Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
14-21
Uma das melhores maneiras de descobrir as principais ansiedades e anseios do crente é analisar o
conteúdo de suas orações e a intensidade com que as faz. Todos nós oramos acerca do que nos preocupa
e, evidentemente, não nos importamos com assuntos que não incluímos em nossas orações. A oração
expressa um desejo.
A expressão “Por causa disto” no versículo 14, como no versículo 1, refere-se ao que o apóstolo
estivera dizendo no fim do capítulo 2. Portanto, em nossa exposição da afirmação que vamos examinar,
devemos ter o cuidado de assegurar-nos de que se ligue com o que fora dito no fim do capítulo 2.
Seu ponto essencial era mostrar a estes efésios que eles tinham sido introduzidos num estado de
completa unidade, na Igreja Cristã, com os judeus que também tinham crido no evangelho. Vós não sois
mais, garantiu-lhes ele, “separados e estranhos, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; e sois
edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Jesus Cristo mesmo a principal pedra da
esquina; no qual todo o edifício bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor; no qual também vós
juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito”.
Quando paramos para considerar tudo o que o Senhor fez para nos salvar e mudar nossas vidas, isso
deve nos motivar a ir a Ele em oração.
O fato de Paulo estar preso e mesmo assim se dispor a orar pelos efésios, mostra que a cela, as
cadeias, e os soldados em sua volta não eram empecilho para sua vida de comunhão e oração. Isso nos
ensina que não deve haver nenhuma circunstância, problema, dificuldade ou qualquer outra situação capaz
de nos impedir da prática da oração. Podem inclusive fechar nossa boca, ainda assim, nossa mente e nosso
espírito estarão livres para buscar ao nosso Deus e Pai.
“Não chegamos a Deus em oração, temendo que Ele seja algum tipo de divindade distante
indiferente, fria e sem amor. Não chegamos a Deus como alguns que devem ser apaziguados como os
pagãos. Chegamos a um Pai terno, amoroso, preocupado, compassivo e receptivo, que literalmente espera
com antecipação em Seu coração o momento em que entramos em Sua presença e nos abraça
ansiosamente”. MacArthur
19/02/2020-1
No verso 15 o nosso (ARA) termo “família”, precisa ser esclarecido. Alguns acreditam que a melhor
tradução aqui seria “paternidade”, assim a frase seria: “De quem toda a paternidade nos céus e na terra
recebe o nome” (KJV). Se seguirmos essa tradução entenderemos que o arquétipo de toda a paternidade, e
todas as outras paternidades derivam-se de Deus. E concluiremos que a oração torna-se uma comunhão
genuína, quando nos damos conta de que Deus é o Pai no sentido mais sublime e mais nobre, e Ele é
acessível.
Se mantivermos a tradução que possuímos, devemos entender o texto da seguinte forma: Paulo tem
em mente a reconciliação dos gentios com Deus e dos gentios com os judeus, formando uma única igreja,
o corpo de Cristo. A igreja da terra e a igreja do céu são a mesma igreja, a família de Deus. Paulo fala aqui
da igreja militante na terra e da igreja triunfante no céu como uma única igreja. E também concluiremos
que a oração torna-se uma comunhão genuína, quando nos damos conta de que somos da família de Deus,
e como Ele é o nosso Pai (v.14), também nos é acessível.
Outro ponto importante presente na ARC e na NVI: “qual toda a família”; mas, não presente em
nossa versão: “toma o nome toda família”. Aquela tradução dá força à questão da unidade da família
(Igreja), nos remetendo a 4.4-6 e a I Co 12. A última versão deixa a possibilidade de existir “outras
famílias”.
Paulo ora que Deus dê aos leitores alguns dons segundo a riqueza da sua glória. Ele não tem dúvida
alguma, nem de que Deus tem recursos inesgotáveis à sua disposição, nem de que com eles pode atender a
sua oração.
Para não desanimar (v.13) ter as forças minadas, esgotadas, desistir. O que tira as nossas forças?
Muitas coisas minam nossa força: circunstâncias desencorajadoras, rotina monótona, fraqueza
física, falha pessoal, interrupções indesejadas, responsabilidades inacabadas e conflitos não resolvidos.
Qualquer uma dessas coisas poderia nos derrubar, mas muitas vezes duas ou três delas nos atingiam ao
mesmo tempo.
Paulo não está pedindo que haja mudança nas circunstâncias em relação a si mesmo nem em relação
aos outros. Ele ora pedindo poder. A preocupação de Paulo não é com as coisas materiais, mas com as
coisas espirituais.
