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PARÓQUIA JESUS DE NAZARÉ

DIOCESE DE SANTO ANDRÉ

“Eu sou o Bom Pastor.


O Bom Pastor dar a sua vida pelas ovelhas” (Jo, 10,11).

Pastoral dos Cerimoniários

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Capítulo 1 - NOÇÕES GERAIS SOBRE A LITURGIA DAS CELEBRAÇÕES DA IGREJA
CATÓLICA NO RITO ROMANO

O QUE É A LITURGIA?

De forma bem simples, liturgia é o conjunto de maneiras ou jeitos pelos quais um grupo
religioso expressa sua fé através dos ritos. A palavra “liturgia” vem do grego “laós” ou “léos”,
que quer dizer “povo”, e “érgon” que quer dizer “obra, serviço ou ação”. Ou seja, a liturgia é: um
serviço para o povo!
Deus é o grande “servidor do povo”, exemplos não faltam: o mundo, Jesus Cristo, os
profetas, as pessoas boas, a natureza etc. Deus age na história, no nosso dia-a-dia. Aos
poucos as pessoas foram descobrindo isso.
Quando nós gostamos muito de alguém queremos ser iguais, se for possível, ou pelo
menos parecidos com ele. Que bom seria se fizéssemos isso também com Deus não é? Deus,
por sua vez, achou a perfeição em servir seu povo com carinho, o jeito de Deus é uma ação
amorosa em favor da humanidade. Nós podemos muito bem fazer MEMÓRIA disso, recordar e
atualizar a obra de Deus em favor do povo, isso é liturgia!
A obra maior de Deus é o mistério pascal de Jesus Cristo, em que ele sofreu, morreu e
ressuscitou, libertando-nos dos nossos pecados.

O QUE É CELEBRAR?

Celebrar é tornar algo célebre, inesquecível, marcado. Quando celebramos a missa ou


uma celebração da palavra queremos tornar aquele momento único. Quem torna não somos
nós, mas o próprio momento, por si só. Isso acontece por meio dos gestos, da música, das
palavras, do que vemos etc,
Podemos até considerar que o pedido de que a liturgia fosse celebrada foi feito pelo
próprio Jesus, quando ele disse: “Fazei isto em memória de mim!”
A celebração na igreja dá-se principalmente pelos sacramentos, sacramentais, Ofício
Divino, Celebração da Palavra e Santa Missa.

GESTOS E SÍMBOLOS

Os gestos e símbolos são aquilo que tornam a nossa celebração visível, palpável,
participada. Eis alguns exemplos e explicações:
• o SÍMBOLO pode ser qualquer elemento que provoque reação nas pessoas, que
geralmente envolve os sentidos;
• a AÇÃO CORPORAL ou GESTO é a portadora dos símbolos, sem eles nada poderia
ser simbolizado, significado ou vivido; o gesto traz presente uma realidade ausente. Os gestos
brotam do coração e devem revelar Deus com a sua simplicidade.
Algo interessante é que os gestos trazem presentes realidades ocultas, escondidas,
que transcendem a nossa realidade. Os gestos podem ter diferentes significados, um exemplo
é o sinal da cruz feito para se benzer e outro é o da missa ou de um rosário etc.
A ação litúrgica revela a ação de Deus, por isso devem ser verdadeiros por parte de
quem os faz.
Há os excessos, que são o MECANICISMO – fazer os gestos sem vivê-los, apenas
repetir movimentos, como em uma academia ou fábrica; SENTIMENTALISMO – quando o
gesto litúrgico só é bom se causa emoção e o RACIONALISMO – que é a mania de querer
explicar tudo!

COMO FAZEMOS MEMÓRIA – OLHA LÁ OS TRÊS VERBOS!

Para fazermos memória de algo são necessárias três coisas, que guardamos através
de três verbos:
1) SENTIDO TEOLÓGICO-LITÚRGICO (SABER) – o significado da ação litúrgica;
2) GESTO CORPORAL (FAZER) – o gesto, o movimento;
3) ATIVIDADE ESPIRITUAL (SABOREAR) – intenção e sentimento ao participar.

Fazer memória, tornar memorial, é viver a ação divina da nossa salvação, trazer o
passado e o futuro para o presente. Todos os tempos são presentes quando celebramos.

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A NOSSA LITURGIA DA MISSA

Neste curso falaremos de forma central da missa, celebração da vida e da família, a


missa não começou do jeito que é, ela foi sendo enriquecida com o passar dos anos. As
primeiras “missas” eram a reunião dos apóstolos, discípulos e cristãos nas cidades em que eles
estavam, onde contavam a história da salvação (palavra) e faziam a partilha do pão
(eucaristia). Esse gesto foi evoluindo de modo bastante progressivo até termos uma riqueza
espiritual e artística bastante grande na Igreja, cada gesto e movimento passava a ter um
significado. A vida do homem mudou e ele se espalhou pelo mundo, surgiam padrões.
Surgiram, ao longo dos séculos, diversos modelos de missa, que se aperfeiçoaram e
evoluíram com o tempo, desde o primeiro milênio. Para as pessoas do século XXI é mais
prudente falar do século XVI para cá, pois desde então só existiu um modo de celebração na
Igreja. São Pio V promulgou o Missal Romano no Concílio de Trento. A missa que se seguiu a
esse concílio é hoje conhecida como tridentina.
A missa “tridentina” foi a forma de celebrar da Igreja por cerca de 400 anos, até o
Concílio Vaticano II, convocado pelo Papa João XXIII em 1962 e encerrado pelo Papa Paulo VI
em 1965. Esse molde de missa foi muito útil para garantir uma comunhão na Igreja que sofria
os ataques protestantes do século XVI. Diante de tantos ataques a necessidade era saber o
que preservar, Trento preservou muita coisa.
Do Concílio Vaticano II surgiu o modo de missa que celebramos atualmente. A
necessidade da década de 1960 era aproximar missa e fieis mutuamente, de modo que a
missa fizesse sentido aos fieis e os fieis pudessem aproveitar a missa com toda a graça que
dela emana.
Havia gente que entendia muito bem o latim, obrigado, mas uma grande quantidade de
pessoas, especialmente as mais humildes, não conseguiam acompanhar a missa entendendo-
a, apenas contemplando-a.
A liturgia “do Vaticano II” não é um modo “novo” de celebrar, pois o Vaticano II retomou
simbolismos bonitos que estavam meio esquecidos e deixou de usar outros que considerava
não mais condizentes à vida do povo e que não seriam prejudiciais à espiritualidade da
celebração. Tais mudanças foram aprovadas pela Constituição Sacrossantum Concilium, com
2158 votos a favor e 20 contra. Quase todo mundo, não é!
O Vaticano II retomou práticas que se perderam ao longo dos séculos, como a
possibilidade de rezar na própria língua do país, o sacerdote voltado para o povo e a
participação nos ministérios pelos leigos – leitor, ministro extraordinário da eucaristia – isso foi
novidade.
A liturgia na Sacrossantum Concílium é uma revelação divina da história da salvação,
onde o centro é o Mistério Pascal de Cristo, vivido pela liturgia, onde a história é atualizada.
A liturgia é o cume da ação de Cristo, donde parte a sua força.
A liturgia pede que nos saciemos dos sacramentos pascais, tenhamos fé e piedade e
conservemos na vida o que pedimos pela fé, cremos e rezamos.
Com tudo isso acontece a santificação do homem (movimento ascendente) e a
glorificação de Deus (movimento descendente).

O ANO LITÚRGICO

Nós vivemos vários tipos de controle do tempo, eis alguns:


• ritmo cósmico: segundos, minutos, horas etc.
• ritmo biológico: frequência cardíaca, os passos, a respiração, a gestação.
• ritmo histórico: os fatos que acontecem, nascimento, morte, doença, alegria,
formatura.
• ritmo do relógio: não temos tempo, o tempo está curto, foi tempo demais...

As diferentes religiões vivem o tempo também de modo diferente, nós cristãos temos
como parâmetro o nascimento de Cristo, os muçulmanos tem o padrão na fuga de Maomé e os
judeus na Páscoa judaica (passagem do mar vermelho)
Na língua grega há dois conceitos de tempo:
• kronos – “o que corrói”;
• kairós – “o tempo da graça”;
Através do kairós Deus opera sua graça em nós.

