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de Serra -ES.
Processo n°010206.-66.2019.8.08.0048
Ação de Reintegração de Posse
JOEL DA SILVA RABELO, pessoa física de direito privado, inscrito no CPF nº: 117.292.527-
Civit II, Serra/ES, por seu patrono ELIAS GUIMARÃES MOTTA, brasileiro, casado,
advogado, inscrito na OAB/ES sob nº 27.570, com escritório na Avenida Jerusalém, nº47,
Vila Palestina, Sala 103, 1º andar, Cariacica-ES, CEP: 29145-620 tel.: (27) 99871-8383, e-
epígrafe, em que é acionado por SUSANO PAPEL CELULOSE S.A, vem, no prazo legal,
I - DA TEMPESTIVIDADE
setembro de 2019, este tomou ciência da citação nos moldes do art. 231, inciso VIII, in verbis:
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
[...]
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em
[...]
na contagem dos dias, estes computar-se-ão em dias uteis, conforme art. 219, caput do
CPC.
II - PRELIMINARMENTE
a) CARÊNCIA DE AÇÃO
Pelo que se afere dos documentos juntados com a exordial, verifica-se que o autor ignorou
Imóveis e outros sobre o bem que pretende, ou seja, quer demandar acerca do mesmo
objeto.
Ora, sabido e consabido, que o objeto desta demanda, já foi objeto de litígio tendo sido
forma irregular.
A Autora usa o imóvel do Réu para cultivar seus eucaliptos, supostamente acreditando que
um dia pudesse obter a posse, haja vista pelo o tempo que permaneceu sobre o imóvel, no
entanto, imóvel sob litígio não cabe usucapião, assim entende as cortes superiores, senão,
vejamos:
DECISÃO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO - MATÉRIA FÁTICA – INTERPRETAÇÃO
DE NORMAS LEGAIS - INVIABILIDADE - DESPROVIMENTO DO AGRAVO.
O Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas negou acolhida a pedido
formulado em apelação, ante fundamentos assim sintetizados (folha 103):
APELAÇÃO CÍVEL - USUCAPIÃO ESPECIAL URBANO - O imóvel objeto de
litígio judicial não pode ser considerado res delericta, portanto, não é passível
de ser usucapido - Falta dos requisitos de posse mansa e pacífica do imóvel,
que se encontra sem condições de habitação, pelo interregno de cinco anos,
e ausência de oposição de proprietário do bem. Inteligência da Lei Nº
10.257/2001.
Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime.
A recorribilidade extraordinária é distinta daquela revelada por simples revisão
do que decidido, na maioria das vezes procedida mediante o recurso por
excelência - a apelação. Atua-se em sede excepcional à luz da moldura fática
delineada soberanamente pela Corte de origem, considerando-se as
premissas constantes do acórdão impugnado. A jurisprudência sedimentada é
pacífica a respeito, devendo-se ter presente o Verbete nº 279 da Súmula deste
Tribunal:
Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.
As razões do extraordinário partem de pressupostos fáticos estranhos ao
acórdão atacado, buscando-se, em última análise, conduzir esta Corte ao
reexame dos elementos probatórios para, com fundamento em quadro diverso,
assentar a viabilidade do recurso.
A par desse aspecto, descabe confundir a ausência de entrega aperfeiçoada
da prestação jurisdicional com decisão contrária aos interesses defendidos. A
violência ao devido processo legal não pode ser tomada como uma alavanca
para alçar a este Tribunal conflito de interesses cuja solução se exaure na
origem. A tentativa acaba por se fazer voltada à transformação do Supremo
em mero revisor dos atos dos demais tribunais do País. Na espécie, o
Colegiado de origem procedeu a julgamento fundamentado de forma
consentânea com a ordem jurídica.
Acresce que o acórdão impugnado mediante o extraordinário revela
interpretação de normas estritamente legais, não ensejando campo ao acesso
ao Supremo. À mercê de articulação sobre a violência à Carta da República,
pretende-se guindar a esta Corte matéria que não se enquadra no inciso III do
artigo 102 da Constituição Federal. Este agravo somente serve à sobrecarga
da máquina judiciária, ocupando espaço que deveria estar sendo utilizado no
exame de processo da competência da Corte.
Conheço do agravo e o desprovejo.
Publiquem.
Brasília, 18 de setembro de 2009.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator
Sinale-se que as questões relativas a domínio devem ser dirimidas no juízo petitório e não
no possessório.
