Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Técnico
Me. Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e
Pró-Reitor de Administração, Wilson de Matos
Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William
Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a
Distância; MONTEIRO, Cláudio Vinicius Barbosa.
Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
Desenho Técnico. Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro.
Maringá-PR.: Unicesumar, 2018.
256 p. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
“Graduação - EAD”.
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James
1. Desenho 2. Técnico . 3. Engenharia 4. EaD. I. Título. Prestes, Tiago Stachon , Diretoria de Design
Educacional Débora Leite, Diretoria de Graduação
ISBN 978-85-459-1705-2 e Pós-graduação Kátia Coelho, Diretoria de
CDD - 22 ed. 604.2
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Permanência Leonardo Spaine, Head de Produção
de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho,
Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros,
Gerência de Projetos Especiais Daniel F. Hey,
Impresso por: Gerência de Produção de Conteúdos Diogo
Ribeiro Garcia, Supervisão do Núcleo de Produção
de Materiais Nádila de Almeida Toledo, Projeto
Gráfico José Jhonny Coelho e Thayla Guimarães
Cripaldi, Fotos Shutterstock.
13
Escalas e Cotagem
45
Teoria do Desenho
Projetivo
71
Desenho de
Perspectivas
Edificações
95 171
117 197
Software AutoCAD
Desenhos de
(Edição e
Projetos
Diagramação)
143 227
16 Planos de Projeção de Gaspard Monge
52 Padrão para a confecção de carimbo
87 Procedimento para construção de
circunferências em isométrica à mão livre
109 Construção de circunferências em vista
Cavaleira
134 Representação de peça em 3º diedro
157 Representação em vista explodida
Queimador AF – Tipo T
177 Construção de um desenho em planta baixa
217 Exemplo de projeto em camadas layers
239 Camadas de um projeto
Utilize o aplicativo
Unicesumar Experience
para visualizar a
Realidade Aumentada.
Me. Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro
Introdução ao
Desenho Técnico
PLANO DE ESTUDOS
A origem do Desenho
Materiais utilizados no
Técnico e sua utilização nas Símbolos e Convenções
Desenho Técnico
Engenharias
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Introduzir a importância do Desenho Técnico para as mais • Expor técnicas Geométricas de Desenho que facilitarão a
diversas áreas da Engenharia. construção e conferência de Desenhos Técnicos.
• Apresentar as normas mais usuais no processo de cons- • Visualizar e Compreender os símbolos e definições de
trução do Desenho Técnico. Desenho Técnico mais comuns.
• Descrever e praticar o uso adequado dos materiais de
Desenho Técnico.
A Origem do Desenho
Técnico e sua Utilização
nas Engenharias
UNIDADE I 15
A representação gráfica desse objeto não per- O desenho técnico, tal como se conhece hoje,
mite que alguém que tenha posse dessas obras re- foi desenvolvido graças ao matemático francês
produza os objetos ali representados com suas reais Gaspard Monge (1746-1818). Os métodos de re-
dimensões. Isso resultou em dificuldade por um presentação gráfica que existiam até aquela época
longo período de tempo, pois não bastava apenas não possibilitavam transmitir a ideia dos objetos de
que o inventor ou construtor fizesse um desenho forma completa, correta e precisa (SENAI, 1997).
ou esboço de sua máquina ou peça, mas também O matemático imaginou uma forma de repre-
que ele desse detalhes falados sobre sua construção sentar todos os objetos em suas reais dimensões,
e funcionamento. Mais do que isso, nem sempre era comprimento, largura e profundidade, todas sobre
possível ao dono do projeto estar à disposição do uma mesma prancha de desenho que possui apenas
construtor em todo tempo e lhe passar todas as in- duas dimensões, a saber: comprimento e largura.
formações necessárias para a confecção do projeto. A ideia de Gaspard consistiu em representar as
Com o advento da Revolução Industrial, essa faces dos objetos por meio de linhas que as pro-
necessidade de definição de regras para desenhos jetavam nos planos, ou seja, uma peça com duas
de projetos tornou-se ainda mais evidente, então, faces deveria ter dois desenhos representativos,
os engenheiros e projetistas foram gradativamente uma com seis faces, seis desenhos representativos,
criando normas e regras para a confecção de de- e assim sucessivamente. Para a obtenção das pro-
senhos que pudessem exprimir orientações e téc- jeções dessas faces, ele procedia girando a peça em
nicas para construção e montagens de máquinas um plano perpendicular ao seu plano de referência
e edificações. A partir desse momento, passa-se a e fazia a nova projeção até que todas as faces da
diferenciar o desenho artístico do desenho técnico. peça estivessem representadas. Esse método ficou
Em nosso curso, trataremos apenas do Desenho conhecido como Geometria Descritiva ou Geome-
Técnico, pois é ele o responsável por indicar ordens tria Mongeana. Observe a Figura 3, que demonstra
claras para a produção de peças. o método utilizado por Monge:
Representação de um
Representação de um objeto de acordo
objeto
Figura 3 - Planos de Projeção de Gaspard de acordo com os princípios da
Monge
Fonte: SENAI (1997). com os princípios da geometria descritiva
geometria descritiva
UNIDADE I 17
Normas Básicas da ABNT
Voltadas para o
Desenho Técnico
Desenho não-
Projetivo: Material:
Esboço; Croqui Componente giz, lápis,
• Diagramas tinta, carvão
• Esquemas
• Fluxogramas
• Nomogramas
Execução:
• Organogramas
à mão livre ou
• Gráficos Desenho preliminar Conjunto
computacional
(máquina)
Desenho
Projetivo: Obtenção:
original ou
• Projeções Desenho definitivo Detalhe reprodução
Ortogonais (cópia, redução
• Perspectivas ou ampliação)
UNIDADE I 19
Materiais Utilizados no
Desenho Técnico
UNIDADE I 21
Lápis, Lapiseiras e Grafites
Fonte: o autor.
Borracha
A régua paralela é a régua que percorre a pran- A régua paralela surgiu depois da régua T, que era
cheta no sentido vertical (para cima e para bai- utilizada para a mesma finalidade. Ela é confeccio-
xo), destinada ao traçado de linhas horizontais nada em acrílico cristal, sendo fixada na prancheta
paralelas entre si no sentido do comprimento da por meio de parafusos e cordoamentos de nylon
prancheta. Serve, também, de base para o apoio especial. O comprimento da régua paralela deve ser
dos esquadros para traçar linhas verticais ou com um pouco menor do que o da prancheta. Enquanto
determinadas inclinações. a régua paralela é presa, a régua T é móvel.
Régua Graduada
Tem a função de medir e auxiliar no desenho de Nos casos em que o projetista não tenha à
linhas retas, portanto, deve ser de boa qualidade disposição uma Régua T, ou mesa com Régua
e não ter deformações ou rebarbas em seus vérti- paralela, podemos utilizar um procedimento de
ces. É o principal instrumento para marcação das construção de retas paralelas, ao alinhá-la com a
medidas dos desenhos. margem do papel ou prancha.
UNIDADE I 23
Esquadros Ao construir grandes circunferências, devemos
utilizar alongadores de compasso, ou esticarmos
Comumente usados para traçar linhas em ângulos. suas pernas por meio de articulações presente no
Quase sempre são pares de 2 esquadros, um isós- meio do material.
celes com 45° e outro esquadro escaleno 30°/60°. A Outros modelos de compasso podem ser en-
combinação de ambos permite obter vários ângu- contrados para venda, mas não são tão comuns
los comuns nos desenhos, bem como traçar retas quanto o que utilizaremos, são eles os compassos
paralelas e perpendiculares, quando utilizados em de mola, compasso bomba, utilizado em circun-
união com a Régua T ou Régua Paralela. ferências de pequenas dimensões e os compassos
de redução, que convertem escalas na construção
de suas circunferências.
Compasso Para a utilização de compassos em papel sul-
furize, recomenda-se colar um pequeno pedaço
Material muito comum para desenho técnico, é de fita crepe no centro da circunferência que se
composto por uma ponta seca metálica e outra deseja traçar, com o intuito de evitar que a ponta
ponta com grafite de média dureza, é utilizado seca do instrumento rasgue a folha e inutilize o
na construção de circunferências e para transpor projeto, ao final do traçado, retira se a fita sem
medidas lineares. maiores danos a sua representação.
Ao comprar um instrumento desse, devemos
verificar se ele está calibrado, para tanto, basta que
suas pontas se toquem ao fecharmos o compasso, a Escalímetro
ponta metálica é chamada de ponta seca, enquanto
a ponta com grafite, de úmida. Essa ponta deve ser O escalímetro é um instrumento na forma de um
lixada para manter o traço do instrumento. prisma triangular que possui 6 réguas com dife-
rentes escalas. Ele possibilita criar desenhos ou
representar objetos em uma escala maior ou me-
nor, dentro das medidas necessárias, conservando
a proporção entre a representação do objeto e o
seu tamanho real.
O tipo mais comum de escalímetro é o trian-
gular, com 6 escalas à disposição do desenhista.
Essas escalas são as mais utilizadas em desenho
técnico e, por esse motivo, os escalímetros faci-
litam a construção dos desenhos. A régua gra-
duada pode ser utilizada como escalímetro de
escala 1:100, e podemos verificar isso alinhando o
escalímetro com a graduação da régua. As outras
escalas são todas de redução e múltiplos de 5, a
Figura 8 - Exemplo de Compasso de pernas fixas e arti-
saber 1:20,1:25,1:50,1:75,1:100 e 1:125 .
culadas
Figura 9 - Escalímetro
UNIDADE I 25
Geometria e Técnicas
de Desenho
UNIDADE I 27
Traçar a Bissetriz de um
Ângulo Qualquer
Bissetriz nada mais é do que a linha que divide Além da bissetriz, outros tipos de linhas e pon-
um ângulo qualquer de valor 2α em dois ângu- tos são definidos com base nas relações entre os
los de mesmo valor α. Com abertura qualquer triângulos, dentre os quais podemos destacar:
do compasso e ponta seca no vértice do ângulo mediatriz, mediana, baricentro e encentro. Para
dado, traçar um arco que corte seus dois lados conhecer esses conceitos, acesse o link que segue:
nos pontos E e F. Na sequência, com ponta seca Disponível em: <http://objetoseducacionais2.
em E e depois em F, traçar outros dois arcos que mec.gov.br/bitstream/handle/mec/10396/
se cruzem no ponto G. geo0300.htm>.
A linha que liga o vértice B do ângulo com o
ponto G é a bissetriz. Observe o procedimento
conforme Figura 12.
Dividir um Ângulo Reto em 3
A Partes Iguais
O procedimento a seguir, caro(a) aluno(a), pode Existem, hoje, aplicativos que ensinam de for-
ser utilizado para desenhos de edificações com ma lúdica e rápida os conceitos de desenhos
paredes paralelas, bem como para a confecção de geométrico, um deles é o Euclidea, que leva o
linhas paralelas de fluxogramas produtivos. Ob- usuário a testar seus conhecimentos geométri-
serva-se que esse procedimento é semelhante ao cos, desafiando-o a encontrar as mais variadas
procedimento de traçado de uma mediatriz, mas, soluções para os problemas euclidianos. Teste
neste caso, definimos um ponto definido para a seus conhecimentos instalando esse aplicativo
construção da linha e, no primeiro caso, cons- disponível em: <https://play.google.com/store/
truímos a linha em função dos pontos definidos. apps/details?id=com.hil_hk.euclidea&hl=pt_BR>.
O procedimento inicia-se com a marcação de
dois pontos equidistantes na semirreta AB, com
centros conhecidos, a saber: C e D. Encontrados
os pontos equidistantes, devemos centrar o com- Circunferência Tangente a
passo nesses pontos e, com aberturas maiores do Duas Retas (Concordância)
que o raio utilizado para marcação destes, marcar
um novo ponto acima de C e D. Esta representação aparece em muitos desenhos
Ao ligarmos esses pontos a C e D, teremos duas técnicos, por exemplo, onde uma peça tem seus
retas ortogonais, logo, para finalizar o procedi- cantos “aliviados” para minimizar os esforços me-
mento, abrimos o compasso com o tamanho de- cânicos. A concordância também surge em peças
sejado da distância entre as duas linhas paralelas fundidas, onde não se consegue cantos agudos
e marcamos os pontos E e F nas linhas ortogonais. sem haver um trabalho de usinagem. Em projetos
Ao ligar os pontos E e F, nós obteremos uma arquitetônicos, também é útil para a confecção de
reta paralela à semirreta AB, conforme mostra a esquinas em quadras de áreas de estoque ou pro-
Figura 14. dução, ou mesmo curvas onde passarão máquinas
Essa técnica confirma o teorema geométrico de movimentação.
que diz que, se temos duas retas, p e q, ortogonais
entre si, e q e r, ortogonais entre si, então p e r serão R
paralelas entre si.
R
E F
r
s
0 R
T
A B T’
C D
UNIDADE I 29
O Procedimento para traçado de circunferência concordante é o
que segue:
• Dadas as retas “r” e “s”, trace uma paralela a “r” a uma distância
R, definindo um lugar geométrico de todas as circunferên-
cias de raio R tangentes a “r”. Faça o mesmo com a reta “s”. A
interseção das retas é definida como “O”.
• Com o compasso centrado em “O” e abertura de tamanho
R, determine os pontos de tangência T e T’.
• Apague as linhas que não serão necessárias ao projeto.
C E
A 1 B
D F
Figura 16 - Procedimento para a construção de hexágono regular
Fonte: SENAI (2005).
30
As linhas horizontais devem ser feitas com auxílio
da régua paralela ou régua T, sempre da esquerda
para a direita. Para as linhas verticais, dever-se-
-á utilizar o esquadro apoiado na régua paralela,
O procedimento feito anteriormente é muito útil formando um ângulo de 90° com esta. As linhas
na construção de desenhos de peças mecânicas deverão ser feitas sempre de cima para baixo.
com parafusos sextavados vistos de cima, basta
que o projetista saiba a medida de uma face do
parafuso para realizar sua representação.
UNIDADE I 31
Figura 18 - Procedimento para obter linhas ortogonais com esquadro e régua (1ª parte)
Fonte: o autor.