No ano litúrgico temos três ciclos: o diário, o semanal e o anual.

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Tudo está em torno do dia do Senhor – o domingo, dele partem todos os tempos,
afinal: o centro é Cristo Ressuscitado.
O domingo (Dia do Senhor) começou a ser celebrado para fazer memória da Páscoa,
da ressurreição do Senhor. O domingo foi aos poucos substituindo em importância o sábado
judaico.
Isso dava corpo ao ciclo diário, onde as pessoas agradeciam a Deus pela ressurreição
– de manhã, e confiavam-se a ele para passar a noite – sempre à tarde. Isso já constituiu o
ciclo diário.
Semanalmente os cristãos se encontravam, muitas vezes escondidos nas casas, ou
nas catacumbas sob o pretexto de uma visita aos falecidos, isso constituiu o ciclo semanal,
mesmo que de forma simples.
No século II o Papa Vitor I instituiu uma data para a Páscoa, era o domingo depois do
dia 14 de Nisan – que coincide com a primeira lua cheia da primavera no hemisfério norte.
No século IV surge uma preparação para a Páscoa, na qual se deveria preparar para
viver a festa da Páscoa – a Quaresma.
Outro ciclo que surgiu foi o do Natal, fixado em 25 de dezembro, que é a data do Deus
Romano do Sol Invencível. A festa (bíblica) serviu para terminar com uma idolatria pagã ao Sol,
identificando-o à Jesus Cristo, o verdadeiro Sol da Justiça.
A Epifania do Senhor é uma festa surgida no século IV, no Oriente o Natal é nessa data
– 6 de janeiro.

• A celebração dos santos

O culto aos mártires era feito junto aos seus túmulos, onde era celebrada a eucaristia
em tempos de perseguição. A partir do século V foram surgindo as festas de Maria e no século
VI as festas do Senhor (Transfiguração, Corpus Christi etc.)

TEMPOS E CORES LITÚRGICOS

Há várias cores litúrgicas, que representam um algo específico e também são usadas
em situações específicas:

Roxo – advento e quaresma  conversão e penitência


Branco – natal e páscoa  festa, pureza e alegria;
Verde = tempo comum : esperança no caminho para encontrar-se com Deus;
Vermelho = pentecostes e mártires  Espirito Santo e Sangue;
Rosa = 3º domingo do advento e 4º domingo da quaresma  alegria
Preto = finados  luto.

PARAMENTOS (VESTES LITÚRGICAS)

“Na Igreja, que é o Corpo de Cristo, nem todos os membros desempenham a mesma função.
Esta diversidade de funções na celebração da Eucaristia manifesta-se exteriormente pela
diversidade de vestes sagradas, que por isso devem ser um sinal da função de cada ministro.”
(Instrução Geral do Missal Romano, nº. 335)

As vestimentas, como nos disse a Instrução do Missal, devem manifestar a função do


ministro, esses paramentos devem ser sóbrios e canalizar a atenção da assembleia para o
mistério celebrado, nunca para quem as veste.
As cores das vestes manifestam o caráter dos mistérios celebrados e o
acompanhamento do ano litúrgico.
Abaixo estão descritas algumas das vestes:

1) dos presbíteros:
• alva ou túnica: veste branca comum.
• cíngulo: é um cordão que ajusta a alva à cintura, simboliza a castidade;
• casula: veste usada pelo sacerdote sobre a alva para a celebração da Missa. Assim
como a estola e o cíngulo, varia de cor conforme o tempo litúrgico.
• estola: paramento em forma de tira comprida. A estola é o símbolo da autoridade
sacerdotal. O padre a coloca deixando-a cair sobre o peito.
• véu umeral: usado para a procissão e bênção com o Santíssimo Sacramento;

2) dos bispos (as vestes dos bispos são idênticas as dos presbíteros, acrescente-se
o que chamamos de insígnias episcopais):
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• Anel: insígnia da fidelidade e da união nupcial com a Igreja, sua esposa. O bispo deve
sempre usá-lo;
• Báculo: sinal da responsabilidade pastoral, ou seja, que ele é pastor.
• Mitra: é uma espécie de chapéu alto com duas pontas na parte superior e duas tiras
do mesmo tecido que caem sobre os ombros do bispo;
• Cruz peitoral: cruz que os bispos levam no peito;
• Solidéu: peça de tecido de cor magenta de forma arredondada para a cabeça do
bispo.

OBJETOS LITÚRGICOS

Para a celebração são usados diversos objetos, eles tem função específica e momento
apropriado para utilização conforme o rito a ser realizado:

• Cálice: é o recipiente no qual se coloca o vinho para a consagração, sendo assim,


podemos dizer que ele é destinado a receber o sangue de Cristo. Usa-se o cálice por ser o que
Jesus usou quando instituiu a Eucaristia;
• Âmbula ou cibório: é um recipiente com tampa, que se destina a receber as hóstias
que serão distribuídas ao povo no momento da comunhão. É também usada para armazenar
as hóstias consagradas que sobrarem da celebração;
• Hóstia: pequeno pedaço de pão sem fermento consagrado na Missa. Através da
consagração torna-se legitimamente Corpo de Cristo. Antes da consagração chama-se
partícula. O padre usa uma hóstia maior (Hóstia Magna), ele usa-a para que as pessoas
consigam visualizá-la de longe;
• Patena: é uma espécie de pratinho que recebe a Hóstia Magna. Assim como o cálice
armazena o Sangue, a patena acolhe o Corpo de Cristo, ela serve para que não se percam
fragmentos;
• Castiçal: é um suporte para velas utilizado durante a Missa;
• Galhetas: são pequenas jarras em que se colocam o vinho e a água para a utilização
na Missa;
• Ostensório ou Custódia: objeto em que se coloca a hóstia consagrada para a
adoração pública ou solene dos fieis, procissões ou bênçãos;
• Tabernáculo ou sacrário: local em que se conserva o Santíssimo Sacramento. Deve
favorecer a oração. A lamparina acesa próximo a ele indica que ali está o Santíssimo;
• Teca: pequena vasilha redonda e com tampa, geralmente metálica, que é utilizada
pelos ministros que visitam os enfermos para levar-lhes a Eucaristia, eles as carregam numa
bolsa de pano;
• Jarra: vasilha com água limpa, junto à bacia, para lavar as mãos dos ministros da
celebração;
• Círio Pascal: vela grande introduzida no altar durante a Vigília Pascal (Sábado Santo
ou de Aleluia), simboliza Cristo Ressuscitado;
• Missal: livro utilizado pelo padre onde estão contidas as orações apropriadas para as
mais diferentes celebrações eucarísticas realizadas durante o ano litúrgico;
• Lecionário: livro que contém as leituras que serão proclamadas nas missas;
• Sineta: objeto dotado de pequenos sinos. É um objeto muito antigo, que servia
inicialmente para chamar a atenção dos fieis durante o momento da consagração;
• Turíbulo: objeto de metal utilizado para as incensações durante a celebração;
• Naveta: É um objeto em forma de barquinho, utilizado para armazenar o incenso que
será utilizado no turíbulo;
• Incenso: resina aromática extraída de diferentes árvores. É queimado em missas
solenes. É o último grau de louvor a Deus, a forma mais solene de adorá-lo. Simboliza também
a proteção, a purificação e o desejo de que a nossa oração suba aos céus, do mesmo modo
como sobe a fumaça;
• Credência: mesa próxima ao altar onde são colocados os objetos para uso na Missa
e demais celebrações;
• Caldeira e hissope: é um conjunto de um pequeno balde e um pequeno bastão,
destinado à aspersão dos fieis com água benta
• Corporal: pano quadrado sobre o qual são colocados no altar a patena e o cálice;
• Pala: pequeno pano quadrado que pode colocar-se sobre o cálice;
• Sanguíneo: pano destinado a enxugar o cálice, a boca e os dedos do sacerdote
quando ele toca o Corpo e Sangue de Cristo;
• Manustérgio: toalha apresentada pelo acólito ao sacerdote no momento em que este
lava as mãos.

