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É POSSÍVEL O PEQUENO TEOREMA DE FERMAT


NO ENSINO FUNDAMENTAL?

Antônio Severino da Silva

Os teoremas matemáticos são verdades imutáveis. Sendo que o


pequeno teorema de Fermat é de suma importância para todos, visto que foi a
base para todos os testes de primalidade existentes, além de facilitar diversos
problemas envolvendo divisibilidade. Os números primos são os fundamentos
da construção numérica, pois qualquer número pode ser decomposto em
fatores primos. Atualmente os números primos são utilizados para o
desenvolvimento de chaves na criptografia. É possível entender o pequeno
teorema de Fermat no ensino fundamental. As propriedades aritméticas, em
especial as envolvendo números primos absolutos ou primos entre si, que hoje
não são ensinadas, são fundamentais para o entendimento, sem um alto
conhecimento matemático, deste teorema.

A história tem mostrado que aquilo que nos parece pura abstração,
pura diversão matemática, mais tarde se revela como um verdadeiro celeiro de
aplicações práticas.
A matemática, embora não seja tão exata
quanto si pensa, é de extrema importância para a
humanidade. Em diversas áreas desta ciência
podemos encontrar verdade absolutas, que jamais
vão mudar. Estas verdades são chamadas de
teoremas. Estes teoremas nos ajudam em
diversas situações, desde problemas de simples
contagem a situações de entendimento do
funcionamento do universo. Esta característica diferencia a matemática das
2

outras ciências. A correta abordagem matemática para a solução de um


determinado problema, ou desenvolvimento de um teorema, como afirma Singh
(1999), “consiste em desenvolver um argumento lógico, o qual produzirá uma
conclusão que será ao mesmo tempo indubitavelmente correta e permanecerá
assim para sempre.”1 O pequeno teorema de Fermat é uma dessas verdades.
Singh (1999) relata: “Pierre de Fermat nasceu em 20 de agosto de
1601, na França, era filho de um rico mercador de
peles e teve a sorte de receber uma educação
privilegiada.”2 “Foi nomeado Juiz Supremo na
Corte Soberana do Parlamento de Toulose, cujas
responsabilidades ocupavam um boa parte do seu
tempo, mas os curtos períodos de lazer que lhe
restavam eram dedicados inteiramente à
matemática.”3 Parece que Fermat adorava brincar com os números, sem se
preocupar com a utilidade prática de tal ato. Fato este que não vemos
atualmente em nosso meio.
O pequeno teorema de Fermat afirma que: “Se p for primo absoluto,
sendo p e o inteiro a primos entre si, a diferença ( a p −1 − 1 ) será divisível por p”.4
Este teorema, aparentemente sem importância alguma, foi a base para os
testes de primalidade (saber se um número é primo ou não). Um número primo
tem a propriedade especial de não ser múltiplo de nenhum número inteiro,
exceto 1 e ele mesmo. Singh (1999) afirma que: “os teóricos dos números
consideram os números primos como os mais importantes entre todos os
números, porque ele são os átomos da matemática. Números primos são os
tijolos da construção numérica porque todos os números podem ser criados
multiplicando-se combinações de números primos.”5 Porém não existe uma
fórmula algébrica que forneça todos os números
primos. Um processo bastante utilizado e o Crivo
de Eratóstenes, mas trata-se apenas de um
algoritmo e só serve para se obter uma quantidade
finita de números primos. Outro fato interessante é
que a lista de números primos não termina nunca.
Singh (1999) afirma: “a demonstração de que
3

existe uma infinidade de números primos vem da época de Euclides, e constitui


uma das argumentações clássicas da matemática.”6
Os números primos além de serem de suma
importância para a matemática são também para a
informática, em especial para a criptografia, visto
que são utilizados como base para as chaves
públicas e privadas dos processos criptográficos.
Singh afirma que: “em 1977 Ronald Rivest, Adi
Shamir e Leonard Adleman, uma equipe de
matemáticos e cientistas de computadores do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts, perceberam que os números primos eram a base ideal para
um processo fácil de codificar/difícil de decodificar. De modo a fazer a minha
própria chave pessoal eu usaria dois enormes números primos, cada um
contendo cerca de 80 dígitos, e então multiplicaria um pelo outro de modo a
obter um número não-primo ainda maior. Para codificar as mensagens tudo o
que é necessário é o conhecimento do número não-primo, enquanto para
decodificar a mensagem é preciso conhecer os dois números primos originais
que foram multiplicados.”7
O pequeno teorema de Fermat também pode ser utilizado para resolver
diversos problemas envolvendo divisibilidade.
Porém como provar que o pequeno teorema de Fermat é uma verdade
absoluta? Este tipo de prova é acessível a alunos do ensino fundamental? A
atual resposta para a segunda pergunta é não. Atualmente não se ensina
aritmética e muitas propriedades numéricas são desprezadas. Existem diversas
maneiras, usando um alto conhecimento matemático, de provar o pequeno
teorema de Fermat, mas existe uma maneira, deveras simples, que pode ser
compreendida por alunos do ensino fundamental, caso os mesmos aprendam
as propriedades aritméticas atualmente desprezadas.
Algumas propriedades aritméticas até são vistas, mas sem muito
entusiasmo, ficando em segundo plano. Uma delas a fatoração única. A
fatoração única afirma que todos os números inteiros, maiores que um, são
formados por uma única combinação de números primos.
Singh relata que: “a fatoração única foi descoberta no século IV a.C., por
Euclides. Ele provou que ela era verdade para todos os números naturais e
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descreveu a demonstração no Livro IX dos seus Elementos. O fato de que a


