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CIÊNCIA, MODERNIDADE E IDENTIDADE:


DIÁLOGO ENTRE SABERES
SCIENCE, MODERNITY AND IDENTITY:
DIALOGUE AMONG KNOLEDGES
(Conferência de abertura da I Semana de Humanidades da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte. Mossoró, 8 de novembro de 2010)

Agradeço a oportunidade e Cochabamba. Na abertura desta


cumprimento os organizadores desta I declaração é afirmado:
Semana de Humanidades pelo tema El deber supremo de los hombres y
escolhido, que efetivamente sintetiza mujeres que dedican su vida al
muito bem questões fundamentais do estudio y a la ciencia es el de
mundo de hoje e das ciências sociais. compartir sus conocimientos,
descubrimientos e inquietudes con la
Trata-se de um tema extremamente
humanidad entera pues todos los
vasto, porém como contribuição
seres humanos compartimos el deseo,
modesta, reduzo-o, pois, a apenas alguns más que de sobrevivir, de vivir bien
de seus aspectos, tratando-os a partir de como especie sobre la faz de la tierra.
experiências e reflexões propiciadas por En el cumplimiento de ese deber
minha relação com os cientistas, nos supremo, las delegaciones de los
últimos anos, através da SBPC países miembros de Interciencia,
(Sociedade Brasileira para o Progresso presentes en Cochabamba, Bolivia,
da Ciência), bem como por minha han constatado que las percepciones
relação continuada com a Antropologia de las naciones indígenas se han
e a Amazônia, esperando que isso possa ratificado a través del análisis de las
cifras que arrojan las mediciones de la
ser de alguma utilidade como ponto de
temperatura de nuestro planeta, el
partida desta Semana. Inicio com o
retroceso de sus glaciales, el
“diálogo entre saberes”, que inclui, mas incremento de la contaminación
não se restringe à interdisciplinaridade. atmosférica, hídrica y de los suelos, la
Interciência é uma federação de disminución alarmante de la
associações científicas que acaba de superficie cubierta por los bosques y
realizar a sua 36ª. Reunião Anual em el consecuente proceso de
Manaus de 24 a 25 de outubro tendo desertificación, y que, de este modo,
como anfitriã a SBPC. Em sua reunião las previsiones más sombrías están en
anual anterior realizada em novembro curso de hacerse realidad.
do ano passado (2009) em Cochabamba Coincidimos con el IPCC en que las
cifras confirman este cambio y que
(Bolívia) foi aprovada a Declaração de
además cabe mencionar la existencia
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de otros daños sustanciales causados ocidental moderna é apenas uma entre


por las acciones humanas. muitas formas de conhecimento.
Nossa ciência, no entanto, pretende
Não se trata aqui de discutir a constituir-se como corpo a parte de
controvertida questão do aquecimento outras esferas da vida social. Há quem
global. Mas gostaria de assinalar o coloque em questão, até que ponto isso
respeito com que se registra logo no se dá, mas pelo menos essa pretensão
início da Declaração a eficácia do saber pode marcar uma diferença com relação
indígena, a qual possui função icônica a outros corpos de conhecimento que
para o conjunto de saberes não não buscam distinguir-se do mesmo
associados à modernidade ocidental em modo, o que não significa ausência de
sentido estrito, por vezes denominados rigor, de protocolos ou de sofisticação;
de “tradicionais”. Registro que vai na apenas associação explícita, por
mesma direção de outros, recentes, exemplo, com o lúdico. Mas essa é uma
como o da aceitação de que os povos fonte de mal-entendidos ou, então, de
indígenas já conheciam antes da ciência suporte ideológico para a afirmação de
ocidental a influência da lua sobre as hierarquias etnocêntricas. É isso que
marés. Ou a constatação tardia da precisa ser ultrapassado de modo a que
importância dos informantes indígenas o valor das outras formas de
para as “descobertas” da ciência, conhecimento não seja medido somente
sobretudo as advindas de expedições de acordo com os parâmetros da ciência
científicas. Este registro, no entanto, moderna ou de acordo com a sua
ainda vai contra o senso-comum possibilidade de contribuir para o
dominante entre os nossos cientistas. avanço científico, como se se tratasse de
Creio, portanto, que eventos como esta I uma espécie de pré- ou protociência.
Semana de Humanidades precisam ir na Isso exige capacidade de escuta e a
mesma direção da Declaração de admissão da importância de mediadores
Cochabamba e aprofundá-la. E para tal, – tradutores e negociadores num sentido
proponho que acentuar os significados ampliado - que ajudem no
das diversidades culturais pode ser um estabelecimento de diálogos entre
bom ponto de partida. saberes que necessariamente só poderão
Esse aprofundamento, no entanto, ser avaliados a longo prazo. Alguns
precisa representar a ultrapassagem do desses mediadores podem ser
mero reconhecimento das informações, pesquisadores oriundos das chamadas
que serviriam como matéria prima para a ciências sociais, mas não só; e contanto
elaboração dos cientistas. Precisa passar que não pretendam monopolizar ou
pela admissão de que essas informações substituir os atores relevantes. Os
fazem parte de verdadeiros corpos de próprios grupos e movimentos sociais
conhecimento. E que, portanto, a ciência produzem os seus mediadores e, mesmo,
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os seus intelectuais no sentido mais A solução para essas questões –