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GESTOS E POSTURAS DURANTE A MISSA

A maneira mais conhecida para a expressão de sentimentos e da opinião que temos


sobre algo é a da fala. Quando queremos que alguém saiba de algo, majoritariamente nos
expressamos através das palavras.
Ao chegar num lugar bonito transmitimos isso verbalmente: “Nossa! Que lugar legal!” É
só um exemplo. Não percebemos, mas nosso corpo comunica-se também através dos gestos e
das posturas, como diz o título de Pierre Weil e Roland Tompakow: “O corpo fala.” Na missa
não seria diferente, enquanto expressamo-nos verbalmente, há uma série de expressões
paralelas às da fala.
As posturas e os gestos são importantíssimos nas celebrações, pois demonstram
corporalmente o que falamos, rezamos, pensamos etc...
Segue o significado dos gestos e posturas:
• ficar em pé: é uma atitude que indica dignidade, só o ser humano fica em pé, os
animais geralmente rastejam ou apoiam-se nas quatro patas; indica também a liberdade, pois o
escravo vive acorrentado e de joelhos. Lembra a postura corporal de Jesus Ressuscitado;
• ficar sentado: é a atitude de concentração para a escuta, posição de silêncio e de
contemplação;
• caminhar em procissão: expressa a ação de peregrinar, a marcha do povo de Deus
como quando caminhou rumo à terra prometida, buscando hoje construir o Reino;
• erguer os braços: expressa súplica, louvor, oração, doação, oferenda. O presidente
da celebração estende os braços simbolizando a relação entre Deus e a comunidade reunida;
• o beijo: o presidente da celebração beija o altar em sinal de reverência e
reconhecimento de dignidade daquele local. Em outros momentos, como ósculo da paz,
simboliza o afeto, o carinho e a comunhão com o Senhor;
• o silêncio: é a abertura para Deus, uma viagem em nosso interior onde nos
encontramos profundamente em sintonia conosco mesmos e com o mistério celebrado. Nesse
nosso tempo de valorização do barulho, deve ser retomado como um gesto essencial da
liturgia. O silêncio é o gesto de escuta por excelência;
• genuflexão: é a atitude de dobrar as pernas colocando o joelho direito no chão. É um
gesto de humildade e reconhecimento da grandeza de algo;
• inclinação: é sinal de grande respeito. Faz-se a inclinação de cabeça quando se
pronuncia o nome de Jesus, de Maria, do santo do dia e do santo padroeiro; a inclinação de
corpo ou inclinação profunda é feita ao entrar no recinto sagrado, diante do altar, dos ícones de
Cristo e de Nossa Senhora, diante das espécies e em frente à estante da palavra quando se
vai proclamar o Evangelho;
• bater no peito: realiza-se na celebração do ato penitencial. Simboliza, conversão,
penitência e reconhecimento de nossa fragilidade.
• ajoelhar-se: é uma manifestação de indignidade e reconhecimento da miséria do ser
humano diante da grandeza do Senhor.
• aplaudir: expressa alegria, honra e aprovação.

Capítulo 2 - A ESPIRITUALIDADE E O RITO DA MISSA: A MISSA PARTE-A-PARTE

A missa é o centro da vida do povo de Deus. Cristo confiou à Igreja a celebração do


memorial da sua paixão, morte e ressurreição. A celebração deve levar os fieis a uma
participação consciente, ativa e plena do corpo e do espírito, animados pelo fervor da fé,
esperança e caridade.
A missa tem quatro grandes ações litúrgicas:
Jesus TOMOU o pão  nós levamos as oferendas e preparamos a mesa;
Jesus DEU graças  nós rezamos a Eucaristia;
Jesus PARTIU o pão  nós fracionamos o pão;
Jesus DEU o pão  o sacerdote e os ministros extraordinários distribuem a Eucaristia.

AS PARTES DA MISSA:

As partes da missa são quatro:


1 - Ritos iniciais;
2 - Liturgia da Palavra;
3 - Liturgia Eucarística;
4 - Ritos Finais;

Elas são ligadas por orações: oração do dia, oração sobre as oferendas e oração após
a comunhão.
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ESTRUTURA:

RITOS INICIAIS ======================

ACOLHIDA: faz-se uma acolhida com bastante alegria e prazer, o início da celebração deve
transparecer o clima alegre e participativo, com piedade e tranquilidade. Geralmente o
animador tem a função de incluir a assembleia no clima da celebração do dia;
1 – PROCISSÃO DE ENTRADA - é a conclusão da procissão que todos fizeram para chegar à
igreja, significa nossa peregrinação no mundo rumo à casa do Pai. Dirigimo-nos para o cordeiro
que está vivo e triunfante; o canto de entrada une a assembleia e acolhe a todos;
2 – SAUDAÇÃO INICIAL - é o “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. O sinal da Cruz
indica que fomos convocados e nos reunimos em nome da Trindade. A partir daí está
constituída a assembleia litúrgica. A saudação presidencial expressa a comunidade
reunida à presença do Senhor;
3 – ATO PENITENCIAL – é o reconhecimento diante de Deus de que somos pecadores.
Expressa o perdão promovido pela Eucaristia, mas não tem poder sacramental de perdoar
pecados. Pode ser feito de quatro formas:
a. Recitação do confiteor (confesso a Deus...)
b. Diálogo: tende compaixão de nós Senhor...
c. Aclamação com respostas: Senhor que viestes salvar, os corações arrependidos,
Senhor tende piedade de nós...
d. Aspersão.
4 – HINO DE LOUVOR – É um hino antiquíssimo no qual a Igreja congregada pelo Espírito
Santo suplica a Deus Pai e ao Cordeiro. Como nos diz a Irmã Miria Kolling: “A Igreja, reunida
no Espírito Santo, glorifica a Deus Pai e dirige louvores e súplicas ao Cordeiro, Jesus Cristo,
nosso Mediador. É, portanto, um hino cristológico e não trinitário”. 1 Foi, em parte, o canto
dirigido a Deus pelos pastores quando do nascimento de Jesus em Belém.

5 – ORAÇÃO DO DIA – É um convite para que todos nos reunamos em torno do mistério
celebrado naquele dia. O convite (Oremos) é herança judaica, e deve ser seguido de silêncio,
quando cada um expressa para si o sentido daquela celebração e entrega a Deus os pedidos e
agradecimentos pessoais.

LITURGIA DA PALAVRA ==================

6 – PRIMEIRA LEITURA – é um texto, geralmente, do Antigo Testamento, escolhido em


paralelo com o tema do Evangelho;

7 – SALMO – é um eco, uma resposta à primeira leitura;

8 – SEGUNDA LEITURA – traz trechos do Novo Testamento (aos domingos e solenidades);

9 – ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO – é um verso baseado no próprio evangelho. Exceto na


quaresma, traz o “Aleluia”.

10 – EVANGELHO – é o ponto alto da liturgia da palavra, pois é palavra com os fatos e os


ensinamentos de Jesus;

11 – HOMILIA – homilia quer dizer “conversa familiar” e não deve ser sermão, aula, catequese
ou desabafo pessoal. Pode ter diversos elementos conforme o teor da celebração, mas deve
privilegiar a vida do povo de Deus conforme a palavra de Deus proclamada naquele dia. A
homilia dá um novo olhar para a realidade a partir do Evangelho;

12 – PROFISSÃO DE FÉ – movida pela palavra, a assembleia faz ecoar a sua própria fé – o


compromisso de pautar sua vida na vida do Senhor.

13 – PRECES – pelas preces a comunidade se une a Cristo, suplicando ao Pai pelas


necessidades e urgências do mundo.

1 Disponível em <http://www.irmamiria.com.br/notcompleta.php?id=574&tipo=2>;
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LITURGIA EUCARÍSTICA ==================

A passagem da Eucaristia é narrada pelos três Evangelhos sinóticos: Mateus, Marcos e


Lucas. João relata a passagem do lavapés – a Eucaristia é serviço. O relato mais antigo está
na carta aos Coríntios, capítulo 11.

14 – APRESENTAÇÃO DAS OFERENDAS – quando vamos preparar uma refeição


preparamos a mesa para receber as pessoas, deve haver pão e vinho para todos. O pão e o
vinho simbolizam as nossas alegrias e sofrimentos, conquistas e fracassos, abundância e
carência, força e fraqueza. Nosso “ofertório” nunca deve ser desligado da Oferta de Cristo.