30º 45º
60º
15º
75º
Nesse processo, partimos de uma reta qualquer e a dividimos com base em uma outra conhecida,
construída e dividida com auxílio de régua graduada. Devemos, primeiro, partindo da extremidade
da reta AB, traçar uma outra reta BC de comprimento conhecido; depois disso, dividimos essa reta em
quantas partes desejarmos, no nosso exemplo, utilizou-se 5 partes iguais. Ligamos, então, os vértices
finais da reta AB e BC, formando o segmento AC, a partir daí, basta alinhar os esquadros com a reta
AC e ir construindo linhas paralelas a ela nos pontos anteriormente definidos, veja a figura:
UNIDADE I 33
C Tabela 3 - Polígonos Regulares e seus ângulos internos
Número Ângulo
Polígono de lados Interno
Triângulo Isósceles 3 60
Quadrado 4 90
A B
Hexágono 6 60
Fonte: o autor.
O melhor caminho para desenhar circunferências ou arcos à mão livre é marcar previamente, sobre
linhas perpendiculares entre si, as distâncias radiais e, a partir daí, fazer o traçado do arco, conforme
mostra a Figura 22 (RIBEIRO; PERES; IZIDORO, 2003).
UNIDADE I 35
Linhas
TIPO FUNÇÃO
Contínua larga – arestas e contornos visíveis de peças, caracteres,
indicação de corte ou vista.
Contínua estreita – hachuras, cotas.
Contínua à mão livre estreita (ou contínua e “zig-zag”, estreita) – linha
de ruptura.
Fonte: o autor.
Cores Caracteres
Para as linhas representadas em desenhos técni- As letras, em desenho técnico, são definidas por
cos, deve-se prezar pela utilização de grafite ou meio de normas da ABNT e devem ser escritas em
tinta na cor preta. Esse tipo de definição não é caixa alta delimitada por linhas paralelas e verti-
regra, afinal de contas, para diferenciar as linhas, cais que formam ângulos retos entre si. Também
costumamos utilizar cores diferentes. podemos utilizar os normógrafos para construir
Caso utilize em seu projeto um padrão de co- as letras sem muitas variações; mas, atualmente,
res, esse padrão deve ser descrito em uma legenda, com a utilização de projetos computacionais, elas
próxima à região do carimbo: na frente de um são previamente digitadas.
quadrado pintado com a cor da linha, deverá vir A caligrafia deve ser legível e facilmente dese-
descrito qual o significado dela. nhável. Essa técnica consiste em desenhar letras
com inclinação de 75 graus à direita, conforme os
exemplos na Figura 23.
2 3 3
1 1 1 1 21 2 1 2 1 1 2 1
3
3
2 3 2 2
3 4
2
2 1
1 1 2
3 1 21 2 3 4 1 2 1 2
1 3
3
2
3 2
1 2 2 1 4 1
1 2 2 1 1 2 1 2
1 1 1
2 2 2
3 3 4
2 3
UNIDADE I 37
Conhecemos quais os materiais essenciais na sua mesa de trabalho, fizemos propostas de cuidados
e utilização correta dos materiais de desenho, que são o cerne do desenho Clássico. Esses cuidados
devem ser tomados visando a correta confecção dos projetos que faremos na sequência.
Após conhecermos um pouco de nossas ferramentas enquanto engenheiros projetistas, aprendemos
técnicas que remontam à época da Grécia Antiga e se apoiam em técnicas matemáticas –tratam-se dos
processos geométricos; vimos que eles podem ser úteis não só na aplicação de desenho técnico, mas
também na engenharia aplicada no dia a dia.
Foi interessante aprender que nem sempre se faz necessária, ao bom projetista, a necessidade de
régua graduada, pois essas técnicas garantem, por igualdade matemática, que as divisões serão exatas.
Findamos nossa primeira caminhada, aprendendo um pouco sobre os principais sinais e conven-
ções utilizados no Desenho Técnico, quais os símbolos representativos de diâmetros, as técnicas para
construção de letras com tamanhos similares, os tipos de representação para raios, seções quadradas
e cotas. Esses assuntos foram introdutórios para a próxima unidade, em que veremos, mais a fundo,
os processos de cotagem.
Ao final dessa primeira caminhada, acreditamos ter construído o conhecimento de forma clara e
concisa, formando, assim, projetistas com uma base sólida de conhecimentos primordiais ao desen-
volvimento de projetos.
39
3. Os projetistas utilizam-se, muitas vezes, de técnicas de geometria para construir
projetos de peças e edificações. Dentre os projetos a seguir, assinale V para os
desenhos que podem ser obtidos pelos respectivos métodos geométricos e F
para os que não podem:
(( ) Construção de paredes a partir do procedimento de construção de linhas
paralelas.
(( ) Desenho de parafusos sextavados por meio do procedimento de construção
de bissetriz.
(( ) Construção de peças arredondadas pelo procedimento de circunferência
tangente a retas.
(( ) Construção de peças arredondadas pelo procedimento de divisão de reta em
2 partes iguais.
(( ) Desenho de parafusos sextavados por meio do procedimento de construção
de hexágono regular.
Assinale a alternativa correta:
a) V-V-V-V-V.
b) V-V-V-F-F.
c) F-F-F-F-F.
d) F-V-F-V-F.
e) V-F-V-F-V.
40
WEB
41
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10068. Folha de desenho – Leiaute e dimensões –
Padronização. Rio de Janeiro: ABNT, 1987.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10647. Desenho Técnico. Rio de Janeiro: ABNT, 1989.
ARRUDA, C. K. C. Apostila de Desenho Técnico Básico. Campos dos Goytacazes: UCAM, 2004.
FERREIRA, R. C.; FALEIRO, H. T.; SOUZA, R. F. Desenho Técnico. Goiânia: UFG, 2008.
RIBEIRO, A. C.; PERES, M. P.; IZIDORO, N. Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Mecânico. Lorena:
USP, 2003.
SENAI. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Mecâ-
nico. São Paulo: LTC, 1997.
______. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Traçados de Caldeiraria. Vitória: LTC, 2005.
REFERÊNCIA ON-LINE
42
1. D.
2. B.
3. E.
43
44
Me. Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro
Escalas e Cotagem
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Trabalhar a transformação de escalas e calcular os valores • Apresentar as regras usuais de cotagem para os projetos
equivalentes para estas. em Desenho Técnico.
• Definir a melhor dimensão de representação de projetos • Visualizar os tipos de cotas possíveis e definir onde eles
em desenho por meio de escolha de escala. podem ser utilizados.
Escalas
UNIDADE II 47
representação é: 10:1 ou 10/1. Aqui, há uma inversão na ordem dos fatores de escala, isso porque
na fração escalar O NUMERADOR REPRESENTA A MEDIDA DO DESENHO, E O DENO-
MINADOR, A MEDIDA DO OBJETO.
• Escala natural: utilizada em objetos de tamanhos semelhante à prancha, aqui não há necessidade
de cálculos de conversão, pois a medida a ser desenhada é a mesma da peça. Representação 1:1.
Além dos possíveis valores de escala definidos por meio das transformações de unidades, existem al-
gumas escalas que são convencionadas e definidas para o desenho técnico, essas escalas são as mesmas
que se encontram em seu escalímetro e seguem a ordem da Tabela 2.
Tabela 2 - Tabela com as principais escalas de Conversão
48 Escalas e Cotagem
Certo aluno de Engenharia projetou uma roda
com diâmetro de 5 cm em sua prancha. Para des-
cobrir a escala em que representou, ele mediu a
roda e descobriu que ela tinha 40 cm. Descubra Os ajustes de escala, normalmente, solicitam do
a escala do projeto: projetista uma atenção maior ao que se refere
à conversão de unidades; para facilitar o pro-
cesso, existem muitos aplicativos que o fazem
medida do desenho 5 automaticamente, dentre eles, podemos citar o
Escala = = = 1: 8
medida do objeto 40 Calckit que, além de unidades métricas, também
faz conversões de unidades de energia, calor,
Logo, a escala do projeto é 1/8, ou seja, uma escala viscosidade, dentre outras. O link para instalação
de redução. encontra-se na sequência:
Disponível em: <https://play.google.com/store/
apps/details?id=com.ivanGavrilov.CalcKit>
Dimensionamento
50 Escalas e Cotagem
Figura 1 - Padrão para a confecção de margens
Fonte: o autor.
UNIDADE II 51
Definição da escala de
Projeto na prancha:
Ao representar qualquer figura, peça ou edifica- escolhermos uma escala que extrapole os limites
ção em uma prancha, precisamos, primeiramente, da prancha, o desenho ficará incompleto, caso
definir qual a melhor escala de enquadramento, a escolha da escala esteja subdimensionada, os
ou seja, o melhor dimensionamento para que os detalhes importantes do projeto, bem como a
responsáveis pela execução tenham facilidade de visualização correta de suas dimensões, ficará
entendimento do projeto. prejudicado.
Aqui, é essencial possuir conhecimento se- Considere que você recebeu a peça a seguir
guro dos conceitos apresentados anteriormen- e que esta deverá ser representada em papel A3
te, sobre escala; caso ainda haja alguma dúvida, (29,7 cm x 42,0 cm), logo, devemos dimensionar
retome o tópico trabalhado anteriormente. Se nosso desenho conforme o croqui:
52 Escalas e Cotagem
Observando esse croqui, vemos que a altura máxima será definida
conforme a distância que desejarmos manter entre as vistas; con-
siderando a distribuição das cotas e do nome da vista, é satisfatório
manter uma distância de 5 cm entre as vistas ortogonais. Devemos,
ainda, descontar as distâncias das margens para calcular as distân-
cias nas direções verticais e horizontais. No exemplo que segue,
iremos propor um desenho na escala natural 1:1, portanto, os valores
das dimensões da peça serão mantidos sem que se multiplique por
um fator de escala:
• Direção Horizontal:
15+5+8 = 28 cm < (42 - 3) cm que é o equivalente a 28/39
ou 71% de aproveitamento.
• Direção Vertical:
8+5+8 = 21 cm < (29,7 - 1,4) cm que é o equivalente a 21/28,7
ou 74% de aproveitamento.
UNIDADE II 53
Escala 1:2 (Redução) Dobragem:
• Direção Horizontal: 1/2 x 15 + 5 + 1/2 Toda folha com formato acima do A4 possui uma
x 8 = 16,5 cm < (42 - 3) cm que é o equi- forma recomendada de dobragem. Essa forma
valente a 16,5/39 ou 42%, indicando que o visa que o desenho seja armazenado em uma pas-
dimensionamento está insuficiente. Pro- ta que possa ser consultada com facilidade, sem
pondo uma ampliação da escala. necessidade de retirá-lo da pasta, e que a legenda
• Direção Vertical: 1/2 x 8 + 5 + 1/2 x 8 = esteja visível com o desenho dobrado.
13 cm < (29,7 - 1,4) cm que é o equivalente As ilustrações (Figura 6) a seguir mostram a
a 13/28,7 ou 45%, indicando que o dimen- ordem das dobras. Primeiro dobra-se na horizon-
sionamento está insuficiente. Propondo tal (em “sanfona”), depois na vertical (para trás),
uma ampliação da escala. terminando a dobra com a parte da legenda na
frente. A dobra no canto superior esquerdo é para
evitar de furar a folha na dobra traseira, possibili-
tando desdobrar o desenho sem retirar do arquivo.
54 Escalas e Cotagem
Regras para
Cotagem
UNIDADE II 55
30 15 20
Linha auxiliar 10
de chamada
50
30
As setas indicam o 80 50
limite da linha de cota
25
20
R10
55
5,33
As cotas possuem, na sua grande maioria, dois tipos distintos de 5,33
linhas, a saber, uma linha de chamada ou auxiliar – que sempre será
ortogonal à medida que se deseja cotar e possuir a menor espessura
possível no desenho, ela deve chegar o mais próximo possível da
5,33
peça, mas deve evitar de encostar no desenho, isso porque podem 5,33
ocorrer erros de leituras ou confusão entre quais são as linhas do
desenho e quais são as linhas auxiliares – e as linhas de cota. Tanto
as linhas auxiliares (linhas de chamada) como as linhas de cota são
linhas contínuas e finas. As linhas de chamadas devem ultrapassar
5,33
levemente as linhas de cota.
Nos casos de cotas em ângulos inclinados, as linhas de chamada
deverão ser ortogonais a essa medida e paralelas entre si. As linhas
5,33 5,3
de cota, por sua vez, são ortogonais às linhas auxiliares e encon-
tram-se próximas das extremidades das linhas auxiliares, e nas suas
extremidades deverá haver marcadores, as conhecidas flechas. Os
marcadores não se restringem apenas às flechas convencionais.
5,33 5,3
Outros exemplos de marcadores veremos a seguir:
Figura 6 - Tipos de marcadores de cota
Fonte: o autor. 5,3
56 Escalas e Cotagem
Os marcadores mais utilizados nos projetos de • Evitar cotar desnecessariamente: cotar
modo geral são os que possuem flechas cheias ou em apenas uma das vistas ortogonais,
vazadas. Os modelos à direita são mais comuns já que a repetição trará mais linhas ao
em projetos arquitetônicos. desenho, dificultando, assim, o seu en-
O valor da medida da peça deve vir centralizado tendimento.
na cota. Quando isso não for possível, deverá vir • Para facilitar a leitura do desenho, de-
alinhado à direita ou à esquerda da linha de cota. ve-se evitar a colocação de cotas refe-
Podemos, ainda, inserir o valor em uma caixa de renciadas às linhas tracejadas; a forma
texto para facilitar a leitura, mas esse é um elemen- correta é cotar essas linhas em outra
to opcional. O valor que deve vir marcado na cota vista, em que elas sejam visíveis ou em
é o tamanho da medida real, ou seja, mesmo que o um corte.
desenho esteja em escala de ampliação ou redução, • Deve-se evitar colocar cotas dentro dos de-
o valor corresponderá à medida real do objeto. senhos e, principalmente, cotas alinhadas
As cotas deverão ser distribuídas de tal forma com outras linhas do desenho, esse proce-
a facilitar o entendimento e a compreensão do dimento evita prováveis erros de leitura;
projeto. Devem representar todas as dimensões outro cuidado que se deve ter para melho-
necessárias e devem seguir algumas regras para rar a interpretação do desenho é evitar o
melhor organização do desenho (as regras serão cruzamento de linha da cota com qualquer
vistas na sequência de nosso estudo). outra linha.
30
30
30
20 20 20
UNIDADE II 57
• As cotas de menor valor devem ficar por dentro das cotas de maior valor e, sempre que possível,
as cotas devem ser colocadas alinhadas.
70 60
60 70
50 20 30 50 20 50 50 30
Certo Errado
Figura 8 - Projeto cotado com e sem cruzamento de linhas auxiliares
Fonte: Ribeiro, Peres e Izidoro (2003).
