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LUIGI MIGUEL MELNECHUKY
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a,ebuscaacoisaerrada. 2010
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SUMÁRIO
I. À PROCURA DA UNIDADE............................................................................................ 2
1 O Elefante Que Nós Somos... ..................................................................................... 2
2 O Valor De Uma Metáfora. ........................................................................................ 27
3 “Mas Não se Pode Querer os Fins e Não se Querer os Meios.” ................................ 33
4 “O Nosso Caminho da Servidão” ............................................................................... 41
5 O Mundo Entra no Passo do Cancan. ....................................................................... 51
6 O Paradigma Ideológico Atual. .................................................................................. 62
7 Pedagogia Libertária. ................................................................................................ 74
8 Formar ou conformar: eis a questão.......................................................................... 80
9 Educação é a Nossa Praia! (lema da UFPR Litoral) .................................................. 90
10 UFPR Litoral: um experimento. .............................................................................. 94
11 Proposta de Convergência: experimentando o experimento. ................................. 98
1ª Etapa: Adaptação dos Projetos de Aprendizagem. ................................................. 106
2ª Etapa - Proposta de Convergência e Plano de Conclusão do Projeto. ................... 106
3ª Etapa: Convergência do aprendizado. .................................................................... 107
4ª Etapa: Conclusão da Proposta e do Projeto. .......................................................... 109
II. O DIREITO A UMA ALTERNATIVA À ECONOMIA NEOLIBERAL. ............................ 109
2.1 Outra Economia Acontece. (Lema da Economia Solidária”)................................. 109
Justificativa. ................................................................................................................ 119
Economia Solidária ..................................................................................................... 120
Circulante Local .......................................................................................................... 127
Logística Reversa ....................................................................................................... 128
Juros Invertido ............................................................................................................ 129
Fórum Socioeconômico Local - FECOL ...................................................................... 131
Ecodesenvolvimento ................................................................................................... 133
Pedagogia Libertadora................................................................................................ 137
III. “AS AÇÕES DA NATUREZA TÊM CAUSA E EFEITO; AS DO HOMEM TÊM
PRINCÍPIOS E CONSEQÜÊNCIAS” (CONFÚNCIO) ......................................................... 139
3.1 Uma salva de PALMAS. ...................................................................................... 139
3.2 Um pouco mais de história................................................................................... 142
3.3 Nossa História. .................................................................................................... 146
IV. POTENCIALIDADES LOCAIS .................................................................................... 149
4.1 Fomento Intelectual e Desenvolvimento Solidário. ............................................... 149
4.2 O “Inédito Viável”. ................................................................................................ 155
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I. À PROCURA DA UNIDADE.
Laraia 2005, afirma que “a cultura é como uma lente através da qual o
homem vê o mundo”. Significa que através de sua cultura o homem interpreta a
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realidade que experimenta. A sociologia aceita que a cultura está para o homem
assim como os instintos estão para os animais. Sendo inerente ao homem, torna-se
errôneo ou hipócrita definir que algum ser humano não possua cultura ou possua
uma cultura primitiva. Um povo pode ser agravo; pode não possuir escrita e ser
iletrado, mas terá cultura - pois com esta, este povo consegue sobreviver e
perpetuar-se no meio em que vive. As culturas são apenas diferentes, pois lidam
com situações diferentes. Não se pode mensurar uma cultura, tampouco
hierarquizá-las. O homem, enfim, é o único ser terrestre possuidor de cultura. O
termo surgiu, no contexto cientifico sociológico, ao final da década de 80 com Tylor,
na união da palavra germânica kultor – todos os aspectos espirituais de uma
comunidade – e da palavra francesa civilization – realizações materiais de um povo.
O enunciado deste termo aponta que cultura é “este todo complexo que inclui
conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade
ou habito adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade” (ibid.).
ao comportamento daqueles que agem fora dos padrões aceitos pela maioria da
comunidade. Por isso, descriminamos o comportamento desviante”. Para
exemplificar a máxima, a autora cita o caso dos homossexuais que são vistos com
enorme preconceito em muitas culturas contemporâneas, mas aceito e respeitado
em determinadas tribos das planícies norte-americanas. O legado das culturas
anteriores, portanto, soma-se à cultura atual para formar uma cultura normal,
regular, nas normas, de um determinado espaço geográfico em um determinado
período de tempo.
Khun (1962) é citado por Carvalho Jr, 2004 para definir paradigma e da
mesma forma o faz o Dicionário Aurélio. A palavra derivou da latina tard, e ganhou
uma concepção específica com Khun, referindo-se às “realizações cientificas
universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e
soluções modulares para uma comunidade de praticantes de uma ciência”. Os
paradigmas não são a verdade, mas, sim, o que se acredita ser verdade, em um
determinado espaço, por um determinado número de pessoas, em determinada
época. Um novo paradigma surge quando se reconhece alguma falha
significativamente fundamental nas relações entre os paradigmas recentes. Num
dado momento, tamanha são as conclusões acerca o erro de um dado paradigma,
que outro paradigma surge em seu lugar.
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para manter-se a rotina, como os costumes e as crenças. Por isso, aceita-se que a
Cultura Primária é transmitida inconscientemente (Pompeo, por isso, chama-a de
Cultura Emocional). Esta Cultura não se compromete em preencher todas as
lacunas ou explicar todos os fatos. Pompeo atribui a isto existência dos mitos e das
superstições em algumas populações humanas. Do contrário, a Cultura Elaborada, a
fim de que uma sociedade, ou “muitas pessoas”, tenha exatamente conhecimento
das mesmas coisas, formalizou-se e sistematizou-se. Transmitido como sendo a
verdade aceita por um grupo de pessoas, isto é, conscientemente, este
conhecimento, ora, recebia a terminologia de Scientia (conhecimento), em latim, e
foi traduzido como ciência para o português. A Ciência permitiu à Humanidade
uniformizar e confirmar empiricamente certos pensamentos, e, portanto, tornou-se a
bussola para progresso humano.
que a “sociedade forma um todo diferente das partes”. Mas para ser aceito como
Progresso Humano, o progresso deve, necessariamente, contemplar a humanidade.
Lembra o autor que se a espécie humana comporta-se como um organismo vivo, é
inegável o fato de que “há, portanto, um todo que sobrevive como unidade”. Para
compor a “unidade humana”, ou Humanidade, basta ser humano; para ser humano,
basta viver; para viver, basta que, primordialmente, adquira-se aquilo que é
“essencial à sobrevivência”.
