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Livro Eletrônico

Aula 01

Segurança Institucional e Leis Penais p/ Senado Federal (Polícia


Legislativa) Com Videoaulas - 2019
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Lucas Guimarães
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Crimes Contra o Patrimônio ..................................................... Erro! Indicador não definido.


1. FURTO............................................................................................................................ 4
1.1. Furto Simples .............................................................................................................................. 4
1.2. Furto Privilegiado (ou Mínimo) .................................................................................................. 8
1.3. Furto de Energia ......................................................................................................................... 8
1.4. Furto Qualificado ........................................................................................................................ 9
1.5. Furto de Coisa Comum ............................................................................................................. 11
2. ROUBO ........................................................................................................................ 12
2.1. Sujeitos do Delito ...................................................................................................................... 13
2.2. Objeto Material ........................................................................................................................ 13
2.3. Elementos do Crime.................................................................................................................. 13
2.4. Consumação e Tentativa .......................................................................................................... 14
2.5. Roubo Majorado ...................................................................................................................... 14
2.6. Roubo Qualificado pelo Resultado ........................................................................................... 15
3. EXTORSÃO .................................................................................................................. 27
3.1. Sujeitos do Delito ...................................................................................................................... 28
3.2. Elementos do Crime.................................................................................................................. 28
3.3. Consumação e Tentativa .......................................................................................................... 29
3.4. Extorsão Qualificada ................................................................................................................ 29
3.5. Extorsão Indireta ...................................................................................................................... 30
3.6. Extorsão Mediante Sequestro .................................................................................................. 30
4. RECEPTAÇÃO ............................................................................................................... 32
4.1. Sujeitos do Delito ...................................................................................................................... 33
4.2. Objeto Material ........................................................................................................................ 33
4.3. Elementos do Crime.................................................................................................................. 34
4.4. Consumação e Tentativa .......................................................................................................... 34
4.5. Receptação no Exercício de Atividade Comercial .................................................................... 35
4.6. Receptação Culposa ................................................................................................................. 35

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4.7. Receptação Qualificada ........................................................................................................... 36


4.8. Receptação Privilegiada ........................................................................................................... 36
4.8. Receptação de Animal .............................................................................................................. 37
5. APROPRIAÇÃO INDÉBITA ............................................................................................. 37
5.1. Sujeitos do Delito ...................................................................................................................... 38
5.2. Elementos do Crime.................................................................................................................. 38
5.3. Consumação e Tentativa .......................................................................................................... 38
5.4. Apropriação Indébita Qualificada ............................................................................................ 39
5.5. Apropriação Indébita Privilegiada ........................................................................................... 39
5.6. Apropriação Indébita - Outros Casos ....................................................................................... 39
6. ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES............................................................................... 40
6.1. Estelionato ................................................................................................................................ 40
6.2. Sujeitos do Delito ...................................................................................................................... 42
6.3. Elementos do Crime.................................................................................................................. 42
6.4. Consumação e Tentativa .......................................................................................................... 42
6.5. Outras Fraudes ......................................................................................................................... 43
7. USURPAÇÃO ............................................................................................................... 44
7.1. Alteração de Limites (art. 161, caput) ...................................................................................... 45
7.2. Usurpação de Águas (art. 161, §1º, I) ...................................................................................... 46
7.3. Esbulho Possessório (art. 161, §1º, II) ...................................................................................... 47
7.4. Supressão ou Alteração de Marcas em Animais ...................................................................... 48
8. DANO........................................................................................................................... 48
8.1. Dano Simples ............................................................................................................................ 48
8.2. Dano Qualificado ...................................................................................................................... 48
8.3. Introdução ou Abandono de Animais em Propriedade Alheia ................................................. 48
8.4. Dano em Coisa de Valor Artístico, Arqueológico ou Histórico ................................................. 49
8.5. Alteração de Local Especialmente Protegido ........................................................................... 49
9. QUESTÕES DA AULA..................................................................................................... 68
10. GABARITO .................................................................................................................. 78

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1. FURTO
O furto é a subtração de coisa alheia móvel com o fim de assenhoramento definitivo, ou seja, para
se apoderar do objeto definitivamente. Com esta criminalização, visa o Código Penal proteger dois
objetos jurídicos: a posse e a propriedade.
O crime de furto é um dos mais cheios de detalhes dentre os crimes contra o patrimônio e, por
consequência, um dos mais cobrados em provas de concursos!
Pois bem, são os seguintes os tipos penais dos crimes de furto

Começaremos com o estudo do FURTO SIMPLES, que é o tipo penal do caput do art. 155 e, em
seguida, estudaremos cada um dos demais nos tópicos seguintes. Vamos lá!

1.1. FURTO SIMPLES

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:


Pena - reclusão, de 01 a 04 anos, e multa.

1.1.1. Sujeitos do Delito

➢ SUJEITO ATIVO: é crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa.
No entanto, há uma exceção a esta regra, pois o furto não pode ser cometido pelo proprietário do
bem.
Professor, explica aí, pelo amor de Deus!!
Imagine que em um contrato de penhor o indivíduo, a fim de garantir uma dívida de R$30.000,00,
dá ao credor um anel de ouro como forma de garantia. Próximo ao vencimento do contrato,
sabendo que não poderia pagar o que devia, penetra na residência do credor e subtrai o anel.
Neste caso, poderá o devedor responder pelo crime de furto?

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P à à àP à àP à à à à à à coisa alheia móvel à à à à à à


praticado pelo devedor não se enquadra na descrição típica do furto!
Ok, mas e aí, professor, vai responder por qual delito?
Responderá pelo crime de "tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em
poder de terceiro por determinação judicial ou convenção", tipificado no art. 346 do Código Penal.

➢ SUJEITO PASSIVO: é a pessoa física ou jurídica titular da posse, incluindo a detenção, ou da


propriedade.

1.1.2. Objeto Material

O objeto do furto é a coisa alheia móvel. E aí você me pergunta: professor, mas o que pode ser
considerado coisa alheia móvel?

Vou te responder com os seguintes casos clássicos:

→ Pessoa Viva: a pessoa viva, obviamente, não pode ser objeto do furto, ou seja, ninguém
responde pelo furto de uma pessoa viva, mas sim por sequestro (art. 148), cárcere privado
(art. 148) ou subtração de incapazes (art. 249).
→ Cadáver: de maneira geral, o cadáver também não pode ser objeto do furto, respondendo
o agente por um dos "crimes contra o respeito aos mortos" (art. 210 a 212 do CP). No
entanto, quando o cadáver pertence a alguém, como no caso de ser utilizado por um centro
de pesquisas médicas, pode ocorrer o furto.
→ A res nullis (coisa de ninguém) e a res derelicta (coisa abandonada): não podem ser objeto
do furto, pois não se trata de coisa ALHEIA móvel.
→ Objetos de valor ínfimo: regra geral, os objetos de valor muito pequeno, tal qual um
alfinete ou um pequeno botão, não podem ser objeto do furto. No entanto, cabe ressaltar
que objetos que têm valor sentimental, mesmo que sem valor econômico, podem ser
objeto de furto. (Principio da Insignificância)

Ex: Juca tem em seu armário um cadarço de um tênis que foi utilizado no dia em que ele correu
sua primeira Maratona. O cadarço não tem nenhum valor em dinheiro, mas para Juca tem um
grande valor sentimental. Neste caso, se for furtado, poderá o agente responder pelo crime.

1.1.3. Elementos do Crime

➢ Elemento OBJETIVO: subtrair.

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O apossamento pode ser direto, quando o agente, pessoalmente, subtrai o objeto ou indireto,
quando o agente utiliza algum meio para efetuar a subtração.

➢ Elemento SUBJETIVO: dolo.


Para a caracterização do dolo, faz-se necessário que o agente tenha vontade de subtrair coisa
móvel e, além disso, que saiba se tratar de coisa alheia.

Para a caracterização do furto não é suficiente que o agente queira utilizar o bem por
poucos instantes. É preciso que aja com intenção de apoderamento definitivo (animus
furandi).

1.1.4. Consumação e Tentativa

O crime é consumado quando o objeto é retirado da posse e disponibilidade do sujeito passivo,


ou seja, quando este não pode mais exercer as faculdades inerentes à posse ou propriedade do
bem.
Para exemplificar, imaginemos que em uma casa de família a empregada pega uma joia e coloca
em seu bolso com o fim de levá-la para sua casa e vendê-la. Neste caso, o furto não estará
consumado somente quando a empregada sair da casa em que reside a dona do bem. No
momento em que a joia é colocada no bolso, esta já é retirada da disponibilidade da dona e,
portanto, consumado está o delito.
O crime de furto é material e instantâneo e é admissível a tentativa.

É um crime material porque se consuma com a subtração do bem;

É instantâneo com relação ao ato praticado, pois atinge a consumação no MOMENTO


DA SUBTRAÇÃO, não se prolongando no tempo.

Imagine agora que Fidel esteja passeando quando Obama, sorrateiramente, coloca a mão em seu
bolso a fim de furtar sua carteira. Daí podemos tirar três situações possíveis:

✓ Fidel conseguiu tirar a certeira de Obama e passou a ter a posse dela.

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Furto Simples
✓ Obama havia esquecido a carteira no trabalho e estava sem ela.
Crime Impossível. Como há inexistência do objeto, não há que se falar em furto devido à ausência
da coisa móvel.
✓ Fidel coloca a mão no bolso esquerdo, mas a carteira está no direito e, por isso,
não conseguiu retirá-la.
Tentativa de Furto. Aqui há o objeto material e o delito só não se consumou por uma circunstância
alheia à vontade do agente ativo.

1.1.5. Furto NOTURNO


Art. 155 [...]
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.

A majorante em questão refere-se ao REPOUSO NOTURNO, e não a TODOS os fatos ocorridos


durante a noite. Sendo assim, a aplicação do aumentativo de pena deve ser analisada caso a caso.
Importante destacar que, mesmo que se exija o repouso noturno, a majorante não é aplicada
apenas a estabelecimentos residenciais, sendo cabível também para locais desabitados.
Veja dois julgados interessantes:

STJ, REsp 704.828/RS


Aplica-se a majorante prevista no art. 155, § 1º, do Código Penal, se o delito é praticado
durante o repouso noturno, período de maior vulnerabilidade inclusive para
estabelecimentos comerciais.

STJ, HC 143.699/MS
A causa especial de aumento de pena constante do § 1º do art. 155 do Código Penal
(repouso noturno) é perfeitamente aplicável nos casos em que o furto foi cometido de
madrugada, horário em que há maior facilidade para o cometimento de delitos em
virtude da vulnerabilidade do patrimônio da vítima ante a deficiência na vigilância.

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Segundo o STJ, a causa de aumento de pena do repouso noturno encontra aplicação


tanto no furto SIMPLES, quanto nas modalidades de furto QUALIFICADO (EREsp
842.425-RS / HC 306.450-SP).

1.2. FURTO PRIVILEGIADO (OU MÍNIMO)

Art. 155.[...]
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar
somente a pena de multa.

Aqui, percebe-se claramente a necessidade do cumprimento de dois requisitos para que seja
possível a ocorrência da diminuição de pena, quais sejam:

✓ que o criminoso seja PRIMÁRIO, ou seja, que não seja reincidente; e


✓ que a coisa seja de PEQUENO VALOR.

áà à à à à à à à à à à à à à
do privilégio, embora tal regra não seja adotada de maneira absoluta.
Professor, e como faço para ter a clareza de um valor preciso para a diferenciação entre o furto
privilegiado e a aplicação do princípio da insignificância?
Segundo a jurisprudência, cada caso deve ser analisado de acordo com suas particularidades! Há
julgados do STF que tratam sobre o tema, mas, para fins de sua prova, pode ficar tranquilo que não
lhe serão cobrados!
A banca tenderá a se prender na letra da lei para não causar muita polêmica, pode ter certeza!

1.3. FURTO DE ENERGIA

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Art. 155. [...]


§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico.

O legislador penal fez questão de deixar claro a possibilidade do crime de furto no tocante à
energia elétrica, ou seja, podemos afirmar que, para o Direito Penal, a energia elétrica, ou
qualquer outra que tenha valor econômico, equipara-se à coisa móvel.

1.4. FURTO QUALIFICADO

Art. 155 [...]


§ 4º - A pena é de reclusão de 02 a 08 anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º - A pena é de reclusão de 03 a 08 anos, se a subtração for de veículo automotor que
venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
§ 6o A pena é de reclusão de 02 a 05 anos se a subtração for de semovente domesticável
de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. (Incluído
pela Lei nº 13.330, de 2016)

Nos termos dos parágrafos 4º e 5º do art. 155, considera-se o furto qualificado quando ocorre
com:
✓ Violência contra obstáculo à subtração
A violência deve ser empregada antes ou durante a retirada, mas nunca depois de consumado o
furto. É necessário que a violência seja contra obstáculo, que foi predisposta ou aproveitada pelo
homem para a finalidade especial de evitar a subtração. Ex: rompimento do cadeado que prende
uma lancha.

✓ Abuso de confiança
Neste caso, o sujeito abusa da confiança nele depositada pelo ofendido a fim de cometer o delito.
Assim, trata-se a qualificadora de elemento subjetivo do tipo, sendo necessária, então, que o
agente tenha consciência de que está praticando o fato com abuso de confiança. Além disso,
exige-se que a coisa esteja na esfera de disponibilidade do sujeito ativo em face dessa confiança.

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A mera relação empregatícia não é suficiente para que o furto seja qualificado. É
necessário que haja um real traço subjetivo capaz de gerar confiança e, por isso,
passível de abuso.

✓ Fraude
Qualifica o furto, pois se trata de um meio enganoso capaz de iludir a vigilância do ofendido e
permitir maior liberdade na subtração do objeto material. Ex: o agente se fantasia de fiscal da
prefeitura, a fim de adentrar na residência da vítima e subtrair bens.

✓ Escalada
É qualquer acesso a determinado lugar por meio anormal. Ex: saltar muros, entrar pelo telhado e
etc.

✓ Destreza
É a habilidade desenvolvida pelo sujeito que age sem ser percebido pela vítima. É o tradicional
à à à à à à à
Atenção à à à à à à à à à à à à à à à à
furto qualificada, se esse agente for descoberto devido ao aviso de um terceiro. Agora, se é a
vítima quem percebe a atuação do agente, tem-se a tentativa de furto simples devido à
inexistência de destreza do criminoso.

✓ Chave falsa
É todo instrumento, com ou sem forma de chave, destinado a abrir fechaduras, tais como mixa,
gazuas, grampos, pregos etc.
Atenção: Se a chave é encontrada na fechadura, não há furto qualificado, mas furto simples.

O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que o conceito de chave falsa


abrange também a chave "MIXA".

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✓ Concurso de Pessoas
Exige-se, no mínimo, a concorrência de duas ou mais pessoas na realização do furto, sendo
irrelevante que uma delas seja inimputável.

✓ Intenção de transportar veículo automotor para outro Estado ou para o exterior

Para a incidência da qualificadora, o veículo deve ser automotor, o que abrange automóveis,
caminhões, lanças, aeronaves, motos etc. Além disso, exige-se a intenção de transportar o veículo
para outro Estado ou para o exterior.

