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O trabalho estrutura-se em três partes: na primeira parte tenta-se dar um enquadramento adequado
da matéria que constitui o essencial do estudo - a actividade da indústria transformadora na
região - apresentando alguns dos aspectos socio-económicos mais relevantes da região
caracterizadores do seu desenvolvimento económico bem como da sua população e emprego. Na
segunda parte, faz-se uma caracterização económica detalhada e individual de um conjunto de
ramos industriais que representam uma parcela substancial da actividade produtiva da região -
86% do valor acrescentado bruto da indústria transformadora. Na terceira e última parte, é
apresentado sumariamente o perfil de trocas exteriores da região - realizado pelas empresas
industriais aqui sediadas - isto é o padrão de exportações e importações resultando o mesmo
num certo quadro de competitividade/dependência.
A região Norte é limitada a Norte e Este pela nascimentos e óbitos - que tem sido sempre positivo
Espanha, a Oeste pelo Atlântico e a Sul pelos mas decrescente; e o saldo migratório - diferença
concelhos da margem esquerda do rio Douro. A entre entradas e saídas por migração - que registou
região assim delimitada não tem existência em valores negativos durante uma década invertendo-
termos administrativos tendo sido criada como se aquela tendência desde 1993.
unidade territorial de referência para fins estatísticos. A evolução populacional das sub-regiões não foi
Assim sendo, a região Norte engloba oito uniforme. Assim, o Grande Porto, o Ave, o Cávado
agrupamentos de concelhos1 : Minho-Lima, Cávado, e o Entre Douro e Vouga registaram aumentos
Ave, Grande Porto, Tâmega, Entre Douro e Vouga, populacionais em todos os anos do período referido.
Douro, e Alto Trás-os-Montes. Por sua vez, o Alto Trás-os-Montes e o Douro
O Censo de 1991 revela-nos que na região Norte registaram quebras populacionais sistemáticas desde
residem cerca de 3,5 milhões de indivíduos, 1983, fruto de comportamentos migratórios em que
correspondendo a 36% da população residente em predominaram as saídas e também, desde 89/90,
Portugal, que estão fortemente concentrados na zona essencialmente por saldos naturais negativos.
costeira - mais de 4/5 residem em menos de metade A estrutura etária da população da região Norte
do território da região. A sub-região do Grande Porto destaca-se do resto do país por ser a mais jovem de
é a que regista a maior concentração populacional. Portugal continental: de acordo com o Censo de
Em anos recentes - 1981 a 1996 - a população 1991, 40% da população residente tinha menos de
residente na região Norte tem aumentado, com 25 anos. Também a este respeito existem diferenças
excepção dos anos 1987 a 1990, embora a ritmos intra-regionais: as duas sub-regiões interiores (o Alto
decrescentes. Este aumento populacional resulta de Trás-os-Montes e o Douro) a par do Minho-Lima
duas componentes: o saldo natural - diferença entre são as mais envelhecidas.
*
Colaboradora do INE/DRN.
1
- Correspondentes ao nível III da Nomenclatura de Unidades Territoriais para fins estatísticos - NUTS.
Estatísticas e Estudos Regionais
A maioria da população activa da região Norte tem um conjunto mais qualificado de pessoas. O grupo
um nível de escolaridade muito baixo2 . Cerca de um com nível de instrução mais elevado (médio e
décimo daquela população não tem qualquer superior) abrange 21% dos empregados e o grupo
escolaridade e aproximadamente 40% tem somente de instrução mais baixo (4 anos de escolaridade)
o 1º ciclo do ensino básico3 . Adicionalmente, um refere-se a 30% dos trabalhadores, enquanto os
quinto tem por formação o 2º ciclo do ensino básico restantes 45% se distribuem por níveis de instrução
- equivalente a 6 anos de escolaridade - enquanto intermédios - equivalentes a 6, 9, e 12 anos de
só 10% tem formação média ou superior. Como é escolaridade respectivamente. A indústria tem uma
natural os vários escalões de instrução não têm uma posição intermédia ligeiramente melhor que o sector
distribuição uniforme por sectores de actividade. A primário, mas mesmo assim entre iletrados (5%) e
agricultura, as pescas e as indústrias extractivas trabalhadores com 4 anos de escolaridade
formam o sector de actividade cuja população activa encontram-se cerca de 50% dos seus trabalhadores,
tem em média o menor nível de instrução: quase 90% enquanto só 3,7% tem formação média ou superior.
deste grupo está nos dois escalões de menor De referir que a indústria transformadora do
escolaridade - 46% sem qualquer nível de instrução Continente tem, em termos médios, um nível de
e 42% com o nível correspondente a 4 anos de instrução superior ao da indústria transformadora da
escolaridade. Os serviços, por sua vez, empregam região Norte.
Região Norte 10.0 37.8 20.2 12.1 8.9 3.0 7.4 0.4
2
- Fonte: Inquérito ao Emprego, 1995, INE.
3
- Equivalente a quatro anos de escolaridade - antiga instrução primária.
Estatísticas e Estudos Regionais
Actividade Produtiva
A actividade produtiva da Região Norte4 , avaliada - a primeira é sensivelmente o dobro da segunda mas
em termos de valor acrescentado bruto (VAB), é conjuntamente totalizam um décimo daquela
composta maioritariamente pelos serviços e pela produção. A composição da produção regional não
indústria 5 - respectivamente 52,5% e 37,5% em sofreu alterações substanciais no período de 1991-
1994. A construção e obras públicas, por um lado, 94 a que se referem as estatísticas que serviram de
e a agricultura, silvicultura e pesca por outro, base a esta análise.
constituem pequenas parcelas da produção regional
Quadro III: Estrutura do VABpm - Região Norte e Continente; Contributo da Região Norte
A escolha do valor acrescentado bruto (VAB) como indicador de selecção dos ramos em
análise é mais adequado que outros indicadores, como o valor bruto de produção ou o
volume de vendas, por ser o mais genuíno na contabilização da produção efectiva de cada
sector. Aqueles dois indicadores não foram considerados alternativas válidas pois, em ambos
os casos estaríamos implicitamente a considerar como produção própria os consumos
intermédios realizados pelos vários sectores. Assim, o VAB ao medir a produção de cada
sector, no sentido de acréscimo de riqueza, mede o respectivo contributo para o PIB do
país.