“A historia é um profeta com o olhar voltado para trás: pelo que foi e
contra o que foi, anuncia o que será”. Assim disse Galeano, em sua obra “As veias
abertas da América Latina”. A primeira frase do livro apresenta-se como um golpe:
“há dois lados na divisão internacional do trabalho: um em que alguns países se
especializaram em ganhar, e outro em que se especializaram em perder”. Um
retrospecto da cultura humana contemporânea, desde sua base, torna-se necessário
para compreender algumas falhas básicas do atual paradigma, bem como para
compreendê-lo como sendo um processo inacabado.
Não se sabe onde começou a vida humana, nem quando nem como eram
e como agiam as primeiras sociedades humanas. Sabe-se que por muito tempo
vivemos por um período denominado pré-história (Pompeo 95; Gombrich, 98).
Gombrich afirma que este período humano pode ser denominada de “período da
pedra lascada” ou “período das cavernas”. Já neste período, o homem possuía
muitas culturas. Algumas famílias possuíam casas, que eram cavernas, e utilizavam
ferramentas materiais para facilitar a realização de certas necessidades. O ser
humano era nômade e, de qualquer maneira, era apenas um animal coletor/caçador,
ou seja, comportava-se como qualquer outro animal, adaptando-se às condições
naturais do habitat. Em certos períodos, como quando havia escassez de alimento, o
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realidade que, mesmo sendo diferentes, eram tidos, tais como se faz na atual
cultura, como verdadeiros. Mas não conseguiram tornar-se o progresso humano,
expandido à todos humanos. Alguns fatores devem ser mencionados para explicitar
este fato. Os egípcios foram a primeira civilização duradoura de cultura conhecida
que se tem noticia. Dominavam a cultura dos alimentos, mas não buscaram uma
cultura humana: pode-se notar aspectos contraditórios à humanidade. Como dito,
ainda que não se saiba exatamente o que é o progresso humano, sabe-se que ele
só é alcançado com a contemplação de toda a espécie. A cultura normal dos
egípcios incluía um longo plantel de escravos sem direito algum. A ordem social foi,
no entanto, tão bem arquitetada que durante todo este período apenas em duas
ocasiões as pessoas se rebelaram contra esse sistema autoritário. O paradigma da
normalidade àquela época era mantido por um líder que representava o deus na
Terra. Em outras palavras: o destino da humanidade estava centrado na mão de
autoritários lideres que ignoravam determinados seres humanos. Por esta
característica, as populações humanas propagaram um segundo erro vital ao seu
progresso: o dogmatismo.
deus era peculiar: “Cada deus protegia apenas uma família e era o deus apenas de
uma casa” (Coulanges, 1975 apud Souza et al)
Por isso, sem o contato com outras culturas, o homem gentílico que vivia
na Grécia “tinha dificuldade em entender a sua existência e suas sobrevivência fora
da comunidade”. Ou seja: a individualidade era pouco percebida, uma vez que só
compreendia-se como homem perante as lentes da cultura de sua Géno. Portanto, o
homem da Grécia tribal “só tem significado e existência quando inserido no coletivo,
assim a noção de comunidade ultrapassa a sua percepção de individualidade”
(Ramos apud Souza et al). Ainda que destrinchados do resto da humanidade, cada
Géno possuía relações humanas entre seus entes: “se o homem não tinha uma
relação de ajuda com seus pares e não cumpria as suas obrigações sociais, não era
considerado pelos outros membros como parte dessa comunidade, que por isso não
lhe assegurava a sobrevivência”. A cultura da terra era baseada, necessariamente,
nas relações sociais familiares entre cada membro.
Como dito, cada Géno possuía sua cultura emocional – ou seja: sua
crença. As crenças davam a cada família o direito sobre a terra, bem como poder
para comandar. Algumas famílias cresceram a tal ponto que se tornaram muito
maior que outras. Muitas pessoas foram excluídas desse novo sistema de vida. O
“essencial à sobrevivência” era alcançado pelos laços sociais entre cada família.
Como visto, sem a participação na família, as pessoas não adquiriam aquilo que é
Essencial à vida. Logo, o viver estava intrinsecamente ligado a obedecer normas.
Por isso, Pompeo, Souza et al e Campos et al concordam que não existe, na
Sociedade do Trabalho, uma natureza humana, mas, sim, uma condição humana, a
qual os homens devem obedecer determinados padrões sociais para ter o Essencial
à vida. A condição imposta, deve-se lembrar, condiz com deixar a natureza humana
e tornar-se um cidadão. Abandonar a Unidade Humana e acatar uma das várias
Unidades Humanas existentes.
havia uma ligação, um valor comum entre essas. O choque cultural fez com que
surgissem novas culturas, mais complexas e com mais adeptos. A Unidade Humana,
oras, ainda rumava, mesmo com tantos entraves. Os excluídos daquele tempo não
se sentiam interiormente bem. Eram explorados e maltratados. O Progresso
novamente surge para a humanidade. Os excluídos e as famílias menores passaram
a se unir e atacar os aristocratas. Esse choque cultural fez com que surgisse uma
nova cultura, não mais embasada nos preceitos divinos. As várias famílias exclusas,
agora unidas, não possuíam um deus comum e, portanto, não havia uma justiça
comum – ou como dito por Souza et al: “as leis divinas, outrora instituídas pelos
chefes da religião doméstica e aplicadas por este mesmo líderes religiosos, já não
eram suficientes para manter a comunidade organizada”.
Na Grécia Antiga, por volta de 700 a.C., depois de mais de três milênios
vivendo à sombra dos dogmas, surge uma nova condição à organização humana.
Essa nova comunidade organizada é denominada de Polis, ou Cidades-Estado.
Chamavam-se assim, pois se apresentavam independentes umas das outras, unidos
apenas pela linguagem semelhante, a localização próxima, o esporte e a religião.
Muitas eram rivais. A justiça comum para cada Cidade-Estado passou a ser
discutida por todos os membros dessa sociedade, em praça pública. Visto que os
interesses particulares e a falta da justiça atrapalhavam o interesse coletivo (pois
fazia-se justiça por conta própria), criou-se o Estado que teria força o suficiente para
decidir pelo bem público. Em outras palavras: o Norte das sociedades humanas
estava passando da cultura emocional, baseada em divindades, para a cultura
elaborada, baseada na racionalidade.