1.5. FURTO DE COISA COMUM

No crime de furto tipificado pelo artigo 155 do Código Penal, o agente subtrai coisa alheia móvel
de qualquer pessoa, apossando-se do objeto como se dele fosse o dono.
No furto de coisa comum, o agente furta seu próprio sócio, co-herdeiro ou condômino. Confira:

Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem
legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de 06 meses a 02 anos, ou multa.

Condomínio é a propriedade em comum exercida por dois ou mais indivíduos simultaneamente.


Chama-se também copropriedade, e os proprietários são consortes, condôminos ou
coproprietários.
Nesse contexto, vale observar que, ao contrário do crime de furto previsto no artigo 155 do Código
Penal, para que o agente incorra no crime de furto de coisa comum previsto no artigo 156, a coisa
móvel subtraída deve ser comum, e não alheia. Diz-se comum pela simples razão de a coisa
pertencer a mais de uma pessoa, inclusive ao próprio agente ativo.
Assim, é possível entender que a coisa subtraída deve ser, via de regra, infungível (que não pode
ser substituído) e indivisível, pelo menos no momento da ação, de modo que seja impossível o
agente levar apenas a parte do objeto/coisa que lhe pertença.
Caso seja possível esta divisão, assim dispõe o CP:

§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a
que tem direito o agente.

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Na medida em que o artigo apenas protege determinadas categorias de pessoas (condômino, sócio
ou co herdeiro) e, levando-se em consideração que o sujeito passivo tem que ser,
obrigatoriamente, uma delas, trata-se de crime próprio.
Passivamente podem figurar, além dos condôminos, sócios e co herdeiros, um terceiro que
detenha legitimamente a coisa comum. Todavia, se a detenção de qualquer dos mencionados for
ilegítima, a ação do agente será atípica.
Quanto ao elemento subjetivo do tipo, o delito será punível apenas se praticado dolosamente.
Logo, nesse caso, inexiste a modalidade culposa.
O crime se consumará na ocasião em que o agente conseguir subtrair a coisa do local em que
esteve sob a proteção e vigilância da vítima. Observa-se, ainda, que não é exigível que o agente
detenha a posse mansa e pacífica do objeto para que o delito se aperfeiçoe.
Assim, como vimos no furto simples, ainda que não haja o deslocamento da coisa, o crime estará
concluído quando o sujeito passivo não mais puder exercer qualquer ação sobre o objeto que
anteriormente estava sob sua responsabilidade. Admite-se a tentativa.

2. ROUBO

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
Pena - reclusão, de 04 a 10 anos, e multa.

Ainda segundo o Código Penal, incide também no crime de roubo quem, logo depois de subtraída
a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
Da descrição do crime extraem-se duas figuras: o roubo próprio e o roubo impróprio.
No roubo próprio, a violência (violência, grave ameaça ou qualquer outro meio que reduz a vítima
à impossibilidade de resistência) é empregada antes ou durante a subtração e tem como objetivo
permitir que a subtração se realize.
No roubo impróprio, a subtração é realizada sem violência e esta será empregada depois da
subtração, pois tem como objetivo assegurar a impunidade pelo crime ou a detenção da coisa.
Podemos, em resumo, dizer que o roubo impróprio é um furto que deu errado, pois começa com a
simples subtração, caracterizadora do furto, mas termina como roubo.
Nota-se que a violência posterior não precisa necessariamente ser contra o proprietário da coisa
subtraída, podendo inclusive ser contra o policial que faz a perseguição, devendo ser realizada
com a finalidade de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa.

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No ROUBO, a violência é contra PESSOA, enquanto no FURTO QUALIFICADO, a violência


é contra COISA.

2.1. SUJEITOS DO DELITO

➢ SUJEITO ATIVO: é crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa.
➢ SUJEITO PASSIVO: regra geral, é o titular da posse ou da propriedade. Excepcionalmente,
podemos ter dois sujeitos passivos, situação em que um sofre a violência, ou grave ameaça,
e o outro é o titular do direito de propriedade.

2.2. OBJETO MATERIAL

O roubo possui dois objetos materiais: a pessoa humana (sobre a qual recai a violência ou grave
ameaça) e a coisa móvel (que é efetivamente subtraída).

2.3. ELEMENTOS DO CRIME

➢ Elemento OBJETIVO: subtrair (mediante violência ou grave ameaça).


➢ Elemento SUBJETIVO: dolo à à à para si ou para outrem
O roubo impróprio exige outro elemento subjetivo do tipo, previsto à à à à à
à à à à à à à à à à à à à à
O crime de roubo tem as seguintes qualificações doutrinárias:
✓ É crime material, pois apresenta em seu tipo uma conduta e um resultado.
✓ É instantâneo, pois se consuma no instante em que o objeto sai da esfera de
disponibilidade da vítima.
✓ É complexo, pois é um crime integrado por diversas espécies:
FURTO + LESÃO CORPORAL + AMEAÇA + CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
✓ É delito de forma livre, pois admite qualquer meio de execução.
✓ É crime de dano, pois exige a lesão do bem.

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✓ É plurissubsistente, pois não se consuma com um único ato, ou seja, deve


haver a violência e a subtração.

2.4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

A consumação ocorre de forma semelhante ao furto, ou seja, no momento em que o objeto


material sai da esfera de disponibilidade da vítima. Cabe ressaltar que o roubo impróprio tem
sua consumação quando o sujeito emprega a violência.
É admissível a tentativa no que diz respeito ao roubo próprio. Com relação ao impróprio, embora
haja divergências, para a sua PROVA não se admite tentativa, pois ou o sujeito emprega a
violência e consuma-se o roubo ou não emprega e responde pelo furto.

2.5. ROUBO MAJORADO

Segundo o parágrafo 2º do art. 157, a pena do crime de roubo deve ser ampliada de um terço até
a metade nas seguintes situações:
✓ Se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
Quando o Código Penal refere-se ao emprego de arma como circunstância qualificadora, não se
refere ao porte de arma, mas sim ao uso efetivo da arma durante o roubo. Seria o caso, por
exemplo, do criminoso que coloca uma arma na cabeça de sua vítima.

Para fins de prova, leve o entendimento de que não há cabimento do aumento de pena
se a arma utilizada for de BRINQUEDO.

✓ Se há o concurso de duas ou mais pessoas;


Para a incidência da qualificadora, exige-se, no mínimo, a concorrência de duas ou mais pessoas
na realização do roubo, sendo irrelevante que uma delas seja inimputável.
✓ Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância;
✓ Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado
ou para o exterior;

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Para a incidência da qualificadora, o veículo deve ser automotor, o que abrange automóveis,
caminhões, lanças, aeronaves, motos etc. Além disso, exige-se a intenção de transportar o veículo
para outro Estado ou para o exterior.
✓ Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
O inciso V do § 2º do art. 157 do CP exige, para a sua configuração, que a vítima seja mantida por
tempo juridicamente relevante em poder do réu, sob pena de que sua aplicação seja uma
constante em todos os roubos (STJ, REsp 933.584/SP).

2.6. ROUBO QUALIFICADO PELO RESULTADO

Art. 157. [...]


§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 07 a 15 anos, além da
multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 a 30 anos, sem prejuízo da multa.

O § 3º do art. 157 do Código Penal apresenta dois tipos de roubo qualificado: o primeiro qualifica-
se pela lesão corporal grave; o segundo qualifica-se pela morte e é chamado de latrocínio.
As duas formas qualificadas se aplicam tanto ao roubo próprio quanto ao roubo impróprio.
Como vimos na aula passada, a expressão lesão corporal grave indica as lesões graves em sentido
amplo, descritas no art. 129, §§ 1º e 2º do Código Penal.
As lesões corporais graves em sentido amplo abrangem as lesões corporais graves (em sentido
estrito) e gravíssimas. Ocorrem quando as lesões corporais resultam em:

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E antes que venha a sua dúvida, a informação:

As lesões corporais de natureza LEVE são absorvidas pelo crime de ROUBO e,


portanto, NÃO QUALIFICAM o crime.

2.6.1. Latrocínio

O latrocínio exige dolo na conduta antecedente, qual seja, o roubo, e dolo ou culpa na conduta
subsequente, qual seja, a morte.
O latrocínio é considerado crime hediondo de acordo com o artigo 1º, inciso II, da Lei nº 8.072/90.
Assim, se da violência empregada no crime de roubo resulta a morte da vítima, estará configurado
o crime de latrocínio, punido com reclusão de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
Vejamos agora algumas importantes situações particulares:

Homicídio consumado + subtração patrimonial consumada


Responde o agente por latrocínio consumado.

Homicídio tentado + subtração patrimonial tentada


Responde o agente por tentativa de latrocínio.

Tentativa de homicídio e subtração patrimonial consumada


Responde o agente por tentativa de latrocínio.

Homicídio consumado e subtração patrimonial tentada


Responde o agente por latrocínio consumado.

Pronto! Estudados os dois primeiros crimes contra o patrimônio, que são disparadamente os mais
cobrados em provas de concursos, vamos então exercitar o conhecimento aprendido até aqui:

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01. [CESGRANRIO - TÉCNICO SEGURANÇA - BACEN - 2010] Partindo do princípio jurídico de


que qualquer pessoa do povo pode e a autoridade policial tem o dever de prender quem seja
pego em flagrante delito, o vigilante, em sua área de responsabilidade, observa um indivíduo
que, usando de rapidez e destreza, se apodera do relógio de um transeunte, o qual, pego de
surpresa, não tem chances de evitar o fato. Após detido para ser entregue à autoridade
policial, o meliante será arrolado com base no artigo 155 do Código Penal, que o enquadrará
no crime de roubo.

Comentário:
Duas perguntas para responder a essa questão: para retirar o relógio da vítima houve alguma
agressão? E qual é o tipo penal do art. 155 do CP?
Resposta da primeira: não! Se não houve agressão, o apoderamento do relógio por parte do
meliante configurou o crime de FURTO, o tipo penal do art. 155 do CP!
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de 01 a 04 anos, e multa.
Erra, portanto, a assertiva ao afirmar que crime praticado foi o de roubo.
Gabarito: Errado

02. [FCC - SOLDADO DE POLICIA MILITAR - PM/BA - 2010] João aproximou-se de José numa
via pública, enfiou a mão no bolso traseiro de sua calça e subtraiu-lhe a carteira. José, no
entanto, percebeu a ação de João e agarrou-lhe a mão. João desferiu vários socos e pontapés
em José, causando-lhe ferimentos leves, conseguiu desvencilhar-se e fugir de posse do
produto do crime. Nesse caso, João responderá por
(A) tentativa de roubo.
(B) furto qualificado pela destreza.
(C) roubo consumado.
(D) furto simples.
(E) tentativa de furto qualificado pela destreza.

Comentário:

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Aqui é bem simples! Ao subtrair a carteira de José, desferindo-lhe vários socos e pontapés,
causando-lhe ferimentos leves, de fato João cometeu o crime de roubo. E esse crime foi
consumado na medida em que João desvencilhou-se e fugiu de posse do produto do crime.
Gabarito: Letra "C".

03. [FCC - TÉCNICO ESPEC. SEGURANÇA - TRT/1ª - 2011] Cícero entrou no automóvel de
Augustus e subtraiu-lhe um computador portátil que estava no banco traseiro. Augustus
percebeu a ação delituosa e perseguiu Cícero, com o qual entrou em luta corporal. No
entanto, Cícero causou ferimentos leves em Augustus, e conseguiu fugir do local, de posse do
aparelho subtraído. Cícero responderá por crime de
(A) roubo impróprio.
(B) furto simples.
(C) furto qualificado pela destreza.
(D) furto e de lesões corporais.
(E) apropriação indébita.

Comentário:
Questão inteligente e que nos faz pensar um pouquinho. Bom, acho que você não tem
dúvidas de que Cícero cometido o crime de roubo, na medida em que conseguiu subtrair o
computador mediante agressão a Augustus, não é verdade?
Resta-nos saber apenas se o crime de roubo foi próprio ou impróprio. Vamos relembrar esses
conceitos:
No roubo próprio, a violência (violência, grave ameaça ou qualquer outro meio que reduz a
vítima à impossibilidade de resistência) é empregada antes ou durante a subtração e tem
como objetivo permitir que a subtração se realize.
No roubo impróprio, a subtração é realizada sem violência e esta será empregada depois da
subtração, pois tem como objetivo assegurar a impunidade pelo crime ou a detenção da
coisa. É um furto que deu errado, pois começa com a simples subtração, caracterizadora do
furto, mas termina como roubo.
Foi o que aconteceu na situação hipotética de nossa questão! Para a consumação do roubo
houve a agressão, mas esta aconteceu só depois da subtração do computador, ou seja, o
roubo foi impróprio, como bem afirma a questão.
Gabarito: Letra "A".

04. [FCC - TÉCNICO ESPEC. SEGURANÇA E TRANSPORTE - TRT/2ª - 2012] O segurança de um


estabelecimento comercial, mediante remuneração de R$ 10.000,00, desligou o alarme

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durante trinta minutos para que seus comparsas arrombassem a porta, entrassem e
subtraíssem todo o dinheiro do cofre. Nesse caso, o segurança responderá pelo crime de
(A) furto simples, na condição de co-autor.
(B) furto qualificado, na condição de partícipe.
(C) favorecimento real.
(D) favorecimento pessoal.
(E) roubo qualificado, na condição co-autor.

Comentário:
Ao entrarem no estabelecimento comercial e subtrair todo o dinheiro do cofre, os comparsas
do segurança cometeram o crime de furto com uma situação qualificadora desse crime: foi
cometido com o concurso de duas ou mais pessoas. Aí já temos o primeiro erro da questão!
Autor é quem pratica o crime. Às vezes temos mais de um autor. Nessa caso, chamamos de
coautores. Os coautores podem ter o mesmo tipo de envolvimento (por exemplo, todos
atiraram na vítima) ou podem ter participações distintas (por exemplo, um pode ter
planejado chamado de autor intelectual e o outro executado o homicídio).
Já o partícipe é quem ajuda. Exatamente o caso do segurança que facilitou a entrada de seus
comparsas, mas não participou efetivamente do furto.
Gabarito: Letra "B".

05. [FCC - TÉCNICO ESPEC. SEGURANÇA - TRT/15ª - 2013] NÃO se inclui dentre as
qualificadoras do crime de roubo qualificado
(A) a subtração de veículo automotor que venha a ser transportado para outra cidade do
mesmo Estado da Federação.
(B) o concurso de duas ou mais pessoas
(C) o emprego de arma.
(D) manter o agente a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
(E) ter o crime sido praticado contra aquele que está em serviço de transporte de valores.

Comentário:
Questão boa para revisarmos as circunstâncias qualificadoras do crime de roubo. São elas:
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
[...]

