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Circuitos
Terra
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 5
Tensão
É necessário fornecer energia para mover um protão na
direcção contrária do campo eléctrico (tal como para levantar
um objecto do chão, contrariando a gravidade)
Vamos assumir que é necessária energia (positiva) para
deslocar uma carga unitária do ponto a para o ponto b. Neste
caso, dizemos que b está a um maior potencial eléctrico que a
A diferença de potencial eléctrico entre os dois pontos designa-
se por Tensão: mede-se em Volts (V) e indica quanta energia
é necessária para deslocar uma carga de um ponto para outro
+
a b
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 6
Convenções de tensão
A tensão é sempre medida entre dois pontos (tal como
uma distância) temos que dizer onde estão os pontos
de começo e de fim
+
Podemos dizer que b a b
está 5 V mais alto que a.
Ou podemos dizer que
- 5 V +
a está -5 V acima de b. + -5V -
Quando usamos + e – para especificar uma tensão, isto
é apenas uma escolha de referencial. Não estamos a
dizer que ponto realmente tem o potencial mais alto, já
que a tensão entre dois pontos pode ser negativa!
+
|
Aqui, VChico é a variação de potencial da
esquerda para a direita (ou a queda de
tensão da direita para a esquerda, ou o
potencial da direita menos o da esquerda).
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 8
Exemplo
O lado plano da pilha está a um potencial
mais baixo (-) que o lado com um “alto” (+)
A B C D
1.5V 1.5V 9V
<=>
I I I
V . V V
V=RI VS
I = IS
Resistência: recta Fonte de tensão Fonte de
através da origem ideal: recta corrente ideal:
com declive 1/R vertical recta horizontal
nó
(Malha –
falta
Ramo: caminho que liga dois nós slide…)
um só ramo
vários ramos
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 30
Leis de Kirchhoff
A relação I-V para um dado elemento de circuito diz-
nos de que forma a tensão e a corrente se
relacionam nesse elemento.
As leis de Kirchhoff dizem-nos como é que as várias
tensões num circuito se relacionam umas com as
outras, e como é que as correntes se relacionam
umas com as outras.
Lei das malhas: a soma das variações de
tensão ao longo de qualquer caminho
fechado num circuito é zero.
Lei dos nós: a soma das correntes que saem
de nó é zero (veremos em seguida).
3
malha 1: va − v2 − vb = 0
malha 2: vb + v3 − vc = 0
malha 3: va − v2 + v3 − vc = 0
€
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 34
Elementos ligados em paralelo
A lei das malhas diz-nos que vários elementos com os
extremos ligados entre si estão submetidos à mesma
diferença de potencial.
Dizemos que estes elementos estão ligados em
paralelo.
Lei das malhas:
começamos em
baixo, no sentido dos
ponteiros do relógio:
Va – Vb = 0, logo
Va = Vb
i1 é o mesmo -i1
que
i
10µΑ
-i1 + i2 = 0, logo i1 = i2
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 38
Resistências em série
Consideremos agora resistências ligadas em série. Ou seja,
os seus extremos estão ligados sem mais nada pelo meio (a
corrente não tem mais caminhos por onde ir)
i
R1 R2 R3
+ i R1 - + i R2 - + i R3 -
+ VTOTAL -
Cada resistência é percorrida pela mesma corrente i.
A queda de tensão em cada resistência é iR (lei de Ohm).
A soma das quedas de tensão ao longo das 3 resistências é:
VTOTAL = i R1 + i R2 + i R3 = i (R1 + R2 + R3)
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 39
Resistências em série
i
R1 R2 R3
+ v -
Quando olhamos para o conjunto das 3 resistências,
vemos que este tem a mesma relação I-V que uma
única resistência cujo valor é a soma das resistências:
Podemos tratar estas resistências como
uma única resistência equivalente, i
desde que não estejamos interessados
nas tensões em cada uma. O seu efeito
no resto do circuito é exactamente o R1 + R2 + R3
mesmo quer estejam agrupadas ou não.
+ v -
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 40
Divisão de tensão
Se conhecermos a tensão total numa série de
resistências, podemos facilmente identificar as
tensões individuais em cada uma.
R1 R2 R3
+ i R1 - + i R2 - + i R3 -
+ VTOTAL -
Como as resistências em série são percorridas
pela mesma corrente, a tensão é dividida entre as
várias resistências na proporção do valor da
resistência de cada uma.