Para cada cultura há uma técnica de gestão. A cultura das Polis exigia
técnicas peculiares, ou um aparato social peculiar, para compor a Ordem Social. O
poder de decisão das Cidades-Estados estava centrado nas mãos de um
governador, que era assessorado por um senado. Em Atenas acontece um
progresso significativo. Um governador tirano e ditador, chamado Drácon, criou leis
tão severas aos atenienses que, em 549 a.C. ocorre uma revolução: Sólon, um
nobre indignado com as condições, adotou uma legislação que dava ao povo
autonomia para decidir quanto ao seu progresso. Reunidos em praça publica, os
cidadãos votavam e discutiam sobre as decisões da Polis. Necessário foi, portanto,
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a criação de uma nova Técnica para a gestão desta. Ou seja: uma técnica para a
polis; polis + technè, em grego. Mais tarde, essas palavras tornaram-se uma só:
politikè, a arte política. As discussões racionais, de acordo com Vernant, 2002 apud
Souza et al, realizadas em debate público argumentado, livremente contraditório,
tinha se tornado também um jogo intelectual. Havia-se fundado a democracia.
coisa; se ninguém acreditar, ele não vale nada. E, vale ressaltar, seu valor foi, como
dito por Aristóteles, imposto, mesmo: sua etimologia confirma. Significa “moeda
cunhada”, provinda do termo grego denominado de nômisma, que tem a mesma raiz
do termo que designou a palavra “lei”: nomos.
estimulou o comércio, que por sua vez levou à maior especialização do trabalho,
num processo que desaguaria na sociedade moderna”. E esta cultura econômica
tendeu à normalidade para o humanismo graças aos romanos.
* * *
social para dar inicio ao que se pode chamar de principio da globalização cultural, no
sentido de tornar uma cultura comum ao globo. Através de diversas guerras não
humanitárias, o humanismo foi perdendo a já distante unidade, até o patamar atual.
irmãos Graco em 130 a.C.. Jamais, dessa forma, alcançar-se-ia uma unidade
humana: era fragmentada e voltada à luxuria das festas dos patrícios romanos – que
só aumentavam suas posses.
A ordem cristã dos beneditos, fundadas pelo monge Bento, espalhou esta
cultura emocional cristã, através da evangelização, a vários cantos da Europa.
Irlanda, Inglaterra, Gália e Germânia são alguns exemplos. Como não aceitavam
receber dinheiro por seus trabalhos de evangelização, a igreja cristã acumulava
poder, fundamentado principalmente na posse de terras.
Mas, ainda assim, não existia o elo para ligar a unidade humana.
Gombrich ressalta que a falta de comunicação entre povos vizinhos vazia com que
cada povo vivesse à parte de outro. Os habitantes simplesmente ignoravam o que
acontecia com seus vicinais, ou, se ouvia falar, era sempre vagamente. Assim,
muitos seres humanos, divididos em tribos, tornaram-se rivais. Diz o autor: “eram
raptos, vinganças e combates o tempo todo.”
tal qual os escravos. Eles pertenciam à terra, que pertencia a um senhor; se, por
algum motivo, o senhor deixasse essas terras, não poderia levá-los juntos ou vendê-
los: eles permaneciam no mesmo local. Entre os servos havia, ainda, distinções de
classes. Alguns trabalhavam todos os dias para o senhor, e eram denominados de
“servos de domínio”; outros possuíam pequenos lotes, de um hectare; e outros que
sequer possuíam lotes, denominados aldeões. Uma outra distinta classe surgia e
ganhava força e privilégios na sociedade feudal. Eram os “vilãos”, que gozavam de
privilégios pessoais e econômicos. Esta gleba da sociedade auxiliou muito a
economia global atual: foram eles quem começaram a pagar as taxas com dinheiros.
O senhor do feudo, no entanto, não era como um rei, pois tinha seus
poderes limitados. Diante de um servo, o senhor sempre tinha razão. Mas o senhor
maior dos feudos, deve-se lembrar, era o rei; o rei, por sua vez, arrendava as terras
a um duque; que arrendava para um conde; que arrendava para um senhor feudal;
que arrendava a um servo. Ao final, cada senhor respeitava os costumes impostos
pela hierarquia social, devendo certos direitos aos servos (como proteção militar) e
recebendo, também certos direitos, como os já mencionados. A terra era, por isso, a
única medida de valor existente. Dinheiro ou metal acumulado, pouco
representavam neste contexto da humanidade – fato marcante do período feudal.
Quanto mais vassalos possuía um senhor feudal, mais importante era seu feudo –
visto que este número estava diretamente associado ao efetivo militar que este
cederia ao rei em caso de guerra.
Mas que não se reste dúvida: a igreja era ainda mais poderosa que
qualquer rei. Oferecendo a salvação, por todo o período medieval, a entidade
acumulou muitas terras, frutos de suas promessas divinas, do dízimo e de doações,
por parte dos reis e de nobres. Neste período, Gombrich e Huberman são
consoantes quanto ao fato da entidade possuir, em média, um terço a metade de
todas as terras da Europa ocidental. Em posse das terras, as igrejas agiam
exatamente como os senhores feudais: arrendavam-nas.
Assim, buscando ainda mais poder, a igreja católica criou o mito das
guerras santas, visando propagar o cristianismo. Estas guerras tinham nome:
cruzadas, dadas as vestimentas de seus guerreiros, que estampavam
emblematicamente uma cruz como seu brasão. Com o avanço das cruzadas, mais o
dinheiro circulava e tornava-se capital: ao financiar as cruzadas, os nobres
arriscavam adquirir terras, provindas das vitórias contra os “hereges” (além de
adquirirem, de sobeja, um lugar no céu). A Ordem dos Templários foi o cume deste
período. Fundada no século XII, anos após a primeira cruzada ocidental, os
templários (cavaleiros que faziam votos de castidade e pobreza) acumularam tanta
riqueza que passaram a financiar suas próprias cruzadas – lembrando que, como
faziam voto de pobreza, não tinham o que fazer com a riqueza. Assim, por onde
passavam pregavam o evangelho e arrecadavam “guerreiros-santos” que, quando
voltavam das cruzadas, eram gratificados pelo rei com terras, e sendo perdoado dos
pecados. Muitos desses homens se instalaram em Paris, e passaram a utilizar a
riqueza para emprestar aos reis e aristocratas – sendo este o começo dos
banqueiros. Huberman menciona, inclusive, que nesse século o Mediterrâneo via
crescer novamente o comércio. As sociedades humanas encontravam em suas
necessidades uma linguagem comum que os fazia interagir. Ao contrário de hoje,
vale lembrar, o comércio não era contínuo. A começar pela demanda: o sistema
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feudal era autossustentável, exigindo que se comprasse muito pouca coisa. Além
disso, os sistemas de transporte não eram rápidos nem eficientes o suficiente para
manter uma circulação de produtos. Assim, a maioria das grandes cidades dispunha
de feiras semanais, como Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha e Itália – essas
sociedades, por isso, davam “um passo em prol do comércio estável e permanente”
(ibid.). A partir disso alguns empreendimentos passaram a manter-se o ano todo.
Deve-se lembrar, ainda assim, que as feiras mencionadas eram imensas, “e
negociavam mercadorias por atacado, que provinha de todos os pontos conhecidos
do mundo”(ibid.). Eram nessas feiras que os grandes comerciantes compravam e
vendiam mercadorias estrangeiras.
integração dos homens, havia-se criado uma metáfora social, a ser entendida e
estendida por todo globo. O dinheiro tornava-se, a partir destes banqueiros, a
metáfora humana; a condição humana.
