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A IGREJA QUE ALVOROÇA O MUNDO

“... Estes que têm alvoroçado o mundo chegaram


também aqui.”

Atos 17:6b
Edson de Almeida F. Oliveira.
Rua Francisco Barreto 50 - Bangu
Rio de Janeiro - RJ
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Registrado do Escritório de Direitos Autorais sob o Nº


290.730 Livro 526 Folha 390

2
ÍNDICE

Introdução......................................................................
....................4
1. A
obediência......................................................................
............8
2. O Espírito
Santo..........................................................................23
3. Exemplos a serem
seguidos.......................................................37
4. Aprendendo com
Lúcifer...........................................................43
5. O rio da
humilhação...................................................................5
0
6. As conseqüências da
humilhação.............................................59
7. Os resultados da descida do Espírito
Santo............................70
8. A
unidade...........................................................................
..........78
9. Anunciar a
Jesus..........................................................................89
10. O cuidado com as
ovelhas.......................................................96
11. Dividir para
crescer................................................................107
12. Evangelismo através de
sinais..............................................116
13. A interseção
eficaz..................................................................125

3
14. Missões dirigidas por
Deus...................................................132
Palavra
Final................................................................................
..136

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CHEGA DE NOSTALGIA!

Nesta breve introdução, queremos ressaltar a


contemporaneidade dos dons do Espírito Santo. O
objetivo deste livro é comprovar que o poder de Deus
não diminuiu com o passar do tempo. Queremos
mostrar que Deus não muda. Ele não quer ser
lembrado como o Deus que operou no passado. Ele
quer e deve ser lembrado como o Deus que opera hoje
no meio do seu povo.
Sobre estes quatro pilares a fé de todo o cristão
deve estar fundamentada: “Eu, o Senhor, não mudo”.
(Ml 3:6a), “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e
eternamente”.(Hb 13:8), “Eu velo sobre a minha
palavra para a cumprir”.(Jr 1:12b) e “O céu e a terra

5
passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”.
(Mt 24:35). Devemos nos fundamentar na
imutabilidade de Deus e da sua Palavra para que
possamos alvoroçar o mundo.
Temos visto em nossos dias, as pessoas se
referirem à igreja de Atos dos apóstolos com um ar
nostálgico e saudosista, como se Deus não pudesse ou
quisesse realizar hoje, em nossos dias o mesmo que
fazia naquela época. Às vezes, encontramos pessoas
dizendo que os sinais e prodígios feitos naquele tempo
se foram quando o último apóstolo morreu ou que
Deus realizou aqueles tão grandiosos sinais apenas
para estabelecer a sua igreja, porque ela estava
apenas começando a sua história. A palavra de Deus
nos diz: “Eis que pus diante de ti uma porta aberta, e
ninguém a pode fechar”.(Ap 3:8). A porta dos sinais,
prodígios e maravilhas, continua aberta para o seu
povo e ninguém pode fechar aquilo que Deus tem
aberto para a sua igreja!
Glorifique a Deus pela sua imutabilidade e pelo
Seu anseio de continuar realizando grandes coisas no
meio de seu povo.
Que o Senhor Deus possa estar lhe abençoando
na leitura desse livro e que o Espírito Santo esteja nos
tocando para que nós, você e eu, estejamos
alvoroçando o mundo!

Edson de Oliveira.

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CAPÍTULO 1 – A OBEDIÊNCIA

“E eis que sobre vós envio a promessa de meu


Pai; ficai, pois, na cidade de Jerusalém, até que do alto
sejai s revestidos de poder.”
Lucas 24:49

Quando Jesus proferiu estas palavras, Ele já


tinha ressuscitado dentre os mortos e tinha ficado
quarenta dias com os discípulos (At 1:3). Estava na
eminência de voltar para o Pai, e estas foram uma de
suas últimas palavras.
Ordenou que os seus seguidores não se
apartassem da cidade de Jerusalém até que fossem
revestidos de poder. A Bíblia nos fala em I Coríntios
15:6 que Jesus, depois de ressurreto, foi visto por mais
de quinhentas pessoas de uma só vez, ou seja, mais de
quinhentas pessoas ouviram estas palavras e no dia de
Pentecostes o que aconteceu?...
Em Atos 1:15, a Bíblia diz que quase cento e
vinte pessoas estavam reunidas quando houve o
derramamento do Espírito Santo. O que houve com as
outras mais de trezentos e oitenta pessoas? Será que
estavam muito ocupadas com as suas próprias
obrigações que se esqueceram da promessa de Jesus?
Será que os seus interesses estavam na frente da
ordem do Senhor? Talvez pensavam que a sua
promessa fosse demorar a se cumprir?
Querido leitor, se os seus interesses estão na
frente daquilo que Deus lhe tem ordenado, reveja as
suas prioridades. Deus deve vir antes de qualquer
coisa, inclusive dos nossos desejos. Se buscarmos
sempre a Sua vontade para as nossas vidas, os nossos
desejos vão se alinhar com os desejos Dele; então,
este versículo se cumprirá em nós.

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“Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que
deseja o teu coração.”
Salmo 37: 4

Imagine irmão, quão mais impactado o mundo


teria sido, se ao invés de cento e vinte fossem
quinhentas pessoas que tivessem sido batizadas com o
Espírito Santo.
Vejamos quantos dias os discípulos
perseveraram em oração. Acompanhe-me: os
discípulos foram batizados com o Espírito Santo no dia
de Pentecostes que também era conhecido como
“Festa das Semanas” ou “Dias dos Primeiros Frutos”.
Pentecostes vem do grego pentekostos que
simplesmente significa cinqüenta.
Essa festa era celebrada cinqüenta dias após a
Páscoa; ocasião em que o Senhor Jesus morreu e
ressuscitou três dias após. Já dissemos que Jesus ficou
com os discípulos quarenta dias depois de
ressuscitado, sobrando apenas sete dias de
perseverança para os discípulos. Isso mesmo! Mais de
trezentas e oitenta pessoas descumpriram a ordem do
Senhor em apenas sete dias!
Isso é impressionante. Será que nós temos sido
diferentes? Quantas vezes perdemos as promessas de
Deus de vista, porque não temos nenhuma
perseverança. O escritor da carta aos Hebreus nos
exorta: “Porque necessitais de paciência, para que,
depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais
alcançar a promessa” (Hb 10: 36). O original grego de
paciência é hupomone, que significa constância,
perseverança, resistência, firmeza, e é justamente isso
que Deus quer! A perseverança que Ele não encontrou
naquelas trezentos e oitenta pessoas Ele quer
encontrar em nós.
Olhando para o texto acima podemos enxergar
dois passos que antecedem o cumprimento das

10
promessas de Deus: perseverar e fazer a vontade de
Deus. No caso destas pessoas a promessa feita por
Jesus Cristo era o revestimento de poder. A
persistência duraria apenas sete dias e a vontade de
Deus era que eles não se apartassem de Jerusalém.
Agora, imagine você, quanto o mundo será
impactado se nós começarmos a obedecer ao que
Jesus nos tem mandado!

Quem realmente ama a Deus

Muitas pessoas afirmam que amam a Deus. Em


um país religioso como o nosso, se você for às ruas e
começar a perguntar, quase que a totalidade das
pessoas irão dizer que amam a Deus e que amam ao
Senhor Jesus.
Todavia, a Palavra de Deus não nos diz que
qualquer um ama ou pode amar a Deus. A Bíblia diz
que apenas alguns poucos de fato amam a Deus,
porque Ela diz:

“Aquele que tem os meus mandamentos e os


guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama
será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me
manifestarei a ele.”
João 14:21

Esse versículo tão glorioso nos dá uma resposta


bem clara a respeito de quem verdadeiramente ama
ao Senhor. Somente aquele que tem os seus
mandamentos e os guarda.
Sinceramente, não entendo como uma pessoa
pode se dizer cristã se nem ao menos tem o hábito de
meditar na Bíblia. Não têm um programa mínimo de
leitura da Palavra. É profundamente constrangedor
vermos pessoas com bastante tempo de Evangelho e
que não tem o menor conhecimento bíblico. Vivem um

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Evangelho de “achismo”; nunca tem uma resposta
para os seus problemas ou dificuldades baseada na
Palavra.
É por isso que Oséias inspirado por Deus
declara: “O meu povo foi destruído porque lhe faltou
conhecimento” (Os 4: 6a). Se não conhecem o
Testamento, não conhecem os seus direitos e não têm
como reivindicá-los. Não conhecem a autoridade da
sua posição como filhos de Deus.
Também de igual importância é guardarmos os
mandamentos do Senhor. Leia com bastante atenção o
que Tiago diz:

“E sede cumpridores da palavra, e não somente


ouvintes, enganando-vos com falsos discursos.”
Tiago 1:22

Note como a vida cristã fica extremamente sem


sentido quando uma pessoa apenas fala, mas não vive
o que fala. Se não praticarmos aquilo que falamos,
nossa vida cristã vira simplesmente hipocrisia! Os
fariseus viviam assim: pensavam que estavam muito
bem com Deus, porque apenas ensinavam as pessoas
como procederem, mas não praticavam uma única
palavra do que diziam (Mt 23:3).
Meu amado irmão, nossa vida espiritual não
pode estar resumida apenas em discursos bonitos ou
regras de condutas para os outros. Não podemos,
como os fariseus, viver uma vida cristã apenas de
aparência. Não é possível continuar assim. O Espírito
Santo tem feito um apelo para que deixemos a
aparência e vivamos a substância do Evangelho.
Deus quer gerar em nossos dias o “Espírito de
graças e de súplicas” (Zc 12: 10).
Recentemente, estava em um retiro espiritual
por ocasião do carnaval e só havia basicamente jovens
e adolescentes. Pouco antes do término do culto de

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domingo à noite, Deus derramou do seu Espírito de
graças e de súplicas e um grande quebrantamento foi
gerado naquele lugar.
Adolescentes com idade variando entre doze e
quinze anos, foram tomados pelo Espírito de Deus e
choravam se lamentando pelos seus pecados, pedindo
perdão a Deus. A presença de Deus foi tão forte, que
muitos ficaram até as três da manhã somente orando
e louvando ao Senhor. Alguns, uma semana após o
ocorrido, ainda choravam ao se lembrar do que Deus
havia feito em suas vidas.
Querido leitor, se você se sente na situação
desesperadora de apenas viver de aparência, por
favor, pare agora a leitura deste livro, ore e reconcilie-
se com o Senhor. Tiago nos recomenda: “Assim falai,
assim procedei”.(Tg 2:12a). Um dos principais desafios
para a Igreja neste começo de século é justamente
este: viver aquilo que fala.
Saiba de uma coisa: quando pregamos,
evangelizamos, ou tão somente conversamos sobre as
coisas de Deus; com evangélicos mesmo, a nossa vida
é refletida como um espelho.
O mundo pode não gostar da sua voz, da sua
aparência, do seu modo de vestir, ou de qualquer
outra coisa, mas nunca, nem cristãos ou ímpios podem
apontar o dedo para você e dizer: este não vive o que
prega. Isto é muito sério!
A resposta para uma grande questão que tem
assolado a Igreja em nossos dias também é
encontrada aqui, numa pequena frase: “e me
manifestarei a ele”. Isso porque as pessoas têm
buscado a Deus de forma errada! Querem buscar a
presença de Deus de qualquer jeito. Do seu próprio
modo.
Lembra-se de Davi e o seu intento de trazer a
arca da aliança para Jerusalém? A motivação de Davi

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era legítima, haja vista que ele estava de todo o
coração buscando a presença de Deus.
Davi então, ajuntou a todos os escolhidos de
Israel e preparou um carro novo para levar a arca de
Deus da casa de Abinadabe para Siló. Preparou um
carro novo, onde puseram a arca e Uzá e Aiô, filhos de
Abinadabe, guiavam o carro.
O final dessa história você já conhece: Uzá
morreu porque tocou na arca de Deus. Porque Deus fez
isso?Porque ele foi buscado de forma errada. Davi não
conhecia a lei de Deus que dizia que apenas os
descendentes de Levi poderiam conduzir a arca do
Senhor.
Muitas pessoas fazem isso todos os dias.
Buscam a Deus não como ele próprio estabelece, mas
como eles acham que está certo. Davi também achava
que estava certo, no entanto, não estava de acordo
com a vontade de Deus que é revelada na sua Palavra.
Para Jesus manifestar-se em sua vida de forma
maravilhosa só existe um jeito: tendo e guardando os
mandamentos do Senhor.
Pessoas estão se decepcionando com Deus
quando deveriam estar se decepcionando com a sua
própria falta de obediência. Sem obediência aos
mandamentos de Deus, ninguém vai ver a glória de
Deus sobre a sua vida! Mais uma vez eu tenho que
dizer: se o Espírito Santo está falando profundamente
ao seu coração, e sei que está; pare um pouco e ore.
Com certeza Deus está de braços abertos para lhe
perdoar, lhe abençoar e lhe dar uma vida abundante
com a qual você nunca conseguiu sonhar. Entretanto,
é necessário primeiro que você humilhe-se diante da
presença do Senhor.

Casos de Obediência

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Através do texto de Lucas 5:1-6, podemos tirar
importantíssimas lições para a nossa vida. Jesus estava
no começo do seu ministério e estava junto ao lago de
Genezaré, também chamado de mar da Galiléia. Vendo
dois barcos atracados, entrou em um e pediu que o
seu dono (Pedro) o afastasse um pouco para que
pudesse ensinar. Terminando o seu discurso, disse a
Pedro: “Faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes
para pescar”.(Lc 5:4).
Imagino que Pedro deve ter se surpreendido.
Ele, um pescador experiente, havia passado a noite
inteira pescando e não tinha apanhado nada e o filho
de um carpinteiro que aparentemente não entendia
absolutamente nada de pescaria lhe dava ordens e
dizia quando e onde deveria pescar. Mas, qual foi a
resposta de Pedro: “... sob a tua palavra lançarei a
rede”.(Lc 5:5b).
Apesar das circunstâncias serem totalmente
desfavoráveis, apesar de Jesus, aparentemente, não
entender nada de pescaria, ele confiou nas palavras do
Senhor e o mais importante: obedeceu!
Meu irmão, ainda que você ouça inúmeras vozes
dizendo que não há solução e que você não irá
conseguir, ou, ainda que as suas condições sejam
desfavoráveis como eram as de Pedro; lhe darei um
conselho: fique sempre com o que Deus tem lhe dito.
“Seja sempre Deus verdadeiro, e todo o homem
mentiroso” (Rom 3:3a).
Qual foi o resultado por Pedro ter obedecido à
voz de Jesus? A quantidade de peixes era tão grande
que rompia-se-lhes a rede e teve de pedir ajuda aos
companheiros. Você nunca vai perder por ouvir a voz
de Deus e não a dos homens, mesmo que seja a sua.
Deus tem sempre o melhor para os seus filhos.

15
“Mas a todos quanto o receberam, deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crerem
no seu nome”.
(Jo 1:12)

Se você já recebeu ao Senhor Jesus como


Salvador você pertence à família de Deus e não só
pode como deve reinar em vida por meio de Cristo
Jesus. (Rom 5:17).
Em João 2:5, Maria diz algo muito importante
aos serventes e é uma das coisas que tem faltado à
Igreja em nossos dias: “Fazei tudo quanto Ele vos
disser”.
Nessa passagem, Maria tinha plena convicção
que qualquer coisa que Jesus dissesse para os
serventes fazerem, seria a solução de todos os seus
problemas.
Este é o cenário do primeiro milagre de Jesus:
Maria, Jesus e seus discípulos foram convidados a um
casamento e em determinado momento o vinho
acabou. Maria foi participar o problema a Jesus e
abrindo um parêntesis: ela não ficou se lamentando
pelo fato do vinho ter-se acabado. A primeira atitude
foi participar o problema a Jesus. Se você não tem esse
hábito, passe a tê-lo!
Jesus, então, pede aos serventes que encham de
água as talhas e as levem ao mestre-sala.
Imagino que os serventes não devem ter
entendido nada. Provavelmente devem ter pensado:
nós não estamos precisando de água e sim de vinho;
mas mesmo assim, obedeceram! E o resultado: o
melhor vinho foi servido. Jesus tem sempre o melhor
vinho para lhe oferecer. Basta você obedecê-lo.
Preste a atenção a um detalhe importante: tanto
Pedro como os serventes poderiam ter questionado as
ordens de Jesus, pois, aparentemente não havia lógica
para as mesmas. Mas não questionaram, apenas

16
obedeceram. Quando questionamos as ordens do
Senhor, demonstramos incredulidade, mas o Senhor
não pode trabalhar na incredulidade. (Mc 6:5, 6).

A vontade específica de Deus

Um dos grandes problemas em nossas igrejas é


que as pessoas não têm idéia da vontade específica de
Deus para as suas vidas - existe a vontade geral e a
específica de Deus para nós; o objetivo deste livro não
é tratarmos especificamente sobre os diferentes
aspectos da vontade de Deus. Não sabem quais são os
seus ministérios e como serão úteis na obra do Senhor.
Impressionante como existem cristãos com anos
de Evangelho e não sabem para qual ministério Deus
os têm chamado e como serão úteis na obra. Mas será
que existe um meio de sabermos o que devemos fazer
para Deus, ou pelo menos tornarmos mais audível a
Sua voz para nós? A Bíblia responde:

“E não vos conformeis com este mundo, mas


transformai-vos pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja a
boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
Romanos 12:2

O primeiro passo para sabermos a vontade


específica de Deus é não nos conformarmos com este
mundo. O original grego da palavra conformeis é
suschematizo, que refere-se a conformar-se com o
estilo ou a experiência externos, acomodando-se a um
modelo ou padrão.
Os costumes, hábitos e atitudes deste mundo
não condizem com os santos padrões bíblicos. E o que
temos presenciado é a Igreja sendo influenciada pelos
costumes mundanos e não o contrário. Precisamos,
como um espelho, refletir a luz de Jesus Cristo para

17
que o mundo veja quão brilhante é o viver de um
cristão (Mt 5:16). Somos chamados cristãos porque
devemos praticar as mesmas obras que Cristo
praticou. Por favor, reflita o quanto suas atitudes tem
se parecido com as de Jesus Cristo.
As nossas obras também tem que estar cada dia
mais parecidas com as de Jesus. As nossas atitudes
têm que refletir a glória de Deus para o mundo, pois,
nós somos chamados a luz do mundo.
O escritor aos Hebreus nos dá uma importante
advertência:

“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a


qual ninguém verá o Senhor.”
Hebreus 12:14

Nós estamos em processo de santificação, ou


seja, nós somos como a luz da aurora que vai
brilhando cada vez mais até ser dia perfeito. A cada
dia, devemos estar separando-nos das obras do
mundo, desprezando-o e voltando-nos para Deus e
para a Sua obra. Quanto mais detestarmos as coisas
deste mundo, mais estaremos aproximando-nos de
Deus e o amando-o mais, porque aquele que odeia o
mundo, constitui-se amigo de Deus. (Tg 4:4). Não dá
para servir a dois senhores. (Mt 6:24).
O segundo passo é transformarmos o nosso
entendimento. E o que é renovação de entendimento?

“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é


verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo,
tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é
de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum
louvor, nisso pensai”.
Filipenses 4:8

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O ser humano por sua natureza decaída e
pecaminosa tende a pensar em adultérios,
prostituições, homicídios, furtos, avareza, blasfêmia,
soberba, inveja, loucura. Todos esses pensamentos
procedem de dentro do homem (Mc 7:21-23). Mas o
nosso entendimento (pensamento) precisa ser trocado,
restaurado pelo Espírito Santo e isto só ocorre quando
nos alimentamos da palavra, temos uma vida
constante de oração e enchemos os nossos lábios com
o louvor do Senhor.

“Pensai nas coisas que são de cima, e não nas


que são da terra”.
Colossenses 3:2

Devemos estar muito atentos quanto aos nossos


pensamentos. Por que a boca fala do que está cheio o
coração. (Lc 6:45).
Com os nossos lábios podemos tanto confessar a
Jesus como nosso salvador, como podemos negá-lo (Mt
10:33). Não é apenas na situação de alguém perguntar
a que “religião” pertencemos que podemos negar a
Jesus. Mas, quando dizemos no nosso dia-a-dia,
palavras que não condizem com a fé que confessamos,
como palavras de baixo calão, maldições e outras
palavras frívolas, também negamos a Cristo Jesus.
Precisamos moldar a nossa linguagem com a
ajuda do Espírito Santo para darmos bom testemunho
para os que estão aqui na Terra e para agradarmos ao
nosso Pai celestial.
A nossa esperança não é apenas terrena (I Co
15:19), mas precisamos estar com a nossa mente
voltada para as coisas futuras, para a Canaã celestial,
a nossa eterna morada.
Assumindo essas atitudes: não se conformar
com este mundo e transformar o nosso entendimento,
conseqüentemente experimentar a vontade específica

19
de Deus para a nossa vida cotidiana e por fim, poder
cumprir o propósito de Deus para nós.

A ordem de Jesus hoje

O que Jesus tem dito para a sua Igreja fazer


hoje?

“Portanto, ide, ensinai todas as nações,


batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito
Santo;
Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu
vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os
dias, até à consumação dos séculos. Amém.”
Mateus 28: 19,20

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o


evangelho a toda a criatura”.
Marcos 16:15

Temos ouvido muitas pregações a respeito desta


grande comissão que Jesus tem nos dado. Muito tem
se falado sobre essas difíceis palavras do Senhor.
Felizmente os resultados estão aparecendo, mas é
necessário fazermos ainda muito mais.
As palavras de Jesus não terminam por aí. É
necessário que aprendamos algo: o Senhor nunca nos
dá uma missão para realizarmos sem os meios
necessários para tanto. Cristo continua:

“E estes sinais seguirão aos que crerem: Em


meu nome expulsarão os demônios; falarão novas
línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma
coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e, porão as
mãos sobre os enfermos, e os curarão”.
Marcos 16: 17,18

20
O Senhor Jesus nos mandou que pregássemos o
evangelho a toda a criatura. O verdadeiro evangelho é
o poder de Deus (Rom 1:16). Continuando o texto,
vemos que os discípulos obedeceram à ordem de Jesus
e como sempre, quando Deus ordena e obedecemos,
Ele cumpre as suas promessas.

“E eles, tendo partido, pregaram por todas as


partes, cooperando com eles o Senhor, e
confirmando as palavras com os sinais que se
seguiram”.
Marcos 16:20 (Grifo meu)

Este tem de ser o ideal a ser perseguido


nos nossos dias. Não podemos querer menos de
Deus, por que Ele não quer menos de nós.

