SIMULADO DELEGADO
Questões Cespe
DIREITO CIVIL
Avalie as seguintes assertivas, marcando certo ou
errado para cada uma delas.
1. A personalidade civil termina apenas com a consta-
tação biológica da morte do sujeito.
2. Como os direitos da personalidade são imprescri-
tíveis, as demandas reparatórias de danos decorrentes
da sua violação não estão sujeitas a prazo.
3. Nas obrigações facultativas, a impossibilidade de
cumprimento da prestação principal não faz com que o
devedor fique obrigado à prestação facultativa.
4. A resilição contratual pode ser bilateral ou unilateral,
sendo que, nesta última hipótese, é chamada de distrato.
5. Como os direitos reais se submetem ao princípio
da taxatividade, a multipropriedade não pode ser con-
siderada como um direito real.
PROCESSO CIVIL
6. Acerca das normas fundamentais do processo ci-
vil, ao juiz não é dado dilatar prazo processual em favor
de uma das partes, sob pena de violação ao princípio
do devido processo legal.
7. O juiz natural é uma das características da jurisdição.
8. Somente compete ao juízo federal aferir se há ou não
interesse da União, suas empresas públicas, entidades
autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de
atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro
interveniente, exceto as ações. Entendendo que não há
interesse de tais entes, deverá restituir os autos ao juízo
estadual sem suscitar conflito de competência.
9. Se o autor formular, perante o juízo estadual, dois
pedidos, sendo um da competência da justiça federal e
outro da justiça estadual, os autos deverão ser remeti-
dos à justiça federal.
10. Quando houver continência e a ação continente tiver
sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação
contida, será proferida sentença sem resolução de mérito,
caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
11. Conforme a jurisprudência pacificada do STF, a
falta de defesa técnica por advogado no processo ad-
ministrativo disciplinar não ofende a Constituição.
Relativamente aos bens públicos, julgue o item abaixo.
12. Bens de uso especial são aqueles destinados ao
uso comum e geral de toda a comunidade. Dispensam
consentimento individualizado por parte da Administra-
ção para que possa ser utilizado.
Sobre o tema Licitações, julgue o item a seguir.
13. Ressalvados os casos especificados na legislação,
as obras, os serviços, as compras e as alienações se-
rão contratados mediante processo de licitação pública.
Julgue os itens seguintes, relativos à responsabilidade
civil do Estado.
14. Segundo a atual posição do STF, o Estado não
responde pelos atos dos tabeliães e registradores ofi-
ciais que, no exercício de suas funções, causem danos
a terceiros, sendo necessário o dever de regresso con-
tra o responsável (ação regressiva), nos casos de dolo
ou culpa, sob pena de improbidade administrativa.
15. No âmbito da responsabilidade civil do Estado, se-
gundo posição do STF, é imprescritível a ação de repara-
ção de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil.
Julgue o item seguinte, relativo à classificação dos
agentes públicos.
16. Agentes honoríficos são cidadãos convocados, de-
signados ou nomeados para prestar, transitoriamente,
determinados serviços ao Estado, em razão de sua con-
dição cívica, sua honorabilidade ou de sua notória capa-
cidade profissional, mas sem qualquer vínculo emprega-
tício ou estatutário e, normalmente, sem remuneração.
Acerca dos atos de improbidade administrativa e dos
poderes administrativos, julgue o item que se segue.
17. Júlio, servidor ocupante de cargo efetivo, utilizou
o pessoal da repartição em que trabalha para fazer a
pintura do seu apartamento que iria colocar para alu-
gar. Júlio cometeu ato de improbidade administrativa que
atenta contra os princípios da Administração Pública.
SIMULADO DELEGADO
Questões Cespe
Acerca dos poderes administrativos, julgue os itens
que se seguem.
18. Concessionários são pessoas de direito privado
que executam serviços públicos por sua conta e risco.
É o caso de empresas de transporte coletivo, que parti-
cipam de licitação para celebrar contrato de concessão
de serviço público. Essas empresas possuem vínculo
especial com a Administração, uma vez que o contrato
de concessão estreitou a relação com o Poder Públi-
co. Se a concessionária não realiza adequadamente a
prestação do serviço, poderá sofrer aplicação de san-
ções pelo Poder Público. Nessa hipótese, a sanção de-
correrá do exercício do poder disciplinar.