Por isso, os comerciantes viram que, de fato, dinheiro pode gerar mais
dinheiro: ele é um capital. Pilagallo, por isso, explica que esse fundamento foi
decaindo com o passar dos anos. A principio, a igreja condenava os juros; depois,
passou simplesmente a cobrar os juros exorbitantes, acima de 12% ao ano. A
metáfora social ditou uma nova ordem social. As cidades agora possuíam um amplo
mercado, aberto cotidianamente. Com isso, “a economia natural do feudo auto-
suficiente do inicio da Idade Média se transformou em economia de dinheiro, de um
mundo de comércio em expansão”.
Talvez não tenha ficado tão explícito, por isso reforçar-se-á: o mercado e
suas práticas iam de encontro direto aos anseios dos senhores feudais. O
feudalismo não dispunha de leis internas para cada feudo: eles funcionavam de
acordo com os costumes herdados. Da mesma forma, um senhor feudal tinha
sempre razão diante de um servo; além de ser dono das terras e arrecadar impostos
com isso. Mas o mercado, do contrário, não podia aceitar certas luxúrias dos
senhores feudais. A terra não podia ter um dono vitalício, pois, assim, os
comerciantes nunca seriam totalmente donos de suas mercadorias, visto que tudo
ou quase tudo que era produzido provinha da terra; da mesma forma, a dinâmica
das cidades divergia muito da dos feudos, levando seus moradores a crerem que
novas leis deveriam ser implantadas. Aos poucos, os feudos perderam população,
prestígio, força e riqueza. Queriam, os comerciantes, por isso, “liberdade” de posse
e de direitos, fazendo com que os privilégios fossem, de fato, transferidos para a
cidade. Começava-se uma revolução silenciosa.
em si, mas, sim, sobre as promissórias. E graças a estes juros que a Europa teve
forças para, futuramente, bancar o renascimento.
restringida a uns poucos; outras profissões passaram a cobrar grandes soldos para
formar mestres; outras simplesmente não formavam.
Fez-se, na Europa, por isso (como se, de fato, isso fosse justificável!) o
tempo das Inquisições. Perturbados com a possibilidade de perder seu poder, já não
muito prestigiado, alguns monarcas europeus lançaram-se contra a burguesia
protestante ascendente. Queimavam hereges e livros em fogueiras. Os metais
americanos ajudavam a monarquia nas guerras santas: visto que os reis, àquela
época, eram chamados de representantes de Deus na terra. Chamava-se esta
cultura de Absolutismo. Surgido no decorrer do século XV e XVI, esta corrente
cultural dava a um monarca absoluto poder legal, político e religioso. Nestes
séculos, até meados do século XVII, os reis mandaram no mundo. E o fizeram com
muito apoio popular, visto que faziam guerras em nome de Deus e da fé católica.
Assim foi feito com os judeus, expulsos da Espanha – que, por sua vez, perdia
importantes e hábeis artesãos e capitais imprescindíveis.
atraso na sua futura indústria. De acordo, com Galeano, a Espanha impelia aqueles
que tentassem tornar-se empreendedores industriais: corria-se o risco de perder o
titulo de fidalguia. Ao cabo de 1700, o cenário era caótico: “Foi a época da desonra,
da fome e das epidemias. Era infinita a quantidade de mendigos espanhóis, mas
isso não impedia que os mendigos estrangeiros também afluíssem de todas as
regiões da Europa(...) Desemprego crônico, grandes latifúndios, moeda caótica,
guerras perdidas e tesouros vazios, autoridade central desconhecida nas
fronteiras...” (Galeano).
situação paupérrima: tanto para os residentes resistentes, quanto para seu solo,
improdutível. Galeano retrata bem a situação dessa pobreza: “Foi uma crise
definitiva. Prolonga-se, arrastando penosamente de século em século até nossos
dias”. Paradoxal tornou-se a situação desta região: por essência, alimentara o
mundo; hoje, reside na fome. Claro, ressalta-se, este alimento resumia-se à
plantação de cana. A maioria dos 120 engenhos que existiam em solo brasileiro
neste século importava alimento da Europa, bem como a maioria de seus artigos.
Sem desenvolver suas relações sociais internas, não é espantosa a afirmação do
uruguaio Galeano: “o nordeste brasileiro é, na atualidade, umas das regiões mais
subdesenvolvidas do hemisfério ocidental”.
brasileiros. Assim, tal qual aconteceu com a Espanha, Portugal nunca permanecia
com o ouro que extraia de solo brasileiro. As pedras eram encaminhadas quase que
instantaneamente para Londres, para custear o luxo e a extravagância daquela
nobreza portuguesa, que, aos poucos, enfraquecia-se. Conta Galeano que em 1755
Portugal não produzia nada, que os ingleses eram donos do comércio português e
que abasteciam dois terços de suas necessidades com o ouro provindo dessas
negociações. A Inglaterra utilizava este ouro para importar apenas aquilo que era
necessário; a maior parte era utilizada para o desenvolvimento industrial. Completa
Galeano: “segundo fontes britânicas, a entrada de ouro brasileiro alcançava 50 mil
libras por semana em alguns períodos. Sem esta tremenda acumulação de reservas
metálicas, a Inglaterra não teria podido enfrentar, posteriormente, Napoleão”.
Mas este foi um caso isolado. Os florins não se tornaram uma moeda
oficial do Brasil. A falta de metais preciosos na colônia fez com que em 1694 a
metrópole Portugal desse o aval para que a “Pátria Amada” abrisse a primeira Casa
da Moeda, na Bahia.
O passo para trás das Américas era a abolição do padrão papel moeda,
que estava em baixa devido ao furo dos continentais. Deve-se lembrar que a
Independência americana teve um auxílio Francês, que, aquela época, gastava
muita força em sua Revolução. Gastando suas finanças com a revolução e
isentando a Igreja dos tributos, a monarquia francesa foi enfraquecendo
rapidamente. Enquanto a América do Norte ainda se recuperava do trauma dos
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O fascínio humano pelo ouro, mais sua raridade, contribuíram para que
este metal, lembra Pilagallo, assumisse um papel fundamental na história monetária,
no século XX. Os seguintes traumas monetários, oriundos do papel-moeda,
insidiavam as economias mundiais a procurar novos sistemas, mais seguros e
estáveis. O padrão-ouro surge neste ímpeto, em ideias promovidas pelo economista
David Ricardo, na Inglaterra. Neste sistema, qualquer pessoa poderia trocar seu
papel-moeda por ouro. Na prática, isso significa que o lastro dos países seria o ouro,
sendo reduzida a emissão de moedas pela quantidade de ouro de que dispunha o
país. A prática foi adotada logo após as guerras napoleônicas, em 1821. O padrão
ouro viveu seu auge entre os anos 1870 e 1914, ano da Primeira Grande Guerra
Mundial. O jornalista Pilagallo conta que neste período “o ouro funcionava como
instrumento de coordenação da atividade econômica entre países”. Grande parte
desta revolução mundial, deve-se às minas de ouro localizadas nos EUA, em 1848,
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e no resto do mundo, como África do Sul e Austrália, que foram expropriadas para a
Europa, além das novas e mais eficazes tecnologias que, assim, acabaram fazendo
o padrão-ouro vingar. O padrão-ouro regulava os gastos públicos e a inflação, mas
limitava o crescimento, desenvolvimento e aprimoramento do comércio à quantidade
de ouro que se tinha em caixa. Além disso, com um lastro único, quando a crise
atingisse este lastro, desvalorizando-o, ter-se-ia uma crise mundial.
