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REVISTA PALAVRA VIVA – O MUNDO, A CARNE E O DIABO

Apoio didático – Lição 1

REGENERAÇÃO
O cristão é nascido de novo

Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não
pode ver o reino de Deus. (João 3.3)

Regeneração é um conceito do Novo Testamento que se desenvolveu, ao que


parece, a partir da frase alegórica usada por Jesus para mostrar a Nicodemos a
interioridade e profundidade da mudança a que mesmo os religiosos judeus deveriam
submeter-se, se quisessem ver o reino de Deus e entrar nele, e, assim, alcançar a vida
eterna (Jo 3.3-15). Jesus alegorizou a mudança como sendo “novo nascimento”.
O conceito é Deus renovando o coração, o âmago do ser humano, implantando
nele um novo princípio de desejo, propósito e ação, uma propensão dinâmica que
encontra expressão na resposta positiva ao Evangelho e a seu Cristo. A frase de Jesus,
nascido da água e do Espírito (Jo 3.5), volta ao tema de Ezequiel 36.25-27, onde Deus
é representado como limpando simbolicamente as pessoas da poluição do pecado (por
água) e dando-lhes um “novo coração” ao colocar o Espírito dentro deles. Por ser isso
tão explícito, Jesus censurou Nicodemos, “mestre de Israel”, por não entender como o
novo nascimento ocorre (Jo 3.9, 10). A posição de Jesus desde o começo é que não há
prática de fé em sua pessoa como o Salvador sobrenatural, nem arrependimento, nem
verdadeiro discipulado fora desse novo nascimento.
Em outra parte, João ensina que a crença na encarnação e na expiação, com fé e
amor, santidade e justiça, é o fruto prova quem é nascido de Deus (1Jo 2.29; 3.9; 4.7;
5.1, 4). Consequentemente, parece que, como não há conversão sem novo nascimento,
assim também não há novo nascimento sem conversão.
Embora a regeneração infantil possa ser uma realidade quando Deus assim o
pretende (Lc 1.15, 41-44), o contexto usual do novo nascimento é o da vocação eficaz -
isto é, confrontação com o Evangelho e iluminação quanto à sua verdade e significação
como mensagem de Deus para a pessoa. A regeneração é sempre o elemento decisivo na
vocação eficaz.
A regeneração é monergista, isto é, obra inteiramente de Deus Espírito Santo.
Ela suscita o eleito dentre os mortos espiritualmente para uma nova vida em Cristo (Ef
2.1-10). É uma transição da morte espiritual para a vida espiritual, sendo a fé
consciente, intencional e ativa em Cristo seu fruto imediato, não sua causa imediata. A
regeneração é a obra do que Agostinho chamou graça “preveniente”, a graça que
precede nossos impulsos de coração em direção a Deus.

Teologia Concisa, J.I. Packer, Editora Cultura Cristã

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Apoio didático – Lição 3

OS FARISEUS
O mais conhecido dos grupos religiosos da época de Jesus era o dos fariseus.
Embora fosse um grupo relativamente pequeno (provavelmente uns seis mil), tinham
muitíssima influência. Seu ponto de vista em muitas questões podia ser considerado
típico de uma maioria de judeus naquela época. O nome “fariseu” se origina
provavelmente de uma palavra em aramaico que quer dizer “separado”; de onde se
conclui que os fariseus eram “os separados”. Eles passaram a existir em algum
momento antes da era do Novo Testamento. De acordo com Josefo, ficaram famosos
durante os reinados de João Hircano I (135/134–104 a.C.) e Alexandra (76–67 a.C.).
Na época de Jesus, havia duas escolas de pensamento farisaico diferentes – os
seguidores de HILLEL e os seguidores de ShAMAI. Hillel tinha revolucionado o
pensamento rabínico com um novo método de exegese que permitia uma interpretação
mais liberal da lei. GAMALIEL I (filho de Hillel e professor do apóstolo Paulo; At
22.3) foi o líder dos fariseus de 25 a 40 d.C. Depois da destruição de Jerusalém, em 70
d.C., Johanan bem Zakkai se encarregou de reformular o farisaísmo em JAMNIA em 90
d.C.; estabeleceu-se base para a corrente principal do Judaísmo que chega até os nossos
dias.
Teologicamente, os fariseus desenvolveram um conjunto de ideias baseado no
Antigo Testamento e em suas próprias tradições orais, ambos considerados por eles
igualmente oficiais. Eles “passavam às pessoas muitas observações por tradição que não
estavam escritas na lei de Moisés”, diz Josefo (Ant. 13.10.6). Acreditavam em Deus
(quase que de uma forma deística), em anjos e espíritos, na providência, na oração, na
necessidade da fé e das boas obras, no julgamento final, em um Messias que viria e na
imortalidade da alma. Muitas das coisas em que os fariseus acreditavam também eram
crenças dos cristãos primitivos; Jesus disse a respeito deles: “fazei e guardai, pois, tudo
quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não
fazem” (Mt 23.3). Paulo pôde dizer no Sinédrio: “Meus irmãos, eu sou um fariseu, filho
de um fariseu. Estou sob julgamento por causa da minha esperança na ressurreição dos
mortos” (At 23.6). Embora não negassem inteiramente a graça de Deus, os fariseus
eram extremamente legalistas, tanto que Jesus os acusou de negligenciar os
mandamentos de Deus por se apegarem às tradições dos homens (Mc 7.8). Essas
tradições foram reunidas no começo do século 3 d.C., pelo RABINO JUDÁ, O
PATRIARCA em um livro chamado o Mishnah, que, por sua vez, fazia parte do
Talmude.
Os fariseus eram hostis a Jesus porque sentiam que ele era muito liberal com
relação às suas leis, aceitava demais os pecadores e era aberto ao contato com gentios.
Acreditavam também que Jesus blasfemava quando se referia a si mesmo e à sua
relação com Deus. De sua parte, Jesus se opunha a eles por causa de seu legalismo, de
sua hipocrisia e de sua falta de vontade de aceitar o reino de Deus representado nele
mesmo.
Descobrindo o Novo Testamento, Walter A. Elwell & Robert W. Yarbrough, Editora Cultura Cristã

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Apoio didático – Lição 5

DOMÍNIO PRÓPRIO
“Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio
próprio.” (Provérbios 25.28)

