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Caderno Administrativo

Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região

DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA DO TRABALHO


PODER JUDICIÁRIO REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Nº2926/2020 Data da disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020.

Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região


Rua Engenheiro Edgard Prado Arze, 191, Centro Político e
Nicanor Fávero Filho Administrativo, Cuiabá/MT
Desembargador-Presidente CEP: 78049935

Paulo Roberto Ramos Barrionuevo Telefone(s) : (65)3648-4100


Desembargador Vice-Presidente

SECRETARIA GERAL DA PRESIDÊNCIA


Portaria
Portaria SGP
PORTARIA TRT SGP GP N. 051/2020

Revoga a Portaria TRT SGP GP n. 047/2020, que designou membros da equipe


do “Projeto Rádio TRT FM”, no âmbito do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª
Região.

O EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR-PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 23ª REGIÃO, no uso de


suas atribuições legais e regimentais;
Considerando os termos da Portaria TRT SGP GP N. 047/2020, que designou membros para a equipe do “Projeto Rádio TRT FM”;
Considerando que o objeto da referida Portaria se confunde com a matéria tratada na Portaria TRT SGP GP n. 042/2020,
RESOLVE:
Revogar a Portaria TRT SGP GP n. 047/2020.
Publique-se e arquive-se.
Cuiabá-MT, 03 de março de 2020 (terça-feira).

Desembargador NICANOR FÁVERO FILHO


Presidente

PORTARIA TRT SGP GP N. 048/2020

Retifica a Portaria TRT SGP GP N. 045/2020 que designou membros para compor o Comitê
Orçamentário e da Política de Atenção ao Segundo Grau de Jurisdição.

O EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR-PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 23ª REGIÃO, no uso de


suas atribuições legais e regimentais,

Considerando a necessidade de adequar a Portaria TRT SGP GP 045/2020, que designou membros para compor o Comitê Orçamentário e da
Política de Atenção ao Segundo Grau de Jurisdição.

RESOLVE:
I - Retificar o item III da referida Portaria para cessar parcialmente os efeitos apenas do item I, primeira parte, da Portaria SGP GP 087/2019,
mantendo a designação do Desembargador TARCÍSIO RÉGIS VALENTE e do Juiz ANGELO HENRIQUE PERES CESTARI como membros do
Comitê Gestor Regional da Política de Atenção Prioritária e do Orçamento do Primeiro Grau de Jurisdição.
Dê-se ciência e publique-se.

Cuiabá-MT, 2 de março de 2020 (segunda-feira).

Desembargador NICANOR FÁVERO FILHO


Presidente

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 2
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

DIRETORIA GERAL
Portaria
Portaria DG
PORTARIA TRT/DG 368/2020
PROAD 9682/2017

PORTARIA TRT/DG – 368/2020

Designa Gestor e Fiscais do Contrato nº 05/2017.

A DIRETORA-GERAL DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 23ª REGIÃO, no uso de suas atribuições contidas no art. 135 do
Regulamento Geral do TRT da 23ª Região, e

Considerando a solicitação contida no PROAD 9682/2019, Documento n. 114,

RESOLVE

I - Designar os servidores, abaixo relacionados, para atuarem como Gestores,Fiscais e Substitutos do Contrato n. 05/2017, referente à
contratação de Prestação de Serviços de Gerenciamento de Manutenção de Frota - Empresa Link Card Administradora de Benefícios EIRELI-
EPP:

Gestor: PAULO ANTONIO PASCOTO BATISTA DE OLIVEIRA

Gestora Substituta: ALESSANDRA TIEMI MIYAKAWA PINHEIRO SCHULTS

Fiscal Técnico: LEANDRO HENRIQUE FREDERICO

Fiscal Técnico Substituto: JOHNNY DE ALENCAR TAVARES

II - Cessar os efeitos da Portaria TRT/DG-983/2019.

Publique-se.

Cuiabá-MT, 3 de março de 2020.

LÍVIA TIMM ROCHA

PORTARIA TRT/DG 10103/2020


PROAD 2254/2020

PORTARIA TRT/DG - 10103/2020

Pagamento de diárias e passagem aérea.

A DIRETORA-GERAL DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 23ª REGIÃO, no uso de suas atribuições contidas na Portaria TRT/DG -
0562/2012, e

Considerando o contido no "Sistema de Solicitação de Diárias", PROAD 2254/2020,

RESOLVE

Conceder o pagamento de 5 ½ (cinco e meia) diária(s) e Adicional de Deslocamento ao servidor nas seguintes condições:

a) Favorecido

Nome: ERCIO DE ARRUDA LINS

Cargo: TÉCNICO JUDICIÁRIO, ÁREA ADMINISTRATIVA, ESPECIALIDADE SEM ESPECIALIDADE

Função ou Cargo Comissionado: FC04

b) Dados da Viagem

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 3
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Destino: FOZ DE IGUAÇU/PR

Período: 15/03/2020 (domingo) a 20/03/2020 (sexta-feira)

Finalidade: PARTICIPAR DO 15º CONGRESSO DE PREGOEIROS

Tipo de Transporte: Avião

Categoria de Diária: TÉCNICO, AUXILIAR OU OCUPANTE DE FC

c) Justificativas

Viagem de véspera e/ou retorno dia posterior: O CURSO TERÁ INÍCIO NA MANHÃ DO DIA 16/03 - NÃO HÁ TEMPO HÁBIL PARA
DESLOCAMENTO

Diárias concedidas na sexta-feira ou final de semana: O CURSO TERÁ INÍCIO NA MANHÃ DO DIA 16/03 - NÃO HÁ TEMPO HÁBIL PARA
DESLOCAMENTO

Publique-se.

Cuiabá-MT, 03 de março de 2020.

LÍVIA TIMM ROCHA

PORTARIA TRT/DG 10102/2020


PROAD 337/2020

PORTARIA TRT/DG - 10102/2020

Pagamento de diárias.

A DIRETORA-GERAL DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 23ª REGIÃO, no uso de suas atribuições contidas na Portaria TRT/DG -
0562/2012, e

Considerando o contido no "Sistema de Solicitação de Diárias", PROAD 337/2020,

RESOLVE

Conceder o pagamento de 2 ½ (duas e meia) diária(s) ao servidor nas seguintes condições:

a) Favorecido

Nome: RAUL ROCHA DA PAIXÃO

Cargo: ANALISTA JUDICIÁRIO, ÁREA JUDICIÁRIA, ESPECIALIDADE OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL

b) Dados da Viagem

Destino: JUARA E NOVO HORIZONTE DO NORTE-MT

Período: 10/03/2020 (terça-feira) a 12/03/2020 (quinta-feira)

Finalidade: Cumprimento de mandado nas cidades Juara e Novo Horizonte do Norte-MT.

Deslocamento: Dentro do Estado

Tipo de Transporte: Veículo Oficial

Categoria de Diária: ANALISTA OU OCUPANTE DE CJ

c) Justificativas

Viagem de véspera e/ou retorno dia posterior: Cumprimento de mandado nas cidades Juara e Novo Horizonte do Norte-MT.

Publique-se.

Cuiabá-MT, 03 de março de 2020.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 4
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

LÍVIA TIMM ROCHA

PORTARIA TRT/DG 0367/2020


PROAD 5814/2018

PORTARIA TRT/DG – 0367/2020

Designa Gestor, Fiscais e respectivos Substitutos do Contrato nº 12/2018.

A DIRETORA-GERAL DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 23ª REGIÃO, no uso de suas atribuições contidas no art. 135 do
Regulamento Geral do TRT da 23ª Região, e

Considerando o contido no - PROAD 5814/2018, documento nº 37,

RESOLVE

I – Designar os servidores, abaixo relacionados, para atuarem como Gestores, Fiscais e Substitutos, respectivamente, do Contrato n. 12/2018,
referente à Prestação de Serviços de Lavagem de Veículos pertencentes à frota do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região, nos seguintes
termos:

Gestor: PAULO ANTONIO PASCOTO BATISTA DE OLIVEIRA

Gestora Substituta: ALESSANDRA TIEMI MIYAKAWA PINHEIRO SCHULTS

Fiscal Titular: JOHNNY DE ALENCAR TAVARES

Fiscal Substituto: LEANDRO HENRIQUE FREDERICO

II – Cessar os efeitos da PORTARIA TRT/DG – 0975/2019.

Publique-se.

Cuiabá-MT, 3 de março de 2020.

LÍVIA TIMM ROCHA

PORTARIA TRT/DG 10104/2020


PROAD 199/2020

PORTARIA TRT/DG - 10104/2020

Pagamento de diária.

A DIRETORA-GERAL DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 23ª REGIÃO, no uso de suas atribuições contidas na Portaria TRT/DG -
0562/2012, e

Considerando o contido no "Sistema de Solicitação de Diárias", PROAD 199/2020,

RESOLVE

Conceder o pagamento de meia diária e reembolso de combustível ao servidor nas seguintes condições:

a) Favorecido

Nome: DIEGO POLESE DE QUEIROZ

Cargo: TÉCNICO JUDICIÁRIO, ÁREA ADMINISTRATIVA, ESPECIALIDADE SEM ESPECIALIDADE

Função ou Cargo Comissionado: FC05

b) Dados da Viagem

Destino:

Itinerário: LUCAS DO RIO VERDE X CUIABÁ X LUCAS DO RIO VERDE

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 5
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Período: 06/03/2020 (sexta-feira) a 06/03/2020 (sexta-feira)

Finalidade: EXAME PERIÓDICO 2020. PROAD 1468/2020.

Deslocamento: Dentro do Estado

Tipo de Transporte: Veículo Próprio

Categoria de Diária: TÉCNICO, AUXILIAR OU OCUPANTE DE FC

c) Justificativas

Diárias concedidas na sexta-feira ou final de semana: Agendamento com a SQV para realização dos exames periódicos.

Publique-se.

Cuiabá-MT, 04 de março de 2020.

LÍVIA TIMM ROCHA

PORTARIA TRT/DG 0363/2020


PROAD 2193/2019

PORTARIA TRT/DG – 0363/2020

Designa Gestores e Fiscais do Contrato nº 04/2019.