investidor quebrava perdia não só o que tinha, como o que não tinha, “provocando
falências em cascata”. O FED (Sistema de Reservas Federal dos EUA) foi o
culpado: não freou a ambição dos bancos, optou por deixá-los crescer
indefinidamente, cedendo dinheiro para que esses emprestassem a especuladores.
Na crise, quando os bancos enfrentavam a inadimplência e precisaram de dinheiro
emprestado, o FED não pôde fazer nada, pois já havia emprestado outrora – além
de que temia aumentar ainda mais a inflação.
Nazaré (2005) afirma que “Após o ano de 1979, com a segunda crise do
Petróleo daquela década e a política monetária dos Estados Unidos, que afetou
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Logo nas primeiras sete décadas do século XIX, com o Estado Liberal
burguês já instalado, o mundo via-se num período de crises sociais e políticas, e,
ainda assim, em pleno desenvolvimento industrial. A economia avançava para
modelos produtivos industriais, concentrando mão-de-obra, ampliando os mercados,
reproduzindo os lucros e incorporando o maquinário moderno ao processo produtivo.
De qualquer forma, neste século o capitalismo estava em fase de mutação, tomando
como pilares ao seu desenvolvimento o Imperialismo. Alguns estudiosos afirmam
que esta corrente teve inicio em 1870, na Inglaterra vitoriana, mas foi
sistematicamente estudada apenas no final do século XIX. Seus efeitos foram
sentidos desde sua gênese à deflagração da Primeira Grande Guerra (1914) com “a
repartição quase completa da África entre os Estados Europeus e a ocupação (em
que participou também o Japão e, em medida mais restrita, os Estados Unidos) de
vastos territórios da Ásia ou sua subordinação à influência européia (China, Pérsia,
Império Otomano)”.
afirma que “o estilo de vida norte-americano tornou-se a luz que direcionaria para o
desenvolvimento do Terceiro Mundo”. Ao assumirem esta postura, os países ditos
Subdesenvolvidos proclamavam-se candidatos ao crescimento econômico,
assumindo um desenvolvimento “mimético, negando suas especificidades culturais”
e, por isso, viu-se “o aniquilamento das sociedades indígenas na América Latina”.
Ao aceitarem o conceito de subdesenvolvidos, ou seja, a desenvolver-se, abriram as
fronteiras para as multinacionais, empresas especulativas - que buscam apenas
otimizar lucros, baixando os custos de produção. Destarte, o mercado passou a
fundamentar o desenvolvimento desses países. Conseguintemente, este se deu de
forma dependente (pois as tecnologias continuaram com os desenvolvidos) e
desarticulada (já que as multinacionais não respeitavam as necessidades do país e
sim as leis de mercado).
7 Pedagogia Libertária.
Freire (1996) alertava que “do ponto de vista dos interesses dominantes,
não há dúvida de que a educação deve ser uma prática imobilizadora e ocultadora
de verdades”. Imobilizadora, pois, com seus “ares de pós-modernidade” dissemina
sua cultura de apatia e comodismo às mazelas sociais, tornando estas banais e
inevitáveis; e ocultadora, dado que a educação é “uma forma de intervenção no
mundo” e, portanto, bem ou mal ensinados/aprendidos os conteúdos, esta pratica
permite tanto a reprodução da ideologia da elite dominante quanto seu
desmascaramento – frisa-se, aqui, que como outros autores já citados neste
trabalho, que este autor refere-se à ideologia neoliberal quando cita “elite
dominante”. Por fim, indaga-se: “Porque não discutir com os alunos a realidade
concreta a que se deva associar a disciplina cujo conteúdo se ensina, a realidade
agressiva em que a violência é a constante e a convivência das pessoas é muito
maior com a morte do que com a vida?”.
P á g i n a | 79
Lima (1999), por fim, define bem as condições culturais que adentraram
no Brasil desde a “descoberta”:
“Há 494 anos o Brasil vem sendo dirigido por uma elite
conservadora de privilégios, concentradora de renda, poder e
riqueza, egoísta e exploradora dos fracos e oprimidos. Foi assim no
Brasil-colônia; continuou no Brasil-império; e não tem sido diferente
no Brasil republicano. A mentalidade não mudou nestes quase
cinco séculos de dominação”
Na verdade Cunha afirma que foi já neste momento que se deu origem o
Estado Nacional no Brasil, pois, com a volta de João VI a Portugal em 1820, seu
filho proclamou, em 1822, a independência – “antes que algum aventureiro o
fizesse” – já munido de um aparelho de Estado trazido e deixado pelos 36 navios de
seu pai 14 anos antes.
explicar coisas mais práticas e presentes na vida do homem, como no caso das leis,
das relações sociais e da ética.
Foi durante esse período que surgiram as escolas superiores livres, isto é,
não dependentes do Estado, empreendidas por particulares. Seu grande
crescimento facilitou na época o ingresso no ensino superior. “Esse fenômeno foi
produto de determinações técnico-econômicas, como a necessidade de aumentar o
suprimento da força de trabalho dotada de alta escolaridade.”(Cunha,2007)
Carvalho Jr. afirma que as “pessoas, ao longo de sua vida escolar, terão
aprendido apenas os valores da sociedade de consumo”. Continua-se a explanação
com Gadotti (2009), que afirma que “O conhecimento tem presença garantida em
qualquer projeção que se faça do futuro. Por isso há um consenso de que o
desenvolvimento de um país está condicionado à qualidade da sua educação”. A
cultura elaborada da Pedagogia Liberal é transmitida ao educando graças à retórica
utilizada pelo educador. A título de explicação cita-se a etimologia da palavra
retórica: Do grego rhetor = orador numa assembléia. Ou seja: um ator que precisa
prender a atenção de um público, “informá-lo, instruí-lo e principalmente persuadi-lo
das teses ou dos pontos de vista que o orador pretende transmitir” (Vide Pequena
Enciclopédia de Moral e Civismo). Persuadir, por sua vez, deriva da palavra latina
persuadeo: levar a crer, induzir, convencer, aconselhar. Ao contrário da imposição, a
persuasão levanta uma série de provas a fim de se convencer outrem de uma
verdade subjetiva. Os livros didáticos lembra Citelli (2007), desde a infância tendem
a moldar os bons hábitos, os valores da sociedade, enfim, “o corpo de preceitos
ditados como expressivos e determinantes para a vida futura do educando” – são
textos de “forja, de artesanato da alma, da inculcação dos modelos que os
discursos dominantes apontam como bons” (grifo dos autores).