generoso do termo. sempre parcial e provisória – exige
Nada disso é tarefa fácil. É muito mente aberta. Aberta mesmo a caminhos
comum - mesmo entre filósofos - a heterodoxos, não previstos nos manuais,
dificuldade em abdicar das posições que mexem inclusive com as nossas
assimétricas e da pretensão de pedagogias e didáticas, podendo renová-
estabelecer as regras do jogo desse las. Caminhos como a saída dos
intercâmbio e as linguagens permitidas, gabinetes e laboratórios e o
o que de certa forma marcou a própria enfrentamento das questões in loco.
noção de multiculturalismo a que hoje se Enquanto construímos esses diálogos,
busca contrapor a de interculturalidade. podemos buscar paradigmas provisórios
A ponto de se taxar de “intolerantes” - para nos apoiarmos, como o da
avatar ou palavra nova para designar os diplomacia ou mesmo o da negociação
antigos “bárbaros”, “selvagens”, etc? - sindical. Sempre na direção de constatar
os que resistem a essa imposição e/ou que o limite do negociável é elástico e
têm as suas declarações e seus discursos que a paciência merece alcançar um
tomados literalmente e avaliados de estatuto teórico e prático central. E que
modo abstrato e descontextualizado. O os tempos que assim se criam devem ser
que não deixa de representar uma incorporados como parte da atividade de
abdicação do esforço analítico, da pesquisa, e não vistos como variáveis
incorporação do tempo como variável externas indesejáveis, que perturbam as
fundamental da vida prática (e da nossas urgências. Urgências que por
pesquisa) e da admissão da vezes também mereceriam ser revistas
pluridimensionalidade da linguagem, como verdadeiro benefício aberto por
bem como das realidades do poder e das esses intercâmbios. Essa é a
respostas possíveis a ele. E tudo isso se interculturalidade, a aventura do encontro
torna particularmente dramático quando com o não controlado, mutuamente
o que está em jogo não é apenas a transformadora e distinta da simples
pretensão científica, mas políticas coexistência (tolerância?) do
públicas e de Estado que afetam as multiculturalismo sem engajamento
populações, por vezes até produtivo. Interculturalidade a partir da
dramaticamente. Políticas seguidamente qual podemos repensar o encontro entre
alimentadas pelos próprios cientistas. saberes, inclusive nas nossas
Sem falar do que isso significa para as universidades. Repensar, mesmo, o
nossas instituições universitárias e para a processo educativo na direção de uma
possibilidade de efetivamente se cidadania intercultural, que não diz
tornarem locais de um autêntico diálogo respeito apenas aos educandos, mas aos
entre saberes, o que não é trivial, nem próprios supostos educadores num
pode nutrir-se apenas de boas intenções. verdadeiro diálogo entre saberes que seja
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transformador para todos e para a desenvolvimento deixa de ser uma