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§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:


I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; (item C)
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; (item B)
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
(item E)
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado
ou para o exterior;
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (item D)
Como se pode ver, a pena não aumenta se subtração de veículo automotor que venha a ser
transportado para outra cidade do mesmo Estado da Federação.
Gabarito: Letra "A"

06. [FCC - TÉCNICO ESPEC. SEGURANÇA - TRT/15ª - 2013] Paulo exercia, há muitos anos, as
funções de caseiro da chácara de Pedro, que nele depositava absoluta confiança, entregando-
lhe as chaves da sede para limpeza. Um dia Paulo apanhou as chaves e entrou no quarto,
subtraindo a quantia de R$ 3.000,00 que se encontrava na gaveta do armário. Paulo cometeu
crime de
(A) apropriação de coisa achada.
(B) apropriação indébita.
(C) furto simples.
(D) estelionato.
(E) furto qualificado pelo abuso de confiança.

Comentário:
Que Paulo cometeu o crime de furto, disso não tenhamos dúvidas. O enunciado nos traz uma
situação qualificadora do crime: tudo leva a crer que houve um abuso de confiança de Paulo
que, aproveitando a confiança que Pedro tinha nele, subtraiu a quantia citada.
Não se esqueça das qualificadoras do crime de furto:
Art. 155 [...]
§ 4º - A pena é de reclusão de 02 a 08 anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

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Logo, podemos concluir que Paulo cometeu crime de furto qualificado pelo abuso de
confiança.
Gabarito: Letra "E"

07. [CESPE - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - PC/AL - 2012] Se o agente é primário e a coisa furtada é
de pequeno valor, há furto privilegiado, caso em que o juiz pode substituir a pena de reclusão
pela de detenção, diminuir a pena de um a dois terços ou aplicar somente a pena de multa.

Comentário:
Questãozinha bem simples, correta e que praticamente traz a pura literalidade do §2º do art.
155 do CP, que tipifica o furto privilegiado. Confira:
Art. 155.[...]
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena
de multa.
Gabarito: Certo.

[CESPE - POLICIAL RODOVIARIO FEDERAL - DPRF - 2013] No que se refere aos delitos
previstos na parte especial do CP, julgue os itens a seguir.

08. Considere a seguinte situação hipotética. Pedro e Marcus, penalmente responsáveis,


foram flagrados pela polícia enquanto subtraíam de Antônio, mediante ameaça com o
emprego de arma de fogo, um aparelho celular e a importância de R$ 300,00. Pedro, que
portava o celular da vítima, foi preso, mas Marcus conseguiu fugir com a importância
subtraída. Nessa situação hipotética, Pedro e Marcus, em conluio, praticaram o crime de
roubo tentado.

09. Em se tratando do crime de furto mediante fraude, a vítima, ludibriada, entrega,


voluntariamente, a coisa ao agente. No crime de estelionato, a fraude é apenas uma forma
de reduzir a vigilância exercida pela vítima sobre a coisa, de forma a permitir a sua retirada.

Comentário 08:
Aqui tenho certeza de que você não tem dúvidas de que Pedro e Marcus cometeram o crime
de roubo! E roubo consumado, não é verdade!
Não tem essa de roubo tentado, pois a tentativa só estaria configurada, se ambos (ou um
deles) não tivessem conseguido ficar com o bem, mesmo depois da agressão à vítima.

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Gabarito: Errado.

Comentário 09:
Aqui a nossa querida banca trocou as bolas!
Vamos corrigir:
Em se tratando do crime de estelionato furto mediante fraude, a vítima, ludibriada, entrega,
voluntariamente, a coisa ao agente. No crime de furto mediante fraude estelionato, a fraude
é apenas uma forma de reduzir a vigilância exercida pela vítima sobre a coisa, de forma a
permitir a sua retirada.
Gabarito: Errado.

10. [CESPE - ESCRIVÃO DE POLICIA - PC/BA - 2013] O reconhecimento do furto privilegiado é


condicionado ao valor da coisa furtada, que deve ser pequeno, e à primariedade do agente,
sendo o privilégio um direito subjetivo do réu.

Comentário:
Exatamente e já batemos demais nessa tecla aqui! Bom, mas nunca é demais repetir o tipo
do furto privilegiado:
Art. 155.[...]
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena
de multa.
E não tenha dúvidas: o privilégio é direito subjetivo, pessoal, do réu!
Gabarito: Certo.

11. [CESPE - JUIZ SUBSTITUTO - TJ/RN - 2013] Pratica o crime de latrocínio o agente que,
pretendendo subtrair coisa alheia móvel, emprega violência contra a pessoa e, em
decorrência dessa violência, consuma o homicídio, ainda que não realize a subtração de bens
da vítima.

Comentário:
Certíssima a questão!
O latrocínio exige dolo na conduta antecedente, qual seja, o roubo, e dolo ou culpa na
conduta subsequente, qual seja, a morte. Se o bem foi subtraído ou não, aí é preciso fazer a
seguinte análise:

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O círculo em preto traz exatamente o caso da nossa questão!


Logo, pratica mesmo o crime de latrocínio o agente que, pretendendo subtrair coisa alheia
móvel, emprega violência contra a pessoa e, em decorrência dessa violência, consuma o
homicídio, ainda que não realize a subtração de bens da vítima.
Gabarito: Certo.

[CESPE - TITULAR DE SERVIÇO DE NOTAS - TJ/ES - 2013 - Adapt.] A respeito dos crimes
contra o patrimônio, julgue os itens a seguir.

12. Para a configuração do emprego de chave falsa no crime de furto, considera-se a


aparência do instrumento usado pelo agente.

13. Para a configuração da tentativa de latrocínio, é necessária a comprovação de que a


vítima sofreu lesão corporal, leve ou grave.

Comentário 12:
Não, não!
Para a doutrina, chave falsa é todo instrumento, com ou sem forma de chave, destinado a
abrir fechaduras, tais como mixa, gazuas, grampos, pregos etc. O Superior Tribunal de Justiça
firmou entendimento de que o conceito de chave falsa abrange também a chave "MIXA".
Gabarito: Errado.

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Comentário 13:
Também errada! Não se esqueça jamais que o latrocínio exige dolo na conduta antecedente,
qual seja, o roubo, e dolo ou culpa na conduta subsequente, qual seja, a morte.
Para o STJ é irrelevante a comprovação de que a vítima tenha sofrido lesão corporal de
natureza leve ou grave:

PROCESSUAL PENAL E PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL,


ORDINÁRIO OU DE REVISÃO CRIMINAL. NÃO CABIMENTO. TENTATIVA DE LATROCÍNIO.
ABSOLVIÇÃO E DESCLASSIFICAÇÃO DO DELITO. ROUBO. ART.
157, § 3º, 1ª PARTE. IMPOSSIBILIDADE. REEXAME DE PROVA.
DESNECESSIDADE DE LESÃO CORPORAL.
1. Ressalvada pessoal compreensão diversa, uniformizou o Superior Tribunal de Justiça ser
inadequado o writ em substituição a recursos especial e ordinário, ou de revisão criminal,
admitindo-se, de ofício, a concessão da ordem ante a constatação de ilegalidade flagrante,
abuso de poder ou teratologia.
2. Incabível o exame do pleito de absolvição e de desclassificação do delito, pois, para se
afastar o entendimento adotado pelas instâncias ordinárias, seria necessário o revolvimento
do conjunto probatório, o que não é possível em sede de habeas corpus.
3. Para a configuração do delito de latrocínio tentado, é irrelevante a ocorrência de lesão
corporal, de qualquer natureza, bastando a comprovação de que o agente tinha a intenção
de matar, ou assumiu o risco de fazê-lo, para subtrair coisa alheia móvel.
4. Habeas corpus não conhecido.
(HC 151.885/SC, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 05/05/2015, DJe
14/05/2015)
Exatamente o contrário do que afirma a questão!
Gabarito: Errado.

14. [CESPE - AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA - CÂMARA DEPUTADOS - 2014] O fato de um


indivíduo retirar sorrateiramente de uma bolsa a carteira de outrem, sem o uso de força ou
ameaça, configura a prática do crime de roubo.

Comentário:

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Vamos corrigir o erro infantil da banca: o fato de um indivíduo retirar sorrateiramente de


uma bolsa a carteira de outrem, sem o uso de força ou ameaça, configura a prática do crime
de furto roubo.
Gabarito: Errado.

15. [CESPE - JUIZ SUBSTITUTO - TJDFT - 2014] Cláudia, que trabalha há dois anos como
empregada doméstica na residência de Lucrécia e possui cópia das chaves da residência,
subtraiu um colar de diamantes pertencente a sua empregadora. Nessa situação, Cláudia
responderá pelo delito de furto qualificado.

Comentário:
Bem interessante essa!
Estudamos aqui que, segundo entendimento jurispridencial, a mera relação empregatícia não
é suficiente para que o furto seja qualificado. É necessário que haja um real traço subjetivo
capaz de gerar confiança e, por isso, passível de abuso.
Para o abuso de confiança, é exigido o preenchimento de dois requisitos:
1) A vítima tem um grande confiança no agente, como noivos, namorados, irmão, grandes
amigos etc (atentar que marido e mulher não foram citados em razão da incidência da escusa
absolutória do Art. 181, I do CP). Apesar desses exemplos, sempre é necessária uma análise
do caso concreto, porque se dois irmãos são inimigos não há relação de confiança. Da mesma
forma, caso o furto seja cometido por empregado, ainda que o doméstico, o reconhecimento
dessa qualificadora só será possível se ficar comprovada a relação de confiança.
2) Que o agente se valha de alguma facilidade decorrente da relação e confiança para praticar
o furto. Exemplo: praticou o furto quando estava sendo recebido na casa da vítima.
Na questão em tela, o fato da empregada ter a chave da casa pode indicar a confiança na
relação patrão-empregado, o que nos faz concluir pela correção na incidência da
qualificadora.
Gabarito: Certo.

16. [CESPE - TÉCNICO ESPEC. SEGURANÇA - MPU - 2015] Considere que um indivíduo tenha
encontrado, na rua, um celular identificado e totalmente desbloqueado. Considere, ainda,
que esse indivíduo tenha mantido o objeto em sua posse, deixando de restituí-lo ao dono.
Nessa situação, só existirá infração penal se o legítimo dono do objeto tiver reclamado a sua
posse e o objeto não lhe tiver sido devolvido.

Comentário:

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Não é bem assim! Se você prestou bastante atenção no enunciado, verá que não houve a
subtração do celular, e sim que tal objeto fora encontrado na rua. Para que a infração pena
tipificada com "furto" fosse consumada, deveria ter havido menção à subtração do bem.
Vimos aqui que o elemento objetivo do crime de furto é a subtração. O apossamento pode
ser direto, quando o agente, pessoalmente, subtrai o objeto ou indireto, quando o agente
utiliza algum meio para efetuar a subtração. Não há de indícios de nenhum desses tipos de
apossamento no enunciado!
E mais: o elemento subjetivo do crime de furto é o dolo. Para a caracterização do dolo, faz-se
necessário que o agente tenha vontade de subtrair coisa móvel e, além disso, que saiba se
tratar de coisa alheia. Também não foi o caso!
E quer mais um argumento? O crime de furto já está consumado quando o objeto é retirado
da posse e disponibilidade do sujeito passivo, ou seja, quando este não pode mais exercer as
faculdades inerentes à posse ou propriedade do bem. Se tivesse havido subtração do bem, o
dono do objeto nem precisaria ter reclamado a sua posse e o objeto não lhe tiver sido
devolvido. O furto já estaria consumado!
Gabarito: Errado.

17. [CESPE - DEFENSOR PÚBLICO - DPU - 2015] O agente considerado primário que furta
coisa de pequeno valor faz jus à causa especial de diminuição de pena ou furto privilegiado,
ainda que esteja presente qualificadora consistente no abuso de confiança.

Comentário:
Questão excelente para abordarmos importante entendimento do STJ sobre o furto
privilegiado!
á à à à à à à à à à à à à à à àCP à
No entanto, depois da vírgula temos a menção da existência da qualificadora de abuso de
confiança. Nesse caso, precisamos pensar um pouquinho.
Vimos na parte teórica o "abuso de confiança" é uma qualificadora do elemento subjetivo do
tipo (qualifica o dolo), ou seja, é necessário que o agente tenha consciência de que está
praticando o fato e com abuso de confiança.
Pois bem, o entendimento adotado pela jurisprudência é o de que jurisprudencial o privilégio
não é aplicável ao furto qualificado quando a qualificadora NÃO FOR de ordem objetiva.
Confira: STJ:

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Súmula 511 É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos


casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o
pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.
Em poucas palavras, qualificadora de ordem objetiva, ao contrário da de ordem subjetiva, é
aquela causa que se qualifica pelo meio empregado na execução de crime, como: fogo,
asfixia, emprego de veneno, explosivo, à traição, de emboscada e etc. Seguindo então esse
entendimento, como o "abuso de confiança" é qualificadora de ordem subjetiva (qualifica o
dolo, e não o meio empregado), não há que se falar em fazer jus ao privilégio, quando restar
provado o abuso de confiança no cometimento da infração penal citada.
Erra, portanto, a questão ao afirmar que o agente considerado primário que furta coisa de
pequeno valor faz jus a causa especial de diminuição de pena ou furto privilegiado, mesmo
que esteja presente qualificadora consistente no abuso de confiança.
Guarde o conteúdo dessa Súmula STJ nº 511 com muito carinho, ok?
Gabarito: Errado.

3. EXTORSÃO

Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter
para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar
fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de 04 a 10 anos, e multa.

Extorsão é o ato de obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa por meio de ameaça ou
violência, com a intenção de obter vantagem, recompensa ou lucro.
Ex: um empresário, político ou funcionário público é descoberto em um esquema de corrupção por
seus colegas, que passam a exigir dinheiro ou ajuda de qualquer natureza para que não o
denunciem. Esta é a prática mais comumente conhecida e que, na verdade, torna o chantagista
cúmplice do mesmo crime.
A objetividade jurídica principal é a inviolabilidade do patrimônio. Trata-se de crime complexo que
tem por objetos jurídicos:

✓ a vida;
✓ a integridade física;
✓ a tranquilidade de espírito; e
✓ a liberdade pessoal.

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A extorsão é um delito bem parecido com o roubo e a jurisprudência diferencia as duas:

No ROUBO, o mal é "iminente" e o proveito "contemporâneo".


Na EXTORSÃO, o mal prometido é "futuro" e "futura" a vantagem que se visa.
No ROUBO, o agente toma a coisa ou obriga a vítima (sem opção) a entregá-la.
Na EXTORSÃO, a vítima pode optar entre acatar a ordem ou oferecer resistência.

3.1. SUJEITOS DO DELITO

➢ SUJEITO ATIVO: é crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa.
➢ SUJEITO PASSIVO: assim como no roubo, é possível a existência de dois sujeitos passivos,
situação em que um recebe a violência e outro faz, deixa de fazer ou tolera que se faça ou
deixe de fazer alguma coisa.

3.2. ELEMENTOS DO CRIME

➢ Elemento OBJETIVO: constranger.


➢ Elemento SUBJETIVO: dolo e a expres à com o intuito de obter para si ou para outrem
indevida vantagem econômica
Oà à à à à à à à à à à à vantagem
indevida àá à à à à àdevida, o fato é atípico diante da inexistência do elemento
normativo, passando a constituir exercício arbitrário das próprias razões (CP, art. 345).
E mais:

STJ - SÚMULA 96
Na EXTORSÃO, a vantagem deve ser econômica (bens móveis e imóveis). Caso a
vantagem seja moral, desclassifica-se o delito para constrangimento ilegal (CP, art.
146).