“A oração de Paulo não é apenas espiritual, mas também específica. Paulo não divaga em sua
oração. Ele não usa expressões genéricas. Ele não pede alívio dos problemas, mas poder para enfrentá-los.
O poder é concedido pelo Espírito”. LOPES
Em geral nossas orações são em dois sentidos:
- Evitar a dor - “Senhor, isso dói. Faça parar.
- mudança de circunstância - “Senhor, eu não gosto disso. Mude isso...”.
Vejamos o exemplo do próprio Paulo. Ele está preso, mas, não pede oração para ser liberto... quando
pede, ele quer ousadia (6.20)
Não devemos orar para o Senhor tirar os fardos - oramos para que Deus fortaleça nossos ombros...
A presença do Espírito Santo na vida do cristão dá testemunho de sua salvação (Rm 8:9), mas o
poder do Espírito dá a capacitação necessária para sua vida, e é esse poder que Paulo deseja para
seus leitores. "Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo" (At 1:8). Jesus realizou seu
ministério na Terra pelo poder do Espírito (Lc 4:1,14; At 10:38), e esse deveria ser o único recurso
disponível para a vida cristã nos dias de hoje.
Ao lermos o Livro de Atos, vemos a importância do Espírito Santo na vida da igreja, pois o Espírito
é mencionado 59 vezes ao longo desse livro, o que corresponde a um quarto das referências feitas a essa
pessoa da Trindade em todo o Novo Testamento. Alguém disse: "Se Deus tirasse o Espírito Santo deste
19/02/2020-2
mundo, a maioria das obras dos cristãos prosseguiria... e ninguém perceberia a diferença!" Uma afirmação
triste porém verdadeira, em dias como o nosso de tantas técnicas, métodos, etc.
“O Espírito Santo, quando realmente renova o nosso homem interior, dando este fortalecimento,
este domínio, pode nos preparar para enfrentar qualquer situação de sofrimento e de conflito que esteja à
nossa frente”. SHEDD
Permanência e durabilidade, são comuns a ambas. Se ele quisesse meramente salientar a solidez e a
permanência, a figura de um edifício seria suficiente; porém o apóstolo retrata uma árvore também. A
árvore, denota também vida e vitalidade, energia e crescimento.
Ela transmite a idéia de vida, vitalidade e energia. Transmite benefícios resultantes da sua natureza
ativa. Esses elementos faltam no edifício. O edifício sugere uma força resistente às pressões, às tensões e a
todas as outras influências que pesam sobre ele; entretanto não há vida ali, não há vitalidade, não há
nenhuma possibilidade de crescimento. É fixo, estabelecido, durável, permanente. I Co 3.19
A primeira figura é a de estarmos “arraigados” em amor. Pensem de novo num grande carvalho e
em suas raízes. Observem o alcance destas, a sua força, e como se espalham e se dividem e se subdividem
por todos os lados. Se essa árvore for arrancada, esse tremendo volume de terra será arrancado com ela.
Mas ela não pode ser abalada, porque penetrou profundamente o solo. E, segundo o apóstolo, essa é a
condição do cristão.
O amor deve ser o solo em que a vida deve ser plantada; o .amor deve ser o fundamento em que a
vida deve ser edificada.
A árvore recebe desse modo muito da sua nutrição. Ele retira vários elementos químicos do solo, e
também sua umidade e várias outras coisas. Suas necessidades são satisfeitas por meio desta ativa rede de
raízes; os elementos nutritivos são levados para o tronco e para os ramos e folhas. Desta maneira é mantida
a vida da árvore.
O amor é a principal virtude cristã (I Co 13.1-3). O amor é a evidência do nosso discipulado (Jo
13.34,35). O amor é a condição para realizarmos a obra de Deus (Jo 21.15-17). O amor é o cumprimento
da lei (I Co 10.4). O conhecimento incha, mas o amor edifica (I Co 8.2).
Paulo não especifica se esse é o amor de Deus por nós ou o nosso amor por Ele ou o nosso amor um
pelo outro. Então, neste ponto, ele está falando sobre o amor como o principal princípio da vida cristã. O
grande amor de Deus por nós, como demonstrado ao enviar Seu próprio Filho para ser o sacrifício por
nossos pecados, sustenta tudo.
Estar enraizado no amor retrata uma árvore robusta e em crescimento que afunda raízes que lhe
permitem resistir à seca e a tempestades violentas. Uma árvore é um organismo vivo e em crescimento.
Mesmo assim, a vida cristã é um relacionamento vivo e crescente com Deus e com os outros.