• Os números que indicam os valores das são. A cota de 15±0,05 significa que, no
cotas devem ter um tamanho que garanta processo de fabricação, a dimensão da peça
a legibilidade e não podem ser cortados ou poderá variar de 14,5 até 15,5.
separados por qualquer linha. • Na cotagem de raios, o limite da cota é defi-
• Todas as cotas de um desenho devem nido por somente uma seta, que pode estar
ter os valores expressos em uma mesma situada por dentro ou por fora da linha
unidade de medida, sem indicação do de contorno da curva. O mesmo vale para
símbolo da unidade de medida utilizada. diâmetros, mas, dessa vez, com duas setas,
Também precisam obedecer a escala do internas ou externas à curva. Vale lembrar
desenho, mas as medidas das cotas serão que, para o raio, o valor da medida deve
os valores da medida do objeto. Caso uma vir precedido da letra R, e para o diâme-
das medidas deva ser feita obrigatoria- tro, o símbolo convencionado ∅, se a vis-
mente em outro sistema de unidade, o ta escolhida para a cota não representar a
símbolo dele deve vir indicado ao lado circunferência.
do valor da cota.
• Na cota de peças e equipamentos de pre- A Figura 9 traz, além do exemplo de cotagem de
cisão, deverá constar a tolerância de erro raio, os exemplos de tolerância dimensional e as
admissível para uma determinada dimen- medidas em unidades diferentes.
58 Escalas e Cotagem
+0,1
30 15 20 -
50 10
30
8cm 2’’
25
3/
4’’
R10
55
Figura 9 - Projeto com exemplo de cotagem de raios, tolerância dimensional e unidades de medida diferentes
Fonte: Ribeiro, Peres e Izidoro (2003).
UNIDADE II 59
Tipos
de Cota
Cotagem em Série
60 Escalas e Cotagem
Isso ocorre exatamente porque o referencial da peça varia de
acordo com a construção, logo, os projetistas pensaram em um
processo onde não houvesse variação do ponto de referência, daí
surgiu a segunda forma de representação de cotas lineares.
Cotagem em Paralelo
56
30
123
15
20 15 12 20 15 15 26 20
32
47
67
UNIDADE II 61
Cotagem de Cordas e Arcos Cotagem de Elementos
Equidistantes e/ou Repetidos
Ao cotarmos arcos em um desenho, devemos
marcar a linha de cota, não mais paralela à me- Segundo Ribeiro, Peres e Izidoro (2003), a cota-
dida, e sim em uma linha de cota com curvatura gem de elementos equidistantes pode ser simpli-
maior que a curvatura do desenho, mas com cen- ficada porque não há necessidade de se colocar
tro coincidente ao do desenho. O procedimento todas as cotas. Os espaçamentos lineares podem
é feito com o auxílio do compasso; constroem-se ser cotados indicando o comprimento total e o
duas retas tangentes à superfície da peça; no pon- número de espaços.
to em que elas são tangentes, desenham-se retas
14 - 6 Furos
ortogonais e, no cruzamento dessas duas retas,
encontra-se o centro do raio de curvatura.
Com o compasso aberto em um raio maior
que o da curvatura da peça, desenha-se a linha de
cota e escreve-se o valor do arco da peça sobre o
22
arco maior da cota.
20 110 (5x22)
Para a cotagem da linha do arco, procede-se
como nas cotagens lineares.
Figura 12 - Exemplo de cota de elementos repetidos e
equidistantes
Fonte: Ribeiro, Peres e Izidoro (2003).
Cotagem de Ângulos,
Chanfros e Escareados Para evitar problemas de interpretação, é conve-
niente cotar um dos espaços e informar a dimen-
A cota de um chanfro ou de um ângulo é feita de são e a quantidade de elementos. Os espaçamen-
duas formas distintas: a primeira consiste em defi- tos equidistantes angulares podem ser cotados
nir o tamanho dos dois lados que foram retirados indicando somente o valor do ângulo de um dos
para a confecção do chanfro e a segunda consiste espaços e da quantidade de elementos; quando os
em definir o ângulo do chanfro e a distância de espaçamentos não forem equidistantes, será feita a
um dos seus lados. cotagem dos espaços, indicando a quantidade de
elementos (RIBEIRO; PERES; IZIDORO, 2003).
Estamos, agora, finalizando nosso segundo
passo em direção ao vasto universo do desenho
técnico, perceba, caro(a) amigo(a) e futuro(a)
Cordas, arcos, calotas e segmentos circulares engenheiro(a), que aprendemos, nesta unidade,
são elementos de uma figura ou objeto circular vários conceitos e formas sobre como representar
que se relacionam com a superfície por meio do nossos projetos em dimensões reais, ou aplicá-los
ângulo e raio do objeto em questão. Os conceitos a uma relação de escala. Você pode observar que
desses entes geométricos são melhor definidos essa relação pode ser maior (ou escala de amplia-
em: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/ ção) ou menor, também chamada de escala de
bitstream/handle/mec/10396/geo0500.htm>. redução. Isso nos auxiliará, e muito, nos projetos
de peças ínfimas ou peças gigantescas.
62 Escalas e Cotagem
Ainda no decorrer da unidade, foram apresentados formas e tipos de cotas, que são as linhas res-
ponsáveis por descrever o tamanho do objeto. Aprendemos alguns cuidados que devem ser tomados
ao dimensionar uma peça, dentre os quais podemos citar o de não colocar as unidades de medida na
cota, mas sim no carimbo, na região própria para isso; também aprendemos que não se deve cruzar as
linhas de cota e suas auxiliares, isso visando a melhor compreensão do projeto e para evitar a confusão
visual, que pode ocorrer entre as linhas da peça e de dimensionamento.
Agora, podemos dizer que conhecemos a forma correta de representar uma peça em um sistema
ortogonal, nosso próximo passo será tratar na próxima unidade sobre outros tipos de representação
e suas formas de expressão.
UNIDADE II 63
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
64
3. Observe a figura a seguir e defina quais os tipos de cota devem ser utilizados
para exprimir todos as dimensões apresentadas:
SAÍDA
SE
R 01 TO
R
SETO 02
65
FILME
66
ARRUDA, C. K. C. Apostila de Desenho Técnico Básico. Campos dos Goytacazes: UCAM, 2004.
RIBEIRO, A. C.; PERES, M. P.; IZIDORO, N. Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Mecânico. Lorena:
USP, 2003.
67
1. C.
2. A.
3. Solução: devemos utilizar cotas lineares inclinadas para definir as dimensões das linhas do setor 01 e 02,
também utilizaremos cotas lineares verticais para as linhas da saída. Quanto às cotas circulares, devemos
utilizar cotas de arcos para os cantos aliviados na rotatória, e uma cota de raio ou de diâmetro para a
rotatória central, exprimindo, assim, todas as dimensões do esboço.
68
69
70
Me. Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro
Teoria do Desenho
Projetivo
PLANO DE ESTUDOS
Elaboração Representação de
de esboços superfícies curvas
A Importância do Representação de
Desenho Projetivo superfícies inclinadas
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar a importância do Desenho projetivo como • Aperfeiçoar técnicas para representação de superfícies
pré-requisito na elaboração de um desenho. com inclinação definida.
• Confeccionar esboços em desenho técnico que visam • Aprimorar técnicas para representação de superfícies com
esclarecer os detalhes para a elaboração de projetos. inclinação curva.
A Importância do
Desenho Projetivo
UNIDADE III 73
prioridade. No processo de construção de uma após finalizado. Para evitar problemas posterio-
edificação, é nessa fase que o engenheiro precisa res, é necessário manter uma relação satisfatória
estar ciente das necessidades do cliente, e quais entre o custo do produto a ser desenvolvido
as suas prioridades para esse projeto, por esse e a margem de lucro para esse produto, pois
motivo a importância de se manter um contato acontece em alguns dos casos que, devido aos
prévio com os clientes antes da execução do mais variados problemas surgidos na primeira
projeto final. fase, os desenvolvedores tentem saná-los, tor-
A segunda fase de elaboração de um desenho nando o equipamento ou edificação muito cara
projetivo compreende a fase de Desenvolvimen- e inatingível ao cliente. Por isso é importante
to do produto. Esta é a fase criativa do processo; retornar ao cliente, nas fases anteriores, e definir
aqui, com base nos dados coletados na etapa an- outras prioridades ou critérios diferentes para
terior e com os materiais ou espaço disponíveis, modificar o custo final.
o engenheiro irá propor as melhorias e modifi- Para avaliar as mais diversas possibilidades de
cações necessárias para implementação. É aqui problemas no processo de fabricação, a equipe de
que ocorrem as brainstormings necessárias para engenharia produz o que chamamos de Mode-
a compreensão do projeto; por mais exaustivo lo ou Protótipo. Nessa fase, o engenheiro quer
que seja, quanto mais discussão houver sobre o testar como se comporta seu produto perante
produto, melhor será o resultado final, de modo condições adversas. O modelo é muito utiliza-
a atender o cliente de forma satisfatória. Não do, pois seu custo de produção é bem menor
se deve desprezar nenhuma ideia, elas irão ser do que o do projeto final, além de que, se forem
o combustível para a próxima fase do projeto; descobertos os erros nessa fase, as reclamações
caso não esteja ocorrendo, pode-se buscar no- de clientes no momento em que o produto esti-
vamente o cliente para que este apresente novos ver finalizado serão bem menores e ocasionarão
problemas que possam ser sanados. É nessa fase menos gastos à indústria.
que entra em cena o desenho projetivo, aqui ele
é chamado de esboço, e se trata de um desenho
com um mínimo rigor técnico, mas sem tanto
acabamento quanto o projeto final.
A terceira fase é a fase do Compromisso. O Artigo, publicado na revista “Gestão de Produ-
Nessa fase, as ideias sobre o produto vão sedi- ção, Operação e Sistemas”, discute a aplicação
mentando e os esboços, que são revistos regular- dos métodos de criação de modelos e prototi-
mente, vão ganhando mais elementos técnicos pagem, além das vantagens desse processo na
e diminuindo a quantidade de anotações que criação de um novo produto.
surgiram na fase anterior. É nessa fase que se Leia em o artigo, disponível em: <http://www.
define os materiais que serão utilizados e quais revista.feb.unesp.br/index.php/gepros/article/
os processos de fabricação. Também aqui são viewFile/819/455>.
calculadas as forças e resistência do conjunto
FASE 01 -
Identificação do
problema
FASE 02 -
Desenvolvimento
do produto
FASE 03 -
Compromissos
FASE 04 -
Modelos
FASE 05 -
Construção do
projeto final
UNIDADE III 75
Elaboração de
Esboços
UNIDADE III 77
• Definida as regiões, o desenhista passa a desenhar os elementos presentes na peça, utilizando
esse posicionamento como referência, e construindo os elementos, um a um, e os representan-
do simultaneamente em todas as vistas, lembrando-se de que as arestas visíveis da peça sejam
representadas de forma contínua e as não-visíveis com linhas tracejadas. Agora, imagine que a
peça do exemplo possui um furo quadrado no centro e recortes quadrados do canto. A ordem
de construção seria a apresentada na figura que se segue:
• Para finalizar o desenho, deve-se refor- letra, basta construir três linhas auxilia-
çar o traçado da peça e construir outras res. Para as cotas utilizamos as linhas
linhas, como linhas de simetria ou de tracejadas que serviram na transferência
centro, caso haja necessidade. Também dos pontos, para construir as linhas auxi-
é nesse ponto que construímos as linhas liares de cota, então, unimos essas linhas
de cota e escrevemos os nomes das vistas e construímos um marcador de seta, ou
da peça, para escrever esses nomes, deve- um marcador simples, com uma linha
-se, logo abaixo da vista, fazer duas linhas inclinada a, aproximadamente, 45º, con-
paralelas e, então, escrever os nomes da cluindo o processo, escrevendo no centro
vista, mantendo entre as letra um espa- da cota o valor da medida. Finalizamos,
çamento o mais constante possível. Caso assim, nosso esboço, obtendo o seguinte
se deseje escrever em dois tamanhos de resultado final.
Veja que, apesar das imperfeições, resultado de um traçado a mão livre, o esboço serve como represen-
tação de uma peça e expressa, por si só, muitos dos detalhes nela contidos. O processo de construção
de esboços segue sempre essa rotina, entretanto, podemos nos deparar com algumas situações nesse
processo que necessite conhecer técnicas de construção, e é sobre elas que trataremos agora.
UNIDADE III 79
Representação
de Superfícies
Inclinadas
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.
UNIDADE III 81
Quando a inclinação da linha a ser feita for descendente, devemos
fazê-la de cima para baixo, já quando se tratar de linha ascendente
o traçado será de baixo para cima.
Para a representação das superfícies inclinadas das peças,
devemos utilizar as técnicas anteriormente discutidas na cons-
trução de linhas em vista ortogonal; já para as vistas isométricas, o
procedimento de construção de linhas inclinadas baseia-se nos
desenhos obtidos da vista ortogonal, o que se faz é desenhar as
linhas das vistas ortogonais nas faces do paralelepípedo gerador
e definir os pontos em que ocorre o encontro das arestas para,
então, ligar as linhas e obter as faces inclinadas; para facilitar
esse processo, os projetistas costumam enumerar os vértices das
vistas ortogonais e avaliar quais deles são os coincidentes. Veja
o esboço ortogonal numerado:
01 02
13/16 01/02
10 03 11/19 03/10
07 06
14/17 06/07
04 04/05/08/09
09 08 05 12/15/18/20
13/ 16/
11/12 19/20
14/15 17/18
01/ 02/
09/10 03/04
07/08 05/06
SU 01
PE
RIO
R 10 02
07
03 11
06 13
09
08 16
01
FRO 10
NT 05 02
AL
AL
ER 19
LAT 04 07
11
13 06 03
01 09
16
10 01 08 20
02 10 02
19 05
07 19
07 04
06 03
09 06 03
09
08 20 20
08
05
05
04
04
Finalizamos, então, as formas de representação de arestas e superfícies à mão livre, entretanto, preci-
samos discutir como se constrói as linhas curvas à mão livre, e este será o assunto do próximo tópico.
Representação
de Superfícies
Curvas
UNIDADE III 85
Para círculos de dimensões
maiores, deve-se utilizar um
elemento reto que sirva como
guia para o lápis, definindo um
raio (pode ser uma linha, ou
uma tira de papel). Definido
o tamanho do raio, marca-se,
nessa tira, a distância e, a par-
tir do centro da circunferência,
coloca-se um dos pontos da
tira e, no outro ponto, coloca-
-se o lápis; ao movimentar a tira
mantendo o primeiro ponto na
origem, podemos definir pon-
tos externos que, após ligados,
resultarão na circunferência Figura 10 - Procedimento para construção de grandes circunferências à mão livre
desejada (CUNHA, 2004). Veja: Fonte: o autor.