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3.3. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Trata-se de crime formal. O crime é consumado com a ação ou omissão da vítima, no momento em
que ela faz, deixa de fazer ou tolera que se faça alguma coisa. É admissível a tentativa.

O crime de EXTORSÃO consuma-se INDEPENDENTEMENTE da obtenção da vantagem


indevida.

3.4. EXTORSÃO QUALIFICADA

Entender a extorsão qualificada é uma tarefa bem simples, pois as qualificadoras são exatamente
as mesmas do roubo qualificado.
Assim, basta uma leitura atenta aos §§1º a 3º do art. 158 do CP, pois os comentários são os
mesmos que fizemos para o roubo qualificado:
Responde então o agente pelo crime de extorsão qualificada:

Art. 158. [...]


§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma,
aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo
anterior.
Art. 157. § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa
(SEQUESTRO RELÂMPAGO) § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da
vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é
de reclusão, de 06 a 12 anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte,
aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.
Art. 159. [...]
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de 16 a 24o anos.
§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de 24 anos.

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3.5. EXTORSÃO INDIRETA

Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém,
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
Pena - reclusão, de 01 a 03 anos, e multa.

São bem conhecidos esses recursos, como, por exemplo, o de induzir o necessitado cliente a
assinar um contrato simulado de depósito ou a forjar no título de dívida a assinatura de um
parente abastado, de modo que, não resgatada a dívida no vencimento, ficará o mutuário sob a
pressão da ameaça de um processo por apropriação indébita ou falsidade.
Para a ocorrência do delito é necessário algum documento que possa dar ensejo ao início de um
processo penal (cheque sem fundos, documento falso etc.). Além disso, exige-se que o sujeito
ativo abuse da situação financeira da vítima.
Quanto à conduta de exigir, trata-se de crime formal e atinge a consumação com a simples
exigência, independentemente de qualquer resultado. Há possibilidade de tentativa como no
caso em que uma carta contendo a exigência é interceptada por autoridade policial.
No que diz respeito ao ato de receber, trata-se de crime material que somente se consuma com a
entrega do documento ao sujeito do delito. É possível a ocorrência do crime na forma tentada.

3.6. EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO

Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,
como condição ou preço do resgate:
Pena - reclusão, de 08 a 15 anos.

Como se pode observar, consiste na conduta de privar alguém de liberdade e exigir determinada
vantagem a fim de liberá-la.

3.6.1. Sujeitos do Delito

➢ SUJEITO ATIVO: é crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa.
➢ SUJEITO PASSIVO: assim como na extorsão simples, é possível a existência de dois sujeitos
passivos, situação em que um é sequestrado, enquanto a intenção de se obter a vantagem

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atinge outro. É a forma normal deste delito no qual, por exemplo, o filho é sequestrado e a
vantagem é exigida dos pais.

3.6.2. Elementos do Crime

➢ Elemento OBJETIVO: sequestrar.


➢ Elemento SUBJETIVO: dolo à à à com o fim de obter para si ou para outrem
Caso ausente este último elemento subjetivo, responderá o agente pelo crime de "Sequestro e
Cárcere Privado", previsto no art. 148 do Código Penal.

Na EXTORSÃO, a vantagem deve ser ECONÔMICA.

Na EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO, a lei trata de QUALQUER vantagem.

3.6.3. Consumação e Tentativa

Trata-se de crime hediondo, permanente, complexo e formal. O crime é consumado com a


privação de liberdade da vítima por tempo juridicamente relevante. É admissível a tentativa.

STJ, HC 87.764/SC
Extorsão mediante sequestro: a consumação desse delito prescinde da efetiva obtenção
da vantagem, pelo que, com a privação de liberdade, já está consumado o delito. O
curto tempo de privação da liberdade não retira a atipicidade da conduta.

3.6.4. Tipo Qualificado

Segundo o parágrafo 1º do art. 159 do Código Penal, responde o agente pelo crime qualificado se:

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✓ o sequestro dura mais de 24 horas;


✓ o sequestrado é menor de 18 ou maior de 60 anos; ou
✓ o crime é cometido por bando ou quadrilha.

3.6.5. Tipo Qualificado PELO RESULTADO

Nos termos dos parágrafos 2º e 3º do art. 159 do Código Penal, caso o fato resulte em lesão
corporal de natureza grave, a pena é de reclusão de 16 a 24 anos. Caso resulte em morte, a
reclusão é de 24 a 30 anos.
Caro aluno, para fins de prova, o importante é o conhecimento de que a lesão corporal grave e a
morte agravam a pena prevista para o crime de extorsão mediante sequestro, não sendo
necessário o conhecimento exato dos prazos de penalização.
Essa dica também serve para os demais delitos, ok?

3.6.6. Delação Premiada e a Diminuição de Pena

E para finalizar, o parágrafo 4º do art. 159 estabelece que, se o crime é cometido em concurso de
pessoas, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado,
terá sua pena reduzida de 1/3 a 2/3.

4. RECEPTAÇÃO

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa
que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou
oculte:
Pena - reclusão, de 01 a 04 quatro anos, e multa.

Do dispositivo acima, é possível retirarmos duas formas de receptação:

Receptação dolosa PRÓPRIA:


Consiste em receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio,
coisa que sabe ser produto de crime.

Receptação dolosa IMPRÓPRIA:


Consiste em influir para que terceiro de boa-fé a adquira, receba ou oculte coisa
proveniente de crime.

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No entanto, a coisa não para por aí, pois a receptação possui outras figuras típicas além da trazida
pelo art. 180. São elas:

4.1. SUJEITOS DO DELITO

➢ SUJEITO ATIVO: é crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa,
salvo o autor, coautor ou partícipe do delito antecedente (o primeiro crime).
Oà à à à à à à à à à à à à à àá à nada
impede que o proprietário do bem seja sujeito ativo do crime de receptação.

Ex: Fidel fornece uma obra de arte como forma de garantia de um contrato. Dias depois a obra é
roubada e o bandido oferece a pintura à Fidel que, por ser um profundo conhecedor de artes,
prontamente identifica o quadro. Fidel, a fim de frustrar a garantia, prontamente compra o quadro
por um valor bem abaixo do preço.
➢ SUJEITO PASSIVO: é a vítima do crime antecedente.

4.2. OBJETO MATERIAL

Somente os bens móveis podem ser objeto de receptação!


E aí vem a pergunta: para a ocorrência da receptação, obrigatoriamente o crime anterior que
obteve o bem deve ser contra o patrimônio?
Não, não, pois podemos ter a ocorrência da receptação recaindo sobre um bem advindo do crime
de peculato que é um crime contra a Administração Pública.

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É CABÍVEL A RECEPTAÇÃO DA RECEPTAÇÃO, situação em que um indivíduo adquire um


bem proveniente de crime e o revende para outro indivíduo.

4.3. ELEMENTOS DO CRIME

➢ Elemento OBJETIVO:
Na receptação dolosa própria: adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar (em proveito
próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime);
Na receptação dolosa imprópria: influir (para que terceiro de boa-fé a adquira, receba ou oculte
coisa proveniente de crime).
➢ Elemento SUBJETIVO: dolo à à à para si ou para outrem à
Sem o fim especial de obter vantagem para si ou para outrem, ocorre a desclassificação do delito
para o crime de favorecimento real (art. 349)

4.4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

A receptação dolosa própria é crime material. Desta forma, consuma-se com o ato de aquisição,
recebimento, transporte, condução ou ocultação. É admissível a tentativa.
A receptação dolosa imprópria é crime formal, já que atinge a consumação com a conduta de
influir, não importando se o terceiro efetivamente adquiriu, recebeu ou ocultou o objeto material.
Nesse caso, não é admissível a tentativa, uma vez que se trata de delito unissubsistente (realizado
por ato único, não sendo admitido o fracionamento da conduta).

A receptação é punível AINDA QUE DESCONHECIDO OU ISENTO DE PENA o AUTOR do


crime de que proveio a coisa (art. 180, §4º).

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4.5. RECEPTAÇÃO NO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COMERCIAL

Art. 180 [...]


§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser
produto de crime:
Pena - reclusão, de 03 a 08 anos, e multa.

Trata-se de crime próprio, pois só pode ser cometido por comerciante ou industrial. Cabe ressaltar,
entretanto, o parágrafo 2º do art. 180, que dispõe:

§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de


comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.

4.6. RECEPTAÇÃO CULPOSA

Imagine que o nosso conhecido Juca ofereça a você um relógio da marca Rolex (original), todo em
ouro, pelo preço de R$ 200,00. Pergunto: você desconfiaria da procedência do produto?
Bom, eu desconfiaria e saiba que, para estas situações absurdas, responderá pelo crime de
receptação culposa o indivíduo que comprar o objeto.

Art. 180. [...]


§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o
preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
Pena - detenção, de 01 mês a 01 ano, ou multa, ou ambas as penas.

Perceba que o Código Penal só apresenta como núcleo do tipo os verbos adquirir e receber. Isso
ocorre, pois o fato de ocultar algo caracteriza dolo e não culpa. Observe também que o fato de
influir para que terceiro realize a conduta culposa não foi tratada por ser considerada irrelevante
pelo legislador penal.

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Perdão JUDICIAL - Na hipótese de receptação culposa, SE O CRIMINOSO É PRIMÁRIO,


pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena (art. 180,
§5º).

4.7. RECEPTAÇÃO QUALIFICADA

O parágrafo 6º do art. 180 determina que a pena prevista no caput do art. 180 aplica-se em dobro,
em se tratando:

✓ de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município;


✓ empresa concessionária de serviços públicos; ou
✓ sociedade de economia mista.

4.8. RECEPTAÇÃO PRIVILEGIADA

A segunda parte do parágrafo 5º do art. 180 estende à receptação dolosa o privilégio do furto.

Art. 180. [...]


§ 5º - [...] Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.
Art. 155 [...].
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou
aplicar somente a pena de multa.

Tal diminuição de pena NÃO É CABÍVEL nos casos de RECEPTAÇÃO QUALIFICADA.

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4.8. RECEPTAÇÃO DE ANIMAL

Esse tipo foi inserido recxentemente no Código Penal pela Lei nº 13.330/2016.
Confira:

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a
finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que
abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime:
Pena - reclusão, de 02 a 05 anos, e multa.

5. APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de 01 a 04 anos, e multa.

O pressuposto da apropriação indébita é que inicialmente o agente recebe a posse ou detenção


lícita da coisa, mesmo sem ter ainda o propósito de cometer um delito. Posteriormente, quando
ele teria que devolver a coisa, se nega a fazê-lo ou passa a agir em relação a ela como se dono
fosse (vendendo, doando etc.).
Seria o caso, por exemplo, do indivíduo que aluga dez filmes em uma locadora e dias depois, a fim
de melhorar sua condição financeira, resolve vendê-los em uma feira.
A apropriação indébita pode ser classificada em:

➢ Apropriação indébita propriamente dita:


Significa receber a posse ou detenção lícita da coisa e dispor dela como se fosse sua (vendendo,
doando etc.).

➢ Negativa de restituição:
Quando o sujeito deixa claro ao ofendido que não restituirá o objeto material.
Existem casos definidos no Código Civil em que a negativa de restituição não constitui delito. É o
caso, por exemplo, do hotel que retêm a bagagem do hóspede que não apresenta condições de
efetuar o pagamento.

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Podemos dizer que se caracteriza este delito, fundamentalmente, pelo abuso de confiança.
Agora, atenção, para a diferença do abuso de confiança na apropriação indébita e no furto!
Na apropriação indébita, o agente ativo tem posse desvigiada do objeto material; no furto
qualificado pelo abuso de confiança, o sujeito não tem posse do objeto material que continua na
esfera de proteção, vigilância e posse do seu dono.
Quer ver a diferença?
Situação 01: vamos supor um sujeito, numa biblioteca pública, apanhe o livro que lhe foi confiado
pela bibliotecária e o esconda sob o paletó, subtraindo-o. Neste caso, responde o agente pelo
crime de furto qualificado pelo abuso de confiança.
Situação 02: suponha-se, agora, que o sujeito, da mesma biblioteca pública, tome emprestado o
livro e, levando-o para casa, venda-o a terceiro. Neste caso, responde por apropriação indébita.

5.1. SUJEITOS DO DELITO

➢ SUJEITO ATIVO: é crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa que tenha a
posse ou detenção.
➢ SUJEITO PASSIVO: é o indivíduo que, não cumprida a relação obrigacional, sofre prejuízo.

5.2. ELEMENTOS DO CRIME

➢ Elemento OBJETIVO: apropriar-se (que significa fazer sua a coisa alheia).


➢ Elemento SUBJETIVO: dolo.

O elemento normativo encontra- à à à à -se à coisa. Tratando-se de


coisa própria, a conduta é atípica. No entanto, nada obsta que o fato possa ser cometido pelo
sócio, co-herdeiro ou co-proprietário.

5.3. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Na apropriação indébita propriamente dita consuma-se o delito com o ato de dispor a coisa como
se fosse sua. É cabível a tentativa como, por exemplo, no caso em que o sujeito é surpreendido no
momento em que vai vender a coisa.
Na negativa de restituição consuma-se quando o sujeito se nega a devolver o objeto material.
Neste caso, a tentativa não é admissível.

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Para fins de prova, esse crime não admite tentativa, ok?


De uma forma ou de outra, o bem jurídico tutelado é a propriedade.

5.4. APROPRIAÇÃO INDÉBITA QUALIFICADA

Nos termos do parágrafo único do art. 168 do Código Penal, a pena é aumentada de 1/3 quando o
agente recebe a coisa:
✓ Em depósito necessário;
O depósito necessário encontra-se disposto nos arts. 647, 648 e 649 do Código Civil (não precisa
saber esses dispositivos para sua prova!).
✓ Na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
depositário judicial;
✓ Em razão de ofício, emprego ou profissão.

5.5. APROPRIAÇÃO INDÉBITA PRIVILEGIADA

O art. 170 do CP estende à apropriação indébita o privilégio do furto. E aqui você já sabe o que isso
quer dizer!
Significa que se o criminoso é primário e é de pequeno valor a coisa apropriada, deve o juiz
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços ou aplicar
somente a pena de multa.

5.6. APROPRIAÇÃO INDÉBITA - OUTROS CASOS

5.6.1. Apropriação Indébita Previdenciária

O legislador penal, por meio da Lei nº 9.983/00, inseriu o art. 168-A no Código Penal para tipificar a
Apropriação Indébita Previdenciária. Bom, como se trata de um delito muito específico, cujo
interesse é geralmente de quem trabalha com previdência social, é pouco provável que seja
cobrada em seu concurso. Por isso, para não dizer que não falei de flores, vou apenas replicar o
conteúdo do dispositivo.

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes,
no prazo e forma legal ou convencional:
Pena – reclusão, de 02 a 05 anos, e multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de:

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I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que
tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis
ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido
reembolsados à empresa pela previdência social.