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 41
Divisor de tensão
Por exemplo, sabemos que
i = VTOTAL / (R1 + R2 + R3)
Logo, a tensão na primeira resistência é
i R1 = R1[VTOTAL / (R1 + R2 + R3)]
Resistências em paralelo
Divisão de corrente
Modelos realistas de fontes
Como fazer medidas eléctricas
Va – Vb = 0, logo
Va = Vb
R2 R8
R4 R5
R1 R3 R7
R6
Nenhuma R7 e R 8
R4 e R 5
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 45
Resistências em paralelo
Resistências em paralelo sentem a mesma tensão
aos seus terminais. Todas as resistências indicadas
abaixo sentem assim a mesma tensão VR
A corrente que flui através de cada resistência pode
perfeitamente ser diferente. Mesmo que a tensão
seja a mesma, as resistências podem ser diferentes:
+ i 1 = VR / R 1
R1 R2 R3 VR i 2 = VR / R 2
i1 i2 i3 _
VR R 1 R2 R3 VR REQ
i1 i2 i3
_
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos
_ 50
Aspectos importantes: série e paralelo
Resistências em série e em paralelo, quando agrupadas,
têm a mesma relação I-V que uma única resistência.
Se o grupo de resistências faz parte de um circuito maior, o
resto do circuito “não sabe dizer” se as resistências são
separadas ou se são apenas uma resistência equivalente
(série ou paralelo). Todas as tensões e correntes vistas de
fora do grupo são as mesmas, independentemente das
resistências estarem separadas ou agrupadas.
Assim, se quisermos calcular correntes e tensões fora do
grupo de resistências, é boa ideia usar uma resistência
equivalente muito mais simples.
Uma vez que reduzimos as resistências a uma só, perdemos
(temporariamente) a informação sobre as tensões e correntes
em cada uma das resistências individuais.
R1 R2 R3 REQ
+ v - + v -
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 52
Aspectos importantes: série e paralelo
Para resistências em paralelo:
As resistências individuais têm a mesma tensão que
a resistência equivalente única.
A corrente que flui através da resistência equivalente
é a soma das correntes em cada resistência.
Tensões e correntes individuais podem sempre ser
recuperadas usando lei de Ohm / divisão de tensão.
iTOTAL iTOTAL
+ +
VR R 1 R2 R3 VR REQ
i1 i2 i3
_ _
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 53
Aproximações em associação de Rs
Suponhamos que temos duas resistências, RPeq
and RGra, onde RPeq é muito menor que RGra.
Então:
≈
RPeq RGra RGra
3A 9Ω 27 Ω 54 Ω
i1 i2 i3
3A 9Ω 27 Ω 54 Ω 3A 9Ω 18 Ω
i1 i2 i3 i1
Pela divisão de corrente: i1 = -3 A (18 Ω)/(9 Ω+18 Ω) = -2 A
Quando o amperímetro é colocado em série com a R de 9 Ω:
1Ω
3A 9Ω 27 Ω 54 Ω 3A 10 Ω 18 Ω
i1 i2 i3 i1
Vemos que neste caso, i1 = -3 A (18 Ω)/(10 Ω+18 Ω) = -1.93 A
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 64
Aplicação das leis de Kirchhoff à análise
de circuitos
Vimos já que é possível simplificar
circuitos agrupando resistências
em série ou paralelo - caso dos
divisores de tensão (ou de corrente)
i i i
+
_
v v v
VS
v
VS/R
iA(v) = iB(v)
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 68
Combinações de fontes
Fontes de tensão em série podem ser
substituídas por uma fonte equivalente:
+
v1 – +
v1+v2
+ ≡ –
v2 –
i1 i2 ≡ i1+i2
a RTh a
rede + iL + iL
de +
fontes
e
vL RL ≡ VTh – vL RL
resistências
– –
b b
Resistência de
carga
Porquê usar circuitos equivalentes?
Podem ser muito mais simples de usar do que
os circuitos reais quando fazemos análise de
circuitos
Exemplo: podemos reduzir toda a rede
telefónica, ou toda a rede eléctrica nacional que
fornece energia às tomadas AC, a um
equivalente de Thévenin que contém apenas
uma fonte de tensão (Vth) e uma resistência (Rth)
[ou uma impedância Zth, o que iremos ver um
pouco mais tarde]
b
Característica I-V da resistência: V = RI
Característica I-V da fonte de tensão: V = VTh
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 73
Determinação de VTh e RTh
Bastam dois pontos para definir uma recta.