No mesmo período, verifica-se que nos vários de 43% do VAB industrial nacional foi produzido
sectores produtivos, referidos anteriormente, o nesta região, tendo-se registado valores idênticos nos
contributo da região Norte para a produção nacional anos anteriores. Por sua vez é na agricultura
mantém-se relativamente estável, apesar do mesmo silvicultura e pesca que a produção regional tem o
não ser sectorialmente uniforme. O sector industrial menor peso na produção nacional: com 25% em
é aquele em que a produção da região Norte tem 1994, e valores semelhantes em anos anteriores.
maior importância a nível nacional: em 1994, cerca
Actividade Industrial
Assim, resulta claro que da actividade produtiva industrial – as sub-regiões do Alto Trás-os-Montes,
nacional aquela que mais se concentra na região do Minho-Lima, e do Douro são, por ordem
Norte é a industrial. Tal como acontece a nível decrescente, as menos industrializadas realizando ao
nacional, também na região Norte a produção todo pouco mais de um décimo daquela produção.
industrial não tem uma distribuição geográfica Finalmente as sub-regiões do Entre Douro e Vouga,
uniforme. Enquanto o Grande Porto e o Ave são as do Tâmega e do Cávado têm à escala regional uma
duas sub-regiões mais industriais do Norte – industrialização intermédia, gerando cerca de um
conjuntamente realizam mais de metade da produção terço do VAB industrial da região Norte.
4
- Fonte: Contas Regionais (1990-1994), Instituto Nacional de Estatística.
5
- Inclui a indústria extractiva.
Estatísticas e Estudos Regionais
Em termos evolutivos, os primeiros anos desta intermédia aquela produção cresceu acima da média.
década revelam que nas sub-regiões mais industriais Desta forma, houve uma pequena aproximação entre
a produção industrial cresceu a um ritmo aqueles dois tipos de regiões apesar das diferenças
ligeiramente inferior à respectiva média regional; permanecerem assinaláveis.
enquanto nas sub-regiões de industrialização
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Tendo sido estabelecido o posicionamento relativo diferenças que existem nas respectivas estruturas
da região Norte (e suas sub-regiões) na indústria industriais.
nacional importa identificar as semelhanças e
A principal fonte de informação estatística que serve de base à análise sectorial da indústria
da região Norte é as Estatísticas das Empresas - Indústria que assenta em informação por
sede de empresa. Há que salientar que esta característica da informação não tem qualquer
limitação em análises de carácter nacional, não acontecendo o mesmo em análises com
incidência geográfica limitada como é o caso da região Norte. No âmbito regional tem de
se considerar que nem sempre a sede da empresa tem a mesma localização que a unidade
de produção, e portanto pode resultar no enviesamento positivo ou negativo de algumas
das conclusões.
Portugal Custo Unit. Trabalho 1 117.0 1 257.5 1 460.8 1 573.6 1 659.7 1 746.0
Taxa de Valor Acrescentado (%) 31.6 31.2 31.6 32.1 32.4 32.1
6
- Classes da CAE - Rev 1 a 3 dígitos.
Estatísticas e Estudos Regionais
A principal diferença encontrada resulta de que os salário médio do sector ou indústria em análise.
dois sectores que registam a mais elevada taxa de Em termos económicos, a remuneração do trabalho
valor acrescentado - o tabaco e refinarias de petróleo está condicionada à respectiva produtividade. Dito
- não estão presentes ou não tem sede na região isto, não surpreende que o custo unitário do trabalho
Norte 7 . No entanto, é de referir que em ambos os na indústria da região Norte seja inferior ao
sectores se regista uma sobrevalorização do respectivo valor nacional. Assim, o custo unitário
respectivo VAB por, ao nível das Estatísticas das do trabalho da indústria transformadora na região
Empresas Industriais se reter a informação por Norte é cerca de 82% do respectivo valor nacional,
actividade principal e desse modo não haver uma sendo este diferencial, no entanto, menor que o
separação das respectivas actividades comercial e registado na produtividade do trabalho.
industrial. Esta análise comparativa é feita com base em valores
A produtividade do trabalho - rácio entre o VAB e médios o que, naturalmente, encobre uma grande
o pessoal ao serviço - é um indicador que nos diz diversidade de situações concretas nos vários
qual o valor médio de produção de cada trabalhador. sectores. No sentido de tornar mais visível essa
Este cálculo revela-nos que nos anos de 1990 a 1995 variância, e uma vez constatada a impossibilidade
a produtividade do trabalho da indústria de uma análise exaustiva de todos os sectores
transformadora na região Norte foi sistematicamente procedemos ao estudo individual dos mais relevantes
inferior ao respectivo valor nacional: assumindo na indústria da região Norte. O critério de selecção
valores que oscilaram entre os 75% e os 78%. adoptado foi o contributo de cada um deles para o
Esta diferença é explicada por algumas das indústrias Valor Acrescentado Bruto da indústria transforma-
tradicionais de produtividade mais baixa terem uma dora regional. Assim, a divisão 3 da Classificação
presença acentuada na estrutura industrial da região das Actividades Económicas (revisão 1) corresponde
Norte: é o caso do vestuário e do calçado. à indústria transformadora e na desagregação a 3
Finalmente, o custo unitário do trabalho resulta do dígitos tem 29 classes das quais analisaremos
rácio entre os custos com o pessoal e o pessoal ao quatorze. Estas indústrias serão apresentadas por
serviço, e constitui uma aproximação ao valor do ordem decrescente da sua importância.
7
- Vide caixa Informação Referenciada por Sede de Empresa.
Indústrias da Alimentação (CAE 311/312)
Em 1995, cerca de 30% das empresas da indústria alimentar nacional estavam sediadas na região Norte tendo sido
responsáveis por um quarto da produção (VAB e VBP) bem como das vendas do sector e ainda por um terço do emprego e do
investimento.
Este sector tem uma importância na indústria nacional superior àquela que ocupa na estrutura industrial da região Norte.
Enquanto a nível nacional detém a 3ª posição em termos do VAB, do emprego e do investimento e a 1ª posição em termos de
VBP e vendas, na região Norte o VAB e emprego deste sector representam a 5ª posição da indústria regional, ocupando o VBP e
vendas a 4ª posição. Contudo, e conforme se evidencia a seguir, a importância absoluta e relativa desta indústria na região
Norte é muito inferior à das indústrias anteriormente apresentadas - têxtil, vestuário e calçado.
27 %
termos de volume de negócios, é o dos lacticínios seguindo-se o abate de
25 %
23 %
animais, preparação e conservação de carnes - conjuntamente representam
21 % cerca de 42% do total desta indústria regional.
19 %
17 %
Segundo as estatísticas disponíveis, em 1995, a indústria da alimentação
15 %
1990 1991 1992 1993 1994 1995 representa cerca de 6% do VAB e do investimento da indústria transformadora
regional bem como 9% da produção e vendas.
CAE 311/312 - RN; Produtividade do trabalho O sector é responsável por cerca de 6% do emprego na indústria transformadora
500
regional. Cerca de 34% daquele emprego refere-se a empresas com mais de 100
CAE 311/312 - RN; Custo unitário do trabalho
Total da IT da RN; Produtividade do trabalho
Total da IT da RN; Custo unitário do trabalho
0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 trabalhadores - em média de 205 trabalhadores por empresa - sendo que 65%
dos mesmos são operários. O restante emprego refere-se a empresas com
dimensão média de 10 trabalhadores. A produtividade média do trabalho é, neste
sector, de 2108 contos sendo o custo unitário do trabalho de 1380 contos - ambos
os valores são inferiores às respectivas médias da indústria regional.