A DIRETORA-GERAL DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 23ª REGIÃO, no uso de suas atribuições contidas no art. 135 do
Regulamento Geral do TRT da 23ª Região, e

Considerando o contido no PROAD – 2193/2019, documento n. 74,

RESOLVE

I – Designar os servidores, abaixo relacionados, para atuarem como Gestores, Fiscais e respectivos substitutos do Contrato 04/2019, referente à
prestação de Serviços continuados de condução de veículos com dedicação exclusiva de mão de obra, nos seguintes termos:

Gestor: PAULO ANTONIO PASCOTO BATISTA DE OLIVEIRA

Gestora Substituta: ALESSANDRA TIEMI MIYAKAWA PINHEIRO SCHULTS

Fiscal Titular: JOHNNY DE ALENCAR TAVARES

Fiscal Substituto: LEANDRO HENRIQUE FREDERICO

Fiscal Administrativo: LUIS EDUARDO MOURA SANTOS

Fiscal Administrativa Substituta: MANOELA CAVALCANTE LEMOS

II – Cessar os efeitos da PORTARIA TRT/DG – 1501/2019.

Publique-se.

Cuiabá-MT, 3 de março de 2020.

LÍVIA TIMM ROCHA

STP - SECRETARIA DO TRIBUNAL PLENO


Acórdão
Acórdão Administrativo
ACÓRDÃOS ADMINISTRATIVOS
PROAD N. 226/2020 (MA TRT SGP GP N. 002/2020)
ORIGEM : TRT 23ª REGIÃO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 6
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RELATOR : DESEMBARGADOR PAULO BARRIONUEVO


REQUERENTE : SHIRLEY APARECIDA DE BARROS
ASSUNTO : APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA POR TEMPO DE SERVIÇO

EMENTA
APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA. REQUISITOS CONSTITUCIONAIS SATISFEITOS. DEFERIMENTO. A Constituição Federal dispõe no seu art.
40 sobre a aposentadoria voluntária dos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cujos
termos foram preconizados pelas emendas constitucionais n. 41/2003 e 47/2005, que fixaram regras de transição, as quais devem ser observadas
de acordo com a situação jurídica do interessado ao tempo da publicação dos referidos diplomas. No caso, porque satisfeitos todos os requisitos
legais, impõe-se a concessão da aposentadoria voluntária à servidora Requerente, com paridade e integralidade de proventos, na forma do art. 40
da CRF e parágrafo único do art. 3º da EC n. 47/2005 c/c art. 7º da EC n. 41/2003.

RELATÓRIO

Trata-se de pedido de aposentadoria voluntária por tempo de serviço com proventos integrais e paridade total formulado por Shirley Aparecida de
Barros, servidora pública efetiva do quadro de pessoal permanente deste Regional Trabalhista, ocupante do cargo de Técnico Judiciário, Área
Apoio Especializado, Especialidade Enfermagem.

Consta dos autos o requerimento inicial com o objeto e amparo legal do pedido, no qual declara que não responde processo administrativo
disciplinar, que não recebe outros proventos de aposentadoria junto a qualquer órgão público ou regime previdenciário, e que não acumula cargos,
empregos ou funções públicas. É instruído com os seguintes documentos: a) requerimento com os dados pessoais; b) comprovante de endereço
domiciliar; c) carteira de identidade com número de CPF; d) declaração de não acumulação de cargo, emprego ou função pública, e de não
percepção de proventos de aposentadoria e/ou de benefício de pensão por morte estatutária proveniente da Administração Pública de qualquer
ente federativo; e) formulário de autorização de acesso, pelo TCU, aos dados de bens e rendas das Declarações de Ajuste Anual do Imposto de
Renda Pessoa Física; f) simulação de aposentadoria efetuada junto ao sítio eletrônico da Controladoria Geral da União; e g) declaração de
titularidade de conta poupança junto à CEF.

Verifica-se ainda: a) informação da Assessoria Jurídica da Presidência acerca da não existência de PAD ou Sindicância em desfavor da
interessada; b) Certidão de Tempo de Contribuição expedida pelo INSS; c) parecer da SGP para a averbação do tempo de contribuição constante
na certidão; d) Certidão de Tempo de Contribuição expedida pelo CUIABÁPREV; e) informação da Diretoria Geral acerca da não existência de
PAD ou Sindicância em desfavor da interessada; f) Mapa de Tempo de Contribuição referente à Certidão de Tempo de Contribuição n. 0450/2019,
expedida pela Secretaria de Gerenciamento Humano deste Regional.

Instada a se manifestar, a Secretária Jurídica emitiu parecer favorável ao pleito, assentando que a servidora Requerente faz jus à aposentadoria
voluntária com proventos integrais, consoante art. 3º da Emenda Constitucional n. 47/2005, e garantida a paridade dos proventos, nos termos do
parágrafo único do referido dispositivo c/c o art. 7º da EC n. 41/2003. Ao final, encaminhou os autos à Diretoria Geral para análise da revisão da
averbação do tempo de serviço/contribuição prestado ao Ministério da Educação e, em sendo o caso, sugeriu o envio dos autos à Secretaria de
Gerenciamento Humano.

Manifestação da Diretoria Geral reconhecendo o equívoco na averbação do tempo de serviço prestado pela servidora Requerida ao Ministério da
Educação, deferindo-lhe o direito à percepção de mais 1% (um por cento), a título de anuênios.

Certidão da Secretaria de Gerenciamento Humano informando o cumprimento da ordem acima.

Parecer favorável pela Secretaria de Auditoria e Controle Interno.

A Diretoria Geral acolheu os pareceres, manifestando-se favoravelmente ao pedido, e submeteu os autos à Presidência do Tribunal.

Os autos foram convertidos em matéria administrativa e remetidos à Vice-Presidência, na forma regimental.

FUNDAMENTAÇÃO

A Constituição Federal no seu artigo 40, § 1º, inciso III, trata da aposentadoria voluntária para os servidores titulares de cargos efetivos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos seguintes termos:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos
valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:

[...]

III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que
se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

[...]

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Com efeito, é facultado aos servidores titulares de cargos efetivos passarem à inatividade remunerada, sendo que para a percepção dos proventos
integrais são exigidos, regra geral, o tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo em que se dará a

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

aposentadoria, observadas, ainda, as condições de 60 anos de idade e 35 anos de contribuição, em se tratando de pessoa do sexo masculino, e
55 anos de idade e 30 anos de contribuição, se do sexo feminino.

Outrossim, as reformas previdenciárias implementadas pelas Emendas Constitucionais ns. 41, de 19 de dezembro de 2003, e 47, de 5 de julho de
2005, fixaram regras de transição, as quais são aplicadas de acordo com a situação jurídica experimentada pelo(a) servidor(a) ao tempo da
publicação dos referidos diplomas.

Nos termos do requerimento, a análise da situação funcional em epígrafe será realizada com base nas diretrizes preconizadas no art. 3º da EC n.
47/2005, destacado a seguir:

Art. 3º Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas estabelecidas pelo art. 40 da Constituição Federal ou pelas regras
estabelecidas pelos arts. 2º e 6º da Emenda Constitucional nº 41, de 2003, o servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até 16 de dezembro de 1998 poderá aposentar-se com proventos
integrais, desde que preencha, cumulativamente, as seguintes condições: (grifei)

I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;


II - vinte e cinco anos de efetivo exercício no serviço público, quinze anos de carreira e cinco anos no cargo em que se der a aposentadoria;
III - idade mínima resultante da redução, relativamente aos limites do art. 40, § 1º, inciso III, alínea a, da Constituição Federal, de um ano de idade
para cada ano de contribuição que exceder a condição prevista no inciso I do caput deste artigo.

Parágrafo único. Aplica-se ao valor dos proventos de aposentadorias concedidas com base neste artigo o disposto no art. 7º da Emenda
Constitucional nº 41, de 2003, observando-se igual critério de revisão às pensões derivadas dos proventos de servidores falecidos que tenham se
aposentado em conformidade com este artigo.

Extrai-se, ainda, da Emenda Constitucional n. 41/2003:

Art. 7º - Observado o disposto no art. 37, XI, da Constituição Federal, os proventos de aposentadoria dos servidores públicos titulares de cargo
efetivo e as pensões dos seus dependentes pagos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, em
fruição na data de publicação desta Emenda, bem como os proventos de aposentadoria dos servidores e as pensões dos dependentes abrangidos
pelo art. 3º desta Emenda, serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em
atividade, sendo também estendidos aos aposentados e pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos
servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria ou
que serviu de referência para a concessão da pensão, na forma da lei.
Temos assim que, para o enquadramento na regra de transição prevista no art. 3º da EC n. 47/2005, o(a) servidor(a) deve atender
cumulativamente aos seguintes requisitos: a) ter ingressado no serviço público até 16/12/1998 (data de publicação da EC n. 20/98); b) contar com
35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem, e 30 (trinta) anos, se mulher; c) ter completado 25 (vinte e cinco) anos de efetivo exercício no
serviço público, 15 (quinze) anos de carreira, e 5 (cinco) anos no cargo em que se der a aposentadoria; d) idade mínima resultante da redução,
relativamente aos limites do art. 40, § 1º, inciso III, alínea a, da Constituição Federal, de um ano de idade para cada ano de contribuição que
exceder a condição prevista no inciso I do caput do art. 3º da EC n. 47/2005.

Ademais, na forma prevista no parágrafo único do art. 3º da EC n. 47/2005 e art. 7º da EC 41/2003, uma vez atendidas as condições supra, o(a)
servidor(a) tem assegurado o direito não apenas à integralidade dos proventos de aposentadoria, mas também à paridade dos reajustes.

Em detida análise conjunta dos documentos expedidos pela Secretaria de Gerenciamento Humano com os pareceres das Secretarias Jurídica e
de Auditoria, verifica-se que a Requerente ingressou em cargo efetivo no serviço público em 06/05/1994 (antes de 16/12/1998); completou 55 anos
de idade em 11/10/2019; 30 anos de contribuição em 13/05/2019; 25 anos de efetivo exercício no serviço público em 20/03/2017; 15 anos de
carreira em 02/05/2009 e 5 anos no cargo em 05/05/1999; atendendo, assim, a todos os requisitos exigidos no art. 3º da EC n. 47/2005, em
11/10/2019.

Outrossim, acolhendo o parecer da Assessoria Jurídica, a Diretoria Geral reconheceu o equívoco na averbação do tempo de serviço prestado pela
servidora Requerente ao Ministério da Educação e, tendo em vista ser órgão público federal, deferiu-lhe o direito à percepção de mais 1% (um por
cento), a título de anuênios, com implantação a partir da folha de dezembro/2019, perfazendo assim, o total de 5% a títulos de GATS.