Para a configuração do delito acima citado, não é necessário que haja o dolo específico de ter
para si coisa alheia.
Para que seja consumado, basta a vontade livre e consciente de não recolher as importâncias
descontadas dos salários dos empregados da empresa pela qual responde o agente.
Os próximos tipos de apropriação indébita são pouco cobrados em provas e pouco também há o
que se aprofundar sobre eles. Basta apenas dar uma lidinha e saber que são casos mais brandos do
gênero apropriação indébita.

5.6.2. Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza, de tesouro
e de coisa achada
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou
força da natureza:
Pena - detenção, de 01 mês a 01 ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que
tem direito o proprietário do prédio;
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de
restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente,
dentro no prazo de 15 (quinze) dias.

6. ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

6.1. ESTELIONATO

Para o crime de estelionato, faremos um estudo mais aprofundado tal qual fizemos com relação
à à à à àá à à à à à à à à à à
uma noção geral, pois o aprofundamento nelas, para fins de prova, é totalmente desnecessário.
Beleza? Então vamos lá!
O famosíssimo art. 171 do Código Penal define o estelionato nos seguintes termos:

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Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de 01 a 05 anos, e multa.

Como você pode perceber a partir da análise do dispositivo acima, a característica fundamental do
estelionato é a fraude.
A fraude, por sua vez, exige a capacidade de discernimento da vítima, que deve ser alguém capaz
de ser enganada. Se a vítima não possui qualquer discernimento (incapaz), o agente não
à à à à à à à à à à à à abuso de
incapaz à à à à à àCP
Ok, professor, entendi, mas agora fiquei na dúvida: qual a diferença entre a fraude do estelionato e
a fraude que qualifica o furto?

No FURTO, a fraude ilude a vigilância do ofendido. Desta forma, não tem o sujeito
passivo a percepção de que o objeto está ingressando na esfera de disponibilidade do
criminoso.

No ESTELIONATO, a fraude objetiva que a vítima incida em erro e, a partir deste erro,
desfaça-se conscientemente de seus bens, ingressando estes na esfera de
disponibilidade do autor.

Exemplo: Fidel comparece na casa de Obama e pergunta se ele está interessado em fazer um
empréstimo com taxas muito vantajosas. Obama mostra-se animado, diz que quer R$1.000,00 a
título de empréstimo para pagar em 36 meses. Fidel entrega para Obama um formulário e solicita
vários documentos. Dias depois Fidel liga para Obama e diz que o dinheiro já está na conta, mas
que ocorreu um engano e foram depositados dez mil ao invés do valor solicitado. Desta forma,
solicita encarecidamente que Obama transfira R$ 9.000,00 para a conta XYZ.
Obama verifica o depósito de R$10.000,00 e efetua a transferência solicitada. Tempo depois,
Obama descobre que Fidel, ao invés de solicitar R$ 1.000,00, solicitou ao banco, em nome de
Obama, um empréstimo de R$ 10.000,00, e não de R$1.000,00. Não havia, portanto, dinheiro
depositado a mais e a conta informada por Fidel não era a do banco que concedeu o empréstimo,
à à à àF à à à à à à

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No caso em tela, Fidel claramente induz Obama ao erro e este, conscientemente, transfere o valor
para a conta de Fidel. Nesse caso, opera-se o estelionato. Tranquilo?

6.2. SUJEITOS DO DELITO

➢ SUJEITO ATIVO: é crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa que induz ou
mantém a vítima em erro, mediante artifício ardil ou qualquer outro meio fraudulento.
➢ SUJEITO PASSIVO: é a pessoa enganada.

6.3. ELEMENTOS DO CRIME

➢ Elemento OBJETIVO: obter (para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio).

➢ Elemento SUBJETIVO: dolo e a à para si ou para outrem à -se à vantagem


indevida.

6.4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA

Trata-se de crime material que obtém sua consumação com a obtenção da vantagem ilícita, em
prejuízo alheio. A tentativa é admissível.

A pena aumenta-se de 1/3 se o crime é cometido em detrimento de entidade de


direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou
beneficência.

O art. 171, parágrafo 1º do CP estende ao estelionato o privilégio do furto:


(Se o criminoso é primário e é de pequeno valor a coisa apropriada, deve o juiz
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços ou aplicar
somente a pena de multa).

Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. (Estelionato contra
idoso) [Lei nº 13.228, de 2015]

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6.5. OUTRAS FRAUDES

Como eu disse, vamos apenas listar as outras fraudes tipificadas nos parágrafos do art. 171 e nos
arts. 172 a 179. Leias com calma, mas sem stress, ok? Com tantos outros crimes importantes aqui
estudados e de maior importância para o seu futuro dia-a-dia de trabalho, tenho certeza de que
não serão esses os cobrados em sua prova! Tem sido assim em provas FCC!

➢ Disposição de Coisa Alheia como Própria:


Vender, permutar, dar em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria.

➢ Alienação ou Oneração Fraudulenta de Coisa Própria:


Vender, permutar, dar em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus
ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações,
silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias.

➢ Defraudação de Penhor
Defraudar, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia
pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado.

➢ Fraude na Entrega de Coisa


Defraudar substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém.

➢ Fraude para Recebimento de Indenização ou Valor de Seguro


Destruir, total ou parcialmente, ou ocultar coisa própria, ou lesar o próprio corpo ou a saúde, ou
agravar as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de
seguro;

➢ Fraude no Pagamento por Meio de Cheque


Emitir cheque sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustrar o
pagamento.

➢ Duplicata Simulada

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Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em
quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.

➢ Abuso de Incapazes
Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da
alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de
produzir efeito jurídico em prejuízo próprio ou de terceiro.

➢ Induzimento à Especulação
Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade
mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou
mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa.

➢ Fraude no Comércio
Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor:
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;
II - entregando uma mercadoria por outra.

➢ Outras Fraudes
Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor
de recursos para efetuar o pagamento.

➢ Fraudes e Abusos na Fundação ou Administração de Sociedade por Ações


Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação ao
público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade ou ocultando
fraudulentamente fato a ela relativo.

➢ Fraude à Execução
Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens ou simulando dívidas.

7. USURPAÇÃO
O delito de usurpação divide-se em quatro espécies:

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Vamos conhecê-los!

7.1. ALTERAÇÃO DE LIMITES (ART. 161, CAPUT)

Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha
divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:
Pena - detenção, de 01 a 06 meses, e multa.

Busca- à à à à à à à à à à à à à à à à
apropriar, no todo ou em parte, de coisa alheia imóvel.
Tapume é toda cerca (sebes vivas, cerca de arame, tela metálica, etc.) ou muro (de pedra, tijolo,
madeira, etc.) destinado a indicar o limite entre dois ou mais imóveis.

Marco, por sua vez, é toda coisa corpórea, natural ou artificial (pedras, piquetes, postes, árvores,
tocos de madeira etc.), que serve como sinal marcatório. Outros exemplos de sinal indicativo de
à à à à à à à

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7.1.1. Sujeitos do Delito

➢ SUJEITO ATIVO: A alteração de limites é o crime cometido entre vizinhos. Trata-se de crime
próprio, de forma que pode ser sujeito ativo só o proprietário e/ou o possuidor de imóvel
limítrofe.
➢ SUJEITO PASSIVO: o proprietário e/ou o possuidor do imóvel no qual são suprimidos ou
deslocados os tapumes, marcos ou demais sinais.

7.1.2. Elementos do Crime

➢ Elemento SUBJETIVO: dolo e a à para si ou para outrem à -se à vantagem


indevida.

➢ Elemento NORMATIVO àE à à à à alheia àá ànão há crime quando se


trata de imóvel próprio.

7.1.3. Consumação e Tentativa

Trata-se de crime formal. Consuma-se o crime quando o agente pratica os comportamentos típicos
de suprimir ou deslocar tapume, marco ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, com o
intuito de se apropriar de coisa alheia imóvel. A tentativa é admissível.

7.2. USURPAÇÃO DE ÁGUAS (ART. 161, §1º, I)

Art. 161 - [...]


§ 1º - Na mesma pena incorre quem:
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;

Por águas alheias, entendem-se aquelas de natureza pública ou privada, que não pertençam ao
agente.

7.2.1. Sujeitos do Delito

➢ SUJEITO ATIVO: trata-se de crime comum, podendo ser qualquer pessoa.


➢ SUJEITO PASSIVO: é o proprietário ou o possuidor, ou ainda aquele que detém o uso ou o
gozo das águas.

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7.2.2. Elementos do Crime

➢ Elemento SUBJETIVO: dolo, acrescido do especial fim de agir, isto é, da finalidade de atuar
em proveito próprio ou alheio.
➢ Elemento NORMATIVO àE à à à à alheia àá ànão há crime quando se
trata de águas próprias

7.2.3. Consumação e Tentativa

Por se tratar de crime formal, consuma-se no momento em que ocorre o desvio ou o


represamento de águas alheias, independentemente do fato do agente ter conseguido obter ou
não proveito para si ou para outrem. A tentativa é admissível.

7.3. ESBULHO POSSESSÓRIO (ART. 161, §1º, II)

Art. 161 - [...]


§ 1º - Na mesma pena incorre quem:
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de
duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede
mediante queixa.

7.3.1. Sujeitos e Elemento do Delito

➢ SUJEITO ATIVO: pode ser qualquer pessoa, exceto o proprietário ou o possuidor.


➢ SUJEITO PASSIVO: é o possuidor (proprietário, arrendatário, locatário etc.).
➢ Elemento SUBJETIVO: dolo, acrescido do especial fim de agir, isto é, do esbulho possessório.

Por se tratar de crime formal, consuma-se no instante em que o agente invade o imóvel,
independentemente do efetivo apossamento almejado. A tentativa é admissível.

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7.4. SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE MARCAS EM ANIMAIS

Esse crime quase nunca apareceu em provas ,e por isso, vamos apenas citá-lo, ok?

Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal
indicativo de propriedade:
Pena - detenção, de 06 meses a 03 anos, e multa.

E por fim, vamos ao último crime contra o patrimônio: o crime de dano, outro delito pouquíssimo
exigido em provas!

8. DANO

8.1. DANO SIMPLES

Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:


Pena - detenção, de 01 a 06 meses, ou multa.

8.2. DANO QUALIFICADO

Art. 163 [...]


Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais
grave;
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços
públicos ou sociedade de economia mista;
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena - detenção, de 06 meses a 03 anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

8.3. INTRODUÇÃO OU ABANDONO DE ANIMAIS EM PROPRIEDADE ALHEIA

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Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de
direito, desde que o fato resulte prejuízo:
Pena - detenção, de 15 dias a 06 meses, ou multa.

8.4. DANO EM COISA DE VALOR ARTÍSTICO, ARQUEOLÓGICO OU HISTÓRICO

Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente
em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
Pena - detenção, de 06 meses a 02 anos, e multa.

8.5. ALTERAÇÃO DE LOCAL ESPECIALMENTE PROTEGIDO

Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente
protegido por lei:
Pena - detenção, de 01 mês a 01 ano, ou multa.

E sobre esses últimos delitos, uma informação boa de prova:

Somente se procedem mediante queixa (ação penal privada), os seguintes tipos


relacionados ao DANO:

Dano Simples (art. 163);

Dano Qualificado por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima (art.
163, parágrafo único, inciso IV; e

Introdução ou Abandono de Animais em Propriedade Alheia (art. 164).

Fim de linha para os crimes contra o patrimônio!

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Para finalizar de vez a nossa aula, as nossas últimas questões:

18. [CESGRANRIO - TÉCNICO SEGURANÇA - BACEN - 2010] O vigilante, em serviço na portaria


da instituição, flagra determinado funcionário que, ao final do expediente, conduz em seus
pertences componentes eletrônicos desviados da empresa. Vislumbrando a possibilidade de
ganho extra, o vigilante exige determinada quantia em dinheiro para que o fato não seja
levado ao conhecimento da empresa. De acordo com o Código Penal, art. 158, esse crime
contra o patrimônio o enquadra em apropriação indébita.

Comentário:
Caro aluno, comete o crime de apropriação indébita quem se apropria de coisa alheia móvel, de
que tem a posse ou a detenção (art. 168).
O pressuposto da apropriação indébita é que inicialmente o agente recebe a posse ou detenção
lícita da coisa, mesmo sem ter ainda o propósito de cometer um delito e, posteriormente, passa a
agir em relação a ela como se dono (vendendo, doando etc.). Não nos parece o caso do vigilante
da questão.
Ao vislumbrar a possibilidade de ganho extra, exigindo determinada quantia em dinheiro para que
o fato não seja levado ao conhecimento da empresa, o vigilante comete o crime de extorsão, esse
sim tipificado no art. 158 do CP.
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter
para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer
alguma coisa:
Pena - reclusão, de 04 a 10 anos, e multa.

Extorsão é o ato de obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa por meio de ameaça ou
violência, com a intenção de obter vantagem, recompensa ou lucro.
Gabarito: Errado

19. [FCC - SOLDADO POLICIAL MILITAR - PM/BA - 2012] Cícero desviou energia elétrica para
seu consumo, ligando os fios de entrada de sua residência na rede elétrica da rua antes do
relógio medidor do consumo. Nesse caso, ficou caracterizado o delito de
(A) furto.
(B) estelionato.

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(C) receptação.
(D) roubo.
(E) apropriação indébita.

Comentário:
De novo, para você não esquecer: comete o crime de apropriação indébita quem se apropria de
coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção.
O pressuposto da apropriação indébita é que inicialmente o agente recebe a posse ou detenção
lícita da coisa, mesmo sem ter ainda o propósito de cometer um delito e, posteriormente, passa a
agir em relação a ela como se dono (vendendo, doando etc.).
Não nos parece a conduta praticada por Cícero!
Ao desviar energia elétrica para seu consumo, ligando os fios de entrada de sua residência na rede
elétrica da rua antes do relógio medidor do consumo, Cícero comete uma modalidade especial de
furto, o furto de energia, tipificado do art.155, §3º. Confira:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de 01 a 04 anos, e multa.
[...]
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico.

Gabarito: Letra "A"

20. [FUNCAB - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - PC/ES - 2013] Vitorina, ex-funcionária da empresa de


fornecimento de energia elétrica, vestindo um uniforme antigo, foi até a casa de Pauliana
dizendo que estava ali para receber os valores da conta mensal de fornecimento de energia
elétrica. Acreditando em Vitorina, Pauliana, pagou os valores a esta, que utilizou o dinheiro
para comprar alguns vestidos. Entretanto, como sempre, as contas dessa empresa eram e
deveriam ser pagas na rede bancária. Logo, Vitorina praticou o crime de:
(A) furto.
(B) roubo.
(C) estelionato.
(D) apropriação indébita.
(E) extorsão.

