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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS - IGC


DEPARTAMENTO GEOGRAFIA
GEOGRAFIA ECONÔMICA (GEO366)
PROF: FÁBIO TOZI. MONITOR: JOÃO MARCOS TEIXERA

Aluno: Tiago Marques Leite-2019037631

QUESTÃO 1

1. Para Raffestin (1980), a Geografia Política não pode ser apenas uma “Geografia do
Estado”, que ele denomina, igualmente, de Geografia Política unidimensional. O autor
propõe, em contrapartida, que este ramo da Geografia deve atentar-se à
multidimensionalidade do poder. Considerando esse ponto de partida, disserte sobre: quais
os princípios teórico-metodológicos do autor? Quais os principais argumentos de sua
proposta e como eles avançam no debate da Geografia Política?

Raffestin analisa e principalmente crítica em seu livro ‘’

Fragmentado em 4 partes , Raffestin critica a noção antiga e principalmente


propõe uma nova visão sobre a geografia política em seu livro ‘’ Por uma geografia
do Poder ‘’. Nele, o autor discursa e apresenta os principais defeitos da geografia
política clássica de Ratzel, primeiro geógrafo a elaborar uma relação entre espaço e
política.
Alemão do séc XIX Friedrich Ratzel tem em suas bases acadêmicas grande
influência de ​Friedrich Hegel, filósofo de mesma nacionalidade que estudava entre
outros assuntos o Estado. Devido a essa base Ratzel produz em 1897 o livro ‘’
politische geographie’’ primeiro estudo geográfico a relacionar o território a política,
nesse caso representada pelo Estado.​Para ele existe uma relação direta entre a
fundação do Estado e o território , já que o Estado foi o ‘’ enraizamento no solo das
comunidades ‘’.​Todo o consequente pensamento ratzeliano segue uma lógica de
que o Estado detém todo o Poder e exclui outros movimentos como as
revoltas,sendo essas exteriores ao aparelho estatal.
Seja pela falta de debates na área ou pelo recorte temporal em que ela foi
apresentada a geografia ratzeliana se popularizou e se espalhou pelo mundo sendo
estudada e adaptada a diversas escolas como a francesa,americana e a inglesa, até
o início da Segunda guerra mundial.Utilizada erroneamente como linguagem
acadêmica pró-nazismo,​a geografia política atual tem fortes bases na geografia
ratzeliana, misturada com uma linguagem lógico-matemática, tendo os objetos de estudo
atualizados mas não seus conceitos.Todos esses conceitos variam, direta ou indiretamente
do conceito central de Estado, único delimitador da escala de análise e detentor de todo o
Poder, se mostrando autoritário.
Tal linha de pensamento , segundo Raffestin , se torna homogênea no pensamento
geográfico, mesmo existindo algumas exceções como Gottmann e Jacques Ancel.
A principal característica do modelo ratzeliano é também a principal crítica de
Raffestin : a exclusividade do Poder nas mãos do Estado. Ele critica expressivamente essa
ideia, rejeitando desde o conceito de ‘’ Poder ‘’ até as suas implicações e influências.A
primeira diferença de seu modelo é logo na concepção do que é o Poder. Separado em
duas vertentes, o Poder maiúsculo é uma expressão observável da influência de certos
grupos de forma consciente, podendo ser tomado de exemplo uma intervenção militar em
parte do território ou a imposição do Estado sobre uma liberdade individual.Já o poder
minúsculo , ou poder invisível, é aquele exercido sem que se perceba e por isso é para
Raffestin, o mais perigoso.
Sua segunda crítica se encaixa na concepção de onde se encontra o Poder. Ao
contrário de Ratzel, Raffestin argumenta que o Poder se exerce em toda relação e utiliza da
visão de Foucault sobre o mesmo, sendo a natureza dele estabelecida por 4 preposições :