Logo, conclui-se que a servidora Requerente preenche todos os requisitos para a sua aposentadoria voluntária, fazendo jus à seguinte
composição de proventos:

a) Vencimento do cargo efetivo de Técnico Judiciário, Área Apoio Especializado, Especialidade Enfermagem, Classe “C”, padrão 13 (Art. 12 da Lei
Federal n. 11.416/06, anexo II, com a redação dada pela Lei Federal n. 13.317/2016);
b) Gratificação Judiciária - GAJ no percentual de 140% sobre o vencimento básico (Art. 13 da Lei Federal n. 11.416/06 com a redação dada pela
Lei Federal n. 13.317/2016);
c) Gratificação Adicional por Tempo de Serviço no percentual de 5% sobre o vencimento do cargo efetivo (Art. 67 da Lei n. 8.112/90, antes de sua
revogação pela MP n. 2.225-45/2001);

No mais, a Coordenadoria de Saúde e Qualidade de Vida deverá providenciar a realização de exame médico de afastamento definitivo da
servidora, dentro do prazo a que alude o art. 7º, § 4º, da Resolução CSJT n. 141/2014, juntando-o a estes autos para o devido registro.

À Requerente, por sua vez, incumbe apresentar declaração de variação patrimonial atualizada até a data anterior àquela em que se efetivarem os
efeitos civis de sua aposentação, que, nos termos do caput do art. 188 da Lei n. 8.112/90, vigorarão a partir da publicidade do respectivo ato.

Por fim, notifique-se o órgão emissor da Certidão de Tempo de Contribuição anexa, em cumprimento ao que dispõe a Portaria MPS n. 154, de 15
de maio de 2008, informando que o respectivo tempo certificado foi utilizado para efeito de concessão de aposentadoria à servidora.

De todo exposto, julgo procedente o pedido administrativo.

Cientifique-se à servidora e à Secretaria de Gerenciamento Humano.

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

CONCLUSÃO

Isso posto, voto pela concessão de aposentadoria voluntária à servidora Shirley Aparecida de Barros, com proventos integrais no cargo efetivo de
Técnico Judiciário, Área Apoio Especializado, Especialidade Enfermagem, Classe “C”, padrão “13”, com fundamento no artigo 3º da Emenda
Constitucional n. 47/2005, garantida a paridade de proventos, na forma do parágrafo único do art. 3º da EC n. 47/2005 c/c art. 7º da EC n.
41/2003, devendo compor os proventos de aposentadoria as seguintes parcelas: a) vencimento do cargo efetivo, classe “C”, padrão 13; b)
Gratificação Judiciária – GAJ no percentual de 140%; c) Gratificação Adicional por Tempo de Serviço na fração de 5% sobre o vencimento básico.
Determino à Coordenadoria de Saúde e Qualidade de Vida que providencie a realização do exame médico previsto no art. 7º, inciso V, § 4º da
Resolução CSJT n. 141/2014, e à Requerente que apresente declaração de variação patrimonial atualizada até a data anterior àquela em que se
efetivarem os efeitos civis de sua aposentação.
Notifique-se o órgão emissor da Certidão de Tempo de Contribuição anexa, em cumprimento ao que dispõe a Portaria MPS n. 154, de 15 de maio
de 2008, informando que o respectivo tempo certificado foi utilizado para efeito de concessão de aposentadoria à servidora.

Dê-se ciência à servidora e à Secretaria de Gerenciamento Humano.

ISSO POSTO:
O egrégio Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região reunido na 2ª Sessão Ordinária, realizada nesta data, DECIDIU, por
unanimidade: I - Conceder aposentadoria voluntária à servidora Shirley Aparecida de Barros, com proventos integrais no cargo efetivo de Técnico
Judiciário, Área Apoio Especializado, Especialidade Enfermagem, Classe “C”, padrão “13”, com fundamento no artigo 3º da Emenda Constitucional
n. 47/2005, garantida a paridade de proventos, na forma do parágrafo único do art. 3º da EC n. 47/2005 c/c art. 7º da EC n. 41/2003, devendo
compor os proventos de aposentadoria as seguintes parcelas: a) vencimento do cargo efetivo, classe “C”, padrão 13; b) Gratificação Judiciária –
GAJ no percentual de 140%; c) Gratificação Adicional por Tempo de Serviço na fração de 5% sobre o vencimento básico; II - Determinar à
Coordenadoria de Saúde e Qualidade de Vida que providencie a realização do exame médico previsto no art. 7º, inciso V, § 4º da Resolução CSJT
n. 141/2014, e à Requerente que apresente declaração de variação patrimonial atualizada até a data anterior àquela em que se efetivarem os
efeitos civis de sua aposentação; III – Determinar à Secretaria de Gerenciamento Humano que proceda à notificação do órgão emissor da Certidão
de Tempo de Contribuição anexa, em cumprimento ao que dispõe a Portaria MPS n. 154, de 15 de maio de 2008, informando que o respectivo
tempo certificado foi utilizado para efeito de concessão de aposentadoria à servidora; IV - Dê-se ciência à servidora e à Secretaria de
Gerenciamento Humano. Tudo nos termos do voto do Desembargador Relator, seguido pelos Desembargadores Nicanor Fávero, Roberto Benatar,
João Carlos, Tarcísio Valente, Beatriz Theodoro e Eliney Veloso.
Obs: Ausente, em gozo de férias regulamentares, o Excelentíssimo Senhor Desembargador Bruno Luiz Weiler Siqueira.
Cuiabá-MT, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020.

PAULO ROBERTO RAMOS BARRIONUEVO


Desembargador Vice-Presidente
Relator

MA TRT SGP GP N. 03/2020 - PROAD 717/2020


ORIGEM : TRT 23ª REGIÃO
RELATOR : DESEMBARGADOR PAULO BARRIONUEVO
REQUERENTE : LENIR CARMO DOS SANTOS
ASSUNTO : PENSÃO POR MORTE
EMENTA
PENSÃO POR MORTE. IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS LEGAIS. DEFERIMENTO PARA INCLUSÃO NA CONDIÇÃO DE
COBENEFICIÁRIA. Implementadas as condicionantes legais, determina-se a inclusão da companheira de ex-servidor falecido na condição de
cobeneficiária da pensão por morte instituída em favor do seu filho, cujo valor deverá ser distribuído em partes iguais entre os beneficiários
habilitados, nos termos do art. 218 da Lei n. 8.112/90, até que o filho complete 21 (vinte e um) anos, ocasião em que perderá a qualidade de
beneficiário, revertendo-se a respectiva cota à Requerente.

RELATÓRIO
Trata-se de requerimento administrativo formulado por Lenir Carmo dos Santos, por meio do qual objetiva a substituição do beneficiário habilitado
da pensão instituída em razão do falecimento do ex-servidor Jair Fernandes Júnior, argumentando a existência de união estável com o de cujus.
Os autos estão instruídos com cópias do comprovante de endereço da Requerente (pp. 5/6), documento de identidade e cartão com dados da
conta bancária da Requerente (pp. 7/8), registro de decretação de união estável (p. 9), certidão de nascimento da Requerente (p. 11), ato de
concessão da pensão por morte ao beneficiário Vitor Santos Fernandes (p. 13), processo administrativo para concessão da pensão por morte ao
beneficiário habilitado (pp. 21/88).
Parecer da Secretaria Jurídica, às pp. 90/94, opinando pelo indeferimento do requerimento de substituição do beneficiário habilitado, Sr. Vitor
Santos Fernandes, e pela habilitação da Requerente na condição de cobeneficiária da pensão instituída pela morte do ex-servidor Jair Fernandes
Junior.
O então Diretor Geral, acolhendo o parecer exarado, remeteu os autos à Desembargadora Presidente Eliney Bezerra Veloso, a qual exarou a
decisão de pp. 99/103.
Veio aos autos manifestação da atual Diretora Geral (pp. 108/109), sugerindo que a decisão monocrática fosse submetida à ratificação do Egrégio
Tribunal Pleno, ante o disposto no art. 33, V, ‘a’, do Regimento Interno deste Regional.
O Desembargador Presidente Nicanor Fávero Filho, acolhendo a sugestão proposta, determinou a conversão do feito em matéria administrativa e
sua remessa a este gabinete.
DECISÃO
Lenir Carmo dos Santos formulou requerimento administrativo de mudança de titularidade da pensão instituída em razão da morte do ex-servidor
Jair Fernandes Junior, argumentando a existência de união estável com o de cujus.
Aprecio.
No caso em apreço, verifica-se que a pensão pela morte do ex-servidor Jair Fernandes Junior já havia sido instituída, no ano de 2016, em favor do
seu filho Vitor Santos Fernandes, conforme ato de concessão juntado à p. 13.
A Requerente, por sua vez, busca sua habilitação como beneficiária exclusiva da pensão por morte instituída, com base na sentença proferida em
26.06.2019, pela 3ª Vara Especializada de Família e Sucessões da Comarca de Cuiabá-MT, nos autos do processo n. 15578-38.2015.811.0041,
que reconheceu a existência de união estável entre o casal Lenir Carmo dos Santos e Jair Fernandes Junior, no período de 1999 até a data do
falecimento do ex-servidor (10.03.2016), conforme registro de p. 9.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 9
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Pois bem.
A Lei n. 8.112/90 traça as diretrizes para a concessão da pensão por morte de servidor aos seus dependentes. Por oportuno, destaco os
dispositivos mais relevantes para o deslinde do presente caso, in verbis:
Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à pensão a partir da data de óbito, observado o limite
estabelecido no inciso XI do caput do art. 37 da Constituição Federal e no art. 2o da Lei no 10.887, de 18 de junho de 2004.
Art. 217. São beneficiários das pensões:
[...]
III - o companheiro ou companheira que comprove união estável como entidade familiar;
IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguintes requisitos:
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos;
[...]
§ 1o A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam os incisos I a IV do caput exclui os beneficiários referidos nos incisos V e VI.
[...]
Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, o seu valor será distribuído em partes iguais entre os beneficiários habilitados.
Art. 219. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data:
[...]
§ 1º A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro possível dependente e a habilitação posterior que
importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a partir da data da publicação da portaria de concessão da pensão ao
dependente habilitado.
[...]
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
[...]
IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo filho ou irmão;
[...]
VII - em relação aos beneficiários de que tratam os incisos I a III do caput do art. 217:
[...]
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do pensionista na data de óbito do servidor, depois de vertidas 18
(dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável:
[...]
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.
[...]
Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a respectiva cota reverterá para os cobeneficiários.
Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na mesma data e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos dos servidores,
aplicando-se o disposto no parágrafo único do art. 189.
Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa de pensão deixada por mais de um cônjuge ou companheiro ou
companheira e de mais de 2 (duas) pensões.

