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ESCOLA JUDICIAL
SEÇÃO DE PESQUISA E PUBLICAÇÕES JURÍDICAS
Ementas inéditas publicadas no mês de janeiro/2016
Ac. PJe Proc. TRT 15ª REGIÃO Nº 0010065-61.2015.5.15.0042 DEJT 14/04/2016, p. 617.
Relator OLGA AIDA JOAQUIM GOMIERI 1ª Câmara
DANOS MORAIS. EXIGÊNCIA DE METAS. ASSÉDIO MORAL. INDENIZAÇÃO INDEVIDA.
Impende salientar que existe um marco entre a exigência ou cobrança normalmente feita pelo
empregador e o rigor excessivo no tratamento do empregado. Não raro, a linha que distingue
ambas as posturas é tênue, exigindo do julgador bom senso, acuidade e perspicácia na análise
dos fatos, nos casos submetidos ao exame judicial, a fim de identificá-los e melhor classificá-los.
No caso, como bem valorado pela MM. Magistrada sentenciante, não se evidencia, pelo conjunto
probatório, em especial pela prova oral, que houve perseguição pessoal e prolongada contra a
reclamante. Ao revés, as testemunhas ouvidas apenas afirmaram que, na equipe, todos tinham
ciência das metas dos demais. Outrossim, em depoimento pessoal, a própria reclamante informa
que, geralmente, atingia as metas, de modo que não se verifica qualquer constrangimento quanto
às metas estabelecidas e à divulgação de resultados. Assim, também merece ser ressalvado que,
sem embargo da constatação de que tais fatos aludidos pela obreira, por si sós, não configuram o
assédio alegado, também não restou demonstrado que ocorria um terror psicológico. E, ademais,
há necessidade de demonstração, em juízo, de que o ato praticado pelo superior hierárquico tenha
gerado dano efetivo já que, no caso em tela, o dano não se configura in re ipsa. Dessa forma, não
se pode considerar que a exigência do cumprimento ou cobranças por atingimento de metas,
dentro do ambiente de trabalho, sejam aptos, por si só, a gerar o pagamento de indenizações, sem
a comprovação robusta de que a imposição foi abusiva e tenha causado abalo psíquico à autora.
Mantém-se. HORAS EXTRAS ACIMA DA 6ª DIÁRIA. TENTATIVA DE ENQUADRAMENTO DA
AUTORA COMO "OPERADORA DE TELEMARKETING". ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA.
INDEVIDAS. A MM. juíza de 1º grau, Drª Mônica Muniz Barretto Volasco Foschi, assim definiu:
"Para o enquadramento como operador de telemarketing, imprescindível que as tarefas
executadas pela reclamante tenham sido efetivamente aquelas constantes do Anexo II da NR-17.
A reclamada não é empresa de call center e sim um escritório de advocacia e, como tal, presta
serviços de assessoramento jurídico e cobranças judiciais e extrajudiciais. Assim, a utilização de
telefone e computador é consequência da atividade da reclamada e da reclamante, como
negociadora de dívidas, não sendo razoável crer que qualquer trabalhador que se utilize do
telefone e terminal de computador seja enquadrado como teleoperador, principalmente
considerando que inexiste, hoje, atividade profissional que dispense o uso desses itens. Não
restou evidenciado nos autos que as ligações efetuadas pela reclamante fossem realizadas com
auxílio de um discador automático (tal como utilizado nos call centers), o que evidencia que a
reclamada não tinha por especialidade o teleatendimento. Não há que se falar, portanto, em
condenação da reclamada ao pagamento de horas extras, consideradas como tal aquelas
trabalhadas além da 6a hora diária". Mantém-se.
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*Súmula n. 48 aprovada pela Resolução Administrativa n. 1, de 18 de janeiro de 2016. Publicada no DEJT
20.1.2016, p. 1.
VOTO
A Lei Complementar em epígrafe (Id PJe 48d50ea) declarou extintos cinco cargos em
comissão (dos 42 existentes) e 29 empregos públicos efetivos (art. 3º), estabelecendo como
critério das exonerações o alcance aos nomeados ou admitidos mais recentes para o respectivo
cargo ou emprego extinto, apurados de acordo com a ordem cronológica de suas admissões ou
contratações. Em decorrência destas extinções, alterou as Leis Complementares n. 1.725/2011 e
1.731/2011 no tocante à composição do quadro de servidores.
O projeto da Lei Complementar n. 1.803/2013 (Id PJe 717ac2c) dispôs que:
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei
complementar.
(...)
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante
o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em
comissão e funções de confiança;
II - exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem
suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar
referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato
normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o
órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
(...)
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será
considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com
atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação
do disposto no § 4º.
No art. 169, § 3º, II, foi prevista a exoneração dos servidores não estáveis. Essa
providência não apresenta cunho punitivo e não se vincula à avaliação do
desempenho do sujeito. Destina-se a ser aplicada em face de servidores que não
incorreram em qualquer falha reprovável. A causa da exoneração consiste na
superação dos limites de despesa pública e a finalidade da providência em
reduzir o desembolso estatal com o pessoal. (in: FILHO, Marçal Justen. Curso de
Direito Administrativo. 8. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2012, p. 972)
(...)
De acordo com a Mensagem do PL n. 008/2013, que originou a citada lei, a
medida objetivava o reequilíbrio das finanças municipais, propiciando maiores
investimentos nas áreas de saúde e educação. Contudo, curiosamente, como
bem ressaltado na sentença de origem, a lei extinguiu cargos afetos à área de
saúde (auxiliar de enfermagem, dentista fiscal de saúde pública, médico
plantonista) mas manteve os cargos de jardineiros (12), padeiro (1), pedreiros
(21) e auxiliares de serviço geral, além de 37 cargos em comissão.
(...)
O confronto entre a lei local e a CF revela a integral inconstitucionalidade daquela
na medida em que não foi procedida a redução em pelo menos 20% das
despesas com cargos em comissão e funções de confiança (dos 42 cargos
existentes, apenas 5 foram extintos, e ainda assim, sem qualquer comprovação
nos autos de que seus ocupantes tenham sido, de fato, exonerados.
(...)
Assim, diante da infringência ao art. 169 da CF, manifesta-se pela declaração de
inconstitucionalidade da norma municipal em questão. (Id PJe 9d92f3d)
DISPOSITIVO
REGISTROS DA SESSÃO
ACÓRDÃO
Relatório
Fundamentação
VOTO
Art. 129. O vencimento do servidor será estatuído por lei, capaz de atender às
suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada a sua vinculação para qualquer fim.
(...)
§ 7º O vencimento nunca será inferior a dois Pisos Nacionais de Salários.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social:
(...)
V - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim;
Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado
como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de
empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
Dispositivo
Registros da Sessão
ACÓRDÃO