Antigamente, os muros de uma cidade era sua defesa principal; sem eles, a
cidade era presa fácil para seus inimigos. Para o piedoso Neemias, um cativo judeu na
distante cidade de Susa, a noticia de que o muro de Jerusalém foi derrubado significou a
ultima destruição da sua cidade amada. Quando soube disso, se sentou e chorou.
Domínio próprio e o muro de defesa do cristão contra o desejo pecaminoso que
trava guerra contra sua alma. Charles Bridges observou que alguém sem domínio
próprio e presa fácil para o invasor:
Ele se rende ao primeiro ataque das suas paixões desgovernadas, não oferecendo
nenhuma resistência... Não tendo nenhuma disciplina sobre si mesmo, a tentação
torna-se a ocasião do pecado e o impele em um espaço de tempo que não havia
considerado... Ira tende a assassinato. O descuido com a luxuria perde-se em
adultério.1
Domínio próprio e o controle não apenas dessas paixões, mas também de si
mesmo. Provavelmente, e mais bem definido como o domínio dos desejos. D. G. Kehl o
descreve como “a habilidade para evitar excessos e ficar dentro de limites razoáveis”.2
Bethune chama-o de “o regulamento sadio de nossos desejos e paixões, prevenindo o
excesso deles”.3 Ambas as descrições insinuam o que todos sabem ser verdade: temos
uma tendência a passar do limite em nossas varias paixões e, consequentemente,
precisamos contê-las.
No entanto o domínio próprio envolve uma vigilância muito mais ampla que
somente controle de nossas paixões e de nossos desejos corporais. Também temos de
exercitar o domínio próprio sobre pensamentos, emoções e fala. Ha uma forma de
domínio próprio que diz sim ao que devemos fazer, como também diz não ao que não
devemos fazer. Por exemplo, raramente quero estudar a Bíblia quando começo um
estudo. Ha muitas outras coisas que são mentalmente muito mais fáceis de fazer, como
ler um jornal, uma revista ou um bom livro cristão. Uma expressão necessária de
domínio próprio, então, e sentar-se a mesa da sala de jantar com a Bíblia e o caderno na
mão e dizer para mim mesmo: “Faca isso!”. Pode não parecer muito espiritual, mas
também não parece a exclamação de Paulo: “Esmurro o meu corpo e o reduzo a
escravidão” (1Co 9.27).
Domínio próprio e necessário porque estamos em guerra com nossos próprios
desejos pecaminosos. Tiago descreve esses desejos como algo que nos arrasta e nos
atrai para o pecado (veja 1.14). Pedro diz que eles fazem guerra contra nossa alma (2Pe
2.11). Paulo fala deles como enganosos (veja Ef 4.22). Esses desejos pecaminosos são
tão perigosos porque moram dentro do nosso próprio coração. Tentações externas não

1
Charles Bridges, An Exposition of Proverbs (Evansville, IN: Sovereign Grace BookClub, 1846, 1959), pág. 483.
2
D. G. Kehl, Control Yourself! (Grand Rapids, M I: Zondervan, 1982), pag. 25. Este e um livro excelente para aqueles que querem
estudar mais o domínio próprio.
3
George W. Bethune, The Fruit of the Spirit (Swengel, PA: Reiner, 1839), pág. 179.

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seriam tão perigosas se não fosse pelo fato de acharem esse aliado do desejo bem dentro
de nosso próprio peito.
Domínio próprio e um traço essencial do caráter da pessoa piedosa que permite
obediência as palavras do Senhor Jesus: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se
negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lc 9.23). E impossível seguir a Jesus sem
dar a atenção necessária a graça do domínio próprio em nossa vida.
Os tradutores da Nova Versão Internacional da Bíblia (em inglês) usaram a
expressão domínio próprio para traduzir duas palavras do idioma original. A primeira,
usada por Paulo na sua lista chamada de o fruto do Espirito, refere-se principalmente a
moderação ou temperança na satisfação de nossos desejos e paixões. Um amigo meu,
ex-professor de grego, diz que tem o significado literal de “forca interna” e refere-se
aquela forca de caráter que permite a uma pessoa controlar suas paixões e seus desejos.
A segunda palavra traduzida como domínio próprio pelos tradutores da Nova
Versão Internacional e uma palavra que significa consciência ou clareza no julgamento.
E traduzida como sóbrio ou sensato por outras traduções. Essa palavra transmite a ideia
de possibilitar um bom discernimento para controlar nossos desejos, paixões,
pensamentos, emoções e ações.
Podemos prontamente ver que essas duas ideias complementam uma a outra no
significado bíblico de domínio próprio. Discernimento permite-nos determinar o que
devemos fazer e como devemos responder; a forca interna prove a vontade para fazer
isso. Tanto o discernimento como a forca interna são necessários para o domínio
próprio dirigido pelo Espirito.
O discernimento e essencial ao exercício do domínio próprio. Permite a pessoa
piedosa não apenas distinguir o bem do mal, mas também separar o bom e o melhor. O
discernimento permite-nos determinar os limites de moderação em nossas paixões,
desejos e hábitos. Ele ajuda-nos a regular nossos pensamentos e mantem nossas
emoções sob controle.
Mas só o discernimento não basta para nos capacitar a praticar o domínio
próprio. A forca interna também e fundamental. Frequentemente, sabemos muito bem o
que fazer, mas não fazemos. Permitimos que sentimentos ou desejos predominem em
nosso julgamento. Em ultima analise, domínio próprio é o exercício da força interna
sob a direção do discernimento, que nos permite fazer, pensar e dizer coisas que
agradam a Deus.
Visto que a graça do domínio próprio afeta tantos aspectos de nossa vida, e útil
focalizar nosso estudo dessa questão em três áreas principais: corpo, pensamentos e
emoções.
A Vida Frutífera, Jerry Bridges, Editora Cultura Cristã

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Apoio didático – Lição 6

SATANÁS: É CULPA DO DIABO?


Quando cremos em Deus e na sua Palavra, também somos levados a crer que
Satanás é real. Como o restante dos anjos caídos, seu líder, Satanás, aparece claramente
apenas no Novo Testamento. Seu nome hebraico significa “adversário” (oponente de
Deus e do seu povo) com o sentido de um acusador legal no tribunal celestial, e é nessa
condição que o Antigo Testamento o apresenta (1Cr 21.1; Jó 1—2; Zc 3.1-2). Convém
observar, porém, que Satanás não cumpre um papel legítimo no tribunal celestial — ele
é um intruso que faz acusações falsas. Em Jó, Satanás entra no tribunal celestial para
“apresentar-se” (Jó 2.1; cf. 1.6), e não para servir; em Zc 3.2, o Senhor repreende
Satanás por suas acusações falsas; em 1Cr 21.1, Satanás se opõe ao povo escolhido de
Deus e incita o seu rei a pecar.
O Novo Testamento usa títulos reveladores para Satanás: diabo (diabolos)
significa “alguém que faz acusações falsas” ou “adversário” (isto é, do povo de Deus;
Ap 12.9-10); Apoliom (Ap 9.11) significa “destruidor”; tentador (Mt 4.3; 1Ts 3.5) e
maligno (1Jo 5.18-19) são designações óbvias; e “príncipe deste mundo” e “deus deste
século” mostram Satanás presidindo sobre os estilos de vida pecaminosos da
humanidade (Jo 12.31; 14.30; 16.11 — “príncipe deste / do mundo”; 2Co 4.4 — “deus
deste século”; cf. Ef 2.2 — “príncipe da potestade do ar”). Jesus afirmou que Satanás
sempre foi um assassino e que ele é o pai da mentira — Satanás foi o primeiro
mentiroso e, desde então é o fomentador de toda falsidade e engano no mundo (Jo 8.44).
Por fim, ele é identificado como a serpente que enganou Eva no Éden (Ap 12.9; 20.2). É
descrito como um ser repleto de malícia, fúria e crueldade inimagináveis dirigidas
contra Deus, contra a verdade de Deus e contra aqueles aos quais Deus estendeu o seu
amor salvador.
A descrição detalhada da rebelião de Satanás no céu e sua queda conhecida pela
maioria dos cristãos de hoje é resultante mais do imaginário literário do que das
Escrituras. Paulo indica que Satanás caiu em decorrência do seu orgulho (1Tm 3.6), mas
não desenvolve essa ideia. A “estrela da alva”, expressão por vezes traduzida como
“Lúcifer” (cf. 2Pe 1.19) em Is 14.12, é identificada explicitamente com “o rei da
Babilônia” (Is 14.4, veja a sua nota; cf. a descrição semelhante do rei de Tiro em Ez 28).
Embora seja concebível que Is 14.12 considere Satanás o “príncipe” doimpério
babilônico (veja as notas sobre Dn 10.13,20) ou se refira a uma tradição mais antiga
sobre a queda primeva de Satanás, estas são apenas ideias especulativas que não são
corroboradas pela Bíblia nem confirmadas por fontes externas. Em última análise, a
Palavra de Deus revela poucos detalhes sobre as origens de Satanás.
Apesar de não sabermos muito sobre Satanás, as Escrituras nos dizem que
devemos levar a sua oposição a sério, ficar atentos para suas estratégias e lembrar que
estamos lutando contra ele (2Co 2.11; Ef 6.16). Sabemos que Satanás é dissimulado e
astuto, podendo transformar-se num anjo de luz e fazer o mal parecer o bem (2Co
11.14). Sua ferocidade destruidora pode ser vista nos textos que o descrevem como um
leão que ruge (1Pe 5.8) e como um grande dragão (Ap 12.9). Assim como se mostrou
inimigo declarado de Cristo (Mt 4.1-11; 16.23; Lc 4.13; Jo 14.30; cf. Lc 22.3,53),
continua sendo adversário do cristão, sempre procurando fraquezas, distorcendo
virtudes e solapando a fé, a esperança e o caráter (Lc 22.31,32; 2Co 2.11; 11.3-15; Ef