Na espécie, a Requerente comprovou a existência de união estável com o de cujus, fazendo jus, portanto, à pensão decorrente de morte do
servidor, sendo que a duração do benefício está vinculada diretamente ao tempo de contribuição, à duração da relação e à idade do pensionista à
época do óbito.
Quanto a esse aspecto, ficou demonstrado que o ex-servidor contava com mais de 16 (dezesseis) anos de serviço público federal, que eles viviam
em união estável há mais de 17 (dezessete) anos e que a Requerente possuía 50 (cinquenta) anos na data de óbito do seu companheiro.
Observo, ainda, que a Requerente declarou não figurar como beneficiária de outra pensão por morte, bem como não perceber outro rendimento
proveniente da Administração Pública Federal, Estadual ou Municipal, consoante documento de p. 97.
Desse modo, nos termos dos arts. 217, III e 222, VII, “b”, “6” da Lei n. 8112/90, a requerente Lenir Carmo dos Santos faz jus à pensão por morte
vitalícia.
Cabe salientar, contudo, que o reconhecimento do direito da Requerente à percepção da pensão não implica a substituição do beneficiário já
habilitado (filho menor de 21 anos), devendo o valor ser distribuído em partes iguais entre os respectivos titulares, a teor do disposto no art. 218 da
Lei n. 8.112/90.
Sendo assim, em conformidade com os dispositivos legais em questão e com o parecer elaborado pela Secretaria Jurídica, indefiro o pedido de
mudança de titularidade da pensão, uma vez que o filho beneficiário ainda não completou 21 (vinte e um) anos de idade, e determino a habilitação
da Requerente na qualidade de cobeneficiária da pensão instituída pela morte do ex-servidor Jair Fernandes Junior, a partir da data da publicação
de Portaria de concessão da pensão ao dependente habilitado, de acordo com o art. 219, § 1º, da Lei n. 8.112/90.
Por derradeiro, registro que o valor da pensão será distribuído na proporção de 50% (cinquenta por cento) a cada um dos beneficiários, situação
que perdurará até a data em que o filho complete a idade de 21 (vinte e um) anos, ocasião em que perderá a qualidade de beneficiário,
revertendo-se a respectiva cota à Requerente (cobeneficiária), à luz do art. 223 da Lei 8.112/90.
Nestes termos, acolhe-se parcialmente o requerimento formulado.
CONCLUSÃO
Isso posto, julgo parcialmente procedente o pedido formulado por Lenir Carmo dos Santos, para determinar a sua habilitação na qualidade de
cobeneficiária da pensão instituída pela morte do ex-servidor Jair Fernandes Junior, a partir da data da publicação de Portaria de concessão da
pensão ao dependente habilitado (art. 219, § 1º, da Lei n. 8.112/90), observando-se que o valor da pensão será distribuído na proporção de 50%
(cinquenta por cento) a cada um dos beneficiários, situação que perdurará até a data em que o filho complete a idade de 21 (vinte e um) anos,
ocasião em que perderá a qualidade de beneficiário, revertendo-se a respectiva cota à Requerente (art. 223 da Lei 8.112/90), nos termos da
fundamentação supra.
ISSO POSTO:
O egrégio Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região reunido na 2ª Sessão Ordinária, realizada nesta data, DECIDIU, por
unanimidade, julgar parcialmente procedente o pedido formulado por Lenir Carmo dos Santos, para determinar a sua habilitação na qualidade de
cobeneficiária da pensão instituída pela morte do ex-servidor Jair Fernandes Junior, a partir da data da publicação da portaria de concessão da
pensão ao dependente habilitado (art. 219, § 1º, da Lei n. 8.112/90), observando-se que o valor da pensão será distribuído na proporção de 50%
(cinquenta por cento) a cada um dos beneficiários, situação que perdurará até a data em que o filho complete a idade de 21 (vinte e um) anos,
ocasião em que perderá a qualidade de beneficiário, revertendo-se a respectiva cota à Requerente (art. 223 da Lei 8.112/90), tudo nos termos do
voto do Desembargador Relator, seguido pelos Desembargadores Nicanor Fávero, Roberto Benatar, João Carlos, Tarcísio Valente, Beatriz
Theodoro e Eliney Veloso.
Obs: Ausente, em gozo de férias regulamentares, o Excelentíssimo Senhor Desembargador Bruno Luiz Weiler Siqueira.
Cuiabá-MT, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020.

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

PAULO ROBERTO RAMOS BARRIONUEVO


Desembargador Vice-Presidente
Relator

PROAD N. 805/2020 (MA TRT SGP GP N. 004/2020)


ORIGEM : TRT 23ª REGIÃO
RELATOR : DESEMBARGADOR PAULO BARRIONUEVO
REQUERENTE : MARCIA DUARTE SEJOPOLES
ASSUNTO : APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA
EMENTA
APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA. REQUISITOS CONSTITUCIONAIS SATISFEITOS. DEFERIMENTO. A Constituição Federal dispõe no seu art.
40 sobre a aposentadoria voluntária dos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cujos
termos foram preconizados pelas emendas constitucionais n. 41/2003 e 47/2005, que fixaram regras de transição, as quais devem ser observadas
de acordo com a situação jurídica do interessado ao tempo da publicação dos referidos diplomas. No caso, porque satisfeitos todos os requisitos
estabelecidos no art. 2º da EC n. 41/2003, observando-se o percentual redutor de que trata o seu § 1º, impõe-se a concessão da aposentadoria
voluntária à servidora Requerente, com proventos proporcionais ao cargo efetivo.

RELATÓRIO

Trata-se de pedido de aposentadoria voluntária formulado por Márcia Duarte Sejópoles, servidora pública efetiva do quadro de pessoal
permanente deste Regional Trabalhista, ocupante do cargo de Analista Judiciário, Área Apoio Especializado, Especialidade Medicina.

Consta dos autos o requerimento inicial com objeto e amparo legal do pedido, no qual declara que não responde processo administrativo
disciplinar, que não recebe outros proventos de aposentadoria de qualquer órgão público ou regime previdenciário, e que não acumula cargos,
empregos ou funções públicas. Tal documento foi instruído com: a) requerimento com os dados pessoais e declaração de conta corrente de
titularidade individual para percepção dos proventos; b) comprovante de endereço domiciliar; c) CNH; d) CRM; d) declaração de não acumulação
de cargo, emprego ou função pública, e de não percepção de proventos de aposentadoria e/ou de benefício de pensão por morte estatutária
proveniente da Administração Pública de qualquer ente federativo; d) formulário de autorização de acesso, pelo TCU, aos dados de bens e rendas
das Declarações de Ajuste Anual do Imposto de Renda Pessoa Física; e) demonstrativo de rendimentos; f) Certidão de Tempo de Serviço; e g)
extrato previdenciário.

Nota-se pedido de gozo de todas as horas-crédito, folgas compensatórias e férias antes da concessão da aposentadoria. A Requerente junta,
também, cópia digitalizada de processo físico no qual foi deferida a averbação de tempo de serviço à Requerente.

Registro ainda a inserção dos seguintes documentos: a) simulação de aposentadoria; b) certidão da Seção de Avaliação de Desempenho; c)
Certidão de Tempo de Contribuição n. 0404/2019, expedida pela Secretaria de Gerenciamento Humano; d) Mapa de Tempo de Serviço; d)
Certidões TRT/SGH/SCINFF n. 514/2019 e n. 517/2019; e f) certidão negativa de PAD ou sindicância emitida pela Assessoria Jurídica da
Presidência.
Instada a se manifestar, a Secretária Jurídica emitiu parecer favorável ao pleito, assentando que a servidora Requerente faz jus à aposentadoria
voluntária, consoante art. 2º da Emenda Constitucional n. 41/2003, com proventos calculados pela média aritmética simples das 80% maiores
remunerações utilizadas como base para as contribuições previdenciárias da servidora, contados desde a competência julho de 1994, com
aplicação do redutor de 5% (cinco por cento) sobre o valor apurado da média das contribuições, em razão da idade, e reajuste na mesma data e
índice em que se der o reajuste dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, nos termos dos artigos 1º e 15 da Lei n. 10.887/2004.
Recomendou, contudo, que a publicação do ato de aposentadoria ocorra somente após a compensação das horas-crédito e das folgas
compensatórias.

Parecer favorável pela Secretaria de Auditoria e Controle Interno que ressaltou, todavia, a recomendação da Secretaria Jurídica. Entendeu por
bem, ainda, sugerir que “os autos sejam devidamente instruídos quanto a essas situações, de tal modo que não reste dúvida se o servidor possui
ou não férias e/ou folgas compensatórias (decorrentes de horas-crédito e/ou extraordinárias) a serem usufruídas, sendo que, na hipótese de haver
pendência desses direitos, instruir os autos com informação acerca da existência de dotação orçamentária para quitar eventuais indenizações.
Tais informações são indispensáveis para que o gestor público possa decidir em conformidade com os Princípios da Legalidade (em especial às
normas financeiras/orçamentárias), Economicidade e Eficiência.”

Tendo em vista as recomendações supra, a Diretoria Geral determinou a remessa dos autos à Coordenadoria de Saúde e Qualidade de Vida para
que procedesse à juntada do plano de compensação das horas-crédito e folgas compensatórias decorrentes da prestação de serviços à Justiça
Eleitoral registradas em favor da servidora interessada.

A CSQV respondeu ao requerimento informando o plano de compensação das referidas horas e compensações agendadas pela Requerente.

A Diretoria Geral acolheu os pareceres, manifestando-se favoravelmente ao pedido, salientando o cumprimento da recomendação relativa à
compensação das horas-crédito e folgas compensatórias, e submeteu os autos à Presidência do Tribunal.

Os autos foram convertidos em matéria administrativa e remetidos à Vice-Presidência, na forma regimental.

FUNDAMENTAÇÃO

A Constituição Federal no seu artigo 40, § 1º, inciso III, trata da aposentadoria voluntária para os servidores titulares de cargos efetivos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos seguintes termos:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos
servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 11
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:

[...]

III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que
se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

[...]

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Com efeito, é facultado aos servidores titulares de cargos efetivos passarem à inatividade remunerada, sendo que para a percepção dos proventos
integrais são exigidos, regra geral, o tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço público e 5 (cinco) anos no cargo em que se
dará a aposentadoria, observadas, ainda, as condições de 60 (sessenta) anos de idade e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, em se tratando
de pessoa do sexo masculino, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade e 30 (trinta) anos de contribuição, se do sexo feminino.