Para fazermos os sinais, basta-nos crer!

Jesus mandou que pregássemos o evangelho


com intensa demonstração de poder. Uma das grandes
artimanhas de Satanás para com povo de Deus hoje, é
dizer que apenas poucas pessoas privilegiadas, têm
um poder especial para falar novas línguas, expulsar
os demônios e curar os enfermos. A palavra de Deus
não diz isso. Não diz que apenas alguns poucos
indivíduos podem fazer isso, ou apenas pastores, ou
líderes privilegiados, mas que aqueles que crerem no
Senhor Jesus farão esses sinais, porque Deus não faz
acepção de pessoas.
Você consegue entender que promessa
maravilhosa Jesus nos deixou? E que é para mim e
para você. Hoje e agora? O Senhor nos prometeu que
aqueles que crerem no seu nome manifestarão o seu
poder!

21
Um diácono que fazia prodígios

“E era Estevão cheio de fé e de poder e fazia


prodígios e grandes sinais entre o povo”.
Atos 6:8

No começo do capítulo seis do livro de Atos,


vemos a instituição dos diáconos. Estes sete homens
foram pessoas escolhidas pelo povo para servirem e
Estevão era um deles. A função de um diácono não era
a de pregar o evangelho como os apóstolos. Era
somente de servir. Mesmo assim, através da unção e
autoridade do Espírito Santo na vida de Estevão, ele
fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.
Isto nos dá base bíblica para refutarmos os que
dizem que nos dias atuais, apenas poucas pessoas
podem manifestar o poder de Deus. As promessas de
Deus, inclusive esta, são para todos os que crerem.
Ao longo da história da Igreja vemos que a
Bíblia, a palavra de Deus, foi deixada de lado e trocada
por rituais. O Evangelho puro não é ritual, mas
demonstração do poder de Deus!
Graças a Deus que em nossos dias, a Bíblia
voltou a ser aberta e o Senhor está por levantar uma
geração que tome posse integralmente daquilo que
Jesus nos garantiu na sua morte e ressurreição.

“Aquele que crer em mim fará as obras que eu


faço, e as fará maiores do que estas”.
João 14:12

Que promessa maravilhosa e bendita essa que


Jesus nos deixou!
Você crê em Jesus? Então olhe de novo o
versículo citado acima e tome posse dessa benção
para a sua vida! Você está conseguindo entender o
poder e a autoridade que Ele nos deixou?

22
Para alcançarmos essas duas promessas
gloriosas, situadas nas duas passagens acima,
necessitamos fazer algo tão simples que inclusive já o
fizemos quando da ocasião da nossa salvação: crer no
Senhor Jesus (Jo 1: 12). Temos tamanha autoridade no
nome precioso do Senhor Jesus e a Igreja, de um modo
geral, não tem se dado conta a respeito disso.
Certa ocasião estava em uma Igreja e um irmão
chegando perto de mim, mostrou-me um folheto que
ele havia recebido com propósitos de oração para que
os membros daquela Igreja estivessem se dedicando
naquele ano. Eu o abri e ao lê-lo, uma das coisas que
me chamou bastante atenção foi que um dos
propósitos de oração era para que a Igreja tivesse
poder sobre os demônios.
Que tamanho desconhecimento bíblico! Temos
que orar agradecendo a Deus pela autoridade que Ele
nos concedeu e não pedir algo que já nos pertence!

“Eis que vos dou poder para pisar serpentes e


escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará
dano algum”.
Lucas 10:19

No mundo natural, toda a atitude gera


conseqüências. A mesma coisa ocorre no mundo
espiritual. Jesus exercia integralmente sua autoridade;
autoridade essa que Ele deixou para nós, e o que
aconteceu em seu ministério?

“E grande multidão o seguia, por que via os


sinais que operava sobre os enfermos”.
João 6: 2
Quando a Igreja de Jesus se levantar, obedecer
às palavras do Senhor e exercer a autoridade que lhe é
concedida, então as portas do inferno vão tremer, o

23
mundo vai ser impactado e alvoroçado com o
Evangelho genuíno de Espírito e poder.
O Senhor Jesus deve ser o exemplo em tudo na
nossa vida. Ele demonstrava o poder de Deus e
grandes multidões o seguiam. Levante-se e exerça sua
autoridade como crente em Jesus e grandes multidões
vão ser impactadas pela sua vida!

24
CAPÍTULO 2 – O ESPÍRITO SANTO

Não poderíamos deixar de começar este capítulo


sem citar o seguinte texto:

25
“E cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam
todos reunidos no mesmo lugar; e de repente veio do
céu um som, como de um vento veemente e
impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam
assentados.E foram vistas por eles línguas repartidas,
como de fogo, as quais pousaram sobre cada um
deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e
começaram a falar em outras línguas, conforme o
Espírito Santo lhes concedia que falassem.E em
Jerusalém estavam habitando judeus, varões
religiosos, de todas as nações que estão debaixo do
céu. E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão,
e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na
sua própria língua. Como, pois os ouvimos, cada um,
na nossa própria língua em que somos nascidos?”
Atos 2:1-8

O intuito deste livro não é falar especificamente


sobre o Espírito Santo - para isto existem grandes
estudos e livros sobre Paracletologia - mas sim dizer
como Este influenciou fantasticamente a Igreja
primitiva e como poderá fazê-lo em nossos dias.
Por volta de setecentos anos antes da vinda do
Senhor Jesus, o Espírito já havia falado através dos
profetas Isaías e Joel:

“Porque derramarei água sobre o sedento e rios,


sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a
tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus
descendentes.”
Isaías 44: 3

“E há de ser que, depois, derramarei do meu


Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas
filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os
vossos mancebos terão visões. E também sobre os

26
servos e sobre as servas naqueles dias derramarei do
meu Espírito.”
Joel 2:28, 29 (grifo meu)

Preste a atenção que a Palavra de Deus através


do profeta Joel fala de “dias” e não de apenas
um dia. O Espírito Santo foi derramado
naquele dia, esteve sendo derramado ao
longo da história da Igreja e à medida que a
volta do Senhor Jesus vai se aproximando, a
intensidade de Sua presença em Sua igreja
vai aumentando.

“Melhor é o fim das coisas do que o princípio


delas”.
Eclesiastes 7:8

No começo do primeiro capítulo, falamos da


obediência da Igreja às palavras de Jesus e inclusive,
citamos Lucas 24: 49 que fala a respeito da promessa
que nosso Senhor fez aos seus discípulos. O Senhor
sabia que a sua Igreja só poderia realizar plenamente a
sua vontade quando fosse tomada por completo pelo
Santo Espírito. Ele mesmo como nosso supremo
exemplo em tudo, só começou o seu alvoroçador
ministério depois da descida do Espírito Santo sobre si.

“E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e


eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus
descendo como pomba e vindo sobre ele”.
Mateus 3:16

27
Devemos sempre olhar para Jesus e
aprendermos com Ele. Se o filho Unigênito de
Deus foi totalmente dependente do Espírito
Santo em seu ministério, por quê não nós,
servos de Deus não vamos depender do seu
Espírito para realizarmos a sua obra? Deus
não precisa de pessoas bonitas, muito
inteligentes, com um dom de oratória muito
grande, ou pessoas que confiem em seus
dons naturais e que pensem, mesmo que não
digam, que não precisam da unção do Espírito
Santo sobre si. Deus precisa de servos
totalmente dependentes do seu poder, da sua
unção e cheios do seu Espírito.
É claro que Deus quer e pode usar pessoas com
uma capacidade intelectual muito grande e com dons
extraordinários, mas o que queremos dizer, é que Deus
só tem espaço para usar pessoas humildes. Para ser
usado por Deus, humildade e intelectualidade podem
até estar juntas, mas nunca somente intelectualidade,
senão, Deus não usa.

“Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e


informados de que eram homens sem letras e
indoutos, se maravilharam; e tinham conhecimento de
que eles haviam estado com Jesus”.
Atos 4:13

“E não podiam resistir à sabedoria, e ao espírito


com que falava”.
Atos 6:10

O que os fariseus queriam dizer com indoutos é


que eles tinham os apóstolos como pessoas leigas e
não peritos da Palavra de Deus como eles.
Não é de se estranhar que os apóstolos tivessem
tanta sabedoria na Palavra mesmo não tendo

28
oportunidade de freqüentar regularmente uma escola
rabínica. Eles estiveram três anos e meio com a
própria Palavra de Deus! E ela mesma disse que o
Espírito Santo os faria lembrar de tudo quanto os
tivesse dito. (Jo 14: 26).

Conformismo na igreja atual

A Igreja de hoje está cansada de pregações


preparadas apenas pela sabedoria humana e não pelo
poder de Deus através do Espírito Santo. Quão longe
parece que estamos do que Deus quer para nós!
Percebem-se também, pessoas contentes com as
poucas gotas da chuva da manifestação dos dons
espirituais que Deus quer promover em nossos dias.
Meu irmão!, aqui lhe faço um pedido de Deus
para a sua vida: não se conforme com a sua vida
espiritual atual. Não se conforme com gotas, quando
Deus quer derramar chuvas! Não espere o avivamento
na sua vida, faça como o salmista (Sl 42:1, 2). Busque-
o de todo o seu coração!

“E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e,


quando abriu o livro, achou o lugar em que estava
escrito. O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me
ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar
os quebrantados do coração. A apregoar liberdade aos
cativos, e dar vista aos cegos; a por em liberdade os
oprimidos; a anunciar o ano aceitável do Senhor. E,
cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro,
assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam
fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se
cumpriu esta escritura em vossos ouvidos.”
Lucas 4:17-21

29
Com que perfeição Isaías descreve o ministério
do Senhor Jesus, e exatamente tudo o que Ele veio
fazer aqui na Terra! Mas, antes de tudo, o que Isaías,
inspirado pelo Espírito, disse? “O Espírito do Senhor é
sobre mim, pois que me ungiu...” Meu amado irmão,
antes de tudo, busque a unção do Espírito Santo. Não
tente fazer a obra de Deus com as suas próprias
forças. Não faça como os Israelitas rebeldes no
deserto.

Fazendo a obra fora da direção de Deus

“E levantaram-se pela manhã de madrugada, e


subiram ao cume do monte, dizendo: Eis-nos aqui, e
subiremos ao lugar que o Senhor tem dito; porquanto
havemos pecado. Mas Moisés disse: Por que
quebrantais o mandato do senhor? Pois isso não
prosperará. Não subais, pois o Senhor não está no
meio de vós, para que não sejais feridos diante de
vossos inimigos.Então desceram os amalequitas e os
cananeus, que habitavam na montanha, e os feriram,
derrotando-os até Horma.”
Números 14:40-42,45 (grifo meu)

Os capítulos treze e catorze do livro de Números


são importantíssimos para entendermos porquê os
Israelitas ficaram quarenta anos no deserto.
O povo estava acampado no deserto de Parã e
de lá Moisés enviou doze espias – um de cada tribo –
para espiar a terra prometida. Por causa da
incredulidade do povo quanto às promessas de Deus, o
Senhor jurou que por cada dia que os espias tivessem
ficado ausentes, o povo de Israel ficaria um ano
perambulando no deserto, o que daria exatamente
quarenta anos.

30
Adiante veremos com mais detalhes esta
passagem, mas por ora basta-nos dizer que depois que
o povo viu que a sua esperança de alcançar a terra
prometida tinha se acabado, tentaram tomá-la por
suas próprias forças, fora da vontade de Deus.
Será que você consegue ver os resultados que
os Israelitas tiveram quando não estavam na direção
do Senhor? Eles quiseram fazer a obra de Deus apenas
pelas suas próprias forças. E o resultado? Foram
derrotados! Assim será a obra que não tiver a
aprovação do Espírito e a conseqüente dependência
Dele.
O Espírito Santo estava tão presente na vida da
Igreja de Atos que em certa ocasião os discípulos
reuniram-se para discutir se os gentios deveriam
guardar os ritos mosaicos. A resposta foi a seguinte:

“Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e


a nós, não vos impor mais encargo algum, senão
estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das
coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne
sufocada, e da fornicação; das quais coisas fazeis bem
se vos guardardes. Bem vos vá.”
Atos 15:28, 29 (grifo meu)

Preste atenção na primeira frase: “Na verdade,


pareceu bem ao Espírito Santo e a nós...”, ou seja, o
Espírito participava ativamente das decisões da Igreja
primitiva. Em outras palavras: suas decisões e atitudes
eram totalmente controladas pelo Espírito.

Dois casos antagônicos

O que temos visto atualmente difere em muito


da Igreja de Atos (parece mais com as atitudes dos
Israelitas no deserto). Alguns ministérios não dão a
menor vazão para o Espírito Santo atuarem em seus

31
cultos. Não há a convicção da imutabilidade do Deus
trino e em conseqüência da contemporaneidade dos
dons espirituais e as conseqüências são as mais
devastadoras: Evangelho pregado somente com
intelectualidade e sem a total dependência do Espírito;
tão somente com palavras persuasivas de sabedoria
humana, conseqüentemente sem demonstração de
Espírito e poder.
Em contra-partida na maioria das Igrejas, a
palavra-chave tem sido “avivamento”. O Espírito lhe
pergunta nesta hora: você tem buscado o avivamento
pessoal ou tem se contentado com a sua “vidinha”
espiritual? Será que você tem buscado ao Senhor,
clamado por um avivamento e o derramamento do
Espírito Santo sobre a sua vida? Ou o conformismo tem
falado mais alto com você? Será que você tem se
enquadrado num tipo de crente que tem se instalado
em nossas Igrejas: salvo, sentado e satisfeito?
Queremos ministrar sobre a sua vida uma fome
incontrolável pela Palavra de Deus e uma sede
insaciável pelo Espírito sobre ti.

Vai bem contigo?

Existia no território de Issacar uma cidade


chamada Suném, e nos tempos do profeta Eliseu,
havia uma mulher muito rica habitando nessa cidade.
Sempre que o homem de Deus passava por aquela
cidade, ela lhe oferecia pão.
Não contente com isso, esta mulher junto com o
seu marido, ofereceram a Eliseu um pequeno quarto
para que o mesmo estivesse descansando de suas
viagens quando passasse por Suném.
É importante notarmos que a mulher e o seu
marido não se contentaram em oferecer pouco para a
obra de Deus; ofereceram o que de melhor eles
possuíam. Será que nós temos oferecido a Deus e à

32
sua obra o que de melhor nós temos; ou temos nos
contentado em oferecer apenas “migalhas de pão” do
que possuímos. Deus nos fala claramente.

“Pois maldito seja o enganador, que, tendo


animal no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor
uma coisa vil; porque eu sou grande Rei, diz o Senhor
dos Exércitos, o meu nome será tremendo entre as
nações.”
Malaquias 1: 14

Na passagem acima, Deus está reclamando com


o povo de Judá, dizendo que eles possuíam animais
muito melhores do que os que eles estavam
oferecendo como sacrifício ao Senhor.
Deus quer de nós simplesmente o melhor. Deus,
ainda no texto de Malaquias, desafia o povo de Judá a
tomar a seguinte atitude:

“Porque, quando trazeis animal cego para o


sacrificardes, não faz mal! E, quando ofereceis o coxo
ou o enfermo, não faz mal! Ora, apresenta-o ao teu
príncipe; terá ele agrado de ti? Ou aceitará ele a tua
pessoa – diz o senhor dos Exércitos.”
Malaquias 1: 8

Deus convoca o povo a apresentar os mesmos


animais que eles ofereciam como holocausto aos
príncipes e líderes do povo. Se eles não aceitariam,
como o grande Rei, poderia aceitá-los?
É isso que muitos de nós fazemos: oferecemos a
Deus o que nos sobra, o resto, o que não queremos
mais. Deus não aceita essas ofertas. Deus quer de nós
simplesmente o que de melhor nós temos.

“Honra ao Senhor com a tua fazenda e com as


primícias de toda a tua renda; e se encherão os teus

33
celeiros abundantemente, e transbordarão de mosto
os teus lagares.”
Provérbios 3: 9,10

Em conseqüência da atitude da Sunamita e de


seu esposo; Eliseu fica muito agradecido e pergunta o
que ele poderia fazer por ela. Seu moço, Geazi,
percebe que apesar de muito rica, aquela mulher ainda
não possuía filhos. Eliseu então a chama e através da
autoridade sobre a sua vida, ministra uma palavra
profética sobre a mulher dizendo que dentro de um
tempo determinado Deus estaria concedendo-lhe um
filho.
Apesar de não crer na palavra do homem de
Deus, a Sunamita é agraciada com um filho conforme a
palavra de Eliseu.
Decorrido algum tempo, o menino estava junto
com o seu pai e os segadores quando começou a sentir
fortes dores de cabeça. Imediatamente o seu pai pediu
a um moço que o levasse à sua mãe. Junto de sua mãe
aquele menino morreu e foi colocado sobre a cama do
homem de Deus. A Sunamita, então, levanta-se para
procurar a Eliseu. Chegando ao Carmelo, Eliseu a
avista de longe e manda Geazi perguntar se tudo
estava bem com ela.

“Agora, pois, corre-lhe ao encontro e dize-lhe:


Vai bem contigo? Vai bem com teu marido? Vai bem
com o teu filho? E ela disse: Vai bem.”
II Reis 4: 26

Muitas vezes agimos assim também: dizemos


que tudo está bem quando na verdade não estamos
bem. A Sunamita disse que tudo estava bem quando,
na verdade, o seu filho estava morto. Assim também
nós, muitas vezes, dizemos que tudo está bem quando
na verdade estamos mortos espiritualmente.

34
“E ao anjo da Igreja que está em Sardes
escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus e
as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens
nomes de que vives e estás morto.”
Apocalipse 3: 1 (grifo meu)

Está na hora da Igreja do Senhor Jesus Cristo


retirar a máscara que insiste em usar. Posa com um
cinismo impressionante pautado nos números que
comprovam o rápido crescimento do Evangelho no
Brasil. Fecham os olhos para os problemas que
atingem a Igreja: fofocas – este é o principal de todos -
invejas, calúnias, intrigas, dentre outros.
Nos escondemos atrás da falsa religiosidade e
santidade. Construímos mais e mais templos
suntuosos, com assentos acolchoados, circuito interno
de TV, sistemas de ar condicionado. Isso não é
prioridade para Deus, mas sim para o homem. O que
Deus realmente quer, é uma Igreja revestida do poder
do Espírito Santo.
Não devemos mais fazer como a Sunamita.
Precisamos reconhecer os nossos maus caminhos e
retirarmos esta máscara que impede do Senhor estar
derramando um tremendo avivamento como nunca se
viu antes.
Para um alcoólatra se libertar do vício, antes de
tudo é necessário que ele se conscientize de que é um
viciado. Enquanto ele não reconhecer que o álcool está
acabado com o seu corpo, ele não vai conseguir a
libertação. Mesmo que sua esposa aponte o que o
álcool está lhe fazendo, mesmo que os seus amigos o
chamem a atenção; se ele mesmo não tomar
consciência do mal que está fazendo para si próprio,
nunca será liberto.
Da mesma forma cada um de nós: se não
tomarmos consciência do mal que estamos fazendo

35
para nós mesmos e para os outros, nunca
mudaremos,e para tomarmos consciência de que
estamos muitas vezes mortos espiritualmente, é
necessário o toque especial do Espírito Santo.
Os profetas do Antigo Testamento sempre
apontavam para os pecados do povo de Israel e Judá.
Condenava-os e sentenciava o julgamento de Deus se
os mesmos não se arrependessem. Ao final de cada
livro, porém havia a palavra de restauração. Deus na
sua infinita misericórdia sempre nos proporciona uma
chance de restauração.
Da mesma forma que Deus ressuscitou o filho da
Sunamita através do profeta Eliseu, quer ressuscitar
vidas espirituais que se acham mortas. Para que isso
aconteça, busque a Sua presença e o avivamento
pessoal.

Avivamento sem sentido

Por outro lado, se você tem realmente buscado o


avivamento, se você tem buscado os dons, o poder, a
unção; o mesmo Espírito lhe pergunta: porque você
tem buscado os dons e o avivamento sobre a sua vida?
Porque você tem buscado a unção de Deus sobre
você?
Será que é para apontar o dedo para o seu
irmão e dizer que é mais espiritual que ele porque
você é batizado com o Espírito Santo e ele não é? Ou
para que você diga para o seu irmão: eu sou especial
para Deus porque eu tenho tal dom e você não tem?
A palavra de Deus nos diz claramente:

“Porque, para com Deus, não há acepção de


pessoas.”

36
Romanos 2: 11

Deus não faz acepção de pessoas. Ele usa quem


quer, como quer e quando quer. Se você é usado por
Deus não se glorie por isso, mas tema:

“Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no


Senhor. Porque não é aprovado aquele que a si mesmo
se louva, mas, sim, aquele a quem o Senhor louva.”
II Coríntios 10: 17,18

Somos apenas vaso nas mãos de Deus.

“Mas, agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai; nós, o


barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas
mãos.”
Isaías 64: 8

Costumo dizer que quando prego, prego mal.


Mas quando não prego, então prego bem porque é o
Espírito Santo que está me usando para falar com a
sua Igreja.
Devemos ter muito cuidado com a soberba. Ela
é um inimigo muito eficaz e que tem derrubado muitos
filhos de Deus que deixaram de ser servos para ser
senhores.

