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ACESSOS TEMPORÁRIOS
DE MADEIRA
II
~~ MINISTÉRIO
11'1 DO TRABALHO
~+FUNDACENTRO
fUNOACAO.KlfKiE OUL"1tAl FIGUEIftEOO
DE SEGURANÇA [MfDICINA 00 TRAULHO SSMT SECRETARIA DE SEGURANÇA
E MEDICINA DO TRABALHO
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ACESSOS TEMPORÁRIOS
DE MADEIRA
ACESSOS TEMPORÁRIOS
DE MADEIRA
Supervisão:
CARLOS DE TOLEDO SANJAR
Gerente da Divisão de Segurança
do Trabalho da FUNDACENTRO
AUTORES:
DEOGLEDES MONTICUCO
Coordenador das Atividades de Engenharia
de Segurança do Trabalho na Engenharia
Civil da FUNDACENTRO
MAURO KOPELOWICZ
Estagiário da Divisão de Segurança
do Trabalho da FUNDACENTRO
eO-AUTORA:
ANGELA MARIA BEGHELLI CARACIK
SÃO PAULO
1990
c:::::
SÉRIE ENGENHARIA CIVIL N~2
Catalogação na fonte: SDB/FUNDACENTRO
FUNDACENTRO
Rua Capote Valente, 710 - CEP 05409
São Paulo, SP - Brasil
Caixa Postal 30291
Tiragem: 6.500 exemplares
3 RAMPAS 27
3.1 Condições de construção 27
4 PASSARELA 31
4.1 Condições de construção 31
5 BIBLIOGRAFIA 36
A FUNDACENTRO, visando melhorar as condicões de
Segurança no Trabalho, elaborou por meio de sua Equipe
Técnica este livreto, que faz parte do Programa de Preven-
ção de Acidentes na Engenharia Civil.
Este livreto, intitulado11Acessos Temporários de Ma-
deira", tem por objetivo apresentar os procedimentos se-
guros referentes à construção, manutenção e utilização dos
acessos, e está dirigido aos empresários, engenheiros e
mestres de obras ligados à Engenharia Civil.
Com a finalidade de facilitar ao leitor a consulta a itens
de seu interesse, as informações específicas foram agru-
padas em quatro assuntos, que são:
1 Escadas de uso individual
2 Escadas de uso coletivo
3 Rampas
4 Passarelas
RECOMENDAÇÕES GERAIS
As recomendações a seguir se aplicam aos quatro ti-
pos de acessos temporários mais utilizados em obras de
engenharia civil: escada de uso individual, escada de uso
coletivo, rampa e passarela.
1) - Na construção de acessos temporários de madeira ob-
serva-se um cuidado especial com a madeira a ser utiliza- .
da, que deverá ser de boa qualidade, sem apresentar nós,
rachaduras e estar completamente seca.
2) - Para a conservação de escadas, rampas e passarelas
recomenda-se, de preferência, aplicar duas demãos de ver-
niz claro ou óleo de linhaça quente. Evita-se a pintura com
tinta, pois esta poderá encobrir os nós, as rachaduras e
os eventuais defeitos da madeira.
3) - A fim de manter os acessos em condições seguras de
utilização, torna-se necessária a realização de inspeções
periódicas, recomendando-se o intervalo de uma semana
entre as inspeções, no caso de uso constante dos acessos.
4) - Recomenda-se evitar a utilização de acessos tempo-
rários de madeira, quando os sapatos estiverem sujos de
graxa, lama ou qualquer material escorregadio.
1 ESCADAS DE USO INDIVIDUAL
Dos acessos temporários de madeira, a escada de uso
individual e
a que acarreta à maior número de acidentes
ao trabalhador, não só pela freqüência de seu emprego co-
mo também por a maioria das escadas ser construída e
utilizada de forma inadequada.
É utilizada quando um grupo de até 20 operários neces
sita vencer um desnível.
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:
"
.
\ 1:\
CAVILHADE ENCAIXE_
(3,5 x 2.5 em)
1:\
"
2 PREGOS,1Sx27 ,.
:1' MINIMO' 25 em
MÁXIMO30 em
} IDEAL 28 em
c"~ I
. MINIMO:45 em
I.MÁXIMO: 55' .
1
Quanto às dimensões das peças que compõem a es-
cada, recomenda-se:
- Espaçamento entre os montantes - mínimo: 45 cm
máximo: 55 cm
- Espaçamento "constante" entre
os degraus mínimo: 25cm
máximo: 30 cm
ideal: 28 cm
Espessura do montante: 3,5 x 10,0 cm
Espessura da travessa: 2,5 x 7,0 cm
Espessura da cavilha de encaixe: 3,5 x 2,5 cm
- Comprimento máximo da escada: 500 cm ou 5 m
-Quando não se atende a essas especificações, a es-
cada pode fletir e ou causar um acidente de trabalho.