Contributo da CAE 311 - 312 para a As empresas que compõem o sector são bastante heterogéneas, coexistindo
Indústria Transformadora da região Norte (%)
10 %
estudo prospectivo do GEP, a evolução desta indústria nacional dependerá da 5%
multinacionais.
-10 %
1991 1992 1993 1994 1995
200 %
150 %
100 %
50 %
0%
-50 %
-100 %
1991 1992 1993 1994 1995
Em 1995, 48% do VAB do sector das bebidas foi produzido por empresas sediadas na região Norte. Em
termos de produção industrial este sector tem uma maior importância relativa na região Norte do que a
nível nacional: nono lugar naquela região e décimo sexto no todo nacional.
26 %
VBP industrial da região - cerca de 3,75% - e um contributo ainda menor para o
25 %
emprego industrial - 1,4%. O sector tem, no entanto, realizado investimentos
24 %
21 %
do investimento industrial da região.
1
20 %
1990 1991 1992 1993 1994 1995 Na região Norte os principais sub-ramos do sector são o do vinho e da cerveja
que realizaram em 1995 respectivamente 64% e 27% do volume total de
negócios do sector. A produção de cerveja destaca-se, dentro deste sector,
por apresentar características técnicas distintas, nomeadamente a utilização
intensiva de capital, o que também a particulariza em termos económicos.
Produtividade do trabalho e custo unitário do trabalho Assim, aquelas vendas têm por base, respectivamente, 62% e 22% do
(103 escudos)
6 000
CAE 313 - RN; Produtividade do trabalho emprego do sector na região.
CAE 313 - RN; Custo unitário do trabalho
5 000 Total da IT da RN; Produtividade do trabalho
Total da IT da RN; Custo unitário do trabalho
Em 1995, a indústria das bebidas apresentou a produtividade do trabalho mais
4 000
elevada valor mais de duas vezes e meia superior ao valor médio registado
3 000
pela indústria transformadora regional. Deste modo, o sector regista um nível
2 000
remuneratório também superior ao médio da indústria regional. De salientar o
1 000
comportamento do investimento (por trabalhador) que em todos os anos em
0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 análise registou valores sistematicamente superiores à média da indústria
regional - oscilando entre três a seis vezes mais. Finalmente, este sector tem
uma taxa de valor acrescentado (28,2%) próximo da média.
1
. 3132 - indústria do vinho; 3133 - fabricação de malte e cerveja.
A indústria das bebidas emprega uma parte diminuta do pessoal ao serviço na indústria transformadora da região Norte - 1,4% em 1995.
Verifica-se que mais de metade daqueles trabalhadores são empregados de empresas de grande dimensão - 100 ou mais pessoas ao
serviço, e ainda que cerca de 70% do mesmo é operário.
Nos anos em estudo, 1990 a 1995, a indústria das bebidas revelou um dinamismo superior ao da indústria transformadora regional que
se traduziu pelo crescimento da produção e da produtividade do trabalho. Concretamente, o VBP e o VAB cresceram, respectivamente,
cerca de 13% e 17,5% ao ano, a preços correntes - em ambos os casos a taxa é dupla da registada pela indústria regional. Por sua vez, a
produtividade do trabalho aumentou anualmente 14% a preços correntes. Neste último caso, a evolução registada permitiu que esta
indústria viesse a ter o índice de produtividade mais elevado de 1995.
Finalmente, contrariando a tendência dominante, este sector aumentou o
emprego - a uma média de 3,2% ao ano. CAE 313 - RN
30 %
taxa de variação anual do VBP
25 % taxa de variação anual da Produtividade
taxa de variação anual do Emprego
20 %
Mercados
15 %
10 %
significando com isto que é o sector com menores ligações ao mercado externo 0%
-5 %
ou seja com maior dependência do mercado nacional. Em 1995, cerca de 75% -10 %
das suas compras foram realizadas no mercado nacional bem como 80% das 1991 1992 1993 1994 1995
respectivas vendas.
O dinamismo deste sector depende do crescimento da procura que por sua vez
está condicionada pelo aumento de poder de compra das famílias 30 %
Total da Indústria Transformadora - RN
taxa de variação anual do VBP
portuguesas. Outros factores identificados como estratégicos no estudo do 25 %
taxa de variação anual da Produtividade
taxa de variação anual do Emprego
15 %
10 %
5%
0%
-5 %
-10 %
80 %
60 %
40 %
20 %
0%
-20 %
-40 %
1991 1992 1993 1994 1995
Indústria Têxtil (CAE 321)
Em 1995, as empresas do sector têxtil sediadas na região Norte foram responsáveis por mais de quatro quintos do valor
bruto de produção (VBP), do valor acrescentado bruto (VAB) e do investimento, bem como por cerca de 79% do emprego
deste sector a nível nacional. Este panorama evidencia a grande concentração da actividade produtiva sectorial na região
Norte.
Enquanto, a nível nacional, o sector têxtil ocupa a 2ª posição na actividade produtiva da indústria transformadora, na
região Norte este sector ocupa a primeira posição em termos da produção - VAB e VBP - e do investimento da indústria
regional.
28%
27%
transformadora.
26% Outros indicadores económicos revelam-nos algumas características
25%
1990 1991 1992 1993 1994 1995
relevantes da actividade produtiva sectorial. Assim, a taxa de valor
acrescentado (VAB/VBP) era em 1995 de 30% - valor ligeiramente superior à
média da indústria transformadora regional - significando que só aquela
percentagem do valor final dos produtos é efectivamente produzido no sector.
A produtividade do trabalho (VAB/pessoal) é de 2254 contos, i.e. um valor
Produtividade do trabalho
3
e custo unitário do trabalho
(10 escudos)
ligeiramente superior ao respectivo valor médio da indústria transformadora da
2 500
CAE 321 - RN; Produtividade do trabalho
CAE 321 - RN; Custo unitário do trabalho
região Norte mas mesmo assim inferior à de outros 17 sectores. O custo médio
Total da IT da RN; Produtividade do trabalho
2 000 Total da IT da RN; Custo unitário do trabalho com o pessoal é neste sector de 1443 contos, ou seja igual ao custo médio da
1 500 indústria regional.
Quanto ao emprego, constata-se que cerca de 60% do pessoal ao serviço
1 000
desta indústria regional trabalha em empresas com mais de 100 trabalhadores
500
(270 trabalhadores em média) e ainda que cerca de 85% destes representam
0
1990 1991 1992 1993 1994 1995
pessoal operário 1.
Este sector tem sofrido uma grande evolução nas tecnologias de produção em
que se tem acentuado a substituição do trabalho por capital. Assim, desde o
início da década, o número de empresas tem diminuído a nível nacional e tem-
se mantido estável na região Norte, enquanto o pessoal ao serviço revela um
Contributo da CAE 321 para a
declínio continuo. As quebras no emprego explicam-se tanto com a saída do
Indústria Transformadora da região Norte (%) mercado de empresas menos eficientes como pela restruturação de outras.
