a
que aludia a alínea ‘a’ do inciso I do artigo 9º da EC 20/98, qual seja, 30 anos se homem; 25,
se mulher.
Exemplo: homem em 16/12/1998 possuía 20 anos de contribuição. Faltavam-lhe,
pois, 10 anos para atingir os 30 anos. Calculam-se os 40% sobre esses 10 anos, chegando ao
resultado de 04 anos. Logo, teria ele de contribuir por um total de 34 anos para conseguir
uma aposentadoria proporcional no valor de 70% do salário de benefício.
Como perceptível, cuida-se de regra sensivelmente ruim, haja vista que se esse
segurado resolvesse esperar por apenas mais 01 ano poderia aposentar-se integralmente.
Dessa feita, esse expediente, praticamente, não é utilizado.

(ii) As aposentadorias voluntárias não extinguem o contrato de trabalho,


conforme decisão do Supremo Tribunal Federal, que julgou inconstitucional o dispositivo da
CLT que caracterizava a aposentadoria como fator extintivo do contrato de trabalho. Por

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conta disso, o empregado público aposentado, por exemplo, não precisa realizar novo
concurso para continuar a exercer seu mister.
Aposentando-se, o indivíduo que continue a trabalhar será segurado obrigatório do
RGPS. Verterá contribuições, logicamente, não sobre a aposentadoria, mas, sim, sobre seu
salário. Em contrapartida às contribuições pagas, fará jus apenas ao salário-família, aos
serviços da Previdência social e ao salário-maternidade (esse último em decorrência de uma
interpretação da legislação trabalhista).
Lei 8.213/91, Art. 18, § 2º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS
que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a
prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade,
exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado.

Exemplo: indivíduo trabalha por 15 anos e aposenta-se por idade. O valor de seu
benefício, nesse caso, será de 85% do salário de benefício (70%+1% para cada ano de
contribuição). Todavia, continua a trabalhar por mais 10 anos, contexto no qual fará jus a
serviços, salário-maternidade e salário-família.
Cria-se, aqui, a ideia de desaposentação (ato de reversão da aposentadoria), por
meio da qual o indivíduo do exemplo acima pleiteia abdica da primeira aposentadoria (no
valor de 85%) para poder somar aquele tempo de contribuição (15 anos) ao tempo do novo
período trabalhado (10 anos). Com isso, o tempo total de contribuição será de 25 anos,
majorando para 95% do salário de benefício o tempo de sua aposentadoria.
Uma vez que nessa espécie de aposentadoria incide o fator previdenciário, em se
aceitando a tese de desaposentação, o coeficiente de cálculo também é modificado,
porquanto o segurado estará a aposentar-se com mais idade, mais tempo de contribuição,
menor expectativa de sobrevida, cenário em que o fator previdenciário tenderá a ser-lhe
favorável.
No âmbito administrativo, o INSS rechaça a desaposentação: (i) com base no
argumento de que, por ser um direito fundamental, a aposentadoria não poderia ser
renunciada; (ii) pelo fato de a concessão da aposentadoria consubstanciar-se num ato
jurídico perfeito.5
Jurisprudencialmente, coexistem duas correntes. A primeira delas sustenta ser a
desaposentação possível, cujos efeitos são ex tunc. Isto é, retroagirão à data da
aposentadoria, implicando a devolução dos valores recebidos a título de aposentadoria
(posicionamento da TNU e antigo entendimento do TRF 4ª Região). A seu turno, o Superior

5
O TRF da 2ª Região encampa essa posição.

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Tribunal de Justiça defende a desaposentação com efeitos ex nunc. É dizer, não terá o
segurado de devolver os valores auferidos a título de aposentadoria.

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