2
A escada de uso individual, quando construída corre-
tamente, apresenta as seguintes características:
tipos de travessas iguais;
- espaçamento uniforme entre as travessas;
montantes iguais;
emendas adequadas;
não apresenta nós e rachaduras.
3
A figura abaixo ilustra uma escada que apresenta irre-
gularidades na sua construção.
rr-----.-l- MONTANTES
ESPAÇAMENTOS -..;:------'
+--- EMENDAS
TRAVESSAS-~--_
4
Sugere-se que o afastamento dos pontos inferiores de
apoio dos montantes em relação à vertical dos pontos su-
periores de apoio dos montantes seja aproximadamente
igual a A/4, sendo" A" a distância entre os pontos infe-
riores e superiores de apoio dos montantes .
. ..J
5
Um risco muito grande se corre ao utilizar uma esca-
da que não está fixada no piso. Há várias soluções possí-
veis de se obter a fixação:
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----
~::r-
6
- crava-se um piquete no solo, ao qual será amarra-
da a escada, por meio de cordas;
7
- a escada é previamente assentada em uma tábua,
que tem por finalidade regularizar a superfície de contato
entre o solo e a escada, impedindo que esta afunde no ter-
reno; a seguir, crava-se um piquete no solo e fixa-se a es-
cada através de ripas de madeira ou cordas;
8
- cravam-se dois piquetes no solo, que travarão a es-
cada com o auxílio de um conjunto de tábuas e pregos;
9
- cravam-se dois piquetes no solo e a estes se fixam,
por pregos, ripas de madeira paralelas, às quais se pren-
dem os montantes da escada.
10
permita que a escada se movimente, acarretando um aci-
dente ao operário.
----
~
...
11
Para assegurar uma completa proteção ao trabalhador
que utiliza a escada, além da fixação ao solo, recomenda-
se a amarração da parte superior da escada, por exemplo,
por meio de corrente ou corda ligada a um chumbador pre-
viamente instalado no piso superior.
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12
Grande risco de acidentes corre o operário que neces-
sita se posicionar acima da penúltima travessa de uma es-
cada, ou realizar algum serviço fora do alcance de utiliza-
ção da escada, pois seu equilíbrio fica seriamente compro-
metido.
Nesse caso, a segurança do trabalhador poderá ser ob-
tida pelo emprego de uma torre de madeira ou de estrutu-
ra metálica. .
13
Não basta que a escada esteja construída e fixada cor-
retamente para que o trabalhador não se acidente.. É pre-
ciso que ele observe alguns cuidados ao subir ou descer
a escada. Dessa forma:
- para descer uma escada de uso individual, o ope-
rário deve estar, sempre, de frente para a escada;
14
- quando for necessário transportar ferramentas ou
materiais, recomenda-se colocá-Ios em sacolas ou caixas
apropriadas, evitando que caiam e possibilitando ao ope-
rário ficar com uma das mãos livres para segurar no mon-
tante da escada;
- recomenda-se evitar o transporte, na escada, de car-
gas com peso superior a 20 kg ou volume excessivo que
dificulte sua colocação segura sobre os ombros, com o in-
tuito de não acarretar um esforço excessivo ao operário
e de não ultrapassar o limite de resistência dos degraus;
15
- somente um operário de cada vez deve utilizar a es-
cada para subir ou descer. No caso de dois trabalhadores
precisarem utilizar o acesso, um deles deve aguardar;
16
~ o operário deve verificar se o comprimento da es-
cada está compatível com o desnível a ser vencido. A es-
cada não deve ser nem curta e nem comprida demais, sen-
do recomendável manter um prolongamento máximo de
1,00 m acima do piso superior.
17
Para maior facilidade de transporte e melhor distribui-
ção de peso, recomenda-se que a escada seja transporta-
da por duas pessoas, tomando-se o cuidado de manter a
frente da escada mais elevada, para evitar choques con-
tra outros operários.
18
Em serviços relativamente prolongados, que determi-
nam a permanência da escada de uso individual em um
mesmo local por vários dias, é aconselhável a instalação
de um corrimão do lado direito da mesma.
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19
No caso de haver necessidade de se atingir desnível
superior a 4,00 m, sugere-se a construção de uma torre
de madeira ou de estrutura metálica com uma plataforma
intermediária, na qual será fixada a escada.