VAB VBP Emprego A têxtil é uma indústria essencialmente produtora de bens intermédios - apesar
1990 26,8 % 23,9 % 24,1 %
1991 23,1 % 21,7 % 21,7 % de aqui se incluir a produção dos têxteis-lar. Assim, este sector tem importantes
1992 21,1 % 20,6 % 21,2 % ligações com outras actividades económicas nacionais/regionais,
1993 21,6 % 20,2 % 20,6 %
1994 22,7 % 20,7 % 20,1 % particularmente a jusante - nomeadamente a indústria do vestuário - uma vez
1995 20,9 % 20,2 % 19,8 % que cerca de 46% das vendas destinam-se ao mercado nacional. Se
atendermos a que o vestuário é outro importante sector da indústria
nacional/regional resulta claro a forte interligação existente entre estes dois
sectores industriais. Por sua vez a actividade exportadora também é crucial
para esta indústria uma vez que mais de metade da sua produção tem por
destino os mercados externos.
1
. refere-se a pessoas cuja função é predominantemente manual - exclui contramestres, mestres e encarregados - e que têm ligação
contratual à empresa.
Indústria Têxtil (CAE 321)
No contexto da sua participação no mercado internacional este sector tem vindo a sofrer crescentes pressões concorrenciais de origens
diversas. Uma das mais importantes resulta da liberalização, em curso, do comércio mundial de têxteis bem como da globalização dos
mercados em geral, ambos promovidos pela Organização Mundial de Comércio (OMC). Este processo tem favorecido o aparecimento de
países recém-industrializados que usufruem de grandes vantagens custo como é o caso dos países do extremo oriente e asiáticos.
Adicionalmente, a política cambial de valorização do escudo, adoptada no início da década de 90, tem forçado este sector a ganhar
competitividade via aumentos de produtividade, o que tem exigido esforços adicionais a muitas empresas.
Nome CAE
5%
FÁBRICA TÊXTIL RIOPELE S.A. 321130
TÊXTIL MANUEL GONÇALVES S.A. 321130 0%
COTESI - COMPANHIA DE TÊXTEIS SINTÉCTICOS S.A. 321510
COELIMA - INDÚSTRIAS TÊXTEIS S.A. 321220 -5 %
30 %
15 %
0%
-15 %
-30 %
1991 1992 1993 1994 1995
2
. Ministério da Indústria e Energia, 1995.
Fabricação de Vestuário (CAE 322)
Em 1995, as empresas de vestuário sediadas na região Norte contribuíram com cerca de 77% do VBP, e ainda com
cerca de 75% do emprego e 79% do investimento sectoriais a nível nacional. Estes dados testemunham a grande
concentração desta actividade industrial na região Norte.
Enquanto ao nível nacional o vestuário é a quarta actividade produtiva mais importante da indústria transformadora,
na região Norte este sector ocupa a segunda posição tanto em termos de produção - VAB e VBP - como de
investimento da indústria regional.
35 %
Taxa de Valor Acrescentado Produção e Emprego
Em conformidade com os dados estatísticos mais recentes, 1995, o sector do
CAE 322 - RN Total da IT da RN
34 %
vestuário foi responsável por cerca de 12% do VBP, e ainda por cerca de 1/6 do
33 %
32 %
29 %
termos de emprego -21,5%.
28 %
Nesse ano, a taxa de valor acrescentado foi neste sector de 33% - valor
27 %
1 000
Mercados
Nas suas relações mercantis é de referir que a montante o sector do vestuário
depende igualmente do mercado nacional e do mercado externo - em particular
da UE. O sector abastecedor é o têxtil e o recurso ao mercado externo está CAE 322 - RN
cerca de 72% das vendas (dados de 1995). Neste contexto, as sumem particular 5%
acompanhar/antecipar as tendências da moda, posse de um papel activo nos 1991 1992 1993 1994 1995
Na indústria transformadora nacional o calçado é o 11º sector (da CAE 3 dígitos) em termos de importância da actividade
produtiva - VBP, VAB e vendas - ou seja, detém uma posição intermédia. Ao invés, na região Norte este é o terceiro sector
mais importante na actividade industrial regional, aferido em termos de VBP, VAB e emprego. De referir que nesta região o
sector se concentra em dois pólos geográficos: um centrado em S. João da Madeira e outro em Felgueiras.
Produção e Emprego
Taxa de Valor Acrescentado
30 %
CAE 324 - RN
Em 1995, a actividade produtiva deste sector resultou num contributo de 9% do
29 %
Total da IT da RN
28 %
25 %
22 %
sua remuneração - respectivamente, 1638 e 1227 contos - são inferiores aos
21 % respectivos valores médios registados na indústria transformadora regional,
20 %
1990 1991 1992 1993 1994 1995 salientando-se que sendo, neste contexto, dos valores mais baixos, eles são
além disso consideravelmente inferiores aos valores médios da indústria
transformadora nacional.
Este sector ocupa a terceira posição em termos do emprego industrial da
região. Cerca de 44% do pessoal ao serviço trabalha em empresas com mais
de 100 trabalhadores - dimensão média de 288 trabalhadores - sendo que 84%
Produtividade do trabalho e custo unitário do trabalho
2 500
(10 3 escudos) deles são operários. O emprego restante diz respeito a empresas com a
CAE 324 - RN; Produtividade do trabalho
CAE 324 - RN; Custo unitário do trabalho
Total da IT da RN; Produtividade do trabalho
dimensão média de 20 trabalhadores cada.
2 000
Total da IT da RN; Custo unitário do trabalho
1 500
1 000
Nome CAE
0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 ROHDE-SOCIEDADE INDÚSTRIAL DE CALÇADO LUSO-ALEMÃ LDA 324010
C.& J. CLARK-FÁBRICA DE CALÇADO LDA 324090
ECCO'LET (PORTUGAL)-FAB.SAPATOS LDA 324010
GABOR PORTUGAL-INDÚSTRIA DE CALÇADO LDA 324010
ARA PORTUGUESA-FÁBRICA DE CALÇADO LDA 324010
SCHUH-UNION DE PORTUGAL/FÁBRICA DE CALÇADO LDA 324010
A.GONÇALVES & CA LDA 324010
ELEFANTEN PORTUGUESA-INDÚSTRIA DE CALÇADO LDA 324010
FÁBRICA DE CALÇADO CAMPEÃO PORTUGUES LDA 324010
FILADÉLFIA INTERNACIONAL/CALÇADO LDA 324010
Contributo da CAE 324 para a
Indústria Transformadora da região Norte (%)
15 %
10 %
Mercados 5%
-10 %
equilibrada entre os produtos nacionais e importados. A importação satisfaz 1991 1992 1993 1994 1995
externos que por sua vez está condicionada por múltiplos factores. Um deles 15 %
10 %
refere-se ao facto de nos mercados tradicionais das nossas exportações o 5%
da concorrência. -5 %
-10 %
encontram bem como o conhecimento e participação que têm nas cadeias de -20 %
Este, é ainda, um dos sectores importantes da indústria transformadora da região Norte, adjectivo que lhe é conferido
pelo facto de contribuir com cerca de 5% para o respectivo VAB industrial - situação que não encontra paralelo na
indústria transformadora nacional.
