Imaculada Conceição

«Faça-se em mim segundo a Tua palavra»

Ambientação
Em primeiro lugar, um leitor introduz a assembleia no espirito da celebração Mariana.
Terminada a ambientação inicia-se o cântico de entrada e a procissão solene de entrada
(turíbulo, velas, um cartaz com a inscrição SIM, acólitos, sacerdote). Quando o sacerdote
chegar ao presbitério incensa o altar e a imagem da Imaculada Conceição.

1º Leitor: Há muito tempo, numa «…Faça-se em mim segundo

aldeia insignificante chamada a tua palavra». Ele pediu-lhe
Nazaré, teve lugar o maior acon- consentimento para vir a nós e
tecimento de toda a história. Uma Ela deu-lho com simplicidade e
mulher recebeu a maior mensagem humildade.
jamais ouvida na terra. Uma men- Há muito tempo, numa aldeia
sagem e um pedido contrários a insignificante chamada Nazaré,
toda a lógica e razão. Ela confiou pelo sim de uma mulher, Deus entrou
em Deus e disse «SIM», porque na nossa terra. Também hoje, se
para Ele, nada é impossível. nós dissermos sim a Deus, à sua
A sua resposta não deve ter sido vontade, à sua palavra e confiarmos
tão fácil como parece à primeira contra todo o prognóstico, entrará
vista. Quando Maria respondeu a no nosso coração.
Deus dessa maneira, sabia o peri-
go que corria. Ao estar compro-
metida com José, teria de expli-
car-lhe que a criatura que trazia
no seu seio, era do Espírito Santo.
Acreditaria ele nessa história?
Que aconteceria se não acreditasse
nela? Seguramente iria repudiá-la
por pensar que havido cometido
adultério. E embora fizesse isso em
segredo, mais tarde ou mais cedo
as pessoas dar-se-iam conta do seu
embaraço e vendo que não estava
ligada a ninguém, iriam apedrejá-
la ou queimá-la-iam viva como
era costume, segundo a lei.
Todavia, Maria confia em Deus.

Cântico de entrada

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SAUDAÇÃO

Presidente - Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Todos - Ámen.
P. – Que a Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a Comunhão do
Espírito Santo, estejam sempre convosco.
T. – Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo.

O sacerdote saúda e agradece a presença de todos e introduz a assembleia no espírito da celebração,

sublinhado a solenidade da Imaculada Coceição.

Acto Penitencial
P. - Irmãos, para participarmos dignamente
Nesta celebração,
Reconheçamos diante de deus
Que somos pecadores.

Breve silêncio

P. - Confessemos os nossos pecados

P. – Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós,

Perdoe os nossos pecados
E nos conduza à vida eterna.
T. - Amen

P. - Senhor, por todas as vezes que não sabemos para para Te escutar, para Te
acolher, Tu que és Caminho, Verdade e Vida.
Senhor, tende piedade de nós.

P. -Cristo, tantas vezes o nosso coração se torna duro, egoísta, rebelde e com
facilidade se perde na confusão do dia-a-dia e não sabemos a quem recorrer.
Cristo, tende piedade de nós.

P. - Senhor, quantas vezes a nossa vida é mais NÃO do que SIM e o nosso
olhar se desvia da Imaculada Virgem Maria, modelo de entrega e humildade.
Senhor, tende piedade de nós.

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Liturgia da palavra
A dmonição
1º Leitor: Maria estremece. Deus espera.
Maria pergunta. Deus escuta.
Maria faz silêncio. Deus fala.
Maria não entende com a cabeça. Deus fala-lhe ao coração.
Maria abre-se. Deus derrama sobre ela a força do seu Espírito.
Maria acolhe. Deus insta-se no centro do seu coração.
Maria assume o plano de Deus. Deus assume a vida de Maria.
Maria faz-se escrava. Deus fá-la senhora e mãe de toda
a humanidade.
Com Maria, acolhamos a palavra. Deixemos que Deus torne
possível o impossível.

1ª Leitura - Gn 3, 9-15.20
Salmo Responsorial
Evangelho - Lc 1, 26-38
Reflexão

I ntercessões
- Quando tememos pôr-nos completamente à disposição de Deus,
como tu fizeste.
R.: Concede-nos, ò Maria, a força e a alegria de dizer “sim”.

- Quando nos falta a coragem do amor que se dá gratuitamente.

R.: Concede-nos, ò Maria, a força e a alegria de dizer “sim”.

- Quando o projecto de Deus nos parece demasiado grande

para as nossas forças.
R.: Concede-nos, ò Maria, a força e a alegria de dizer “sim”.

- Quando não cremos que dar tudo significa recuperar tudo.

R.: Concede-nos, ò Maria, a força e a alegria de dizer “sim”.

Cântico

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Meditação do Terço
I
A nunciação do A njo a
N ossa S enhora

1º Leitor: «“Salvé, ó cheia de graça,

o Senhor está contigo” (…) “O
espírito do Senhor virá sobre ti e a
força do Altíssimo estenderá sobre ti a
sua sombra”. (…) Maria disse então:
“ Eis a escrava do Senhor, faça-se em
mim segundo a tua palavra”».