1 5 – ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS – No Orai, irmãos e irmãs, quem recebe é o padre e


não o Senhor Deus. O pedido da oração é que nossas oferendas sejam oferecidas junto à
oferta da vida de Cristo;

16 – ORAÇÃO EUCARÍSTICA – é a renovação da aliança com Deus, nela damos graças ao


Pai com Cristo, tem origem nas bênçãos judaicas dos alimentos, onde se pedia que Deus fosse
generoso com o povo. No grego, dar graças é eukaristein, daí o nome “Eucaristia”:

Partes:

a) Diálogo – O Senhor esteja convosco... Ele está no meio de nós...


b) Prefácio – Proclamação dos sentidos e motivos da ação de graças: Na verdade ó
Pai, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em
todo lugar...
c) Santo – união das assembleias do céu e da terra, canto dirigido ao Pai;
d) Epiclese – pedido ao Espírito Santo para que mude o pão e o vinho em corpo e
sangue – transubstanciação. Quem puder deve ajoelhar-se neste momento, exceto
se não houver condições, sejam físicas ou de espaço. Os que não se ajoelham,
façam inclinação profunda: santificai, pois estas oferendas...
e) Narrativa da Instituição – Na véspera da sua paixão, durante a última ceia, ele
tomou o pão, deu graças e o partiu, e deu a seus discípulos dizendo: TOMAI
TODOS E COMEI, ISTO É O MEU CORPO, QUE SERÁ ENTREGUE POR VÓS...
f) Aclamação memorial – Eis o mistério da fé.
g) Anamnese (recordação) – Anunciamos Senhor a vossa morte e proclamamos a
vossa ressurreição...
h) Oferta (oblação) – Celebrando pois ó Pai Santo a memória de Cristo (...) vos
oferecemos o pão da vida e o cálice da bênção (Oração Eucarística VI – C e D)
i) Epíclese da comunhão – E nós vos suplicamos que, participando do Corpo e
Sangue de Cristo, sejamos reunidos pelo Espírito Santo num só corpo (Oração II)
j) Doxologia – Por Cristo, com Cristo, em Cristo...
k) Amém.

17 – RITO DA COMUNHÃO – compreende toda a parte desde o Amém até antes da Oração
após a comunhão. É a alimentação na mesa de Jesus.

a) Pai Nosso: pedimos ao pai o que nos ajuda a sermos melhores e mais solidários.
Após o Pai Nosso há um embolismo (prolongamento): Livrai-nos de todos os males ó
Pai e daí-nos hoje a vossa paz... Só depois da oração pela paz é que se pronuncia
Amém.
b) Oração pela paz – Indica o desejo de comunhão e paz entre os irmãos;
c) Abraço da paz – gesto concreto do rito da paz, deve ser dado aos mais próximos de
nós. Segundo a XI Assembleia da CNBB, a forma típica aqui no Brasil é o modo como
duas pessoas se encontram em lugares públicos sem constrangimento.
d) Fração do pão – é a recordação do gesto de partilha, indica a união do corpo e do
sangue de Cristo para a obra da salvação, é acompanhado do canto ou recitação do
Cordeiro de Deus.

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e) Comunhão – participação no banquete de Jesus;

18 – ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO – implora a Deus a graça dos frutos do mistério


celebrado.

RITOS FINAIS ======================

Os ritos finais marcam o início do nosso apostolado, fortalecidos pelo Cristo somos
enviados em missão.

19 – AVISOS – breves, devem colocar a comunidade a par de coisas importantes;

20 – BÊNÇÃO E DESPEDIDA – Há o envio da comunidade rumo à missão;

21 – DISPERSÃO – A missa acabou. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

Capítulo 3 – O USO DO MISSAL

O livro central para a celebração da Missa é o Missal Romano, dele o sacerdote utiliza
o rito aprovado para celebrar a Eucaristia, em outras palavras, é o script da Missa. Para
preparar o uso do missal é preciso ter em mente alguns aspectos:

1) Data da missa: a data da missa direcionará as decisões seguintes, pois conforme o


tempo litúrgico utilizar-se-á um formulário ou outro;
2) Local da missa: Isso influenciará para a celebração de padroeiros ou memórias, o que
torna uma simples memória em solenidade quando, por exemplo, tratar-se do
padroeiro do lugar.
3) Necessidades e hábitos do sacerdote que presidirá a eucaristia: de acordo com o
presidente, algumas partes do uso do missal podem ser acrescentadas ou suprimidas
– a Missa continua a mesma.

Basicamente, o que se separa no Missal? Bem, vamos por passos, e com um exemplo:
digamos que hoje é dia 14 de julho de 2013. A celebração litúrgica desse dia é o 15º Domingo
do Tempo Comum, no Ano C. Temos de encontrar:

a) As orações do dia (do dia, sobre as oferendas, após a comunhão);


b) A Oração Eucarística a ser utilizada (os folhetos trazem sempre uma sugestão,
que a maioria dos padres segue);
c) O prefácio próprio (quando houver);
d) A bênção final do dia (quando o padre for utilizar uma bênção solene, começam
na p. 519);
e) O Rito ou Ordinário da Missa (caso o padre utilize, p. 387);
f) O Rito da Comunhão (caso haja o gosto por marcar este rito, sempre à página
500 do Missal).

Não há uma regra para a utilização das fitas em geral, utilize-se a que desejar, desde
que o sacerdote não faça questão quando ele mesmo manuseia. Quando não se deixa o
Missal sobre o altar, é conveniente que a aproximação do sacerdote seja feita de modo
tranquilo, sem pressa, e no tempo preciso. Ao ser librífero (este é o nome do que porta o missal
ou outros livros nas celebrações) evite-se ocupar a frente do presidente, para que ele veja a
assembleia para quem fala.

Em quais momentos é necessário levar o Missal ao presidente da celebração?

a) Na oração do dia;
b) Ao altar, quando da preparação das oferendas, permanecendo aí até a comunhão;
c) Na oração após a comunhão;
d) Na bênção final;

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Na necessidade de outros momentos da celebração, se não houver estante e o
presidente da celebração não segurar folhas, leve-se as mesmas dentro do missal, ou, se
houver, numa pasta conveniente, é comum fazer isso na introdução do Ato Penitencial e nas
Preces, por exemplo, com alguns sacerdotes.

A fita em uso, quando da leitura, durante as orações da página da esquerda, pode ficar
entre as páginas do livro, já facilitando a passagem para a página da direita. Depois que o
padre já terminou de rezar na página da esquerda, é conveniente fechar esta leitura colocando
a fita sobre a página da esquerda, na diagonal. Isso significa que o presidente deve ler na
página da direita.

O librífero deve ficar atento à leitura do sacerdote, pois deve zelar para que o rito seja
realizado integralmente. Como: caso o sacerdote pule alguma oração essencial aponte com o
dedo para o local onde ele deveria ter lido (não é conveniente insistir, caso o padre não dê
atenção à indicação, que se fique coma a sensação de dever cumprido, mas atenção: só o faça
caso haja certeza!)

Ao mudar de página, atente-se para a conclusão da leitura pelo sacerdote, e a ordem


da celebração deve ser decorada (guardada no coração), para que os erros não sejam
originados no librífero e haja uma correção do sacerdote.

Nas orações do dia, sobre as oferendas e após a comunhão, quando das conclusões:
Por Cristo Nosso Senhor, Por Nosso Senhor Jesus Cristo... nas quais só se seguir o Amém, já
pode ser feito o fechamento do livro e saída. Para estes momentos é conveniente que o
librífero esteja do lado ao qual chegará ao presidente, para que não seja necessário
atravessar-lhe a frente.

Nas procissões de entrada e de saída, se for possível proceda-se como na liturgia


episcopal, com o librífero atrás do presidente. No caso do bispo, mais ainda.

Celebrações de Memórias, festas e solenidades de santos

Quando na missa se celebra a data de um santo? O primeiro livro a se olhar para saber
isso é o Diretório de Liturgia da CNBB, que a maioria das igrejas possui, mas caso este livro
não esteja presente, vale a pena olhar a Tabela dos dias litúrgicos, que traz, em resumo,
qual celebração deve ser realizada, ou ainda, numa linguagem mais simples: o que é mais
importante de se celebrar naquele dia?