Nos anos 80, o desencadear das discussões que possibilitaram uma nova
Constituição foram impulsionadores de uma agitação intelectual, pois se reconheceu
a universidade pela sua condição de aliar ensino, pesquisa e extensão.
citado por Carvalho Jr, que estipulava que a educação ambiental deveria ser “uma
dimensão dada ao conteúdo e à pratica da educação, orientada para a resolução de
problemas concretos do meio ambiente por via de enfoques interdisciplinares, e de
uma participação ativa e responsável de cada individuo e da coletividade”.
um projeto inovador e emancipatório. Para tal, toma como princípio a reflexão acerca
da realidade concreta do lugar, como fonte primeira, para, em diálogo com o
conhecimento sistematizado, possa tecer uma organização curricular e desenvolver
projetos que devem partir dos alunos e envolver os professores e a comunidade.
“Mandei plantar
Folhas de sonho no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes procurar, procurar
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer.”
Panis Et Circenses – Os Mutantes
Uma das consequências desta sala fazer parte de uma unidade maior na
sociedade, uma universidade, era a de ter que possuir um formato adequado às
normas desta. Portanto, ou a sala definia seu formato de aprendizado de acordo
com as normas universitárias ou as mesmas mudavam para incluir um novo formato
de aprendizado, mais aberto e dinâmico. Pela dificuldade de flexibilizar o que é
considerado, em nossa cultura, como normal para uma universidade, que por sua
vez obedece outras normas, a saída foi adaptar o novo formato à esta tradição e
tentar ao mesmo tempo preservar a faculdade de perceber os temas conectados à
uma compreensão coletiva que o novo formato promovia.
seleção dos professores, o que contribuiu para amenizar uma série de conflitos que
1
surgiriam. Sutilmente, como forma de adaptar a “ciência objetiva” à breve
experiência em uma “faculdade de percepções”, alguns professores, por exemplo,
exigiram como um primeiro instrumento de avaliação: relatórios de percepção sobre
as atividades realizadas. O que demonstrou no mínimo um respeito ao grupo que
estava acostumando-se apenas às percepções, mas que, inevitavelmente, também
fez surgir com estes relatórios as primeiras influências da herança deixada pelas
“ciências objetivas”: as primeiras obrigações, os primeiros prazos e alguns
rascunhos com os primeiros critérios de avaliação.
O atual formato das ICH, não passa de uma nova forma de adaptação da
ciência objetiva para o humanismo, que continua retirando o sentido vital presente
no aprendizado e torna o conjunto de Humanidades em algo que não amplia e nem
mesmo confere autovisão aos estudantes, de modo que os mesmos possam
aprender com a conduta geral. Se os alunos sentissem-se inclusos no aprendizado,
enxergariam a humanidade como também se vêm individualmente, sujeito de um
todo, corresponsável pelo que ocorre no mundo. No entanto este Humanismo copia
cegamente o modelo básico das ciências, centrado no objeto, em vez de constituir-
se como “ciência do sujeito”, do “ser”. Uma prova disso são as oficinas ofertadas
pelos professores do curso de artes nas Interações Culturais e Humanísticas,
frequentada massivamente pelos alunos do curso de artes; as ICH ofertadas pelos
professores da área de meio ambiente, frequentadas pelos alunos dos cursos de
Agroecologia e Gestão Ambiental; as de Saúde para os alunos da área de Saúde; e
assim sucessivamente. Basicamente as ICH tornaram-se um espaço de interação
entre veteranos e calouros centrados em seus objetos, seus cursos. É como bater
água pura no liquidificador: não muda nada, só se gasta tempo e energia. A parte ou
espaço para que interações aconteçam existe, mas as mesmas foram formatadas
em mais partes, temas com normas e cargas horárias. Assim, a técnica volta a ser
usada como definidora da formação e não apenas como suporte para a percepção
da totalidade, e o que é pior: a carga horária se torna o indicador do grau de
humanidade do sujeito e este, ávido por horas, vai atrás de carga horária como
quem persegue uma meta. Enfim, aliena-se atrás das horas.
estrutura que resultou desse processo não é única nem inevitável. Muitas outras
formas de dinheiro existiram, existem e existirão”.
Para embasar esta etapa do trabalho, foi utilizado o livro “Onde está o
dinheiro?”, que é uma coletânea de textos de diversos autores. Neste livro, além da
retrospectiva histórica sobre o dinheiro, tal qual foi descrita neste trabalho (com a
ressalva que, aqui, muitos outros autores foram utilizados), o livro apresenta uma
série de causos e teorias econômicas que têm outros valores que não os do
neoliberalismo. Estas varias teorias apresentam-se como vários fragmentos que
quando unidas formam um mosaico, que é a Economia Solidária. Para praticar esta
economia, o MoMoMo afirma que basta escolher os fragmentos que melhor se
adaptam à realidade local, e criar e recriar teorias, técnicas e sistemas econômicos -
Assim, busca-se fugir do atual paradigma. Como dito pelo Professor de economia e
Mestre em Sociologia Aécio Alves, da Universidade Federal do Ceará, em entrevista
autorizada, realizada e registrada áudio-visualmente no dia 20 de maio de 2010: “É a
arte de estar fora, estando dentro”. Pois, dada a extensão, sabe-se que, como dito
pelo professor, o sistema capitalista vigente compele os cidadãos de maneira sutil a
aceitar suas normas. Ainda que ninguém seja obrigado a trabalhar, se não o fizer
não fará parte da sociedade; se não pagar contas não fará parte da sociedade – se
os fizer, colaborará com a propagação do paradigma. Este é um dilema
aparentemente paradoxal, mas que, dado os fatos históricos, tende a mudar. A
prova disso será demonstrada neste e no próximo capítulo, onde se demonstrará
que, de fato, outra economia já acontece, longe dos olhos neoliberais.