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6.16). Ele deve ser levado a sério, pois a sua malícia e astúcia o tornam um inimigo
terrível.
No entanto, os cristãos não precisam ter medo de Satanás. Ainda que, por ora,
seja uma criatura superior aos seres humanos, ele não é divino; possui grande
conhecimento e poder, mas não é onisciente, onipotente, nem onipresente. Pode ser
vencido — aliás, Cristo já o derrotou definitivamente. Ao iniciar o reino de Deus no seu
ministério terreno, Jesus confrontou Satanás diretamente. Não apenas resistiu às
tentações de Satanás (Mt 4.1-11; Lc 4.1-13), como também deu aos seus discípulos o
poder de expulsar demônios (Lc 9.1; veja o artigo teológico “Demônios”, em 1Co 10), e
afirmou ter visto “Satanás caindo do céu como um relâmpago” (Lc 10.18). Com a vida,
morte e ressurreição de Jesus Satanás, o “valente”, foi amarrado (Mt 12.25-29) e se
tornou relativamente impotente (Hb 2.14). Em outros tempos, reinou sobre as nações
gentias (Mt 4.8-9), mas não tem mais poder de “[enganar] as nações” (Ap 20.1-3). Em
decorrência disso, à medida que o reino de Deus prossegue na história da igreja, o
evangelho avança pelo mundo com grande sucesso. Os cristãos também podem triunfar
sobre Satanás em sua vida pessoal se resistirem a ele com os recursos que Cristo oferece
(Ef 6.10-18; Tg 4.7; 1Pe 5.8-10): “maior é aquele que está em vós do que aquele que
está no mundo” (1Jo 4.4). No entanto, quando Jesus voltar, trará consigo a consumação
do reino e, nessa ocasião, Satanás e o seu exército serão lançados para sempre no lago
de fogo (Ap 20.10). Sua condenação é certa.

Bíblia de Estudo de Genebra

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Apoio didático – Lição 8

CRISTO MORREU PARA NOS LIBERTAR DA ESCRAVIDÃO DO PECADO

Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o
seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém! (Apocalipse 1.5-6)

Jesus, para santificar o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta. (Hebreus 13.12)

Nosso pecado nos estraga de duas formas. Ele nos torna culpados diante de Deus
de forma que ficamos sob sua justa condenação; ele torna nosso comportamento feio, de
modo a desfigurar a imagem de Deus que deveríamos refletir. Ele nos condena com a
culpa, e nos escraviza com falta de amor.
O sangue de Jesus nos liberta de ambas as desgraças. Satisfaz a justiça de Deus,
fazendo com que nossos pecados sejam perdoados com justiça. Vence o poder do
pecado de nos tornar escravos da falta de amor. Vimos como Cristo absorve a ira de
Deus e retira nossa culpa. Mas agora, como o sangue de Cristo nos liberta da escravidão
do pecado?
A resposta não é que ele seja poderoso exemplo que nos inspire a nos libertar do
egoísmo. Ah, sim, Jesus é um exemplo para nós. E muito poderoso. Ele deseja
claramente que o imitemos: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros;
assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo 13.34). Mas o
chamado para imitá-lo não é o poder da libertação. Existe algo mais profundo.
O pecado é uma influência tão poderosa em nossa vida que precisamos ser
libertos pelo poder de Deus, não por nossa força de vontade. Como somos pecadores,
temos de perguntar, “Será que o poder de Deus é dirigido para a nossa libertação ou
para nossa condenação?” É aí que entra o sofrimento de Cristo. Quando Cristo morreu
para remover nossa condenação, ele como que abriu a válvula da misericórdia poderosa
do céu para que fluísse em prol da nossa libertação do poder do pecado.
Noutras palavras, a libertação da culpa do pecado e da ira de Deus teve de
anteceder a libertação do poder do pecado pela misericórdia de Deus. As palavras
bíblicas cruciais para dizer isso são: a justificação precede e garante a santificação. São
diferentes. Uma é uma declaração instantânea (não culpado!), a outra é uma
transformação contínua.
Ora, para aqueles que confiam em Cristo, o poder de Deus não está a serviço de
sua ira condenatória, mas sua misericórdia libertadora. Deus nos dá esse poder para a
transformação mediante a pessoa de seu Espírito Santo. É por essa razão que a beleza de
.... amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão,
domínio próprio. são chamados de “fruto do Espírito” (Gl 5.22-23). É por esta razão que
a Bíblia faz a surpreendente promessa: “o pecado não terá domínio sobre vós; pois não
estais debaixo da lei, e sim da graça” (Rm 6.14). Estar sob a graça assegura o poder
onipotente de Deus de destruir nossa falta de amor (não de repente, mas de maneira
progressiva). Não somos passivos ao vencer nosso egoísmo, mas também não vem de
nós o poder decisivo para tanto. É graça de Deus. Assim, o grande apóstolo Paulo podia
dizer: “Trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus
comigo” (1Co 15.10). Que o Deus de toda graça, pela fé em Cristo, nos liberte da culpa
e da escravidão do pecado.
A paixão de Cristo, John Piper, Editora Cultura Cristã

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Apoio didático – Lição 9

DISPOSIÇÃO PARA PERDOAR


Mateus 6.12,14,15

O perdão concedido por Deus é um imperativo à concessão de perdão ao nosso


próximo. Aquele que foi perdoado é conduzido invariavelmente à disposição de perdoar
o seu próximo; e quando perdoamos estamos nos abrindo ao perdão de Deus. “o perdão
de Deus, quando é recebido, faz ao perdoado capaz de perdoar.”4 A nossa disposição em
perdoar é um atestado de nossa gratidão a Deus pelo seu perdão.
Um fidalgo medieval que permanecia no impasse entre orar o “Pai Nosso” e se
vingar de seu inimigo, teve a sábia orientação do Capelão: “.... É preciso ou que vós
largueis esta oração, ou que renuncieis ao vosso projeto de vingança, porque pedir a
Deus que vos perdoe, assim como vós perdoais aos outros, é pedir que ele vos tome
vingança, por todos vossos pecados. Ide agora, senhor, ao encontro de vossa vítima.
Deus se encontrará convosco no grande dia do juízo.”5
Jesus diz: “E quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém,
perdoai, para que o vosso Pai celeste vos perdoe as vossas ofensas” (Mc 11.25).
“Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-
lhe. Se por sete vezes no dia pecar contra ti, e sete vezes vier ter contigo, dizendo: Estou
arrependido, perdoa-lhe” (Lc 17.3-4). Este assunto será alvo especial de nossa
meditação no futuro.
A base do nosso perdão é o perdão concedido por Deus. Ele não somente nos
perdoa, como também nos capacita a perdoar; Deus faz o nosso perdão possível. “É
Deus quem semeia em nossos corações a semente da fé e o ânimo perdoador.”6 Paulo
escreve aos Colossenses e aos Efésios respectivamente: “Suportai-vos uns aos outros,
perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim
como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3.13). “Antes sede uns
para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como
também Deus em Cristo vos perdoou” (Ef 4.32).
A vingança pertence a Deus, não a nós. Manter os olhos fixos nas promessas de
Deus e aguardá-la com paciência é um estímulo à perseverança na fé e à prática da
Palavra. o perdão é resultante da confiança no Deus justo e perdoador.