A parte Autora aduz na sua inicial, fls. 85 que adquiriu área de José Mansur, referente
matrícula nº 22.446, L:3 – AV 07/03/1955, no entanto, não mencionou que essa foi uma das
que presume que a Autora não expos os fatos em juízo conforme a verdade, sendo certo
Dispõe o artigo 77, inciso I do CPC acerca dos deveres das partes, leia-se:
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de
processo:
[...]
litigioso.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas
mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato
dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis
Diante disto, presume-se que a Autora incorre na violação do artigo 80, inciso II e III do CPC,
desta maneira, sendo comprovada a litigância de má-fé, não obsta este juízo a penalidade
Comarca da Serra/ES, Drª Elizabete Bergami Rocha, o que não prova sua propriedade na
área em questão, mas ao menos pode apontar a situação e a localização dessas áreas em
art. 320 caput do CPC, o que presume inépcia da inicial, art.321 do CPC, leia-se:
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
Desta forma, se não houver a juntada do mapa e a planta georreferenciada da FUSÃO DAS
III - OS FATOS
Imóveis da Serra, desde Estado no Livro -3 Reg. Sob o nº 79, (doc. em anexo.
milhão e quinhentos e vinte mil metros quadrados) para a implantação do Bairro das
Laranjeiras.
7. Desde então, o espólio de Egídio Rabelo sempre vem sofrendo com as inúmeras
8. Outrossim, a Autora, também é uma das partes que deseja manter a posse do referido
imóvel para seu cultivo de eucalipto, no entanto, não arca com nenhum tipo de
10. A Autora usa o imóvel do Réu para cultivar seus eucaliptos, supostamente
acreditando que um dia pudesse obter a posse, haja vista pelo o tempo que
permaneceu sobre o imóvel, no entanto, imóvel sob litígio não cabe usucapião, assim
11. DECISÃO
não tem forças para prolongar outra ação possessória, tendo este vencido, obtido
13. É importante frisar que antes da sentença da ação de nulidade e cancelamento das
14. Ocorre que, a Autora não se manifestou como terceira interessada, no entanto usa a
15. Não há, assim, que se falar em posse da Autora sobre o referido imóvel. Muito menos
1. Dispõe o CPC:
[...]
[...]
2. Por oportuno, a parte passiva vem representada pelo Joel da Silva Rabelo,
4. A parte Autora aduz na sua inicial, fls. 85 que adquiriu área de José Mansur, referente
matrícula nº 22.446, L:3 – AV 07/03/1955, no entanto, não mencionou que essa foi
nº0248.902.44353
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de
processo:
[...]
litigioso.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas
mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato
dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis
apresenta apenas um levantamento de campo em fls. 191 a 200 o qual não teve
fatos na inicial não autoriza convencimento do juiz, nesse sentido, infere-se, ao revés,
imóvel em litígio.
L.2, - CF; 24.223 L.2; 16.833 L. 2-CC; 16.835 L.2 – CC, 16.836 L.2 – CC; 28.845 L.2;
16.217, L. 2 -BZ; 15.007 L. 2 – BR; 7.365 L. 2 – AI; 7.586 L. 2 – AJ; 29.014 L.2, estes
9. Insta observar que o contrato de compra e venda constante em fls. 124 dos autos
das áreas dos imóveis adquiridos, as confrontações são outras, contradizendo com
por último a matrícula 1398, do mesmo modo, não existe o mapa desta área
mapa aqui. A Autora supostamente, está querendo induzir este juízo a erro,
22.446 e 22.492 foram canceladas por sentença, estas, foram oriundas das
11. Outro ponto a ser rebatido é referente as guias de declarações do ITR juntadas nos
área de 4.974,6 há, por outro lado, não há nenhum número de imóvel referente ao
seria denominado BLOCO 1, com área de 3.559,7246 ha, no entanto, nota-se que, a
Autora não juntou o mapa da referida FUSÃO, o que se pode presumir é que o cartório
não fez a FUSÃO DAS MATRÍCULAS ou se o fez, fez sem a apresentação do mapa,
este, essencial para verificação das confrontações, sendo assim, o MM. Juiz, poderá
requerer a Autora que, junte ao autos o referido mapa para que seja realizada as
12. Insta observar que a Autora junta vários recibos referentes ao CAR, INCRA e ITR,
alegando sua posse, seu domínio sobre o imóvel, ora, para aquisição de propriedade
cartório competente.