própria instituição universitária. ideologia de assimilação para ser um
A conciliação entre república e reconhecimento da importância das
democracia – sob pena de repetir-se o diferenças. Isso não é fácil, pois coloca
velho conservadorismo numa estória em cheque hábitos de pensamento
que já conhecemos – não pode se dá nos arraigados e concepções sociais
quadros de instituições e de valores que profundas; o que é agravado por uma
não se abrem com convicção ao novo e tradição autoritária e elitista, não raro
ao outro. Ao outro composto de grupos levando a movimentos de reação
sociais concretos, e não por indivíduos paranóicos, se não violentos. Violência
isolados agregados numa massa seguidamente ocultada por seu caráter
indistinta. Indivíduos que na verdade institucional.
nunca existiram, mas que cumprem a Mas ao mesmo tempo, essa
função ideológica fantasmática de crítica mudança pode ser vista como uma
a qualquer processo de mobilização que oportunidade preciosa de crescimento
substitua processos de dominação pessoal e social diante de desafios
naturalizados pelo costume, por vezes entrelaçados extremamente instigantes.
travestidos de “cultura”. É preciso acabar com o mito de que só a
É reconfortante verificar que, no sociedade ocidental moderna tem a
terreno do direito, essa discussão já está chave do desenvolvimento e da
em curso há alguns anos, passando pela inovação e de que as demais são
aceitação da convivência entre sistemas estáticas e carentes de dinâmica. Essa é
jurídicos distintos e a elaboração do que uma visão eurocêntrica, o que também
pretende ser um pluralismo jurídico e está sendo posto em questão nesta
uma nova cultura jurídica. quadra de mudança civilizatória
(WOLKMER, 2001). E que tem profunda. Ignorá-lo não é sinal de
produzido resultados concretos, por modernidade, mas de atraso e
exemplo, através da colaboração entre provincianismo incompatíveis com o
antropólogos e profissionais do direito. novo mundo que se desenha. Mais
Todo esse esforço, no entanto, realistas do que o rei, seguidamente nos
talvez possa ganhar em rigor e atrasamos até em relação ao que já se
sofisticação se reconhecermos que avançou nos países que pretendemos
estamos diante de uma verdadeira que nos sirvam de modelo, como no
mudança civilizatória. Mudança que caso do reconhecimento de sujeitos
passa pela superação de uma concepção coletivos. Ou aos avanços em outros
monista da vida social e política por uma lugares: avanços que podem ser
da diversidade e pluralismo, onde, como indicativos da existência de vários
frisa a antropóloga Manuela Carneiro da modelos de modernidade, o que
Cunha (CUNHA, 2009, p. 13), o próprio precisaria ser considerado para ampliar
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os nossos graus de liberdade. Um colega o espaço entre uma e outra sendo na


recentemente contava como na China se verdade seguidamente negado por
consegue uma convivência entre razões de ocultamento apoiadas no
populações locais e os centros de prestígio social da ciência. Mesmo o
lançamento de foguetes de uma maneira critério da autoridade do especialista,
que até hoje parece permanecer um quando absolutizado, pode-se voltar no
enigma para os nossos especialistas. limite contra os próprios colegas e a tão
É falso criar incompatibilidades desejada interdisciplinaridade. Ao invés,
absolutas que sirvam como profecias no interior mesmo do terreno da ciência
auto-realizantes sobre a incapacidade de há divergências que seria saudável
populações consideradas tradicionais explicitar em benefício do próprio
conviverem com a(s) modernidade(s) e avanço científico. Explicitação
terem algo a dizer sobre ela (ou elas) a alternativa a se cultivar uma invariável
partir de sua própria prática. Ou a frente unida diante da opinião pública
incompatibilidade entre a percepção que ou - na falta desta frente - um
essas populações têm dos seus interesses obsequioso silêncio; o que se faz à custa
e os interesses de Estado. Na verdade, da desqualificação de potenciais
muitos projetos têm fracassado interlocutores justificada por noções
justamente por não terem ultrapassado reificadas de hierarquia, mas com
esse preconceito. Preconceito oriundo prejuízo à dinâmica do saber científico.
da falta de compreensão da sofisticada e Nesse sentido, é auspicioso que a SBPC
delicada complexidade da dinâmica da tenha aberto espaço em sua recente
comunicação, inclusive a performática, Reunião Anual realizada em Natal em
numa demonstração de modernidade julho deste ano (2010) para através de
literalista, unidimensional, uma nova modalidade de atividade
fundamentalista, que nega os princípios denominada Ciência em Ebulição estimular
mais generosos das diversas sabedorias o debate em torno de temas polêmicos
que a humanidade tem gestado, como o aquecimento global, os
estimulando outros fundamentalismos alimentos transgênicos e, mesmo,
num processo de cismogênese que não questões de política como as ações
tem fim. Organismos como o Banco afirmativas. A interculturalidade (com ou
Mundial hoje se deparam cada vez mais sem aspas) deve começar em casa e o
com a distância entre os seus projetos, sucesso dessa experiência sugere que ela
sua falta de resultados e o que deva ser continuada e ampliada.
denominam de “arranjos produtivos Creio que é para o reconhecimento
locais”. de pelo menos algumas dessas questões
É preciso, enfim, combater a ilusão que aponta a Declaração de
do caminho único entre a descoberta da Cochabamba a que me referi no início.
ciência e a implementação das políticas, Reconhecimento que, no entanto,
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precisa ser aprofundado e como a coruja de Minerva em Hegel -