37
38
CAPÍTULO 3 - EXEMPLOS A SEREM SEGUIDOS

Como já dissemos, Jesus Cristo deve ser o nosso


exemplo em tudo. E na sua carta à Igreja de Filipos,
Paulo nos exorta da seguinte forma:

“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento


que houve em Cristo Jesus, que, sendo em forma de
Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas
aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo,
fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na
forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo
obediente até a morte e morte de cruz.”
Filipenses 2: 5-8

39
Um jovem príncipe desejava casar-se. Para
tanto, ele saiu a procurar em seu reino por uma noiva
que despertasse a sua atenção. Ele foi à casa dos
nobres a ver se ficaria interessado por alguma jovem.
Ninguém o agradou.
Então, ele foi procurar a sua noiva nos lugares
mais pobres do seu reino, entre os camponeses, entre
os da periferia, entre os que viviam longe do luxo e da
pompa aos quais ele estava acostumado. Chegando lá,
encontrou uma jovem lindíssima, mas que estava suja
e maltrapilha. Mesmo assim, ele a amou ao primeiro
olhar.
Pensou consigo que o seu problema estava
resolvido: era só pedir aos seus soldados para buscá-
la, levá-la ao seu palácio e ela lhe seria por mulher.
Mas, e se ela não o amasse? E se fosse casar
apenas por imposição do príncipe ou até mesmo por
algum interesse? E se o seu coração já fosse de outro?
As muitas possibilidades passaram pela cabeça do
jovem príncipe ao considerar isso.
Continuou a pensar até que teve uma idéia
surpreendente. Ele iria se despojar da sua glória, das
suas vestes, do seu palácio, dos seus empregados, da
sua vida confortável, de tudo para viver como qualquer
camponês ao lado de sua amada. Se ela se
apaixonasse por ele seria exatamente por quem ele é
e não pelo que ele possui ou pode lhe oferecer.
Atitude muito mais significativa e dramática teve
o Senhor Jesus porque nenhum reino deste mundo
pode se comparar ao Reino de Deus em todo o seu
esplendor e glória.
O Senhor Jesus não apenas viveu como qualquer
um de nós, mas fez-se maldição por nossa causa
porque a palavra nos diz que é maldito todo aquele
que é pendurado no madeiro (Dt 21: 23; Gl 3: 14).
Tudo isso para que hoje você e eu tivéssemos vida e

40
vida com abundância, salvação garantida e acesso a
Deus através da morte expiatória de Jesus Cristo.
Mas o texto não termina aí, Paulo continua:

“Pelo que também Deus o exaltou


soberanamente e lhe deu um nome que é acima de
todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo
o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo
da terra, e toda a língua confesse que Jesus cristo é o
Senhor, para a glória de Deus Pai.”
Filipenses 2: 9-11

Paulo continua dizendo: “Pelo que também


Deus o exaltou soberanamente” O Senhor Jesus
não exaltou a si mesmo, mas esperou o momento
certo da exaltação de Deus. O momento em que Deus
sabia que Ele estaria apto para ser exaltado. Pedro
concorda com isso.

“Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de


Deus, para que a seu tempo, vos exalte.”
I Pedro 5: 6

Devemos nos humilhar primeiro diante de Deus


para que depois, tão somente depois, ele nos exalte.
Deus sempre tem o seu tempo certo.
Quer ser exaltado querido; humilhe-se
primeiro! Quer ser servido; sirva primeiro! Quer
ser reconhecido pelos homens; reconheça Deus
na sua vida!
Deus não pode exaltar alguém com quem Ele
tenha que dividir a glória que só pertence a Ele.
Enquanto você estiver retendo parte dessa glória, Ele
não vai te exaltar como você quer; não porque Ele não
queira, mas porque Ele não pode.
O texto continua dizendo que pela humilhação
voluntária de Jesus, Deus o exaltou de tal modo que

41
um dia gostem ou não, queiram ou não, todos os
joelhos dos habitantes dos três mundos: céu, terra e
inferno vão se dobrar e toda a língua vai confessar que
Jesus é o Senhor, Aleluia!
Porque uma exaltação tão grande? Porque a
humilhação também foi muito grande. A exaltação é
proporcional à humilhação. E tão somente depois da
humilhação pode vir a exaltação.
Atitude semelhante teve João Batista.
Acompanhe o que diz o Apóstolo João:

“E este é o testemunho de João, quando os


Judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas
para que lhe perguntassem: Quem és tu?.E confessou
e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. E
perguntaram-lhe: Então, quem és, pois? És tu Elias? E
disse: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não.
Disseram-lhe, pois: Quem és, para que demos resposta
àqueles que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?
Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto:
Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta
Isaías.”
João 1: 19-23

Veja como João Batista foi se humilhando cada


vez mais. Perguntaram se ele era o Cristo, ele
respondeu que não. Perguntaram se ele era Elias, mas
uma vez respondeu que não. Continuaram diminuindo
o “status” e perguntaram se ele era o profeta, mais
uma vez ele disse que não. Então eles pararam e
perguntaram: Então quem és tu para que demos
resposta àqueles que nos enviaram? Que dizes de ti
mesmo?
E quando perguntam para você querido, o que
tu dizes de ti mesmo? Eu sou o profeta fulano de tal,
Eu sou o presbítero beltrano, Eu sou o Ministro de
louvor, Eu sou o cantor, Eu sou o pastor, Eu sou o

42
evangelista, Eu sou isso, Eu sou aquilo... Ou você
atribui algo a você que na verdade outra pessoa
realizou? Ou você superestima algo que fez?
João Batista disse que ele era apenas uma voz,
tão somente uma voz. Nós como ministros de Deus,
como atalaias do Senhor, como arautos do Rei,
devemos ser apenas vozes de Deus, vozes do Espírito
Santo, vozes da cabeça do corpo que é o Senhor Jesus.
João Batista poderia dizer que era o Elias de
Deus, o precursor do Messias profetizado por
Malaquias (Ml 4: 5). Que tinha autoridade sobre cada
um daqueles homens, mas escolheu se humilhar.
Escolheu se rebaixar. Escolheu diminuir.
Escolha isso também amado. Escolha se
humilhar cada vez mais diante de Deus. Escolha o
caminho contrário à sua natureza. Veja o que Tiago diz
a respeito disso:

“Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos


exaltará.”
Tiago 4: 10

Da mesma forma que a humilhação de Jesus lhe


redundou em uma exaltação tremenda, assim ocorreu
com João. Veja o testemunho de Jesus acerca de João:

“E eu vos digo que dentre os nascidos de


mulher, não há maior profeta do que João Batista.”
Lucas 7: 28a

Que coisa maravilhosa! Nem Moisés com as dez


pragas no Egito e todos os seus milagres durante
quarenta anos no deserto, nem Elias que orando fez
cair fogo do céu três vezes, nem Eliseu que tinha
porção dobrada do Espírito de Elias, nem qualquer
outro grande homem de Deus que você esteja
pensando agora; nenhum deles foi maior que aquele

43
homem que vestia peles de camelo e comia
gafanhotos e mel silvestre. Isso é maravilhoso e
inacreditável!
Mas porque especificamente João Batista foi o
maior profeta? Qualquer um pensaria que ele era um
dos menores. É exatamente por isso que ele era o
maior, porque se fez o menor.

“Porque aquele que entre vós todos for o menor,


esse mesmo é grande.”
Lucas 9: 48c

Se quiser ser o maior, a fórmula é muito simples:


faça-se o menor. Se quiser ser exaltado: humilhe-se.
Os resultados são surpreendentes.

44
CAPÍTULO 4 – APRENDENDO COM LÚCIFER

Talvez você tenha lido o título deste capítulo e


se perguntado: “o que eu tenho de aprender com
Lúcifer?”. Antes que você me critique por este título,

45
eu gostaria de lhe explicar. Nós aprendemos por
exemplos a serem seguidos e por exemplos a não
serem seguidos. Este é nosso intuito neste capítulo.
O profeta Isaías inspirado pelo Espírito Santo,
fala a respeito da presunção e queda de Lúcifer:

“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha


da alva! Como foste lançado por terra, tu que
debilitavas as nações!. E tu dizias no teu coração: Eu
subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei
o meu trono, e, no monte da congregação me
assentarei, da banda dos lados do Norte. Subirei acima
das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.
E, contudo, levado será ao inferno, ao mais profundo
do abismo. Os que te virem e contemplarão,
considerar-te-ão e dirão: É este o varão que fazia
estremecer a terra e que fazia tremer os reinos? Que
punha o mundo como um deserto e assolava as suas
cidades? Que a seus cativos não deixava ir soltos para
a casa deles?”
Isaías 14: 12-17

Basicamente, existem duas maneiras do Diabo


querer destruir um cristão. A primeira todos conhecem
e todos se previnem contra ela: o Diabo vai querer lhe
parar. Sejam com lutas, problemas, dificuldades,
adversidades, aflições, o Diabo vai querer lhe parar.
Entretanto, veja o que a Palavra de Deus diz ao seu
respeito e eu profetizo na sua vida estes textos:

“Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o


livra de todas.”
Salmo 34: 19
“Uns confiam em carros, e outros, em cavalos,
mas nós faremos menção do nome do Senhor, nosso
Deus. Uns se encurvam e caem, mas nós nos
levantamos e estamos de pé.”

46
Salmo 20: 7,8

“Não temas, porque eu sou contigo; não te


assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te esforço, e
te ajudo e te sustento com a destra da minha justiça.
Eis que envergonhados e confundidos serão todos os
que se irritaram contra ti; tornar-se-ão nada; e os que
contenderem contigo perecerão. Buscá-lo-ás, mas não
os acharás; e os que pelejarem contigo tornar-se-ão
nada, e como coisa que não é nada, os que
guerrearem contigo. Porque eu, o Senhor, teu Deus, te
tomo pela tua mão direita e te digo: não temas que eu
te ajudo.”
Isaías 41: 10-13

“Porquanto, ainda que a figueira não floresça,


nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e
os campos não produzam mantimento; as ovelhas da
malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja
vacas. Todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei
no Deus da minha salvação.”
Habacuque 3: 17,18

“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem


presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda
que a terra se mude, e ainda que os montes se
transportem para o meio dos mares. Ainda que as
águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se
abalem pela sua braveza. Há um rio cujas correntes
alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do
Altíssimo. Deus está no meio dela; não será abalada;
Deus a ajudará ao romper de manhã. As nações se
embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a
sua voz e a terra se derreteu. O Senhor dos exércitos

47
está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. Vinde,
contemplai as obras do Senhor; que desolações têm
feito na terra! Ele faz cessar as guerras até o fim da
terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros
no fogo. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus;
serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a
terra. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de
Jacó é o nosso refúgio.”
Salmo 46 (Grifo meu)

Aleluia! Glória a Deus porque maior é o que está


em nós do que o que está no mundo (I João 4: 4).
Amado, ainda que inferno inteiro se levante contra a
tua vida, ele não pode lhe tocar (I João 5: 18). E se
tocar será unicamente por permissão de Deus. Isso
não é maravilhoso? Nada pode parar a obra de Deus
sobre a sua vida, a não ser que você a deixe. Se tão
somente você mantiver intacta a sua aliança com
Deus, ninguém pode te tocar. Somente o Diabo o fará
se você der brechas.
Mas existe uma segunda forma do Diabo
destruir um cristão. Este modo é muito mais eficaz e
sutil. Em conseqüência têm destruído muitos cristãos;
principalmente líderes consagrados que outrora foram
grandemente usados por Deus. O Diabo vai querer lhe
acelerar.
Geralmente depois de uma pregação inspirada,
de um louvor arrebatador ou de uma oração eficaz,
sempre nos vem à mente uma voz dizendo: “Como
você prega bem. Quando você prega as pessoas
sentem a presença de Deus. Quando você prega, vidas
são salvas”. “Quando você louva, parece que são os
anjos cantando”; “Quando você ora, as pessoas são
curadas, libertas e o Senhor responde”. “Como você
faz esse trabalho bem! Aposto que ninguém consegue
fazer isso como você. Você é insubstituível.”

48
Não é isso que sempre acontece amado? Não é
verdade que sempre vem essa voizinha à nossa
mente?
João Bunyan, um dos maiores pregadores de
todos os tempos, conhecia bem esta artimanha de
Satanás. Certa ocasião, ao término de uma pregação,
um dos ouvintes dirigindo-se a ele disse-lhe que
pregara um bom sermão. Ao que Bunyan respondeu:
“Não precisa dizer-me isso, o Diabo já cochichou a
mesma coisa no meu ouvido antes de sair da tribuna.”
Quando assumimos estes pensamentos estamos
totalmente destruídos. Porque a Palavra nos diz:

“Porque sem mim nada podeis fazer.”


João 15: 5b

Sem a unção do Espírito Santo sobre as nossas


vidas nós não podemos fazer nada! Se pregamos, e as
pessoas se convertem, se transformam e se libertam, é
porque foi o Espírito Santo e não nós quem convenceu
o homem do pecado, da justiça e do juízo. E, se
oramos e os demônios são expulsos, as pessoas são
libertas e Deus responde, é tão somente porque
oramos no nome do Senhor Jesus.
Conta-se que um renomado pregador foi
convidado para ir a uma igreja simples a fim de pregar.
Então, ele confiando em si mesmo, não preparou o
sermão, não orou por si mesmo e pelo culto e não
buscou a presença de Deus. Tão somente confiou em
si mesmo e na sua enorme capacidade. Chegando à
Igreja, foi apresentado com toda a pompa possível e
subiu ao púlpito com todas as honrarias que lhe eram
devidas. Quando abriu a Bíblia para ler o texto base, o
Espírito lhe falou: “Você está sozinho”. Mesmo assim
ele começou a pregar e apesar da sua eloqüência e
experiência como pregador, sua mensagem não tocou
o coração dos ouvintes e ao sair do púlpito, abaixou a

49
sua cabeça em sinal de vergonha e pesar. Ao se dirigir
para a porta do templo para cumprimentar os
membros, uma senhora muito humilde e com a idade
já bastante avançada lhe dirigiu as seguintes palavras:
“Pastor, se o senhor tivesse subido ao púlpito da forma
que desceu, desceria da forma que subiu”.
Esta é a grande questão: a humildade. O Diabo
sabe como induzir o homem à soberba, à presunção,
porque ele mesmo caiu nesse erro. Esta estratégia é
muito eficaz porque vai de encontro ao mais íntimo do
ser humano, que necessita desesperadamente de
reconhecimento, de afirmação, de aplausos.
Pare por um instante: a quem você dá crédito
pelo que está acontecendo na e através da sua vida? O
que você pensa a esse respeito? Quem faz a obra?
Deus ou a sua grande capacidade natural?
Sempre vemos muitas pessoas começarem tão
bem uma carreira e no entanto, acham que são elas
que fazem a obra e não Deus. Lembra-se do pregador
da ilustração acima? Pois bem, o Espírito Santo deixa
pessoas sozinhas na hora de realizar algo com mais
freqüência do que se pode imaginar.
Por quê? Por que Deus não quer realizar a sua
obra? É claro que Deus quer realizar a sua obra. Mas é
porque Deus corrige a quem recebe por filho.
Toda a árvore precisa ser podada para que
esteja dando cada vez mais frutos. Assim também
somos nós. Devemos continuamente ser podados por
Deus.
Se você pensa que o orgulho nunca vai lhe
alcançar ou que você é muito humilde, você está a um
passo de ser pego por ele, porque uma pessoa
verdadeiramente humilde reconhece as suas fraquezas
e as coloca diante de Deus, não escondendo –as e
vivendo como se elas não existissem.
Talvez você esteja pensando nesse momento:
“Eu nunca disse que eu sou melhor que ninguém, ou

50
que eu prego melhor, que eu louvo melhor, que eu oro
melhor, etc”.
Eu lhe pergunto: e quem disse que Lúcifer
também falou alguma coisa? Isaías 14:13 diz “E tu
dizias no teu coração”. Lúcifer não pronunciou palavra
alguma, mas Deus que conhece os corações sabia qual
era a verdadeira intenção de Lúcifer. Devemos estar
extremamente atentos com aquilo que vai ao nosso
coração.

“Ainda que o Senhor é excelso, atenta para o


humilde; mas ao soberbo, conhece-o de longe.”
Salmo 138: 6

Devemos destacar o contraste entre as atitudes


de Jesus, João Batista e Lúcifer. Os dois primeiros
escolheram se humilhar e depois foram exaltados por
Deus, ao passo que o terceiro escolheu se exaltar e foi
extremamente humilhado por Deus.
Qual atitude você vai tomar querido? A de Jesus
e João ou a de Lúcifer? Lembre-se das conseqüências.

51
52
CAPÍTULO 5 – O RIO DA HUMILHAÇÃO

No capítulo cinco do segundo livro de Reis, a


Bíblia nos fala a respeito de Naamã que foi chefe do
exército do rei da Síria, que na época era a maior
potência mundial. A Bíblia começa assim a sua
narração:

“E Naamã, chefe do exército do rei da Síria, era


um grande homem diante do seu senhor e de muito
respeito; porque por ele o Senhor dera livramento aos
sírios; e era este varão homem valoroso, porém
leproso”.
II Reis 5: 1

Naamã era um ímpio que não conhecia o Deus


de Israel e tinha um comportamento impecável diante
do seu senhor. Como conseqüência possuía muito
respeito diante do mesmo.Nós como cristãos temos
tido o mesmo respeito e a mesma consideração para
com os nossos senhores na face da terra?
A lepra, muitas vezes, simboliza o castigo de
Deus em decorrência do pecado. Lembre-se em
Números 12 onde Miriã ficou leprosa em decorrência
da rebelião que ela e Arão fizeram contra a autoridade
de Moisés.

53
Naamã era um homem muito estimado em seu
país, mas sobre sua carne existia uma maldição. Eu
posso imaginar Naamã participando de festas,
banquetes; até mesmo em sua homenagem e ele
usando a sua farda, as suas medalhas, todas como
resultado da sua valentia no campo de batalha.
Fico imaginando Naamã chegando em casa
depois das homenagens, das festas, da pompa e de
tudo que o cercava como chefe do exército do rei da
Síria. Imagino Naamã tirando as suas vestes oficiais e
ficando à mostra a sua pele branca leprosa.
Tenho certeza que você conhece alguém assim:
na Igreja, entre os irmãos, veste uma capa de
santidade e de pureza, mas ao sair da mesma, mostra
toda a podridão do seu pecado. É muito fácil sermos
cristãos dentro da Igreja; difícil é sermos cristãos fora
da Igreja. É muito fácil glorificarmos a Deus no meio
dos irmãos; o difícil é sermos luz no mundo e sal na
terra. Mas o Senhor Jesus nos chamou juntamente para
isso!
Eu gosto muito da ilustração que compara o
crente a uma garça. Toca na sujeira com os seus pés,
mas conserva as suas penas brancas. É exatamente
isso que devemos fazer. Estamos no mundo, mas não
devemos participar das coisas do mundo.
O relato bíblico continua dizendo que existia
uma menina israelita como escrava da esposa de
Naamã. A mesma diz à mulher de Naamã que se o
mesmo estivesse diante do profeta Eliseu, ele seria
curado da lepra.
O que é surpreendente nesta passagem é que
Naamã acredita na palavra da menina escrava e vai
até Israel. Veja o que a bíblia diz a esse respeito.

“Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e com o


seu carro e parou à porta da casa de Eliseu. Então,
Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e

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lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne te tornará,
e ficarás purificado.”
II Reis 5: 9,10

É até engraçado pensar sobre o que foi narrado


nessa passagem. Naamã chega até a porta da casa de
Eliseu com cavalos e com seu carro. Uma comitiva
enorme chega à porta da casa do homem de Deus, que
não se dá nem ao trabalho de atender a essa comitiva,
mas manda um mensageiro, Geazi, dizer a Naamã
para mergulhar sete vezes no rio Jordão.
Naamã ficou muito indignado. Não era o tipo de
recepção que ele esperava.

“Porém Naamã muito se indignou e se foi,


dizendo: Eis que eu dizia comigo: Certamente ele
sairá, por-se-á em pé, e invocará o nome do Senhor,
seu Deus, e passará a sua mão sobre o lugar, e
restaurará o leproso. Não são porventura, Abana e
Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as
águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles e ficar
purificado? E voltou-se com grande indignação.”
II Reis 5: 11,12

Agora o pecado de Naamã fica bem latente: era


orgulho. Naamã era como tantas pessoas que vemos
todos os dias: crêem que Deus pode fazer alguma
coisa, crêem que Deus pode restaurar a sua saúde, o
seu casamento, a sua família... mas querem dizer
como Deus deve trabalhar e onde Deus deve trabalhar.
É notório como existem pessoas que querem
mandar em Deus. Oferecem ao Senhor espaço para
trabalhar em apenas parte da sua vida; quando Deus,
na verdade, quer trabalhar em todas as áreas dela.
Além de dar pouco espaço para Deus trabalhar, dizem
como Ele deve fazê-lo.

55
Devemos crer que Deus tem o melhor para nós.
Ele sabe como trabalhar. Devemos crer que a sua
vontade é perfeita, agradável e boa e todas as coisas
cooperam para o nosso bem.
Naamã foi confrontado por Deus naquilo que ele
mais temia: o seu orgulho.

Após a humilhação, a recompensa.

Felizmente Naamã tinha servos que eram mais


sábios que ele e estes o convenceram a mergulhar
sete vezes no rio Jordão. E Naamã foi.

“Então, desceu e mergulhou no Jordão sete


vezes, conforme a palavra do Homem de Deus; e a sua
carne tornou, como a carne de um menino, e ficou
purificado.”
II Reis 5: 14 (Grifo meu)

Destacado neste texto em negrito está o que


Naamã precisava fazer: descer. Naamã fez o que
tantas pessoas precisam fazer hoje: descer. Antes de
subirmos, precisamos descer. O significado de Jordão é
justamente esse: aquele que desce.
Imagine Naamã começando a tirar a sua roupa
na frente dos seus comandados. Será que ele pensou
que depois daquele ocorrido, ele nunca mais teria
moral para comandar o exército do rei da Síria? Será
que não passou pela sua cabeça que ele preferiria
morrer leproso a passar por tão grande humilhação?
E depois que ele começou a mergulhar, será que
ingeriu lama? Com certeza o seu orgulho tinha sido
devastado. Imagine, ele que no seu país por onde
passava as pessoas tinham de se curvar, quando muito
mostrar profunda reverência; estava ali se humilhando
para ser purificado da lepra. Muitas pessoas
prefeririam morrer leprosas a passar por tão grande

56
humilhação. Acredite querido, depois do primeiro
mergulho, os outros seis foram mais fáceis. Depois da
primeira humilhação, as outras passam a ser mais
fáceis.
Já dissemos que depois de toda a humilhação,
sempre vem a exaltação. Com Naamã ocorreu a
mesma coisa. A recompensa veio. A lepra tinha
sumido. Sua carne estava sã como a de uma criança.
Deus está marcando um encontro conosco no rio
Jordão. Ele quer que você desça primeiro para que
possa te exaltar como quer. Deus quer retirar das
nossas vidas a lepra do orgulho e do pecado.

Mergulhe no rio Jordão

Qual tem sido o seu rio Jordão? Será que é uma


Igreja pequena onde ninguém reconhece o seu valor?
Será que é um líder que Deus colocou sobre a sua vida
que você julga ter uma capacidade muito superior a
dele? Qual é o seu rio Jordão? Será que o seu rio Jordão
são tarefas que você não vê nenhum valor?
Se pedirem para você limpar os bancos da
Igreja, faça-o. Se a sua tarefa é carregar cadeira para
cima e para baixo (Deus sabe como muitas vezes eu fiz
isso), faça com alegria. Se a sua tarefa é limpar os
banheiros – isso também fiz algumas vezes – limpe-os
louvando a Deus.
E se o seu rio Jordão for você fazer todo trabalho
para outras pessoas receberem os méritos!? Os outros
recebem os parabéns e você não recebe nem um
mísero obrigado? Lembre-se do galardão. Deus está
vendo todas as coisas e Ele “não é injusto para se
esquecer da vossa obra e do trabalho do amor que,
para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes
aos santos e ainda servis.” (Hb 6: 10).