19. O STF entendeu que as guardas municipais, des-
de que autorizadas por lei municipal, têm competên-
cia para fiscalizar o trânsito, lavrar auto de infração de
trânsito e impor multas. Para o Supremo, é constitucio-
nal a atribuição às guardas municipais do exercício do
poder de polícia de trânsito, inclusive para a imposição
de sanções administrativas previstas em lei.
20. Acerca do poder de polícia – poder conferido à Ad-
ministração Pública para impor limites ao exercício de
direitos e de atividades individuais em função do inte-
resse público –, pode-se afirmar que ele é indelegável.
DIREITO CONSTITUCIONAL
Considerando a sistemática dos direitos e garantias
fundamentais e sua interpretação jurisprudencial,
julgue os itens a seguir.
21. Para preservar a liberdade de crença, o STF en-
tende pela possibilidade de sacrifício de animais em
rituais religiosos, desde que haja o consumo da carne
ao final.
22. O princípio constitucional da culpabilidade não se
compatibiliza com a manutenção da contravenção pe-
nal do uso de chave mixa.
23. Viola a separação de poderes a liberação, median-
te lei federal, de medicamento em caráter experimental.
No que tange à teoria da Constituição e à segurança
pública, analise as proposições a seguir.
24. Norma pré-constitucional pode ser declarada for-
malmente inconstitucional nos dias atuais se violar a
Constituição vigente ao tempo em que foi editada.
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25. As polícias militares são forças auxiliares e reservas
do Exército, submetendo-se aos governadores dos Es-
tados e dos Territórios. No Distrito Federal, no entanto,
elas se subordinam diretamente ao Presidente da Re-
pública, por serem organizadas e mantidas pela União.
Considerando as imunidades parlamentares e as compe-
tências originárias do STF, julgue os itens que se seguem.
26. Compete ao STF processar e julgar, originaria-
mente, as infrações penais comuns e os crimes de
responsabilidade imputados aos Ministros de Estado
e ao Advogado-Geral da União. Contudo, se o crime
de responsabilidade tiver sido praticado em conexão
com o Presidente da República, a competência para
julgamento caberá ao Senado Federal.
27. Havendo prisão de parlamentar federal por crime
inafiançável, haverá prerrogativa da respectiva Casa
do Congresso Nacional revogar a prisão, possibilidade
não estendida às Assembleias Legislativas.
Julgue os itens que se apresentam a seguir, no tocante
à organização político-administrativa, ao controle de
constitucionalidade e à Administração Pública.
28. Por meio da arguição de descumprimento de pre-
ceito fundamental, é possível inclusive o questiona-
mento de decisões judiciais, desde que não cobertas
pelo manto da coisa julgada.
29. A idade-limite da aposentadoria compulsória não
se aplica aos ocupantes de cargo em comissão e aos
tabeliães.
30. Lei estadual que proibir a cobrança do segundo pon-
to de TV por assinatura ofenderá a Constituição Federal.
DIREITO PENAL
Texto referente às questões 31 a 33.
Marcos, maior imputável, arquitetou um plano para
roubar o Banco Juros S.A. Para executar o crime,
convidou três amigos, João, Camilo e Felipe, maiores
imputáveis. Assim, no dia 10/05/2019, Marcos entregou
máscaras e facas a seus comparsas e permaneceu do
lado de fora do estabelecimento bancário, no interior do
veículo que daria fuga aos envolvidos. João, Camilo e
Felipe entraram armados no banco, renderam os caixas
e efetuaram a subtração de R$ 35.000,00 em dinheiro.
SIMULADO DELEGADO
Questões Cespe
31. De acordo com a teoria objetivo-formal, adotada pelo
Código Penal Brasileiro, no que concerne à definição de
autoria e participação, é possível afirmar que João, Ca-
milo e Felipe são autores do crime de roubo descrito, en-
quanto que Marcos deve ser considerado partícipe.
32. Suponha que, poucos minutos antes de iniciar a
execução do crime, Camilo tenha desistido da emprei-
tada criminosa. Neste caso, Camilo não poderá ser
responsabilizado pelo delito de roubo, em razão do
instituto do arrependimento eficaz.
33. Suponha que, a poucos metros do Banco Juros
S.A., havia uma equipe de policiais, armados com fuzis
e bons equipamentos. Um transeunte, ao notar que o
assalto estava em curso, procurou essa equipe policial
e relatou o fato a Pereira, comandante da equipe. Sa-
bendo que poderia ter evitado o assalto e efetuado a
prisão dos envolvidos, Pereira decide se omitir porque
seu turno estava chegando ao fim e sequer relata o
ocorrido aos demais policiais. Nessa hipótese, Pereira
deverá responder por prevaricação.