Não ter dinheiro é sinônimo de não ter relações sociais, nas culturas
capitalistas. Isto além de estagnar o desenvolvimento social, desperdiça
capacidades. Deve-se lembrar que o neoliberalismo mantém uma faixa da
população propositalmente desempregada, simplesmente ignorando as
potencialidades dessa massa. Isso faz-se, deve-se lembrar, para aumentar o lucro
privado (visto que a instancia privada é quem controla o mercado no mundo
neoliberal). Os cortes públicos com gastos sociais e as ações para beneficiar o setor
privado, no entanto, não são gratuitas: os governos acabam tendo que lançar
pacotes financeiros para auxiliar na vida desta população que não participa da
sociedade capitalista. No Brasil, apenas para citar alguns, existem vários programas
P á g i n a | 112
2
O crédito, como conceito, é um tipo de transação comercial em que um gasto, seja em investimento
ou consumo, é facilitado de imediato, enquanto o pagamento acontece depois de um determinado
tempo. Os fatores mais relevantes dessa transação são a confiança e o tempo a decorrer entre a
aquisição e a liquidação da dívida. (MoMoMo)
P á g i n a | 113
“desenvolver” o país. Emprestam, de acordo com o autor, para que sejam feitas
hidroelétricas, estradas, estações de tratamento de água e uma infinidade de outras
coisas – o assassino econômico, função que Perkins exerceu por um tempo, tinha a
missão, além das já citadas, de sobre-avaliar as obras, aumentando a margem de
lucro das empresas. A denuncia que o autor faz é corroborada com o que denuncia
o MoMoMo: “hoje os pagamentos de juros estão escravizando populações e nações,
levando à exploração contínua de recursos naturais e humanos”. O Movimento ainda
alerta: “O fato de os países pobres estarem condenados eternamente a pagarem
juros intermináveis sobre dívidas velhas, obriga-os a competirem no mercado
mundial para obterem os dólares necessários para pagar estes juros. Desta forma
os juros são um método excelente dos países ricos de ficar com os excedentes dos
países pobres”. A retrospectiva que faz o MoMoMo demonstra bem isso: em 1980 a
dívida externa de todos os países do Terceiro Mundo era de 603 bilhões de dólares;
16 anos depois de implantado o neoliberalismo essa dívida externa dos países
pobres aumentou para 2 trilhões e 100 bilhões (em 1996). Curiosamente, o
investimento estrangeiro nesses mesmos países passou de 108 bilhões de dólares
em 1980 para 238 bilhões em 1996. O pagamento da dívida pública externa do
Terceiro Mundo representa uma despesa de aproximadamente 200 a 250 bilhões de
dólares.
simplesmente crescer, o que significa que se isso não acontecer, a economia está
em crise. Esta economia, portanto, jamais será estável. Isso porque, como disse o
MoMoMo, Uma economia baseada em juros tem só essas duas opções: crescimento
ou crise. E pior: “Numa crise prolongada, as perdidas não são só econômicas, mas
também a destruição, ou não-desenvolvimento, das estruturas sociais e de certos
aspetos da consciência humana. Esta é a atual situação da maioria das pessoas que
vivem nos países subdesenvolvidos no hemisfério Sul”. Enquanto cresce, cresce
com que lastro? A garantia que se dá ao valor deste crédito é a própria capacidade
de trabalho do homem.
leis e incentivos fiscais, o país instalou nada mais nada menos que 3600 Bancos
Comunitários, dando ao povo a autonomia sobre suas finanças. O dinheiro deve ser
revisto como mero instrumento cultural de inter-relação. Ele é o meio da
sociabilização, e não o fim. Sem este instrumento, sem desenvolvimento.
Justificativa.
não existe uma lei específica sobre o assunto; em um mundo neoliberal. Do mosaico
da economia solidária, foram escolhidas as ferramentas que poderiam ser
desenvolvidas em Matinhos, a fim de:
Circulante Local;
Logística Reversa;
Juros Invertidos;
Ecodesenvolvimento.
Pedagogia Libertadora
Economia Solidária
– a rede FIDES, lembra-se, não trabalha, por ora, com questões monetárias
lastreadas em reais. A vantagem deve aparecer de outra maneira. Se o aluno puder
Interagir com sua Cultura acadêmica e Humana diretamente com os moradores da
cidade extra-universidade, então estará ensinando parte de seus conhecimentos
à base de Matinhos: parte da cultura que aquele aluno aprendeu na
universidade, ficará na cidade. Indiferente à quantidade, ganha-se em qualidade.
Portanto, visando a qualidade da educação (processo que permeia todas as fases
da vida, não limitado às regências universitárias, que acontece espontaneamente
durante as interações humanas e que se herda de maneira concomitante), pode-se
incentivar que se aplique este conhecimento em Matinhos, simplesmente
dando uma vantagem quanto a carga horária. Não se trata de diminuí-la,
simplesmente. Explica-se: o aluno poderia aplicar uma oficina com um número
mínimo de participantes da comunidade matinhense e acadêmica, e estas horas
poderiam ser contabilizadas como horas curriculares da fase Propor e Agir. Como
esta oficina demanda tempo para ser feita, o aluno teria desconto nas horas
curriculares. Assim, ao invés de fazer 200 horas nesta ultima fase, o aluno
prestaria 170 horas de oficinas à comunidade – pois, das 200 horas, 30 o aluno
utilizaria para preparar o material.
progresso humano, que sempre ofertará circulantes local: trata-se do FECOL (ver
item).
Circulante Local
Uma moeda que não visa acumular poder, dividir pessoas, eliminar
alguém. Uma moeda que finde simplesmente pacificar, disseminar. Assim é definida
a etimologia da palavra latina Paco: pacificar, vencer, domar, cultivar, fertilizar – e
estes são os princípios deste circulante local, a funcionar na rede FIDES. Os Pacos
tem como única função servir intermédio de troca cultural. Como os participantes
estão dentro de uma rede, este símbolo só tem valor inserido nela. E como dentro
da rede operam as lógicas da rede, comercializa-se apenas aquilo que se quer
comercializar.
usuários externos, onde moram e quantos anos têm – e tem a certeza de que estes
participaram de alguma maneira da rotina da Universidade, que não só no vinculo
utilitarista. Para conseguir os Pacos, a comunidade deve:
Logística Reversa
Juros Invertido
É interessante que este espaço seja livre para que ajam apresentações
culturais locais, bem como participantes convidados (tanto da comunidade interna
quanto da comunidade interna). O ideal é que siga os moldes do FECOL de
Fortaleza e, assim, se mantenha on-line um site contendo as atas de cada reunião.
Após um determinado numero de reuniões, com os temas propostos já discutidos (o
ideal é que as pautas para cada reunião surjam dos participantes), o ideal seria a
elaboração de uma carta síntese, sobre as conclusões e possibilidades do município
– elaborada, claro, participativamente. Esta documento poderia ser entregue para a
Prefeitura. O ideal, no entanto, seria que a prefeitura viesse até a comunidade e a
Universidade, participando e sanando as duvidas da comunidade acadêmica e
matinhense acerca a condição socioeconômica do município.