Outrossim, as reformas previdenciárias implementadas pelas Emendas Constitucionais ns. 41, de 19 de dezembro de 2003, e 47, de 5 de julho de
2005, fixaram regras de transição, as quais são aplicadas de acordo com a situação jurídica experimentada pelo(a) servidor(a) ao tempo da
publicação dos referidos diplomas.

Nos termos do requerimento, a análise da situação funcional em epígrafe será realizada com base nas diretrizes preconizadas no art. 2º da EC n.
41/2003, destacado a seguir:

Art. 2º Observado o disposto no art. 4º da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, é assegurado o direito de opção pela
aposentadoria voluntária com proventos calculados de acordo com o art. 40, §§ 3º e 17, da Constituição Federal, àquele que tenha ingressado
regularmente em cargo efetivo na Administração Pública direta, autárquica e fundacional, até a data de publicação daquela Emenda, quando o
servidor, cumulativamente:

I - tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade, se mulher;
II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria;
III - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:

a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e


b) um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, na data de publicação daquela Emenda, faltaria para atingir o
limite de tempo constante da alínea a deste inciso.

§ 1 º O servidor de que trata este artigo que cumprir as exigências para aposentadoria na forma do caput terá os seus proventos de inatividade
reduzidos para cada ano antecipado em relação aos limites de idade estabelecidos pelo art. 40, § 1º, III, a, e § 5º da Constituição Federal, na
seguinte proporção:

I - três inteiros e cinco décimos por cento, para aquele que completar as exigências para aposentadoria na forma do caput até 31 de dezembro de
2005;
II - cinco por cento, para aquele que completar as exigências para aposentadoria na forma do caput a partir de 1º de janeiro de 2006.

[...]

Temos assim que, para o enquadramento na regra de transição prevista no art. 2º da EC n. 41/2003 o(a) servidor(a) deve atender
cumulativamente aos seguintes requisitos: a) ter ingressado no serviço público até a data de publicação da EC n. 20/1998 (16/12/1998); b) tiver
com 53 (cinqüenta e três) anos de idade, se homem, e 48 (quarenta e oito) anos, se mulher; c) completar 5 (cinco) anos de efetivo exercício no
cargo em que se der a aposentadoria; d) contar com 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem, e 30 (trinta) anos, se mulher, e um
período adicional de contribuição equivalente a 20% (vinte por cento) do tempo que, na data de publicação daquela EC 20/1998, faltaria para
atingir o limite de tempo constante da alínea a do referido inciso.

Ademais, na forma prevista no §1º do dispositivo em epígrafe, uma vez atendidas as condições supra, o(a) servidor(a) terá os seus proventos de
inatividade reduzidos para cada ano antecipado em relação aos limites de idade estabelecidos pelo art. 40, § 1º, III, a, e § 5º da Constituição
Federal na seguinte proporção: I - três inteiros e cinco décimos por cento, para aquele que completar as exigências para aposentadoria na forma
do caput até 31 de dezembro de 2005; e II - cinco por cento, para aquele que completar as exigências para aposentadoria na forma do caput a
partir de 1º de janeiro de 2006.

Em detida análise conjunta dos documentos expedidos pela Secretaria de Gerenciamento Humano com os pareceres das Secretarias Jurídica e
de Auditoria, verifica-se que a servidora Requerente ingressou em cargo efetivo no serviço público em 28/03/1995; completou 48 (quarenta e oito)
anos de idade em 05/08/2013; 5 (cinco) anos no cargo em 25/03/2000; 30 (trinta) anos de contribuição em 26/03/2014; pedágio de 20% sobre o
tempo que, em 16/12/1998, faltava para atingir o tempo de contribuição necessário (30 anos), em 14/04/2017.

Assim, restam preenchidas todas as condições previstas no art. 2º da EC n. 41/2003 em 14/04/2017, observando-se, todavia, o percentual redutor
(§ 1º do mesmo dispositivo) em relação à idade mínima de 55 (cinquenta e cinco) anos prevista na alínea ‘a’, inciso III, § 1º, do art. 40 da Carta
Magna.

Logo, conclui-se que a servidora Requerente preenche todos os requisitos para a sua aposentadoria voluntária, fazendo jus aos proventos
calculados pela média aritmética simples das 80% maiores remunerações utilizadas como base para as contribuições previdenciárias da servidora,
contados desde a competência julho de 1994, com aplicação do redutor de 5% (cinco por cento) sobre o valor apurado da média das

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 12
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

contribuições, e reajuste na mesma data e índice em que se der o reajuste dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, nos termos dos
artigos 1º e 15 da Lei n. 10.887/2004.

No que tange às horas-crédito e folgas decorrentes de prestação de serviços à Justiça Eleitoral, determino que a compensação ocorra antes da
publicação do ato de concessão da aposentadoria, certificando-se nos autos. Na hipótese de restar pendência desses direitos, os autos devem ser
instruídos com informação acerca da existência de dotação orçamentária para quitar eventuais indenizações.

No mais, a Coordenadoria de Saúde e Qualidade de Vida deverá providenciar a realização de exame médico de afastamento definitivo da
servidora, dentro do prazo a que alude o art. 7º, § 4º, da Resolução CSJT n. 141/2014, juntando-o a estes autos para o devido registro.

A Requerente, por sua vez, incumbe apresentar declaração de variação patrimonial atualizada até a data anterior àquela em que se efetivarem os
efeitos civis de sua aposentação, que, nos termos do caput do art. 188 da Lei n. 8.112/90, vigorarão a partir da publicidade do respectivo ato.

Por fim, notifique-se o órgão emissor da Certidão de Tempo de Contribuição anexa, em cumprimento ao que dispõe a Portaria MPS n. 154, de 15
de maio de 2008, informando que o respectivo tempo certificado foi utilizado para efeito de concessão de aposentadoria à servidora.

De todo exposto, julgo procedente o pedido administrativo.

Cientifique-se à servidora e à Secretaria de Gerenciamento Humano.


CONCLUSÃO

Isso posto, voto pela concessão de aposentadoria voluntária à servidora Márcia Duarte Sejópoles, no cargo efetivo de Analista Judiciário, Área
Apoio Especializado, Especialidade Medicina, com fundamento no artigo 2º da Emenda Constitucional n. 41/2003, fazendo jus aos proventos
calculados pela média aritmética simples das 80% maiores remunerações utilizadas como base para as contribuições previdenciárias da servidora,
contados desde a competência julho de 1994, com aplicação do redutor de 5% (cinco por cento) sobre o valor apurado da média das
contribuições, e reajuste na mesma data e índice em que se der o reajuste dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, nos termos dos
artigos 1º e 15 da Lei n. 10.887/2004.

Estabeleço que a compensação das horas-crédito e folgas compensatórias ocorra antes da publicação do ato de concessão da aposentadoria,
certificando-se nos autos.

Determino à Coordenadoria de Saúde e Qualidade de Vida que providencie a realização do exame médico previsto no art. 7º, inciso V, § 4º da
Resolução CSJT n. 141/2014, e à Requerente que apresente declaração de variação patrimonial atualizada até a data anterior àquela em que se
efetivarem os efeitos civis de sua aposentação.

Notifique-se o órgão emissor da Certidão de Tempo de Contribuição anexa, em cumprimento ao que dispõe a Portaria MPS n. 154, de 15 de maio
de 2008, informando que o respectivo tempo certificado foi utilizado para efeito de concessão de aposentadoria à servidora.

Dê-se ciência à servidora e à Secretaria de Gerenciamento Humano.

ISSO POSTO:
O egrégio Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região reunido na 2ª Sessão Ordinária, realizada nesta data, DECIDIU, por
unanimidade: I - Conceder aposentadoria voluntária à servidora Márcia Duarte Sejópoles, no cargo efetivo de Analista Judiciário, Área Apoio
Especializado, Especialidade Medicina, com fundamento no artigo 2º da Emenda Constitucional n. 41/2003, fazendo jus aos proventos calculados
pela média aritmética simples das 80% maiores remunerações utilizadas como base para as contribuições previdenciárias da servidora, contados
desde a competência julho de 1994, com aplicação do redutor de 5% (cinco por cento) sobre o valor apurado da média das contribuições, e
reajuste na mesma data e índice em que se der o reajuste dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, nos termos dos artigos 1º e 15
da Lei n. 10.887/2004; II - Estabelecer que a compensação das horas-crédito e folgas compensatórias ocorra antes da publicação do ato de
concessão da aposentadoria, certificando-se nos autos; III - Determinar à Coordenadoria de Saúde e Qualidade de Vida que providencie a
realização do exame médico previsto no art. 7º, inciso V, § 4º da Resolução CSJT n. 141/2014, e à Requerente que apresente declaração de
variação patrimonial atualizada até a data anterior àquela em que se efetivarem os efeitos civis de sua aposentação; IV - Determinar à Secretaria
de Gerenciamento Humano que proceda à notificação do órgão emissor da Certidão de Tempo de Contribuição anexa, em cumprimento ao que
dispõe a Portaria MPS n. 154, de 15 de maio de 2008, informando que o respectivo tempo certificado foi utilizado para efeito de concessão de
aposentadoria à servidora; V - Dê-se ciência à servidora e à Secretaria de Gerenciamento Humano. Tudo nos termos do voto do Desembargador
Relator, seguido pelos Desembargadores Nicanor Fávero, Roberto Benatar, João Carlos, Tarcísio Valente, Beatriz Theodoro e Eliney Veloso.
Obs: Ausente, em gozo de férias regulamentares, o Excelentíssimo Senhor Desembargador Bruno Luiz Weiler Siqueira.
Cuiabá-MT, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020.

PAULO ROBERTO RAMOS BARRIONUEVO


Desembargador Vice-Presidente
Relator

PROAD N. 3771/2019 (MA TRT SGP GP N. 011/2019)


ORIGEM : TRT 23ª REGIÃO
RELATOR : DESEMBARGADOR PAULO BARRIONUEVO
REQUERENTE : HENRIQUE RIBEIRO DE ALMEIDA
ADVOGADO : ALEXANDRE FÉLIX GONÇALVES – OAB-MT 20.567
ASSUNTO : APOSENTADORIA ESPECIAL PELO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE INSALUBRE
EMENTA
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. VÍCIOS NO JULGADO. SANEAMENTO DA OMISSÃO. Detectado manifesto vício da omissão, impõe-se acolher
os embargos declaratórios opostos para, atingindo sua finalidade precípua, sanar a omissão e enfrentar a matéria afeta, sem conferir, contudo,
efeitos modificativos ao julgado combatido.