34. O Código Penal Brasileiro adota, como regra, a
teoria da equivalência dos antecedentes, no que con-
cerne o nexo de causalidade. De acordo com essa
teoria, causa é toda ação ou omissão sem a qual o
resultado não teria ocorrido. Uma das maiores críticas
a essa teoria é o regressus ad infinitum, uma vez que
não haveria limites para determinar as causas do de-
lito, de forma que o intérprete do direito teria que se
valer da análise subjetiva (dolo ou culpa) para imputar
a responsabilização penal ao agente. Por sua vez, a
teoria da imputação objetiva limita o nexo de causali-
dade da conduta. De acordo com esta teoria, somente
será causa a conduta que criar ou aumentar um risco
proibido pelo Direito. Apesar de não estar prevista no
Código Penal Brasileiro, a teoria da imputação objetiva
tem aceitação na doutrina e jurisprudência pátrias.
35. Considera-se em legítima defesa quem pratica o
fato para salvar de perigo atual, que não provocou por
sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito
próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias,
não era razoável exigir-se.
Com base no direito penal brasileiro, julgue o item a
seguir.
36. A inserção, em assentamento de registro civil, de
declaração falsa com vistas à alteração da verdade
sobre fato juridicamente relevante configura crime de
falsidade ideológica, com aumento de pena em razão
da natureza do documento.
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37. Considere a seguinte situação hipotética. Júlio,
com intenção de matar Maria, disparou tiros de revól-
ver em sua direção. Socorrida, Maria foi conduzida,
com vida, de ambulância, ao hospital; entretanto, no
trajeto, o veículo foi abalroado pelo caminhão de José,
que ultrapassara um sinal vermelho, tendo Maria fale-
cido em razão do acidente. Nessa situação, Júlio de-
verá responder por tentativa de homicídio e José, por
homicídio culposo.
38. Considere que um indivíduo tenha encontrado, na
rua, um celular identificado e totalmente desbloquea-
do. Considere, ainda, que esse indivíduo tenha man-
tido o objeto em sua posse, deixando de restituí-lo ao
dono. Nessa situação, só existirá infração penal se o
legítimo dono do objeto tiver reclamado a sua posse e
o objeto não lhe tiver sido devolvido.
39. É isento de pena quem comete crime de usurpação em
prejuízo do cônjuge, na constância da sociedade conjugal.
40. Caso um policial federal preste ajuda a um contra-
bandista para que este ingresse no país e concretize
um contrabando, ambos devem responder pela prática
de crime de contrabando, em face da adoção, pelo Có-
digo Penal, da teoria monista.
41. É do Juizado Especial Criminal, e não do Juizado
de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher, a
competência para processar e julgar ação penal refe-
rente a suposto crime de ameaça (art. 147 do CP) pra-
ticado por nora contra sua sogra na hipótese em que
não estejam presentes os requisitos cumulativos de re-
lação íntima de afeto, motivação de gênero e situação
de vulnerabilidade. Isso porque, para a incidência da
Lei n. 11.340/2006, exige-se a presença concomitante
desses requisitos.
42. O fato de a vítima ser figura pública renomada não
afasta a competência do Juizado de Violência Domés-
tica e Familiar contra a Mulher para processar e julgar
o delito.
43. De acordo com a jurisprudência pacífica do STJ, a
suspensão condicional do processo e a transação pe-
nal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao
rito da Lei Maria da Penha.
44. Segundo a jurisprudência pacífica do STJ, a apli-
cação da causa de diminuição de pena prevista no art.
33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006 não afasta a hediondez
do crime de tráfico de drogas.
SIMULADO DELEGADO
Questões Cespe
45. Segundo a jurisprudência do STJ, não está carac-
terizado o crime de porte ilegal de arma de fogo quan-
do o instrumento apreendido sequer pode ser enqua-
drado no conceito técnico de arma de fogo, por estar
quebrado e, de acordo com laudo pericial, totalmente
inapto para realizar disparos.
46. Segundo a jurisprudência do STJ, é típica (art. 14
da Lei n. 10.826/2003) a conduta do praticante de tiro
desportivo que transportava, municiada, arma de fogo
de uso permitido em desacordo com os termos de sua
guia de tráfego, a qual autorizava apenas o transporte
de arma desmuniciada.
47. O descumprimento de medida protetiva de urgên-
cia prevista na Lei Maria da Penha (art. 22 da Lei n.
11.340/2006) não configura crime de desobediência
(art. 330 do CP).