57
Eu tenho certeza que o Espírito Santo está
ministrando agora a você qual é o rio Jordão que você
tem de mergulhar. O Espírito ministra que enquanto
você não mergulhar nesse rio Jordão ele não vai pode
exaltar.

O que Naamã não quis, Jesus fez.

Você, amado, se lembra onde o Senhor Jesus foi


batizado?

“E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo


ido de Nazaré, da Galiléia, foi batizado por João, no
rio Jordão.”
Marcos 1: 9

Neste mesmo Jordão que Naamã se recusou a


mergulhar, o Senhor Jesus entrou. Nestas mesmas
águas sujas, lamacentas e barrentas da humilhação
que Naamã se recusou a entrar, o Senhor Jesus entrou
e humilhou-se para nos dar o exemplo. Esta mesma
passagem está narrada no Evangelho segundo Mateus.

“Então, veio Jesus da Galiléia ter com João junto


do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João opunha-
se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti e vens
tu a mim?Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa
por agora, porque assim nos convém cumprir toda a
justiça. Então, ele o permitiu.”
Mateus 3: 13-15

Qual seria a nossa reação se nós estivéssemos


no lugar de Jesus nesse momento diante da proposta
de João?
Será que nós pensaríamos da seguinte forma: É
verdade João, afinal de contas eu sou superior a você.

58
Tu és apenas o meu precursor. Eu sou o filho de Deus.
Parabéns pelo seu brilhante desempenho, mas para
demonstrar para toda essa multidão que eu tenho
autoridade sobre a sua vida eu vou lhe batizar.
Não foi assim que o Senhor Jesus fez. Ele se
submeteu ao batismo de João. Por que? Porque Jesus
sabia que a autoridade do batismo estava sobre João.
Isto ele nos deu o exemplo para que nós nos
submetamos às autoridades constituídas por Deus.

“Toda alma esteja sujeita às autoridades


superiores; porque não há autoridade que não venha
de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por
Deus. Por isso, quem resiste à autoridade resiste à
ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si
mesmos a condenação.”
Romanos 13: 1,2

“O homem, pois, que se houver soberbamente,


não dando ouvidos ao sacerdote, que está ali para
servir ao Senhor, teu Deus, nem ao juiz, o tal homem
morrerá; e tirará o mal de Israel, para que todo o povo
o ouça, e tema, e nunca mais se ensoberbeça.”
Deuteronômio 17: 12, 13

Querido irmão, não resista a autoridade


constituída por Deus sobre a sua vida. Respeite, honre
e reconheça quem está acima de você. Não crie
inimizades, fofocas e problemas para aquele que é
autoridade.
Você lembra do caso de Davi e Saul? Davi sabia
que seria rei de Israel, afinal de contas o mesmo
profeta – Samuel – que tinha ungido a Saul rei de
Israel, posteriormente também tinha ungido a Davi
para esta mesma função. Davi também sabia que
todas as circunstâncias apontavam que dentro em
breve, ele seria rei. Por duas vezes Deus entregou a

59
Saul nas suas mãos. E ele não intentou tocar no ungido
do Senhor.
E nós, na situação de Davi, como agiríamos?
“Ah! eu vou ser rei mesmo. Deus confirmou o meu
trono. Se eu matar a Saul vou apenas facilitar as coisas
para Deus. Afinal de contas, o reino de Saul já passou,
agora vai sr inaugurada a dinastia de Davi.”
Ele não intentou fazer isso. Muito pelo contrário,
não estendeu a sua mão contra o ungido do Senhor.

O que semear, isso também ceifará.

A Palavra nos diz que tudo o que o homem


semear, isto também vai ceifar (Gl 6: 7). Se
semearmos contendas, insubmissão, porfias,
inimizades, quando somos liderados, ceifaremos da
mesma forma quando formos os líderes.
Será que não é isso que está ocorrendo com
você hoje? Está com dificuldade em liderar? As
pessoas não lhe obedecem? Não se submetem a você?
Olhe para o passado. Será que você também já não fez
isso? Será que você também já não foi insubmisso e
rebelde? Se sim, peça perdão a Deus. Reconheça o seu
erro. Com certeza os seus liderados irão mudar e a sua
liderança será muito mais eficaz a partir de hoje.
A humilhação é contrária à natureza humana. A
mesma só tende a querer se exaltar, a querer pisar
nos outros para subir e a não se importar com
ninguém.
Toda a causa tem a sua conseqüência, todo o
sacrifício tem a sua recompensa. Também toda a
humilhação tem como conseqüência a exaltação.
Devemos lembrar de I Pedro 5: 6 que diz: “a seu
tempo” vos exalte. Se Deus ainda não te exaltou como
ele te prometeu, continue se humilhando e, com
certeza, ele o fará.

60
Que a Igreja do Senhor Jesus em nossos dias
tenha sempre em mente esses versículos:

“Porque assim diz o alto e o sublime, que habita


na eternidade, cujo nome é santo: Num alto e santo
lugar habito, e também com o contrito e abatido de
espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para
vivificar o coração dos contritos.”
Isaías 57:15

“Não sejas sábio aos seus próprios olhos; teme


ao Senhor e aparta-te do mal.”.
Provérbios 3:7

Saiba que não adianta pedirmos unção, poder de


Deus sobre as nossas vidas se não formos humildes
como o Senhor Jesus e João Batista. Devemos honrar a
Deus com as nossas vidas e os nossos ministérios.
Deus quer exaltar servos humildes e comprometidos
com o seu reino. Servos que não dividam a glória que
só pertence ao Senhor.
Continuando o texto de Mateus três, a partir do
versículo dezesseis, podemos enxergar três
conseqüências da humilhação de Jesus. Temos muito a
aprender com as mesmas.

61
CAPÍTULO 6 – AS CONSEQÜÊNCIAS DA
HUMILHAÇÃO

“E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e


eis que se lhe abriram os céus...”
Mateus 3: 16a

A primeira conseqüência da humilhação de Jesus


Cristo é que os céus se abriram para ele. Muitas
pessoas têm os céus sobre as suas vidas como se
fossem ferro. Necessitam desesperadamente dos céus

62
abertos sobre si. Veja o que Ezequiel disse a esse
respeito:

“E aconteceu, no trigésimo ano, no quarto mês,


no dia quinto do mês, que, estando eu no meio dos
cativos, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu
vi visões de Deus.”
Ezequiel 1: 1

É impressionante como a abertura dos céus na


vida de uma pessoa a marca. Ezequiel narra com
extrema precisão o momento em que os céus foram
abertos para ele. A conseqüência natural de se ter os
céus abertos é começar a ver visões de Deus.
Sempre temos visões dos nossos problemas, das
nossas dificuldades, lutas, tribulações e aflições.
Precisamos passar a ter a visão de Deus.

Colocando o foco em Deus

O texto de I Samuel 17 narra a luta entre Golias


e Davi. A Bíblia narra que os filisteus e o povo de Israel
prepararam-se para a batalha em Socó, no território de
Judá. Cada um estava sobre um monte e existia um
vale, chamado vale do Carvalho entre eles. Então, saiu
do arraial dos filisteus um homem muito alto. A Bíblia
diz que a sua altura era de seis côvados e um palmo
(aproximadamente 2,90m) e o peso da sua couraça
era de cinco mil siclos de bronze (cerca de 57 Kg).
Lembre-se que naquela época as guerras eram
travadas corporalmente. Um guerreiro, ao usar a sua
armadura, necessitava de total mobilidade para o
combate, o que indica que além de Golias ser muito
alto, era também muito forte. Quando este homem
surgiu do meio arraial dos Filisteus, desafiando o povo
de Israel a escolher um homem para guerrear contra
ele, o povo se espantou e temeu muito (v.11).

63
Chegamos no ponto em que se percebe quem
tem visão de Deus e quem não tem. O povo de Israel –
inclusive o seu rei – viu apenas o homem na frente
deles. Da mesma forma muitas vezes agimos assim:
vemos apenas o que está na nossa frente.
Todavia, havia no arraial do povo de Deus um
jovem que tinha a visão de Deus. Note a diferença de
pontos de vista.

“Então, falou Davi aos homens que estavam


com ele, dizendo: Que farão àquele homem que ferir a
este filisteu e tirar a afronta de sobre Israel? Quem é,
pois, este incircunciso filisteu para afrontar os
exércitos do Deus vivo?”
I Samuel 17: 26 (grifo meu)

Que diferença impressionante! O povo de Israel


via um homem; Davi via um incircunciso. O povo via o
problema; Davi via a solução.
Circuncisão foi o pacto que Deus estabeleceu
com Abraão – patriarca da nação de Israel – em que
todo o menino ao completar oito dias de vida; teria
retirada a carne do seu prepúcio. A partir daquele
momento, quem não fosse circuncidado teria “a sua
alma extirpada dos seus povos.”
Eu posso imaginar uma conversa entre Davi e o
povo que estava à sua volta: É desse homem que
vocês têm medo? Ele não tem aliança com Deus, ele
não tem a bênção de Deus sobre a sua vida. Ele pode
ser alto e forte, mas Deus não está com ele; está
conosco. Ele pode ser mais forte do que eu, mas o meu
Deus com quem eu tenho aliança é muito mais forte do
que ele.
Já falamos anteriormente sobre a soberba. Davi
sabia que só o Deus a quem ele servia, poderia livrá-lo
daquela situação e que na sua própria força ele não

64
conseguiria derrotar Golias. Sabia que só o Deus de
Israel poderia livrá-lo; por isso que ele disse:

“Davi, porém disse ao Filisteu: Tu vens a mim


com espada, e com lança e com escudo; porém eu
vou contra ti em nome do Senhor dos Exércitos
de Israel, a quem tens afrontado.”
I Samuel 17: 45 (grifo meu)

Somente em nome do Senhor dos Exércitos é


que Davi poderia enfrentar aquele gigante. Na sua
força, Davi seria esmagado.
Quantos gigantes se oferecem contra nós todos
os dias. Quais são as nossas atitudes com relação a
eles? Agimos como Saul que se escondeu? Ou
dissemos para Deus: “Ah! Senhor, tu estás muito
ocupado para resolver este meu problema. Não se
preocupe. Eu sei resolver essa situação ou eu tenho
um conhecido que tem influência e ele pode resolver
esse problema para mim.” Ou agimos como Davi que
sabia que na sua força ele não poderia nada, mas em
nome do Senhor dos exércitos, ele faria proezas? (Sl
60: 12).
O final da história você conhece. Davi matou
Golias e o Senhor deu grande vitória a Israel. Tudo isso
como resultado de um jovem que tinha a visão de
Deus.
Este episódio não marcou somente a vida de
Davi. Marcou a história de Israel. Muitas pessoas vendo
a coragem de dele, começaram a matar gigantes
também.

“E Isbi-Benobe, que era dos filhos dos


gigantes...intentou ferir a Davi. Porém Absai filho de
Zeruia, o socorreu e feriu o filisteu e o matou. ...então
Sibecai, o husatita, feriu a safe, que era dos filhos dos
gigantes. Houve ainda também outra peleja em Gate,

65
onde estava um homem de alta estatura, que tinha em
cada mão seis dedos e em cada pé outros seis, vinte e
quatro por todos, e também este nascera dos
gigantes. E injuriava a Israel; porém Jônatas, filho de
Siméia, irmão de Davi, o feriu.”
II Samuel 21: 15, 16,18, 20, 21

Os guerreiros de Israel começaram a pensar que


se Davi poderia derrotar gigantes em nome do Senhor,
eles também poderiam. E foi o que ocorreu.
Comece a tirar o foco do seu problema e passe a
focar o Deus a quem você serve. Muitas pessoas
estarão vendo e se você tomar essa atitude, elas
também tomarão.

Deus chama à existência aquilo que não existe

“Como está escrito: Por pai de muitas nações te


constituí, perante aquele no qual creu, a saber, Deus,
o qual vivifica os mortos e chama as coisas que não
são como se já fossem.”
Romanos 4: 17

O nosso Deus é impressionante! Paulo diz que


Deus chama coisas que não são como se já fossem.
Nesta passagem, o Apóstolo está falando sobre
Abraão que saiu de sua terra natal com setenta e cinco
anos de idade para habitar em uma terra que Deus
ainda lhe mostraria. Deus não só lhe promete uma
terra, mas também descendência. Só que existe um
pequeno problema: sua esposa é estéril. Mesmo com
este grave problema, Abraão – que tem a visão de
Deus na sua vida – não desanima e crê nas promessas
que Deus tinha feito para ele.
Não importam quais são as dificuldades que
estão diante de ti. Creia no Deus que chama à
existência aquilo que não existe.

66
Abraão é chamado “pai da fé” por causa das
suas atitudes narradas por Paulo nos próximos
versículos.

“O qual, em esperança, creu contra a esperança


que seria feito pai de muitas nações, conforme o que
lhe tinha dito: Assim será a tua descendência. E não
enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio
corpo já amortecido (pois era já de quase cem anos),
nem tampouco para o amortecimento do ventre de
Sara. E não duvidou da promessa de Deus por
incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a
Deus; E estando certíssimo de que o que ele tinha
prometido também era poderoso para o fazer. Pelo
que isso lhe foi imputado como justiça.”
Romanos 4: 18-22

Esse texto é realmente impressionante! Já vimos


que Deus chamou Abraão quando ele tinha setenta e
cinco anos e lhe prometeu terra e descendência. Vimos
também que a sua mulher era estéril. Podemos pensar
que Deus cumpriu as suas promessas rapidamente,
mas Deus levou vinte e cinco anos para cumpri-la. Isso
mesmo, vinte e cinco anos! Devemos lembrar também,
que quanto mais o tempo passava, mais improvável
era, a promessa de Deus cumprir-se.
Sara estava envelhecendo e o seu ciclo
menstrual já tinha acabado há muito tempo, o que
torna humanamente impossível uma gestação nessas
condições. Mas Abraão sabia em quem estava crendo e
que mesmo que Sara tivesse novecentos anos, Deus
cumpriria as promessas que Ele tinha feito,
simplesmente porque Ele tinha prometido! Não poderia
voltar atrás com a sua Palavra porque Ele é Deus!
Será que você consegue perceber o tamanho da
fé de Abraão? Todas as circunstâncias estavam
contrárias àquilo que Deus tinha lhe prometido. Mesmo

67
assim ele não olhou para elas. Olhou para quem tinha
lhe feito as promessas e sabia que Deus era poderoso
para cumprir cada uma delas.

Um rei com a visão em Deus

Um dos capítulos mais conhecidos de todo o


Velho Testamento é o capítulo vinte do segundo livro
das crônicas dos reis de Judá.
O mesmo fala sobre o rei Josafá e a magnífica
vitória sobre os exércitos dos Moabitas, Amonitas e dos
descendentes de Esaú.
Um mensageiro avisou a Josafá que vinha
grande multidão contra ele e que o exército invasor
estava em En-Gedi, que ficava aproximadamente a
quinze horas de marcha de Jerusalém. Não daria
tempo para o povo de Judá montar o seu exército.
Situações como essa já ocorreram na sua vida?
Uma notícia como uma bomba explodiu no seu colo e
você não soube o que fazer? Talvez a notícia de
desemprego? De luto? De revés?
As aflições da vida servem apenas para nos
revelar quem somos e qual é o grau da nossa
confiança em Deus.
Josafá também teve esta notícia e o que ele fez?
“Então Josafá temeu e pôs-se a buscar o Senhor; e
apregoou jejum em todo o Judá.” (II Cr 20: 3).
Josafá transferiu o seu problema a Deus. Mas por
que Josafá pôde fazer isso? Por que ele conseguiu fazer
algo tão difícil para nós, homens e mulheres tão
atarefados do século XXI?
O grande segredo de Josafá está na próxima
referência.

“Porque em nós não há força perante esta


grande multidão que vem contra nós, e não sabemos

68
nós o que faremos, porém os nossos olhos estão
postos em ti.”
II Crônicas 20: 12 (grifo meu)

Algo em comum existia entre Davi, Abraão e


Josafá: mantinham o foco em Deus. Sabiam que por
suas próprias forças não conseguiriam nada, mas
confiavam no Deus que eles serviam. O Senhor
também te convida a confiar totalmente nEle.

A visão de gafanhoto

Já citamos a passagem de Números, capítulo


treze e catorze, no capítulo dois deste livro. O povo de
Israel estava muito próximo da terra prometida. Deus
tinha prometido que daria aquela terra para eles e sua
descendência, mas após o relatório dos espias,
resolvem voltar para o Egito.
Por quê isso? Por quê dar mais valor às palavras
de homens do que às palavras de Deus? Tudo é uma
questão de ótica. Veja o que o povo dizia a respeito de
si mesmo.

“Também vimos ali gigantes, filhos de Anaque,


descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos
olhos como gafanhotos e assim também éramos
aos seus olhos.”
Números 13: 33 (grifo meu)

Você consegue ver o contraste entre os três


exemplos anteriores e este? Eles próprios se julgavam
como gafanhotos e essa não era a visão de Deus para
eles. A visão de Deus era que se eles guardassem os
mandamentos do Senhor ninguém poderia subsistir
diante deles. Nesse episódio, apenas duas pessoas
tinham a visão de Deus: Josué e Calebe.

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Nessas coincidências que só Deus explica,
Calebe recebeu sua parte na herança da terra
prometida onde os filhos de Anaque estavam! (Js 15:
13). Justamente no lugar onde habitavam os tão
temidos filhos de Anaque.
O que você acha que Calebe fez? Será que ele
ficou se lamentando ou pedindo para Josué lhe dar
outra porção da terra? Será que Calebe entrou em
acordo com os gigantes, do tipo, eu não incomodo
vocês e nem vocês me incomodam?
A resposta é NÃO. Calebe não agiu dessa
maneira. Veja o que ele fez.

“E expeliu Calebe dali os três filhos de Anaque:


Sesai, e Aimã, e Talmai, gerados de Anaque.”
Josué 15: 14

O problema era o mesmo: os filhos de Anaque.


As atitudes frente os problemas foram totalmente
contrárias: o povo fugiu. Calebe venceu.
Quando o foco das nossas vidas está em Deus,
voamos como águias; passamos a ver os nossos
problemas como Deus os vê: bem pequenos!
À medida que nós nos humilhamos diante de
Deus, nos é concedida a sua visão. A visão que não
foca as circunstâncias, os problemas, as adversidades,
as lutas, as aflições; mas sim o poder de Deus e suas
promessas.

O Espírito Santo como uma pomba

Ao continuarmos o texto de Mateus três, vemos


a segunda conseqüência da humilhação do Senhor
Jesus.

...e viu o Espírito de Deus descendo como


pomba e vindo sobre ele.”

70
Mateus 3: 16b

Vimos sobre pessoas que querem dividir com


Deus a glória que só pertence a Ele. Vimos também
que Deus não pode exaltar uma pessoa que age desta
forma. No texto acima vemos o Espírito Santo
descendo sobre o Senhor Jesus.
Como dissemos, Jesus é o nosso exemplo em
tudo e também a ordem dos fatos que ocorreram em
sua vida deve ser padrão para a nossa. Lembre-se
sempre dessa ordem: primeiro a humilhação, depois a
descida do Espírito Santo. Lembre-se de II Crônicas 7:
14. Antes de tudo, tem que vir a humilhação. Sempre!
Quando pedimos a unção do Espírito sobre nós,
como conseqüência direta, estamos pedindo destaque
no reino de Deus, e é aí que está o perigo! O ser
humano deve reconhecer que se está no alto, é porque
quem fez a obra em sua vida foi Deus e não a sua
“enorme” capacidade. Aprenda de uma vez por todas:
Deus não divide a sua glória com ninguém! É por isso
que é muito importante que antes da exaltação, antes
do poder do Espírito Santo, venha a humilhação. É
necessário que a pessoa tenha experiências com Deus
no rio da humilhação, o rio Jordão.
Deus quer marcar um encontro contigo no rio
Jordão, este rio tão importante na história da nação de
Israel, e que deve ser também muito importante na
vida de todo o cristão. Deus te convida a mergulhar
nessas águas sujas, imundas da humilhação e da
humildade.
O Senhor Jesus durante o seu ministério
apresentou muitos paradoxos e um dos maiores foi
este:

“Não será assim entre vós; mas todo aquele que


quiser, entre vós, fazer-se grande, que seja vosso
serviçal.”

71
Mateus 20: 26

Ele te convida a viver esse paradoxo.


Os pregadores são simplesmente meninos de
recado do Espírito Santo e é justamente isso que
realmente nós somos: apenas meninos de recado.
O menino de recado não formula o recado, não
acrescenta nada a ele, não questiona se é agradável
ou não ao ouvinte. Apenas transmite-o. O recado não é
nosso, os ouvintes não são nossos, a formulação do
recado não é nossa. Apenas repetimos aquilo que Deus
nos deu e eu lhe pergunto: que méritos temos nisso?
Nenhum.

“Porque quem te diferencia? E que tens tu que


não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te
glorias como se não o houveras recebido?”
I Coríntios 4: 7

Sempre tem que existir a humilhação primeiro


para depois vir a exaltação; pois nunca sem
humilhação poderá vir a exaltação.

Este é o meu filho amado

“E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu


filho amado, em quem me comprazo.”
Mateus 3: 17

A terceira e última conseqüência é o próprio


Deus dizendo acerca do Senhor Jesus que Ele é o seu
filho amado em quem Ele tinha grande alegria. Vemos
o próprio Deus se agradando da humilhação de Jesus.
Deus quer se agradar da nossa vida, querido
leitor, para tanto precisamos fazer como o Senhor
Jesus Cristo.

72
O sonho de todo o filho é agradar ao seu pai.
Com o nosso pai terreno, nós fazemos todo o possível
para agradá-lo. Quanto ao nosso pai celestial, devemos
nos esforçar mais ainda.
Imagine o Senhor reunindo todos os seus anjos
ao redor do seu trono, olhando lá do céu para a sua
vida e dizendo: “Este é o meu filho amado, em quem
tenho grande alegria.”
Devemos agora nos concentrar na importância e
nas conseqüências da descida do Espírito Santo sobre
a Igreja primitiva.