RELATÓRIO

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147956


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 13
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo servidor Henrique Ribeiro de Almeida, no qual sustenta a ocorrência dos vícios de contradição e
omissão no acórdão combatido, visando ainda os efeitos infringentes ao julgado.

ADMISSIBILIDADE

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço dos embargos declaratórios.

FUNDAMENTAÇÃO

O Requerente opõe embargos de declaração nos quais aduz existir contradição e omissão no acórdão vergastado. Consubstancia a hipótese de
contradição no fato de que consta nos fundamentos o entendimento de que o laudo pericial abrangeu o período de 02/02/1993 a 05/03/1997,
enquanto na conclusão se consignou que lhe faltava comprovação de atividade insalubre de 29/04/1995 a 05/03/1997. No que tange à omissão,
ressalta a necessidade de se esclarecer a quem pertence o encargo probatório do labor em condições insalubres. Outrossim, requer seja conferido
efeitos infringentes aos declaratórios, privilegiando-se a economia processual, porquanto preencheu o requisito temporal (25 anos) para a
concessão da aposentadora especial.

Pois bem.

Em relação à alegada contradição, não se verifica a mácula ventilada, visto estar claro no corpo do julgado que as razões de decidir tiveram
fundamento no fato de que, em que pese o laudo pericial, de 22/04/1996, abranger o período contratual de 02/02/1993 a 05/03/1997, antes de
29/04/1995 o enquadramento da atividade como especial dependia tão somente do desempenho de atividades sujeitas à exposição a agentes
nocivos, todavia, a partir de 29/04/1995 - até 05/03/1997 - passou a ser exigida a comprovação de que o labor nessas condições deveria ser
permanentemente, não ocasional e nem intermitente, o que não se detecta do laudo, tampouco de qualquer outro documento colacionado aos
autos.

Esclareceu-se, ainda, na fundamentação, que a exposição ao benzeno foi incluída entre as operações a serem consideradas para o
enquadramento do tempo de serviço como especial somente pelo Decreto n. 2.172, de 5 de março de 1997, razão pela qual se concluiu que não
restou comprovada as atividades sob condições especiais de 29/04/1995 até a data de 05/03/1997.

Lado outro, no que tange à omissão, verifica-se na peça do Recurso Administrativo que o servidor, por certo, questionou a quem competia o
encargo probatório do labor em ambiente insalubre, destaco:

“Para além de outras manifestações, o Recorrente sublinha estas duas passagens por entender que a fundamentação traçada pela Secretaria
Jurídica disse menos do que deveria, isto é, laborou com extremo desapego a legislação aplicável à espécie, isto porque não disse a quem
competiria o ônus da prova pelo período não comprovado – se é do servidor ou da Administração, como também, não tentou colher documentos
outros que poderia satisfazer a pretensão, para não ficar apenas no quesito testemunhal.” (fl. 156, grifo nosso)

Ocorre que, de fato, a matéria – ônus da prova – não foi debatida no acórdão embargado, extraindo-se da fundamentação que a conclusão se
alicerçou no fato de que a perícia médica entendeu que a atividade desempenhada pelo Requerente se enquadra como especial somente a partir
de 06/03/1997, ao passo que para período anterior, a perita não detectou documentação relativa às condições de labor, reputando, assim, não
comprovada a exposição do servidor a ambiente insalubre.

Assim, passo a sanar o vício da omissão e esclareço que, in casu, afigura-se impositiva a aplicação da Lei n. 8.213/91 – por força da Súmula
Vinculante n. 33 do STF –, cujo art. 57 prevê que a aposentadoria especial é devida ao segurado do INSS que, durante 15, 20 ou 25 anos, tiver
trabalhado sob condições especiais que lhe eram prejudiciais à saúde ou à integridade física, de forma permanente, não ocasional nem
intermitente e, ainda, os seus §§ 3º e 4º, que exigem do segurado que comprove, além do tempo de trabalho, as mencionadas condições especiais
danosas à saúde. Destaco:

§ 3º A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social–INSS, do
tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante
o período mínimo fixado.

§ 4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de
agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício. (grifos acrescidos)

Constata-se, pois, inequivocamente, que compete ao segurado proceder às medidas exigidas em lei.

Oportuno ressaltar que o Ministério da Previdência Social, na Instrução Normativa n. 01/2010, estabeleceu instruções para o reconhecimento do
direito à aposentadoria dos servidores públicos, cuja norma é aplicável nesta Especializada por força do art. 9º da Lei n. 9.717/98, que dispõe
sobre regras gerais para a organização e o funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal e dá outras providências.

Outrossim, em que pese a obrigação de providenciar a documentação exigida pela suprarreferida IN de 2010 seja do órgão público, há de ser
reconhecido que na década de 90 (época em debate) a Lei n. 8.213/91 não se aplicava ao setor, o que não implica reconhecer obstáculos para
que o segurado busque o que entender de direito no âmbito judicial, dado que, administrativamente, o Tribunal deve obedecer aos estritos ditames
das normas de regência.

Dito isso, ressalto a necessidade de análise do preenchimento de todos os requisitos legais para a concessão de aposentadoria especial ao
Recorrente, razão pela qual não se há falar em modificação do julgado por fato novo (preenchimento do lapso temporal).

Ante todo exposto, voto pelo acolhimento em parte dos embargos de declaração opostos pelo servidor Henrique Ribeiro de Almeida para sanar o
vício da omissão, sem conferir, contudo, efeitos infringentes ao acórdão combatido.

CONCLUSÃO

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147956


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 14
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Isso posto, acolho os embargos de declaração opostos para sanar o vício da omissão, sem conferir, contudo, efeitos infringentes ao acórdão
combatido, nos termos da fundamentação supra.

ISSO POSTO:
O egrégio Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região reunido na 2ª Sessão Ordinária, realizada nesta data, DECIDIU, por
unanimidade, conhecer dos embargos de declaração opostos e, no mérito, acolhê-los para sanar o vício da omissão, sem conferir, contudo, efeitos
infringentes ao acórdão combatido, nos termos do voto do Desembargador Relator, seguido pelos Desembargadores Nicanor Fávero, Roberto
Benatar, João Carlos, Tarcísio Valente, Beatriz Theodoro e Eliney Veloso.
Obs: Ausente, em gozo de férias regulamentares, o Excelentíssimo Senhor Desembargador Bruno Luiz Weiler Siqueira.
Cuiabá-MT, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020.

PAULO ROBERTO RAMOS BARRIONUEVO


Desembargador Vice-Presidente
Relator

PROAD N. 5936/2019 (ED)


ORIGEM : TRT 23ª REGIÃO
RELATOR : DESEMBARGADOR PAULO BARRIONUEVO
EMBARGANTE : JERONIMO VICENTE FARIAS
EMBARGADO : Ac. TP PROAD N. 5936/2019

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO VERIFICADA. Os embargos de declaração são cabíveis para sanar omissão, afastar contradição,
aclarar obscuridade e corrigir erro material porventura detectados na decisão embargada. No caso concreto, acolhem-se parcialmente os
embargos de declaração opostos para sanar omissão, sem, contudo, imprimir efeito modificativo ao julgado.
RELATÓRIO
O Requerente opôs embargos de declaração alegando a existência de omissão no acórdão objurgado.

ADMISSIBILIDADE
Presentes os pressupostos processuais de admissibilidade, conheço dos embargos de declaração opostos.

MÉRITO

O Embargante sustenta a existência de omissão quanto aos seguintes pontos: a) cálculo do mínimo da força de trabalho de servidores efetivos na
área de TIC, de acordo com o previsto no art. 13 da Resolução n. 211/2015 do CNJ; b) lotação paradigma das unidades semelhantes, conforme
disposto no art. 7º da Resolução n. 219/2016 do CNJ; c) se no presente caso a situação é plenamente constituída; d) se a circunstância fática do
presente processo é adotada por práticas administrativas reiteradas; e e) se as aptidões e interesses profissionais dos servidores afetados pela
decisão recorrida foram levados em consideração.

Pois bem.

Primeiramente, convém destacar que decisão omissa é aquela mediante a qual o órgão julgador não se pronuncia sobre tema acerca do qual
deveria ter se manifestado, em razão de tese apresentada pela parte.
Na espécie, não se há falar em omissão quanto ao ponto elencado no item ‘b’ supra, tendo em vista que não houve qualquer alegação no recurso
administrativo interposto acerca da necessidade de observância da lotação paradigma de cada unidade.

Com relação às omissões suscitadas nos itens ‘c’, ‘d’, e ‘e’, observo que o acórdão se manifestou expressamente sobre tais pontos, consignando
que o Embargante não possui direito adquirido à manutenção de um pretenso desvio funcional.

Senão vejamos:

“Registra, ainda, por oportuno, que não possui o requerente direito adquirido à perpetuação de um pretenso desvio funcional. Veja-se, para efeito
meramente ilustrativo, o seguinte julgado deste Tribunal:

RECURSO ADMINISTRATIVO. DETERMINAÇÃO PARA QUE SERVIDOR OCUPANTE DO CARGO TÉCNICO ADMINISTRATIVO,
ESPECIALIDADE EM SEGURANÇA, EXERÇA EXCLUSIVAMENTE FUNÇÕES INERENTES A TAL CARGO. LEGALIDADE. Encontra-se em
conformidade com a Política Nacional de Segurança do Poder Judiciário, bem como com a conveniência e oportunidade administrativas, o ato da
Presidente que determina que servidor ocupante do cargo técnico administrativo, especialidade em segurança, na Coordenadoria de Segurança
Institucional execute exclusivamente as funções inerentes ao aludido cargo. (Proad 2272/2019, julgado em 29/4/2019)
Também não verifico ausência de proporcionalidade, pois o fim colimado pela medida, qual seja, reconstituir o quadro de pessoal responsável pelo
setor de informática, tem importância estratégica para o bom desenvolvimento do serviço, bem como sua qualidade, mormente em vista do
processo judicial eletrônico, que merece atenção equivalente à prestação jurisdicional, até porque esta depende daquele.” (p. 82)
Por sua vez, no que toca à alegação de omissão quanto à realização do cálculo do mínimo da força de trabalho necessário para a área de TIC,
verifico que, de fato, houve omissão nesse ponto, que passo a sanar.
Com efeito, no Anexo Único da Portaria TRT SGP GP n. 145/2019, que aprovou a revisão do Plano Diretor da Tecnologia da Informação e
Comunicação (PDTIC) para o período de 2018 a 2019, consta análise quantitativa da força de trabalho de TIC, evidenciando que atualmente este
Tribunal possui um déficit de 14 servidores do quadro permanente de TIC lotados na respectiva área.
Nessa esteira, verifica-se que, além de já ter sido realizado o cálculo apontado na peça recursal, o resultado corrobora a necessidade de remoção
dos servidores com especialidade em TI à Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação, como é o caso do Requerente que ocupa o
cargo de analista judiciário, apoio especializado em tecnologia da informação.
Dessa feita, acolho parcialmente os embargos de declaração opostos para sanar omissão, sem, contudo, imprimir efeito modificativo ao julgado.