O Pai Nosso, Hermisten Maia Pereira da Costa, Editora Cultura Cristã

4
Karl Barth, la Oración, p. 78-79.
5
Perdoa-nos assim como nós perdoamos: In: Imprensa Evangélica, 01/07/1865, p. 6-7.
6
G. Hendriksen, El Evangelio Segun San Mateo, p. 350.

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Apoio didático – Lição 10

COM O MAL AO MEU LADO


Deus me fortalece para que eu possa me manter; O maior peso de todos carregar, O inalienável
peso da preocupação.
Christina Rossetti

Eu também me sinto do mesmo modo


Tudo que eu queria era surpreender minha mulher. Desde que tínhamos nos
mudado para a nossa nova casa, há quase um ano, o puxador da porta da geladeira
estava do lado errado. Eu havia protelado a substituição por ser desajeitado com coisas
mecânicas. Mas nessa tarde de quinta-feira, enquanto minha mulher estava no trabalho,
eu decidido me redimir e acertar o que estivesse errado.
Eu estava na metade do trabalho. Tinha levado a geladeira e o freezer para fora e
queria levá-los de volta logo para que nada se estragasse. Estava no passo importante de
mudar as dobradiças do lado direito da geladeira para o lado esquerdo, quando me dei
conta de que cada dobradiça era apertada por dois parafusos estriados. Dois simples
parafusos estriados. Existe apenas uma ferramenta no universo que pode (com
segurança) soltar um parafuso estriado: uma chave estriada.
Eu não tinha uma chave estriada.
Nessa altura, meus três meninos decidiram pôr em andamento o espetáculo
itinerante de rivalidade fraterna no meio do meu problema. Eu perdi a razão. E
descontei neles, ainda que não o merecessem. Eles arregalaram os olhos como se eu
fosse um monstro da Alfa Centauro, enquanto eu delirava numa língua desconhecida.
No meio de um ataque de cólera tive uma experiência extracorpórea. Vi minha
face distorcida e vermelha gritando para os meus encantadores meninos e soube
imediatamente
que eu estava fazendo alguma coisa horrível. Então parei e pedi desculpas a eles, certo?
Errado. Algo estava me controlando – como se algum estranho tivesse invadido meu
corpo e me forçasse a fazer a vontade dele. Foi bem depois de eles terem fugido da
minha raiva que recobrei a minha sanidade e a minha consciência e me humilhei perante
eles com pedidos de desculpas.
Em seguida passei diversos dias me sentindo como um cachorrinho que tivesse
apanhado. Seria eu na realidade aquele perverso? Como pude ferir meus filhos daquela
maneira? O mal que eu havia feito seria irreparável? Eles me perdoariam? Deus me
perdoaria?

Alguma coisa assim já aconteceu com você?

Quando leio Romanos 7, eu me sinto consolado porque Paulo se sentiu do


mesmo modo.7 Ele me ajuda a entender minha loucura e me dá alguns termos teológicos
substanciais para isso: “lei do pecado” (Rm 7.23), “esse corpo da morte” (v. 24), “minha
natureza pecadora” (“minha carne” em muitas traduções, v. 18), “o pecado que habita

7
Romanos 7 tem sido interpretado de várias maneiras; mas em uma inspeção mais minuciosa, claramente descreve a experiência de
um crente, mais do que a de um não-crente. Para uma breve, mas clara discussão sobre isso, veja J.I.Packer, Keep in step with the
Spirit (Old Tappan, N.J.: Revell, 1984), 263-70. Ver também John R. W. Stott, Men made New: An Exposition of Romans 5–8
(1966; edição norteamericana: Grand Rapids: Baker, 1984), 71-75.

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em mim” (v. 17), simplesmente “pecado” (v. 11) e “a lei do pecado e da morte” (8.2).
Os teólogos gostam de chamar isso de “o pecado que habita em nós”. De qualquer
modo que o chamemos, ele é um inimigo de Deus e da nossa alma.8 A razão para este
livro é que o primeiro passo para combater esse inimigo é conhecê-lo – e conhecê-lo
bem.
O fundamento do nosso conhecimento do poder do pecado que habita na vida do
crente está assentado na própria experiência de Paulo. Ele abriu caminho com luta até,
por vezes, ser quase derrotado nas cordas, clamando à beira da derrota (Rm 7.23,24).
Ainda assim, quando soava o gongo, ele levantava-se com seus pés no pescoço do seu
inimigo e erguia a mão para receber a coroa da justiça (2Tm 4.7,8).

Quatro verdades-chave
Se quisermos compartilhar da vitória sobre a carne sangrenta, teremos de seguir
Paulo até dentro da luta. E quando o fizermos, descobriremos as mesmas quatro
verdades que o humilharam na batalha, todas expressas num versículo:

Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim (Rm 7.
21).

1. O fato de o pecado habitar em nós é uma “lei”. A “lei” a que Paulo se refere
é a mesma coisa que ele chama de “pecado que habita em mim” nos versículos 20 e 23.
É sobre esse pecado residente que nós estamos falando. Por que chamá-lo de lei?
Paulo usa “lei” como uma metáfora. Ele precisa de um modo para expressar o
poder, a autoridade, a limitação e o controle que o pecado exerce na nossa vida, e toma
“lei” com um toque de ironia. Antes, no início do capítulo, ele havia escrito sobre a lei
de Deus, que deveria governar a nossa vida, ainda que a lei do pecado pareça vencer
muitas batalhas no corpo a corpo. Poderia ele ter escolhido um contraste mais
maravilhoso para desmascarar as forças mortais do pecado?
Medite sobre a metáfora da lei por um minuto. Nós podemos pensar sobre ela de
um lado como uma regra moral que nos orienta e nos manda fazer o que ela requer
(“Honra teu pai e tua mãe”) ou não fazer o que ela proíbe (“Não matarás”). Mais do que
isso, uma lei que nos leva a obedecer com ofertas de recompensa (“para que se
prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”). E nos compele à
submissão por meio de ameaças de punição pela desobediência (multa de R$ 1.250,00
por transgressão).
Por outro lado, também podemos pensar na lei, do mesmo modo como falamos
da “lei da natureza”. A gravidade, por exemplo, é uma lei que obriga as coisas a
tomarem uma direção. Ela nos molda perfeitamente aos seus “comandos”. A gravidade
não é uma lei como uma ideia ou um preceito externo, mas uma força que pode fazer os
objetos “obedecerem” à sua “vontade”. Nesse sentido, toda necessidade e inclinação em
nós é uma lei. A fome é uma lei, a sede, a atração sexual, o medo – cada uma nos
impele a cumprir suas exigências, e cada uma tem uma força para nos levar a nos
inclinar em submissão.
O mal que habita em nós funciona dessa maneira – atraindo, ameaçando e até
mesmo maltratando. De modo que Paulo a chama de uma lei para que possamos ver que

8
Existem dois outros inimigos: o mundo e o Diabo. Eu não vou tratar deles explicitamente. Mas uma vez que ambos fazem o seu
trabalho sujo apelando para a nossa carne (o pecado que habita em nós), qualquer vitória sobre a carne concorrerá também para
enfraquecê-los.