Comentário:
Já vimos aqui que no estelionato a fraude objetiva que a vítima incida em erro (Vitorina acreditou
em Pauliana e pagou a ela os valores referentes à sua conta de energia) e, a partir deste erro,

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desfaça-se conscientemente de seus bens (entregou o dinheiro a Pauliana), ingressando estes na


esfera de disponibilidade do autor.
Pauliana, portanto, obteve para si uma vantagem ilícita, em prejuízo de Vitorina, induzindo-a a
erro, mediante fraude, ao disfarçar-se de emprega da energia elétrica. Resumo: cometeu o crime
de estelionato!
Gabarito: Letra "C"

21. [FUNIVERSA - DELEGADO DE POLÍCIA - PC/DF - 2015] “ à à á à à à


à à à B à à à à -lhe os pertences (celular, bolsa, cartão de crédito). Neste
à à à à à à à à á à à à à à à à
depender das circunstâncias concretas e do dolo.

Comentário:
Trata-se de ROUBO e roubo próprio, pois o agente se valeu de um meio para reduzir a vítima à
impossibilidade de resistência, caracterizando o tipo penal do art. 157 do CP.
Lembrando que, no roubo próprio, a violência (violência, grave ameaça ou qualquer outro meio
que reduz a vítima à impossibilidade de resistência) é empregada antes ou durante a subtração e
tem como objetivo permitir que a subtração se realize.
Gabarito: Errado

[CESPE - AUXILIAR JUDICIÁRIO - TJ/AC - 2012] Na madrugada do dia 20/8/2012, Francisco,


escalou o muro que cercava determinada residência e conseguiu entrar na casa, onde
anunciou o assalto aos moradores. Francisco ameaçou cortar a garganta das vítimas com um
caco de vidro, caso elas gritassem por socorro ou tentassem chamar a polícia. Ele então
amarrou as vítimas, explodiu o cofre localizado no andar de cima da casa e subtraiu as joias
que encontrou. Essas joias foram vendidas a Paulo, que desconhecia a origem do produto por
ele adquirido. Com base na situação hipotética apresentada, julgue os itens subsequentes,
relativos a crimes contra o patrimônio.

22. Ao adquirir as joias roubadas, Paulo praticou o crime de receptação.

23. Francisco praticou o crime de roubo.

24. O fato de Francisco ter escalado o muro da residência não qualifica o crime por ele
perpetrado.

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25. Em razão de ter praticado o delito durante o repouso noturno, a pena de Francisco será
aumentada.

26. A utilização de um caco de vidro como arma não majora a pena da infração penal
praticada por Francisco, uma vez que, para fins penais, se considera arma o instrumento
dotado de função precípua de ataque ou defesa, como armas de fogo (revólveres, fuzis etc.)
ou armas brancas (punhais, estiletes ou facas).

Comentário 22:
Para julgar essa assertiva, vamos revisar o crime de receptação, tipificado no art. do CP:
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio,
coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba
ou oculte:
Pena - reclusão, de 01 a 04 quatro anos, e multa.

O enunciado da questão é bem claro ao afirmar que Paulo desconhecia a origem do produto por
ele adquirido. Ora, se desconhecia a origem, as expressões acima destacadas em vermelho nos
garantem que Paulo não cometeu o crime de receptação. Quem o fez foi Francisco, pois esse sim
sabia da origem ilícita do produto.
Gabarito: Errado

Comentário 23:
Verdade! Por ter ameaçado cortar a garganta das vítimas com um caco de vidro e por tê-las
amarrado a fim de subtrair as joias, podemos afirmar que Francisco, de fato, cometeu o crime de
roubo.
Gabarito: Certo

Comentário 24:
Certíssimo! Escalar muros para a prática de roubo não é circunstância qualificadora do crime de
roubo por ele perpetrado. Já vimos as qualificadoras do roubo em comentário anterior, mas nunca
é demais repetir:
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
[...]
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;

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III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou
para o exterior;
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.

Gabarito: Certo

Comentário 25:
Caro aluno, não esqueça: o aumento de pena só encontra aplicação quando se trata de furto
simples ou furto qualificado, não se estendendo ao crime de roubo, ok?
Nesse caso, portanto, não há que se falar em aumento de pena.
Gabarito: Errado

Comentário 26:
Errado e já fique sabendo, caro aluno, que a doutrina e a jurisprudência entendem ser o caco de
vidro uma arma branca e, por isso, majora sim a pena da infração penal praticada por Francisco.
Vimos no comentário da questão 12 quando a violência ou ameaça é exercida com emprego de
arma, temos uma situação qualificadora, majorante do crime de roubo.
Gabarito: Errado

[CESPE - AGENTE DE PROTEÇÃO - TJ/RR - 2012] Nero, trajando roupas características dos
manobristas de uma churrascaria, se fez passar por funcionário do estabelecimento e, com
isso, teve acesso ao quadro de chaves onde eram guardadas as chaves dos carros dos
clientes. Nero, então, pegou a chave de um dos carros e saiu com o veículo sem ser
importunado. Em seguida, cruzou a fronteira do Brasil com a Colômbia, onde vendeu o carro
como se fosse seu. Na fuga, Nero ainda matou, a tiros, dois policiais que o perseguiam.
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens a seguir, que tratam dos crimes contra a
vida e contra o patrimônio.

27. O transporte do veículo para o exterior qualifica o crime cometido por Nero.

28. Como enganou todos os funcionários do estabelecimento para levar o veículo de um dos
clientes, Nero praticou o crime de estelionato.

Comentário 27:
Exatamente! Vamos revisar as situações que qualificam o furto:

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Art. 155 [...]


§ 4º - A pena é de reclusão de 02 a 08 anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º - A pena é de reclusão de 03 a 08 anos, se a subtração for de veículo automotor que
venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.

Para a incidência da qualificadora, o veículo deve ser automotor, o que abrange automóveis,
caminhões, lanças, aeronaves, motos etc. Além disso, exige-se a intenção de transportar o veículo
para outro Estado ou para o exterior. É o caso de Nero!
Gabarito: Certo

Comentário 28:
É preciso ter muita atenção nesse tipo de afirmação, pois a banca aqui tenta te induzir ao erro
querendo insinuar que o fato de Nero ter trajado roupas características dos manobristas de uma
churrascaria para levar o veículo já seria fato suficiente para se configurar o crime de estelionato.
Comete estelionato que obtém, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento:
Lembre-se que no estelionato a fraude objetiva que a vítima incida em erro e, a partir deste erro,
desfaça-se conscientemente de seus bens, ingressando estes na esfera de disponibilidade do autor.
Não foi o caso de Nero, pois o enunciado nos informa que ele pegou a chave de um dos carros e
saiu com o veículo sem ser importunado. Logo, conclui-se que o crime cometido foi o de FURTO, e
não o de estelionato.
No furto, a fraude ilude a vigilância do ofendido e o sujeito passivo não tem a percepção de que o
objeto está ingressando na esfera de disponibilidade do criminoso.
Gabarito: Errado

[CESPE - TÉCNICO JUDICIÁIRO - TJ/RR - 2012] Mário havia encomendado uma geladeira em
uma loja de departamento. No dia da entrega do produto, o empregado da transportadora
equivocou-se quanto ao número do apartamento de Mário, entregando o bem, por engano, a
José, síndico do prédio, que, na ocasião, se ofereceu para guardá-lo e entregá-lo a seu real
destinatário, já com o objetivo de ficar com o bem para si; e assim o fez. Considerando a
situação hipotética acima, julgue os itens que se seguem, no que se refere aos crimes contra
o patrimônio.

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29. Em razão de ter recebido a coisa na qualidade de síndico, a pena de José será aumentada
em um terço.

30. José praticou o crime de apropriação indébita, visto que se apropriou de coisa alheia
móvel, com a intenção de ficar com o objeto para si.

31. No crime de apropriação indébita, o bem jurídico protegido tem por objeto material o
direito de propriedade.

32. O crime de apropriação indébita somente pode ser praticado dolosamente, não existindo
previsão para a modalidade de natureza culposa.

Comentário 29:
A conduta de José, ao se oferecer para guardar a geladeira de Mário, já com o objetivo de ficar
com o bem para si e assim o fazendo, aproveitando-se do erro do entregador, se encaixa direitinho
em um dos tipos de apropriação indébita, o do art. 169 do CP. Veja:
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou
força da natureza:
Pena - detenção, de 01 mês a 01 ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem
direito o proprietário do prédio;
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de
restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no
prazo de 15 (quinze) dias.

Bom, e aí vem o pulo do gato: olhando o dispositivo acima, você pode constatar que o fato de José
ter adquirido a geladeira na condição de síndico não é uma qualificadora desse tipo de apropriação
indébita. Eis, portanto, o erro da questão!
Gabarito: Errado

Comentário 30:
Como acabamos de ver, José não praticou o crime de apropriação indébita propriamente dito, o do
art. 168, mas o do art. 169, a apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da
natureza.
Gabarito: Errado

Comentário 31:

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Correta! Em todas as modalidades do crime de apropriação indébita, o bem jurídico tutelado é a


inviolabilidade patrimonial no sentido de proteger a propriedade da coisa pela ilicitude da pessoa
que tem a posse ou detém a coisa alheia móvel.
Gabarito: Certo

Comentário 32:
De acordo com a corrente majoritária, o crime de apropriação indébita é de duplo resultado e
somente estará consumado após a efetiva obtenção da vantagem indevida (o que de fato
ocorreu!).
Com esse entendimento, concluímos que, de fato, o crime de apropriação indébita somente pode
ser praticado dolosamente, não existindo previsão para a modalidade de natureza culposa.
Gabarito: Certo

[CESPE - ESCRIVÃO DE POLICIA - PC/BA - 2013] No que se refere a crimes contra o


patrimônio, julgue os itens subsequentes.

33. Considere a seguinte situação hipotética. Heloísa, maior, capaz, em conluio com três
amigos, também maiores e capazes, forjou o próprio sequestro, de modo a obter vantagem
financeira indevida de seus familiares. Nessa situação, todos os agentes responderão pelo
crime de extorsão simples.

34. Para a configuração do crime de roubo mediante restrição da liberdade da vítima e do


crime de extorsão com restrição da liberdade da vítima, nominado de sequestro relâmpago, é
imprescindível a colaboração da vítima para que o agente se apodere do bem ou obtenha a
vantagem econômica visada.

Comentário 33:
Questão polêmica e que, à época, foi motivo de um montão de recursos à banca!
Antes de analisar o caso, vamos revisar um pouquinho o delito de extorsão simples:
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter
para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer
alguma coisa:
Pena - reclusão, de 04 a 10 anos, e multa.

A extorsão simples, portanto, é o ato de obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa por
meio de ameaça ou violência, com a intenção de obter vantagem, recompensa ou lucro. No
entanto, vimos aqui que ela pode ser qualificada pelo concurso de pessoas, não foi?

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Lembre-se:
Art. 158. [...]
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma,
aumenta-se a pena de um terço até metade.

Assim, podemos concluir que, a um primeiro olhar, Heloísa comete o crime de extorsão
qualificada, não é? Pois bem, a banca, seguindo algumas posições doutrinárias, não reconhece essa
situação como qualificadora da extorsão, e sim como um aumentativo de pena do crime, o que,
convenhamos, nos parece um erro. E foi exatamente por isso que considerou correta a questão em
seu gabarito preliminar, sustentando a resposta no gabarito definitivo.
que fazer? Anotar o entendimento da banca e ficar atento a como ela vai cobrá-lo em sua prova!
Gabarito: Certo (para a banca)

Comentário 34:
Errada! A posição majoritária na doutrina e na jurisprudência é no sentido de que a extorsão é
crime formal ou de consumação antecipada, não se exigindo a obtenção da indevida vantagem
econômica. Assim, o crime se consuma no momento em que a vítima é coagida a fazer, tolerar que
se faça ou a deixar de fazer alguma coisa, independentemente de o agente vir a obter a vantagem
econômica. SÚMULA 96 DO STJ.
Logo, na extorsão com restrição da liberdade da vítima, é imprescindível a colaboração da vítima
para que o agente tenha a vantagem econômica visada. E mais: extorsão mediante sequestro não
é a mesma coisa que sequestro relâmpago!
No crime de roubo circunstanciado pela restrição da liberdade da vítima, no entanto, a conduta
desta em entregar a coisa objeto do delito é prescindível, ou seja, não é elementar á
caracterização do delito.
Para fixa melhor, vai a dica:

Gabarito: Errado

[CESPE - AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA - CÂMARA DEPUTADOS - 2014] Julgue os itens


que se seguem, relacionados a crimes contra o patrimônio.

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35. Um servidor que, durante seu expediente, receba equivocadamente de uma


transportadora uma encomenda que contenha um aparelho eletrônico destinado a outra
pessoa que não trabalha naquela empresa, e se aproprie desse aparelho, mesmo ciente de
que tal bem é proveniente de transação comercial legítima e não lhe pertence, responderá
por crime de receptação.

Comentário:
Vamos direto ao ponto fazer uma revisão do crime de receptação:
Receptação
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio,
coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba
ou oculte:
Pena - reclusão, de 01 a 04 quatro anos, e multa.

Só pelo que está negritado em vermelho já se sabe que a questão está errada, pois o produto que
esse servidor recebeu não é fruto de outro crime, e sim foi adquirido por outra pessoa que não
trabalha naquela empresa. O que aconteceu aí foi o tipo de apropriação indébita do art. 169 do CP.
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou
força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Gabarito: Errado

[CESPE - AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA - CÂMARA DEPUTADOS - 2014] Paulo e João


foram surpreendidos nas dependências da Câmara dos Deputados quando subtraíam
carteiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali transitavam. Paulo tem
dezessete anos e teve acesso ao local por intermédio de João, que é servidor da Casa. Com
base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.

36. A conduta de João se enquadra no tipo penal de apropriação indébita, uma vez que ele
subtraía os referidos bens valendo-se da facilidade que lhe proporcionava sua atividade
profissional.

Comentário:
Nada a ver com apropriação indébita! Os dois estavam mesmo era praticando crime de furto
qualificado ou pelo abuso de confiança ou pelo concurso de pessoas. Simples assim!
Gabarito: Errado

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37. [CESPE - AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - DPF - 2014] Para a configuração do delito de
apropriação indébita previdenciária não é necessário que haja o dolo específico de ter para si
coisa alheia; é bastante para tal a vontade livre e consciente de não recolher as importâncias
descontadas dos salários dos empregados da empresa pela qual responde o agente.

Comentário:
Certíssimo!
Saiba, caro aluno, que o noviço crime de apropriação indébita previdenciária é crime material, pois
o delito é consumado na data do término do prazo convencional ou legal do repasse ou
recolhimento das contribuições devidas ou do pagamento do benefício devido.
Gabarito: Certo

38. [CESPE - JUIZ SUBSTITUTO - TJDFT - 2014 - Adapt.] Renato, dolosamente, atirou uma
pedra sobre o automóvel de Tales, causando danos consideráveis ao veículo. Nessa situação,
Tales não poderá oferecer queixa-crime contra Renato, visto que o crime de dano é de ação
penal pública condicionada à representação do ofendido.