CONCLUSÃO

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147956


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 15
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Diante do exposto, conheço dos embargos de declaração opostos e, no mérito, acolho parcialmente os embargos de declaração opostos para
sanar omissão, sem, contudo, imprimir efeito modificativo ao julgado, nos termos da fundamentação supra.

ISSO POSTO:
O egrégio Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região reunido na 2ª Sessão Ordinária, realizada nesta data, DECIDIU, por
unanimidade, conhecer dos embargos de declaração opostos e, no mérito, acolhê-los parcialmente para sanar omissão, nos termos do voto do
Desembargador Relator, seguido pelos Desembargadores Nicanor Fávero, Roberto Benatar, João Carlos, Tarcísio Valente e Beatriz Theodoro.
Obs: A Excelentíssima Senhora Desembargadora Eliney Bezerra Veloso, autora da decisão impugnada, se declarou impedida para participar
deste julgamento. Ausente, em gozo de férias regulamentares, o Excelentíssimo Senhor Desembargador Bruno Luiz Weiler Siqueira.

Cuiabá-MT, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020.

PAULO ROBERTO RAMOS BARRIONUEVO


Desembargador Vice-Presidente
Relator

PROAD N. 6641/2019 (ED)


ORIGEM : TRT 23ª REGIÃO
RELATOR : DESEMBARGADOR PAULO BARRIONUEVO
EMBARGANTE : ELISIO OLIVER DE MIRANDA
EMBARGADO : Ac. TP PROAD N. 6641/2019

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ATRIBUIÇÃO DE EFEITO MODIFICATIVO AO JULGADO. MOTIVO DE CONVENIÊNCIA E INTERESSE DA


PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO. Os embargos de declaração são cabíveis para sanar omissão, afastar contradição, aclarar obscuridade e corrigir
erro material porventura detectados na decisão embargada. No caso concreto, em que pese não tenha sido verificado nenhum dos vícios alegados
pelo Embargante, considerando as particularidades do caso concreto, constata-se que a manutenção do servidor no setor de Contadoria se revela
mais vantajosa para a Administração. Assim, por motivo de conveniência, atribui-se, de ofício, efeito modificativo ao julgado, para dar provimento
ao recurso administrativo interposto.
RELATÓRIO
O Recorrente opôs embargos de declaração alegando a existência de omissão no acórdão objurgado.
O julgamento foi convertido em diligência, para obtenção de informações relacionadas ao cargo exercido pelo servidor, conforme despacho de pp.
78/79.
Em atenção ao referido despacho, a SGH e a STIC apresentaram manifestações às pp. 80/87.
ADMISSIBILIDADE
Presentes os pressupostos processuais de admissibilidade, conheço dos embargos de declaração opostos.
MÉRITO
O Embargante sustenta a existência de omissão quanto aos seguintes pontos: a) cálculo do mínimo da força de trabalho de servidores efetivos na
área de TIC, de acordo com o previsto no art. 13 da Resolução n. 211/2015 do CNJ; b) lotação paradigma das unidades semelhantes, conforme
disposto no art. 7º da Resolução n. 219/2016 do CNJ; c) se no presente caso a situação é plenamente constituída; d) se a circunstância fática do
presente processo é adotada por práticas administrativas reiteradas; e e) se as aptidões e interesses profissionais dos servidores afetados pela
decisão recorrida foram levados em consideração.

Pois bem.

Primeiramente, convém destacar que decisão omissa é aquela mediante a qual o órgão julgador não se pronuncia sobre tema acerca do qual
deveria ter se manifestado, em razão de tese apresentada pela parte.
Na espécie, não se há falar em omissão quanto aos pontos elencados nos itens ‘a’ e ‘b’ supra, tendo em vista que não houve qualquer alegação
no recurso administrativo interposto acerca do cálculo do mínimo de força de trabalho na área de TIC ou da necessidade de observância da
lotação paradigma de cada unidade.

Com relação às omissões suscitadas nos itens ‘c’, ‘d’, e ‘e’, observo que o acórdão se manifestou expressamente sobre esses pontos,
consignando que o Embargante não possui direito adquirido à manutenção de um pretenso desvio funcional. Senão vejamos:

“Registra, ainda, por oportuno, que não possui o requerente direito adquirido à perpetuação de um pretenso desvio funcional. Veja-se, para efeito
meramente ilustrativo, o seguinte julgado deste Tribunal:

RECURSO ADMINISTRATIVO. DETERMINAÇÃO PARA QUE SERVIDOR OCUPANTE DO CARGO TÉCNICO ADMINISTRATIVO,
ESPECIALIDADE EM SEGURANÇA, EXERÇA EXCLUSIVAMENTE FUNÇÕES INERENTES A TAL CARGO. LEGALIDADE. Encontra-se em
conformidade com a Política Nacional de Segurança do Poder Judiciário, bem como com a conveniência e oportunidade administrativas, o ato da
Presidente que determina que servidor ocupante do cargo técnico administrativo, especialidade em segurança, na Coordenadoria de Segurança
Institucional execute exclusivamente as funções inerentes ao aludido cargo. (Proad 2272/2019, julgado em 29/4/2019)

Também não verifico ausência de proporcionalidade, pois o fim colimado pela medida, qual seja, reconstituir o quadro de pessoal responsável pelo
setor de informática, tem importância estratégica para o bom desenvolvimento do serviço, bem como sua qualidade, mormente em vista do
processo judicial eletrônico, que merece atenção equivalente à prestação jurisdicional, até porque esta depende daquele.” (p. 51)

Nessa esteira, verifica-se que não houve qualquer omissão na decisão atacada.

No entanto, por motivo de conveniência e com vistas a priorizar o interesse da própria Administração, entendo que deve ser atribuído, de ofício,
efeito modificativo ao julgado, pelas razões a seguir expostas.

De fato, no período de 25.02.2019 a 01.03.2019, foi realizada auditoria na área de Tecnologia da Informação deste Tribunal, em cumprimento ao

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 16
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Plano Anual de Fiscalização do CSJT, tendo sido encontradas nove inconformidades, entre elas falhas no quadro de pessoal de TI.

A Coordenadoria de Controle e Auditoria (CCAUD) verificou que o quadro efetivo de TIC conta com 54 cargos, contudo, aproximadamente 20%
dos servidores ocupantes de cargos com especialidade em Tecnologia da Informação se encontravam fora da Secretaria de TI ou de unidades que
prestam serviços de TIC.

Diante das falhas detectadas, este TRT determinou a remoção, de ofício, de todos os servidores com especialidade em tecnologia da informação
para a Secretaria de TI, inclusive o ora Embargante.

De tal modo, infere-se que o ato administrativo impugnado foi editado com o objetivo de recompor o quadro de servidores na unidade de
Tecnologia da Informação, assegurando o número adequado de pessoal para o exercício das atividades afetas a essa área. Assim, não se
vislumbra qualquer ilegalidade na remoção de ofício efetivada em relação aos servidores em questão.

Ocorre que, no presente caso, não se pode perder de vista que o Embargante informou, em sua peça recursal, que tomou posse neste Tribunal no
ano de 1993, época em que as atividades do setor de TI eram menos complexas das atualmente desenvolvidas, bem como que desde 30.03.2000
vem desempenhando atividades relacionadas à área de cálculos trabalhistas.

Em face de tais assertivas, este Relator determinou a intimação da SGH e da STIC para que prestasse informações atinentes ao cargo exercido
pelo servidor, a fim de melhor subsidiar esta decisão.

A Secretaria de Gerenciamento Humano - SGH, por meio da manifestação de p. 80, confirmou que o Embargante tomou posse no Tribunal em
1993, no cargo de Programador, Nível Intermediário, Classe C, Padrão VI, o qual não mais compõe o Quadro de Cargos deste Regional.

As atribuições do aludido cargo, conforme Termo de Compromisso (p. 81), eram as seguintes:

"1. Atividades de execução qualificada de conversão de planos de trabalho em fluxogramas e comando de instruções para operação de
computadores.
2. Além de outras atribuições que a Administração entender necessárias, atinentes à Categoria Funcional."
Observa-se, pois, que, além de o cargo de Programador não integrar mais o Quadro de Cargos deste TRT, as atividades inerentes a essa função
não mais se coadunam com a atual realidade do setor de Tecnologia da Informação.
Além disso, a Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicações - STIC, em sua manifestação de pp. 83/87, apontou que o Embargante
desde 15.08.1999 não atua na área de TI, estando, portanto, há mais de duas décadas sem contato com as atividades desempenhadas naquela
unidade.

Acrescentou que, durante esse período, conforme dados extraídos do SIGEP, a administração investiu na capacitação do servidor para atuar no
setor de Contadoria deste Regional, com a realização de diversos cursos de cálculos de liquidação e de Excel aplicado à área em questão.

A STIC ainda realizou entrevista com o servidor Elisio, o qual informou que a última vez que atuou na área de Tecnologia da Informação foi no ano
de 1999, na área de desenvolvimento de sistema, com as linguagens de programação COBOL e Natural.

O servidor também disse que atualmente está tecnicamente defasado, acreditando que para se readaptar à área de TI demandaria muito tempo,
ressaltando que já possui tempo de serviço para se aposentar.

Por fim, destacou que, nos últimos 20 anos, aplicou todos os seus esforços na área de cálculos trabalhistas e que, na função de calculista, vem
superando as metas de produção de tarefas controladas pelo sistema do CCALC.