fatoração única é verdadeira para todos os números naturais é um elemento
vital de muitas outras demonstrações e hoje é chamada de teorema
fundamental da aritmética.”8
No Curso Ilustrado de Matemática Moderna, os autores abordam essas
propriedades e desenvolvem argumentos matemáticos,
inquestionáveis, que permitem um rápido entendimento
do pequeno teorema de Fermat. Inicialmente definem
números primos entre si e depois seguem com uma
séries de teoremas, que culmina na demonstração do
pequeno teorema de Fermat.
“Números primos entre si, números primos relativos ou primos entre si,
são dois ou mais números cujo único divisor é a unidade (número 1).
Teorema A – Dois números consecutivos são primos entre si. Com
efeito, todo divisor comum destes números dividirá sua diferença, ou seja, a
unidade; ora como esta não é divisível senão por si mesma, segue-se que dois
consecutivos só terão por divisor comum a unidade, sendo consequentemente
primos entre si.
Teorema B – Se um primo absoluto não dividir um número dado, serão
primos entre si. Ora, por hipótese, o primo absoluto não divide o número dado;
logo, o único divisor comum dos dois será a unidade, sendo tais números
primos entre si.”9
“Teorema C – Todo número primo que divide o produto de vários
fatores, dividirá, pelo menos, um deles. Ora o produto de vários fatores é da
forma n1 x n2 x n3 x n4 x ... x nn, se este produto é divisível por um número primo
p, então, pelo menos um desses fatores pode ser decomposto em fatores
primos de p, logo será divisível por p.” 10 Como recíproca deste teorema temos:
se um número primo não divide nenhum dos fatores de um produto, ele
também não dividirá o produto.
“Teorema D – Se um número primo e vários fatores de um produto são
primos entre si, tal número e o produto, também o serão. Recíproca – Se um
número e um produto são primos entre si, tal número e os vários fatores do
produto, também o serão”11 Este teorema é análogo ao anterior e pode ser
provado usando o mesmo raciocínio.
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Agora segue a demonstração do pequeno teorema de Fermat.


“Consideremos a série: a, 2ª, 3ª, 4ª, ..., (p-1)a; dividamos cada termo por
um número p primo e sejam r1, r2, r3, r4, ..., r(p-1), os restos das divisões.
Teremos:
a = m x p + r1 (m = múltiplo de)
2a = m x p + r2
3a = m x p + r3
4a = m x p + r4
...................................

(p-1)a = m x p + r(p-1)
Multiplicando membro a membro, vem:
a x 2a x 3a x 4a x ... x (p-1)a = m x p + r1 + r2 + r3 + r4 + ... + r(p-1)
Como os restos r1, r2, r3, r4, ..., r(p-1) representam em qualquer ordem os (p-1)
primeiros inteiros, temos:
1 x 2 x 3 x 4 x ... x (p-1)ap-1 = m x p + 1 x 2 x 3 x 4 x ... x (p-1) ou
1 x 2 x 3 x 4 x ... x (p-1)(ap-1 – 1) = MP
Sendo primo absoluto, p e todos os fatores do produto 1 x 2 x 3 x 4 x ...
x (p-1) serão primos entre si, sendo p e tal produto também primos entre si,
logo , p dividirá ap-1 – 1.”12
Como exemplos podemos citar os números primos absolutos 3, 5 e 7,
que sendo os mesmos e 4, primos entre si, fornecem sucessivamente:
43-1 – 1 = 16 – 1 = 15 = 5x3
45-1 – 1 = 256 – 1 = 255 = 51 x 5
47-1 – 1 = 4096 – 1 = 4095 = 585 x 7

Entretanto os números 2 e 4 não são primos entre si, logo não


obedecem ao pequeno teorema de Fermat, então:
42-1 – 1 = 4–1= 3= ?x4

Esta demonstração do pequeno teorema de Fermat, usando as


propriedades aritméticas é extremamente importante e nos faz pensar sobre os
atuais métodos de ensino da matemática. Parece que perdemos um pouco da
nossa capacidade de pensar, em prol de uma matemática voltada para a
álgebra e suas fórmulas prontas e mirabolantes.
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1
SINGH, Simon. O Último Teorema de Fermat, 1999. p. 44.
2
SINGH, Simon. O Último Teorema de Fermat, 1999. p. 55.
3
SINGH, Simon. O Último Teorema de Fermat, 1999. p. 74.
4
OLIVEIRA, Antônio Marmo de, SILVA, Agostinho. Curso Ilustrado de Matemática Moderna,
1969. p. 467.
5
SINGH, Simon. O Último Teorema de Fermat, 1999. p. 106.
6
SINGH, Simon. O Último Teorema de Fermat, 1999. p. 107.
7
SINGH, Simon. O Último Teorema de Fermat, 1999. p. 111.
8
SINGH, Simon. O Último Teorema de Fermat, 1999. p. 130.
9
OLIVEIRA, Antônio Marmo de, SILVA, Agostinho. Curso Ilustrado de Matemática Moderna,
1969. p. 443.
10
OLIVEIRA, Antônio Marmo de, SILVA, Agostinho. Curso Ilustrado de Matemática Moderna,
1969. p. 444.
11
OLIVEIRA, Antônio Marmo de, SILVA, Agostinho. Curso Ilustrado de Matemática Moderna,
1969. p. 444.
12
OLIVEIRA, Antônio Marmo de, SILVA, Agostinho. Curso Ilustrado de Matemática Moderna,
1969. p. 467.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SINGH, Simon. O Último Teorema de Fermat. 6ª ed. Rio de Janeiro: Editora


Record, 1999.

OLIVEIRA, Antônio Marmo de, SILVA, Agostinho. Curso Ilustrado de


Matemática Moderna. 1ª ed. São Paulo: LISA, 1969.

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