UNIDADE III 87
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
88
2. No processo de desenho de um projeto, a elaboração dos esboços é de grande
valia, pois eles não necessitam de todo rigor técnico proveniente de um projeto
final; entretanto, alguns cuidados devem ser tomados, por exemplo:
I) Os traços dos esboços iniciam-se com linhas de traçado grosso e, após térmi-
no do desenho da peça, são apagadas e substituídas por linhas de traçados
leves.
II) Deve-se escolher a orientação do papel, se retrato ou paisagem, e construir
os sólidos geradores obedecendo essa posição.
III) Ao construir o esboço, quando modificar algum elemento em uma das vistas
ortogonais, ele deve ser também modificado nas outras vistas e na perspec-
tiva.
IV) A vista que possui maior quantidade de detalhes deve ser escolhida como
sendo a vista principal da representação.
89
3. Existem técnicas utilizadas para construir linhas inclinadas e superfícies curvas
em desenho técnico. Muitas dessas técnicas são trabalhadas tanto em desenho
técnico à mão livre quanto no desenho técnico com instrumentos, dentre essas
técnicas, podemos pontuar as seguintes:
90
LIVRO
91
CUNHA, L. V. Desenho Técnico. 13. ed. Lisboa: Fund. Calouste Gulbenkian, 2004.
SILVA, A., RIBEIRO, C. T., DIAS, J., SOUSA, L. Desenho Técnico Moderno. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
92
1. B.
2. D.
3. C.
93
94
Me. Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro
Perspectivas
PLANO DE ESTUDOS
Perspectivas Perspectivas
Cônicas Cilíndricas Oblíquas
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar as aplicações e utilizações dos desenhos em • Iniciar o aluno nas técnicas de construção de perspectivas
perspectiva nos projetos de engenharia. cilíndricas, apresentado os passos para construção em
• Introduzir as técnicas de obtenção de peças seguindo eixos axonométricos.
os padrões de desenho técnico de perspectivas Cônicas. • Aprimorar as técnicas de desenho em perspectiva axono-
métrica, ampliando as técnicas para construção de objetos
oblíquos.
Aplicações Práticas dos
Desenhos em Perspectivas
A figura indica que o plano de projeção não é nem tam os tamanhos das arestas conforme a distorção
paralelo e nem ortogonal a nenhuma das faces, o sofrida; e perspectiva rápida que trabalha com
que resulta numa representação dos eixos da peça o tamanho da medida do objeto tal qual apresen-
em perspectiva, esses eixos são chamados de eixos tado em projeção ortogonal.
axonométricos e como as arestas do objeto estão Apesar de ser mais correta, a perspectiva ri-
inclinadas, elas serão representadas com uma leve gorosa é muito trabalhosa e, na maior parte das
distorção, dividindo, assim, as perspectivas em vezes, as representações em desenho são feitas por
duas classes: as perspectivas rigorosas que ajus- perspectivas rápidas.
UNIDADE IV 97
Atente para o fato de que as linhas que saem a realidade dos objetos em sua real grandeza. Se-
do observador e atingem o plano são paralelas gundo Silva et al. (2016), a perspectiva cônica é
entre si: Isto se deve ao fato de que considera-se a mais perfeita das representações, apesar de ser,
que o observador está vendo a peça de uma dis- também, a mais deformada quando comparada
tância praticamente infinita, o que torna as linhas às projeções paralelas e oblíquas.
paralelas. Esse tipo de perspectiva recebe o nome Nos projetos de desenho técnico, os tipos mais
de perspectiva paralela ou cilíndrica. comuns de perspectiva são a perspectivas para-
Temos dois tipos de perspectivas paralelas, a lelas, pois as perspectivas cônicas resultam em
primeira é aquela em que esses raios que saem objetos que refletem as mais variadas distorções,
do ponto de projeção atingem a folha ortogo- fato que dificultaria no entendimento para a pos-
nalmente, quando isso ocorre, estamos diante terior construção da peça.
de uma Perspectiva paralela ortogonal ou mais
comumente conhecida como Perspectiva axo-
nométrica. As axonométricas são subdivididas
com relação aos seus ângulos de representação
em trimétrica, dimétrica e isométrica.
Quando a perspectiva paralela ou cilíndrica for A história da Perspectiva tem seu início no
formada por raios que saíram do ponto de obser- Renascimento, tanto para a arte como para a
vação e atingiram o plano de forma não ortogonal, ciência. Sendo Brunelleschi o pioneiro no uso
mas ainda assim paralelos entre si, temos a Perspec- dessa técnica, depois dele vários outros se
tiva paralela oblíqua ou perspectiva em cavaleira. utilizaram da técnica em suas construções, por
Pode ocorrer de que o ponto de observação exemplo, Leonardo da Vinci e Eugène Delacroix.
não esteja em um local no infinito, mas sim a uma Para mais informações veja a obra disponível
distância definida; quando ocorre, dizemos tratar em: <http://www.educacaografica.inf.br/wp-
de uma Perspectiva Cônica. Nesse tipo de pers- content/uploads/2014/05/14_A-PERSPECTIVA-
pectiva, temos a representação de elementos tal NA-ARTE_169_182.pdf>.
qual uma fotografia, a perspectiva cônica reflete
98 Perspectivas
Perspectivas
Cônicas
UNIDADE IV 99
A construção de projeções cônicas leva em conta alguns elementos que não estão presentes nos outros
padrões de projeção. Segundo Cunha (2004), os elementos de uma perspectiva cônica são:
100 Perspectivas
É com base nos pontos de fuga e na premissa de que as retas paralelas possuem o mesmo ponto de fuga,
que as perspectivas cônicas são definidas como perspectivas de um ponto de fuga, de dois pontos
de fuga ou de três pontos de fuga. Veja:
Para a construção desse tipo de aresta do objeto está tangenciando o plano L.Q., então represen-
perspectiva, precisamos definir tamos sua altura na real grandeza. Para finalizar o processo, basta
as linhas de terra L.T., a linha ligar os pontos F1 e F2 que foram transferidos para a L.H. para
por onde passa o plano do Qua- obter a representação da perspectiva, definido suas distâncias no
dro L.Q e a linha do plano do comprimento e profundidade. Veja a Figura:
horizonte L.H., além do ponto
onde está o observador. Primei-
ro escolhemos um ponto na
peça e traçamos uma linha que
liga esse ponto ao ponto do ob-
servador, então definimos ou-
tras duas linhas inclinadas em
relação a essa 30º e 60º, perfa-
zendo um total de 90º, que é o
plano de visão, esse plano de vi-
são: Esse pode ser definido com
outras inclinações, dependo do
interesse de quem representa a
peça; na sequência prolonga-
mos as linhas inclinadas e en-
contramos os pontos F1 e F2 na
linha L. Q., então construímos
linhas verticais que definirão Figura 4 - Exemplos de Construção de Perspectivas Cônicas com 2 pontos de fuga
os ponto na linha L.H. como a Fonte: o autor.
UNIDADE IV 101
Perspectivas
Cilíndricas Axonométricas
102 Perspectivas
tada na direção vertical. Nesse
tipo de representação, temos a
aplicação do fator de correção
no eixo da profundidade, já a Uma definição de axonometria foi desenvolvida pelo Prof. Júlio
perspectiva trimétrica se asse- César Torres, da Politécnica da UFRJ, e diz que a axonometria é
melha à dimétrica com relação uma técnica utilizada para a construção de perspectivas a partir
aos seus ângulos, mas a diferença dos elementos que constituem um sistema projetivo.
reside no fato de que possui dois
coeficientes de ajuste nas dire-
ções dos eixos do comprimento
e profundidade, a perspectiva
isométrica, em que os ângulos
do comprimento e profundidade
são iguais quando comparados
com a altura, seu ajuste ocorre
em todos os eixos, mas para fa-
cilitar o processo de construção,
costuma-se não aplicar esse fator
(SILVA, RIBEIRO et al., 2016).
Veja que as perspectivas Tri-
Figura 5 - Exemplos de Perspectiva Trimétrica, Dimétrica e Isométrica
métrica e Dimétrica são muito Fonte: o autor.
similares, além do que a aplica-
ção dos fatores de correção di-
ficultam o processo de cotagem
e entendimento das dimensões
da peça. Então, com base nessas
condições, a projeção isométri-
ca foi a que mais se desenvolveu;
em desenho técnico, esse tipo
de projeção pode ser facilmente
construída com auxílio dos es-
quadros e réguas, apoiando-se
ISOMÉTRICA
ISOMÉTRICA
30º
30º ISOMÉTRICA
ISOMÉTRICA 45º
45º ISOMÉTRICA
ISOMÉTRI
os esquadros nas réguas sobre
a folha, de modo a construir as
linhas com as inclinações dese-
jadas. Devido a essa técnica de
construções com esquadros, os
tipos de perspectiva
ISOMÉTRICA 30º isométrica ISOMÉTRICA 45º ISOMÉTRICA 60º
UNIDADE IV 103
A Construção dessas peças se dá por meio da obtenção de sólidos
geradores, assim como fazíamos nos esboços, mas aqui utilizando
os esquadros.
Por exemplo, para construir uma isométrica de 30º, devemos
apoiar o esquadro com ângulo de 30º sobre a régua, após traçarmos
essa linha, devemos invertê-lo sem mudar a posição da régua, pois
ela serve como referência angular na construção do eixo axono-
métrico, então traçamos novamente com a inclinação para o lado
oposto, por fim, no ponto em que ocorreu o cruzamento, construí-
mos uma linha ortogonal, posicionando o esquadro apoiando o
ângulo reto sobre a régua fixa e traçamos o eixo da altura. Observe
o procedimento que se segue:
104 Perspectivas
Veja, na sequência, como se obtém o sólido gerador:
UNIDADE IV 105
Figura 9 - Procedimento para construção de circunferências em isométrica
Fonte: o autor.
106 Perspectivas
Perspectivas
Cilíndricas Oblíquas
UNIDADE IV 107
Tabela 1 - Tabela com fatores de correção para os ângulos de Perspectivas oblíquas
30º 2/3
45º 1/2
60º 1/3
Fonte: o autor.
Observe que a peça parece rotacionar à medida Ao construir vistas em representação cava-
que modificamos a inclinação lateral, de modo a leira, devemos prezar por manter as vistas com
deixar mais evidentes detalhes da vista superior, detalhes circulares, na representação frontal, já
quando representada em Cavaleira 60º. Além dis- que, nesse plano, as medidas não sofrem distor-
so, o fator de correção diminui com o aumento ção; caso isso não seja possível, devemos utilizar
do ângulo de representação no intuito de manter o método de rebatimento de pontos de uma vista
a representatividade da peça. para outra.
Imagine que estivéssemos tratando de uma Esse método consiste em construir o círculo
peça em que o tamanho de sua largura fosse de desejado na vista sem distorção, ou em um pla-
60 mm: se essa peça estivesse representada em no sem distorção, ao plano da posição em que
Cavaleira de 30º, sua profundidade seria de 40 desejamos representar a circunferência, depois,
mm, já para a cavaleira de 45º esse valor seria 30 transferimos essas medidas para a vista com dis-
mm, enquanto que na cavaleira de 60º, teríamos torção, mas aplicando fator de correção a elas.
a medida de 20 mm. Veja a Figura 10 que exemplifica:
108 Perspectivas
Figura 10 - Construção de circunferências em vista Cavaleira
Fonte: Cunha (2004).
Podemos, também, com esse método, transferir mais de um ponto de modo a obter uma circunferência
mais precisa, basta que liguemos os vértices de onde saem a diagonal até os pontos médios dos quadrados,
definindo, dessa forma, outros dois pontos perfazendo um total de 16.
Existiram artistas que se utilizaram das técnicas de construção de perspectivas para construir
estruturas impossíveis, um deles foi M.C. Escher, desenhista holandês. Veja algumas de suas obras
no link: <http://notaterapia.com.br/2016/01/04/as-estruturas-impossiveis-de-escher-6-obras-que-
voce-precisa-conhecer/>.
Baseado nessas características, que as perspectivas podem trazer ao entendimento dos objetos,
foram criados quebra-cabeças que se baseiam nessa premissa. Veja um exemplo no App Hocus.
Disponível em: <https://play.google.com/store/apps/details?id=air.com.gamebrain.hocus&hl=pt_BR>.
UNIDADE IV 109
Chegamos ao final dessa unidade e pudemos co- Já para área mecânica, conhecemos as perspec-
nhecer todas as formas de representação de ele- tivas isométrica e cavaleira, que são padrões de re-
mentos sólidos, que unem as três dimensões em presentação em que o observador encontra-se no
apenas um desenho. Aprendemos que as perspecti- infinito e as arestas de suas representações tornam-se
vas se diferenciam com relação à posição do obser- paralelas, o que não ocorre na perspectiva oblíqua.
vador e o ângulo em que o raio projetante a atinge. Por fim, vimos que as perspectivas trazem con-
Vimos, ainda, um padrão de perspectiva que sigo uma distorção da medida em algumas de suas
mostra, ao leitor do desenho, como o objeto ou arestas, e por isso os projetos prezam por apre-
edificação é visto de forma real no espaço. Essa é a sentar as peças em projeções ortogonais, assunto
perspectiva oblíqua, que é utilizada nas representa- que abordaremos no nosso próximo encontro.
ções de edifícios e espaços interiores, nos projetos Espero você lá!
de arquitetura.
110 Perspectivas
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
111
3. Elton recebeu um esboço de uma peça, que deveria ser representada em um
catálogo, mas como não havia desenho em isométrica de 30º, ele foi incumbido
de desenhá-la nesse padrão. Seguindo o esboço recebido por Elton, desenhe a
peça em vista isométrica.
112
LIVRO
Desenho de Perspectiva
Autor: David Sanmiguel
Editora: Saraiva
Sinopse: a perspectiva linear é uma verdadeira abstração de nosso espaço vi-
sual, que tem como finalidade obter resultados claros e inequívocos. O mundo
da perspectiva é como um esqueleto transparente e cristalino, um diagrama
rico em detalhes com inúmeras aplicações práticas, mas que se revela seco e
insípido para muitos artistas. Por ser esse livro dirigido aos artistas, as explica-
ções puramente técnicas foram reduzidas a seus aspectos mais intuitivos, sem
por isso eliminar o rigor necessário. A abundância de exemplos práticos e de
sequências passo a passo leva à elucidação dos problemas mais comuns e mos-
tra interessantes soluções práticas de acordo com a estética de nosso tempo.