2º Leitor: Ainda perplexa pela surpresa

da anunciação, Maria não responde
com subterfúgios nem reclama vanta-
gens, antes pelo contrário, manifesta a
sua total e incondicional entrega. Maria
convida-nos hoje a abrir os nossos
corações para Deus, sem medos e
hesitações. É o doce convite maternal
que nos proporciona o encontro com
o Pai, oferecendo-nos a alegria de nos
deixarmos tocar pelo Espírito de Deus,
para que, agindo livremente em nós,
nos liberte, purifique e santifique.

Pai-nosso...
Imaculada Conceição, Rogai por nós.

3º Leitor: Santa Mãe do Redentor,

Porta do Céu, Estrela do mar,
Socorrei o povo cristão
Que procura levantar-se do abismo da culpa.
Vós que, acolhendo a saudação do Anjo,
Gerastes, com admiração da natureza,
O vosso santo Criador,
Ó sempre Virgem Maria,
Tende misericórdia dos pecadores.

Cântico
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 II
Coroação de Nossa Senhora, como rainha
do céu e da terra

1º Leitor: «Exaltada por graça do

Senhor e colocada, logo a seguir a seu
filho, acima de todos os anjos e homens,
Maria que, como mãe santíssima de
Deus, tomou parte nos mistérios de
Cristo, é com razão venerada pela
Igreja com culto especial» (LG 66).

2º Leitor: A coroação de Maria é a

manifestação gloriosa da sua vida!
Maria tem um lugar especial na história
da salvação e com o evangelista Lucas
cantamos: «Todas as gerações chamar-
me-ão bem-aventurada» (Lc 1, 48).
Neste mistério peçamos a Maria que
olhe, com o seu maternal encanto, por
todos nós e que, como ela, saibamos
responder e acolher fielmente com um
SIM o seu filho.

Pai-nosso

Imaculada Conceição, Rogai por nós.

3º Leitor: Ó pedra preciosa plena de esplendor,

Brilhante beleza do sol
Sobre ti derramada,
Fonte que brota do coração do Pai,
Seu Verbo único,
Por quem criou a primeira matéria do mundo,
Que Eva desordenou.
Este verbo forjou para ti, ó Pai, o homem
E por isso és daquela brilhante matéria,
Pela qual o próprio Verbo insuflou todas as virtudes,
Quando da primeira matéria plasmou todas as criaturas.

Cântico

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Magnificat - Cântico da Virgem Maria
«A minha alma glorifica o Senhor
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua serva.
De hoje em diante, me chamarão bem-aventurada todas as gerações.

O Todo-poderoso fez em mim maravilhas.

Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre aqueles que o temem.

Manifestou o poder do seu braço

e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes.

Aos famintos encheu de bens

e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais,
a Abraão e à sua descendência, para sempre.»

Envio
P. - O Senhor esteja convosco.
T. - Ele está no meio de nós.
P. - Abençoe-vos Deus todo poderoso em nome do Pai,
do Fillho e do Espírito Santo
P. - Ide em paz e o Senhor vos acompanhe.
T. - Graças a Deus.
Cântico final
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IMACULADA

Imaculada não é propriamente um nome, mas um atributo, um véu

sobre um corpo. Os nomes estão geralmente ligados a lugares, virtudes
(Penedo, Remédios), acções.

Imaculada Conceição é uma fórmula dogmática que diz: Maria, a

mãe de Jesus de Nazaré, a quem chamamos Cristo, foi concebida sem
mácula (sem pecado) em virtude da eleição que Deus fez dela -
Redenção Preventiva - figura típica da Eva nova, da nova criação e da
nova aliança. A relação filial não vem da carne, mas do nome (árvore
genealógica) da ligação simbólica; o nome é o princípio da viagem.

Pela obediência (escuta obediencial) a Deus, Maria converteu-se em

causa de salvação para si mesma e para o mundo; se por Eva nos veio
a morte, por Maria nos vem a vida, a esperança. Esta é uma festa de
fundação (Gn 3, 9-15. 20).

Não se festeja um dogma, uma opinião comum, consensual, recente

(1854); festeja-se um acontecimento, uma fundação que se tornou
iluminadora, que nos abriu ao conhecimento de Deus e de nós, no
advento de Deus. Maria, como João Baptista, são figuras iluminadoras
em tempo de noite do coração; elas apontam-nos os caminhos do
deserto e da alegria - donde a função transicional do maternal de que
fala João Crisóstomo: a Virgem é o «meio», o «intervalo», o «laço».
Falar da rainha, mãe da Instituição é assumir a vontade do Poder,
fazendo-a a Rainha nos céus e Mãe da Igreja.

João mostra o rosto do que há-de vir; Maria mostra o advento de Deus
no mais misterioso, no mais secreto da vida.

José Augusto Mourão, A palavra e o Espelho

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Imaculada Conceição