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A luta pela santificação
ela é poderosa, mesmo na vida dos crentes, e que está constantemente agindo para nos
moldar de acordo com seu caráter pecaminoso.
Isso leva à pergunta: “Em que sentido Cristo derrotou o pecado no crente?”. A
resposta é que ele derrubou o seu domínio, enfraqueceu o seu poder e matou até as suas
raízes, de maneira que não possa dar o fruto da morte eterna no crente. Entretanto – e
isso é espantoso, mas verdadeiro – o pecado é pecado; sua natureza e seu propósito
permanecem inalterados; sua força e seu sucesso ainda nos agarram pela garganta.9

2. Encontramos essa lei dentro de nós. Paulo tinha ouvido histórias de horror
sobre o pecado ao longo de toda a sua vida. Ele tinha visto incontáveis dedos em riste
apontados para o seu rosto prevenindo-o quanto ao poder do pecado. Mas em Romanos
7.21 ele saiu da confortável teoria para a experiência turbulenta: ele encontrou essa lei.
Uma coisa é a pessoa se juntar a um grupo e analisar criticamente dissertações sobre o
pecado original; outra muito diferente é se encontrar submetido pela sua força e loucura.
Uma coisa é assistir a uma conferência sobre AIDS – como se espalha, o que faz ao
corpo, o quanto é invencível, e outra coisa é ouvir o seu médico dizer para você: “HIV
positivo – sinto muito”.
Poucas pessoas têm chegado a um acordo com a lei do pecado. Se isso tivesse
acontecido com mais pessoas, ouviríamos mais queixas contra ela nas orações, veríamos
mais lutas contra ela e encontraríamos menos de seus frutos pelo mundo. Quando
encontramos essa lei em nós o “Quem me livrará?” de Paulo ecoa pelos nossos ossos.
Os crentes são as únicas pessoas que encontram a lei do pecado operando dentro
deles. Os descrentes não têm como sentir isso. A lei do pecado é um rio furioso, que os
leva consigo; eles não podem medir a força da correnteza, porque eles se renderam a
ela, e por ela foram levados embora. Um crente, por outro lado, nada contra a correnteza
– ele encara o pecado de cabeça erguida e esforça-se debaixo de sua força.
3. Encontramos essa lei quando estamos nas melhores condições. Embora essa
lei do pecado seja muito poderosa, ela não governa o coração do crente. Paulo a
encontrava operando nele mesmo quando ele queria fazer o bem. Ele não tropeçou nela
em ocasiões em que estava pecando grandemente, ou quando ele estava indiferente
quanto às coisas de Deus. Ele estava consciente dela mesmo quando mais queria servir a
Deus, quando se decidiu obedecer seu Salvador e Rei, quando Cristo dirigia o seu
coração.
A despeito do fato de que a lei do pecado opera a partir de dentro e ataca os
crentes quando estão dando o melhor de si, ela não é o seu ditador. Os crentes marcham
num compasso diferente: “Eu quero fazer o bem”, Paulo diz (Rm 7.21) – Eu quero
agradar a Deus, dar-lhe glória, servir seu povo, honrar seu nome. Pela graça de Deus o
desejo de obedecê-lo normalmente prevalece em nós, mesmo contra seu insidioso
inimigo interior.10
9
Pense na sua santificação, em termos da vinda de Cristo ao mundo. Na sua primeira vinda ele estabeleceu o seu reino no mundo:
ele já está governando e reinando, ele derrotou o deus desta era, está sentado no seu trono à mão direita do Pai; no entanto, a
oposição ainda permanece, e a batalha continua. Na sua segunda vinda ele consumará o seu reinado, tirando dele todo inimigo. Ser
nascido de novo é a primeira vinda de Cristo para a sua alma: ele verdadeiramente governa e reina no seu coração, mas o inimigo
derrotado permanece e a batalha continua. Sua glorificação depois da morte é a segunda vinda de Cristo para a sua alma, quando
todo sinal da lei do pecado se desintegrará.
10
Ainda que a graça normalmente prevaleça em nós, nesta vida ela nunca se manifesta perfeitamente (Gl 5.17). Mesmo em nossos
momentos de maior amor e humildade, um toque de orgulho aparece para manchar nossas obras mais justas. Devemos viver
totalmente dependentes de Cristo. João descreveu o coração do crente renovado por Cristo e sob seu governo: “Todo aquele que é
nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando,
porque é nascido de Deus” (1Jo 3.9). “viver na prática do pecado” e “viver pecando” significa fazer do pecado a sua carreira na
vida. O crente tem uma nova natureza – a semente de Deus nele – que não pode viver em paz com o pecado. Isso distingue o crente
no que ele tem de pior, do não-crente no que ele tem de melhor. Mesmo quando o crente cambaleia e parece soterrado pela tirania do

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4. Essa lei nunca descansa. Uma vez que a graça governa o coração do crente,
ele quer fazer o bem. Podemos descrever esse desejo de duas maneiras. Primeiro, existe
o seu constante e generalizado desejo de agradar a Deus (v. 18). Segundo, há ocasiões
em que o crente tem em mente uma tarefa particular que ele queira cumprir, tais como
orar em particular ou dar um décimo de seus rendimentos para Deus (“Ao querer fazer o
bem” – v. 21). A lei do pecado se opõe a ambos.
A “lei do pecado e da morte” está em uma constante guerra contra o desejo
primordial do crente de agradar a Deus (vs. 14-25). Mas o pecado vai mais longe:
quando o crente decide fazer até mesmo o mais simples trabalho para Deus, o pecado
luta contra ele exatamente nesse ponto (“O mal reside em mim” – v. 21), tornando-o
sonolento ou distraído quando deveria orar, ou pão-duro e ambicioso quando deveria
dar o dízimo.
Você, às vezes não se sente como o dr. Jekyll e mr. Hyde? Todo crente, que é
também um pecador (isto é, todos os crentes), sente-se assim. “Porque a carne milita
contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não
façais o que, porventura, seja do vosso querer” (Gl 5.17).
Quem me livrará?

Informe-se
Estamos no começo da obediência a Deus. Entender essas quatro verdades sobre
o pecado latente é armar-se contra ele. Na sua luta contra o pecado, existe apenas uma
coisa mais importante a ser compreendida do que esses quatro fatos: a livre e
justificadora graça de Deus no sangue de Cristo. A graça de Deus em Cristo e a lei do
pecado são as duas fontes de toda a sua santidade e pecado, alegria e dificuldades,
refrigério e tristeza. Se você está disposto a andar com Deus e glorificá-lo neste mundo,
você precisa conhecer ambos a fundo.
Suponha que existe um reino que tem dentro de seus muros duas poderosas
forças opostas. Os súditos do rei estão sempre se estranhando, sempre tramando e
lutando entre si. Se o rei não tiver sabedoria, seu reino se transformará em ruínas.11 A
lei do pecado e a lei do Espírito da vida (Rm 8.2) em nós são inimigos mortais. Se não
formos espiritualmente sábios em dirigir a nossa alma, como podemos evitar
destroçarmos nós mesmos?
Mas muitas pessoas vivem nas trevas e na ignorância a respeito de seu próprio
coração. Elas mantêm um cuidadoso registro dos seus investimentos na bolsa de valores
e fazem frequentes check-ups médicos; cuidam da alimentação e fazem ginástica na
academia três a quatro vezes por semana para manter o corpo em perfeita ordem. Mas
quantas pessoas refletem um pouco sobre a própria alma? Se é importante vigiar e
cuidar do nosso corpo e dos nossos investimentos, que logo estarão mortos e
apodrecerão, quanto mais importante é para nós guardarmos a nossa alma imortal?
Conhecer o pecado que habita em nós, por mais humilhante e desencorajador
que possa ser, é nossa sabedoria – se é que temos algum interesse em descobrir o que
agrada ao Senhor (Ef 5.10) e evitar qualquer coisa que entristeça o seu Santo Espírito
(Ef 4.30 ).