113
CUNHA, L. V. Desenho Técnico. 13. ed Lisboa: Fund. Calouste Gulbenkian, 2004.
MICELI, M. T.; FERREIRA, P. Desenho técnico básico. 2. ed. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2008.
SILVA, A., RIBEIRO, C. T., DIAS, J., SOUSA, L. Desenho Técnico Moderno. 4. ed Rio de Janeiro: LTC, 2016.
114
1. A.
2. B.
3.
115
116
Me. Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro
Sistemas de Projeção
Ortogonal
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Internalizar os conceitos sobre o espaço de projeção or- • Apresentar as formas de representações ortogonais e
togonal e suas formas geométricas e elementos. suas peculiaridades para o 3º diedro.
• Discutir a representação de sólidos em um modelo de • Comparar os tipos de vista e sua localização, no 1º e 3º
ângulos diedros e como representá-los. diedro, e suas aplicações nos projetos ao redor do mundo.
• Apresentar as formas de representações ortogonais e
suas peculiaridades para o 1º diedro.
Definição de
Projeção Ortogonal
UNIDADE V 119
Também fica claro que, para
descrever esse objeto, seria ne-
cessário mais que um plano de
representação, pois se estivésse-
mos retratando outros elemen-
tos geométricos diferentes do
cubo, por exemplo, um plano
ou um paralelepípedo, a res-
posta de projeção poderia ser a
mesma, veja:
UNIDADE V 121
Ângulos
Diedros
Veja como para os ângulos α e γ obtivemos re- togonais entre si, utiliza-se o plano ortogonal
presentações distorcidas no plano vertical, en- para sua representação; quando ocorre uma face
quanto que para β as representações ocorreram inclinada, nós a representamos com alguma dis-
em verdadeira grandeza (V.G.), observe, também, torção nos planos do sistema; para representar
que os pontos das arestas ortogonais aos planos, as medidas nas reais dimensões, utilizamos um
ao serem representados, sofrem sobreposição. plano de referência, que seja ortogonal à face
Como a maioria das peças possuem faces or- inclinada.
UNIDADE V 123
Para solucionar a sobreposição
dos pontos nesses planos e me-
lhor descrever a peça é que se
Ao realizar a síntese de moléculas orgânicas, os elementos quí- propôs a criação de um terceiro
micos sofrem arranjos devido à sua carga elétrica; esses arranjos plano, o plano lateral (P. L.), ob-
definem planos em que se encontram os entes químicos. Atual- serve a representação das peças
mente, farmacêuticos buscam métodos de definir novos ângulos a seguir. Assim como acontecia
diedros para esses arranjos, visando obter diferentes propriedades para as peças representadas em
para essas moléculas, leia mais no texto disponível em: <http:// um plano, aqui, apesar de termos
qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/03/modelag.pdf>. dois planos diferentes, não pode-
mos dizer sobre qual peça esta-
mos tratando (SILVA et al., 2016).
P. V. P. V.
P. H. P. H.
P. L. P. L.
P. V. P. V.
P. H. P. H.
PV PL
PL
PV PL PL
PV
PV
PH
PH
PH
PH
PV PL
L
P
Figura 9 – Representação da épura
Fonte: Senai (1997, p. 70-71).
PV
UNIDADE V 125
Ao rebatermos esses planos de projeção, obtemos Nas construções de projetos, não desenhamos
como resposta um elemento chamado de épura, a linha de terra, mas sabemos que está exatamente
que correlaciona os três planos ortogonais do siste- entre essas duas representações. Normalmente,
ma mongeano e os apresenta em um único plano. quem define a distância entre a projeção do plano
Note, estimado(a) aluno(a), que a distância entre o horizontal e vertical é o projetista, e a distância da
desenho na região do plano vertical (P.V.) e a linha vista no plano lateral será resultado do cruzamen-
de terra (L.T.) é a mesma distância do desenho da to das linhas das projeções dos outros planos, veja
região do plano horizontal (P.H.) até a linha de terra. no exemplo a seguir:
a a
b b
a a
b b
UNIDADE V 127
Vale lembrar que os cuidados ao se construir es-
boços também são válidos para as construções
de projeções ortogonais, dentre eles, destacamos
representar as arestas visíveis como linhas con-
tínuas e as não visíveis como linhas tracejadas
ou escolher a vista que melhor represente a peça;
tenha o cuidado de definir uma distância entre
as vistas que seja adequada, o que dependerá do
espaço que você tem à sua disposição na prancha.
4 1
3
UNIDADE V 129
Nesse tipo de projeção, ocorre cialmente, os objetos no 1º diedro são representados pelas vistas
que a peça encontra-se localiza- frontal, superior e lateral esquerda. Veja o exemplo:
da antes do plano de projeção,
ou seja, como se estivesse contida
em uma caixa, e dentro dessa cai-
xa estivesse também o observa-
dor. No primeiro diedro, os raios
projetantes atingem primeiro a
peça e depois refletem a imagem
do objeto no plano logo após o
objeto. Por exemplo, o lado es-
querdo da peça sempre será
representado à direita da peça,
seguindo a ordem OBSERVA-
DOR-PEÇA-PLANO; por ser o
desenho da face esquerda, rece- Figura 14 - Representação de peça em 1º diedro
be o nome de VISTA LATERAL Fonte: o autor.
ESQUERDA e fica localizada à
direita da peça que é a esquerda Utilizaremos, em nosso curso, as representações em primeiro die-
de quem lê o desenho. dro, pois são elas as apresentadas pelas normas da ABNT, mas, em
A vista superior também muitas situações do dia a dia, o projetista se depara com pranchas
será representada no plano logo de equipamentos importados que virão representados em terceiro
abaixo da peça, resultando em diedro, daí a necessidade de conhecer as diferenças entre eles.
uma representação abaixo da
vista frontal.
Essa convecção para os raios
projetantes é chamada de pro-
jeção em primeiro diedro, ou Nem sempre se faz necessária a representação de todas as vistas
NORMA EUROPEIA, que é a de uma projeção ortogonal, isso ocorre principalmente quando a
mesma utilizada pela ABNT. De repetição de vistas não inclui mais informações à representação
acordo com essa norma, o obje- ortogonal; a grande maioria das peças pode ser representada por
to se localiza entre o observador três vistas, que são chamadas de vistas suficientes.
e o plano de projeção; preferen-
4 1
UNIDADE V 131
Neste caso, o lado da peça projetado no plano vertical sempre será considerado como sendo aquele
logo à frente do plano de projeção; a face da peça e sua imagem não é representada como se essa face
estivesse frente a um espelho que refletisse a sua imagem. Logo, o lado superior da peça sempre será
representado acima da vista frontal, e o lado esquerdo da peça aparecerá desenhado à esquerda da
vista frontal.
Essa convecção para os raios projetantes é chamada, também, de NORMA AMERICANA, pois é
amplamente utilizada nos projetos de peças americanas. Logo, é de extrema importância que os en-
genheiros estejam habituados a observar um desenho e compreender, de modo natural, sobre qual
diedro a peça foi representada. Para tanto, trataremos, a seguir, de algumas considerações que podem
auxiliá-lo nesse processo.
UNIDADE V 133
Figura 17 - Representa-
ção de peça em 3º diedro
Fonte: o autor.
A utilização do 1º e 3º diedro pelas normas segue tamos o desenho da vista superior logo abaixo da
a lógica de que um é o total oposto do outro, as- frontal. Também é utilizada essa mesma técnica
sim como ocorre com o 2º e 4º diedro, entretanto, para o desenho das outras vistas, por esse motivo,
nestes ocorre uma mistura das representações das o padrão em 1º diedro é amplamente utilizado em
vistas. Por exemplo, no 2º diedro, as vistas superior desenho técnico nos projetos nacionais.
e inferior coincidem com a representação para o A grande vantagem da representação em
1º diedro, mas a representação das vistas laterais 3º diedro consiste na condição de que, nesse
é similar à representação das vistas laterais do 3º método de projeção, a face projetada está mais
diedro. Para o 4º diedro, temos o total oposto do próxima das arestas que a geraram. Isso resulta
2º diedro, já que se tratam de diedros opostos. que não há necessidade de que os raios proje-
Observe que, em 1º diedro, o entendimento tantes atravessem todo o desenho da frontal
dos conceitos de raios projetantes fica mais claro, para que se desenhe a representação, por esse
pois se imaginarmos um observador acima da motivo, a norma de 3º diedro é assumida pelo
peça, utilizamos os raios projetantes e represen- padrão americano.
Tenha sua dose extra de conhecimento assistindo ao vídeo. Para acessar, use
seu leitor de QR Code.
UNIDADE V 135
Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução.
136
2. Na formação do sistema ortogonal de projeção, ocorre que os planos formam
entre si ângulos retos, resultando em um espaço cartesiano tridimensional.
Dizemos que os planos formados são diedros, pois possuem o mesmo ângulo
oposto, mesmo que seu encontro não seja ortogonal, duas dessas regiões
sempre terão o mesmo ângulo entre os planos. Sobre os planos de projeção
em sistemas de ângulos diedros, afirma-se:
I) A escolha pelo ângulo de 90o para o sistema de projeção Mongeano reside
na premissa de que nessa inclinação as superfícies serão representadas em
verdadeira grandeza.
II) Um ângulo diedro é aquele formado pelo encontro de dois planos não coin-
cidentes, no caso do Sistema Mongeano, o encontro entre o plano Horizontal
e o plano Lateral.
III) No sistema de projeção de espaços com diedros opostos, ocorre a inversão
total da posição das representações em espaços bidimensionais, como é o
caso do 1o e 3o Diedros, bem como do 2o e 4o Diedros.
IV) Para representar as projeções de um sólido, rotacionamos os planos vertical,
horizontal e lateral até que esteja todos definidos em uma única superfície,
caso haja alguma superfície fora da inclinação desses planos, não há técnica
que seja capaz de representá-la.
137
3. Dois dos diedros ortogonais são amplamente utilizados nas formas de repre-
sentação em projetos, são eles o primeiro e terceiro diedro, entretanto guardam
entre si algumas diferenças e outras similaridades. Dentre as opções a seguir,
assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
(( ) O primeiro diedro de projeção indica a vista superior abaixo da vista frontal, e
é chamado de Norma Europeia de projeção, sendo o padrão de representação
utilizado, também, no Brasil.
(( ) Para obtenção das vistas em primeiro diedro, devemos girar a peça, da direita
para esquerda e de cima para baixo, já para as peças em 3 diedro, temos que
rotacionar da esquerda para a direita e de baixo para cima.
(( ) O terceiro diedro indica a vista superior acima da vista frontal e é chamado de
Norma Americana de projeção, sendo utilizado pelos países norte-americanos.
138
LIVRO
139
COSTA, D. M. B.; TEIXEIRA, J. L.; SIQUEIRA, P. H.; SOUZA, L. V. Elementos de Geometria: Geometria plana
e espacial. 3. ed. Curitiba: UFPR, 2012.
MICELI, M. T.; FERREIRA, P. Desenho técnico básico. 2. ed. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2008.
PROVENZA, F. P. PROTEC – Desenhista de Máquinas. 4. ed. São Paulo: Escola PROTEC, 1991.
SENAI. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Leitura e Interpretação de Desenho Técnico Mecâ-
nico. São Paulo: LTC, 1997.
SILVA, A.; RIBEIRO, C. T.; DIAS, J.; SOUSA, L. Desenho Técnico Moderno. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
140
1. D.
2. B.
3. E.
141
142
Me. Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro
Desenhos de Projetos
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Internalizar as técnicas de construção de peças de ca- • Construir representações de montagem mecânica uti-
ráter desmontável e tratar das normas que regem suas lizando perspectivas para obtenção de vista explodida.
representações. • Apresentar técnicas de desenhos para representações de
• Apresentar as técnicas de construção de elementos de diagramas Unifilar e Multifilar.
caráter permanente e tratar das normas que regem suas • Discutir e apresentar as diferenças e similaridades entre
representações. os projetos elétricos de diagrama Unifilar e Multifilar.
Elementos de Caráter
Desmontável: Desenho
de Roscas e Parafusos
UNIDADE VI 145
• Diâmetro nominal: é o diâmetro medido na parte superior
dos filetes da rosca, ou a chamada crista da rosca; essa medida
coincide com o diâmetro externo.
• Diâmetro do núcleo da rosca: diâmetro definido como
aquele no ponto mais interno da rosca, ou sua raiz, também
conhecido como diâmetro interno.
crista
passo
diâmetro nominal
eixo da diâmetro do núcleo
rosca
Triangular Trapezoidal
ar Trapezoidal
Quadrado Redondo Dente de serra
Triangular Trapezoidal
Quadrado Redondo Dente de serra
Redondo Dente de serra
Trapezoidal
adrado Redondo Dente de serra
À direita À esquerda
UNIDADE VI 147
Figura 5 – Procedimento para desenho de roscas
Fonte: o autor.
M20
UNIDADE VI 149
Os parafusos são fabricados em aço, e o tipo desse
aço dependerá da aplicação para a qual o parafu-
so foi pensado. Esses elementos são obtidos por
meio de usinagem ou forjamento e podem passar
por processos de acabamento superficial, como a
galvanização e cromagem (GENEROSO, 2009).
Devido à vasta gama de aplicações desse ele-
mento de fixação, outros materiais e métodos de
fabricação podem ser utilizados. Eles são escolhi-
dos levando em consideração o projeto a ser cons-
truído. Por exemplo, em um eletrodoméstico que
necessita de isolamento elétrico, pode-se utilizar
parafusos de plástico, em geral de PVC ou Teflon,
e podem ser fabricados por meio de conformação
mecânica em moldes.
UNIDADE VI 151
Por ser a mais usual nos processos de construção mecânica, a solda por fusão é a mais discutida,
entretanto, existem muitos processos de soldagem dentro dessa classe e sua aplicação varia conforme
o projeto. Veja mais no link: <https://www.blogsegurancadotrabalho.com.br/2016/02/tipos-de-soldas-
e-suas-aplicacoes.html>.