Ecodesenvolvimento
digna de ser vivida, “de acordo com o grau de satisfação da população, e dotada de
um senso de limite em relação à utilização dos recursos naturais”. Conclui de
maneira arrebatadora Salamoni: “Não resta duvidas de que mudanças na
produção e consumo, tomadas no sentido mais amplo, englobando, pois, sistemas
produtivos, tipos de tecnologias, mercado e modos de vida, levam a profundas
mudanças das estruturas socioeconômicas e político-institucionais”.
Pedagogia Libertadora
Suas falas complementam o que já foi dito antes, aqui, nestes escritos. A
educação deve permear em todas as fases da vida, em todos os momentos em que
há o inter-relacionamento humano – acontece, pois, neste momentos, fenômeno da
endoculturação. Mas no atual processo, a educação é sujeitada ao mercado: torna-
se mais uma ferramenta da ideologia neoliberal. Quando incorporados pelo mercado
neoliberal, a máxima automaticamente se destoa: colabora-se para a centralização
de renda e os desertos monetários. Se, por ventura, a cidade de Matinhos
amanhecesse sem a UFPR Litoral, o que restaria a ela? É preciso que a cidade se
aproprie do conhecimento que é produzido dentro da academia, para que, assim,
Matinhos seja autônoma no conhecimento, produzindo, inovando e recriando
tecnologias que podem nascer no âmago de uma entidade de ensino e pesquisa. “É
preciso”, dizia o educador, “sobretudo, que o educando vá assumindo o papel de
sujeito da produção de sua inteligência do mundo e não apenas o de recebedor da
que lhe seja transferida pelo professor”. Deve-se colaborar para transformar os
cidadãos matinhenses em atores de seu próprio desenvolvimento.
09/05/2010 DESCANSO
14/05/2010 ENTREVISTA
16/05/2010 DESCANSO
17/05/2010 ENTREVISTA
18/05/2010 ENTREVISTA
19/05/2010 ENTREVISTA
23/05/2010 DESCANSO
25/05/2010 Retorno
e Esclarecido, assinado por estes (em anexo). Neste vídeo, buscamos retratar a
história do Conjunto Palmeira, do Banco Palmas, da introdução e do funcionamento
da economia solidária no Bairro.
energia elétrica, escola ou outro serviço público. Surgia, assim, o bairro denominado
de Conjunto Palmeira.
Banco do Brasil. sem apoio dos bancos públicos ou privados, atualmente o Palmas
sobrevive graças à doações de ONGs internacionais, do Governo do Estado do
Ceará e do contrato com o Banco Popular do Brasil – além da troca direta de reais
por palmas.
Como só possuíamos a teoria, tínhamos a visão limitada aos textos. A vivência nos
ampliou a perspectiva...
Corpo Corpo
discente docente
seja incomensurável. Os nós desta primeira rede são os atores da UFPR: corpo
docente e discente. Estes atores, portanto, são os transmissores da cultura
desenvolvida pela UFPR. Esta rede é importantíssima, pois, de acordo com
Marteleto, é o capital social de ligação que dá confiança e comprometimento a uma
rede. Para fazer a ligação entre outra rede, a da sociedade matinhense, o FAS3
utiliza os pacos, criando uma rede maior, assim demonstrada:
O vinculo será feito, como dito, pelo paco. Como serve de ponte entre
estas redes, o Paco pode ser definido como um capital “social de ponte”,
propriamente dito. Dessa forma a rede acadêmica amplia e cria ligações “com outras
comunidades semelhantes e assim amplia o alcance de suas ações”. Marteleto
chama este capital social também de bridging social capital. Este capital é essencial
para a ampliação das fontes de informação e conhecimento. Os nós desta nova rede
a ser incorporada à primeira, são os agentes externos à sociedade acadêmica que
se interessem por algum benefício da rede.
Uma vez que a FAS3 tiver obtido informações sobre um grupo, ela pode
passá-las para outros grupos, a fim de ajudá-los a criar elos mais consistentes. Isso
não caracteriza a Fundação como ator principal na concretização dos objetivos; em
vez disso, os grupos devem elaborar em conjunto com a FAS3 formas de promover
os objetivos da rede, usando para isso o conhecimento que terão sobre o território
em comum.
P á g i n a | 161
Banco FIDES
Benefícios
Participação
Considerações
4.3 Conclusão
O dinheiro é uma metáfora humana, uma ferramenta cultural. Por ter essa
característica, tal qual a cultura o dinheiro repudia padrões desviantes. Ele funciona
como elo entre as diferentes sociedades humanas. Cada qual unida sobre seus
valores e princípios, com seus mecanismos de comunicação. As sociedades
neoliberais utilizam o dinheiro não como um meio de comunicação, mas como o fim
do desenvolvimento. Assim, todo o dinheiro tende a “correr” para uma sociedade
humana abastada, que aumenta os lucros deste sistema. Se lucra mais, o sistema
se diz crescente, em ascensão. Porém, como prevê um desenvolvimento humano
quantitativo, não percebe ou ignora os malefícios sociais e ambientais desta
ideologia, apontados durante este trabalho. A humanidade propaga, assim, uma
cultura que a fragmenta e a destrói. Privar seres humanos de possuir dinheiro, é
impedir que aja envolvimento humano; sem envolvimento, não há desenvolvimento.
Uma rede que finde apenas instruir atitudes individuais e contribuir para
um bem maior, que é o progresso de todos os humanos, não pode se embasar nas
lógicas da ideologia neoliberal. Por ser uma ferramenta cultural já valorada, o
dinheiro a circular dentro desta rede não pode ter os mesmos valores do dinheiro
neoliberal, centrados na lógica capitalista da mais-valia. O dinheiro serve
simplesmente para pacificar as pessoas e disseminar a informação, através das
relações humanas: por isso chama-se Paco, na Rede FIDES. Nesta rede, a
finalidade maior é acumular capital social para cidade de Matinhos, auxiliando-a em
sua autonomia político-financeira. Para isso, criar-se-ia um banco de conhecimentos.
alunos não pode, portanto, ser o mesmo que conformar alunos. Devem ser críticos
de sua própria realidade, a fim de poderem mudá-la. Sem as informações e a
organização necessárias, no entanto, isso não é possível.
Teremos Tudo
teremos tudo.
Com muito prazer presentearemos
E seremos presenteados.
Não haverá violência
Nessa vivência
Convivência humanitária
Justa e fraterna.
Ninguém manda, ninguém impera
Na água, no ar, na terra
Não faremos guerra.
Compartilharemos com a natureza
Ampliaremos sua beleza,
Produzindo e consumindo
Somente o que é bem-vindo.
Quando todos nós entendermos
que de nada somos donos
teremos tudo.
Reginaldo Figueiredo
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