Escolhemos dois pontos convenientes:
1. Consideramos um circuito aberto
nos terminals a e b: I
2. Curto-circuitamos a e b: I V
ca
Vab = 0, I ≡ -Icc = -VTh/RTh
RTh
Vab
I Icc -Icc
+
VTh –
V = VTh+ RThI
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 74
Exemplo de cálculo do equivalente de
Thévenin
+ IL
+
VTh – vL RL
–
resistências
– –
b b
Resistência de
carga
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 79
Característica I-V do equivalente de Norton
• A característica I-V da combinação de elementos em
paralelo é obtida somando as correntes respectivas:
Para uma dada tensão Vab, a corrente
I é igual à soma das correntes em I
cada um dos dois ramos:
a I
+ I = -IN+ GV
Vab V
iN RN
–
IN ≡ Icc = VTh/RTh
a I
+
De notar que, em circuito aberto, iN RN Vab
–
Vab ≡ Vca = RN IN
b
Logo: RN = Vca / IN = Vca / Icc ≡ RTh
2) Ou então, determinar a corrente de curto circuito
e a resistência de Norton (= Thévenin)
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 81
Equivalência entre Thévenin e Norton
• Podemos deduzir um circuito equivalente de
Norton a partir do equivalente de Thévenin
através da seguinte transformação simples:
RTh a a
+ iL + IL
+
vL RL RN vL RL
vTh IN
–
– –
b b
Saída
+ +
_ A v Vc _ Rm Ic Ai Ic Gm Vc
VTH INRN
v v
-VTH/RTH -IN
fase inicial
amplitude (V) τ
frequência (ciclos
por segundo, ou Hz)
t=1/f t
Onda triangular
Dente-de-serra
Capacidade:
(F)
F
Símbolo: ou C
C C Condensador
electrolítico (polarizado)
(valores típicos: 1 pF até 1 µF; os
“supercondensadores têm no máximo alguns F!)
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 96
Característica I-V para um condensador
Q = CVc ic
Derivando esta expressão, obtemos +
vc
–
<=>
Carga inicial
Tensão inicial
V(t)
pois
v(t)
v(0)=V0
v(t)=0,37 V0
0
0 τ Tempo t
<=>
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 115
Energia armazenada
As bobinas armazenam energia magnética
Consideremos uma bobina percorrida por uma
corrente inicial i(t0) = i0
(completado no quadro)
L1 i(t) L2 i(t) +
v(t) +
–
v(t) +
– Leq v(t)=v1(t)+v2(t)
–
– –
• n cond. em série:
• n bob. em série:
+ i + i
vs – L vs – C
t=0 i +
Io Ro L R v
–
Notação:
0– corresponde ao instante imediatamente antes da
comutação (abertura do interruptor)
0+ corresponde ao instante imediatamente depois da
comutação.
A corrente que flui na bobina para t = 0– é Io
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 122
Corrente no circuito (t ≥ 0)
Para t > 0, o circuito reduz-se a
i +
Io Ro L R v
–
Electrónica Digital e
128 1.º Semestre 2009-2010 Circuitos
No entanto, condensadores e bobinas são
dispositivos lineares:
Amplitude do sinal de saída, qualquer que seja a forma
final, é directamente proporcional à amplitude de entrada
A linearidade é uma propriedade muito importante
com muitas consequências. Em particular:
A saída de um circuito linear cuja entrada é
uma onda sinusoidal com frequência f vai ser
também uma onda sinusoidal com a mesma
frequência e eventualmente diferente
amplitude e fase
Electrónica Digital e
129 1.º Semestre 2009-2010 Circuitos
Sinal sinusoidal
V
fase inicial
amplitude (V) τ
frequência (ciclos
por segundo, ou Hz)
Electrónica Digital e
132 1.º Semestre 2009-2010 Circuitos
O gráfico da resposta em frequência resultante,
onde a razão entre saída e entrada é traçada
para cada frequência da onda sinusoidal, é muito
útil para qualquer outra forma de onda também.
