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Alessandro de Melo
Os leitores não se preocupem que não pretendo fazer um “retrato da cidade”, como
parece prometer o título. O título “Um perfil de Guarapuava” é uma provocação para trazer à
tona uma realidade pouco discutida e que uma grande pesquisa que estamos realizando na
Unicentro, junto ao Grupo de Pesquisas em Trabalho, Educação e História – GETEH, vem
desvendando, qual seja: a do trabalhador que estuda no ensino noturno da cidade.
Bem, para materializar o que disse acima, gostaria de encerrar deixando aqui um perfil
típico do trabalhador/estudante de Guarapuava constatado nas pesquisas até aqui realizadas:
mulher ou homem, 18 a 30 anos, cursando ensino médio ou fundamental, que trabalha 8
horas por dia ou mais, 6 dias dias por semana, ou mais, em comércio ou em serviços em geral,
que cumpre horas extras, que trabalha das 7h da manhã até 17 horas, e que acorda entre 5h30
e 6h30 da manhã e dorme próximo da meia noite, e, claro, não acorda descansado e sente
dores no corpo. Sua renda média é de 2 salários mínimos em média, conseguidos com a ajuda
de duas pessoas ou mais, e com grande chance de já ter realizado empréstimos.
Talvez este não seja o tipo de perfil desejado pelos leitores para classificar a cidade de
Guarapuava. Mas ele é real, e só não vê quem não quer.