complexificado, o que espero possa parece alçar voo somente ao entardecer.
ocorrer nesta Semana de Humanidades. Assim, é apenas na década seguinte, a de
Para finalizar, gostaria de retomar 1990, quando o pensamento pós-
por um ângulo distinto algo do que já foi moderno já ultrapassara o seu zênite,
tratado. Apenas para assinalar que surge uma tendência mais
brevemente algumas implicações disso disseminada (posto que obras esparsas já
tudo para as nossas ciências sociais e os haviam surgido) a uma revisão desse
seus conceitos, inclusive os que figuram predomínio absoluto da modernidade de
no título desta Semana. que retrospectivamente o movimento
A partir aproximadamente da pós-moderno pode ser visto como um
década de 1980 o conceito (se é que se provocador. Tendência que, no entanto,
pode denominá-lo assim) de em matéria de esforço de investigação,
modernidade foi retomado com grande alcançaria massa crítica apenas com o
vigor pelas ciências sociais e ganhou novo século, tendo como pioneiras
proeminência num movimento que já foi novas para-disciplinas como os estudos
caracterizado como verdadeiro feministas, os subalternos e os pós-
deslocamento semântico (KNAUFT, coloniais que influenciariam
2002, p. 10). Proeminência na literatura paulatinamente as disciplinas clássicas.
especializada, mas – numa ambiguidade Não se devendo – sob pena de cairmos
que é constitutiva do seu sucesso - num academicismo que nega os
também de modo mais difuso, quase contextos em que nos inserimos - deixar
como um espírito de época e uma nova de assinalar a influência dos movimentos
sensibilidade a que talvez não seja alheio sociais correspondentes (feministas,
o chamado neoliberalismo. E que veio negros, indígena, etc.) inclusive como
acompanhado de um certo ânimo produtores de conhecimento e como
classificatório em termos do que ou representantes agora de uma novíssima
quem seria moderno em oposição ao sensibilidade e espírito de época, que
tradicional; e aí a noção de identidade não se restringe e nem necessariamente
também encontrava lugar privilegiado se origina na academia.
num consistente conjunto vocabular e Creio que é nesse quadro que ainda
de fatos associados que tem como carro- nos encontramos, o que, portanto,
chefe a modernidade. permeará as discussões desta Semana.
Curiosamente, é nessa mesma Apontaria apenas alguns veios possíveis.
década de 1980 que a modernidade Entre eles a questão das modernidades
sofreu o impacto da crítica pós- alternativas, associada a uma crítica ao
moderna, do feminismo e da obra de eurocentrismo. Eurocentrismo que
Michel Foucault. A ciência social estaria inclusive no fundamento das
acadêmica entre nós, no entanto - tal nossas ciências sociais. Essa noção de
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modernidades alternativas busca domínio da modernidade a que se