As representações da solda em desenho técnico le- referência. Os dados, como o tipo de acabamento,
vam em conta quais os cuidados precisam ser toma- tamanho da solda e distância entre as soldas, são
dos para sua confecção. A norma NBR 7165 trata so- distribuídos acima ou abaixo dessa linha; a posição
bre alguns desses cuidados e apresenta as figuras que com relação a essa linha indica onde o trabalho de
precisam ser construídas para sua representação. De solda deve ser feito; se estiver acima da linha, sig-
modo geral, quando uma superfície recebe elemento nifica que o serviço deve ser feito no mesmo lado
de solda, ela é representada no desenho técnico por em que está indicado, caso o texto do serviço esteja
meio de um marcador com uma seta indicativa na abaixo da linha, ele deve ser feito no lado oposto da
extremidade de uma linha com inclinação aproxi- peça. A Figura 8 indica todos os elementos presentes
mada de 45º, essa linha recebe o nome de linha de em uma representação de soldagem:
Símbolo básico
F Comp. da solda
Linha de referência
Para representação dos tipos de solda, costuma-se utilizar linhas com diversas inclinações, que signi-
ficam ao responsável pela soldagem o tipo de solda a ser feito. Veja na Figura 9:
3 3 3 3
UNIDADE VI 153
Além dos símbolos indicativos do tipo de solda, contorno, ocorre a inserção de um desenho
temos outros elementos que indicam o tipo de específico, no ponto onde a linha de referên-
acabamento e o contorno dessa solda na peça. cia muda de inclinação. As letras representati-
Os acabamentos em solda são representados vas dos acabamentos, bem como os desenhos
por meio de letras maiúsculas que são escritas indicativos dos tipos de contorno, seguem na
sobre a linha de referência, já para o tipo de Tabela 1.
Sendo assim, apresentamos alguns dos tipos de propriedades aerodinâmicas do projeto (FRAN-
representação usuais de elementos do desenho CESCHI; ANTONELLO, 2014).
técnico para soldagem. O próximo elemento de O processo de rebitagem ocorre primeiro com
caráter permanente sobre o qual trataremos será a furação das chapas que se deseja unir, depois
sobre os rebites. devemos sobrepô-las alinhando os centros dos
Os rebites são peças cilíndricas em metal ma- furos, na sequência, introduz-se o rebite com o
leável, normalmente alumínio, latão ou cobre, uti- comprimento desejado nos furos previamente
lizado para fixar duas chapas metálicas de forma alinhados, então, no lado oposto das peças, uti-
permanente. É comum sua utilização em projetos liza-se uma pistola de rebitagem ou um alicate
de aeronaves e navios, pois diferentemente da sol- de rebite. Para dar acabamento, utiliza-se uma
da e dos parafusos, o acabamento externo de duas punção para conformar a contracabeça, que é a
peças rebitadas resulta em um menor coeficiente cabeça do lado oposto do rebite. Veja o exemplo
de atrito e, por consequência, em um ganho das de instalação na Figura 11:
A primeira parte da figura indica um recobrimento simples utilizado em vigas metálicas, já o segun-
do ocorre quando há necessidade de resistência e vedação, como é o caso de caldeiras e sistemas que
trabalhem com gás, sendo o padrão de recobrimento duplo.
UNIDADE VI 155
Desenhos de Montagem
Mecânica: Vistas Explodidas
04
01
UNIDADE VI 157
Desenhos de Projetos
Elétricos: Representação
de Diagrama Unifilar
Chave secionadora
Fio condutor de (chave monopolar)
retorno em eletroduto
UNIDADE VI 159
Para definir a quantidade de iluminação, deve Perceba que, quanto mais circuitos tivermos,
seguir alguns cuidados propostos pela NBR 5410, maior será a quantidade de elementos para des-
dentre os quais citamos a necessidade de pelo me- crever, e que logo abaixo dos tipos de condutores
nos um ponto de luz por cômodo; ambientes com devemos descrever qual a bitola destes; no caso
menos de 6 m2 necessitam ter pelo menos uma do circuito 1, temos 1,5 mm2.
tomada; nos banheiros, as tomadas e pontos de luz Apesar de ser um modo mais simples de visua-
devem distar no mínimo 60 cm do box; os am- lizar as modificações elétricas, esse tipo de repre-
bientes com mais de 6 m2 devem ter uma tomada sentação demanda aplicação dos símbolos con-
a cada 5 metros de perímetro; em se tratando de vencionados para seu entendimento, bem como
cozinhas e banheiros, essa relação diminui para 1 pode causar alguma dificuldade na compreensão,
tomada a cada 3,5 metros de perímetro. principalmente no que tange aos condutores elé-
Feito isso, podemos representar no projeto de tricos; para sanar esse problema e apresentar de
planta baixa um diagrama unifiliar. Devemos dis- forma mais detalhada as instalações elétricas é que
por o Quadro Geral em local acessível e propor se pensou em uma forma de representação em que
circuitos cuja corrente não ultrapasse um limite todos os condutores fossem representados indi-
de 10 A (WATANABE, 2010). Veja o exemplo que vidualmente. A esse tipo de representação damos
segue, em que definimos o circuito 1, para ilumi- o nome de diagrama Multifilar, assunto que será
nação e o circuito 2 para tomadas: abordado em nosso próximo tópico.
UNIDADE VI 161
Desenhos de Projetos
Elétricos: Representação
de Diagrama Multifilar
Os pontos do diagrama em que ocorre a ligação na rede devem ser destacados por pontos pintados de
preto. Esse padrão de representação é muito útil para descrever a instalação de motores e máquinas
industriais, onde temos alguns equipamentos para esses tipos de circuitos. Como podemos observar, a
simbologia é diferente para as representações de diagramas Multifilares, então se fez necessário definir
outros símbolos para essas representações, esses símbolos estão descritos na Tabela 4.
UNIDADE VI 163
Tabela 4- Indicações utilizadas nos diagramas Multifilares
Com base nos conceitos apresentados neste tópi-
Símbolo Significado co, temos o conhecimento necessário para iniciar
Interruptor simples a leitura e interpretação de diagramas elétricos,
mas vale lembrar que aqui estão apresentados
apenas alguns símbolos representativos, outros
Interruptor duplo
podem ser encontrados ao consultar as NBR´S
que regulam o assunto.
Nesta unidade, aprendemos várias formas de
Interruptor triplo se representar elementos comuns em projetos. Es-
ses elementos mecânicos e elétricos, devido a sua
repetição constante em projetos, costumam ser
definidos por meio de símbolos convencionados.
Tomada de corrente Esses símbolos auxiliam no entendimento de
projetos com vários elementos desmontáveis e
permanentes; no caso do segundo, eles também
indicam a forma na qual esses elementos devem
Ponto de luz
ser construídos. Dentro da classe de desenhos que
auxiliam no processo de montagem, estudamos a
representação de várias peças alinhadas em pers-
Fusível pectiva isométrica, a chamada vista explodida,
que apresenta, de forma prática, como ocorre a
Chave secionadora combinação das peças em um projeto mecânico.
(chave monopolar) Para finalizar, conhecemos como se representa
um sistema elétrico em um projeto, aprendemos
Motor trifásico sobre os diagramas unifilar e multifilar e reco-
M nhecemos suas diferenças, dentre as quais as mais
MM
M
MM
3~ aparentes são de que o primeiro é representado na
M
3~
3~
3~
3~
3~ planta baixa da representação, e o segundo preza
3~
por descrever de forma detalhada os condutores
Fonte: adaptada de Cavalin e Cervelin (2009). e sua relação com os componentes elétricos.
165
2. A forma de representação de projetos mecânicos mais comuns nos manuais
de montagem são as perspectivas em vista explodida, método representativo
formado por várias vistas isométricas individualizadas das peças que formam
um equipamento mecânico. Dentre os cuidados que devem ser tomados da
construção desse tipo de representação, assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
(( ) Para construção de uma vista explodida, devemos construir as peças em vista
isométrica, numerá-las e desenhar uma linha contínua fina que indique seu
posicionamento.
(( ) Para cada elemento de caráter desmontável, como porcas e parafusos, deve-
mos definir uma numeração diferente, o mesmo ocorre com peças iguais na
vista explodida.
(( ) A representação em vista explodida é de grande valia para consumidores que
não têm vivência com outras formas de representação em desenho técnico,
isso se deve a sua clareza quase intuitiva.
166
WEB
167
ABNT. NBR 7165 – Símbolos gráficos de solda para construção naval e ferroviária. Rio de Janeiro: ABNT,
1982.
______. NBR 5444 – Simbolos gráficos para instalações prediais. Rio de Janeiro: ABNT, 1989.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão. Rio
de Janeiro: ABNT, 2004.
CAVALIN, G.; CERVELIN, S.Instalações Elétricas Prediais. 20. ed. São Paulo: Érica, 2009.
CUNHA, L. V. Desenho Técnico. 13. ed. Lisboa: Fund. Calouste Gulbenkian, 2010.
SENAI. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Noções básicas de elementos de máquinas. Espírito
Santo, Vitória, 1996.
SILVA, A.; RIBEIRO, C. T.; DIAS, J.; SOUSA, L. Desenho Técnico Moderno. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
WATANABE, M. M. Apostila de Projeto de Instalações elétricas residenciais e prediais (III parte). Join-
ville: IFSC, 2010.
REFERÊNCIA ON-LINE
168
1. E.
2. C.
3. Solução: no diagrama Unifilar, todos os elementos condutores são representados em uma única linha,
ele deve ser representado sobre uma planta baixa de uma edificação, é utilizado na representação de
projetos elétricos mais simples onde se trabalhe com sistemas monofásicos ou bifásicos. No diagrama
Multifilar, todos os condutores são representados por linhas diferentes, representa-se o esquema elétrico
em prancha individualizada da planta baixa, é comum em projetos industriais de alta complexidade, onde
utiliza-se vários sistemas elétricos.
169
170
Me. Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro
Desenho de Edificações
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Possibilitar o desenvolvimento de técnicas utilizadas para • Desenhar, a partir dos conhecimentos de projeções orto-
definição da localização geográfica de uma edificação. gonais, as vistas laterais e os cortes usuais solicitados em
• Construir, por meio de técnicas de projeção ortogonal, a um desenho de edificação.
representação em planta baixa de uma edificação. • Internalizar as técnicas para construção de coberturas
em edificações.
Planta de Localização
e Situação
Correr
Basculante
Pivotante
Pia
Cozinha
Chuveiro
Figura 7 – Marcador de nível de piso em planta baixa
Fonte: o autor.
Na região interna da planta, podemos representar os
móveis e elementos de construção de áreas específi- Tanque
cas, como os sanitários no banheiro, ou tanques nas
áreas de serviço e pias em cozinhas; os padrões de
representações são muitos, entretanto, aproveitamos
para demonstrar alguns desses na tabela que segue: Fonte: Monnerat (2013).
No estudo da planta baixa, percebemos que muitos dos detalhes da edificação são descritos nessa
representação e que, ao executar o projeto de um edifício, é muito comum os construtores basear-se
nesse tipo de desenho, entretanto nem todos os detalhes de uma construção estão presentes ou são
passíveis de visualização em plantas baixas, muitos deles necessitam de um plano de corte que seja
ortogonal à linha de piso. Ao buscar esse tipo de desenho, construiremos os cortes, assunto que será
abordado no nosso próximo tópico.
CORTE A
B
r te
Co
CORTE B
A representação dos cortes deve ser feita nas plantas baixas por meio
de marcadores e uma linha traço e ponto de espessura suficiente
para indicar o plano onde o corte está localizado (ABNT, 1994);
essas linhas precisam ter, em suas extremidades, símbolos marca-
dores que indicam a direção em que o corte será representado. A
posição por onde passa os planos longitudinais e transversais varia
de acordo com o município, mas é comum que se proponha cortes
nas áreas úmidas da edificação, como banheiros e cozinhas, para
indicar a que altura o azulejo deve ser instalado.
As definições discutidas para o exemplo em corte transversal também são válidas para o corte lon-
gitudinal, terminando, assim, as formas de representação da parte interna de uma construção. Logo,
para finalizarmos o projeto, resta apenas indicarmos como será a cobertura deste, esse assunto será
tratado na sequência.
O
CUMEEIRA
GÃ
PI
ES
ES
O PI
GÃ
GÃ
PI O
ÃO
ES
NC
CUMEEIRA
A)
RI
LH
O
A
GÃ
(C
PI
ES
ES
PI
GÃ
O
RI
CUMEEIRA
NC
ÃO
(C
A
LH
A)
RI
ES
NC HA
(C
PI
ÃO )
ÃO
AL
GÃ
O PIG
ES ES
PI
GÃ
O
CUMEEIRA
G ÃO
PI
ES
Para marcar as cumeeiras, construa linhas que instrumento na construção de edificações, pois é
sejam paralela a uma das paredes e esteja per- a partir dela que a maioria dos detalhes construti-
pendicular à outra; a cumeeira deve passar mais vos são descritos. Aprendemos que a planta baixa
ao centro possível da edificação. Os rincões e es- nada mais é do que um corte paralelo ao piso da
pigões são resultado de linhas inclinadas a 45º, edificação, e também vimos algumas das formas
partindo dos encontros de águas propostos pela mais comuns para representação dos elementos,
projeção do beiral, a diferença está na condição como portas, janelas e sanitários.
de que os espigões partem de pontos internos da Quando os detalhes encontram-se dispostos
cobertura, enquanto os rincões originam-se de na parede, ou quando desejamos representar a
pontos externos (BRABO, 2009). diferença de altura entre os pisos nas edificações,
Ao chegar ao fim dessa unidade, podemos devemos propor um corte em outra direção, a estes
perceber que no processo de representação de damos os nomes de cortes longitudinais e trans-
edificações, as técnicas de projeção ortogonal e versais, eles são úteis para apresentar os detalhes
representação de cortes foram usadas de forma referentes à altura que se posicionam os elementos.
constante; isso porque aprendemos que, nesse tipo Por fim, podemos concluir que com os co-
de desenho, os detalhes internos são os que mais nhecimentos obtidos nesse capítulo, você, esti-
interessam ao leitor. mado(a) aluno(a), já é capaz de elaborar projetos
Com base nisso, tratamos sobre as representa- de edificações de baixa complexidade, bem como
ções em planta baixa e vimos que ela é o principal interpretá-los de forma correta.
189
2. Dentre os desenhos de edificação, a representação em planta baixa é a mais
usual e completa; nela, um plano paralelo à linha de piso atravessa a construção,
deixando visível ao leitor os detalhes internos dessa edificação. Na represen-
tação desses detalhes, alguns cuidados devem ser tomados, dentre os quais
pontuamos:
I) As paredes devem ser representadas por linhas paralelas de 0,15 cm de
espessura, sendo que as atingidas pelo plano são traçadas com linhas mais
grossas que as da linha do piso.