73
CAPÍTULO 7 - OS RESULTADOS DA DESCIDA DO
ESPÍRITO SANTO

As coisas no reino de Deus realmente


acontecem de forma bem rápida. Os resultados foram
imediatos e monstruosos. Pedro, um homem que tinha
negado a Jesus há pouquíssimo tempo e apesar de ter
um temperamento muito forte, na verdade era um
covarde, agora se levanta e prega sobre Jesus Cristo
com uma autoridade incrivelmente grande e naquele
mesmo dia quase três mil almas declaram que Jesus
Cristo é o Senhor de suas vidas (Atos 2: 41).
É isso que o Espírito Santo faz na vida de um
homem. Concede intrepidez e ousadia para pregar o
evangelho.

“Agora, pois, ó Senhor, olha para suas ameaças,


e concede aos teus servos que falem com toda a
ousadia a tua palavra; enquanto estendes a tua mão
para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo
nome do teu santo filho Jesus. E, tendo orado, moveu-
se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram
cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a
palavra de Deus”.

74
Atos 4:29-31

Que transformações gloriosas! Que texto


riquíssimo podemos ver acima! A Igreja em Jerusalém
seguia fielmente o modo como Jesus cumpria o seu
ministério.
Preste atenção como havia sincronia entre
homens e Deus na pregação do Evangelho. Os homens
só abriam a boca, e a boca não pensa, apenas fala o
que manda a cabeça (cérebro) que é Cristo. Deus fazia
todo o resto. Concedia as palavras para falarem e
estendia as suas mãos para curar aqueles que
necessitavam de cura.
Apesar das perseguições que estavam sofrendo
(até e principalmente físicas) não desistiam; pelo
contrário, pediam ao Senhor para lhes concederem
mais ousadia para pregarem o evangelho. Não se
importavam com suas vidas. Queriam era fazer a
vontade de Deus, manifesta através de Jesus Cristo. No
Brasil, não passamos por uma mínima parte da
perseguição que esses servos do Deus vivo passaram.
E quantas vezes murmuramos dizendo ao Senhor que
se a nossa situação não melhorar não pregaremos
mais o Evangelho?! É necessário, que de uma vez por
todas cresçamos espiritualmente.

“Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-


aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito
da glória de Deus”.
I Pe 4:14

O Evangelho Completo

“E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas


suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e
curando todas as enfermidades e moléstias entre o
povo”.

75
Mateus 4:23

Leia o texto acima novamente e veja como Jesus


pregava o Evangelho completo. A Igreja hoje precisa
urgentemente assemelhar-se à dos tempos bíblicos.
Chamar atenção para esta verdade e responsabilidade,
é um dos propósitos deste livro. Devemos orar
fervorosamente para o Senhor nos conceder ousadia
para pregarmos a palavra.
Paulo adverte a Timóteo que “pregues a
palavra, instes a tempo e fora de tempo”.(II Tm 4:2a).
Para que isso aconteça, precisamos estar cheios de
Deus, porque da abundância do coração fala a boca
(Lc 6:45c). Mas, como nós, pessoas normais e tímidas
(a grande maioria dos crentes são tímidos) podemos
pregar a Palavra com ousadia e intrepidez? Isso
mesmo! Somente sendo cheios do Espírito Santo!

Amor

Falamos sobre Pedro e o que ficou mais


evidenciado na sua transformação depois da descida
do Espírito Santo. Todavia, muitos se esquecem de um
personagem importante na história da Igreja: João.
Todos conhecem João como o discípulo amoroso.
De fato o era, mas nem sempre foi assim.

“E mandou mensageiros diante da sua face; e,


indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para
lhe prepararem pousada. Mas não o receberam,
porque o seu aspecto era como de quem ia a
Jerusalém. E os discípulos Tiago e João, vendo isso,
disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo
do céu e os consuma como Elias fez? Voltando-se,

76
porém, repreendeu-os e disse: Vós não sabeis de que
espírito sois.”
Lucas 9: 52-55 (grifo meu)

João antes de ser revestido com o poder de


Deus, não possuía esse amor que muitos pregam.
Tinha fé, é verdade, cria que se ele orasse, fogo do céu
cairia como foi feito quando Elias orou (II Reis 1: 10-
12), mas não possuía amor verdadeiro pelas pessoas,
porque amor de verdade, só o Espírito Santo pode
derramar.
É maravilhoso quando pensamos como Deus age
e o que ele faz com os seus filhos. Depois da
campanha evangelística de Filipe entre os
samaritanos, dois Apóstolos foram chamados de
Jerusalém para orarem pelos samaritanos para eles
receberem o revestimento do Espírito. Adivinha quem
estava entre esses dois apóstolos? Isso mesmo, João.

“Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém,


ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus,
enviaram para lá Pedro e João, os quais, tendo
descido, oraram por eles para que recebessem o
Espírito Santo.”
Atos 8: 14, 15 (grifo meu)

Deus realmente é extraordinário! O mesmo


povo, pelo qual antes João queria orar para que fosse
consumido por fogo vindo do céu, agora é convocado a
orar para que recebessem o Espírito Santo.
Já aconteceu isso com você? Alguém já te
magoou um dia e a vida deu uma volta e essa pessoa
está precisando de você agora? O que você fez? Será
que você glorificou a Deus por que ele colocou o seu
inimigo embaixo do seu pé? Lembra-se quem é o seu
verdadeiro inimigo? (Ef 6: 12). O que você fez? Será
que se vingou dele? Deus te convida a parecer com o

77
Senhor Jesus. Te convida a perdoar e a orar pelos seus
inimigos (Mt 5: 44).
Você acha difícil? Eu sei que é. Mas Deus te
chamou para alvoroçar o mundo e o amor é um agente
poderoso para isso.

Como receber o Espírito Santo

Este assunto é largamente discutido, e


particularmente fico impressionado em ver como
existem fórmulas mágicas para se receber o
revestimento com o Espírito Santo. Vamos ver
somente o que a Bíblia diz sobre o assunto:

“E eu vos digo a vós: Pedi e dar-se-vos-á;


buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; Porque
qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a
quem bate abrir-se-lhe-á. E qual o pai dentre vós que,
se filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou
também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma
serpente? Ou também, se lhe pedir um ovo, lhe dará
um escorpião? Pois se vós, sendo maus, sabeis dar
boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o
Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho
pedirem?”
Lucas 11:9-13 (grifo meu)

Penso que este texto desmistifica totalmente


este assunto. Receber o Espírito Santo é muito
simples. Não existe um ritual, nem regras a serem
seguidas do tipo: “Os dez passos para ser batizado
com o Espírito Santo”. O que Jesus está nos dizendo é
que não existe isso. O Senhor está comparando a
descida do Espírito com, por exemplo, você pedir ao
seu pai terreno algo tão simples como um pão, um ovo
ou um peixe. E o mais importante, é que assim como
um pai natural procura dar o melhor para os seus

78
filhos, nosso Pai celestial não negará o seu Espírito a
você; basta fazer como quando era criança com o seu
pai terreno, que você pedia e tinha plena convicção de
que ele lhe daria. Faça o mesmo com o seu Pai
celestial.

Imposição de mãos

Um outro meio de recebermos o batismo com o


Espírito Santo; é a imposição de mãos.

“Então lhes impuseram as mãos, e receberam o


Espírito Santo. E Simão, vendo que pela imposição das
mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo...”
Atos 8: 17, 18a

Veja outro exemplo.

“E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles


o Espírito Santo; e falavam em línguas e profetizaram.”
Atos 19: 6

Não importa como Deus batiza. Uns são


batizados quando oram, outros são batizados quando
estão louvando – o que foi o meu caso. Outros, ainda,
são batizados quando estão glorificando a Deus.
Particularmente, já vi um caso em que um certo irmão
foi revestido quando estava dormindo. O que
realmente importa é que Deus está pronto a te
revestir. Basta que você tenha esse desejo.
Agora que você sabe como é fácil receber o
batismo com o Espírito Santo. Faça-o, pois a Igreja
primitiva o tinha como indispensável e você também
deve tê-lo na sua vida.
Nos tempos bíblicos, a Palavra era pregada com
sinais, curas, prodígios e maravilhas, da mesma forma
que o Evangelho era pregado por Jesus Cristo. Hoje,

79
isto ocorre em menor intensidade porque não estamos
olhando para a Palavra! Devemos continuar a obra do
Senhor na Terra com o êxito que os apóstolos tiveram.
Infelizmente, estamos crendo em um evangelho só
pela metade.
Se uma pessoa subir a um púlpito e começar a
pregar sobre salvação e alguém aceitar a Jesus, todos
no auditório crerão que é da vontade do Senhor salvar
aquela vida. Por quê? Porque a Palavra de Deus diz:

“É ele quem perdoa todas as tuas iniqüidades”


Salmo 103:3a

Glória a Deus! Tomamos posse desta palavra e


simplesmente cremos que Deus nos perdoa, e perdoa
a qualquer que o aceitar, não importa o que tenha feito
no passado. Mas o versículo não termina por aí. Ele
continua:

“e sara todas as tuas enfermidades.”


Salmo 103:3b

E ainda podemos ver:

“Levando ele mesmo em seu corpo os nossos


pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os
pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas
suas feridas fostes sarados”.
I Pedro 2:24

Por que sempre falamos aquela frase que destrói


a fé de qualquer um: “será que é da vontade de
Deus?”
Estava em uma Igreja e uma senhora entrou
apoiada por uma muleta. Na hora da oração o pastor
que estava dirigindo aquele culto disse para a irmã que
Deus iria restabelecer a sua saúde. A resposta foi a

80
mais desalentadora possível: “É pastor, se for da
vontade de Deus...”. É claro que é da vontade de Deus
que você seja salvo, seja curado, tenha uma vida
abundante (Jo 10:10), e que todos os seus sejam
salvos (At 16:31). A Palavra de Deus diz isto ao seu
respeito. Creia tão somente na Palavra e desfrute de
todas as promessas que Ele tem para sua vida.
Deus é nosso Pai meu irmão e todo o pai deseja
o melhor para os seus filhos. Apenas tome posse do
que Deus já lhe deu através de Cristo Jesus.
O evangelho é completo! Deus não quer curar
somente a sua alma; quer curar também o seu corpo.
Tome posse desta palavra e comece a alvoroçar, não
somente a sua vida, mas a vida das pessoas que lhe
cercam. Pregue o evangelho com ousadia. Demonstre
o poder de Deus através da sua vida. Basta você crer.
Os sinais te seguirão (Mc 16:16). Levante-se e alvoroce
o mundo!

81
CAPÍTULO 8 – A UNIDADE

Como autor deste livro, claro que em parceria


com o Espírito de Deus, penso que cada capítulo trata
de um assunto muito importante, tanto para nossas
vidas individuais como em comunidade (Igreja). Cada
item tratado tende a faltar na Igreja, como um todo, na

82
atualidade, mas penso que nada nos falta mais do que
o título deste capítulo.
Aterrador como temos em nossos dias, cristãos
com “séculos” de Igreja, que na verdade se parecem
com crianças espirituais. Penso que Deus, do mais
altos céus, olha para os cultos que prestamos a Ele e
vê apenas crianças brincando de serem cristãs. Este
problema é definitivamente muito sério. Quantas vezes
temos nos deparado com Igrejas totalmente rachadas,
porque há briga de vaidades, guerra por posições, por
cargos, por títulos. Assustador, porque brechas;
verdadeiros rombos estão sendo deixados para o
nosso inimigo trabalhar no meio da Igreja do Senhor
Jesus.
Qual era a atitude da Igreja primitiva a respeito
deste importante assunto? Como os apóstolos -
pessoas que fizeram mais pelo Evangelho do que
qualquer pregador que você possa imaginar – se
portavam frente os seus irmãos? Como era o coração
da Igreja primitiva? Como as pessoas lidavam umas
com as outras?
Este texto responde às nossas perguntas.

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e


na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em
toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais
se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam
estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam
suas propriedades e fazendas, e repartiam com todos,
segundo cada um havia de mister. E, perseverando
unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão
em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de
coração. Louvando a Deus, e caindo na graça de todo
o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja
aqueles que se haviam de salvar.”
Atos 2:42-47

83
Não queremos com isto, fazer uma apologia a
alguma comunidade “cristã”, que venha a praticar o
que era feito na Igreja primitiva em que todos tinham
tudo em comum e não havia nenhuma propriedade
particular. Devemos entender porque a Igreja fez isso.
O número de discípulos estava aumentando
rapidamente e os Apóstolos não tinham como atender
as necessidades físicas e espirituais de todas aquelas
pessoas. Então esta atitude de criar uma comunidade
foi necessária para aquele momento específico e como
já dissemos anteriormente, não é sobre isso que
queremos tratar neste livro.
O que nós queremos ressaltar, fica evidenciado
de forma mais eficaz no texto a seguir:

“E era um o coração e a alma da multidão dos


que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que
possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram
comuns”.
Atos 4:32

O que queremos enfatizar neste livro, está na


primeira frase deste versículo: “E era um o coração e a
alma da multidão dos que criam...” Havia uma unidade
tão grande na Igreja de Atos, que uma multidão
pensava como um só homem. Isto não é maravilhoso?
Ao invés de demonstrarmos o quanto somos infantis,
espiritualmente falando, participando de brigas bobas
motivadas por ciúmes, contendas, invejas e outros
sentimentos terríveis, deveríamos ser como a Igreja de
Atos: um só coração e alma, pois enquanto a Igreja do
Senhor Jesus permanecer dividida por doutrinas
humanas, enquanto interesses pessoais prevalecerem
sobre os interesses de Deus; a Igreja atual
simplesmente não vai alvoroçar o mundo como a Igreja
primitiva o fez.

84
A unidade dentro da Igreja

Agora, vamos tratar do assunto unidade, mais


interiormente. Dentro do corpo de Cristo.
Paulo, numa metáfora, compara brilhantemente
a Igreja a um corpo. Podemos ver na passagem
seguinte:

“Porque, assim como o corpo é um, e tem


muitos membros, e todos os membros, sendo muitos,
são só um corpo, assim é Cristo também. Pois todos
nós fomos batizados em um só Espírito formando um
corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer
livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque
também o corpo, não é um só membro, mas muitos.”
I Coríntios 12:12-14

Definitivamente; Paulo, inspirado pelo Espírito,


estava certo. A igreja é maravilhosamente igual a um
corpo. Tem muitos membros. Cada um totalmente
diferente do outro, e um totalmente dependente do
outro.
O amado leitor já pensou se o nosso corpo
crescesse como muitas Igrejas por aí? Estaria
totalmente deformado!
Agora, gostaria de me dirigir especificamente
aos pastores e líderes: meus amados irmãos; façam
com que o corpo da vossa Igreja cresça de forma
uniforme. Alimente vossos membros com a genuína e
pura Palavra de Deus. Incentive a todos os vossos
membros a lerem diariamente a Bíblia; se precisar, doe
Bíblias para aqueles que não as possuem, revigore as
vossas Escolas Bíblicas Dominicais. Enfim, façam o que
for necessário para que cada membro esteja crescendo
dentro da unidade e uniformemente.

85
Três problemas cotidianos

Paulo continua esta passagem, tratando de três


problemas muito comuns em nossas Igrejas. O
primeiro, encontra-se na passagem abaixo:

“Se o pé disser: Porque não sou mão não sou do


corpo; não será por isso do corpo?”.E se a orelha
disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será
por isso do corpo?Se todo o corpo fosse olho; onde
estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o
olfato?Mas agora Deus colocou os membros no corpo,
cada um deles como quis.”
I Coríntios 12:15-18 (grifo meu)

Há uma tendência incrível do ser humano olhar


para a vida um do outro, e infelizmente na Igreja isto
também ocorre. Os crentes estão muito preocupados
com quem vai ocupar o cargo tal, ou quem o pastor
vai levantar para a tal função. E quando o pastor não a
indica para o cargo que a mesma achava que estava
capacitada...Pronto! Agora o pastor que antes era uma
bênção, não serve mais. E sai dizendo para quem
quiser ouvir que o irmão indicado não faz aquilo para o
qual foi designado tão bem como ela faria. É realmente
de assustar.
Olhe de novo no grifo dado: Deus escolhe onde
colocar cada membro como ele quer, e quem sou eu
ou você para questionar o querer de Deus?!
Antes, o que temos de fazer é agradecer ao
Senhor por pertencermos ao corpo de Cristo e
inseridos no tal, descobrirmos qual é a nossa função e
executá-la da melhor maneira possível. Claro, tudo
com a cooperação do Espírito Santo:

“De modo que, tendo diferentes dons, segundo


a graça que nos é dada, se é profecia, seja segundo a

86
medida da fé; Se é ministério, seja em ministrar; se é
ensinar haja dedicação no ensino; Ou o que exorta,
use este Dom em exortar; o que reparte, faça-o com
liberalidade; o que preside, com cuidado; o que
exercita misericórdia, com alegria.”
Romanos 12:6-8

É assim que devemos proceder. Devemos


sempre estar agradecidos a Deus pela Sua graça e não
invejando cargos ou posições de outros membros do
corpo de Cristo.
Temos convivido quase sempre com isso.
Pessoas que têm dons maravilhosos e mesmo assim
invejam a outras pessoas.
Dentro de minha Igreja, tenho um ministério de
pregação e ensino bíblico reconhecido pelos membros
da mesma. Outras pessoas têm ministério dentro da
área de libertação, outros de interseção, outros de
diaconia, outros no departamento infantil, outros de
secretariado, outros no louvor.
Cada um, Deus colocou como quis em um
ministério específico. A cada um, Deus deu o talento
específico. Não posso eu querer liderar o
departamento infantil porque Deus não me chamou
para isso.
Cada membro não pode querer olhar para o
ministério alheio e pensar: por que Deus não me deu o
ministério do irmão fulano? Porque Deus sabe que
naquela função você não se encaixaria tão
perfeitamente quanto você se encaixa nesta função
em que você está.
Talvez você esteja pensando: o meu ministério é
tão simples, eu queria fazer algo mais importante.
Para Deus não existe ministério de menor ou
maior importância; isso é convenção humana. Para
Deus todos os ministérios são igualmente importantes.

87
Deus se importa realmente é com a sua fidelidade
ministerial.
O segundo problema, também muito comum
em nossos dias, está relatado na seqüência desta
passagem:

“E o olho não pode dizer à mão: Não tenho


necessidade de ti: nem ainda a cabeça aos pés: Não
tenho necessidade de ti”.
I Coríntios 12:21

Há esta interdependência entre os membros


atualmente. Será que as pessoas querem fazer tudo
sozinhas para receber os louros da fama e da glória?
Se for assim, o Senhor Deus não divide a sua glória
com ninguém...! Será que essas pessoas pensam que
só elas podem ser usadas por Deus na sua obra? Deus
usou até uma mula para falar com Balaão. Quanto
mais não usará um servo humilde na sua presença?
Vivemos numa sociedade capitalista, em que
sobrevive quem é o mais forte, e para isto as pessoas
não medem esforços. Pisam em seus semelhantes,
mentem para conseguirem os seus objetivos, inventam
intrigas, fofocas, mas isto não pode de forma nenhuma
chegar à Igreja! Se todos quiserem fazer tudo
sozinhos, não haverá corpo, então não haverá sentido
para a Igreja existir.
Um problema muito grave que temos sentido em
muitas Igrejas brasileiras é o proselitismo
denominacional. Existem muitas questões mínimas
que causam verdadeiras guerras entre as
denominações. Tantas questões doutrinárias têm
afastado as diferentes denominações umas das outras.
Querido, não importa a que denominação
pertencemos. O que está em jogo é se temos o nosso
nome arrolado no livro da vida. Todas as outras coisas

88
são secundárias. Veja o ideal de Jesus para a sua
Igreja.

“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és


em mim, e eu, em ti...Eu neles, e tu em mim, para que
eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo
conheça que tu me enviaste a mim e que tens amado
a eles como me tens amado a mim.”
João 17: 21a, 23

O terceiro problema, também muito comum em


nossos dias, está denunciado na seguinte passagem:

“Antes, os membros do corpo que parecem ser


os mais fracos são necessários. E os que reputamos
serem menos honrosos no corpo, a esses honramos
muito mais: e aos que em nós são menos decorosos
damos muito mais honra. Porque os que em nós são
mais honestos não tem necessidade disso; mas Deus
assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que
tinha falta dela; Para que não haja divisão no corpo,
mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos
outros.”
I Coríntios 12:22-25

O que Paulo propõe neste texto, é uma


verdadeira inversão de valores do que temos visto
ultimamente. Os membros, que pela misericórdia de
Deus são dotados com dons, são muito bem tratados e
os que aparentemente não se envolvem nas atividades
da Igreja, não o são. Deus não nos dará os galardões
levando em conta os padrões humanos.
Não é sempre assim que ocorre em nosso meio?
As pessoas pensam que as recompensas de Deus têm
a ver com a nossa visão distorcida da importância de
cargos e ministérios. Como dissemos anteriormente:
Galardão não tem a ver com “importância” ministerial.

89
Tem exclusivamente a ver com “fidelidade” ministerial.
Por isso, podemos imaginar, quando da entrega dos
galardões, muitos pastores pensando que receberão
lindas coroas; quando na verdade, receberão apenas
pequeninas pedras preciosas. Os irmãos que se
sentaram nos últimos bancos, e que para muitos não
receberão nada, ou quase nada, no entanto, tiveram
ministérios fervorosos de oração, ou ainda membros
que empenharam os seus bens para o envio e
manutenção de missionários, receberão os mesmos
galardões daqueles que foram enviados. Para atestar o
que estamos dizendo, o próprio Senhor Jesus disse:

“Quem recebe um profeta em qualidade de


profeta, receberá galardão de profeta; e quem recebe
um justo em qualidade de justo, receberá galardão de
justo, E qualquer que tiver dado só que seja um copo
d’água fria a um destes pequenos, e nome de
discípulo, em verdade vos digo que de modo algum
perderá o seu galardão.”
Mateus 10:41, 42.

Outro aspecto que precisamos considerar é que


existe discriminação na Igreja por causa da classe
social e do poder aquisitivo dos membros,
principalmente em comunidades pequenas.
As pessoas que possuem maior poder aquisitivo
e conseqüentemente tendem a dar maiores dízimos,
são dados cargos na Igreja com a finalidade de as
“prenderem” nas mesmas.
Querido pastor, se você estiver fazendo isto, se
você está oferecendo cargos para agradar alguém ou
prendê-la em sua Igreja; saiba que a obra é de Deus.
Confie mais no Jeová Jiré. Ele mesmo, o Senhor, vai
providenciar recursos para a Sua casa.