1. O poder não se adquire; é exercido a partir de inumeráveis pontos;


2. As relações de poder não estão em posição de exterioridade no que diz respeito
a outros tipos de relações (econômicas, sociais etc.), mas são imanentes a elas;
3. 0 poder vem de baixo; não há uma oposição binária e global entre dominador e
dominados;
4. As relações de poder são, concomitantemente, intencionais e não subjetivas;
5. Onde há poder há resistência e no entanto, ou por isso mesmo, esta jamais está
em posição de exterioridade em relação ao poder .
Outra grande diferença da visão foucaultiana de Poder é sua essência baseada
numa relação direta entre energia ( expressa pelo trabalho ) e informação. Nessa relação
inversamente proporcionalmente, quanto maior a informação menor é necessário o trabalho
para se exercer o Poder sobre algo ou alguém, o mesmo se dando na relação contrária.
Tais concepções e relações são utilizadas para conceitualizar a ideia de Poder com
um objetivo : mostrar o uso que o Estado faz dele.Através do conceito do ‘’ panóptico ‘’ , ou
seja, como o Estado tenta controlar sua três vertentes : o território, os recursos e a nação.
Utilizando os dois tipos de poder o Estado tenta transformar e manipular a população para
interesse próprio, de forma visível mas principalmente invisível por meio do ‘’ minúsculo’’ e
poderoso poder.
QUESTÃO 2
2. Os dois textos seguintes (A e B) são duas análises geopolíticas (reveja os textos de
Boron, 2014 e Tozi, 2018) sobre a situação brasileira contemporânea. Identifique e
demonstre, nos textos, elementos que demonstram suas características geopolíticas, suas
escalas de análise e apontando, também, a multipolaridade do exercício do poder e das
resistências dos agentes sociais citados no processo analisado, (entre agentes coletivos e
individuais, instituições públicas e agentes privados, internos e externos).

Escalas de análise e recortes específicos são essenciais para o estudo da geografia


política. Delimitando um objeto de estudo em tempo e espaço próprios é possível uma
maior compreensão dos elementos influenciadores e suas consequências.Do mesmo jeito,
diferentes recortes espaciais e temporais geram conclusões diferentes sobre um mesmo
fenômeno.
É o caso dos textos A e B . No primeiro,sua escala é pensada mundialmente por
meio das relações políticas entre potências mundiais e os Estados Unidos. Numa busca
pela manutenção de sua Hegemonia, a ‘’ capital do ocidente ‘’ produz, segundo o autor
Pepe Escobar, uma guerra informacional conhecida como ‘’ Guerra
Não-Convencional’’.Utilizando meios nem sempre legais como a espionagem, os EUA (
Estados Unidos ) influenciam diretamente na formação política de países considerados
subdesenvolvidos.Tomando de exemplo a espionagem na estatal Petrobrás pela potência
norte-americana é possível observar também a falta de soberania do Brasil quando não
consegue proteger suas informações do Estado e quando não consegue responder
ativamente tal violação de acordos internacionais.
No segundo texto sua escala de influência é reduzida para uma questão nacional.
Segundo Jessé de Souza disserta indiretamente em seu texto a seguinte pergunta : Quem
realmente controla o Estado? Para ele,uma elite aristocrática presente desde os tempos
coloniais impregnou-se nas bases estatais do país, buscando favorecer interesses próprios
e não a população como um todo. Utilizando o conceito foucaultiano de poder, não é
exagero falar que essas elites tentam consciente e de maneira mais sútil possível controlar
a população a favor de seus interesses. A prova disso segundo aponta o autor é a imersão
desses atores na tentativa, e posterior sucesso, de impeachment da ex-presidente Dilma
Rousseff. Contra os interesses dessa burguesia que era favorecida, a presidente
implementou uma ‘’luta contra os juros’’, gerando uma resistência a sua expressão de
poder. Posteriormente, esse grupo social se tornou a resistência do poder dominante
quando a burguesia aristocrata ascende e se mantém até os dias atuais, mostrando as
expressão e diversas relações e expressões do poder quando analisados por diferente
escalas espaciais e temporais.
Referências :

BORON, Atílio. O retorno da Geopolítica. Correio da Cidadania, 09/05/2014.

ESCOBAR, Pepe. O Brasil no epicentro da guerra híbrida. 2016. Disponível em:


<http://outraspalavras.net/brasil/o-brasil-no-epicentro-da-guerra-hibrida/>. Acesso em
setembro de 2019.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder / Michel FoucauIt; organização e tradução de


Roberto Machado. - Rio de Janeiro: Edições Graal, 4ª ed. 1984.

G1. Em gravação, Jucá sugere 'pacto' para barrar a Lava Jato, diz jornal. Disponível em:
<http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/2016/05/em-gravacao-juca-sugere-p
acto-para-deter-lava-jato-diz-jornal.html> Acesso em setembro de 2019.

RAFFESTIN, Claude. Por uma Geografia do Poder. São Paulo: Ática, 1993.

SOUZA, Jessé. Quem deu o golpe, e contra quem? . 2016. Disponível em:
<http://m.folha.uol.com.br/ilustrissima/2016/04/1763753-quem-deu-o-golpe-e-contra-quem.s
html?cmpid=compfb.> Acesso em setembro de 2019.

TOZI, Fábio. Geopolítica, soberania e hegemonia: o Brasil e a centralidade do território nos


processos de globalização. Revista Indisciplinar, v. 4, p. 80-101, 2018. Disponível em:
<http://wiki.indisciplinar.com/index.php?title=.download/007.pdf> Acesso em setembro de
2019.

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