Questões para reflexão e discussão

pecado, seu novo coração continua odiando o pecado, de modo que ele não terá paz até que o pecado seja esmagado. Mas um
descrente que de maneira superficial parece ser gentil e respeitável irá, se Deus remover dele a sua graça irrestrita, voluntariamente e
com satisfação entregar-se ao pecado.
11
Lembra-se de Roboão? Ver 1 Reis 12.

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1. Leia Romanos 7.14 a 25. Qual frase – ou frases – melhor descreve sua experiência
pessoal?
2. Você pode pensar em maneiras nas quais a lei do pecado oferece recompensa pela sua
obediência e ameaças de punição para quem a ignora? (Isso antecipa o próximo
capítulo.)
3. Pense em uma ocasião em que você “encontrou” a lei do pecado em você – quando
ela parecia tomar posse de você e curvá-lo, por assim dizer, contra a sua vontade. Se
puder, descreva essa época para seu grupo.
4. O que você considera a coisa mais frustrante referente ao pecado no seu coração?
5. Se é verdade que a lei do pecado, em você, nunca descansa, qual é a sua esperança?
6. Leia Lucas 12.15 e Mateus 26.41. À luz deste capítulo, descreva os cuidados diários
que você precisa para dar ouvidos às advertências de Jesus.
7. O que você espera obter pelo estudo deste livro? Escreva uma oração no espaço
abaixo, pedindo a Deus que isso se concretize na sua vida.
O Mal que habita em mim, Kris Lundgaard, Editora Cultura Cristã

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Apoio didático – Lição 12
A EXCELÊNCIA DA PALAVRA DE DEUS

As Escrituras apresentam diversos adjetivos que revelam a sublimidade da


Palavra de Deus, alguns dos quais, pretendemos abordar de forma abreviada:

1. Fidelíssima
O salmista diz: "Fidelíssimos são os teus testemunhos...” (Sl 93.5). Outra vez:
"As obras de suas mãos são verdade e justiça; fiéis todos os seus preceitos. Estáveis são
eles para todo o sempre, instituídos em fidelidade e retidão” (Sl 111.7,8).
A Palavra de Deus é a expressão da fidelidade do seu Autor; por isso, podemos
descansar na sua Palavra, confiantes nas suas Promessas: o que Deus prometeu haverá
de cumprir; ele é fiel a si mesmo; na sua Palavra não há instabilidade! Ela permanece.

2. Perfeita
Davi: "A lei do Senhor é perfeita...” (Sl 19.7). Ela é completa, suficiente para
todas as nossas necessidades, em todos os tempos, em todos os momentos e
circunstâncias de nossa existência. A Palavra não precisa de complemento. (Tg 1.25).

3. Reta e Justa
Davi exclama: "Os preceitos do Senhor são retos...” (Sl 19.8). Do mesmo modo,
o salmista:: "... Tenho por em tudo retos os teus preceitos todos...” (Sl 119.128). "Justo
és, Senhor, e retos os teus juízos” (Sl 119.137). "...Todos os teus mandamentos são
justiça” (Sl 119.172).
A Palavra de Deus não tem casuísmos, Ela é sempre reta, justa, digna e fiel; os
seus preceitos não comportam atitudes dúbias, atalhos; Deus age sempre conforme a
retidão dos seus preceitos, que são decorrentes do seu caráter. Os critérios de Deus estão
claramente registrados na sua Palavra; não há ambigüidade ou injustiça: Deus
apresenta-nos um caminho de justa retidão para que, caminhando por ele, jamais nos
tornemos repreensíveis. A justiça que Deus exige de nós consiste numa absoluta
conformidade com a sua santa Lei.

4. Verdadeira
"São verdadeiros todos os teus mandamentos...”, reconhece o salmista (Sl
119.86). A Palavra de Deus não traz meias verdades, ela é a verdade absoluta de Deus
para o homem. Ela é a própria verdade (Sl 119.142,151,160). A verdade de Deus é
atemporal! Ela não está restrita a determinadas épocas, culturas ou classes sociais;
permanece como a verdade verdadeira que perdura no tempo e se perenizará na
eternidade.

5. Ilimitadamente perfeita e eterna


O salmista exulta: "Tenho visto que toda perfeição tem seu limite; mas o teu
mandamento é ilimitado” (Sl 119.96). "Quanto às tuas prescrições, há muito sei que as
estabeleceste para sempre” (Sl 119.152). "As tuas palavras são em tudo verdade desde o
princípio, e cada um dos teus justos juízos dura para sempre” (Sl 119.160).
As "perfeições" humanas encontram o seu limite na própria limitação humana,
bem como nos seus critérios; todavia, a Palavra de Deus é infinitamente perfeita, tal

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qual o seu Autor. Esta perfeição ultrapassa os nossos critérios, a nossa lógica, a nossa vã
filosofia... Só nos resta dizer como o salmista: "o teu mandamento é ilimitado” (Sl
119.96).
Não há analogia que possamos fazer com a Palavra de Deus sem que
diminuamos a sua excelência; ela é ilimitada em sua perfeição, daí a sua perenidade e
veracidade. Ela permanece para todo o sempre, não sendo alterada, nem precisando ser
modificada, corrigida, diminuída ou suplementada (Mt 5.18; 1 Pe 1.25). Daí a exortação
divina: "Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que
guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando” (Dt 4.2).

6. Puríssima
"Puríssima é a tua Palavra...” (Sl 119.140). A Palavra de Deus foi registrada por
homens, que mesmo separados por Deus para esta tarefa, não deixaram de ser pecadores
como nós o somos. Todavia, a Bíblia não traz em seus ensinamentos, preceitos
pecaminosos; ela é puríssima, porque o seu registro foi preservado pelo Espírito Santo,
bem como foi conservado puro até os nossos dias. Por isso, para nós, somente a Palavra
de Deus é a fonte inerrante e infalível de todo o pensar e proceder cristão. Ela é pura,
não sofreu influência dos desvios históricos no campo ético, filosófico, comportamental.
A Bíblia, e somente ela, é a Palavra pura de Deus para todos os homens.
Baseado nestas e em outras excelências da Palavra de Deus é que o salmista
declara: "Admiráveis são os teus testemunhos, por isso a minha alma os observa” (Sl
119.129). Este reconhecimento manifesta-se no seu respeito para com a Palavra:
"Meditarei nos teus preceitos, e às tuas veredas, terei respeito” (Sl 119.15). E, também,
encontra na retidão dos juízos de Deus motivo para ação de graças: "Levanto-me à
meia-noite para te dar graças, por causa dos teus retos juízos” (Sl 119.62).
Muitas vezes nos acostumamos tanto com o fato de que possuímos a Bíblia, a
Palavra de Deus, que não lhe tributamos o valor devido; Deus age através de sua
Palavra; ela é a verbalização da excelência de Deus. Jamais poderemos orar "seja feita a
tua vontade", se não tivermos, primeiramente, um conceito claro da magnitude da
Palavra de Deus. Consideremos este ponto e louvemos a Deus por sua Palavra, que ele
tem preservado, e peçamos que ele mesmo, o Autor da Palavra, nos dê o discernimento
para compreendê-la e praticá-la, conforme a sua vontade.