48. O STF destacou que o artigo 20 da Lei n.
7.716/1989 possui rol exaustivo de condutas tipifica-
das, cuja lista não contempla a discriminação decor-
rente de orientação sexual.
49. Segundo o STF, a homologação da transação pe-
nal prevista no artigo 76 da Lei n. 9.099/1995 não faz
coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas,
retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Mi-
nistério Público a continuidade da persecução penal
mediante oferecimento de denúncia ou requisição de
inquérito policial.
50. Segundo o STJ, é ilegal a manutenção da prisão
de acusado que vem a receber medida de segurança
de internação ao final do processo, ainda que se ale-
gue ausência de vagas em estabelecimentos hospita-
lares adequados à realização do tratamento.
CRIMINOLOGIA
51. A explicação do crime como fenômeno coletivo
cuja origem pode ser encontrada nas mais variadas
causas sociais, como a pobreza, a educação, a família
e o ambiente moral, corresponde à perspectiva crimi-
nológica denominada sociologia criminal.
52. De acordo com estudos vitimológicos, a diferença
entre os crimes sexuais praticados e os comunicados
às agências de controle social é de aproximadamente
90%, o que estaria em consonância com os dados do
Panorama da Violência contra as Mulheres no Brasil,
que indica a ocorrência de subnotificação nos casos
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de estupros praticados em Sergipe. Esse fenômeno,
de apenas uma parcela dos crimes reais ser registrada
oficialmente pelo Estado, é o que a criminologia chama
de cifra negra da criminalidade.
53. Conforme o conceito de delito na criminologia, o
feminicídio caracteriza-se como um crime por ser um
fato típico, ilícito e culpável.
54. A teoria criminológica descreve revitimização ou
vitimização secundária como o atendimento negligen-
te, o descrédito na palavra da vítima, o descaso com
seu sofrimento físico e(ou) mental, o desrespeito à sua
privacidade, o constrangimento e a responsabilização
da vítima pela violência sofrida.
55. O ponto central da Criminologia Clássica é o livre-
-arbítrio, ou seja, o homem é livre para fazer suas es-
colhas, dentre elas, cometer ou não um delito.
MEDICINA LEGAL
56. O exame necroscópico ou cadavérico será feito
pelo menos seis horas depois do óbito, e o perito não
pode realizá-lo antes desse prazo.
57. Os tipos de morte por asfixia mais prováveis cujos
elementos sinaléticos são sulco único com profundida-
de variável e direção oblíqua ao eixo do pescoço e sul-
cos duplos de profundidade constante e transversais
ao eixo do pescoço são, respectivamente, estrangula-
mento e enforcamento.
58. Lesão com ferida circular com orifício de um cen-
tímetro, com orlas de enxugo e escoriação, circunscri-
ta por zona de tatuagem e esfumaçamento, é típica
de instrumento cortocontundente e significa que uma
arma de fogo foi disparada a longa distância do corpo.
59. Os fenômenos abióticos mediatos que ocorrem
progressivamente após a morte são: algor (resfriamen-
to), livor (manchas de hipóstase), rigor (rigidez cadavé-
rica) e a desidratação. Destes, a rigidez generalizada
pode ser observada entre 4 e 6 horas do óbito, desa-
parecendo na fase gasosa da putrefação.
60. De acordo com o Código Penal Brasileiro, o crité-
rio biopsicológico da imputabilidade é aplicado diante
da avaliação da existência de um transtorno mental, da
capacidade de entendimento do caráter ilícito do fato e
da capacidade de autodeterminação pelo autor e, ain-
da, do nexo de causalidade entre o distúrbio mental ou
psicológico e o ato praticado.
SIMULADO DELEGADO
Questões Cespe
DIREITO PROCESSUAL PENAL
61. O requerimento de instauração de inquérito, nos
crimes de ação penal pública, é aquela forma de co-
municação da vítima ao Delegado de Polícia, ou outra
figura da persecução penal, e recebe o nome de dela-
tio criminis postulatória.
62. O Direito Processual Penal é estudado como ciência,
por isso possui, entre outras características, a existência
de bagagem linguística própria, distinta da linguagem or-
dinária. Dessa forma, pode-se falar, com acerto, que o
inquérito policial é disponível, ou dispensável, e indispo-
nível, sem haver, com isso, uma contradictio in terminis.