II) As portas e janelas atingidas pelo plano de corte são representadas por
linhas contínuas largas, e quando encontram-se acima do plano devem ser
representadas por linhas tracejadas.
III) As medidas para definição de uma porta são (comprimento x altura) e para
as janelas (comprimento x altura) x peitoril.
IV) A linha de piso deve ser disposta na passagem das portas, quando não houver
linha de piso utilizam-se marcadores de altura de nível de piso.
190
3. Os elementos externos de uma edificação são representados por suas vistas
laterais, frontal e superior, que nas edificações são chamadas respectivamente
de elevações, fachada e cobertura. Sobre essas representações, foram feitas as
afirmações que seguem:
Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F):
(( ) As vista em fachada e elevações laterais são desenhos em planos paralelos às
paredes da construção, mas não a atingem, quando esses planos atingem a
construção são chamados de cortes.
(( ) Os cortes devem ser feitos seguindo os mesmo padrões de representações
das plantas baixas e, assim como na planta baixa, as portas são representadas
abertas e as janelas fechadas.
(( ) A representação de uma planta em cobertura é feita por meio da apresenta-
ção da projeção do beiral, e as águas dos telhados iniciam-se nas cumeeiras
e terminam em espigões e rincões.
(( ) A platibanda é uma parede que é construída visando esconder o telhado a
vista em fachada, e a inclinação do telhado é calculada por metro linear na
direção paralela às elevações.
191
LIVRO
192
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6592 – Representação de projetos de arquitetura.
Rio de Janeiro: ABNT, 1994.
FERREIRA, P. Desenho de Arquitetura. Ed. Ao Livro Técnico, Rio de Janeiro: CEFET-RJ, 2004.
REZENDE, A. S.; GRANSOTTO, L. R. Desenho de Projetos de Edificações. Porto Alegre: UFGRS, 2007.
REFERÊNCIAS ON-LINE
193
1. B.
2. D.
3. E.
194
195
196
Me. Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro
Software AutoCAD
(Interface Gráfica)
PLANO DE ESTUDOS
Comandos de desenho:
criação de objetos utilizando Comando de visualização:
especificação e ferramentas aproximar, afastar e
de auxílio de desenhos arrastar a área de desenho
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Utilizar comandos de criação de desenhos e aplicá-los • Organizar, por meio dos comandos de visualização, a es-
em processos de criação de desenhos computacionais. cala e localização de um desenho computacional.
• Conhecer os casos possíveis de aplicação dos comandos • Compreender e utilizar comandos de formatação de obje-
de edição de objetos e quais os possíveis resultados finais. tos e de diferenciação dos objetos por grupos de camadas.
Comandos de Desenho:
Criação de Objetos
Utilizando Especificação
e Ferramentas de Auxílio
de Desenhos
Dentre esses elementos, podemos citar as guias no (BALDAM; COSTA; OLIVEIRA, 2012). Ainda nessa
canto superior esquerdo. Elas são chamadas de Quick barra, temos a opção Workspace, que define o espaço
Acess e servem para salvar o arquivo, ou imprimi-lo de modelagem para o desenhista, se em 3D ou em 2D.
e abrir novo arquivo, de modo rápido; caso queira Logo abaixo do Quick Acess, temos uma faixa
fazê-lo de outra forma, pode acessar as opções pelo horizontal, disposta na forma de pastas com abas.
símbolo vermelho no canto superior esquerdo, na Essas abas separam os comandos do programa em
barra Quick Acess; podemos, também, deixar dis- grupos como Draw, Modify, Anotation, Layers...,
ponível a barra de menu, basta clicar na seta ao final ela é chamada de Ribbon; os comandos podem ser
desse elemento e selecionar a opção Show Menu Bar acessados ao clicar com o mouse sobre as figuras
COMANDO LINE
Representado pela tecla LINE, também pode ser acionado pelo comando LINE ou sim-
plesmente L, que cria uma linha na direção que o usuário desejar; para tanto, deve-se
acionar o comando, depois definir o ponto onde a linha se inicia, clicando com o botão
esquerdo para, então, movimentar o mouse na direção desejada e clicar novamente
com o botão esquerdo para definir o final da linha. Caso queira construir outra linha, o
programa entende que o ponto final é também o inicial da nova linha, bastando definir
novo ponto final. Para linhas com ponto diferentes, finalizamos o comando com ENTER
ou ESC, ou o clique do botão direito, e repetimos o comando em outro ponto desejado.
Para construir linhas de tamanho definido, precisamos clicar no ponto de início, mo-
vimentar o mouse na direção desejada e depois digitar o valor do tamanho da linha,
finalizando com um ENTER.
Utilizado para criação de circunferências, está na guia Draw representado pelo atalho
CIRCLE, no teclado pode ser acionado pela digitação da palavra CIRCLE ou da letra C.
Para criar a circunferência, clique com o botão esquerdo para definir o centro da circun-
ferência, então defina o valor do raio; caso deseje definir o diâmetro, basta digitar a letra
D e acionar o botão Enter. Definido o raio ou diâmetro, aciona-se o Enter e finaliza-se
o comando (SILVEIRA, 2008).
Utilizado na criação de linhas contínuas, pois, ao criarmos linhas pelo comando LINE, o
programa as entende como objetos individualizados; aqui, todas as linhas de um mesmo
comando são encaradas como um único objeto. A tecla de atalho é POLYLINE e está
logo ao lado do comando LINE, também pode ser acionada pela linha de comando por
meio do atalho PLINE. Para construí-la, o usuário aciona o comando, define o ponto de
início da linha e vai criando as linhas por definição dos pontos iniciais e finais; ao clicar
para definir os pontos iniciais e finais, surgirão na linha de comando as seguintes opções:
Arc que permite construir linhas curvas a partir da definição do ponto final e inicial;
Halfwidth, opção na qual o usuário pode criar uma seta no final da polilinha; Length,
onde o usuário consegue definir um comprimento específico para a linha; e Width que
permite ao desenhista definir nova espessura e preenchimento para a polilinha.
Dentro do AutoCAD existe a possibilidade de criar plantas baixas que são entendidas como objetos
únicos, basta trabalhar com o comando MLINE acionando na linha de comando e escolhendo a opção
Justification para definir a distância entre as linhas paralelas que serão criadas, esse comando pode
definir a espessura das paredes do projeto.
COMANDO ARC
COMANDO ELIPSE
Utilizado na criação de
elipses por meio da de-
finição dos eixos longi-
tudinais e radiais, para
criá-las basta definir o
ponto de início, depois o
tamanho do eixo maior
e, por fim, o tamanho
do eixo menor. Existe
três opções de criação
de elipses, sendo a por
definição do centro a
mais comum, seu ata-
lho é a tecla CENTER, e
também é acionado na
linha de comando pelas Figura 2 – Passos para construção de uma porta em planta baixa
palavras ELIPSE ou EL. Fonte: o autor.
1
mais usuais na sequência.
3
à janela ou que cruzam as fronteiras
desta; para criá-la, o usuário clica defi-
nindo o ponto inicial da janela e arrasta
o mouse da direita para a esquerda e
de baixo para cima.
Selecionados os objetos, cabe ao usuário utilizar os comandos da guia Modify para aplicar a eles os
efeitos desejados, dentre os quais tratamos dos mais usuais na sequência.
COMANDO ERASE
Assim como o comando LINE é tido como o mais simples dos comandos de criação, o
comando ERASE, acionado pela atalho ou escrevendo a palavra ERASE ou E e apertando
Enter, serve para apagar objetos; para tanto, basta selecioná-los após o comando estar
em funcionamento. Além dessa possibilidade, podemos apagar objetos por meio da
tecla DELETE, clicando no objeto e depois apertando a tecla delete.
Para a realização do comando COPY ou MOVE, não é obrigatório que o ponto de referência esteja
contido dentro do desenho, o procedimento de definir a referência fora da imagem é utilizado quando
desejamos construir cópias igualmente espaçadas.
COMANDO STRETCH
COMANDO EXPLODE
No AutoCAD, ao criar um objeto, podemos ter objetos formados por outros de menor
complexidade, como é o caso dos polígonos, que são a união de arestas em inclinações
diferentes, assim como ocorre com as polylines, para desassociar esses elementos e
transformá-los em objetos mais simples, podemos utilizar o comando EXPLODE na linha
de comando, ou acionar o comando pelo atalho. Após acionar o comando, clicamos sobre
o elemento que desejamos desassociar e apertamos o enter, ao clicar novamente sobre
o objeto, os elementos estarão separados em elementos mais simples (RIBEIRO; PERES;
IZIDORO, 2013).
Esse comando cria cópias ordenadas de elementos e pode ser ordenado de forma retan-
gular, Rectangular Array, ou de forma polar, Polar Array, sendo o mais comum o primei-
ro e podendo ser acionado pelo atalho na guia de modificação. No arranjo retangular, o
desenhista arranja as cópias organizando-as em linhas, colunas e níveis (BALDAM; COSTA;
OLIVEIRA, 2012). Ao acioná-lo, o usuário escolhe o objeto a ser arranjado, depois define
o tipo de arranjo, se retangular ou polar. No caso de arranjo retangular, aparecerá uma
janela para definição das quantidades de linhas, colunas e distâncias entre os objetos.
Para o arranjo polar, definimos objetos, depois o ponto a partir do qual teremos o centro
desse arranjo, e por fim surgirá uma tabela similar à do arranjo retangular, onde podemos
definir as linhas, o ângulo ou a distância entre os objetos.
Outros comandos de edição existem, mas são derivações dos que foram aqui apresentados e utilizados
com menor frequência; perceba que esses comandos só fazem sentido se utilizados em conjunto com
os comandos de criação. Veja, por exemplo, o desenho de um cômodo partindo de um retângulo.
Fonte: o autor.
219
2. Ao construir o objeto a seguir, o desenhista do AutoCAD utilizou alguns comandos de criação e
edição, observe a ordem de construção do objeto e defina os comandos utilizados para obtenção
da peça apresentada:
220
3. Para visualizar o que se desenha, o AutoCAD permite que seu usuário utilize os comandos de
ZOOM. Esses comandos estão disponíveis de várias formas dentre as quais destacamos as se-
guintes:
221
LIVRO
222
BALDAM, R.; COSTA, L.; OLIVEIRA, A. AutoCAD 2013: utilizando totalmente. São Paulo: Érica, 2012.
RIBEIRO, A. C.; PERES, M. P.; IZIDORO, N. Curso de Desenho Técnico e AutoCAD. São Paulo: Pearson, 2013.
SILVEIRA, S. J. Aprendendo AutoCAD 2008: Simples e Rápido. Florianópolis: Visual Books, 2008.
VENDITTI, M. V. R. Desenho Técnico sem prancheta com AutoCAD 2010. Florianópolis: Visual Books, 2010.
223
1. A.
2. C.
3. E.
224
225
226
Me. Cláudio Vinicius Barbosa Monteiro
Software AutoCAD
(Edição e Diagramação)
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conhecer os comandos para inserção e edição de textos • Ajustar os projetos às folhas de desenho por meio de co-
e hachuras, bem como os comandos para colocação dos mandos de escala gráfica. Aplicar técnicas de diagramação
diversos tipos de cotas. em espaço de modelagem específico.
• Utilizar comandos para a criação de entes formados por • Compreender técnicas de impressão de arquivos no Au-
objetos simples ou blocos. Criar blocos modificáveis. os toCAD em formatos acessíveis por outros usuários de
chamados blocos com atributos. desenho (*.dwg) e por leigos (*.pdf).
Textos, Cotas e Hachuras:
Inserção e Edição
COMANDO HATCH
Esse comando preenche áreas internas de um desenho como paredes de uma peça
atingidas por um plano de corte ou piso assentado em um cômodo de uma planta baixa.
O comando pode ser acionado ao clicar no atalho Hatch da guia Draw ou pela linha de
comando, digitando a palavra HATCH ou a letra H. Ao chamar o comando, o projetista
perceberá que, no local em que havia a Guia Ribbon, surgirá uma Aba específica do
comando chamada de Hatch Creation.
UNIDADE IX 229
A Guia Bondaries permite ao desenhista definir a propostos pelo programa e outros propostos por
área em que a hachura incidirá, basta que se clique normas internacionais, como a ANSI e a ISO.
com o botão esquerdo sobre a opção Pick Point, Dentro da Aba de Hatch Creation, temos uma
para depois clicar dentro da área que se deseja ha- guia de Properties que funciona de modo similar à
churar. Vale lembrar que, se essa área não estiver guia do Ribbon, a diferença é que essa define os pa-
completamente fechada, o programa retornará drões para a hachura de preenchimento, tanto em
uma mensagem de erro e indicará os pontos por relação à linha, quanto em relação a elementos que
onde não existe o cruzamento de linhas (RIBEIRO; preencham os espaços entre linhas nas hachuras.
PERES; IZIDORO, 2013). Ao lado, temos as opções Podemos, nessa guia, definir ainda a escala da Ha-
dos tipos de hachuras ou Guia Pattern, para definir chura, e o ângulo que esta será aplicada. Podemos
o tipo de hachura que será aplicada, basta sele- editar uma hachura já criada, basta que cliquemos
cionar um dos padrões propostos pelo programa. duas vezes sobre ela com o botão esquerdo que a
Segundo Venditti (2010), o programa possui mais guia de Hatch abrir-se-á na parte superior da área
de 70 padrões de hachuras pré-definidos, alguns de trabalho, permitindo, dessa forma, sua edição.
Também chamado de Single Text, o comando DTEXT é representado pelo ícone exposto.
Esse comando cria um texto inserindo, na posição em que clicamos, um cursor de digitação,
então, o programa pergunta ao usuário o tamanho da fonte dessa linha e a rotação que a
linha deve possuir; após definir essas condições, o usuário inicia a escrita. Ao finalizar, basta
que o desenhista clique em outro ponto para iniciar novamente a escrita. Procedimento que
pode ser repetido várias vezes (BALDAM; COSTA; OLIVEIRA, 2012).
No comando em pauta, não há a possibilidade de definir tipos e cores diferentes para os
caracteres, mas podemos, antes de definir o ponto de inserção, escolher o alinhamento dos
caracteres na linha, digitando J da opção Justify, ou modificar a fonte do texto digitando S de
Style, para, então, digitar o nome da fonte.