O Pai Nosso, Hermisten Maia Pereira da Costa, Editora Cultura Cristã

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Apoio didático – Lição 13

CORRER A CARREIRA OLHANDO PARA JESUS


(LER HEBREUS 12.1-4)
Em nosso estudo de Hebreus chegamos agora ao capítulo 12.1-4. Você deve se lembrar
que os leitores da carta eram judeus que haviam se convertido ao cristianismo, mas estavam
agora pensando em desistir de tudo e voltar ao judaísmo. Diversas vezes o apóstolo os
desencorajou e advertiu que, se o fizessem, estariam perdidos. O Senhor Jesus Cristo é
singularmente superior em tudo que é e faz. Aqueles que o rejeitam só têm um destino – as
trevas exteriores.
O único caminho seguro para um cristão professo é perseverar, continuar, andar sempre
em fé. Aqueles que possuem fé genuína vivem – e morrem – pela fé. Nada pode extingui-la.
Isso foi ilustrado pelo apóstolo no relato sobre numerosos homens e mulheres mencionados no
Antigo Testamento.
E é o que está na mente dos leitores quando chegam à palavra “portanto...”. Ou seja, “à
luz do que acabei de falar, tenho mais uma coisa a dizer”. O que ele diz consiste em um retrato
vívido e três regras.

1. Um retrato vívido (12.1)


Estamos nos jogos olímpicos em um gigantesco estádio cheio de gente. As corridas estão
acontecendo. Assistimos aos atletas darem voltas na pista repetidas vezes. Nos dias de hoje,
veríamos todos tirando seus agasalhos e ficando com o que estavam embaixo: seus mínimos
uniformes de corrida. Mas não é hoje. Estamos no primeiro século d.C. Se o atleta corresse de
cinto, o peso impediria seu progresso – ele tira o cinto. Se corresse de capa, logo ela o
envolveria e faria tropeçar – o atleta desvencilha-se da capa. Na verdade, os atletas do primeiro
século corriam sem a mínima roupa. Nada havia para atrapalhar.
Corrida após corrida se desenrola. Cada uma delas é longa e difícil. Vemos um atleta
ofegante, prestes a desistir, mas ele continua, porque nesses jogos cristãos existem prêmios para
todos que alcançam o final, não só para quem termina em primeiro lugar.
Vez após vez, vemos os atletas tentados a sair da corrida por cansaço ou fraqueza. Mas
eles desistem? Não, continuam em frente, adiante, e sempre. Finalmente, cada um atravessa a
fita e recebe sua recompensa.
Os que terminaram tomam os seus lugares na arquibancada e ali permanecem para olhar
os que estão chegando ou os que ainda correrão. Cada um que corre sabe que está sendo
observado pelos outros e cercado daqueles que já terminaram com sucesso a corrida. Isso os
impele a correr melhor, completar a corrida e jamais desistir, a fim de que também recebam seu
galardão. Sabem que não enfrentam nada que os espectadores não tenham enfrentado. Se
continuarem correndo em frente, sabem que experimentarão aquilo que os outros agora estão
desfrutando – isso é certo.
Agora é a nossa vez de enfrentar a pista. Todos estão olhando para nós. Só nós estamos
correndo – ninguém mais. É como se todos os que viveram e morreram na fé estivessem nos
observando, como está aquele que nos escolheu para a corrida, que a correu com perfeição e
agora está na linha final aguardando nossa chegada.
Devemos desistir – nós que só enfrentamos dificuldades pelas quais outros já passaram?
Fraquejaremos, vamos abandonar a pista, desistir e ir embora? Falharemos na corrida em que
fomos inscritos?
Os hebreus estavam prestes a fazer exatamente isso, e com certeza alguns leitores deste
livro pensam em fazer o mesmo. Como continuar em frente? Qual o segredo de correr bem e

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chegar com segurança na linha final? Como correr bem na vida cristã, prosseguir na vida de fé,
não apostatar ou se perder? É sobre isso que o apóstolo passa a nos falar.
É de importância vital tomar para o coração esse ensino. Estes três versículos seguintes
mostram a diferença entre continuar para entrar na glória eterna e desistir e perder-se
eternamente.

2. Três regras (12.1-4)


Estou escrevendo um livro. Se ao invés disso estivesse pregando numa congregação, eu
olharia nos olhos de cada pessoa e as desafiaria solenemente a ouvir a Palavra de Deus nestes
versículos e fechar os ouvidos àquilo que outras vozes dizem.
Em pé na linha de toque estão pessoas que gritam dizendo que nunca vamos conseguir
chegar a lugar algum na vida cristã, a não ser que...
Advertem-nos energicamente que nenhum progresso verdadeiro virá a não ser que
sejamos batizados pelo Espírito Santo ou a não ser que recebamos a plenitude do Espírito ou a
não ser que sejamos plenamente consagrados ao Senhor ou experimentemos um reavivamento
ou passemos por uma crise em que “morra nosso velho homem”, etc. Muda a terminologia, mas
a mensagem é sempre a mesma: a não ser que tenhamos uma experiência memorável bastante
diferente da experiência de nossa conversão, não chegaremos a lugar algum na vida cristã.
Insisto com os leitores que, ao invés de ouvirem essas vozes, ouçam a Palavra de Deus.
Eis a seguir três regras, regras apostólicas, que farão com que evitemos desistir da corrida,
deixar de atingir o alvo e perder o prêmio final prometido.

(i.) Despir para agir (versículo 1)


Se você correr com uma capa, logo ela o atrapalhará. Ela o envolverá, prenderá e o fará
tropeçar. Tire a capa! Do mesmo modo, livre-se de todo pecado em sua vida. Acabe com ele.
Não pense que você conseguirá agarrar-se naquilo que sabe ser pecado e, ao mesmo tempo,
correr bem na pista. Na melhor das hipóteses, a capa o tornará mais lento; na pior, fará com que
tropece e saia da pista. Essa não é uma área na qual os cristãos têm o direito de divergir. Tudo
que quebre os Dez Mandamentos ou não reflita seu espírito, tudo que não se alinhe com a
Palavra de Deus, tudo que difira do caráter do Senhor Jesus Cristo é pecado. Abandone isso.
Quanto mais você estiver preso a tais coisas, mais essencial será livrar-se delas.
Mas isso não é tudo. Antes mesmo de o apóstolo mencionar o “pecado que tenazmente
nos assedia”, ele fala sobre livrar-nos de todo peso. Algumas coisas não são em si mesmas
erradas, mas impedem minha efetividade espiritual, enfraquecem a fé, abafam o zelo, reduzem a
força para resistir à tentação e tendem a me escravizar. Tais coisas têm de ser postas de lado.
Tudo que impede meu progresso espiritual tem de ser jogado fora. Essas coisas não são
necessariamente baixas ou vulgares. Podem até mesmo ser belas, eruditas e nobres. Na vida de
determinados crentes, podemos estar falando de algum esporte, passatempo, hobby, atividade de
lazer, emprego, curso de estudo, ambição, lugar, amizade ou qualquer outro interesse ou
experiência legítima. Não importa o que seja – se impede o meu progresso na vida espiritual,
tem de ser tirado. E tem de ser tirado agora!
Os que estão decididos a correr bem, sem exceção, se despem para a ação. Se o cristão
tem pouco conhecimento, uma vida que não reflete a Cristo, um coração morno, não é porque
seja vítima de seu ambiente ou porque ainda não teve determinada experiência marcante. É
porque algo, do qual ele ainda não se desvencilhou, está impedindo seu progresso. Tem de
descobrir o que é e livrar-se disso e tem de fazê-lo hoje mesmo!