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ATÉS:;OJ\-m
ATE 5.00 m
20
Para a construção da plataforma de acesso, que pode
ser de madeira ou de estrutura metálica, aconselha-se ado-
tar as sequintes dimensões mínimas;
da plataforma: 50 x 80 cm
do guarda-corpo: 90 a 110 cm
do rodapé: 20 cm
21
2 ESCADAS DE USO COLETIVO
As escadas de uso coletivo normalmente são utiliza-
das quando mais de 20 operários estiverem realizando um
trabalho de longa duração, cujo desnível a ser vencido ne-
cessite do emprego de um acesso temporário de madeira.
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0.80 m - até 45 pessoas
22
Visando à proteção dos operários contra quedas, a es-
cada de uso coletivo deve ser-provida de um corrimão, cuja
altura mínima é de 90 cm em relação ao degrau, e de um
rodapé com altura mínima de 20 cm.
23
A escada de uso coletivo sem patamar somente é reco-
mendada quando o desnível a ser transposto for inferior a
2,90 m. No caso de haver mudança de direção da escada
ou necessidade de ultrapassar uma altura superior a 2,90 m,
sugere-se a utilização de patamar intermediário, com a mes-
ma largura da escada e comprimento mínimo igual à largura.
24
Na construção de uma escada, o ângulo de inclinação
adotado vai determinar as dimensões do degrau.
Normalmente, são usados os ângulos de 24 o, 30 o ou
38 o, para os quais as medidas do piso (ou cobertor) do
degrau e da altura (ou espelho) do degrau são:
24 o piso 23 em
altura 20 em
30 o piso 29 em
altura 17 em
38 0
piso 33 em.
altura 15 em
2h+b=63cm
b = cobertor
(piso do
degrau)
I~ ·1
h/b
h~....,hI
(altura
degrau)
do
25
Para ângulos de valores diferentes destes acima, e
compreendidos entre 24 o e 38 o , utiliza-se a seguinte fór-
mula para se obter as dimensões do degrau:
2h + b = 63 cm
onde:
h é <opiso (ou cobertor) do degrau
b é a altura (ou espelho) do degrau
63 cm é o comprimento aproximado do passo normal
de um adulto, em terreno horizontal
Ii ==~~~~==
26
3 RAMPAS
Na realização de serviços de engenharia civil, em rnur-
tas ocasiões há necessidade de se transpor uma vala ou
vão, cujas margens estão em desnível. Para tanto, opta-
se pela rampa, como acesso temporário de madeira.
27
As rampas devem ser providas de corrimão a 90 cm
do piso, com a finalidade de proteger os operários contra
quedas, e de rodapé de 20 cm de altura, para evitar a queda
de algum objeto da rampa.
Há necessidade de fixar bem a rampa no piso inferior
e no superior, evitando-se um deslizamento da estrutura.
Um bom sistema de fixação da rampa pode ser alcançado
com a utilização de piquetes cravados no solo.
Se houver ressaltos entre o piso da rampa e o piso do
terreno, o trabalhador correrá o risco de tropeçar e cair.
Para evitar acidentes deste tipo, é necessário ter o cuida-
do de nivelar os dois pisos.
No caso de rampa com inclinação inferior a 6 o não
I
,c
28
Porém, na construção de rampas com inclinação en-
tre 6 o e 15 o , recomenda-se a fixação de travessas no pi-
so, com espaçamento constante de 40 cm, cuja finalida-
de é impedir que os operários escorreguem .
..
29
Para se obter um maior fluxo de operários, sem preju-
dicar sua segurança, a largura da rampa é dada em fun-
ção do número de trabalhadores que a utilizam. Desse
modo:
acesso para até 45 operários - largura mínima de
0,80 m
acesso para 46 a 90 operários - largura mínima de
1,20 m
acesso para 91 a 135 operários - largura mínima de
1,50 m
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30
As tábuas não devem ser utilizadas como rampas por-
que não suportam o peso do operário, podendo quebrar
e provocar um acidente de trabalho.
4 PASSARELA
O acesso temporário de madeira que se destina à pas-
sagem de operários por sobre uma vala ou vão, cujas mar-
gens estão em nível, é a passarela.
31
a largura é dada em função do número de operários:
32
Como importante fator de segurança, os apoios das
extremidades devem ter, no mínimo, de cada lado, 1/4 do
comprimento total da passarela.
33
Para evitar quedas de operários dentro das vaias que
são atravessadas por passarelas, sugere-se sinalizar as
áreas próximas a elas com cordas e bandeirolas .:
34
As passarelas nunca podem ser substituídas por es-
cadas ou tábuas, pois não atendem aos requisitos de se-
gurança e fatalmente levam ao acidente.
35
5 BIBLIOGRAFIA
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