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QUARTA PROCURADORIA
Representação nº 1/2020-G4P1
REPRESENTAÇÃO,
ML4
MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL
QUARTA PROCURADORIA
I – DOS FATOS
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https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2020/01/06/reveillon-2020-no-df-custou-tres-vezes-valor-
previsto-em-licitacao.ghtml e https://www.metropoles.com/distrito-federal/reveillon-do-df-foi-de-r-15-milhao-
para-r-34-milhoes-entenda
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STJ, RHC nº 35.556/RS, Quinta Turma, Rel. Min. Felix Fisher, DJe de 28/11/2014.
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Edital às fls. 1.751/1.821 do Processo nº 150-0000633/2019-38.
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Aviso de Licitação à fl. 1750 do Processo nº 150-0000633/2019-38.
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Não bastasse, vale pontuar que a licitação aberta pelo Governo para a realização
das festas na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Orixás seguiu seu percurso normal até
19/12/2019, data da competição pública do Pregão.
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Planilha Comparativa de Preços e Despacho com o valor estimado às fls. 1630-1632 do Processo nº 150-
00006333/2019-38.
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Fl. 1.824 do Processo nº 150-00006333/2019-38.
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Fl. 1.634 do Processo nº 150-00006333/2019-38.
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Fl. 1.825 do Processo nº 150-00006333/2019-38.
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Fl. 1.832 do Processo nº 150-00006333/2019-38.
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Apesar da parca fundamentação, certo é que o aludido Pregão não chegou ao seu
deslinde, dando lugar à firmatura de parcerias que, aparentemente, teriam gerado maior
gasto de recursos públicos.
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“Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a licitação por
razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente
para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante
parecer escrito e devidamente fundamentado.
§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar,
ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art.
59 desta Lei.
§ 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.
§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade
de licitação.”
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Fl. 1 do Processo nº 150-00007833/2019-97.
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Fls. 1/4 do Processo nº 150-00007954/2019-39.
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Fls. 1.311/1.370 do Processo nº 150-00007833/2019-97.
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Fls. 320/321 do Processo nº 150-00007833/2019-97.
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Este Órgão Ministerial, malgrado reconheça ser salutar o fomento estatal aos
eventuais culturais realizado no âmbito do Distrito Federal, sublinha que as parcerias firmadas
pelo Poder Público distrital também estão jungidas aos princípios da eficiência e da
economicidade nos gastos públicos, em razão da dimensão objetiva dos arts. 37 e 70 da
Constituição Federal.
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Fls. 1.472/1.475 do Processo nº 150-00007833/2019-97.
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Conforme detalhamento contido no Despacho presente às fls. 1.069/1.070 do Processo nº 150-00007954/2019-
39.
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Fls. 552 do Processo nº 150-00007954/2019-39.
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Desta feita, com arrimo no aparente sobrepreço dos itens que integram as
parcerias celebradas pela SECEC para concretização do Réveillon 2019, há indicativo de que
os fatos narrados na presente Peça afrontam os princípios da legalidade, da economicidade
e da eficiência dos gastos públicos. Como dito alhures, esses postulados devem ser observados
em todos os ajustes firmados entre o Poder Público e particulares, inclusive naqueles regidos
pela Lei nº 13.019/2014, sobretudo em razão do disposto no caput do art. 37 da CF/1988,
quando faz referência aos princípios da eficiência e da moralidade.
Desse modo, este Órgão Ministerial entende que há elementos que indicam a
necessidade de atuação do TCDF, a fim de que sejam apurados os fortes indícios de prejuízo
aos cofres públicos decorrentes da execução de parcerias firmadas pela SECEC, ante a
existência de valores públicos aparentemente mais vantajosos do que aqueles adotados nos
cronogramas físico-financeiros dos Planos de Trabalho que deram azo à firmatura dos
Termos de Fomento nºs 115/2019 e 122/2019.
II – DO PEDIDO
Ante todo o exposto e considerando que esta Corte de Contas é competente para
apreciar a questão em comento, uma vez que a ela compete apurar denúncias sobre
irregularidade e ilegalidade de atos praticados pela Administração Pública, consoante o disposto
no art. 1º, § 3º e 76 da Lei Complementar nº 1/1994, bem como zelar pela correta aplicação da
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“Art. 37. As compras e contratações de bens e serviços pela organização da sociedade civil com recursos
transferidos pela administração pública distrital deverão adotar métodos usualmente utilizados pelo setor
privado, garantida a observância dos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade,
da economicidade e da eficiência.”
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“Art. 28. A administração pública distrital convocará a organização da sociedade civil classificada e habilitada
para apresentar o plano de trabalho, do qual deverão constar os seguintes elementos:
(...)
§ 3º O exame da compatibilidade dos custos indicados no plano de trabalho com os valores praticados no mercado
será realizado pela administração pública, por meio de pesquisa que poderá considerar:
I - preços públicos referentes a contratações similares em sistemas públicos de compras;”
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“Art. 41. O pagamento de despesas com equipes de trabalho somente poderá ser autorizado quando
demonstrado que tais valores:
(...)
III - são compatíveis com o valor de mercado da região onde atua a organização da sociedade civil e não
ultrapassem o teto da remuneração do Poder Executivo distrital;”
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