Comentário:
Que houve crime de dano, disso não tenhamos dúvidas! Mas dizer que tal crime é de ação penal
pública condicionada à representação do ofendido, aí não! Não esqueça:

Gabarito: Errado

39. [CESPE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS - TJ/SE - 2014] Em se tratando do crime de


extorsão mediante sequestro, será reduzida a pena do corréu que, agindo em concurso de
agentes, denunciar o delito à autoridade competente, ainda que a delação não seja meio
eficaz de facilitação da libertação da vítima.

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Comentário:
Erradíssima!
Segundo o que estabelece o parágrafo 4º do art. 159 do CP, se o crime for cometido em concurso
de pessoas, o concorrente (corréu) que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do
sequestrado, terá sua pena reduzida de 1/3 a 2/3.
Ou seja: a delação tem que ser meio eficaz de facilitação da libertação da vítima!
Gabarito: Errado

40. [CESPE - TÉCNICO ESPEC. SEGURANÇA - MPU - 2015] O crime de extorsão mediante
sequestro, desde que se prove que a intenção do agente era, de fato, sequestrar a vítima, se
consuma no exato instante em que a pessoa é sequestrada, privada de sua liberdade,
independentemente de o(s) sequestrador(es) conseguir(em) solicitar(em) ou receber(em) o
resgate.

Comentário:
Vamos rever o tipo penal extorsão mediante sequestro:

Pois bem, vimos aqui em nosso estudo sobre esse crime que ele é consumado com a privação de
liberdade da vítima por tempo juridicamente relevante. E para reforçar, mostramos o seguinte
julgado do STJ:
STJ, HC 87.764/SC
Extorsão mediante sequestro: a consumação desse delito prescinde da efetiva obtenção da
vantagem, pelo que, com a privação de liberdade, já está consumado o delito. O curto tempo
de privação da liberdade não retira a atipicidade da conduta.

É o que em outras palavras afirma a questão em análise!


Gabarito: Certo

41. [CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - TRE/GO - 2015] Praticará o crime de estelionato aquele
que obtiver para si vantagem ilícita, em prejuízo de incapaz, mantendo-o em erro, mediante
fraude.

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Comentário:
A característica fundamental do estelionato é a fraude. A fraude, por sua vez, exige a capacidade
de discernimento, que deve ser alguém capaz de ser enganada. Se a vítima não possui qualquer
discernimento (incapaz), o agente não responderá pelo estelionato, podendo responder outro
à à à à à à abuso de incapaz à à à à à àCP
Gabarito: Errado

[CESPE JUIZ SUBSTITUTO - TJ/PB - 2015] Com base na jurisprudência do STJ e na do STF,
julgue os itens a respeito dos crimes contra o patrimônio.

42. A conduta de subtrair veículo automotor e transportá-lo para município diverso localizado
no mesmo estado da Federação constitui crime de furto simples

43. A conduta de destruir dolosamente bem pertencente a patrimônio de sociedade de


economia mista estadual configura crime de dano simples.

Comentário 42:
Certíssimo e essa está fácil demais!
Você já está cansado de saber que subtrair veículo automotor que venha a ser transportado para
outro Estado ou para o exterior é uma das qualificadoras do crime de furto (art. 155, §5º).
Assim, subtrair veículo para município diverso localizado no mesmo estado da Federação constitui
mesmo crime de furto simples, como corretamente assevera a questão.
Gabarito: Certo

Comentário 43:
De jeito nenhum!
A conduta de destruir dolosamente bem pertencente a patrimônio de sociedade de economia
mista estadual configura crime de dano qualificado simples. Vamos relembrar:
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de 01 a 06 meses, ou multa.
Dano qualificado
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
(...)

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III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços


públicos ou sociedade de economia mista;
Pena - detenção, de 06 meses a 03 anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Gabarito: Errado

44. [CESPE AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCU - 2015] O réu primário cujo crime
tenha sido o de adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre
seu valor e preço, ele presumia ter sido obtida por meio criminoso poderá receber o perdão
judicial, caso o juiz considere, conforme as circunstâncias, ser adequada tal medida.

Comentário:
A questão nos remete ao crime de receptação culposa. Confira:

E qual foi o detalhe importante que destacamos a respeito desse delito: a possibilidade de perdão
judicial, assim como corretamente afira a assertiva!

Gabarito: Certo

45. [FCC - TÉCNICO JUDIC. INFORMATICA - TRF/3ª - 2016] A respeito do crime de furto,
considere:
I. Peter cavou um túnel e, com grande esforço, conseguiu entrar no interior de uma loja, dali
subtraindo produtos eletrônicos.
II. Paulus, com o auxílio de uma corda, entrou pela janela em uma residência, de onde
subtraiu objetos.
III. Plinius escalou uma árvore, galgou o telhado de um supermercado e removeu várias
telhas, entrando no local, de onde subtraiu diversos objetos.

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Ficou caracterizada a qualificadora da escalada


(A) nos furtos cometidos por Peter e Paulus, apenas.
(B) nos furtos cometidos por Peter, Paulus e Plinius.
(C) nos furtos cometidos por Peter e Plinius, apenas.
(D) nos furtos cometidos por Paulus e Plinius, apenas.
(E) no furto cometido por Plinius, apenas.

Comentário:
Ao estudarmos o crime de furto, vimos uma série de condutas qualificadoras do crime de furto,
dentre elas a escalada. Lembre-se:
Art. 155 [...]
§ 4º - A pena é de reclusão de 02 a 08 anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

E o que é mesmo a escalada?


Entende-se como escalada qualquer acesso a determinado lugar por meio anormal. Ex: saltar
muros, entrar pelo telhado e etc. Olhando agora para os itens da questão temos que:
Item I - Se Peter cavou um túnel e, com grande esforço, conseguiu entrar no interior de uma loja,
dali subtraindo produtos eletrônicos, pode-se afirmar que ele furtou sim por meio de escalada.
Item II - Se Paulus, com o auxílio de uma corda, entrou pela janela em uma residência, de onde
subtraiu objetos, também cometeu o furto por meio de escalada.
Item III - Se Plinius escalou uma árvore, galgou o telhado de um supermercado e removeu várias
telhas, entrando no local, de onde subtraiu diversos objetos, esse então não há dúvidas: cometeu
o furto por escalada.
Logo, ficou caracterizada a qualificadora da escalada nos furtos cometidos por Peter, Paulus e
Plinius.
Gabarito: Letra "B"

46. [FCC - TÉCNICO JUDIC. INFORMATICA - TRF/3ª - 2016] NÃO pode ser objeto de furto:
(A) bem imóvel.
(B) energia elétrica.
(C) aeronave.
(D) cavalo de raça.

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(E) caixa de refrigerantes.

Comentário:
O que é mesmo o furto?
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de 01 a 04 anos, e multa.

O objeto do furto é a coisa alheia móvel. Fica mais do que claro, portanto, que bem imóvel não
pode ser objeto de furto.
Gabarito: Letra "A"

47. [IBADE - AGENTE DE POLICIA - PC/AC - 2017] Sobre o crime de receptação, é correto
afirmar que:
(A) aquele que encomenda a prática de crime patrimonial prévio não responde por receptação ao
receber para si o produto do crime.
(B) não é possível a receptação que tenha como crime prévio uma outra receptação.
(C) cuida-se de crime subsidiário ao delito de favorecimento real.
(D) a receptação qualificada admite a modalidade culposa.
(E) majoritariamente. entende-se que. se a infração penal prévia for um ato infracional, não há
receptação, pois esta tem como objeto material o produto de um crime.

Comentário:
Item A - Verdade! O sujeito ativo da receptação é aquele que adquire, recebe, transporta, conduz
ou oculta, em proveito próprio ou alheio, coisa produto de crime. A pessoa que adquire um bem
de boa fé, não comete receptação, pois, como já salientado, é exigível que o agente tenha
conhecimento que o bem seja produto de crime. TRata-se de crime comum, isto é, qualquer
pessoa pode cometê-lo; todavia, o receptador não pode ter intervindo de nenhuma forma no
crime anterior, pois, se assim o fez, responde, não por receptação, mas pelo delito antecedente,
como co-autor ou partícipe, dependendo do caso concreto.
Item B - Errado e lembre-se:

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Item C - O parágrafo 6º do art. 180, que tipifica a receptação qualificada, não admite a modalidade
culposa.
Item D - Ato infracional é o crime ou contravenção cometido por criança ou adolescente. Saiba,
caro aluno, que a doutrina majoritária entende que, se a infração penal prévia for um ato
infracional, estará configurada sim a receptação.
Gabarito: Letra "A"

48. [IBADE - AGENTE DE POLICIA - PC/AC - 2017] Desejando roubar um estabelecimento


comercial, Celidônio rouba primeiramente um carro, deixando-o ligado em frente ao
estabelecimento para a facilitação de sua fuga. Quando Celidônio se afasta, Arlindo
casualmente passa pelo local e, vendo o veículo ligado, opta por subtraí-lo, dirigindo
ininterruptamente até ingressar em outro Estado da Federação. Nesse contexto, é correto
falar que Arlindo cometeu crime de:
(A) furto.
(B) roubo.
(C) receptação
(D) roubo majorado
(E) furto qualificado.

Comentário:
A questão fez um floreado grande para nos mostrar uma conduta apenas que é uma das
qualificadoras do crime de furto. Vamos relembrá-la:
Art. 155 [...]
§ 4º - A pena é de reclusão de 02 a 08 anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º - A pena é de reclusão de 03 a 08 anos, se a subtração for de veículo automotor
que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.

Gabarito: Letra "E"

49. [MPE/RS - SECRETÁRIO DILIGÊNCIAS - MPE/RS - 2017] Considere as seguintes afirmações


a respeito dos crimes contra o patrimônio.

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I. Tratando-se de crime de roubo, o juiz poderá substituir a pena de reclusão pela de


detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa, se o criminoso
é primário e se é de pequeno valor a coisa objeto do roubo.
II. No delito de estelionato a pena será aplicada em dobro se o crime for cometido contra
idoso.
III. O delito de receptação não admite a forma qualificada.
Quais são INCORRETAS?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e III.
(E) I, II e III.

Comentário:
Item I - Não há essa benesse no crime de roubo! Você poderá encontrá-la entre outrso crimes
como o de furto, apropriação indébita e estelionato (Errado)
Item II - Verdade! Segundo mudança promovida no CP pela Lei nº 13.228/2015, que incluiu o §4º
no art. 171 do CP, aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. É o chamado
estelionato contra idoso! (Certo)
Item III - Errado, pois O parágrafo 6º do art. 180 do CP determina que a pena prevista no caput do
art. 180 (crime de receptação) aplica-se em dobro, em se tratando:
✓ de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município;
✓ empresa concessionária de serviços públicos; ou
✓ sociedade de economia mista.
(Errado)
Gabarito: Letra "D"

Bons estudos e até a próxima!

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9. QUESTÕES DA AULA

01. [CESGRANRIO - TÉCNICO SEGURANÇA - BACEN - 2010] Partindo do princípio jurídico de


que qualquer pessoa do povo pode e a autoridade policial tem o dever de prender quem seja
pego em flagrante delito, o vigilante, em sua área de responsabilidade, observa um indivíduo
que, usando de rapidez e destreza, se apodera do relógio de um transeunte, o qual, pego de
surpresa, não tem chances de evitar o fato. Após detido para ser entregue à autoridade
policial, o meliante será arrolado com base no artigo 155 do Código Penal, que o enquadrará
no crime de roubo.

02. [FCC - SOLDADO DE POLICIA MILITAR - PM/BA - 2010] João aproximou-se de José numa
via pública, enfiou a mão no bolso traseiro de sua calça e subtraiu-lhe a carteira. José, no
entanto, percebeu a ação de João e agarrou-lhe a mão. João desferiu vários socos e pontapés
em José, causando-lhe ferimentos leves, conseguiu desvencilhar-se e fugir de posse do
produto do crime. Nesse caso, João responderá por
(A) tentativa de roubo.
(B) furto qualificado pela destreza.
(C) roubo consumado.
(D) furto simples.
(E) tentativa de furto qualificado pela destreza.

03. [FCC - TÉCNICO ESPEC. SEGURANÇA - TRT/1ª - 2011] Cícero entrou no automóvel de
Augustus e subtraiu-lhe um computador portátil que estava no banco traseiro. Augustus
percebeu a ação delituosa e perseguiu Cícero, com o qual entrou em luta corporal. No
entanto, Cícero causou ferimentos leves em Augustus, e conseguiu fugir do local, de posse do
aparelho subtraído. Cícero responderá por crime de
(A) roubo impróprio.
(B) furto simples.
(C) furto qualificado pela destreza.
(D) furto e de lesões corporais.
(E) apropriação indébita.

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04. [FCC - TÉCNICO ESPEC. SEGURANÇA E TRANSPORTE - TRT/2ª - 2012] O segurança de um


estabelecimento comercial, mediante remuneração de R$ 10.000,00, desligou o alarme
durante trinta minutos para que seus comparsas arrombassem a porta, entrassem e
subtraíssem todo o dinheiro do cofre. Nesse caso, o segurança responderá pelo crime de
(A) furto simples, na condição de co-autor.
(B) furto qualificado, na condição de partícipe.
(C) favorecimento real.
(D) favorecimento pessoal.
(E) roubo qualificado, na condição co-autor.

05. [FCC - TÉCNICO ESPEC. SEGURANÇA - TRT/15ª - 2013] NÃO se inclui dentre as
qualificadoras do crime de roubo qualificado
(A) a subtração de veículo automotor que venha a ser transportado para outra cidade do mesmo
Estado da Federação.
(B) o concurso de duas ou mais pessoas
(C) o emprego de arma.
(D) manter o agente a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
(E) ter o crime sido praticado contra aquele que está em serviço de transporte de valores.

06. [FCC - TÉCNICO ESPEC. SEGURANÇA - TRT/15ª - 2013] Paulo exercia, há muitos anos, as
funções de caseiro da chácara de Pedro, que nele depositava absoluta confiança, entregando-
lhe as chaves da sede para limpeza. Um dia Paulo apanhou as chaves e entrou no quarto,
subtraindo a quantia de R$ 3.000,00 que se encontrava na gaveta do armário. Paulo cometeu
crime de
(A) apropriação de coisa achada.
(B) apropriação indébita.
(C) furto simples.
(D) estelionato.
(E) furto qualificado pelo abuso de confiança.

07. [CESPE - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - PC/AL - 2012] Se o agente é primário e a coisa furtada é
de pequeno valor, há furto privilegiado, caso em que o juiz pode substituir a pena de reclusão
pela de detenção, diminuir a pena de um a dois terços ou aplicar somente a pena de multa.

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[CESPE - POLICIAL RODOVIARIO FEDERAL - DPRF - 2013] No que se refere aos delitos
previstos na parte especial do CP, julgue os itens a seguir.

08. Considere a seguinte situação hipotética. Pedro e Marcus, penalmente responsáveis,


foram flagrados pela polícia enquanto subtraíam de Antônio, mediante ameaça com o
emprego de arma de fogo, um aparelho celular e a importância de R$ 300,00. Pedro, que
portava o celular da vítima, foi preso, mas Marcus conseguiu fugir com a importância
subtraída. Nessa situação hipotética, Pedro e Marcus, em conluio, praticaram o crime de
roubo tentado.