34 %
CAE 331 - RN
Taxa de Valor Acrescentado
Produção e Emprego
32 %
Total da IT da RN
Em 1995, as indústrias da madeira e cortiça empregavam aproximadamente
30 % 5% do pessoal ao serviço, e produziam parcela idêntica do VBP, da indústria
28 %
transformadora regional, ocupando a sétima posição em termos gerais.
26 %
Utilizando o indicador de volume de vendas constata-se que a maior
24 %
componente sectorial é a produção de artigos de cortiça pois é responsável
por 66% daquelas vendas, as restantes vendas são da indústria da madeira. A
22 %
1
. A este respeito ver GEP - Ministério da Indústria e Energia.
Indústrias da Madeira e da Cortiça (CAE 331)
Outros indicadores económicos sobre a actividade produtiva do sector globalmente considerado, revelam-nos que o mesmo tem um
baixo valor acrescentado pois em média somente 23% do valor final da produção resulta de riqueza criada (i.e. valor acrescentado) por
este sector - sendo que o respectivo valor médio da indústria transformadora regional é cinco pontos percentuais superior. Por sua vez a
produtividade do trabalho está dentro da média da indústria regional, o mesmo acontecendo com o custo unitário do trabalho.
Cerca de 23% do pessoal ao serviço trabalha em empresas de grande dimensão - 268 trabalhadores por empresa em média - e daqueles
cerca de 73% são operários. O restante emprego diz respeito a empresas de reduzida dimensão - 5,6 trabalhadores em média.
No período de 1990-95 este sector teve uma evolução abaixo da média. Desde
logo registou-se um desinvestimento acentuado. Consequentemente, o sector
registou uma desaceleração tanto na produção como na evolução da sua
produtividade, passando neste caso de um valor superior ao médio da indústria 15 %
CAE 331 - RN
taxa de variação anual do VBP
transformadora regional, em 1990, para uma posição inferior, em 1995. taxa de variação anual da Produtividade
taxa de variação anual do Emprego
10 %
5%
0%
Mercados
-5 %
Nas suas relações mercantis salienta-se um maior envolvimento com o
-10 %
mercado externo na colocação do seu produto final do que na aquisição de
-15 %
matérias primas. Dado que a grande componente das aquisições é produto da 1991 1992 1993 1994 1995
20 %
0%
-20 %
-40 %
-60 %
-80 %
1991 1992 1993 1994 1995
Fabricação de Mobiliário1 (CAE 332)
Apesar da pequena importância relativa que o sector tem na indústria da região ela é superior àquela que a mesma tem a
nível nacional. Assim, mais de metade da produção desta indústria é realizada por empresas sediadas na região Norte:
em 1995, essas empresas produziram cerca de 55% do VAB e VBP sectorial nacional.
36 %
produção industrial da região norte, avaliada em termos de VAB e VBP,
34 %
32 %
ocupando a décima primeira posição. No entanto, a importância do sector
30 % enquanto empregador é relativamente superior uma vez que é o sexto sector
28 % industrial, empregando cerca de 5,4% do pessoal ao serviço na indústria
26 %
1990 1991 1992 1993 1994 1995
transformadora regional.
Nome CAE
SAINT-CLAIR-INDUSTRIA DE MOBILIARIO LDA 332010
Contributo da CAE 332 para a IMS - INDUSTRIA DE MOVEIS LDA 332010
Indústria Transformadora da região Norte (%) CERNE-INDUSTRIA DE MOBILIARIO S.A. 332010
MOLAFLEX-COLCHOES S.A. 332040
VAB VBP Emprego ABOLINI-INDUSTRIA DE MOBILIARIO LDA 332010
1990 2,6 % 2,0 % 4,8 % A.A.BRITO-MOBILIARIO LDA 332010
1991 3,7 % 2,7 % 6,5 % PORTEME-PORTAS E DERIVADOS LDA 332010
1992 3,7 % 2,8 % 5,1 % AZEREDO LOBO & FILHOS LDA 332010
1993 2,9 % 2,5 % 5,3 % SOMAIA-MOVEIS E CARPINTARIA MECANICA DE MAIAS & RIBEIRO LDA 332010
1994 2,7 % 2,3 % 5,2 % TRAMA-TRANSFORMADORA DE MADEIRAS LDA 332010
1
. Com excepção do mobiliário metálico e de plástico moldado.
Fabricação de Mobiliário (CAE 332)
Às características do sector já apontadas acresce o facto das empresas serem, em média, de pequena dimensão - 6,3 trabalhadores de
acordo com dados de 1995. As poucas empresas de maior dimensão têm em média 145 trabalhadores e empregam somente 5,5% dos
trabalhadores do sector, verificando-se ainda que três quartos destes são operários. A dimensão média das empresas é crucial
particularmente na produção de mobiliário moderno em que a especialização e a produção em série são requisitos básicos da sua
competitividade.
No período 1990-95 esta indústria registou uma evolução que globalmente foi próxima da média. No caso do investimento
consideramos que houve mesmo um comportamento bastante 'pobre' e por esse motivo alguns dos aspectos mais negativos do sector
não se alteraram de todo. Nomeadamente, a produtividade do trabalho
permaneceu a mais baixa de toda a indústria transformadora e cresceu a um
ritmo - 8,5% ao ano, a preços correntes - ligeiramente inferior ao médio,
indicando portanto que não ocorreram mudanças significativas nem nas CAE 332 - RN
50 %
técnicas nem na organização da produção. Por sua vez, tanto a produção, 40 %
taxa de variação anual do VBP
taxa de variação anual da Produtividade
taxa de variação anual do Emprego
como o emprego cresceram ao ritmo médio da indústria transformadora 30 %
regional.
20 %
10 %
0%
-10 %
-20 %
Mercados -30 %
Este sector evidencia já um certo grau de internacionalização por via das suas 1991 1992 1993 1994 1995
Este sector tem vindo a enfrentar uma concorrência crescente no mercado Total da Indústria Transformadora - RN
nacional por parte das importações de mobiliário moderno (com origem 50 %
taxa de variação anual do VBP
taxa de variação anual da Produtividade
40 %
maioritariamente em Espanha e Itália). Aqui, existem factores estratégicos em 30 %
taxa de variação anual do Emprego
0%
qualificação da mão de obra, e ao nível da gestão da produção e da gestão -10 %
10 %
0%
-10 %
-20 %
-30 %
-40 %
-50 %
1991 1992 1993 1994 1995
Indústrias do Papel (CAE 341)
A indústria do papel inclui várias produções industriais, nomeadamente, pasta, papel e cartão; embalagens de papel e
cartão; e ainda artigos de pasta para papel, de papel e de cartão. Em 1995, as empresas deste sector sediadas na região
Norte contribuíram com 15% dos valores do VAB e VBP sectoriais a nível nacional. Daqui se depreende que neste sector
as empresas da região têm um peso residual em termos nacionais. Nestas circunstâncias, salienta-se ainda que a
pequena importância que o sector tem na indústria da região Norte é sensivelmente metade daquela que tem na
indústria transformadora nacional. Esta pouca importância é particularmente evidenciada pelo seu baixo contributo
para a produção e emprego industriais da região.