Um exemplo: Vamos aplicar a tabela:

CONDIÇÃO CIRCUNSTÂNCIA
Dia da Missa 20 de janeiro de 2013
Local da Missa Capela Nossa Senhora Aparecida
Dia da Semana e tempo litúrgico 2º Domingo do Tempo Comum
Santos do dia conforme o missal São Fabiano e São Sebastião
Celebrar-se á missa votiva? Não

Depois dessa tabela, o que ocorre. Bem, na Capela Nossa Senhora Aparecida, a
padroeira é Nossa Senhora Aparecida. São Sebastião e São Fabiano não são padroeiros
desse lugar. Olhando a tabela da p. 111 só aparece a citação Domingos do Tempo Comum,
celebrações votivas não. Traduzindo: celebrar-se-á o 2º Domingo do Tempo Comum.

Mas e na Capela São Sebastião, o que fazer? Vamos à tabela!

CONDIÇÃO CIRCUNSTÂNCIA
Dia da Missa 20 de janeiro de 2013
Local da Missa Capela São Sebastião
Dia da Semana e tempo litúrgico 2º Domingo do Tempo Comum

10
Santos do dia conforme o missal São Fabiano e São Sebastião
Celebrar-se á missa votiva? Sim, Solenidade do Padroeiro

São Sebastião é padroeiro do lugar. Quando se celebra o padroeiro do lugar, só neste


espaço é solenidade, em todos os outros lugares do mundo em que não forem padroeiros São
Fabiano e/ou São Sebastião, não se precisa nem falar deles, por que: no missal esse dia
aparece como uma Memória Facultativa (na verdade no Missal aparece um espaço vazio =
memória facultativa / desde que o Santo esteja inscrito). Lá na capela São Sebastião, o que se
celebra então? Não é domingo, e o domingo não é mais importante?

Bem, neste caso, vejamos o que vem primeiro na tabela:

1) ...
2) ...
3) ...
4) Solenidades próprias, a saber:
a. Solenidade do padroeiro principal do lugar ou da cidade.
5) ...
6) Domingos do Tempo do Natal e Domingos do Tempo Comum.

Veio primeiro na tabela a solenidade! Então, ao povo deste lugar, feliz dia do padroeiro,
e ao restante: bom 2º Domingo do Tempo Comum.

Há três tipos de dias:


a) Solenidades;
b) Festas
c) Memórias

A Solenidade é a mais importante, depois as festas e depois as memórias, que se


dividem em obrigatórias, ou seja, que todos devem celebrar (exceto se outro dia acima na
tabela impedir – como um domingo ou solenidade. Exemplos de memórias obrigatórias:

a) 21 de janeiro – Santa Inês;


b) 5 de fevereiro – Santa Águeda;
c) 13 de dezembro – Santa Luzia;

Há várias memórias facultativas, que as comunidades celebram, caso aquele santo


tenha uma importância na vida daquelas pessoas, ou não, exemplos:
a) 20 de janeiro – São Fabiano e São Sebastião;
b) 3 de fevereiro – São Brás;
c) 11 de fevereiro – Nossa Senhora de Lourdes;

Há, ainda santos, que só se celebram por piedade popular, ou seja, caso a comunidade
queira mesmo e não haja nenhum caso que impeça, são casos famosos:
a) 13 de maio – Nossa Senhora de Fátima;
b) 16 de outubro – Santa Edwiges;

Capítulo 4 – SEPARAÇÃO DAS LEITURAS NO LECIONÁRIO E SERVIÇO AOS LEITORES


NA LITURGIA DA PALAVRA

Por ser o cerimoniário o primeiro responsável pela fluidez da celebração, ou seja, a


correta sequência da mesma, esteja ele atento ao lecionário, e se possível informe ao leitor
onde ele deve ler.

Para separar as leituras do lecionário é necessário apenas ter a consciência dos


seguintes itens:

11
1) Da ocasião:
a. Se for domingo – utilize-se o volume I do Lecionário (Lecionário Dominical)
b. Se for outro dia da semana – utilize-se o Volume II do Lecionário
(Lecionário Semanal ou Ferial);
c. Se for o dia de um santo cuja comemoração seja memória ou festa- utilize-
se o Volume III do Lecionário (Lecionário Santoral ou Festivo);
d. Se for realizada uma das celebrações previstas no Pontifical Romano e
que requeira uma leitura assim, p. ex.: Dedicação de Igreja – utilize-se o
Volume IV do Lecionário (Lecionário do Pontifical Romano).
2) Do ano: A, B ou C, aos domingos;
3) Do tempo litúrgico em que se está;
4) Do dia da semana;
5) Se for dia de semana, veja-se se o ano é par ou ímpar.

No caso dos leitores, é comum que se faça uma reverência ao altar antes da leitura.
Evite-se de o próprio leitor ligar ou desligar os microfones, alguns leitores não tem habilidade
para tal. Assim como o librífero deve estar atento às palavras do sacerdote, quem acompanha
os leitores também deve estar atento às leituras e ao salmo, caso o leitor se perca, informe o
erro apontando o dedo para o lugar onde ele deveria ter lido. Caso ainda, o leitor inicie uma
leitura que não é a sua, interrompa-o e indique a leitura correta (do mesmo modo, desde que
haja a certeza do que se faz).

Capítulo 5 – A PREPARAÇÃO DA CREDÊNCIA E DE OBJETOS DIVERSOS

Muitas vezes, a função de preparo do que será utilizado na celebração eucarística cabe
aos ministros extraordinários da comunhão, a algum sacristão, ou ainda, ao próprio padre. O
cerimoniário deve, contudo, estar atento a esses objetos, que podem parecer detalhes e passar
despercebidos.

O que deve ser levado comumente à credência:

a) Conjunto do cálice: cálice, sanguíneo, patena com hóstia, pala e corporal; 2


b) Âmbulas com partículas suficientes para a celebração e para a reserva aos
doentes e possíveis celebrações da palavra nas capelas (quando houver);
c) Galhetas com água e vinho suficientes;
d) Jarra com água e bacia ou lavabo;
e) Manustérgio;
f) Sanguíneos para os que auxiliarão na distribuição da Eucaristia, sobretudo com
duas espécies;
g) Sineta ou campainha (Caso se utilize);
h) Chave do Sacrário;
i) Ostensório (caso seja ocasião de celebração seguida de Bênção do Santíssimo);
j) Véu umeral (caso haja Bênção do Santíssimo);
k) Caldeirinha e aspersório (Caso haja aspersão prevista);
l) Óleos (Em caso de batismo ou crisma durante a celebração);
m) Microfone do presidente (caso haja, não necessariamente na credência);
n) Apoio do Missal (Caso se utilize).

Outros objetos também são dignos de atenção:

2Observe-se a quantidade de sacerdotes que participará da celebração, caso seja um número


considerável, por exemplo, mais de 10, pode-se colocar um segundo cálice. Não é regra, mas
costuma-se colocar, acima de três padres, uma hóstia a mais para cada dois sacerdotes
concelebrantes e diáconos. Por exemplo, missa com 25 sacerdotes: pode-se colocar mais um
cálice e mais 12 hóstias. Atente-se também para possíveis adorações ou bênçãos com o santíssimo
que ocorrerão até a próxima missa, se for esse o caso, deve haver uma hóstia para esse fim.
12
a) Uso de turíbulo: há carvão, fósforo ou isqueiro, álcool (Caso se utilize), vela (Caso se
utilize); naveta com incenso suficiente;
b) Haverá batismo? Deve haver vela para a renovação das promessas, bem como a pia
batismal, toalha para enxugar a criança, conchinha para o batismo.

Capítulo 6 – O USO DO TURÍBULO E DA CRUZ

Caso haja o uso do turíbulo, muito cuidado ao manuseá-lo, pois em uso está quente, e
é muito comum que se queimem paramentos com as brasas ou mesmo com o carvão do
turíbulo.
Há duas formas comuns de incensação (no Rito Romano atual): o trio de ductos e a
dupla de ductos, que chamamos de “três ductos” e “dois ductos”.
O turiferário ou outra pessoa incumbida desta função, habitualmente só fará os três
ductos: incensando o presidente da celebração, a assembleia e as oblatas na consagração, os
outros movimentos são do bispo, sacerdote ou diácono.
Na tabela a seguir vão todos:
Objeto Momento Quem incensa Tipo
(preferencialmente)
Altar Entrada Presidente Em torno do altar
Cruz Entrada Presidente Três ductos
Imagens de santos -------- Presidente Dois ductos
Evangeliário Evangelho Diácono Três ductos
Oblatas Ofertório Presidente Três ductos
Presidente Ofertório Diácono (*) Três ductos
Outros bispos, Ofertório Diácono (*) Três ductos
padres ou diáconos
Hóstia e cálice Consagração Diácono (*) Três ductos
(elevados na
consagração)
Os quadros marcados com (*), marcam os momentos em que, na ausência ou
impossibilidade do diácono, um cerimoniário poderá realizar estas funções.