13. Importante observar em fls. 119 dos autos, o CCIR (CERTIFICADO DE CADASTRO
14. O BLOCO 5 tem o número do imóvel sob 5683763-1 e, esta área refere-se ao
Capivari, terras devolutas vendida pelo Estado para a Agro Suco Industrial, o BLOCO
5, possui 5.77,510 mtr². Capivari, não se confunde com Sítio Itacoaba, terras do
espólio de Egídio Rabelo, o qual teve parte do seu imóvel desmembrado para
15. De acordo com a planta topográfica do Sítio Itacoaba, (este será apresentado
respectiva planta.
V - A DEFESA
1. Dos termos da inicial ressai a fragilidade dos documentos apresentados pela parte
Elizabete Bergami Rocha, o que não prova sua propriedade na área em questão, mas ao
3. Ademais, a Fusão das matrículas que a Autora solicitou ao cartório, fls. 121 não
nulidade e, não traz nenhum outro documento que demonstre sua posse naquela
área, cito, Sítio Itacoaba, bem como, não apresenta mapa e planta georreferenciada
4. A saber, a autora vendeu para a Petrobrás uma parte do referido imóvel e, nesta venda,
POSSE PRECÁRIA, por quê posse precária? Por que um comprador de imóvel se
não consta registro dessa área vendida para a PETROBRÁS, (doc. em anexo).
cadeia sucessória na ordem cronológica de fls. 82 a fls. 106 e, nas fls 85 do referido
processo, pode se observar afirmação de ter recebido de José Mansur uma parte do Sítio
Itacoaba, mas não diz qual foi essa parte, se quer diz do que se trata este “desenho”,
6. Insta observar que os documentos acostados nos autos referentes as áreas pleiteadas
certidão de ônus anexada nos autos, fls. nº153, outro documento referente ao imóvel da
autora, que afirma ser seu imóvel, também situado em CAPIVARI, encontra-se nas fls.
127, adquirida por meio de contrato de compra e venda vendida pela TRITÃO
7. Por outro lado, a propriedade do Réu, 83,91% do imóvel, adquirida do Espólio de Taurina
Nunes Ferreira, lugar denominado Sítio Itacoaba e, parte do Sítio Itacoaba foi
matrícula 1.398, Livro 2, H, restando a demais área do Sítio Itacoaba fazendo as devidas
8. Assim, da narração dos fatos da inicial da Autora, não decorre logicamente a conclusão:
9. Por isso, não faz sentido o prosseguimento do feito. É visível que a fase de instrução,
aos fatos controvertidos da causa. Não pode haver instrução probatória sobre fatos não
10. É, pois, imperativa a extinção do processo sem julgamento do mérito por inépcia da
o art. 485, inciso incisos X, § 3º do CPC, pode o Juiz em qualquer tempo e grau de jurisdição,
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das
partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor
abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
VI - MÉRITO
1. Ante todo o exposto, em face ao art.343 caput do CPC, é lícito ao Réu formular pedido de
vasta documentação acostada nos autos, é notório que se tem alguém para ser reintegrado
da sua posse, este é o Réu, tendo em vista ter sofrido por esses longos anos a comodidade
da Autora que, nunca procurou o proprietário do imóvel para ajustar uma possível locação
Sítio Itacoaba, como bem enfocou a Autora, sobre a pretensão liminar, pois tais documentos
que a Autora juntou nos autos refere-se ao Sítio Capivari. Ademais, seu pleito deveria ter
4. É de ver-se, outrossim, que o Réu sempre foi o legítimo dono da área em questão e todos
os documentos em que pese o referido imóvel, estão anexados nos autos na supra
VII - CONCLUSÃO
E INÉPCIA DA INICIAL, ou, superada que seja ela - o que se afigura improvável -, requer
De outra forma, é direito do Réu fazer o contraposto, conforme preceitua o art.343 do CPC
pois é este que sofre com o esbulho por parte da Autora há vários anos, diante disto, requer
Pede a concessão dos benefícios da justiça gratuita em razão de idoso, viver com os parcos
proventos de pensão (doc. anexo), situação econômica que não lhe permite satisfazer as
Protesta por todos os meios de prova admitidos em direito, mormente depoimento pessoal
Espera deferimento.
OAB/ES nº 27.570