29 %
Total da IT da RN
Em 1995 este sector produziu cerca de 2% do valor acrescentado bruto e do
27 %
valor bruto de produção da indústria regional e ainda 1% do emprego total da
25 %
23 %
mesma. Cerca de quatro quintos do volume de negócios referia-se a dois tipos
21 %
de produção e em proporções idênticas: pasta papel e cartão por um lado, e
19 %
17 %
embalagens de papel e cartão por outro.
15 % Na região Norte a taxa de valor acrescentado (VAB/VBP) desta indústria era,
1990 1991 1992 1993 1994 1995
no ano referido, de cerca de 31% - valor que é substancialmente superior ao
registado no início da década, verificando-se portanto uma evolução bastante
positiva que permitiu passar de uma posição correspondente a dois terços da
média da indústria regional para outra ligeiramente superior. A produtividade
do trabalho (VAB/trabalhador) era, em 1995, não só mais do dobro do
Produtividade do trabalho e custo unitário do trabalho
5 000
3
(10 escudos) respectivo valor médio da indústria transformadora regional como, neste
CAE 341 - RN; Produtividade do trabalho
4 500 CAE 341 - RN; Custo unitário do trabalho contexto, era ainda o terceiro valor mais elevado. É de salientar que também
4 000 Total da IT da RN; Produtividade do trabalho
3 500
Total da IT da RN; Custo unitário do trabalho
aqui se verificou uma evolução muito positiva ao longo da meia década em
3 000
2 500
análise, sustentado por níveis de investimento por trabalhador bastante
2 000
elevados. Deste modo, o sector foi capaz de criar valores crescentes de
1 500
1 000 produto por trabalhador, que se traduzem por níveis de rendimento mais
500
0
elevados: no início da década o nível remuneratório era o médio da indústria
1990 1991 1992 1993 1994 1995
regional, sendo em 1995 cerca de 30% superior.
O dinamismo que este sector registou foi bastante superior à média da indústria transformadora da região Norte. Desde logo o
investimento aumentou, em termos médios, cerca de 33% ao ano a preços correntes, tornando possível não só o crescimento acelerado
da produção - o VAB cresceu 40% ao ano - como também da produtividade do trabalho - 39% ao ano.
Mercados
As actividades comerciais do sector têm um padrão que se caracteriza por ter
relações a montante essencialmente nacionais já que o sector realiza cerca de
CAE 341 - RN
75% das suas compras no mercado nacional. Em contrapartida, as vendas do 50 %
taxa de variação anual do VBP
taxa de variação anual da Produtividade
sector são essencialmente feitas para o mercado externo uma vez que esse é o 40 %
taxa de variação anual do Emprego
20 %
30 %
20 %
10 %
0%
-10 %
1991 1992 1993 1994 1995
Em termos regionais o sector pertence ao grupo de indústrias cuja importância já é menor devido ao seu pequeno
contributo para a produção e emprego industrial da região. A importância relativa do sector é na região Norte idêntica
ao do todo nacional.
Produção e Emprego
Taxa de Valor Acrescentado
45 %
CAE 342 - RN Total da IT da RN
De acordo com os dados mais recentes disponíveis, o sector das gráficas e
43 %
41 %
35 %
29 %
2 500
Total da IT da RN; Custo unitário do trabalho
empregam 250 trabalhadores em média, perfazendo 25% do pessoal ao
2 000 serviço desta indústria. Nestas empresas cerca de 60% dos trabalhadores
1 500 está categorizado como pessoal operário.
1 000
0
1990 1991 1992 1993 1994 1995
Nome CAE
AMBAR (AMÉRICO BARBOSA)-COMPLEXO INDUSTRIAL GRÁFICO S.A. 342012
EMPRESA DO JORNAL DE NOTÍCIAS S.A. 342021
EDIÇÕES ASA S.A. 342012
PÚBLICO-COMUNICAÇÃO SOCIAL S.A. 342021
LITOGRAFIA NACIONAL S.A. 342012
BLOCO GRÁFICO LDA 342012
EMPRESA DE O COMÉRCIO DO PORTO, S.A. 342021
Contributo da CAE 342 para a PORTO EDITORA LDA 342022
LELLO & IRMÃO - EDITORES LDA 342022
Indústria Transformadora da região Norte (%)
SOCIEDADE PORTUGUESA LA CELLOPHANE LDA 342012
VAB VBP Emprego
1990 2,6 % 1,8 % 2,0 %
342012 - impressão;
1991 2,3 % 1,8 % 2,0 %
342021 - edição de publicações periódicas;
1992 2,4 % 2,1 % 2,0 %
1993 2,7 % 2,2 % 2,1 % 342022 - edição de publicações não periódicas.
1994 2,3 % 1,9 % 2,0 %
1995 3,1 % 2,1 % 2,0 %
Artes Gráficas e Edição de Publicações (CAE 342)
Nos anos em análise o sector teve uma evolução positiva no investimento - a um ritmo duplo da média, cerca de 10,7% ao ano, a preços
correntes - que se traduziu num aumento da produção, vendas e redução do emprego. Enquanto a produção, avaliada em termos de
VAB e VBP, cresceu a um ritmo anual de 12%, a preços correntes - ou seja valores superiores às respectivas médias, o pessoal ao
serviço diminuiu 0,9% ao ano. Da conjugação de ambos resultou a evolução anual de 12,9% na produtividade do trabalho.
Mercados
Dada a especificidade desta indústria ela mantém uma relação muito forte com
o mercado nacional, em particular na venda da sua produção - um total de 96%
CAE 342 - RN
do output. A montante, o sector adquire cerca de 40% das suas compras nos 40 %
taxa de variação anual do VBP
taxa de variação anual da Produtividade
mercados externos. 30 %
taxa de variação anual do Emprego
20 %
25 %
20 %
15 %
10 %
5%
0%
-5 %
-10 %
1991 1992 1993 1994 1995
60 %
40 %
20 %
0%
-20 %
-40 %
-60 %
1991 1992 1993 1994 1995
Fabricação de Produtos Metálicos1 (CAE 381)
Em 1995, as empresas da indústria de produtos metálicos sediadas na região Norte - 35% - foram responsáveis por cerca
de dois quintos da actividade produtiva sectorial - avaliada em termos de VAB e VBP. Este valor é ligeiramente superior ao
do início da década e é o resultado de um dinamismo regional superior ao nacional.