A cruz

A cruz processional tem os seguintes procedimentos: se houver outra cruz virada para
a assembleia, a cruz processional é colocada virada para o altar. Caso não haja cruz no
presbitério voltada para o povo, a cruz permanece virada para o altar apenas nas incensações
(entrada e ofertório), e nos outros momentos, permanece voltada para o povo.

Capítulo 7 – MISSA COM O BISPO

As missas presididas pelo bispo (especialmente o diocesano) são um momento


especial na vida das comunidades. Há elementos que requerem atenção, como a mitra, o
báculo e o solidéu. No caso de missas comuns com o bispo (por exemplo, um domingo
simples), seguimos o Cerimonial dos Bispos. Caso haja uma cerimônia especial, como Crisma,
Ordenação ou Bênção de Igreja, às referências poderão se somar o Pontifical Romano e/ou o
Ritual de Bênçãos.

Da missa chamada “estacional” é que partem os parâmetros


para as demais, em todas as circunstâncias.

A procissão de entrada

Tem a seguinte ordem:


1) Turiferário e naveteiro (naveteiro sempre à esquerda
do turiferário);
2) Cruz processional entre velas acesas (de duas a

13
sete);
3) Clérigos diversos (dois a dois);
4) Diácono com o livro dos Evangelhos;
5) Outros diáconos;
6) Presbíteros;
7) Bispo;
8) Diáconos assistentes;
9) Librífero, baculífero e mitrífero.

Na prática das nossas comunidades, habitualmente faz-se:

1) Turiferário3 e naveteiro4;
2) Cruciferário5, ladeado dos ceroferários6 (alguns lugares dizem ceriferários);
3) Coroinhas diversos;
4) Cerimoniários diversos;
5) Seminaristas7 (caso haja);
6) Diácono com o livro dos Evangelhos (caso haja);
7) Diáconos diversos (caso haja) 8;
8) Padres;
9) Bispo;
10) Diáconos assistentes9 (caso haja);
11) Baculífero10 (à esquerda), librífero11 (ao centro) e mitrífero12 (à direita).

As trocas dos “chapéus” do bispo

Nas missas comuns, estes são os momentos de troca:

1) Na entrada: o bispo depõe (tira) a mitra e entrega o báculo;


2) Após a Oração do dia: o bispo recebe a mitra;
3) Na aclamação ao Evangelho, após a bênção ao incenso e ao que proclamará o
Evangelho (Diácono ou Padre): o bispo depõe a Mitra e recebe o báculo;
4) Após o Evangelho: o bispo recebe a Mitra (Dom Nelson Westrupp, scj costuma
também devolver o báculo);
5) Após a homilia: o bispo depõe a Mitra;
6) Após as preces: o bispo senta-se e recebe a Mitra (Dom Nelson Westrupp, scj não
costuma receber neste momento);
7) Após a oração sobre as oferendas: o diácono ou o cerimoniário tiram o solidéu do
bispo (De preferência no Amém, antes de O Senhor esteja convosco que inicia a
Oração Eucarística);
8) Após a Eucaristia ter sido levada ao sacrário, após a comunhão: o bispo recebe o
solidéu;
9) Após a Oração após a comunhão: o bispo recebe a Mitra;

3 Turiferário = o que leva o turíbulo;


4 Naveteiro = o que leva a naveta com incenso;
5 Cruciferário = o que leva a cruz;

6 Ceroferário = o que leva as velas, candelabros ou tochas;

7 No caso dos seminaristas, cerimoniários e coroinhas, considerem-se os que não está em alguma

das funções listadas na procissão, presentes também nas notas de rodapé desta página;
8 Diáconos diversos = diáconos que não estão levando o Evangeliário ou estão na assistência ao

bispo;
9 Diáconos assistentes = diáconos que ladeiam o bispo em algumas funções na missa, como a

incensação, a recepção de oferendas, etc.


10 Baculífero = o que leva o báculo (cajado) do bispo;
11 Librífero = o que leva o livro (Missal, pontifical ou outros ritos) para o bispo;

12 Mitrífero = o que leva a Mitra, mas em geral é a bandeja, onde se colocam a mitra ou o

solidéu do bispo (caso esse deseje).


14
10) Para a bênção final: recebe o báculo. (Caso não haja avisos ou qualquer outro
momento após a oração após a comunhão, o báculo já pode ser entregue ao fim
desta).

A procissão de saída dá-se normalmente, como foi a entrada, só que sem o


“Evangeliário”.

Dentre outras coisas, o cerimoniário deve estar atento aos momentos com o turíbulo,
para que não atrasem, à ordem das procissões, à necessidades do bispo, como água e
microfones, bem como às atividades dos músicos, para que a missa tenha cadência e o rito
seja uniforme, nem com buracos nem com demoras.

Dom Nelson Westrupp scj, bispo diocesano de Santo André, em algumas missas (na
Crisma não), costuma usar uma estante para a homilia, caso ele necessite, deve-se estar
atento a isso.

Uma hora movimentada: a aclamação ao Evangelho.

Um exemplo de um momento bastante “agitado” na missa com o bispo, pois há muitos


envolvidos com tarefas que acontecem ao mesmo tempo.

Um roteiro, seus personagens e seus caminhos:

1) O turiferário e o naveteiro colocam-se diante do bispo, que ainda sentado na sédia,


deita incenso no turíbulo e o abençoa. Os dois levantam e se dirigem até a lateral do
altar mais distante do ambão (Se o ambão está à direita, eles ficam à esquerda, p. ex.
– sempre façam o caminho mais longo até o ambão);
2) O diácono pede a bênção ao bispo e pega o Evangeliário que está no altar;
3) Forma-se a procissão: turíbulo e naveta à frente, as tochas e depois o diácono;
4) Enquanto isso, leva-se o báculo e retira-se a mitra do bispo;
5) Chegados ao ambão, turiferário e naveteiro colocam-se ao lado do diácono, que abrirá
o momento com a introdução.
6) O diácono incensa o livro e depois turiferário e naveteiro vão para a frente do ambão,
que já está ladeado pelas tochas.
7) Ao fim, aguarda-se o diácono levar o Evangelho para que o bispo o beije;
8) Em geral, o bispo abençoa o povo com o livro (faça o sinal da Cruz, não bata palmas);
9) Retira-se o báculo e entrega-se a mitra.
10) Após a bênção, todos voltam aos lugares.

Capítulo 8 – O SACRAMENTO DO BATISMO

O que é necessário para o batismo. Caso a equipe da pastoral do batismo não


prepare, ou mesmo que prepare, que o cerimoniário passe os olhos por estes objetos antes da
celebração, que pode ser dentro ou fora da missa:

a) Água (limpa);
b) Pia batismal (organizada e limpa);
c) Sacramentário ou Rito do Batismo (caso o padre, diácono ou ministro do
batismo utilize);
d) Óleo dos catecúmenos;
e) Óleo do crisma;
f) Vela para acender no Círio Pascal;
g) Círio Pascal aceso;
h) Concha para o batismo e toalha para enxugar o batizado;

Na celebração durante a missa, o cerimoniário esteja atento a quando o que preside


volta das unções, para enxugar-lhe a mão.

15
Capítulo 9 – O SACRAMENTO DA CRISMA

O sacramento da Crisma tem um rito próprio, que é inserido na celebração comum


após a homilia.

No roteiro a seguir, caso a ocasião seja presidida por um sacerdote delegado,


desconsidere-se as menções à mitra e báculo. Além do instrumental de uma missa comum,
são necessários também: limão e/ou sabonete para lavar as mãos após a unção, o óleo do
crisma e pode-se fazer também o rito da luz: acender as velas para a renovação das
promessas do batismo na chama do círio pascal (não é obrigatório, mas muitas paróquias
fazem).