63. Encerrado o inquérito policial, cabe ao Ministério
Público basicamente três providências. Um: oferecer
denúncia. Dois: requisitar diligências policiais impres-
cindíveis para formação da opinio delicti. Três: promo-
ver o arquivamento, que será expresso ou tácito, não
se podendo proceder a novas averiguações nem se
oferecer denúncia sem que novas provas surjam.
64. O prazo geral para encerramento do inquérito poli-
cial é de 10 dias, se preso o investigado, e de 30 dias,
se solto; somente o último prazo poderia ser prorrogado,
por despacho do Juiz, função esta que inconstitucional e
ilegalmente se vem passando para o Ministério Público.
65. O arquivamento de inquérito policial por atipicida-
de faz mais do que coisa julgada formal, como esta-
belecido no art. 18 do Código de Processo Penal. Faz
verdadeiramente coisa julgada material, de forma que
não é possível tornar-se a investigar o crime mesmo
que surjam provas novas.
66. No inquérito policial, por inexistir acusação, con-
traditório e ampla defesa, não há colheita de provas
em sentido estrito, mas elementos de informação ou
provas em sentido amplo. São exceções a prova irre-
petível, a antecipada e a cautelar.
67. O inquérito policial é ato administrativo que partici-
pa da persecutio criminis. Assim, como ato administrati-
vo, pode ser avocado e redistribuído, porém – diante de
sua gravidade – hoje existe obrigatoriedade de o supe-
rior hierárquico fundamentar a decisão em inobservân-
cia de procedimentos internos ou por interesse público.
68. Havendo infração de menor potencial ofensivo,
como porte de droga para uso próprio, e crime hedion-
do, como tráfico de drogas, que foram apresentados
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como resultado de busca e apreensão num determi-
nado domicílio, representada no curso de inquérito
policial, deve a Autoridade Policial lavrar auto de pri-
são em flagrante em face do último e lavrar termo cir-
cunstanciado em face do primeiro. Tal se justifica pelas
distintas consequências pré-processuais (prisão em
flagrante; assinatura de compromisso de comparecer
em juízo ou imediata apresentação) como pelas con-
sequências materiais (necessidade de processamento
até o fim; possibilidade de transação penal).
69. Julgue a conduta do Delegado de Polícia no se-
guinte caso: João, morador de Xambioá, onde possui
conta-corrente no Banco do Brasil S.A., verificou por
aplicativo de smartphone que R$ 140.000,00 teriam sido
indevidamente transferidos para outra conta, localizada
no Município de São Paulo, fraude esta que não apenas
ofendera a si como também diversos vizinhos, causan-
do a eles e à instituição financeira prejuízo econômico.
Na Delegacia de Polícia, registraram ocorrência, clas-
sificada como estelionato pelo Delegado de Polícia da
circunscrição, que entendeu que o local da consumação
do crime, diante do art. 70 do Código de Processo Pe-
nal, seria São Paulo, pois o núcleo verbal do crime seria
“obter”, e o tipo penal reuniu todas as elementares na
obtenção do patrimônio em São Paulo; por isso, reme-
teu a ocorrência à Polícia Civil do Estado de São Paulo,
via Polinter, para as providências de rigor.
70. Sobre competência criminal, a Lei n. 9.099/1995
adotou a teoria da atividade, diferentemente do Códi-
go de Processo Penal, que adotou a teria do resulta-
do. Ainda, diferentemente, a Lei Maria da Penha abriu
espaço para a vítima optar pelo seu próprio domicílio,
pelo domicílio do réu ou pelo local dos fatos.
DIREITOS HUMANOS
Acerca de aspectos da teoria geral dos direitos huma-
nos, da sua afirmação histórica e da sua relação com a
responsabilidade do Estado, julgue os próximos itens.
71. Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os
seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacio-
nalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição.
72. Os direitos humanos de terceira geração são tam-
bém denominados direitos prestacionais positivos por
considerarem a importância da participação do Estado
na concretização da igualdade entre todos.
SIMULADO DELEGADO
Questões Cespe

73. Caso o agente estatal no exercício da atividade poli-

cial fundamente seus atos em lei ou norma constitucional
interna, será o suficiente para que o Brasil não seja res-
ponsabilizado, mesmo que tais atos violem compromissos
assumidos internacionalmente pelo governo brasileiro.
Em relação ao tratamento diferenciado que o Brasil
oferece aos tratados em direitos humanos, julgue os
itens abaixo:
74. O Tratado de Marraqueche para facilitar o acesso
a obras publicadas às pessoas cegas, com deficiên-
cia visual ou com outras dificuldades para aceder ao
texto impresso foi firmado em 2013 e aprovado pelo
Congresso Nacional brasileiro em 2015, passando a
integrar nosso ordenamento por decreto do Poder Exe-
cutivo de janeiro de 2017.