A importância que este sector tem na actividade industrial da região Norte é bastante idêntica àquela que tem na indústria
nacional. Em termos do VAB e emprego este é o quarto sector mais importante, enquanto no VBP e vendas ocupa o 7º
lugar.
35 %
aproximadamente 7% do VAB total da indústria transformadora regional bem
33 % como cerca de 6% do VBP e foi ainda responsável por 8% do Investimento,
31 % respectivamente. As actividades mais relevantes, de acordo com o respectivo
29 % volume de vendas, são: a fabricação de um conjunto diversificado de produtos
27 % metálicos não especificados com 50%, seguindo-se a cutelaria, ferramentas e
25 %
1990 1991 1992 1993 1994 1995
ferragens com 24%.
1
. Com excepção de máquinas, equipamento e material de transporte.
Fabricação de Produtos Metálicos (CAE 381)
Mercados
De acordo com dados nacionais este sector abastece-se nos mercados nacional e externo, sendo que cerca de 55% das suas compras são
feitas no mercado interno. No entanto, é um sector que produz maioritariamente para o mercado nacional pois, em 1995, as vendas tiveram
os seguintes destinos: 63% para mercado nacional, 31% para a União Europeia e 6% para o resto do Mundo. De referir ainda que a
importância relativa dos mercados interno e externo é variável segundo os vários sub-ramos do sector. Finalmente o sector é responsável
por uma pequena parcela das exportações regionais de bens industriais.
10 %
de ocorrer a médio prazo com efeitos dinâmicos positivos no sector. 5%
0%
-5 %
-10 %
1991 1992 1993 1994 1995
As empresas sediadas na região Norte produziram, em 1995, cerca de 40% do VBP e VAB do sector e realizaram uma
proporção bastante superior do respectivo investimento (66%).
34 %
máquinas não eléctricas contribuiu com cerca de 4% e 3,5% para,
32 %
30 %
respectivamente, o VAB e VBP industriais da região. Salienta-se, no entanto,
28 %
o comportamento do investimento que naquele ano correspondeu a 6,8% do
26 % investimento industrial da região, ou seja a quarta maior parcela.
24 %
1990 1991 1992 1993 1994 1995
1
As principais componentes do sector são os sub-ramos : fabricação de
máquinas e equipamentos especializados para a indústria, com excepção de
máquinas para o trabalho dos metais e da madeira, e fabricação de outras
máquinas não eléctricas n.e., sendo cada um deles responsável por 40% do
1
. 3824 - 3829 da CAE - 4 dígitos
Fabricação de Máquinas não Eléctricas (CAE 382)
Este sector dá emprego a pouco mais que 3% do pessoal ao serviço da indústria transformadora da região Norte. A dimensão média das
empresas do sector é relativamente pequena dado que 72% do emprego é garantido por empresas de dimensão média de 12
trabalhadores. O restante emprego refere-se a empresas com 100 trabalhadores ou mais (em média 200). Neste último caso constata-
se que somente três quartos do pessoal é operário o que revela um conjunto de pessoal técnico e administrativo superior ao encontrado
noutras indústrias.
Na meia década em análise verifica-se que o investimento teve um comportamento particularmente positivo. Os anos de forte
investimento mais que compensaram os anos de desinvestimento, registando-se um crescimento médio anual de 21,5% a preços
correntes. Os efeitos desse investimento fizeram-se sentir mais ao nível da produção do sector - VAB e VBP - do que na produtividade do
trabalho.
Mercados
Esta é uma indústria fortemente ligada ao mercado externo nas suas relações a 30 %
CAE 382 - RN
15 %
0%
-5 %
10 %
Nome CAE 5%
A importância relativa deste sector na indústria transformadora regional e nacional é idêntica nos vários indicadores: VAB,
vendas, e emprego.
32 %
Taxa de Valor Acrescentado
Produção e Emprego
CAE 383 - RN
30 %
Total da IT da RN Analisando os dados disponíveis para o ano mais recente, 1995, constata-se que
28 %
a indústria de máquinas eléctricas produziu pouco mais de 5% do VAB da
26 %
indústria transformadora regional, valor que sendo substancialmente inferior ao
produzido pelos sectores apresentados anteriormente lhe confere a posição de
24 %
6º sector mais importante.
22 %
Os quatro sub-ramos que compõem esta indústria têm uma importância relativa
20 %
2
1990 1991 1992 1993 1994 1995 diferenciada. Em 1995, dois daqueles ramos - 3832 e 3839 - realizaram
conjuntamente mais de quatro quintos do volume de vendas - cerca de 48% e
3
39% respectivamente conferindo aos outros dois ramos um carácter residual.
Esta indústria apresenta uma taxa de valor acrescentado inferior à média da
indústria transformadora regional significando, portanto, que tem um elevado
nível de utilização de consumos intermédios. Por sua vez, a produtividade do
Produtividade do trabalho e custo unitário do trabalho
4 000
(103 escudos) trabalho é bastante superior à média o que possibilita uma remuneração do
CAE 383 - RN; Produtividade do trabalho
3 500
CAE 383 - RN; Custo unitário do trabalho
Total da IT da RN; Produtividade do trabalho
trabalho que é cerca de 50% superior à média da indústria transformadora
Total da IT da RN; Custo unitário do trabalho
3 000
regional. A este aspecto não é alheio o facto de se tratar de um sector cuja
intensidade capitalística (imobilizado/nº trabalhadores) é elevada e quase o
2 500
2 000
1 500
dobro da média da indústria transformadora nacional.
