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DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Fevereiro/2020
1. APRESENTAÇÃO DO TEMA
Para parcela considerável da população que não possuía vínculos com organizações
trabalhistas, restou como opção, contribuir com a expansão das cidades, a partir da
aquisição de lotes em assentamentos periféricos, fazendo-se difundir a lógica da
propriedade privada em substituição à moradia de aluguel, através da autoconstrução
nas periferias urbanas.
Ao definir Poder como algo que difere de um objeto e que não tem uma
essência, Foucault dirá que o poder está localizado em toda sociedade, coexistindo
ao social. Há uma rede de poderes moleculares e formas de poderes que não
pertencem ao Estado, que se articulam de várias formas indispensáveis e com
atuação eficaz. Como consequência da negligência do poder estatal sobre o bem
estar social dos que habitam esses espaços, ocorre uma brecha e uma necessidade
de articulação entre os poderes locais, para preencher as lacunas do Estado.
Foucault (2001) também aponta o poder como algo que circula e que só
funciona em cadeia, por isso jamais estaria em um lugar fixo, pois não pode ser
apossado. Há uma rede de poderes onde se encontram formas mais periféricas que
se aproximam do corpo social. O autor define então o conceito de micro-poder, que
seria esse poder periférico e que tem efeito direto na vida dos excluídos socialmente;
e o macro-poder, que seria um poder central, vindo do aparato estatal, considerado
superior e que se distancia do corpo social. Em consonância, Polak (2014) em seu
artigo discorre sobre as relações de poder nas favelas, estabelecendo que como “os
governos oficiais por longos períodos de tempo não exerceram um controle efetivo
sobre o território e o espaço da favela, desenvolveram-se nelas as estruturas
paralelas” e logo se criaram novas formas de culturais em separação ao resto da
cidade.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abordagem das comunidades pela mídia, o racismo estrutural e a visão
popular construída em torno do tema reforçam a favela como zonas de violência e a
marginalização de seus moradores. Esta dinâmica pôde ser observada em campos
(RJ) com a criação de muros visíveis e invisíveis que segregam física e
simbolicamente grande parte de sua população, os privando do acesso livre à cidade
e de um tratamento digno e igualitário.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: Nascimento da prisão. 30. ed. Petrópolis: Vozes,
2005.
POLAK, Marek. Relações de poder na favela carioca: um breve esforço
analítico », Espaço e Economia [Online], 5 | 2014, posto online no dia 22 dezembro
2014, consultado o 07 fevereiro 2020. URL :
http://journals.openedition.org/espacoeconomia/1141 ; DOI :
https://doi.org/10.4000/espacoeconomia.1141