Roteiro:

Homilia: o bispo está com mitra;

Renovação das promessas: o bispo permanece de Mitra, os crismandos, ao fim da homilia,


acendem as velas, e o bispo estabelece o diálogo com eles.

Imposição das mãos: para a Imposição das mãos, o bispo depõe a mitra e impõe as mãos
sobre os crismandos. Neste momento é necessário que alguém lhe segure um microfone;

Unção com o Crisma: o bispo recebe Mitra e Báculo, e unge os crismandos. Durante a unção,
Dom Nelson pede que a fila não deixe grandes espaços, especialmente com muitos
crismandos. Durante a unção, o lavabo já deve estar sendo preparado. Caso haja diácono,
este pode segurar o óleo para o bispo durante a unção e alguém lhe segura o microfone.

Preces: a celebração continua com as preces, e o bispo, após lavar-se, depõe a mitra,
preparando-se para este momento.

A missa segue normalmente.

Capítulo 10 - POSTURAS

Do cerimoniário algumas posturas são esperadas, em dois aspectos. De qualquer


cristão (este é o primeiro) espera-se honestidade com relação à fé e bom relacionamento com
Deus e com as demais pessoas.
Quando das cerimônias:
1) Antecedência de chegada: chegar antes à Igreja, para auxiliar (caso seja esta a
realidade) na preparação dos objetos e organização das pessoas envolvidas na
liturgia – leitores e coroinhas, especialmente;
2) Ciência da celebração: ao cerimoniário devem chegar todas as informações
(pelo menos ao principal) do que ocorrerá durante a cerimônia (bodas, batismos,
instituições, intervenções litúrgicas da equipe para um aniversário ou
homenagem etc);
3) Foco: evite-se distrações;
4) Postura corporal: evite-se grandes expressões (pulos, gritos, danças) mesmo
que a assembleia o faça. A postura ideal é estar firme e, se possível com as
mãos em posição digna.
5) Discrição: evitar ficar fazendo turismo pelo presbitério ou pela igreja – dirija-se a
alguém do presbitério para pedir alguma informação se necessário (o ideal seria
fazê-lo antes da missa) e se não estiver em atividade alguma, fique em algum
lugar mais reservado do presbitério (não significa estar escondido, pois é bom
que haja visibilidade do presidente da celebração, mas aparecer mais que os
demais não é boa coisa);
6) Ter clareza da função: ao expor o que cada um faz, não se sentir indispensável
à realização da celebração. Não é necessário que o cerimoniário chame a

16
atenção em todos os momentos, mas só naqueles em que realmente for
necessário.
7) Asseio: cuide de suas vestes com zelo, mantendo-as limpas e organizadas.
Evite também roupas chamativas e cuide para não utilizar sapatos de cores que
chamem a atenção, é muito bom manter cabelos e unhas em ordem. No caso
das meninas, não exagerar na maquiagem.
8) DICA DE PRATA: Um relacionamento cordial e gentil com todos os participantes
renderá tranquilidade e amizade, mesmo se for necessário tomar alguma
posição mais enérgica durante a celebração para seu bom andamento. Nunca
humilhe ninguém durante uma celebração (nem fora dela), evite gritos e
prepotência. Saiba os ritos e ofereça segurança aos demais, assim todos
estarão seguros e confiarão em você. Caso não saiba algo, peça ajuda a
alguém mais experiente, e se mesmo assim apresentar dificuldade, transmita
isso ao presidente da celebração – haverá aprendizado de ambas as partes.

TODAS ESSAS DICAS SÃO IMPORTANTES, não adianta muita coisa ser um poço
de candura mas ao mesmo tempo ser irresponsável e desleixado.

Interesse-se por todas as pessoas, sempre há algo novo por aprender.

Cuidado com os sites da internet, muitos são bons, mas há muita coisa errada por aí
afora. Por segurança, baseie-se nos ritos e converse com o presidente da celebração antes da
missa ou outro rito. Interesse-se pela boa liturgia, não apenas por comentários ou
especulações.

Por fim, a DICA DE OURO: tenha uma vida de verdadeira oração, conversa, carinho
e amizade com Deus. Com certeza seu “ministério” será uma fonte de alegria para a
comunidade. Santas, boas e excelentes cerimônias!

Capítulo 11 – Missa parte por parte

A estrutura da santa missa é


construída sobre dois grandes
pilares: a liturgia da palavra,
precedida dos ritos iniciais, e a
liturgia eucarística, seguida
dos ritos finais. O rito
eucarístico que detalhamos a seguir é latino na sua forma ordinária, que é
aquele que nos toca. Há, no mundo inteiro, vários outros ritos eucarísticos
reconhecidos pela santa Igreja, que se mantiveram por sua antiguidade e
fidelidade à doutrina católica: o rito ambrosiano, celebrado em Milão, o
moçárabe, em partes da Espanha, o melquita, o maronita, o braguense, a
sagrada liturgia de São João Crisóstomo, etc. A terminologia e as explicações
foram obtidas preferencialmente da Instrução Geral sobre o Missal Romano.

RITOS INICIAIS
A finalidade dos ritos inciais, precedem a liturgia da palavra e têm o caráter de
exórdio, introdução e preparação. Sua finalidade é fazer com que os fiéis,

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reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para
ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia.

Entrada A celebração começa com o canto de entrada, cuja


finalidade é inserir os fieis no mistério do tempo
litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do
sacerdote e dos ministros. Não havendo canto de
entrada, a antífona proposta no missal é recitada.
Chegando ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os
ministros saúdam o altar com uma inclinação
profunda. Em seguida, o sacerdote e o diácono beijam
o altar; e o sacerdote, se for oportuno, incensa a cruz
e o altar.

Saudação Executado o canto da entrada, o sacerdote junto com


toda a assembleia, faz o sinal da cruz; a seguir, pela
saudação, expressa à comunidade reunida a
presença do Senhor.

Ato penitencial Realizado por toda a assembleia, por meio de uma


confissão geral, e concluído pela absolvição do
sacerdote (que não alcança pecados graves). Aos
domingos, particularmente, no tempo pascal, pode-se
optar pela bênção e aspersão da água em recordação
do batismo.

Kyrie Se não foi incluido no ato penitencial, o 'Senhor, tende


piedade' (Kyrie eleison) é rezado/cantado por todos,
para implorar a misericórdia de Deus.

Glória O texto deste hino (remonta ao século II) não pode ser
substituído por outro. Entoado pelo sacerdote ou, se
for o caso, pelo cantor ou o grupo de cantores, é
cantado por toda a assembleia. Se não for cantado,
deve ser recitado por todos juntos ou por dois coros
dialogando entre si. O Glória é próprio aos domingos
(exceto no Advento e na Quaresma) e nas
solenidades e festas.

18
Oração da coleta Ao convite do sacerdote ('Oremos'), este diz a oração
que se costuma chamar 'coleta', pela qual se exprime
a índole da celebração. Conforme antiga tradição da
Igreja, a oração costuma ser dirigida à Trindade
Santa.

LITURGIA DA PALAVRA
A liturgia da palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação.
Integram-na também breves momentos de silêncio, pelos quais, sob a ação do
Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus. Convém que tais
momentos de silêncio sejam observados, por exemplo, antes de se iniciar a
própria liturgia da palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também
após o término da homilia.

Leituras bíblicas As leituras conservam a unidade dos dois


Testamentos e da história da salvação. Não é
permitido trocá-las por outros textos não bíblicos. Por
tradição, o ofício de proferi-las é ministerial: deve ser
feito pelo leitor. Na ausência deste, pode ser feito pelo
sacerdote. Após cada leitura, quem a leu profere a
aclamação, respondida pelos demais.

Salmo O salmo responsorial deve responder a cada leitura e


responsorial normalmente será tomado do lecionário. De
preferência, será cantado, ao menos no que se refere
ao refrão. Se não puder ser cantado, seja recitado do
modo mais apto para favorecer a meditação da
palavra de Deus.

Aclamação ao Após a leitura que antecede o Evangelho, canta-se o


Evangelho Aleluia, conforme exigir o tempo litúrgico. Tal
aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, por
meio do qual os fieis acolhem o Senhor que lhes vai
falar no Evangelho. Na Quaresma, no lugar do Aleluia,
canta-se o versículo antes do Evangelho proposto no
lecionário.