Ex: resposta em frequência de um altifalante
(slide seguinte)
Electrónica Digital e
133 1.º Semestre 2009-2010 Circuitos
Neste caso, a saída corresponde a variações da pressão do ar (som), e não tensão
eléctrica
É importante que o altifalante tenha uma resposta plana (flat) gráfico da pressão em
função da frequência deverá ser constante em toda a banda de frequências audíveis
Deficiências do altifalante (desvios à resposta ideal plana) podem ser corrigidas com um
filtro passivo (com uma resposta em frequência simétrica) introduzido no amplificador audio
equalização.
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 134
Vamos ver que é possível generalizar a Lei de Ohm,
substituindo a palavra “resistência” por “impedância”:
vai permitir descrever qualquer circuito construído com
componentes lineares (R, C, L)
A impedância é assim uma “resistência generalizada”:
Condensadores e bobinas têm reactância (são reactivos)
Resistências são puramente resistivas
Electrónica Digital e
135 1.º Semestre 2009-2010 Circuitos
Vamos agora falar de circuitos cuja entrada é
uma onda sinusoidal com uma dada frequência.
A análise de circuitos cuja entrada é uma forma
de onda mais complicada é mais elaborada, e
envolve os métodos que discutimos antes
(equações diferenciais) ou a decomposição da
forma de onda numa soma de ondas sinusoidais
(análise de Fourier).
A nossa abordagem é mais simples. Vejamos…
Electrónica Digital e
136 1.º Semestre 2009-2010 Circuitos
Análise em frequência (1)
Consideremos um condensador ligado a um gerador de onda
sinusoidal, com
Electrónica Digital e
137 1.º Semestre 2009-2010 Circuitos
Se consideramos apenas amplitudes (esquecendo para já
as fases) a corrente é:
Electrónica Digital e
138 1.º Semestre 2009-2010 Circuitos
Tensões e correntes como números complexos
Electrónica Digital e
139 1.º Semestre 2009-2010 Circuitos
Tensões e correntes como números complexos
Electrónica Digital e
140 1.º Semestre 2009-2010 Circuitos
Tensões e correntes são quantidades reais que
dependem do tempo
São necessárias regras de conversão entre as
quantidades reais e a representação complexa
1. Tensões e correntes são representadas pelas
quantidades complexas V e I (em bold no livro; j em vez de i)
A tensão
Electrónica Digital e
141 1.º Semestre 2009-2010 Circuitos
2. Tensões e correntes reais são obtidas
multiplicando as suas representações
complexas por e extraindo depois a parte
real, ou seja
Esquematicamente:
Tensão (real) em Representação
função do tempo complexa
Multiplicar por
e extrair a parte
real
Electrónica Digital e
142Semestre 2009-2010
1.º Circuitos
Caso geral:
Electrónica Digital e
143 1.º Semestre 2009-2010 Circuitos
Impedância de condensadores e bobinas
Com a convenção que acabámos de descrever,
podemos aplicar a lei de Ohm complexa a
circuitos com condensadores e bobinas tal como
fizémos para as resistências, desde que
saibamos a impedância de um condensador ou
bobina.
série:
paralelo:
Resistência: (real)
R
Condensador:
C
(imag. puros)
Bobina:
L
b b
Impedância de
carga
Filtragem analógica
Entrada não-inversora V+ +
Saída Vout
Entrada inversora V- –
V+ +
Vout
V- –
+ + Rout +
Ri vid AVid vout
- - -
-Vcc
Regiões de operação: “saturação negativa” “linear” “saturação positiva”
-Vcc -Vcc
~1 mV ~10 V
Electrónica Digital e
160 1.º Semestre 2009-2010 Circuitos
Circuitos com op-amps e realimentação
negativa
P: Como é que sabemos se um op-amp está a funcionar na
região linear?
R: à partida, não sabemos.
Assumimos que está a funcionar na região linear e
resolvemos o circuito em ordem a vout
Se o valor calculado de vout se encontra entre -Vcc e +Vcc, então a
hipótese de operação em regime linear poderá ser válida. É
necessário ter também estabilidade, a qual é à partida assegurada
pela realimentação negativa.
Se vo > Vcc, então a hipótese de operação em regime linear não é
válida, e a tensão de saída do op-amp está saturada a Vcc.
Se vo < -Vcc, então a hipótese de operação em regime linear não é
válida e a tensão de saída do op-amp está saturada a -Vcc.