09. Em se tratando do crime de furto mediante fraude, a vítima, ludibriada, entrega,


voluntariamente, a coisa ao agente. No crime de estelionato, a fraude é apenas uma forma
de reduzir a vigilância exercida pela vítima sobre a coisa, de forma a permitir a sua retirada.

10. [CESPE - ESCRIVÃO DE POLICIA - PC/BA - 2013] O reconhecimento do furto privilegiado é


condicionado ao valor da coisa furtada, que deve ser pequeno, e à primariedade do agente,
sendo o privilégio um direito subjetivo do réu.

11. [CESPE - JUIZ SUBSTITUTO - TJ/RN - 2013] Pratica o crime de latrocínio o agente que,
pretendendo subtrair coisa alheia móvel, emprega violência contra a pessoa e, em
decorrência dessa violência, consuma o homicídio, ainda que não realize a subtração de bens
da vítima.

[CESPE - TITULAR DE SERVIÇO DE NOTAS - TJ/ES - 2013 - Adapt.] A respeito dos crimes
contra o patrimônio, julgue os itens a seguir.

12. Para a configuração do emprego de chave falsa no crime de furto, considera-se a


aparência do instrumento usado pelo agente.

13. Para a configuração da tentativa de latrocínio, é necessária a comprovação de que a


vítima sofreu lesão corporal, leve ou grave.

14. [CESPE - AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA - CÂMARA DEPUTADOS - 2014] O fato de um


indivíduo retirar sorrateiramente de uma bolsa a carteira de outrem, sem o uso de força ou
ameaça, configura a prática do crime de roubo.

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15. [CESPE - JUIZ SUBSTITUTO - TJDFT - 2014] Cláudia, que trabalha há dois anos como
empregada doméstica na residência de Lucrécia e possui cópia das chaves da residência,
subtraiu um colar de diamantes pertencente a sua empregadora. Nessa situação, Cláudia
responderá pelo delito de furto qualificado.

16. [CESPE - TÉCNICO ESPEC. SEGURANÇA - MPU - 2015] Considere que um indivíduo tenha
encontrado, na rua, um celular identificado e totalmente desbloqueado. Considere, ainda,
que esse indivíduo tenha mantido o objeto em sua posse, deixando de restituí-lo ao dono.
Nessa situação, só existirá infração penal se o legítimo dono do objeto tiver reclamado a sua
posse e o objeto não lhe tiver sido devolvido.
17. [CESPE - DEFENSOR PÚBLICO - DPU - 2015] O agente considerado primário que furta
coisa de pequeno valor faz jus a causa especial de diminuição de pena ou furto privilegiado,
ainda que esteja presente qualificadora consistente no abuso de confiança.

18. [CESGRANRIO - TÉCNICO SEGURANÇA - BACEN - 2010] O vigilante, em serviço na portaria


da instituição, flagra determinado funcionário que, ao final do expediente, conduz em seus
pertences componentes eletrônicos desviados da empresa. Vislumbrando a possibilidade de
ganho extra, o vigilante exige determinada quantia em dinheiro para que o fato não seja
levado ao conhecimento da empresa. De acordo com o Código Penal, art. 158, esse crime
contra o patrimônio o enquadra em apropriação indébita.

19. [FCC - SOLDADO POLICIAL MILITAR - PM/BA - 2012] Cícero desviou energia elétrica para
seu consumo, ligando os fios de entrada de sua residência na rede elétrica da rua antes do
relógio medidor do consumo. Nesse caso, ficou caracterizado o delito de
(A) furto.
(B) estelionato.
(C) receptação.
(D) roubo.
(E) apropriação indébita.

20. [FUNCAB - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - PC/ES - 2013] Vitorina, ex-funcionária da empresa de


fornecimento de energia elétrica, vestindo um uniforme antigo, foi até a casa de Pauliana
dizendo que estava ali para receber os valores da conta mensal de fornecimento de energia
elétrica. Acreditando em Vitorina, Pauliana, pagou os valores a esta, que utilizou o dinheiro
para comprar alguns vestidos. Entretanto, como sempre, as contas dessa empresa eram e
deveriam ser pagas na rede bancária. Logo, Vitorina praticou o crime de:
(A) furto.
(B) roubo.

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(C) estelionato.
(D) apropriação indébita.
(E) extorsão.

21. [FUNIVERSA - DELEGADO DE POLÍCIA - PC/DF - 2015] “ à à á à à à


à à à B à à à à -lhe os pertences (celular, bolsa, cartão de crédito). Neste
à à à à à à à à á à à à ou estelionato, a
depender das circunstâncias concretas e do dolo.

[CESPE - AUXILIAR JUDICIÁRIO - TJ/AC - 2012] Na madrugada do dia 20/8/2012, Francisco,


escalou o muro que cercava determinada residência e conseguiu entrar na casa, onde
anunciou o assalto aos moradores. Francisco ameaçou cortar a garganta das vítimas com um
caco de vidro, caso elas gritassem por socorro ou tentassem chamar a polícia. Ele então
amarrou as vítimas, explodiu o cofre localizado no andar de cima da casa e subtraiu as joias
que encontrou. Essas joias foram vendidas a Paulo, que desconhecia a origem do produto por
ele adquirido. Com base na situação hipotética apresentada, julgue os itens subsequentes,
relativos a crimes contra o patrimônio.
22. Ao adquirir as joias roubadas, Paulo praticou o crime de receptação.

23. Francisco praticou o crime de roubo.

24. O fato de Francisco ter escalado o muro da residência não qualifica o crime por ele
perpetrado.

25. Em razão de ter praticado o delito durante o repouso noturno, a pena de Francisco será
aumentada.

26. A utilização de um caco de vidro como arma não majora a pena da infração penal
praticada por Francisco, uma vez que, para fins penais, se considera arma o instrumento
dotado de função precípua de ataque ou defesa, como armas de fogo (revólveres, fuzis etc.)
ou armas brancas (punhais, estiletes ou facas).

[CESPE - AGENTE DE PROTEÇÃO - TJ/RR - 2012] Nero, trajando roupas características dos
manobristas de uma churrascaria, se fez passar por funcionário do estabelecimento e, com
isso, teve acesso ao quadro de chaves onde eram guardadas as chaves dos carros dos
clientes. Nero, então, pegou a chave de um dos carros e saiu com o veículo sem ser

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importunado. Em seguida, cruzou a fronteira do Brasil com a Colômbia, onde vendeu o carro
como se fosse seu. Na fuga, Nero ainda matou, a tiros, dois policiais que o perseguiam.
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens a seguir, que tratam dos crimes contra a
vida e contra o patrimônio.

27. O transporte do veículo para o exterior qualifica o crime cometido por Nero.

28. Como enganou todos os funcionários do estabelecimento para levar o veículo de um dos
clientes, Nero praticou o crime de estelionato.

[CESPE - TÉCNICO JUDICIÁIRO - TJ/RR - 2012] Mário havia encomendado uma geladeira em
uma loja de departamento. No dia da entrega do produto, o empregado da transportadora
equivocou-se quanto ao número do apartamento de Mário, entregando o bem, por engano, a
José, síndico do prédio, que, na ocasião, se ofereceu para guardá-lo e entregá-lo a seu real
destinatário, já com o objetivo de ficar com o bem para si; e assim o fez. Considerando a
situação hipotética acima, julgue os itens que se seguem, no que se refere aos crimes contra
o patrimônio.

29. Em razão de ter recebido a coisa na qualidade de síndico, a pena de José será aumentada
em um terço.

30. José praticou o crime de apropriação indébita, visto que se apropriou de coisa alheia
móvel, com a intenção de ficar com o objeto para si.

31. No crime de apropriação indébita, o bem jurídico protegido tem por objeto material o
direito de propriedade.

32. O crime de apropriação indébita somente pode ser praticado dolosamente, não existindo
previsão para a modalidade de natureza culposa.

[CESPE - ESCRIVÃO DE POLICIA - PC/BA - 2013] No que se refere a crimes contra o


patrimônio, julgue os itens subsequentes

33. Considere a seguinte situação hipotética. Heloísa, maior, capaz, em conluio com três
amigos, também maiores e capazes, forjou o próprio sequestro, de modo a obter vantagem
financeira indevida de seus familiares. Nessa situação, todos os agentes responderão pelo
crime de extorsão simples.

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34. Para a configuração do crime de roubo mediante restrição da liberdade da vítima e do


crime de extorsão com restrição da liberdade da vítima, nominado de sequestro relâmpago, é
imprescindível a colaboração da vítima para que o agente se apodere do bem ou obtenha a
vantagem econômica visada.

[CESPE - AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA - CÂMARA DEPUTADOS - 2014] Julgue os itens


que se seguem, relacionados a crimes contra o patrimônio.

35. Um servidor que, durante seu expediente, receba equivocadamente de uma


transportadora uma encomenda que contenha um aparelho eletrônico destinado a outra
pessoa que não trabalha naquela empresa, e se aproprie desse aparelho, mesmo ciente de
que tal bem é proveniente de transação comercial legítima e não lhe pertence, responderá
por crime de receptação.

[CESPE - AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA - CÂMARA DEPUTADOS - 2014] Paulo e João


foram surpreendidos nas dependências da Câmara dos Deputados quando subtraíam
carteiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali transitavam. Paulo tem
dezessete anos e teve acesso ao local por intermédio de João, que é servidor da Casa. Com
base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.

36. A conduta de João se enquadra no tipo penal de apropriação indébita, uma vez que ele
subtraía os referidos bens valendo-se da facilidade que lhe proporcionava sua atividade
profissional.

37. [CESPE - AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - DPF - 2014] Para a configuração do delito de
apropriação indébita previdenciária não é necessário que haja o dolo específico de ter para si
coisa alheia; é bastante para tal a vontade livre e consciente de não recolher as importâncias
descontadas dos salários dos empregados da empresa pela qual responde o agente.

38. [CESPE - JUIZ SUBSTITUTO - TJDFT - 2014 - Adapt.] Renato, dolosamente, atirou uma
pedra sobre o automóvel de Tales, causando danos consideráveis ao veículo. Nessa situação,
Tales não poderá oferecer queixa-crime contra Renato, visto que o crime de dano é de ação
penal pública condicionada à representação do ofendido.

39. [CESPE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS - TJ/SE - 2014] Em se tratando do crime de


extorsão mediante sequestro, será reduzida a pena do corréu que, agindo em concurso de

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agentes, denunciar o delito à autoridade competente, ainda que a delação não seja meio
eficaz de facilitação da libertação da vítima.

40. [CESPE - TÉCNICO ESPEC. SEGURANÇA - MPU - 2015] O crime de extorsão mediante
sequestro, desde que se prove que a intenção do agente era, de fato, sequestrar a vítima, se
consuma no exato instante em que a pessoa é sequestrada, privada de sua liberdade,
independentemente de o(s) sequestrador(es) conseguir(em) solicitar(em) ou receber(em) o
resgate.

41. [CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - TRE/GO - 2015] Praticará o crime de estelionato aquele
que obtiver para si vantagem ilícita, em prejuízo de incapaz, mantendo-o em erro, mediante
fraude.

[CESPE JUIZ SUBSTITUTO - TJ/PB - 2015] Com base na jurisprudência do STJ e na do STF,
julgue os itens a respeito dos crimes contra o patrimônio.

42. A conduta de subtrair veículo automotor e transportá-lo para município diverso localizado
no mesmo estado da Federação constitui crime de furto simples.

43. A conduta de destruir dolosamente bem pertencente a patrimônio de sociedade de


economia mista estadual configura crime de dano simples.

44. [CESPE AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCU - 2015] O réu primário cujo crime
tenha sido o de adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre
seu valor e preço, ele presumia ter sido obtida por meio criminoso poderá receber o perdão
judicial, caso o juiz considere, conforme as circunstâncias, ser adequada tal medida.

45. [FCC - TÉCNICO JUDIC. INFORMATICA - TRF/3ª - 2016] A respeito do crime de furto,
considere:
I. Peter cavou um túnel e, com grande esforço, conseguiu entrar no interior de uma loja, dali
subtraindo produtos eletrônicos.
II. Paulus, com o auxílio de uma corda, entrou pela janela em uma residência, de onde
subtraiu objetos.
III. Plinius escalou uma árvore, galgou o telhado de um supermercado e removeu várias
telhas, entrando no local, de onde subtraiu diversos objetos.
Ficou caracterizada a qualificadora da escalada
(A) nos furtos cometidos por Peter e Paulus, apenas.

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(B) nos furtos cometidos por Peter, Paulus e Plinius.


(C) nos furtos cometidos por Peter e Plinius, apenas.
(D) nos furtos cometidos por Paulus e Plinius, apenas.
(E) no furto cometido por Plinius, apenas.

46. [FCC - TÉCNICO JUDIC. INFORMATICA - TRF/3ª - 2016] NÃO pode ser objeto de furto:
(A) bem imóvel.
(B) energia elétrica.
(C) aeronave.
(D) cavalo de raça.
(E) caixa de refrigerantes.

47. [IBADE - AGENTE DE POLICIA - PC/AC - 2017] Sobre o crime de receptação, é correto
afirmar que:
(A) aquele que encomenda a prática de crime patrimonial prévio não responde por receptação ao
receber para si o produto do crime.
(B) não é possível a receptação que tenha como crime prévio uma outra receptação.
(C) cuida-se de crime subsidiário ao delito de favorecimento real.
(D) a receptação qualificada admite a modalidade culposa.
(E) majoritariamente. entende-se que. se a infração penal prévia for um ato infracional, não há
receptação, pois esta tem como objeto material o produto de um crime.

48. [IBADE - AGENTE DE POLICIA - PC/AC - 2017] Desejando roubar um estabelecimento


comercial, Celidônio rouba primeiramente um carro, deixando-o ligado em frente ao
estabelecimento para a facilitação de sua fuga. Quando Celidônio se afasta, Arlindo
casualmente passa pelo local e, vendo o veículo ligado, opta por subtraí-lo, dirigindo
ininterruptamente até ingressar em outro Estado da Federação. Nesse contexto, é correto
falar que Arlindo cometeu crime de:
(A) furto.
(B) roubo.
(C) receptação
(D) roubo majorado
(E) furto qualificado.

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49. [MPE/RS - SECRETÁRIO DILIGÊNCIAS - MPE/RS - 2017] Considere as seguintes afirmações


a respeito dos crimes contra o patrimônio.
I. Tratando-se de crime de roubo, o juiz poderá substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa, se o criminoso
é primário e se é de pequeno valor a coisa objeto do roubo.
II. No delito de estelionato a pena será aplicada em dobro se o crime for cometido contra
idoso.
III. O delito de receptação não admite a forma qualificada.
Quais são INCORRETAS?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e III.
(E) I, II e III.

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10. GABARITO

1 2 3 4 5 6

E C A B A E

7 8 9 10 11 12

C E E C C E

13 14 15 16 17 18

E E C E E E

19 20 21 22 23 24

A C E E C C

25 26 27 28 29 30

E E C E E E

31 32 33 34 35 36

C C C E E E

37 38 39 40 41 42

C E E C E C

43 44 45 46 47 48

E C B A A D

49

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