acentuar que há muitas maneiras de ser deveria contrapor em direção contrária
moderno e que ser moderno não implica uma restrição do seu sentido, vista ela
necessariamente uma rendição absoluta então como uma tradição entre outras
ao modelo ocidental de modernidade (FRIEDMAN, 2002 in KNAUFT, op.
que era visto como se constituindo num cit.). Afinal, é também do começo dos
pacote que não poderia ser desfeito. anos 1990 – mais precisamente 1991 - o
Trata-se, agora, justamente de desfazer o célebre livro do sociólogo francês Bruno
pacote da modernidade ocidental como Latour que proclamou
alternativa a se desfazer dele por inteiro provocativamente desde o seu título que
ou de incorporá-lo também por inteiro. Jamais Fomos Modernos (LATOUR, 1994).
Nos últimos anos, essa ideia ganhou Enfim, trata-se de um campo de
força a partir da Ásia, primeiro com o debate estimulante. Campo de debate
exemplo dos chamados tigres asiáticos e em que os conceitos escapam ao
a seguir particularmente com a China. E domínio dos acadêmicos e ganham
já há uma rica literatura a respeito que novos sentidos que, por vezes, nos
implica inclusive em rever a própria conduzem a reboque. Como no caso da
história ocidental, colocando-se em noção de tradição, retirada pelo
dúvida, por exemplo, a noção de movimento indígena e outros da
Revolução Industrial e a sua suposta oposição ao moderno, a que estávamos
descontinuidade absoluta em relação à acostumados. Ou o de identidade, talvez
própria história ocidental e à história de uma das características do pensamento
outras sociedades. (HOBSON, 2008; contemporâneo sendo um retorno à
POMERANZ, 2000). Mas a dinâmica ideia original de pessoa associada à
das discussões não para. O próprio fato noção flexível de máscara e inclusive ao
de se passar a questionar a partir da reconhecimento de sujeitos coletivos em
discussão de modernidades alternativas a detrimento da noção enrijecida de
própria modernidade ocidental pessoa supostamente moderna associada
questiona igualmente o lugar ainda necessariamente à interiorização, à
privilegiado de referência dessa psicologização e à individualização. A
modernidade ocidental de que as outras pessoa, o sujeito, a identidade, a cultura
modernidades seriam então apenas e tudo o mais teria acentuado hoje o seu
alternativas. caráter público e se aproximariam do
Por outro lado, questiona-se do performático, sublinhando-se o que tem
mesmo modo se a noção de múltiplas de movediço, o que é prefigurado na
modernidades não seria também uma proposta de substituição do
maneira de criar um grande guarda- multiculturalismo pela interculturalidade.
chuva de que nada escaparia; uma nova Ser moderno agora parece identificado
e insidiosa maneira de espraiar o não a um projeto de homogeneização,
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mas efetivamente à capacidade de FRIEDMAN, Jonathan. “Modernity and


conviver com a diferença e a other traditions”, in Knauft, op. cit, 2002.
instabilidade, inclusive com os agentes
que reivindicam o apelo a outras fontes HOBSON, John M. The Eastern Origins of
de legitimação. Trata-se assim de uma Western Civilization, Cambridge:
aposta numa heterogeneidade histórico- Cambridge University Press, 2008.
estrutural irredutível – onde, por
exemplo, desenvolvimento e KNAUFT, Bruce M., org. Critically
sustentabilidade, que originalmente não Modern: Alternatives, Alterities,
faziam parte do mesmo vocabulário, Anthropologies. Bloomington &
precisam ser postos em diálogo. Indianapolis: Indiana University Press,
Heterogeneidade que comporta 2002.
diferentes lógicas de movimento e uma
complexa pluridimensionalidade, LATOUR, Bruno. Jamais Fomos Modernos:
distantes de uma totalidade ensaio de antropologia simétrica. Rio de
convencional (VELHO, 2000). Mas isso Janeiro: Editora 34, 1994.
ainda está por produzir todos os seus
efeitos sobre as nossas vontades de POMERANZ, Kenneth. The Great
saber e as nossas epistemologias, para Divergence: China, Europe, and the Making of
além do estado prático em que se nos the Modern World Economy. Princeton &
apresentam e seguidamente nos tomam Oxford: Princeton University Press,
de assalto. Tenho certeza que esta I 2000.
Semana de Humanidades poderá
constituir-se numa contribuição valiosa VELHO, Otávio. A sair. “O que nos
nesta direção. une”. Anuário Antropológico, 2000.

Referências bibliográficas WOLKMER, Antônio Carlos. Pluralismo


Jurídico: Fundamentos de uma Nova
CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Cultura no Direito. 3ª. ed., S. Paulo: Ed.
“Entrevista”. Pesquisa Fapesp, no. 166, Alfa-Omega, 2001.
dezembro, 2009.

autor
Otávio Velho
Pós-Doutor/Stanford University-EUA Professor Emérito do Departamento de
Antropologia/Museu Nacional-UFRJ

Recebido em 18/11/2010
Aceito para publicação em 30/06/2011

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