90
“Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor
dos Exércitos”.
Ageu 2:8

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e


sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas
do inferno não prevalecerão contra ela”.
Mateus 16:18

Há também, por causa do poder aquisitivo, a


discriminação de membro para membro. É o que Tiago
trata neste texto:

“Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum


homem com anel de ouro no dedo, com vestidos
preciosos, e entrar algum pobre com sórdido vestido,E
atentardes para o que trás o vestido precioso, e lhe
disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e
disserdes ao pobre: Tu fica aí em pé, ou assenta-te
abaixo do meu estrado,Porventura não fizestes
distinção dentro de vós mesmos, e não vos fizestes
juizes de maus pensamentos? Ouvi meus amados
irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres
deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do
reino que prometeu aos que o amam? Mas vós
desonrastes o pobre. Porventura não vos oprimem os
ricos, e não vos arrastam aos tribunais?Porventura não
blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi
invocado?Todavia, se cumprirdes, conforme a
Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti
mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de
pessoas, cometeis pecado, e sois redargüidos pela lei
como transgressores.”
Tiago 2:2-9

91
É notório como a Palavra de Deus é atual. Tiago
trata dos problemas da Igreja como se ele estivesse
falando para muitas de nossas Igrejas.
A discriminação social de membro para membro
está impressionantemente impregnada em nossas
congregações. É uma chaga que ao longo dos séculos,
parece não ter cura. Isto deve ser porque a Igreja não
está olhando para o procedimento de Deus para com
as pessoas.

“Porque, para com Deus, não há acepção de


pessoas.”
Romanos 2:11

O ideal de um corpo

Finalmente, depois dos problemas apresentados,


Paulo apresenta o ideal de um corpo (Igreja).

“De maneira que, se um membro padece, todos


os membros padecem com ele; e, se um membro é
honrado, todos os membros se regozijam com ele.”
I Coríntios 12:26

Essa unidade orgânica deve ser buscada de


forma incansável pelo corpo. Veja que, se um membro
de um corpo está machucado, todo o corpo sofre.
Isto tem de ocorrer na igreja em nossos dias. Se
um membro (pessoa) padece, devemos ser comovidos
de íntima compaixão por esta pessoa e ter o seu
problema como nosso problema.
O mais difícil está na segunda parte deste
versículo. Se um membro é honrado todos vão se
regozijar com ele e não ter inveja do mesmo. Este é o
ideal que deve ser perseguido por toda a Igreja do
Senhor Jesus.

92
Devemos nos levantar unidos, como igreja, pois
tão somente assim poderemos alvoroçar o mundo de
forma totalmente eficaz e direcionada pelo Espírito do
Senhor.

93
CAPÍTULO 9 – ANUNCIAR A JESUS

A essa altura, você já deve ter percebido qual é


o objetivo deste livro: fazer um paralelo entre a igreja
de Atos dos Apóstolos e a de nossos dias. Você
também deve estar se perguntando: “Irmão Edson, eu
entendo que em grande parte de nossas igrejas falta
obediência às palavras de Jesus, uma busca maior pelo
Espírito Santo e também maior unidade no corpo
(Igreja) entre outras coisas. Mas em todas as Igrejas
evangélicas do mundo, se anunciam o Evangelho de
Jesus Cristo, ou você pensa que nós pregamos sobre
qualquer líder de uma outra religião”.
Eu entendo perfeitamente a sua colocação e sei
que com algumas divergências doutrinárias (a Bíblia é
a mesma para todos) nos púlpitos de nossas Igrejas, o
Evangelho de Jesus Cristo é largamente pregado. O
que temos procurado chamar atenção, não é para o

94
que ocorre dentro de uma Igreja, mas para o que
ocorre fora dela. Imagine a seguinte situação: Uma
senhora tentando “evangelizar” a sua vizinha. Vamos
dar nomes apenas para a ilustração.

- Boa tarde Sílvia, como você está?


- Eu estou bem! E você?
- Eu também estou bem, graças a Deus.
- A propósito Sílvia, quando você fará aquela
visita na minha Igreja que há tempos venho te
convidando? Vamos hoje à noite!?
- Não sei Mônica, eu tenho tanta coisa para
fazer...Quem sabe num outro dia.
- Tudo bem então Sílvia, depois a gente se fala.
- Tchau Mônica!

Agora eu lhe pergunto querido leitor: Isto é


evangelizar alguém? É claro que não! Mas é deste
modo que o povo de Deus tem evangelizado!
Uma definição de Evangelismo diz o seguinte:

“Evangelizar é a exposição do Evangelho de tal


maneira que o ouvinte possa tomar uma decisão
consciente a favor ou contra Jesus Cristo como seu
Senhor e Salvador”.

De acordo com esta definição, a nossa querida


Sílvia foi evangelizada? Claro que não! E onde está o
erro? Está no fato da Mônica não ter em momento
algum anunciado a Jesus Cristo, e sim a sua Igreja.
Isso quando não é um cantor famoso ou um pregador
de renome que anunciamos! Deste jeito nunca vai dar
certo!
Você já foi em algum culto ao ar livre? Já
participou de um “evangelismo” na rua? Vamos
recordar o que é feito nesses dois eventos?

95
No culto ao ar livre, geralmente é escolhido um
lugar de bastante trânsito de pedestres, por motivos
óbvios, é claro, e então se começa primeiro, a cantar
louvores. Na hora da pregação começa-se a anunciar a
Igreja da qual as pessoas são membros! E o
evangelismo com entrega de folhetos? Entrega-se o
folheto com a programação da Igreja no verso e no
máximo o que se diz ao “evangelizado” é: Jesus te ama
e eu também” ou, “se você não aceitar a Jesus, vai
para o Inferno”.
Após oculto de domingo à noite, estava indo
para a minha casa e um grupo de jovens evangélicos
vinham pelo outro lado da rua. Um deles gritou em
minha direção: “Jovem, entrega a sua vida a Jesus”!
Responda-me sinceramente: Isso é evangelizar
alguém? Não. É claro que não. Mas é isso que temos
feito. Temos anunciado a tudo: ao pregador, a Igreja,
ao cantor, ao Evangelista, ao grupo de louvor, ao
almoço na Igreja; menos a quem temos realmente que
anunciar, que é ao Senhor Jesus.
Veja o que a igreja de Atos fazia:

“E todos os dias, no templo e nas casas, não


cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo”.
Atos 5:42 (grifo meu)

A quem os apóstolos anunciavam? A Jesus


Cristo! Estamos compreendendo onde temos errado
todo este tempo? Não anunciamos a quem devemos
anunciar.
Muitos podem estar pensando neste momento:
mas eu não tenho o dom da palavra, não sou um
grande pregador, e em situações de pressão, não
consigo me lembrar de nenhum versículo bíblico. Veja
como você não tem desculpas, lendo o tópico abaixo!

A importância do testemunho pessoal

96
Você, meu querido leitor, não precisa ser um
grande pregador ou ter um grande conhecimento
bíblico para evangelizar alguém. Simplesmente, você
tem uma arma muito poderosa para isto: o seu
testemunho! Afinal de contas, você tem um
testemunho de conversão e de suas experiências com
Deus ao longo de sua vida cristã...Ou não?
O grande Apóstolo Paulo mesmo, usava esta
arma poderosa:

“Sobre o que, indo, então, a Damasco, com


poder e comissão dos principais dos sacerdotes,
ao meio-dia, ó rei, vi no caminho uma luz do céu, que
excedia o esplendor do sol, cuja claridade me envolveu
a mim e aos que iam comigo. E, caindo nós todos por
terra, ouvi uma voz do céu que me falava e, em língua
hebraica, dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões. E disse
eu: Quem és Senhor? E ele respondeu: Eu sou Jesus a
quem tu persegues. Mas levanta-te e põe-te sobre teus
pés, porque te apareci por isto, para te pôr por
ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto
como daquelas pelas quais te aparecerei ainda.”
Atos 26: 12-16

O testemunho de Paulo sobre a sua experiência


de conversão ainda está registrado em At 22: 5-16. Se
o próprio Paulo usava arma, porque você vai desprezá-
la?
Um único “inconveniente” do evangelismo
pessoal, é que o seu testemunho de vida estará
continuamente sendo provado. Entenda bem essa
afirmação. Quando pregamos para alguém, o nosso
testemunho fala mais alto do que nossas palavras.
Como já foi dito anteriormente, as pessoas podem não
gostar da sua voz, do seu penteado, do seu modo de

97
vestir ou de qualquer outra coisa referente à sua
aparência ou modo de se expressar, mas nunca
poderão olhar para você e dizer: “este homem ou
mulher, não vive o que prega”.
Uma certa ocasião, eu estava fazendo visitas
com um amigo meu e nós estávamos visitando uma
casa em que moravam uma senhora, sua mãe e seu
filho. Esta senhora estava falando conosco a respeito
de seu filho que não era convertido e estava andando
em más companhias. Estávamos conversando na sala
da casa dela, quando ele apareceu. Ela apresentou-nos
seu filho e pediu que orássemos por ele. Antes de
orarmos, o Espírito me moveu a faze-lo uma pergunta.
Perguntamos então o que ele achava que deveria fazer
para ser salvo, e para minha surpresa, ele respondeu
que ele deveria proceder da mesma forma que sua
mãe.
O que isto nos mostra querido!? O testemunho
de sua mãe falou alto no coração daquele jovem. Ele
não me respondeu que deveria falar como sua mãe,
mas deveria proceder como ela. Realmente o
testemunho por ações fala muito mais alto que as
nossas palavras.
O que estamos propondo não é uma
evangelização ocasional, mas permanente; não é uma
evangelização apenas de palavras, mas de ações. Não
estou propondo uma evangelização que se limite
apenas em frases do tipo: “Jesus te ama e quer te
salvar”, mas proponho um evangelismo pessoal,
impactante, em que as pessoas à nossa volta não
tenham escolha. Que sejam impulsionadas a aceitarem
ao Senhor Jesus porque vêem nos seus discípulos
(nós), pessoas diferentes de todas as outras que elas
já conheceram. Pessoas felizes, que possuem o brilho e
a alegria da salvação e que podem dizer como Paulo:
“Eu sou imitador de Cristo”.(I Co 11: 1).

98
Nós, evangélicos, deveríamos ter sempre isto
em mente. Somos muito visados pela sociedade e se
não dermos testemunho de que somos uma nova
criatura, o Evangelho vai ser blasfemado por nossa
causa. Veja estas palavras de Paulo:

“Porque, como está escrito, o nome de Deus é


blasfemado entre os gentios por causa de vós.”
Romanos 2: 24

E nós? Será que as pessoas ao nosso redor têm


blasfemado do Evangelho por nossa causa? Temos
aproximado as pessoas de Jesus, ou afastado?
Devemos estar sempre aprendendo com a Igreja
de Atos dos Apóstolos. Este é o nosso padrão e
devemos segui-lo. Menos que isto, pode parecer
natural, mas não é bíblico! Temos de anunciar a Jesus
Cristo e não a um homem ou a uma instituição. Peça
direção ao Espírito Santo quando Ele lhe der
oportunidade de anunciar o Evangelho a alguém. Peça
também a Ele que lhe dê condições de apresentar a
Palavra de Deus de forma clara e objetiva e não se
preocupe se você não consegue decorar a Palavra,
pois o Senhor nos prometeu:

“Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o


Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as
coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho
dito.”
João 14: 26

Mantenha o seu testemunho de cristão intacto.


Se você magoou ou deu mau testemunho - não
importa se foram para ímpios ou crentes – primeiro,
peça perdão a Deus, e depois, peça desculpas àquelas
pessoas a quem você deu um mau testemunho. Diga
que aquilo que você fez não irá se repetir mais e que a

99
partir de agora, você se tornará um melhor cristão.
Trabalhe em parceria com o Espírito Santo, pois com
certeza Ele vai ajudá-lo nessa missão de evangelizar e
ganhar almas para o Reino de Deus. Alvoroce o mundo
através do seu testemunho!

100
CAPÍTULO 10 – O CUIDADO COM AS OVELHAS

Vamos começar este capítulo citando os


seguintes versículos:

101
“Ora naqueles dias, crescendo o número dos
discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra
os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas
no ministério cotidiano. E os doze, convocando a
multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que
nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.
Escolhei, pois, irmãos, dentre vós sete varões de boa
reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria,
aos quais constituamos sobre este importante
negócio.”
Atos 6: 1-3 (grifo meu)

Vivemos em uma sociedade em que as pessoas


costumam olhar somente para si e para os seus
problemas, desprezando a necessidade dos outros.
Muitas vezes nos preocupamos se o banco de nossas
Igrejas é confortável, se o sistema de ar condicionado
está funcionando perfeitamente, se temos os melhores
instrumentos, se construímos templos suntuosos e nos
esquecemos de algo que tinha papel importante na
Igreja de Atos.
Realmente, muitos dos membros e
conseqüentemente das Igrejas do Senhor Jesus, têm
desprezado a assistência social e se preocupado
apenas com a sua vida e seus problemas. Afinal de
contas, já temos muitos problemas para nos
preocuparmos com os dos outros!
Olhe atentamente para a ênfase acrescentada
por mim. Os apóstolos consideravam o diaconato um
“importante negócio”. Eles não escolheram qualquer
pessoa. Tinham de ser pessoas “de boa reputação,
cheios do Espírito Santo de Sabedoria”. Impressionante
como nós cristãos temos desprezado este importante
negócio.
Talvez você esteja pensando: ah! Se o corpo de
diáconos da minha Igreja não pratica a assistência
social, é porque eles são negligentes. Eles são

102
chamados por Deus para isso. Eu tenho outro
ministério para desenvolver.
Já falamos sobre os diversos dons que formam
um corpo, mas existe um dom que todos os cristãos
precisam desenvolver: o dom do amor.
Devemos estar muito atentos para estas
palavras muito importantes do Senhor Jesus:

“E quando o filho do homem vier em sua glória,


e todos os santos anjos com ele, então se assentará no
trono da sua glória; E todas as nações serão reunidas
diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor
aparta dos bodes as ovelhas; E porá as ovelhas à sua
direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos
que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu
Pai, possui por herança o reino que vos está preparado
desde a fundação do mundo; Porque tive fome, e
deste-me de comer; tive sede, e deste-me de beber;
era estrangeiro, e hospedaste-me; Estava nu, e
vestiste-me; adoeci, e visitaste-me; estive na prisão e
foste ver-me. Então os justos lhe responderão,
dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te
demos de comer? Ou com sede, e te demos de beber?
E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-
te? E respondendo o Rei, lhe dirá: Em verdade vos digo
que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos
irmãos, a mim me fizestes. Então dirá também aos que
estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim,
malditos para o fogo eterno, preparado para o diabo e
seus anjos; Porque tive fome, e não me destes de
comer, tive sede, e não me destes de beber; Sendo
estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me
vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes.
Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor,
quando te vimos com fome, ou com sede, ou
estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te
servirmos?Então lhes responderá, dizendo: Em

103
verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos
não o fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para
o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.
Mateus 25: 31-46
Estas palavras de Jesus não anulam o fato de a
salvação ser única e exclusivamente pela graça de
Deus e não por qualquer obra que possamos fazer. O
problema é que confiamos na graça de Deus e
descansamos de fazer boas obras. Citamos com
convicção Efésios 2: 8,9; mas sempre nos esquecemos
do versículo 10:

“Porque somos feitura sua, criados em Cristo


Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para
que andássemos nelas.”
Efésios 2: 10

A questão é fácil de ser entendida querido.


Quando somos salvos, temos o amor de Deus
derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que
nos foi dado. Somos intimados a amar.

“Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o


amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de
Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não
conhece a Deus; porque Deus é amor.”
I João 4: 7,8

A lógica é simples: se você ama o seu


semelhante, você conhece a Deus, se você não ama o
seu semelhante, você não conhece a Deus. O amor
que Deus nos dá é apenas uma conseqüência de nossa
salvação. Lembremo-nos de que o amor é um dos
gomos do fruto do Espírito Santo. (Gal 5: 22).
Se você não se preocupa com o seu semelhante
ou se você não se doa para o seu próximo, em outras
palavras, se você não ama ao seu irmão; comece a se

104
preocupar com a sua condição de salvo em Cristo
Jesus.
O amor implica não somente em palavras do
tipo: “Jesus te ama e eu também”. Definitivamente o
amor que o Espírito Santo derrama em nossos
corações implica mais em ações do que em palavras.
Implica principalmente em atitudes. Tiago nos exorta
da seguinte forma:
“E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e
tiverem falta de mantimento cotidiano. E alguns de
vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos;
e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo,
que proveito virá daí?”
Tiago 2: 14,15

É isso que devemos fazer. Não devemos amar só


de língua, mas principalmente por ações. Lembremos
de nosso mestre. Ele desceu do céu, viveu como
qualquer um de nós, e finalmente morreu na cruz. Ele
apenas não disse que ama (Jo 15:13). Ele o manifestou
com ações.

Interesse pelo fraco

Há outro ponto que podemos considerar e que


também representa um egoísmo impressionante que é
a falta de preocupação com um irmão fraco na fé ou
um recém-convertido.
Quando um irmão de uma Igreja se sente fraco
na fé, ao invés de levarmos a carga de nosso irmão (Gl
6: 2), nos apressamos em julgá-lo e agradecermos a
Deus pelo fato de estarmos a tanto tempo firmes na
Igreja sem nos desviarmos da casa do Senhor. Veja o
que Paulo diz a esse respeito.

“Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para o


seu próprio Senhor ele está em pé ou cai; mas estará

105
firme, porque poderoso é Deus para o firmar. Mas tu
por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que
desprezas teu irmão? Pois todos havemos de
comparecer ante o tribunal de Cristo.”
Romanos 14: 4, 10

O que há em nossos dias é a valorização de


“números” ao invés da valorização do “ser”.
Dificilmente nos preocupamos com os indivíduos.
Você já participou de uma visita a um membro
fraco na fé? É algo totalmente constrangedor,
principalmente para quem está recebendo a visita. Só
há acusações, indiretas e total falta de amor, carinho e
cuidado pelas pessoas.
Responda com sinceridade. Na sua Igreja há um
ministério de socorro? Há um programa de visitas
estabelecido? Há um ministério de visitação
reconhecido e honrado por toda a Igreja? Ou toda a
Igreja só espera pelo pastor?
Nas parábolas da ovelha perdida, da dracma
perdida e do filho pródigo, em Lucas quinze, podemos
ver o amor de Deus e o carinho para com aqueles que
estão fracos.
No nosso caso, se perdemos uma ovelha,
pensamos: ainda tenho noventa e nove. Se perdermos
uma moeda, pensamos: ainda tenho nove e se
perdemos um filho, ainda pensamos: pelo menos eu
tenho um.
É muito triste quando vemos em muitas Igrejas,
um espírito que rói como gangrena: o espírito da
fofoca. Trágico é quando algumas pessoas procuram
saber dos problemas dos outros apenas para fazer
fofoca e não para orar e ajudar.
Você já deve ter ouvido frases do tipo: “Sabe a
irmã fulana, soube que ela não está bem com marido...
E o pastor, porque não está pregando como antes? O
que será que está acontecendo com ele? Fulano está

106
se desviando...graças a Deus que eu nunca faltei um
domingo. Faça chuva ou faça sol eu estou na Igreja.”
Não há a menor valorização de ninguém, só há a
valorização dos números. Não há misericórdia, não há
compaixão. Estamos salvos e está tudo ótimo, as
pessoas que cuidem de si mesmas.
É esse o triste caso de muitas Igrejas. Gosto da
analogia que a compara a um hospital. É exatamente
assim que devemos enxergar a Igreja: como um
hospital.

O bom samaritano

Muitas pessoas, antes de chegarem à casa de


Deus, passaram por diversos lugares e situações que a
machucaram profundamente. Estão acuados, feridos
pela vida e sujos no lamaçal do pecado. É exatamente
como a parábola do bom samaritano. (Lucas 10: 30-
37).
Podemos ver um quadro que acontece muitas
vezes todos os dias:

“E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem


de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos
salteadores, os quais o despojaram, e, espancando-o,
se retiraram, deixando-o meio morto.”
Lucas 10: 30

Impressionante como a palavra de Deus é


perfeita. Este é o quadro de muitas pessoas que
chegam até nós. Caem nas mãos de salteadores
(Satanás e seus demônios) que lhes roubam tudo o
que possuem: família, casamento, filhos, emprego,
saúde, paz, confiança, amor-próprio, esperança,
sonhos e etc, e as arrastam de um lugar para o outro,

107
espancando-as, enganando-as e por fim as deixam
meio mortas.
A parábola continua:

“E ocasionalmente descia pelo mesmo caminho


certo sacerdote; e, vendo-o passou de largo. E de igual
modo também um levita, chegando àquele lugar, e,
vendo-o, passou de largo.”
Lucas 10: 31,32

Eu imagino que quando o Senhor chegou neste


ponto da parábola, as pessoas que estavam com ele,
quando ouviram estas duas palavras, “sacerdote” e
“levita”, pensaram que o problema do homem estaria
resolvido. Um dos dois ou mesmo os dois o ajudariam.
Pessoas meio mortas cruzam as nossas vidas
quase que diariamente e será que passamos de largo?
Será que viramos o rosto e pensamos que não é
problema nosso? Ou pensamos que outra pessoa
poderá ajudá-lo?
Existe uma pergunta muito intrigante que Caim
fez ao Senhor Deus e que ecoa pelos séculos e muitos
a fazem. Acompanhe com atenção o texto a seguir:

“E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu


irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu
irmão?”
Gênesis 4: 9

Deus sempre nos pergunta: Lembra-se daquele


irmãozinho que eu coloquei perto de você? Onde ele
está? Muitas vezes nós respondemos a Deus da
mesma forma que Caim respondeu: “Não sei; sou eu
guardador do meu irmão?” Deus está te respondendo
que sim. Você é guardador do seu irmão! Você é
responsável pelo seu irmão, e por ajudar aqueles que
te cercam. Para isso você é chamado por Deus.

108
Pare um pouco e lembre-se daquelas pessoas
que ao longo da sua vida, Deus colocou perto de você
para que esteja sendo o seu guardador. Onde elas
estão? Estão todas na casa de Deus? Pense nisso, pois
é muito sério! Para que, quando tivermos que
comparecer ao tribunal de Cristo, Deus não tenha que
citar o versículo onze: Uma alma clamando no inferno
e tudo por causa de nossa negligência.
Isto é tão precioso aos olhos de Deus que Ele
mesmo vai cobrar de nós o sangue de cada pessoa
nessa situação.