Electrónica Digital e
161 1.º Semestre 2009-2010 Circuitos
Exemplo: circuito seguidor de tensão
Calcular a tensão de saída, assumindo que estamos na
região linear
-
+ Vout
Vin
- + Rout +
Rin V1 AV1 Vout
+ - -
Vin
V- - -
Vout
+
Vout Vin
+
V+
Vout(V) Vout
5 5
4
3
2
1
Vin
1 2345
-5
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 163
O op-amp ideal
Podemos sempre usar o modelo linear, mas é geralmente
complicado.
Modelo linear
Rin normalm. muito grande
Rout normalm. muito pequena + + Rout +
Rin Vin AVin Vout
A normalmente muito grande
- - -
(da ordem de 105 - 106)
Podemos assim fazer as seguintes aproximações ideais, as
quais permitem uma análise muito mais simples mas ainda
assim bastante precisa. Assumimos que:
A = ∞ (ganho infinito)
Rin = ∞ (impedância de entrada infinita)
Rout = 0 Ω (impedância de saída nula)
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 164
Duas regras básicas (leis do op-amp ideal)
O ganho do op-amp é tão grande que mesmo uma fracção
de mV aos seus terminais consegue fazer variar a tensão de
saída em toda a sua gama (entre -15 e +15 V)
Assim, na região linear podemos ignorar esta tensão (muito
pequena), o que nos leva à seguinte regra:
Regra 1: a ddp entre as entradas é zero
Por outro lado, o op-amp requere muito pouca corrente nas
entradas, de 0,15 mA até picoampères (1 pA = 10-12 A)
Regra 2: não passa corrente nas entradas (a
impedância de entrada, Rin, é infinita)
(estas regras são praticamente tudo o que necessitamos para
analisar circuitos com op-amps)
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 165
Exemplo: novamente o seguidor de
tensão
Calcular a tensão de saída, assumindo que estamos na
região linear
-
+ Vout
Vin
V+ = Vin
V+ = V- = Vout
Logo, Vout = Vin
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 166
Utilidade do seguidor de tensão
Imaginemos que temos uma tensão à saída de um circuito
digital
Queremos aplicar esta tensão para ligar um dispositivo que
requer alta potência (necessita de corrente)
Os circuitos digitais normalmente não conseguem fornecer
muita corrente, pois são desenhados para baixo consumo
Se pusermos um seguidor de tensão entre o circuito digital e a
carga, a tensão de saída reproduz a entrada, mas quem
fornece a corrente é o opamp (através da sua própria
alimentação):
circuito -
digital
+
Vin
R1 R2
Malha de entrada
-
Vout
+
Malha de saída
Desvantagem: impedância
(No quadro) de entrada baixa (R1)
Solução: ligar sinal
directamente ao op-amp…
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 169
Amplificador não-inversor
R2
R1
Vout
Vin
Muito fácil de calcular se
repararmos que a tensão
em V- é derivada de um
divisor de tensão simples:
V3 -
R3 Vout
+
i1 + i2 + i3 = -if
v+ = 0 v- = 0
6
5
4
3
2
1
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0000
0001 1000 1111
0100
Entrada digital
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 174
Mais exemplos: amplificador inversor
com acoplamento AC
Vin +
Vout
0.1 µF -
100 kΩ
A
18 kΩ
2 kΩ
Necessária para
drenar a (pequena)
corrente que vai
gerar-se no regime
AC Ponto 3dB: f = 1/(2πRC) ≈ 16 Hz
(abaixo de 16 Hz, a atenuação da entrada
começa a ser significativa, i.e., > √2)
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 175
Mais exemplos: Fonte de corrente (uma
possível implementação)
Vin +
(Vout)
-
Impedância/resistência de carga,
i.e., circuito ao qual queremos
fornecer corrente constante
carga
R
R1 R2
i- –
V1
i+ + Vout
V2
R1 R2
i- = 0
i+ = 0
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 177
Mais dois circuitos relevantes
-Vcc
~1 mV
Um caminho de realimentação entre a saída do op-amp e
a sua entrada inversora consegue forçar o op-amp a
trabalhar na sua região linear, onde vout = A (v+ – v-)
Um op-amp ideal tem impedância de entrada Ri infinita,
ganho em malha aberta A infinito, e impedância de
saída Ro nula. Em consequênia, as tensões e correntes