75. Os tratados e convenções internacionais sobre di-
reitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quin-
tos dos votos dos respectivos membros, serão equiva-
lentes às emendas constitucionais.
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Com relação à importância do território para a compo-
sição do Estado, julgue os seguintes itens.
76. Um Estado é formado por três elementos conjuga-
dos: base territorial, comunidade humana e uma forma de
governo que pode estar subordinada a autoridade exterior.
77. A zona econômica exclusiva é uma zona situada
além do mar territorial e a este adjacente que não se es-
tenderá além de 200 milhas marítimas das linhas de base
a partir das quais se mede a largura do mar territorial.
78. Patrimônio comum da humanidade são regiões
que não estão sob o domínio de nenhum Estado, mas
sua preservação é do interesse de toda a humanidade.
As fontes do direito internacional público estão previs-
tas no art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Jus-
tiça. A respeito dessa temática, julgue os itens abaixo:
79. A lista do art. 38 é meramente exemplificativa,
existindo outras fontes aceitas no direito internacional
público e que não são mencionadas nela.
80. A ordem de apresentação das fontes indicadas na
lista do art. 38 indica a hierarquia entre elas.

PROVA DISCURSIVA

O instituto da modulação temporal de efeitos se presta a suavizar o impacto decorrente de decisões declarando
a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos, retirando-os do ordenamento jurídico com efeitos retroativos
à sua edição.
Sobre o tema, discorra sobre os pontos a seguir apresentados:
I – previsão legal da modulação temporal dos efeitos;
II – (im)possibilidade de aplicação do instituto nos controles difuso e concentrado, bem assim por outros
Juízos que não o STF; e
III – (im)possibilidade de aplicação ao juízo de recepção/revogação das normas pré-constitucionais.

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SIMULADO DELEGADO
Questões Cespe

GABARITO

1. E 41. C
2. E 42. C
3. C 43. C
4. E 44. E
5. E 45. C
6. E 46. C
7. E 47. C
8. C 48. C
9. E 49. C
10. C 50. C
11. C 51. C
12. E 52. C
13. C 53. E
14. E 54. C
15. E 55. C
16. C 56. E
17. E 57. E
18. C 58. E
19. C 59. E
20. E 60. C
21. E 61. E
22. C 62. C
23. C 63. E
24. C 64. C
25. E 65. C
26. E 66. C
27. E 67. C
28. C 68. E
29. C 69. E
30. C 70. E
31. C 71. C
32. E 72. E
33. E 73. E
34. C 74. E
35. E 75. C
36. C 76. E
37. C 77. C
38. E 78. C
39. C 79. C
40. E 80. E

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Questões Cespe
GABARITO COMENTADO
DIREITO CIVIL
Avalie as seguintes assertivas, marcando certo ou
errado para cada uma delas.
1. A personalidade civil termina apenas com a consta-
tação biológica da morte do sujeito.
Errado.
Os arts. 6º e 7º do Código Civil permitem a
presunção da morte, com ou sem ausência, nos
casos especificados.
2. Como os direitos da personalidade são imprescri-
tíveis, as demandas reparatórias de danos decorrentes
da sua violação não estão sujeitas a prazo.
Errado.
A jurisprudência aponta para a aplicação dos prazos
prescricionais previstos para a reparação civil às
ações de indenização dos danos morais.
3. Nas obrigações facultativas, a impossibilidade de
cumprimento da prestação principal não faz com que o
devedor fique obrigado à prestação facultativa.
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Certo.
Diferentemente da obrigação alternativa, a
obrigação facultativa dispõe sobre uma faculdade
para o devedor.
4. A resilição contratual pode ser bilateral ou unilateral,
sendo que, nesta última hipótese, é chamada de distrato.
Errado.
O distrato é o nome que se dá para a resilição
bilateral dos contratos.
5. Como os direitos reais se submetem ao princípio
da taxatividade, a multipropriedade não pode ser con-
siderada como um direito real.
Errado.
A Lei n. 13.777/2018 inseriu a multipropriedade
no Código Civil (arts. 1.358-B a 1.358-U) como
uma espécie de condomínio, portanto direito real.
Além disso, o STJ já havia admitido que se tratava
de direito real no REsp 1.546.165-SP (Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. para acórdão Min.
João Otávio de Noronha, julgado em 26/04/2016 –
Informativo 589).