(ii.) Aprender a dizer “venha o que vier” (versículo 1b)


A vida cristã não é uma volta fácil – por isso o apóstolo diz: “corramos”. Existem
muitas dificuldades no percurso e cada um de nós às vezes se sente tentado a desistir. Por isso, o
apóstolo diz: “com perseverança”. O caminho em que estamos não foi escolha nossa, mas foi
delimitado para nós, de modo que o apóstolo fala da corrida “que nos está proposta”.

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Se você já participou de uma trilha, não deve ter se esquecido facilmente. Para muitos
de nós, é uma das lembranças menos agradáveis de nosso tempo de escola. Até hoje
estremecemos quando nos lembramos das pernas como de chumbo, os pulmões ardendo de dor,
aquela palpitação singular nas têmporas. Quando nos sentimos completamente exaustos,
descobrimos que ainda há um portão para saltar, uma vala para atravessar, um riacho para
passar a pé e muitos quilômetros a mais do que se esperava. Numa corrida dessas, só uma coisa
nos impede de desistir: a determinação de continuar, haja o que houver, venha o que vier!
Entendemos muito bem por que o apóstolo nos diz: “corramos com perseverança”.
Há somente uma maneira de continuar na vida de fé até chegar ao galardão prometido.
É o estado de espírito que diz: Não importa o que acontecer... ou como eu me sinta... se estou só
ou tenho companhia... ainda que riam de mim... ainda que me custe tudo... continuarei em
frente, venha o que vier! E você vai conseguir! Receberá força que vem do alto. Tal
determinação significa negar a si mesmo, tomar a sua cruz a cada dia, e seguir a Jesus (Lc 9.23-
26).

(iii.) Olhar para Jesus... e considerá-lo (versículos 2a,3a)


Nesta terceira regra o apóstolo está mais uma vez dizendo o que ditou em toda sua carta.
Seus leitores estavam sendo tentados a voltar ao sacerdócio do Antigo Testamento, aos
sacrifícios, ao tabernáculo, então ele mostra que o sacerdócio, o sacrifício e o tabernáculo de
nosso Senhor Jesus Cristo é infinitamente melhor. Se fixarem nele seus olhos, vendo-o com
clareza, jamais desejarão voltar àquelas outras coisas.
Hoje em dia, todo cristão é constantemente bombardeado por mensagens e influências
que anunciam a atração de uma vida sem Cristo. Se as pessoas gastassem tempo olhando para
ele, jamais iriam querer voltar a tal vida. Olhem para Jesus, quem ele é, o que fez, o que dá aos
pecadores nesta vida e o que dará na sua morte, na ressurreição, no juízo e na eternidade!
O apóstolo agora passa a dar três razões para focarmos nossa atenção em Cristo e
sempre tê-lo em mente:

(a.) Nossa fé vem dele e por ele é sustentada até o fim (versículo 2a)
Já faz meio século que saí da escola, mas minhas lembranças de Tom Clamp ainda
continuam vívidas. Ele passara muitos anos de sua vida atuando como sargento instrutor do
exército, garantindo que suas tropas estivessem apresentando sua melhor forma física. Na meia-
idade, passou a ser professor de educação física, impondo padrões militares aos meninos
adolescentes! Nunca pediu que fizéssemos alguma coisa fácil. Cada lição era dura e às vezes
nos levava às lágrimas. Contudo, nós o amávamos – até os ossos!
Tom Clamp nos inscreveu em longas corridas, mas em vários pontos do caminho ele
aparecia nos lugares-chave para nos instigar a continuar. Até hoje, não sei como ele conseguia.
Não somente isso – quando nos aproximávamos da linha final, lá estava ele a nos estimular,
encorajar nos últimos metros, esperar com boas-vindas por nós na chegada e nos dar os
parabéns quando terminávamos. Para ele, nós corríamos bem.
Como eram diferentes outros professores de ginástica, que nos inscreviam nas corridas,
nunca apareciam durante o percurso e estavam ausentes no final. Depois dessas corridas,
vagávamos sozinhos pelos vestiários, aturdidos, exaustos e desanimados. Nenhum de nós tinha
corrido bem.
É nosso Senhor quem nos inscreve na corrida da vida de fé, é ele que nos receberá na
reta final e é ele que nos acompanha a cada passo da corrida – não apenas nos pontos chave.
Olhe para ele (em sua Palavra). Considere a Jesus (em detido pensamento e meditação). Os que
o buscam, focados nele e ouvindo sua voz sempre correm bem. Mas se o tirarmos de nosso
pensamento, logo estaremos desistindo da corrida.

(b.) Aprenda do seu exemplo (versículo 2b)


O próprio Jesus correu a corrida em que estamos – a vida de fé. O que fez com que ele
continuasse em frente? Qual foi, para ele, o resultado final? Todos os outros que já correram

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nessa corrida o fizeram de forma imperfeita. Jesus é o único que o fez com perfeição. Para ele,
significou passar pela agonia inefável da cruz e a vergonha que a acompanhava. Mas ele olhava
para frente. Olhava para o alto. Jamais perdeu de vista para onde ia a estrada e a alegria que lhe
pertenceria ao final. As dificuldades eram infinitas. As tentações para desistir eram,
humanamente falando, insuportáveis. Mas essas coisas não prendiam sua atenção. Ele fixou os
olhos no alvo e, no final, assentou-se à destra do trono de Deus Pai. É nesse lugar de mais alta
honra que ele está ainda hoje.

(c.) Entenda o que lhe acontecerá se não estiver olhando para ele (versículos 3-4)
Desviem os olhos de tudo mais e olhem para Jesus. Olhem para ele! Ao seu redor, vocês
estão cercados de inimigos. Sofrem hostilidade e ódio – em alguns casos, há quem trame
realmente assassiná-los. Assassínio? Sim, foi algo que o apóstolo enfrentou, que nós não
tivemos de presenciar em nossa batalha contra o pecado. Mas pode acontecer. E se isso
acontecer com você, ou qualquer outra coisa igualmente difícil, você desistirá se não estiver
olhando com firmeza para Jesus Cristo.
As palavras do versículo 3 sugerem que a desistência pode ocorrer em uma de duas
formas. Algumas pessoas desistem da corrida em colapso repentino e total, enquanto outros
experimentam uma queda gradativa de energia, perdendo a força pouco a pouco até cair fora. As
duas são igualmente perigosas, porque ambas levam as pessoas a desistir completamente da
corrida.
Duas simples alternativas se apresentam a todos quantos professam seguir a Cristo: ou
nós o vemos claramente e permanecemos próximos a ele ou desistimos totalmente da corrida e
prosseguimos para a ruína eterna. O exemplo de outros crentes pode até nos estimular, mas, no
final, não será o que nos manterá na corrida. Em última análise, tudo depende de termos nos
despido de tudo que nos atrapalhava, declarando guerra contra tudo que seja espiritualmente
nocivo. Para tanto, temos de nos dispor com determinação a prosseguir espiritualmente, venha o
que vier. Isso requer que estejamos próximos do Senhor Jesus Cristo, em quem pensamos
sempre, cujo exemplo seguimos e de cuja força dependemos completa e constantemente.
Estou na corrida, porém, hei de completá-la? Tomarei meu lugar no pódio final? Estarei
presente com todos os homens e mulheres de fé – do presente, passado e futuro – na entrega dos
prêmios? Ou vou afrouxar o passo, diminuir e desistir em algum momento, nunca atingindo o
final e nunca desfrutando a recompensa? Essas questões eternas resolvem-se quando assumo ou
não, de coração, o que diz Hebreus 12.1-4.
A carta aos Hebreus bem explicadinha, de Stuart Olyott, Editora Cultura Cristã

O MUNDO, A CARNE E O DIABO


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A luta pela santificação

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