Podemos criar várias linhas cada uma com um padrão de fonte diferente, e essas serão
entendidas como objetos individualizados. Para modificar a cor dessa fonte, selecionamos a
linha e mudamos suas propriedades na guia de Ribbon.
UNIDADE IX 231
COMANDO DIML COMANDO DIMALI
Utilizado para cotar elementos na direção
vertical ou horizontal, o comando é aces- O comando é utilizado para construir
sado pelo ícone já exposto ou por meio da cotas de elementos de inclinação dife-
digitação do termo DIML na linha de co- rente da horizontal ou vertical. É aciona-
mando. Ao cotar um elemento utilizando do ao escrever o nome do comando na
esse comando, teremos sempre a medi- linha de comando ou ao clicar sobre o
da na direção vertical ou horizontal. Para ícone acima; funciona de forma similar
tanto, aciona-se o comando, clica-se no ao DIML, mas utiliza como referência
ponto de início da dimensão e depois no a inclinação entre os pontos finais e
ponto final da dimensão, por fim, clicamos iniciais, enquanto o comando anterior
para definir a posição da linha de cota. constrói apenas cotas nas inclinações
ortogonais.
COMANDO DIMANG
513
2
2
389
1
3
61º
88,25
COMANDO DIMRAD
COMANDO DIMDIA
O comando é representado pelo atalho
exposto acima, e consiste em deixar explí-
Comando em que definimos o diâmetro
cito o tamanho do raio de circunferências.
da circunferência, e ocorre de forma simi-
Para acionar o comando, podemos, além
lar ao anterior. Após acionado, clicamos
de clicar no atalho, digitar DIMRAD na li-
sobre o círculo e depois clicamos para
nha de comando e clicar sobre o círculo;
definir o posicionamento do valor na linha
depois, finalizamos clicando para definir
de cota; o comando pode ser acionado
a posição do valor sobre a linha de cota.
pelo atalho “Diameter” ou ao digitar DIM-
Esse comando também pode ser utilizado
DIA na linha de comando.
para cotagem de arcos e não apenas para
circunferências completas.
UNIDADE IX 233
Esses são os principais comandos para inserir cotas nos desenhos em AutoCAD, mas, para facilitar o
processo de cotagem e evitar que o projetista repita, muitas vezes, um mesmo comando, o programa
propôs alguns comandos que auxiliam e diminuem muito o tempo do processo de cotagem, os co-
mandos são os que seguem:
Serve para realizar cotagem de forma rá- Esse comando é semelhante ao anterior
pida, já que reconhece o tipo de forma e serve para realizar as cotas em série.
e propõe automaticamente a cota mais Para realizar esse comando, basta es-
indicada; o comando é acionado ao es- crever na linha de comando o nome do
crever QDIM na linha de comando. Se- comando DIMCONTINUE ou DCO, então,
gundo Baldam, Costa e Oliveira (2012), o a partir da posição final da última cota, o
comando se processa após o desenhista programa permite a inserção de tantas
selecionar os objetos que serão dimen- cotas quantas forem necessárias, todas
sionados, para acrescentar ou retirar ob- iniciando sempre do ponto final da última
jetos da seleção, o usuário deve digitar R cota inserida, resultando, então, em uma
de Remove ou A de Add. Feito isso, basta cota em série. Para finalizar o comando,
que se defina a posição da linha de cota. basta acionar a tecla Esc.
COMANDO DIMBASE
UNIDADE IX 235
Conforme Baldam, Costa e Oliveira (2012), os arquivos de cota
criados a partir desse comando seguem o padrão salvo no template
do programa. Esse template possui o nome de ISO-25 e é configu-
rado para medidas em milímetros. Para criar novos estilos de cota,
clica-se no botão New, então surgirá uma janela para definir o nome
do novo padrão de cota a ser criado e a partir de qual template você
deseja construir o novo padrão. Se desejamos editar um estilo de
cota já criado para aproveitar as definições anteriormente salvas,
clicamos em Modify, após a definição do nome do novo padrão, a
janela que se abrirá será a da Figura 5:
• LINES: serve para definir cor, espessura lize sempre ao lado da cota de pequenas
e outras configurações para as extensões dimensões, devemos marcar nessa aba a
das linhas auxiliares e de cota. opção Beside the dimension line.
• SYMBOLS AND ARROWS: aba respon- • PRIMARY UNITS: aba responsável pela
sável pela definição do tipo de setas e mar- escolha das precisões das medidas, ou seja,
cadores, marcas de centro; também serve define-se aqui quantas casas decimais ha-
para escolher se o símbolo de representação verá nessa cota, também podemos inserir
arcos aparecerá no centro da cota ou não. prefixos ou sufixos a essa cota.
• TEXT: nessa aba, o desenhista escolhe • ALTERNATE UNITS: aqui, podemos
qual o padrão de texto será utilizado nas definir um segundo padrão para cota-
linhas e linhas de chamada, pode-se definir gem, isto é, utilizado para desenhos onde
a fonte, o tamanho da letra, cor e alinha- temos uma parte em milímetros e outra
mento de texto. em polegadas. Funciona de modo similar
• FIT: aqui, o projetista pode ajustar os ta- ao Primary Units.
manhos de texto com os tamanhos de seta • TOLERANCES: serve para controlar os
e definir para o programa que, conforme elementos que virão seguidos da unidade
a posição da cota se modifique, também primária, é nessa aba que defini-se os limi-
seja modificada a posição do texto, por tes e desvios para medida em peças com
exemplo, para que o valor da cota se loca- tolerância dimensional.
Os elementos que interessam ao projetista devem ser alterados conforme a necessidade do projeto, e o
resultado final pode ser verificado na imagem que aparece no canto superior dessa janela. Ao atingir
o resultado desejado, o desenhista clica em Ok e pode utilizar o padrão criado para cotar todos os
seus desenhos.
Além dessas funcionalidades que facilitam o processo de modelagem e projeto, o programa permite,
ainda, que o desenhista proponha objetos que sempre se repetem em seus projetos, por exemplo, um
engenheiro eletricista utilizará, muitas vezes, os símbolos de elementos de projeto elétrico em seus pro-
jetos, e não precisará desenhá-los se já estiverem desenhados; diferentemente de um arquiteto, que não
utilizará esses símbolos, mas utilizará outros, como o símbolo de nível de piso. Esses símbolos criados
e utilizados com frequência recebem o nome de Blocos e serão o assunto de nosso próximo tópico.
UNIDADE IX 237
Inserção e Criação
de Blocos e Blocos
com Atributos
A primeira opção permite definir um nome para o bloco, feito isso, nado; para escolhê-lo clicamos
deve-se escolher a opção central da janela definida por Objects; no botão Pick point
nela, o usuário seleciona os objetos que serão convertidos a bloco ao e definimos o ponto referencial;
clicar sobre o botão Select Objects ; a opção Convert ao finalizar, teremos dentro da
to Block deve estar marcada. Após a seleção dos objetos, devemos janela a seguinte configuração,
escolher a primeira opção da janela, o Base Point é o ponto a partir utilizamos como exemplo o
do qual o programa irá inserir o bloco toda vez que este for selecio- marcador de piso em planta:
UNIDADE IX 239
COMANDO INSERT
Vale lembrar que o atributo é entendido como Dessa forma, finalizamos os comandos mais
novo objeto, portanto, deve-se criar um novo blo- usuais utilizados em AutoCAD; veremos no pró-
co com o atributo embutido nele; então, ao inserir ximo tópico as técnicas para impressão e diagra-
esse bloco, o programa sempre acionará a Tag para mação de nossos projetos.
UNIDADE IX 241
Impressão:
Diagramação
e Escala Gráfica
UNIDADE IX 243
Na área do Paper Space, também podemos criar Model. Na janela do Page Setup Manager, pode-
desenhos e todos os comandos utilizados no Mo- mos criar uma nova guia de layout ou modificar
del são válidos; entretanto, costuma-se utilizá-la as existentes; de qualquer forma, as opções mais
para configurar os projetos para impressão, pois importantes encontram-se após acionar o botão
podemos definir os tamanhos das páginas e verifi- de modificação. A janela que se abre é a mesma
car os resultados de forma mais efetiva do que no do comando PLOT.
Aqui, diferentemente do que ocorre no Model, Além dessas opções, temos as que estão na
podemos configurar Layout por Layout cada um sequência:
com um tipo diferente de folha, escolher plot- • Printer/Plotter – Guia que permite a es-
ters diferentes e orientações diferentes. É válido colha da impressora ou plotter que o de-
lembrar que a opção What to Plot a ser marcada senho será impresso.
é Layout, e o Paper Size deve seguir sempre o pa- • Paper Size – Utilizado para definição do
drão ISO full bleed. tamanho da folha de desenho.
COMANDO VPORTS
UNIDADE IX 245
Nessa janela, podemos escolher quantas Vie-
wports serão inseridas no Paper, como essas jane-
las se comunicam com o Model; podemos definir
para cada uma delas uma escala diferente de dese-
nho, isso é feito após a inserção da janela, quando
clicamos duas vezes dentro da Viewport, que é o
nome dado a essa janela, e definimos dentro dela
o ZOOM por meio do comando ZOOM SCALE.
UNIDADE IX 247
Nesta unidade, aprendemos que o AutoCAD
propõe comandos para diminuir o tempo de cons-
trução de projetos. Dentre esses comandos estão
A extensão DWG se refere aos arquivos gerados os que incluem texto e cotas, elementos que seriam
no AutoCAD. São arquivos de desenhos de plan- feitos por meio de técnicas geométricas e deman-
tas, mapas, imagens e projetos de arquitetura em dariam muito tempo de desenhistas computacio-
geral, tanto em 2D quanto em 3D. Tal formato nais. A possibilidade de inserir esses elementos
é pertencente a empresa Autodesk, fabricante em vez de criá-los configura-se como uma das
oficial do software AutoCAD. principais vantagens do processo computacional
A sigla PDF vem do inglês e significa Portable de desenho em detrimento ao processo clássico.
Document Format (Formato Portátil de Docu- Outra forma utilizada para viabilizar e agilizar
mento). Idealizado pela empresa Adobe Sys- os processos de desenho computacional é a cria-
tems, é certamente um dos formatos mais po- ção de blocos. Nós aprendemos, neste capítulo,
pulares e utilizados no mundo para arquivos, que os blocos são representações que se repetem
tanto para visualização quanto para impressão. nos projetos com grande frequência, esse é um
Um arquivo transformado em PDF é visualizado comando muito utilizado em projetos de dia-
de maneira idêntica ao seu original, por exem- gramas elétricos. Alguns desses blocos possuem
plo, propiciando assim o benefício de se manter elementos de texto que se modificam conforme
a qualidade do projeto. o projeto ou diagrama, a esses blocos damos o
Fonte: Futura (2016, on-line)1. nome de blocos com atributos, assunto abordado
também nesse capítulo.
Para finalizar, aprendemos sobre os espaços
de criação (Model) e impressão (Paper), vimos
O arquivo em formato PDF é criado por meio que, apesar de serem utilizados mais em deter-
do processo de Impressão, basta que o usuário minada função, eles também aceitam a função do
selecione no Plotter a opção DWG to PDF e tenha outro como secundária, por exemplo, podemos
em seu computador um software de visualização imprimir a partir do Model Space se criarmos
de arquivos em PDF, como o Adobe Acrobat. uma janela sobre a área de modelação e podemos
A opção por esse tipo de impressão é o mais criar folhas de desenho no Paper Space com co-
comum quando deseja-se apresentar os projetos mando utilizados para criação no Model Space.
intermediários a leigos no programa computa- Aprendemos, também, sobre as duas principais
cional de desenho ou quando queremos enviar o formas de arquivos gerados pelo AutoCAD, os
arquivo apenas para consulta, já que o tamanho arquivos DWG editáveis e os arquivos em PDF,
do arquivo PDF é muito menor que arquivos de para consulta por leigos em desenho técnico e
desenho em DWG. computacional.
249
2. O processo de construção e impressão de arquivos em meio digital é um dos
diferenciais dos programas computacionais de desenho. O AutoCAD possui
duas áreas para realização desses processos, são elas: a Model Space e a Paper
Space. Sobre essas áreas e o processo de impressão, julgue se as afirmativas a
seguir são falsas (F) ou verdadeiras (V).
I) O Model space ou área de modelação é a área em que o engenheiro deve
construir seus projetos utilizando os comandos de criação e edição de sólidos,
bem como comandos de texto e dimensionamento.
II) O Paper Space é uma área similar ao Model Space, já que todos os comandos
também são válidos para essa área, mas aqui o usuário configura a impressão
de seus projetos por meio das guias de Layout, definido o tamanho de folha
dentre outras características.
III) O Comando VPORTS é utilizado no Model Space para interligá-lo com o Pa-
per Space; essa janela criada no Model permite que o desenhista imprima
desenhos em escalas específicas dentro do Paper Space.
IV) O AutoCAD só permite a impressão de arquivos em formatos DWG, sendo
que se um leigo quiser verificar o projeto, ele deve, obrigatoriamente, ter o
programa instalado.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas I e II estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I está correta.
d) Apenas II, III e IV estão corretas.
e) Apenas III e IV estão corretas
3. O AutoCAD possui comandos que servem como suporte para que projetistas
e engenheiros finalizem de forma mais rápida seus projetos. Esses comandos
baseiam-se em diminuir as vezes que o usuário precisará repetir os comandos
de criação e edição no processo de desenho. Diga quais são esses comandos.
250
WEB
251
BALDAM, R.; COSTA, L.; OLIVEIRA, A. AutoCAD 2013: utilizando totalmente. São Paulo: Érica, 2012.
RIBEIRO, A. C.; PERES, M. P.; IZIDORO, N. Curso de Desenho Técnico e AutoCAD. São Paulo: Pearson, 2013.
SILVEIRA, S. J. Aprendendo AutoCAD 2008: Simples e Rápido. Florianópolis: Visual Books, 2008.
VENDITTI, M. V. R. Desenho Técnico sem prancheta com AutoCAD 2010. Florianópolis: Visual Books, 2010.
REFERÊNCIA ON-LINE
252
1. E.
2. A.
3. Os comandos que permitem a finalização mais rápida de projetos são os comandos de inserção de hachu-
ras (HATCH), os comandos de inserção de cotas, que são aqueles que se iniciam com DIM (DIML, DIMRAD,
DIMARC, DIMCONTINUE, DIMBASE, QDIM…) e os comandos de inserção de blocos (MBLOCK ou BLOCK e
INSERT).
253
254
255
CONCLUSÃO