“Mas se, quando o atalaia vir que vem a espada,


não tocar a trombeta, e não tocar a trombeta, e não
for avisado o povo, se a espada vier e se levar uma
vida dentre eles, este tal foi levado na sua iniqüidade,
mas o seu sangue demandarei da mão do
atalaia”
Ezequiel 33: 6 (grifo meu)

Quando Jesus disse que nenhum deles ajudou ao


homem, penso que uma pergunta deve ter pairado
pela cabeça dos ouvintes: se o sacerdote e o levita não
ajudaram aquele homem; então quem o fez?

De rejeitado a ajudador

Quando o Senhor citou a palavra “samaritano”,


os seus ouvintes devem ter ficado bem assustados.
Para você entender o por quê, é necessário que você
saiba quem são os Samaritanos.
Em II Reis 17, podemos ver o cerco de Sargão II,
rei da Assíria, a Samaria e o conseqüente cativeiro. Ele
trouxe para a terra de Israel gentios que não
conheciam ao Senhor e começaram a adorá-lo junto
com os seus deuses. O resultado da mistura desses

109
gentios, com o povo que ficou, deu origem aos
Samaritanos.
Quando Judá voltou do seu cativeiro, eles
começaram a odiar os samaritanos por causa dessa
mistura de Israel com os gentios. Este ódio atingiu o
seu ápice na época de Jesus. Veja o conceito que os
Judeus tinham a respeito dos samaritanos.

“Responderam, pois, os judeus e disseram-lhe:


Não dizemos nós que és samaritano e que tens
demônio?”
João 8: 48

Jesus é chamado de endemoninhado e


samaritano. Chamar alguém de samaritano está no
mesmo nível de chamar alguém de endemoninhado.
Impressionante! Agora você deve estar percebendo
como viviam os samaritanos à margem da sociedade
judaica.
É fácil explicar porque o samaritano quando viu
aquele homem à beira do caminho meio morto
“moveu-se de íntima compaixão”. Ele mesmo já
estivera meio morto várias vezes. Talvez, não
fisicamente como aquele homem, mas nos seus
sentimentos. Quantas vezes o samaritano escutou
xingamentos, foi desprezado, insultado, humilhado.
Somente ele poderia entender a dor daquele homem à
beira do caminho. Somente ele poderia sentir o que
aquele homem estava sentindo. O levita e o sacerdote
nunca poderiam agir assim, pois eles nunca haviam
passado por nada disso. Sempre foram honrados pela
sociedade judaica. Sempre foram aclamados pelo
povo.
É interessante quando nós analisamos a fundo o
amor que este samaritano demonstrou. Ele moveu-se e
comoveu-se de íntima compaixão por uma pessoa que
muito provavelmente nunca iria falar com ele (Jo 4: 9).

110
Se fosse ao contrário, muito provavelmente ele nunca
seria ajudado. Que tipo de amor é esse? É o amor que
é derramado em nossos corações pelo Espírito. Mas o
samaritano não apenas “moveu-se e comoveu-se de
íntima compaixão”, mas “atou-lhe as feridas”. Nós não
devemos ficar apenas na vontade, nas palavras, mas
devemos partir para as atitudes.

“...assim como houve prontidão de vontade,


haja também o cumprimento.”
II Coríntios 8: 11b

Deus nos convida não apenas a pensar em


ajudar, mas a concretizar o nosso pensamento e
ajudar. Deus está nos convidando não apenas a sentir
pena, mas a agir, realizar, colocar em prática o
sentimento pelo qual estamos sendo comovidos. Deus
está nos convidando a passar dos pensamentos e das
palavras, para as atitudes.
Como dissemos no começo deste capítulo, todos
os dias pessoas com as mais diversas feridas cruzam
os nossos caminhos e Deus nos intima a que
estejamos atando-lhes as feridas.
É possível que você esteja se perguntando:
como eu posso atar a ferida de alguém? A resposta é:
ame, ame, ame, ame!

“Porventura, não há ungüento em Gileade? Ou


não há lá médico?”
Jeremias 8: 22a

Aleluia! Há ungüento em Gileade! Há médico!


Há solução! Há restauração! Há vida! Somos
convocados a demonstrar o bálsamo do amor de Deus
e alvoroçarmos um mundo carente de tudo, mas
principalmente de amor!

111
112
CAPÍTULO 11 – DIVIDIR PARA CRESCER

O título deste capítulo pode parecer meio


paradoxal. Mas não é. Você se lembra de Atos 1: 8?
Jesus mandou que os seus discípulos pregassem o
Evangelho em “Jerusalém como em toda a Judéia e
Samaria e até os confins da terra”.
Nos primeiros sete capítulos do livro de Atos,
vemos a Igreja cumprindo a primeira parte dessa
missão: pregando o Evangelho em Jerusalém e ficando
restrita apenas a isso.
Depois da morte de Estevão, observamos a
primeira perseguição generalizada sofrida pela Igreja,

113
sendo esta, liderada por Saulo. Vejamos o que a Bíblia
diz:

“E também Saulo consentiu na morte dele. E


fez-se, naquele dia, uma grande perseguição contra a
Igreja que estava em Jerusalém; e todos foram
dispersos pelas terras da Judéia e da Samaria,
excetos os apóstolos.”
Atos 8: 1 (grifo meu)

A Igreja que antes estava condensada em


Jerusalém, espalha-se por Samaria e Judéia,
começando a quase a totalidade da ordem de Jesus.
Impressiona como Deus usa as armadilhas de
Satanás em benefício próprio e de Sua Igreja. O que
parecia ser o fim do Cristianismo com a morte de
Estevão, serviu para espalhar o Evangelho. O sangue
dos mártires é realmente, o combustível da Igreja.
Hoje, devemos ter a mesma atitude, para
disseminar o Evangelho; dividir, espalhar. Os discípulos
foram divididos e cada um foi pregando por onde ia. O
que antes estava condensado em uma única cidade,
agora é espalhado por regiões inteiras.

O crescimento do Evangelho no Brasil

A Igreja Evangélica no Brasil, cresceu com uma


característica bastante peculiar. Cresceu através da
disseminação de templos. No entanto, existe em
outros países e está entrando com grande força no
Brasil, um modelo de crescimento muito eficaz e
estritamente Bíblico: o sistema celular; não que o
sistema de disseminação de templos não seja eficaz,
mas nesse capítulo falaremos acerca do sistema
celular.

114
O exemplo de Moisés

Há quem diga que o sistema em células é uma


invenção, um modismo de pregadores “modernos”,
mas a Bíblia nos mostra que as células foram
“inventadas” muito antes do tempo dos Apóstolos.

“E aconteceu que, ao outro dia, Moisés


assentou-se para julgar o povo; e o povo estava em pé
diante de Moisés desde a manhã até à tarde. Vendo,
pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo,
disse: Que é isto que tu fazes ao povo? Por que te
assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti,
desde a manhã até à tarde?Então, disse Moisés a seu
sogro: É porque este povo vem a mim para consultar a
Deus. Quando tem algum negócio, vem a mim, para
que eu julgue entre um e outro e lhes declare os
estatutos de Deus e as suas leis. O sogro de Moisés,
porém, lhe disse, não é bom o que fazes. Totalmente
desfalecerás, assim tu como este povo que está
contigo; porque este negócio é mui difícil para ti; tu só
não o podes fazer. Ouve agora a minha voz; eu te
aconselharei, e Deus será contigo. Sê tu pelo povo
diante de Deus e leva tu as coisas a Deus;E declara-
lhes os estatutos e as leis e faze-lhes saber o caminho
em que devem andar e a obra que devem fazer. E tu,
dentre todo o povo, procura homens capazes,
tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam
a avareza, e põe-nos sobre eles por maiorais de mil,
maiorais de cem, maiorais de cinqüenta e maiorais de
dez; Para que julguem este povo em todo o tempo, e
seja que todo o negócio grave tragam a ti, mas todo o
negócio pequeno eles o julguem; assim, a ti mesmo te
aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. Se isto
fizeres, e Deus to mandar, poderás, então, subsistir;
assim também todo este povo em paz virá ao seu

115
lugar. E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro e fez
tudo quanto tinha dito.”
Êxodo 18: 13-24

Moisés, cansado, atarefado, afadigado e (uma


palavra bem moderna) estressado; este é o retrato de
muitos pastores ou líderes que não têm como
apascentar os seus rebanhos por uma questão muito
simples: é impossível fazê-lo em muitas Igrejas.
Até uns trinta anos atrás víamos um número
reduzido de Igrejas Evangélicas e poucos crentes. A
partir daí (graças a Deus por isso) o número de
pessoas que professam a fé evangélica multiplicou-se
sobremaneira. Templos que antes estavam vazios,
agora estão superlotados! É bem comum,
encontrarmos Igrejas hoje, com mais de mil membros.
Agora eu lhe pergunto querido leitor! Como pode
um pastor sozinho, quando muito com a ajuda de um
auxiliar, apascentar um rebanho de mais de mil
ovelhas? É simplesmente impossível!

O problema da inserção no corpo

Se você é membro de uma Igreja pequena,


talvez se lembre de quantas e quais foram as pessoas
que visitaram a sua Igreja no último domingo. Mas se
você for membro de uma Igreja grande, duvido que
você saiba isso. Será que isso é culpa sua? Creio que
não. Pessoas que ainda não aceitaram a Jesus, entram
e saem sem ninguém perceber.
Já parou para pensar em quantas pessoas
entram e saem de nossas igrejas todos os domingos e
nós não nem sabemos quem são, qual seu nome, quais
os seus problemas, se são evangélicos ou não...?
Talvez você esteja pensando: será que eu
também tenho que me preocupar com quem entra e
sai todos os domingos na minha Igreja? Sim, Claro!

116
Você tem. E eu lhe pergunto mais: o que você acha
que “prende” uma pessoa em uma Igreja?
Essa foi fácil, não? Prontamente você me
respondeu que é um pastor que prega muitíssimo bem
ou um grupo de louvor ungido ou ainda grande
manifestação dos dons do Espírito na Igreja.
Deixe-me dizer que não é nada disso. Isso pode
se aplicar melhor a pessoas que já são cristãs, mas nós
estamos falando de recém convertidos.
O que “prende” uma pessoa em uma Igreja é a
amizade.
Antes que você comece a me criticar e a fechar
o livro, permita-me explicar. Quando um ímpio entra
em uma Igreja, ele sente-se como um pássaro fora do
ninho, não é verdade? Se nós tomarmos o exemplo de
uma Igreja de mil membros, por exemplo; no modelo
atual, o processo de inserção desta pessoa no convívio
do corpo é demorado. Neste meio tempo, Satanás
pode usar de diversas artimanhas para retirá-la da
presença de Deus. Coisas do tipo são bastante usadas:
“Não está vendo há quanto tempo você está na Igreja
e ninguém veio falar contigo? Aqui, cada um só se
preocupa consigo mesmo... Suas amizades anteriores
é que eram sinceras. Volte para elas porque elas são
quem realmente te amam”. Trágico, não? Mas
extremamente verdadeiro. Satanás repete estas
palavras com total prazer.
Em minha Igreja para um recém convertido dar
a sua pública confissão de fé e o batismo, é necessário
fazer um curso que nós chamamos de breve
catecismo. Após esse curso, o candidato passa por
uma entrevista com o corpo de presbíteros.
Algum tempo atrás, passou por este curso um
grupo de jovens e adolescentes; então chegou a hora
da entrevista e perguntei para cada um o por quê de
estarem querendo se batizar e tornarem-se membros
daquela Igreja em específico. Como você, eu também

117
esperava respostas do tipo: “É porque o pastor prega
de maneira fabulosa”, “Porque o grupo de louvor é
fantástico”, ou ainda “porque eu gosto de uma Igreja
pentecostal como essa”. Quer saber o que eu ouvi de
todos? “Porque eu tenho grandes amizades aqui”.
Surpreendente, não? Um pregador consagrado, um
ministério de louvor abençoado, um profeta do Senhor,
ou qualquer outra pessoa muito consagrada ao Senhor,
serve para atrair pessoas, mas a amizade é que as
mantém.
As células reduzem o tempo de inserção
consideravelmente. Quando uma pessoa aceita ao
Senhor Jesus, são recolhidos alguns de seus dados
(nome completo, telefone e endereço). É feito o
contato com esse novo convertido por telefone e o
mesmo é indicado para a célula mais próxima da sua
casa. Lá, ela encontra irmãos prontos a lhe ajudar e
encontra amizades sinceras para toda a vida. Inserida
no convívio do corpo, a chance deste desviar-se é
muito pequena.

Mais dois problemas graves

E o que dizer daqueles irmãos fracos na fé, que


passam dois ou três domingos sem irem à Igreja? Ou
estão enfermos e ninguém vai visitá-los ou nem ao
menos se telefona para eles!
O Diabo diz com o maior prazer que ninguém o
ama, que ninguém sente falta dele, que ninguém se
importa com ele, que cada um só liga para si próprio.
Como já dissemos, cada membro fica esperando pelo
outro e todos esperam pelo pastor da Igreja. Nós
temos que dar o pontapé inicial. Temos que tomar a
iniciativa sempre.
Será que você consegue notar quem e quais são
os membros faltosos de sua igreja? Voltemos ao caso
da Igreja pequena e da grande. Se você é membro de

118
uma pequena, você consegue responder à minha
pergunta anterior. Mas se você é membro de uma
Igreja com muitos membros, acho muito difícil
responder à minha pergunta.
Será que você tem contato com aquelas pessoas
faltosas? São suas amigas? Você tem o telefone delas?
Será que alguém tem? Será que alguém tem condições
de visitá-las?
Eu lhe pergunto: será que o pastor é o culpado?
Creio que não. Ele tem muitas atividades para realizar!
Estudar a Palavra, preparar mensagens, dar atenção
aos diversos ministérios da Igreja, cuidar da sua
família, aconselhamento pastoral, etc. E você? Será
que você se sente culpado, ou sempre acha melhor
dizer que a culpa é dos outros membros?
E quanto àqueles irmãos que têm potencial, têm
ministério, têm vocação, mas não têm oportunidade
para mostrar o seu talento, desenvolver o seu
ministério. Com o sistema centralizador e de
verticalização do poder, as oportunidades se
concentram em poucas pessoas.
Será que você, pastor ou líder, já olhou para os
seus liderados e viu muitos talentos escondidos? Será
que em todo culto ou reunião você não vê pérolas
maravilhosas dentro de conchas? E se nós
diminuíssemos o tamanho da Igreja? Se uma Igreja ao
invés de possuir quinhentos, mil membros; possuir dez,
quinze, vinte membros, ajudaria bastante, não?
Com esta atitude poderemos resolver dois
problemas crônicos de uma só vez: diminuiríamos
drasticamente a evasão de nossas Igrejas, ou seja,
fecharíamos a porta dos fundos, e descentralizamos o
poder.
Imagine uma Igreja com vinte membros. Seria
muito mais fácil para alguém dirigí-la. Se alguém
faltasse ao culto, logo seria notado e com certeza
alguém iria visitá-lo.

119
Com uma Igreja organizada em células, pessoas
que nunca tiveram oportunidade, agora teriam como
se desenvolver. Talentos escondidos poderiam ser
revelados porque, convenhamos, é muito mais fácil
pregar, orar, louvar, para vinte pessoas do que para
mil ou mais!
Você deve estar questionando agora, que nós
precisaríamos de muitos templos. E lhe pergunto: para
que nós precisamos de templos se nós temos casas.
Veja.

“E todos os dias, no templo e nas casas, não


cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo.”
Atos 5: 42

“Como nada, que útil seja, deixei de vos


anunciar e ensinar publicamente e pelas casas.”
Atos 20: 20

“Saudai também a Igreja que está em sua


casa.”
Romanos 16: 5

“Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia, e a


Ninfa, e à Igreja que está em sua casa.”
Colossenses 4: 15

“E à nossa irmã Áfia, e a Arquipo, nosso


companheiro, e à Igreja que está em tua casa.”
Filemom 1: 2

É provável que você esteja pensando que a


Igreja primitiva utilizava casas por causa da
perseguição do Império Romano que não a deixava
utilizar templos, mas você se lembra da instituição dos
diáconos? Porque os Apóstolos tiveram que criar esse
ofício? Porque as viúvas eram desprezadas. Culpa dos

120
apóstolos? Não. Atos 6:1 diz: “crescendo o número dos
discípulos”. Entenda que com o crescimento da Igreja,
tornou-se impossível para os Apóstolos cuidar de tudo.
Desde cedo, na história da Igreja, percebeu-se que a
descentralização do poder é a chave para o
crescimento e que o crescimento depende da divisão.

Fracasso para os homens, sucesso para Deus.

Posteriormente estaremos falando sobre


missões na vida da Igreja, mas veja comigo este texto.

“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o


Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e Saulo para a
obra a que os tenho chamado.”
Atos 13: 2

O Espírito Santo separou Barnabé e Paulo para a


obra missionária e eles levaram consigo João Marcos,
que posteriormente recuou (At 13: 13). Terminada a
sua primeira viagem missionária, Paulo intentou visitar
de novo todos os lugares por eles visitados, mas
Barnabé queria dar uma segunda chance a João
Marcos, o que não pareceu razoável a Paulo. Então os
dois se separaram. Barnabé com João Marcos e Paulo
com Silas.
Numa visão superficial das coisas talvez se
perceba o fracasso da obra missionária. Por que o
Espírito Santo disse que Paulo e Barnabé iriam
trabalhar juntos se agora eles se separaram? Alguns
logo diriam que não foi Deus quem falou, quando na
Igreja em Antioquia, foram separados Barnabé e Saulo
para a obra missionária.
Pense comigo. Antes existia apenas uma equipe
missionária, mas depois do aparente fracasso, existiam
duas! Através da divisão veio o crescimento. Mais

121
pessoas poderiam ser evangelizadas e a ordem do
Senhor poderia ser cumprida de forma mais rápida.
Não estamos dizendo com isso, que o sistema
celular vem a substituir os templos, mas apenas
complementá-los. Mesmo no sistema atual de
disseminação de templos, muitos começaram em
casas. Muitos templos suntuosos tiveram os seus
embriões nas salas de muitas casas. Aonde os templos
não chegam, as células podem chegar!

122
CAPÍTULO 12 – EVANGELISMO ATRAVÉS DE
SINAIS

No capítulo dois deste livro, falamos sobre a


importância do Espírito Santo na vida da Igreja. O título
desse capítulo pode causar uma certa estranheza
porque muito se tem falado sobre evangelismo e muito
tem se discutido sobre o assunto. Muito se fala sobre
evangelismo pessoal, de massa, de alistamento, mas
creio que nenhum deles têm a eficiência do título
deste capítulo.

“E aconteceu que, passando Pedro por toda


parte, veio também aos santos que habitavam em
Lida. E achou ali um certo homem chamado Enéias,
jazendo numa cama havia oito anos, o qual era
paralítico. E disse-lhe Pedro: Enéias, Jesus Cristo te dá
saúde; levanta-te e faze a tua cama. E logo se
levantou. E viram-no todos os que habitavam em
Lida e Sarona, os quais se converteram ao
Senhor. E havia em Jope uma discípula chamada
Tabita, que, traduzido, se diz Dorcas. Esta estava cheia
de boas obras e esmolas que fazia. E aconteceu,
naqueles dias, que, enfermando ela, morreu; e, tendo-
a lavado, a depositaram num quarto alto. E, como Lida
era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro
estava ali, lhe mandaram dois varões, rogando-lhe que
não se demorasse em vir ter com eles. E, levantando-
se Pedro, foi com eles. Quando chegou, o levaram ao

123
quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e
mostrando as túnicas e vestes que Dorcas fizera
quando estava com elas. Mas Pedro, fazendo-as sair
todas, pôs-se de joelhos e orou; e, voltando-se para o
corpo, disse: Tabita levanta-te. E ela abriu os olhos e,
vendo a Pedro, assentou-se. E ele, dando-lhe a mão, a
levantou e, chamando os santos e as viúvas,
apresentou-lha viva. E foi isto notório por toda a
Jope, e muitos creram no Senhor.”
Atos 9: 32-42

Você já se perguntou sobre o que diferencia o


Evangelho das outras religiões? Já se perguntou o que
torna vivo os ensinamentos de Jesus em detrimento
dos de qualquer outro líder religioso. Paulo disse que o
Evangelho é o “poder de Deus” e é tão somente isso
que ele é: o poder de Deus! O que diferencia o
Evangelho de qualquer outra religião é o poder de
Deus.
Vemos no texto acima, que através de dois
milagres realizados por Pedro três cidades inteiras se
converteram ao Senhor. Talvez você pense: “Ah! Pedro
era Pedro e quem sou eu para manifestar o poder de
Deus como Pedro”? Particularmente, se você ainda
está pensando assim, recomendo que recomece a
leitura deste livro.
Nos concentremos nos resultados: três cidades
inteiras convertidas! Fantástico! Estes resultados só
são comparados ao ministério de Jonas em Nínive.
Hoje, temos percebido a obra que o Espírito
Santo começa a realizar no meio da Igreja do Senhor
Jesus Cristo. Temos visto milagres extraordinários:
aidéticos e cancerosos sendo curados, paralíticos
levantando, cegos vendo, surdos ouvindo, mortos
ressuscitando.
Podemos contemplar também a obra que o
Espírito Santo tem realizado nos corações: centenas de

124
pessoas diariamente aceitam ao Senhor como seu
único e suficiente Salvador; famílias inteiras estão
vindo render-se aos pés do Senhor Jesus. Vemos
também a obra que o Espírito Santo tem realizado
capacitando o seu povo para pregar o Evangelho com
poder e intrepidez. Abrindo um parêntesis, vejo muitas
pessoas buscando os dons do Espírito Santo, mas
muito poucas pessoas buscando os frutos deste. É
comum encontrarmos pessoas que oram pedindo dons
de curar, de profecia, da palavra, de conhecimento,
etc.; mas é raro acharmos pessoas pedindo
longaminidade, bondade, mansidão, temperança,
amor, etc. Fechando o parêntesis, como dissemos
acima, que até nas Igrejas ditas mais tradicionais, o
Espírito Santo tem sido buscado e um profundo
avivamento tem sido proclamado. Eu mesmo sou um
bom exemplo disso. Fui batizado com o Espírito Santo
com dezesseis anos em uma Igreja dita como
tradicional, e que no momento em que escrevemos
estas palavras, está passando por um período de
grande avivamento.
Tudo isso é muito salutar e é simplesmente
cumprimento das profecias encontradas nos livros dos
profetas Isaías e Joel (já falamos sobre estes dois
textos abaixo no capítulo dois, mas é conveniente a
nós, repeti-los agora):

“Porque derramarei água sobre o sedento e rios,


sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a
tua posteridade e a minha bênção sobre os teus
descendentes.”
Isaías 44: 3

Temos aqui uma promessa extraordinária sobre


a descida do Espírito Santo. Nós, como o Israel de
Deus, (Gl 6:16) temos total direito sobre a promessa
contida no versículo acima.