Leitura do É o ponto alto da liturgia da palavra. A própria liturgia


Evangelho ensina que se lhe deve manifestar a maior veneração,
uma vez que a cerca mais do que as outras, de honra

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especial. O Evangelho é lido pelo sacerdote.

Homilia É proferida pelo próprio sacerdote celebrante ou por


ele delegada a um sacerdote concelebrante ou,
ocasionalmente, a um diácono, nunca, porém, a um
leigo. Em casos especiais e por motivo razoável a
homilia também pode ser feita pelo Bispo ou
presbítero que participa da celebração sem que possa
concelebrar. É obrigatória aos domingos e festas de
preceito, não podendo ser omitida, salvo por motivo
grave. Após a homilia convém observar um breve
tempo de silêncio.

Credo Ao rezar o Credo, os fieis respondem à palavra de


Deus anunciada da Sagrada Escritura e explicada
pela homilia, bem como, proclamando a regra da fé
através de fórmula aprovada para o uso litúrgico,
recordar e professar os grandes mistérios da fé, antes
de iniciar sua celebração na Eucaristia. Deve ser
cantado ou recitado pelo sacerdote com o povo aos
domingos e solenidades.

Oração universal Cabe ao sacerdote dirigir a oração. Ele a introduz com


breve exortação, convidando os fiéis a rezarem e
depois a conclui. As intenções são pelas
necessidades da Igreja, pelos poderes públicos, pela
salvação de todo o mundo, pelos que sofrem e pela
comunidade local. Outras podem ser agregadas de
acoso com a ocasião (matrimônio, exéquias etc.). As
intenções são proferidas do ambão pelo diácono, pelo
cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo.

LITURGIA EUCARÍSTICA
É a parte central da missa. Traz presente a última ceia, quando Cristo instituiu
o sacramento eucarístico. A Igreja dispôs toda a celebração eucarística de
modo a corresponder às palavras e gestos de Cristo: na preparação dos dons
levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, aqueles elementos que
Cristo tomou em suas mãos; na oração eucarística, rendem-se graças a Deus
por toda a obra da salvação e as oferendas tornam-se Corpo e Sangue de
Cristo; pala fração do pão e pela comunhão os fieis, embora muitos, recebem o
Corpo e o Sangue do Senhor de um só pão e de um só cálice, do mesmo modo
como os apóstolos, das mãos do próprio Cristo.
20
Preparação das O sacerdote prepara o altar colocando nele o corporal,
ofertas o purificatório, o missal e o cálice, a não ser que se
prepare na credência. A seguir, trazem-se as
oferendas, que podem ser levadas pelos fieis, até o
sacerdote. O canto do ofertório acompanha a
procissão das oferendas e se prolonga pelo menos
até que os dons tenham sido colocados sobre o altar.
O pão e o vinho são depositados sobre o altar pelo
sacerdote, proferindo as fórmulas estabelecidas; o
sacerdote pode incensar as oferendas colocadas
sobre o altar e, em seguida, a cruz e o próprio altar.
Em seguida, o sacerdote lava as mãos, ao lado do
altar, como rito de purificação.

Oração sobre as Depositadas as oferendas sobre o altar e terminados


ofertas os ritos que as acompanham, conclui-se a preparação
dos dons e prepara-se a Oração eucarística com o
convite aos fieis a rezarem com o sacerdote, e com a
oração sobre as oferendas. O povo, unindo-se à
oração, a faz sua pela aclamação 'amém'.

Oração eucarística O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao


Senhor na oração e ação de graças e o associa à
prece que dirige a Deus Pai, por Cristo, no Espírito
Santo. A oração eucarística exige que todos a ouçam
respeitosamente e em silêncio.
Ação de graças - o sacerdote, em nome de todo o
povo santo, glorifica a Deus e lhe rende graças por
toda a obra da salvação ou por um dos seus
aspectos, de acordo com o dia, a festividade ou o
tempo.
Santo - aclamação pela qual toda a assembleia,
unindo-se aos anjos, louva a Deus.
Epiclese - a Igreja implora por meio de invocações
especiais a força do Espírito Santo para que os dons
oferecidos pelo ser humano sejam consagrados e que
a hóstia imaculada se torne a salvação daqueles que
vão recebê-la em comunhão.
Consagração - pelas palavras e ações de Cristo, se
realiza o sacrifício que ele instituiu na última Ceia, ao
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oferecer o seu Corpo e Sangue sob as espécies de
pão e vinha, e entregá-los aos apóstolos como comida
e bebida, dando-lhes a ordem de perpetuar este
mistério.
Anamnese - a Igreja faz a memória do próprio Cristo,
relembrando principalmente a sua bem-aventurada
paixão, a gloriosa ressurreição e a ascensão aos
céus.
Oblação - a Igreja, em particular a assembleia
atualmente reunida, realizando esta memória, oferece
ao Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada.
Intercessões - pelas quais se exprime que a
Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a
Igreja, tanto celeste como terrestre, que a oblação é
feita por ela e por todos os seus membros vivos e
defuntos, que foram chamados a participar da
redenção e da salvação obtidas pelo Corpo e Sangue
de Cristo.
Doxologia final - rezada somente pelo sacerdote, é
confirmada pela assembleia, com um solene 'amém'.

Pai Nosso O sacerdote profere o convite, todos os fiéis recitam a


oração com o sacerdote, e o sacerdote acrescenta
sozinho o embolismo, que o povo encerra com a
doxologia.

Rito da paz Oração dita somente pelo sacerdote, por meio da qual
a Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e
para toda a família humana. A saudação entre os fieis
há de ser sóbria e apenas aos que lhe estão mais
próximos.

Fração do pão O sacerdote parte o pão eucarístico, ajudado, se for o


caso, pelo diácono ou um concelebrante. O sacerdote
coloca uma parte da hóstia no cálice, para significar a
unidade do Corpo e do Sangue do Senhor. Entoa-se,
então, o Cordeiro de Deus, respondido pelos fieis.

Comunhão sacerdote prepara-se por uma oração em silêncio


para receber frutuosamente o Corpo e Sangue de

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Cristo. Os fiéis fazem o mesmo, rezando em silêncio.
A seguir, o sacerdote mostra aos fiéis o pão
eucarístico sobre a patena ou sobre o cálice e
convida-os ao banquete de Cristo; e, unindo-se aos
fiéis, faz um ato de humildade, usando as palavras
prescritas do Evangelho. Enquanto o sacerdote
recebe o sacramento, entoa-se o canto da comunhão
que se estenderá à comunhão dos fieis. Para encerrar
todo o rito da Comunhão, o sacerdote profere a
oração depois da comunhão, em que implora os frutos
do mistério celebrado.

RITOS FINAIS
Nos ritos de encerramento temos breves comunicações, se forem necessárias;
saudação e bênção do sacerdote, que em certos dias e ocasiões é enriquecida
e expressa pela oração sobre o povo, ou por outra fórmula mais solene;
despedida do povo pelo diácono ou pelo sacerdote, para que cada qual retorne
às suas boas obras, louvando e bendizendo a Deus; o beijo ao altar pelo
sacerdote e o diácono e, em seguida, a inclinação profunda ao altar pelo
sacerdote, o diácono e os outros ministros.

REFERÊNCIAS

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL, Animação da vida litúrgica no Brasil.


(Documento 43), São Paulo: Paulinas, 2012;

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL, Guia Litúrgico Pastoral, Brasilia,


Edições CNBB, s/d;

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL, Introdução Geral do Missal Romano e


Introdução ao Lecionário, Brasília: Edições CNBB, 2009;

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL, Liturgia em Mutirão: subsídios para a


formação, Brasilia: Edições CNBB, 2007;.

LUTZ, CSSp, Pe. Gregório, (Org), História Geral da Liturgia: das origens até o Concílio
Vaticano II, São Paulo: Paulus, 2010;

PAULINAS, Núcleo de Catequese; PASTRO, Cláudio, Iniciação à liturgia, São Paulo: Paulinas,
2012

VV.AA., Liturgia da missa com o povo, São Paulo: Paulus, 2004;

VV.AA. Missal Romano, São Paulo/Petrópolis: Paulinas/Vozes, 1992;

VV.AA. Sacramentário. São Paulo: Paulus, 2011;

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