1 000
500
Lista das 10 Empresas mais Empregadoras (Ano: 1995)
0
1990 1991 1992 1993 1994 1995
Nome CAE
EFACEC-EMPRESA FABRIL DE MÁQUINAS ELÉCTRICAS S.A. 383100
BLAUPUNKT AUTO-RÁDIO PORTUGAL LDA 383200
UNITED TECHNOLOGIES AUTOMOTIVE (PORTUGAL)/PRODUTOS PARA A INDÚSTRIA AUTOMÓVEL LD 383910
CABLINAL PORTUGUESA-EQUIPAMENTO PARA A INDÚSTRIA AUTOMÓVEL LDA 383910
ROEDERSTEIN-ELECTRÓNICA PORTUGAL LDA 383200
TEXAS INSTRUMENTS SAMSUNG ELECTRÓNICA (PORTUGAL) LDA 383200
GRUNDIG AUTO-RÁDIO PORTUGAL LDA 383200
GRUNDIG INDÚSTRIA PORTUGAL - FÁBRICA DE PRODUTOS AUDIO LDA 383200
ELECTROMECÂNICA PORTUGUESA PREH LDA 383200
Contributo da CAE 383 para a
KROMBERG & SCHUBERT-PORTUGAL LDA 383910
Indústria Transformadora da região Norte (%)
Entre 1990 e 1995 o sector registou uma evolução bastante positiva. O investimento teve um comportamento muito dinâmico ao crescer em
média 30% ao ano (a preços correntes). Consequentemente, registou-se a expansão da produção - tanto do VBP como do VAB -
sensívelmente acima dos 10% ano (também a preços correntes). Esta tendência foi acompanhada pela expansão do emprego uma vez que o
pessoal ao serviço aumentou (cerca de 5% ao ano) ao contrário do que se verificou
na indústria transformadora regional. Por sua vez a produtividade do trabalho,
embora tenha evoluído positivamente, cresceu a um ritmo inferior ao médio da
indústria transformadora regional, o que não surpreende dado o elevado valor que
o sector apresenta para este indicador. Conclui-se, pois, que o esforço de 30 %
CAE 383 - RN
taxa de variação anual do VBP
investimento visou essencialmente a expansão do sector, o que é consentâneo 25 % taxa de variação anual da Produtividade
taxa de variação anual do Emprego
20 %
10 %
5%
0%
-5 %
Mercados -10 %
Este é um sector com fortes ligações ao mercado externo tanto por importações -15 %
-20 %
como por exportações e ainda pela presença de Investimento Estrangeiro. No que 1991 1992 1993 1994 1995
deste total. 10 %
5%
0%
-10 %
-20 %
na qualificação dos recursos humanos, cooperação entre empresas, e 1991 1992 1993 1994 1995
desenvolvimento de infra-estruturas tecnológicas.
250 %
200 %
150 %
100 %
50 %
0%
-50 %
-100 %
1991 1992 1993 1994 1995
Construção de Material de Transporte (CAE 384)
Este é um sector industrial de alguma importância por possuir características que representam componentes
modernizadoras da actividade industrial. Neste sentido são de referir os conteúdos de tecnologia, de capital humano e
físico e ainda métodos inovadores de gestão. Por estes motivos consideramos relevante a sua inclusão nesta análise,
apesar da pequena importância que o mesmo detém na indústria regional.
As empresas da indústria de material de transporte que se situam na região Norte produziam, em 1995, sensivelmente
16% do produto sectorial avaliado em termos de VAB e VBP; ou seja, têm em termos nacionais uma importância marginal
neste sector. Deste modo, esta indústria além de ter, como veremos, um peso estrutural diminuto na indústria
transformadora regional, este valor ainda é cerca de metade do respectivo valor na indústria transformadora nacional.
Na meia década em análise este sector registou uma evolução próxima da média, facto pelo qual a sua posição estrutural na indústria
transformadora da região Norte não se alterou.
Mercados
Esta indústria é das mais extrovertidas, em virtude das fortes trocas que a
mesma realiza com o mercado externo - três quartos das compras e metade
CAE 384 - RN
das vendas, respectivamente 75% e 51% em 1995. O elevado valor de 30 %
taxa de variação anual do VBP
taxa de variação anual da Produtividade
compras no exterior reforça a ideia de que este sector adquire uma elevada 20 %
taxa de variação anual do Emprego
de montagem. 0%
-10 %
10 %
0%
-10 %
-20 %
-30 %
1991 1992 1993 1994 1995
50 %
25 %
0%
-25 %
-50 %
1991 1992 1993 1994 1995
Estatísticas e Estudos Regionais
O primeiro aspecto a salientar é a forte concentração industriais é responsável por valores que oscilam
da actividade exportadora num reduzido número de entre os 5% e os 3% daquelas importações.
indústrias. Esta constatação resulta de que apenas 4 Comparando o retrato anterior com o perfil das
sectores, dos 29 considerados, são responsáveis por trocas nacionais registam-se algumas diferenças mas
cerca de 70% das exportações realizadas por também semelhanças que passamos a referir. Assim,
empresas da indústria transformadora sediadas na a nível nacional, as exportações industriais são
região, são eles: os têxteis, que constituem a maior menos concentradas do que as da região Norte pois
componente com 23%; o vestuário com 17,5%, o as quatro maiores parcelas totalizam 48% das
calçado e, as máquinas e aparelhos eléctricos, com mesmas. Os sectores responsáveis por este valor são,
aproximadamente 15% cada. As exportações dos tal como na região Norte, o têxtil, o vestuário, e os
restantes ramos industriais são relativamente produtos eléctricos, mas enquanto a nível nacional
pequenas correspondendo a parcelas que assumem se inclui neste grupo o sector do material de
valores inferiores a 5%. transporte no Norte inclui-se o calçado. Por sua vez
As importações realizadas por aquelas empresas as importações nacionais de bens industriais têm um
apresentam uma concentração sectorial menor do que nível de concentração idêntico ao registado na região
a encontrada nas exportações. Assim, os têxteis, as Norte: cerca de 48% contra 45% das importações
máquinas não eléctricas, as máquinas eléctricas e os respectivas são da responsabilidade de quatro
produtos químicos industriais são os sectores sectores. Destes sectores três são comuns: as
responsáveis pelas 4 maiores parcelas de máquinas eléctricas, máquinas não eléctricas, e
importações - respectivamente, 18%, 10%, 9% e 8% têxteis; enquanto a nível nacional pertence a este
- e conjuntamente realizaram cerca de 45% das grupo o material de transporte a nível regional estão
importações da indústria transformadora regional, em os produtos químicos industriais.
1995. Há ainda a referir que um conjunto de 9 ramos
Padrão Competitivo
No ano em análise, as exportações realizadas pelas excepção das máquinas eléctricas (com 45,5%)
empresas da indústria transformadora sediadas na responsáveis por mais de metade das exportações
região Norte foram superiores às respectivas nacionais daquelas indústrias. A conjugação destes
importações num valor aproximado de 30%. vários aspectos confirma-nos que estes são sectores
Entre os sectores que contribuíram positivamente competitivos à escala internacional, e nessa medida,
para aquele resultado - i.e. sectores com taxas de têm uma presença sólida, ainda que em mudança,
cobertura superiores a 100% - estão principalmente na indústria da região. Alguns outros contributos
os ramos mais importantes na produção industrial para o saldo externo positivo surgem de sectores que
da região como os têxteis (167%), o vestuário sendo menos relevantes na estrutura industrial da
(713%), o calçado (1460%) e as máquinas eléctricas região acabam por ser importantes pela dimensão
(210%). Estes sectores são também as maiores do respectivo saldo e/ou pelo contributo que a região
componentes das exportações regionais. Acresce tem nas exportações nacionais respectivas: são
ainda que as empresas sediadas nesta região são, com claramente os casos das indústrias de bebidas, da
1
- INE - Estatísticas do Comércio Internacional, informação disponível não publicada.
Estatísticas e Estudos Regionais
Comércio Externo de Portugal e Região Norte, 1995: Estrutura, Taxa de Cobertura e Contributo
CAE Rev1 IMPORTAÇÃO EXPORTAÇÃO EXP/IMP IMPORTAÇÃO EXPORTAÇÃO EXP/IMP IMPORTAÇÃO EXPORTAÇÃO