125
Outra promessa maravilhosa do derramamento
do Espírito Santo encontra-se na profecia do profeta
Joel:

“E há de ser que, depois, derramarei do meu


Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas
filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os
vossos jovens terão visões. E também sobre os servos
e sobre as servas, naqueles dias, derramarei do meu
Espírito.”
Joel 2: 28,29 (Grifo meu)

Devemos destacar a ruptura desta profecia com


os padrões do Antigo Testamento. Lembremos que na
antiga aliança, somente reis, sacerdotes e profetas
eram revestidos com o poder do Espírito Santo. De
tempos em tempos, algumas pessoas eram revestidas
com poder de Deus para tarefas específicas. Veja o
caso de Bezalel, que foi ungido pelo Espírito do Senhor,
para construir o tabernáculo (Êx 31: 2,3).
Quando Joel diz que o Senhor derramaria do seu
Espírito sobre “toda a carne”, o choque que ele
provoca nos Judeus é muito grande. Imagine, o que
antes era restrito a pouquíssimas pessoas, agora é
disponível a todos!
Isso a Igreja do Senhor Jesus tem começado a
sentir. O Espírito Santo sendo derramado sobre “toda a
carne”. É por isso que a Igreja evangélica cresce no
Brasil de forma assustadora. Dogmas e rituais foram
trocados por poder!
Você consegue enxergar a semelhança entre o
texto que inicia este capítulo e o que estamos vivendo.
Você já viu alguma pessoa ser curada, liberta em nome
de Buda, de Maomé, de Alain Kardec, de Maria?
Olhando para esses líderes religiosos mortos e não
ressurretos, é fascinante e ao mesmo tempo trágico, a
devoção que os seus seguidores têm para com eles.

126
Demonstram uma fé totalmente sincera, mas
totalmente errônea. Nós, como seguidores do Deus
vivo, temos uma fé totalmente certa e nem sempre
totalmente sincera.

A utilidade dos dons

Há no texto abaixo, um aspecto interessante


com respeito ao dom de cura e aos outros dons do
Espírito:

“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada


um para o que for útil.”
I Coríntios 12: 7

Já vimos que “imporão as mãos sobre os


enfermos e os curarão” está ao alcance daqueles que
crêem no nome do Senhor Jesus. Encontramos
também, quase que diariamente, pessoas pedindo os
dons do Espírito e especialmente o dom de cura, e
ficam pedindo por meses, anos e até durante a vida
toda pelo mesmo. Olhe para o texto acima. Só recebe
a manifestação do Espírito Santo aquele que for
utilizar o dom que recebeu. Deus não dá nada a
ninguém para que o mesmo fique sentado de braços
cruzados dizendo que é mais espiritual que os outros
porque tem essa ou aquele dom e o irmãozinho não.
Ah! Querido, devemos manifestar o poder que
há no nome de Jesus. Nome esse, que somente nós, a
Igreja, podemos utilizar.

“E alguns exorcistas judeus, ambulantes,


tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os
que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-te
por Jesus, a quem Paulo prega. Os que faziam isto
eram sete filhos de Ceva, judeu, principal dos
sacerdotes. Respondendo, porém, o espírito maligno,

127
disse: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas
vós, quem sois? E, saltando neles o homem que tinha
o espírito maligno e assenhoreando-se de dois, pôde
mais do que eles; de tal maneira que, nus e feridos,
fugiram daquela casa. E foi notório a todos os que
habitavam em Éfeso, tanto judeus como gregos; e caiu
temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era
engrandecido.”
Atos 19: 13-17

Repare que os filhos de Ceva não conheciam ao


Senhor Jesus, estavam apenas usando o nome que
Paulo usava para expulsar os demônios. O mesmo
respondeu que conhecia a Jesus – veja que ele não fala
“Senhor Jesus” como em todo o restante do livro de
Atos (I Co 12: 3) – e bem sabia quem era Paulo, e eles
quem eram?
Este é um alerta muito sério para aqueles que
querem brincar de ser cristãos. O nome de Jesus é
exclusivo daqueles que seguem as pisadas dele.

“Aquele que diz que está nele deve também


andar como ele andou.”
I João 2: 6

E o resultado desse ocorrido!? Toda a cidade de


Éfeso ficou sabendo do que aconteceu, e sobre
“todos”, caiu temor. Aleluia! Toda a cidade com temor
diante do nome do Senhor Jesus Cristo!
Olhando para a referência acima, muitos a
interpretam da seguinte forma: Devemos andar como
o Senhor Jesus andou, nos santificando, realizando
boas obras, perdoando aos outros, etc. Está
corretíssimo. Devemos fazer tudo o que o Senhor fez,
mas nos esquecemos de um texto importantíssimo:

128
“Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o
Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo
o bem e curando a todos os oprimidos do diabo,
porque Deus era com ele.”
Atos 10: 38 (grifo meu)

Devemos andar como ele andou não somente na


conduta moral e ética, mas também devemos andar
manifestando o poder de Deus como ele manifestou e
destruindo o poder das trevas como ele destruiu.

“Para isto o filho de Deus se manifestou: para


desfazer as obras do diabo.”
I João 3: 8b

Cristo manifestou o poder de Deus para destruir


a obra do diabo, e nós, como filhos de Deus, devemos
fazer o mesmo.
Os relatos dos resultados do Evangelismo
através de sinais são fartos no livro de Atos. Vejamos
mais alguns:

“E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes


pregava a Cristo. E as multidões unanimente
prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam
e viam os sinais que ele fazia. Pois que os espíritos
imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em
alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados.”
Atos 8: 5-7
“E a mão do Senhor era com eles; e grande
número creu e se converteu ao Senhor. E chegou a
fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava
em Jerusalém; e enviaram barnabé até Antioquia. O
qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou
e exortou a todos a que, com firmeza de coração,
permanecessem no Senhor. Porque era homem de

129
bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente
se uniu ao Senhor.”
Atos 11: 21-24

“Todavia, Saulo, que também se chama Paulo,


cheio do Espírito Santo e fixando os olhos nele, disse:
Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a
malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de
perturbar os retos caminhos do Senhor? Eis aí, pois,
agora, contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem
ver o sol por algum tempo. No mesmo instante, a
escuridão e as trevas caíram sobre ele e, andando à
roda, buscava a quem o guiasse pela mão. Então, o
procônsul, vendo o que havia acontecido, creu,
maravilhado da doutrina do Senhor.”
Atos 13: 9-12

Quando falamos em sinais e prodígios, muitas


pessoas pensam logo em curas. De fato é um dom
muito importante ao qual foi dada grande importância
no ministério do Senhor Jesus e dos personagens do
livro de Atos. Todavia, devemos destacar todos os
dons. Todas as manifestações do Espírito Santo são
importantes. Paulo na sua primeira carta aos Coríntios
fala do uso do dom de profecia na Evangelização:

“Os segredos do seu coração ficarão manifestos,


e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a
Deus, publicando que Deus está verdadeiramente
entre vós.”
I Coríntios 14: 26

Falamos anteriormente sobre a unidade, palavra


que se encaixa perfeitamente aqui. Deve haver uma
unidade entre os diversos dons na Igreja de forma que
todos se voltem para a evangelização.

130
É isso que devemos fazer. Buscar os dons que o
Senhor nos entregou e manifestá-los para que
estejamos alcançando vidas para o Reino de Deus e
assim alvoroçando o mundo.

131
CAPÍTULO 13 – A INTERCESSÃO EFICAZ

132
Chegamos ao capítulo doze do livro de Atos dos
Apóstolos. A Igreja, a essa altura, já está cumprindo a
maior parte da ordem do Senhor Jesus e se preparando
para enviar os primeiros missionários para além-mar.
No começo deste capítulo, vemos Herodes
Agripa I matando a Tiago, irmão de João e um dos doze
discípulos. Vendo que tal atitude agradara aos Judeus,
prendeu a Pedro, um dos três pilares da Igreja (Gl 2:
9).
Ao longo da Bíblia, vemos homens de Deus que
na hora das dificuldades não se lamentaram, não
murmuraram, não blasfemaram, não colocaram a
culpa em Deus. Apenas oraram. Da mesma forma
vemos a Igreja orando por Pedro.

“Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a


Igreja fazia contínua oração por ele a Deus.”
Atos 12: 5

Será que já lhe passou pela cabeça, pelo que


eles oravam? Será que era para que Pedro tivesse uma
morte tranqüila e conformada, ou para que ele não
sofresse muito? Será que era para que ele fosse
liberto? Ou oravam por um milagre? Creio que a última
opção, pois foi isso que ocorreu. Um milagre. Deus
enviou o seu anjo e livrou a Pedro das mãos de
Herodes em resposta às orações da Igreja que estava
na casa de Maria, mãe do evangelista João Marcos. É
interessante olharmos nessa passagem a atitude
desses irmãos diante da resposta de Deus às suas
orações.

“E, considerando ele nisso, foi à casa de Maria,


mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde
muitos estavam reunidos e oravam. E, batendo Pedro
à porta do pátio, uma menina chamada Rode saiu a
escutar. E, conhecendo a voz de Pedro, de alegria não

133
abriu a porta, mas, correndo para dentro, anunciou
que Pedro estava à porta. E disseram-lhe: Estás fora
de ti. Mas ela afirmava que assim era. E diziam: É o
seu anjo. Mas Pedro perseverava em bater, e, quando
abriram, viram-no e se espantaram.”
Atos 12: 12-16

Veja que eles se espantaram por ver Pedro solto


ali na frente deles. Chegaram a insinuar que Rode
estava louca, ou então, acharam que era muito mais
fácil a menina ter visto um anjo do que estar dizendo a
verdade em relação a Pedro estar à porta daquela
casa. Mas eles não estavam orando por isso mesmo?
Não estavam orando para que o milagre se realizasse?
Então por quê se espantaram? Por quê não
acreditaram que Deus havia lhes dado a resposta?
Será que estavam espantados com a velocidade da
resposta de Deus? Veja que em resposta às orações,
Deus criou o portão automático. A porta de ferro que
dava para a cidade abriu-se sozinha. Curiosamente a
porta em que Pedro teve maior dificuldade em
atravessar foi a da casa de Maria onde muitos estavam
reunidos orando por ele.
Será que você se vê como um desses irmãos na
casa de Maria? Será que você não consegue enxergar
o seu lugar naquele círculo de oração? Será que você
não esteve lá quando orou pela salvação da sua
família? E a cura de uma enfermidade? Algum
problema familiar? Problema de desemprego? Quantas
vezes oramos somente por orar ou como que jogando
palavras ao ar. Oramos, mas muitas vezes, bem no
fundo, não cremos que Deus está nos ouvindo, ou que
Ele irá nos responder. Não cremos na vitória, na
providência divina. Tiago 1:7 diz, que quem não pede
com fé ao Senhor não receberá nada dEle.

O caso do guarda-chuva

134
Numa Igreja do interior, numa localidade em que
a economia era baseada na agricultura, os membros
estavam orando para que o Senhor mandasse chuva
para o bom crescimento das sementes que cada um
tinha plantado em suas respectivas propriedades. Em
um certo dia, em um culto de domingo de manhã,
apesar de um sol escaldante, uma menina foi à Igreja
munida com o seu guarda-chuva. Logo vieram as
críticas: “você está louca, não está vendo que está um
calor insuportável e você ainda vem de guarda-chuva
para a Igreja?” A menina muito sabiamente respondeu:
“Mas nós não estamos orando para que chova?” Glória
a Deus! Somente aquela menina tinha fé para crer que
Deus faria aquilo que eles estavam pedindo. E o
resultado? Somente aquela menina conseguiu ir para a
casa porque os incrédulos tiveram de esperar o
temporal passar.

Ouvindo a oração de uma criança

Talvez você esteja se perguntando? Se Deus não


responde a orações feitas com incredulidade, por quê
então libertou a Pedro em resposta à oração da Igreja
reunida na casa de Maria? Querido, preste atenção!
Deus não respondeu a oração de todas aquelas
pessoas, mas Ele respondeu a oração de uma única
pessoa! Você sabe quem foi? Isso mesmo. Foi a de
Rode. Deus contemplou a oração de uma menina e
comovido por esta oração, enviou o seu anjo e libertou
a Pedro.
Choquei-te com o que eu disse? Choquei-te
dizendo que a mão de Deus foi movida pela a oração
de uma menina? Por quê? Porque temos a falsa
impressão de que Deus só ouve a homens e mulheres
privilegiados. Deus ouve e atende a uma oração feita
com fé. Não importa por quem tenha sido feita.

135
A oração que se multiplica

O que dizer do centurião Cornélio? Gentio,


apesar de possuir autoridade terrena dada por César,
era desprezado pelos Judeus pela sua condição de
gentio. Nunca um Judeu poderia esperar que um anjo
fosse aparecer a Cornélio e muito menos dizer isso:

“Este fixando os olhos nele e muito


atemorizado, disse: Que é Senhor? E o anjo lhe disse:
As tuas orações e as tuas esmolas têm subido
para a memória diante de Deus.”
Atos 10: 4 (grifo meu)

Um Judeu poderia esperar que Deus ouvisse as


orações de qualquer um, menos de um gentio. Deus
não só ouviu a oração desse homem, mas através dela
gerou um arrebatamento de sentidos em Pedro para
que ele reconhecesse que Deus não faz acepção de
pessoas (Atos 10: 34). Ou você acha que Pedro se
importava se os gentios seriam salvos ou não? Veja o
que ele diz neste versículo.

“E disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a


um varão judeu ajuntar-se ou chegar-se a
estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum
homem chame comum ou imundo.”
Atos 10: 28

Deus não só ouviu a oração de um gentio mas,


através dela, gerou um meio de acabar com o
preconceito dos Apóstolos para que depois dele,
Cornélio, milhões de gentios fossem salvos.
Maravilhoso, não?

136
Eu lhe pergunto, pelo que Cornélio tanto orava?
Pelo que Cornélio “de contínuo, orava a Deus” (Atos
10: 2)? Veja comigo a resposta:

“E, no dia imediato, chegaram a Cesaréia. E


Cornélio os estava esperando, tendo já convidado os
seus parentes e amigos mais íntimos.”
Atos 10: 24

O que Cornélio fez, amado? Cornélio convidou os


seus parentes e amigos mais íntimos. Por quê? Porque
há muito ele já estava orando por cada um deles. Ele,
de contínuo, orava a Deus por eles,e na primeira
oportunidade que teve, sabendo que Pedro falaria:
“tudo quanto por Deus te é mandado” (Atos 10: 33),
convidou-os. Como resultado, todos, inclusive Cornélio,
foram salvos, batizados com o Espírito Santo e
batizados com água em um só dia. Resultado de uma
intercessão simples aos olhos humanos, eficaz,
contudo, aos olhos de Deus.
Será que você se encaixa na condição de
Cornélio? Desprezado pela sociedade em geral? Você
fala e os homens não te ouvem? Talvez você se sinta
indigno de orar? Olhe para Cornélio. Indigno de ser
ouvido pelos homens, mas ouvido pelo Deus Todo-
poderoso.
A intercessão eficaz é aquela que é feita com a
fé de um coração puro diante de Deus. Conhecemos e
creio que você também conheça casos de pessoas que
são salvas por causa da interseção de outros.
Estávamos um dia dando um estudo sobre
intercessão e perguntamos para o auditório qual é a
definição de intercessor. Dentre a muitas definições
que recebemos, uma me marcou profundamente. Uma
irmã nos disse que um intercessor é um representante.
Sabemos que quem não é influenciado por Deus,
é influenciado pelo diabo (Ef 2: 1,2). - Quando uma

137
pessoa se converte, ela é retirada do reino das trevas
e transposta para o reino de Deus (Cl 1: 13) - Esta
pessoa está morta em seus delitos e não tem
condições por si mesma de sair das garras de Satanás.
Então nós, como representantes dela, entramos e
saqueamos o reino das trevas com o poder que há no
nome do Senhor Jesus Cristo. É por isso que a
intercessão é tão importante na evangelização. É
imprescindível que antes que se realize qualquer
trabalho evangelístico, faça-se oração pedindo ao
Senhor que cubra-nos com o sangue de Jesus Cristo; a
nós e a nossos familiares, enquanto estamos
saqueando o inferno, entrando no terreno inimigo, no
nome do Senhor Jesus.
Como dissemos anteriormente, não fixe o olhar
para as pessoas, para os problemas, para as
tribulações. Olhe para o Deus que prometeu salvar
toda a sua família se você tão somente crer nEle (At
16: 31). Mesmo que alguém por quem você esteja
orando seja, aos seus olhos, difícil de se converter,
Deus quer salvá-lo.
Não importa quem você é e o que acha a
respeito de si próprio. Através das suas orações, Deus
quer alvoroçar o mundo. Faça-o. Ele está pronto a te
escutar.

138
139
CAPÍTULO 14 – MISSÕES DIRIGIDAS POR
DEUS

Estamos chegando ao fim deste livro (você já


deve ter percebido pelo número de páginas que
faltam).
Tendo como base Atos 1:8, vimos até agora a
Igreja cumprindo três dos quatro passos desta ordem.
Jerusalém, toda a Judéia e Samaria, já foram
conquistadas para o Senhor Jesus. Falta agora o último
e mais difícil passo: “até os confins da terra”. E a Igreja
começa a cumprir esta missão em Atos 13 com Paulo e
Barnabé em sua primeira viagem missionária.

“E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o


Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a
obra a que os tenho chamado.”
Atos 13: 2

Alguns podem se perguntar: Por que Deus


escolheu a Paulo para ser missionário entre os gentios
e deixou Pedro e João, por exemplo, somente entre os
Judeus? Não vamos discutir aqui qual dos três possuía
maior poder de Deus ou quem era mais ungido pelo
Espírito do Senhor. Entendemos que os três possuíam
todos os dons do Espírito e eram igualmente ungidos

140
por Deus. O que iremos discutir é uma frase que
muitas vezes passa desapercebida no evangelho de
Mateus.

“E a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a


outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e
ausentou-se logo para longe.”
Mateus 25: 15 (grifo meu)

Deus não despreza a capacidade natural de uma


pessoa; antes, a aperfeiçoa. Deus escolheu a Paulo,
porque ele, através de sua capacidade, tinha livre
acesso no mundo conhecido. O que não poderia
ocorrer com Pedro e João.
Por favor, não me entenda mal. Não estamos
dizendo com isso que Deus não use os menos
estudados; por favor, não é isso! O que estamos
querendo dizer é que Deus usa as pessoas certas para
as funções certas. Veja o relato de Paulo sobre o seu
próprio ministério missionário:

“E fiz-me como judeu para os judeus, para


ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei,
como se estivera debaixo da lei, para ganhar os que
estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como
se estivera sem lei (não estando sem lei para com
Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os
que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos,
para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para,
por todos os meios, chegar a salvar alguns.”
I Coríntios 9: 20-22

O que Paulo está fazendo no texto acima é uma


expressão moderna: missão transcultural.

Conselhos práticos

141
Meu conselho para você que quer fazer a obra
de Deus é: estude, estude, estude! Se você acha que o
seu chamado é para pregar a Palavra de Deus, devore
a Bíblia; faça um curso de idiomas – inglês seria uma
boa opção – faça um curso de Teologia e não se
esqueça de seus estudos seculares. Estude o máximo
que puder.
Se você tem chamada missionária, ore para que
o Senhor lhe revele para onde ele quer que você vá e
então estude a língua desse povo, seus usos e
costumes. Enquanto estuda, ore pelos mesmos, esteja
se preparando e Deus vai honrar a sua chamada.
Para reforçar o que estamos falando, devemos
lembrar que em determinadas situações, Paulo usava a
sua condição de cidadão romano em benefício próprio
(At 16: 37), e o mais importante de tudo: nunca
deposite o seu ministério em mãos humanas! Nunca
deixe um homem dirigir os seus passos.

“E, passando pela Frigia e pela província da


Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de
anunciar a palavra na Ásia. E, quando chegaram a
Mísia, intentavam ir para a Bitínia, mas o Espírito de
Jesus não lho permitiu. E, tendo passado por Mísia,
desceram a Trôade. E Paulo teve, de noite, uma visão
em que apresentava um varão da Macedônia e lhe
rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos!”
Atos 16: 6-9

Pouco depois de Paulo ter ido para a Macedônia,


chegou a uma cidade chamada Filipos, onde depois de
ter expulsado um demônio de uma jovem, foi açoitado
com varas e jogado na prisão, mas ele sabia a qual
Deus estava servindo.

“Por cuja causa padeço também isto, mas não


me envergonho, porque eu sei em quem tenho crido e

142
estou certo de que é poderoso para guardar o meu
depósito até àquele Dia.”
II Timóteo 1: 12

Dificuldades, problemas, tribulações,


perseguições, etc, sempre irão existir, mas sempre
faça questão de estar no centro da vontade de Deus
para a sua vida.
Que Deus lhe abençoe e nos dê ousadia para
que estejamos alvoroçando o mundo!

143
PALAVRA FINAL

Deus tem feito arder no meu coração as


palavras do profeta Amós:

“Eis que vêm dias, diz o Senhor Jeová, em que


enviarei fome sobre a terra, mas não fome de pão,
nem sede de água, mas de ouvir as palavras do
Senhor.”
Amós 8: 11

O Senhor tem procurado homens e mulheres


que tenham verdadeiramente sede e fome das suas
palavras, que busquem a sua presença muito mais do
que as suas bênçãos, que não se conformem nunca
com a sua condição espiritual no momento e a cada
dia busquem mais de Deus para suas vidas.
O padrão de Deus para a sua Igreja ao longo dos
séculos é o que está relatado no livro de Atos.
Por mais de mil e quinhentos anos, o poder de
Deus foi substituído por rituais, mas graças a Deus,

144
nesses últimos dias, tem-se levantado um exército que
não tem compromisso com este mundo e com o
pecado. Um exército que manifesta o poder de Deus e
está alvoroçando o mundo! Aliste-se. Deus está
contando com você! Ele quer usar a sua vida para que
você, também esteja alvoroçando o mundo.

145

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