de entrada estão restringidas: v+ = v- and i+ = i- = 0
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 179
Op-amp ideal vs. Op-amp real
Todas as características anteriores do op-amp ideal são
independentes da temperatura e das tensões de
alimentação
Os op-amps reais têm limitações, nomeadamente na sua
resposta em frequência (irão ver isso no laboratório)
Na região linear de operação as impedâncias de entrada e
saída não são ideiais
Há limites à corrente máxima de saída, a qual pode oscilar
em função da carga
Há limitações na resposta temporal - slew rate – devido ao
tempo que a saída demora a mudar
Há também imperfeições, mesmo em DC: corrente de
offset (as correntes de entrada não são exactamente zero,
o que resulta numa componente DC não nula à saída)
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 180
Semicondutores
Vamos agora:
Conhecer os semicondutores e a junção P-N
Propriedades químicas
Propriedades físicas
Ver como um semicondutor pode funcionar como
um interruptor controlado por tensão
Introduzir um novo elemento: o díodo
Átomo de As tem 5
electrões de valência; Si Si Si Si
tem um electrão não-
ligado e
Si As Si
O material é electricamente
neutro! (mesmo número de Si Si Si Si
protões e electrões)
hhh e e e + -
hhh e e e
hhh e e e
símbolo
real
sentido da corrente
hhh e e e hh - + e e
hhh ee e hh - + e e
hhh ee e hh - + e e
Tensão de disrupção VZ
VD (V)
Exemplo:
t
R
+ +
Circuito
vs(t) vo(t) integrado
– Vz = 15V –
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 195
Física da junção p-n: polarização directa
Tipo p Tipo n Nesta orientação, a fonte de tensão
– + e
reduz a queda de tensão na junção
e h – + reduz a região de depleção.
h – + e
Se VS for maior que a tensão de
condução do díodo, VF, os electrões
VS > VF
conseguem ultrapassar a pequena
+ – barreira e preencher lacunas
contacto
contacto V metálico
metálico Os electrões fluem através
dist. à da junção e vão-se
VS junção
combinando com lacunas
A redistribuição de carga nos extremos metálicos assegura uma
fonte constante de electrões e lacunas: temos uma corrente
contínua!
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 196
Modelo hidráulico do díodo
mola
I
RTh
+
+
VTh - V
–
+ vs(t)
vs(t) +
- vR(t)
–
Rcarga (Load)
vs(t)
Rcarga
t
vR(t)
Na prática a curva
rectificada tem um “clip” a
0,6 Volts × 2, pois neste
circuito temos sempre 2 t
díodos em série com a
entrada
1.º Semestre 2009-2010 Electrónica Digital e Circuitos 214
Filtragem de alimentações
Formas de onda anteriores não são
particularmente úteis:
Só são dc no sentido em que não mudam de
polaridade; têm no entanto muito ripple
(oscilações)
As oscilações têm que ser suavizadas por
forma a produzir verdadeiro dc usamos
um filtro passa-baixo feito com um
condensador ligado à ponte rectificadora
Rcarga
ΔV
218
Lógica feita com díodos
Os díodos podem ser usados para realizar funções
lógicas
Porta (gate) AND Porta (gate) OR
Tensão de saída está alta apenas se Tensão de saída está alta se pelo menos
as entradas A e B estão ambas altas uma das entradas A ou B (ou ambas) está alta
Vcc
A
R
B C
A C R
B
Entradas A e B variam entre 0 Volts (“baixo”) e Vcc (“alto”)
- P: entre que valores de tensão vai variar C?
Electrónica Digital e
219 HC, Outubro de 2008 Circuitos
Circuitos de clipping (to clip = aparar, cortar)
Estes circuitos fazem o que o seu nome indica. Exemplo:
Vout
R R
Vin Vout Vin Vout
Limita a -Vc
Só passa
acima de Vc
Só passa
acima de -Vc
Distorção para
amp + guitarra
por menos de
um euro!
Electrónica Digital e
222 HC, Outubro de 2008 Circuitos
Circuitos de clamping
(to clamp = fixar, manter)
Este circuito utiliza um díodo e também um condensador
Consideremos o seguinte circuito, ao qual é aplicada
uma onda quadrada no instante t=0, com período T e
amplitude Vm, sem componente dc (valor médio
temporal nulo)