Diante da trajetória do Embargante neste Tribunal, a STIC apresentou as seguintes conclusões:

“1) As linguagens de programação de conhecimento do servidor não são utilizadas por esta Secretaria, tampouco pela Justiça do Trabalho;
2) A área de tecnologia da informação é extremamente dinâmica, novas tecnologias surgem a todo momento, exigindo constante capacitação dos
servidores;
3) O servidor está a mais de duas décadas sem atuar na área de tecnologia da informação, e já possui tempo de serviço suficiente para solicitar
aposentadoria;
4) Nessas últimas duas décadas, o servidor se capacitou na área de cálculos trabalhistas.

Diante do exposto, estimo que o tempo para readaptação do servidor no quadro desta Secretaria será de aproximadamente 9 a 18 meses, período
este em que necessitará de acompanhamento direto de outro servidor treinado, fato que impactará diretamente na dinâmica desta Secretaria, além
de exigir investimentos extras em capacitação.” (p. 86)

Nessa esteira, não obstante a legalidade do ato administrativo que determinou a remoção de ofício do servidor para a unidade de TI, entendo que
a sua manutenção no setor de Contadoria se revela mais vantajosa para a Administração.

Como explicitado linhas acima, o Embargante, nos últimos 20 anos, vem atuando na área de cálculos trabalhistas, realizando diversos cursos de
capacitação e cumprindo a contento as suas tarefas naquele setor.

Por sua vez, os parcos conhecimentos que possui na área de tecnologia da informação encontram-se defasados, não sendo mais utilizados pela
STIC deste Regional, de modo que seria necessário um considerável tempo de readaptação do Recorrente, com acompanhamento direto de outro
servidor, impactando diretamente na dinâmica da Secretaria.

Dessa feita, considerando as particularidades do caso concreto e os interesses da própria Administração, atribuo, de ofício, efeito modificativo ao
julgado, com amparo no art. 64, caput, da Lei n. 9.784/1999, para dar provimento ao recurso administrativo interposto.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, conheço dos embargos de declaração opostos e, no mérito, atribuo, de ofício, efeito modificativo ao julgado, para dar

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 17
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

provimento ao recurso ordinário do Recorrente, determinando a sua manutenção na Secretaria de Contadoria, nos termos da fundamentação
supra.
ISSO POSTO:
O egrégio Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região reunido na 2ª Sessão Ordinária, realizada nesta data, DECIDIU, por
unanimidade, conhecer dos embargos de declaração opostos e, no mérito, atribuir, de ofício, efeito modificativo ao julgado, para dar provimento ao
recurso ordinário do Recorrente, determinando a sua manutenção na Secretaria de Contadoria, nos termos do voto do Desembargador Relator,
seguido pelos Desembargadores Nicanor Fávero, Roberto Benatar, João Carlos, Tarcísio Valente e Beatriz Theodoro.
Obs: A Excelentíssima Senhora Desembargadora Eliney Bezerra Veloso, autora da decisão impugnada, se declarou impedida para participar
deste julgamento. Ausente, em gozo de férias regulamentares, o Excelentíssimo Senhor Desembargador Bruno Luiz Weiler Siqueira.
Cuiabá-MT, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020.

PAULO ROBERTO RAMOS BARRIONUEVO


Desembargador Vice-Presidente
Relator

PROAD N. 6646/2019 (MA TRT SGP GP N. 018/2019)


ORIGEM : TRT 23ª REGIÃO
RELATOR : DESEMBARGADOR PAULO BARRIONUEVO
ADVOGADO : MARCOS DE QUEIROZ RAMALHO OAB/PR n. 15.263
INTERESSADA : MARCIA CRISTINA FERREIRA DIAS
ASSUNTO : APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
EMENTA
RECURSO ADMINISTRATIVO CONTRA ACÓRDÃO DO TRIBUNAL PLENO. NÃO CABIMENTO. O processo administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal é regulado pela Lei n. 9.784/99 e neste Regional pelos artigos 171 ao 173 do Regimento Interno. As normas de
regência dispõem que cabe recurso administrativo contra decisão de autoridade administrativa, tramitando em, no máximo, três instâncias. No
caso, o recurso foi interposto contra acórdão proferido pelo Tribunal Pleno, órgão máximo em matéria administrativa. Assim, não se conhece do
apelo administrativo porque exaurida a esfera administrativa. Recurso não conhecido.
RELATÓRIO

Trata-se de Recurso Administrativo interposto pela servidora Márcia Cristina Ferreira Dias, em face do acórdão de fls. 274/291, proferido pelo
Tribunal Pleno deste Regional, no qual lhe foi concedida a aposentadoria por invalidez permanente com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição.

Certidão de Aprovação de Providência à fl. 326.

Parecer da Secretaria Jurídica da Presidência às fls. 332/337.

ADMISSIBILIDADE

O processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal é regido pela Lei n. 9.784/99, cujos artigos 56 e 57 dispõem que caberá
recurso das decisões administrativas, podendo tramitar por, no máximo, três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.

O art. 63, por sua vez, traz as hipóteses de não conhecimento do recurso administrativo, verbis:

Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:


I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente;
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa. (grifei)

Neste Regional o processo administrativo de matérias administrativas é regulado pelos artigos 171 ao 173 do Regimento Interno, sendo que em
relação ao recurso este último dispositivo estabelece que:

“Os requerimentos administrativos de interesse de magistrados ou servidores serão decididos pelo Presidente, Vice-Presidente ou Desembargador
do Trabalho que estiver no exercício da Presidência do Tribunal, cabendo recurso, no prazo de 30 (trinta) dias para o Tribunal Pleno, a contar da
ciência do indeferimento.” (grifei)

No caso, o Tribunal Pleno deste Regional proferiu acórdão (fls. 274/291) no qual, após minuciosa análise da vasta documentação e dos laudos da
Junta Médica Oficial, concedeu à servidora Márcia Cristina Ferreira Dias, de ofício, aposentadoria por invalidez permanente em razão de doença
não especificada em lei, ou seja, não profissional ou grave, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
Irresignada com seus termos, a servidora interpôs recurso administrativo (fls. 308/312) em face do decisum pugnando pela sua reforma para que
seja reconhecida a moléstia causadora da aposentaria (Síndrome do Túnel do Carpo) como profissional, em razão dos esforços repetitivos no
exercício da atividade de digitadora, e, por conseguinte, perceber os proventos de forma integral. Superada a tese, pede seja computado todo o
período em que esteve afastada/aposentada.

Ocorre que, como visto alhures, o recurso administrativo só é cabível contra decisão de autoridade administrativa à instância superior.

Com efeito, o Tribunal Pleno é órgão máximo, tendo a esfera administrativa deste Regional exaurida com a publicação do acórdão de fls. 274/291,
não cabendo, portanto, recurso por falta de previsão legal.

Também não se há falar em revisão do julgado consoante previsto no §2º do art. 63 da lei de regência, porquanto não se vislumbra qualquer
ilegalidade ou irregularidade no curso do processo administrativo.

Registro, ainda, que se constata o cumprimento do dever de comunicação à parte interessada, tendo sido a servidora Márcia Cristina Ferreira Dias
intimada para conhecimento e manifestação de todos os atos e documentos que instruem o presente.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 18
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Nesse sentido, o parecer da Secretaria Jurídica da Presidência deste Regional (fls. 332/337).

Do exposto, não conheço do recurso administrativo.

CONCLUSÃO

Isso posto, não conheço do recurso administrativo, nos termos da fundamentação supra.
ISSO POSTO:
O egrégio Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região reunido na 2ª Sessão Ordinária, realizada nesta data, DECIDIU, por
unanimidade, não conhecer do recurso administrativo, nos termos do voto do Desembargador Relator, seguido pelos Desembargadores Nicanor
Fávero, Roberto Benatar, João Carlos, Tarcísio Valente, Beatriz Theodoro e Eliney Veloso.
Obs: Ausente, em gozo de férias regulamentares, o Excelentíssimo Senhor Desembargador Bruno Luiz Weiler Siqueira.
Cuiabá-MT, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020.

PAULO ROBERTO RAMOS BARRIONUEVO


Desembargador Vice-Presidente
Relator

PROAD N. 9847/2019 (RclDis-0050222-44.2019.5.23.0000)


ORIGEM : TRT 23ª REGIÃO
RELATOR : DESEMBARGADOR PAULO BARRIONUEVO
REQUERENTE : MARCIA ANA ZAMBIAZI – OAB/MT 11.106-B
REQUERIDA : FERNANDA LALUCCI BRAGA - JUÍZA DO TRABALHO SUBSTITUTA
ASSISTENTE : AMATRA 23 – ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO DA 23ª REGIÃO
ASSUNTO : RECLAMAÇÃO DISCIPLINAR
EMENTA
RECLAMAÇÃO DISCIPLINAR. DENÚNCIA DE PARCIALIDADE. ABERTURA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR CONTRA
MAGISTRADA. NÃO CABIMENTO. Extrai-se dos artigos 8º e 9º da Resolução CNJ nº 135/2011 que qualquer fato apto a ensejar falta ou infração
de ordem legal ou ética deve, necessariamente, ser apurado pela Corregedoria do Tribunal, sendo possível, após a efetiva averiguação, a abertura
de sindicância ou Processo Administrativo Disciplinar ou, ainda, o arquivamento do Procedimento Investigativo. No caso, não se observa dos fatos
e provas indícios da alegada parcialidade da Juíza Requerida, tendo em vista sua prerrogativa de ampla liberdade na condução processual, aliada
a ausência de evidência de ofensa aos deveres legais e funcionais. Nesse contexto, forçoso concluir pela desnecessidade de abertura de
Processo Administrativo Disciplinar e manutenção da ordem de arquivamento da Reclamação Disciplinar. Recurso improvido.
RELATÓRIO

Trata-se de Recurso Administrativo interposto pela Requerente, a advogada Márcia Ana Zambiazi, em face da decisão de fls. 204/208, proferida
pela Exma. Desembargadora Eliney Bezerra Veloso, então Presidente e Corregedora deste Regional, que determinou o arquivamento da RclDis-
0050222-44.2019.5.23.0000, por entender que a conduta adotada pela Requerida, a Exma. Juíza Substituta do Trabalho Fernanda Lalucci Braga,
não configura infração funcional, inexistindo assim qualquer irregularidade e ilegalidade aptos a justificar qualquer reprimenda de ordem
administrativa.

A Magistrada, embora intimada, não apresentou contrarrazões (fl. 224).

O apelo foi recebido e os autos encaminhados à Vice-Presidência em conformidade com o art. 104 do Regulamento Interno da Corregedoria (fl.
222).

ADMISSIBILIDADE

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso administrativo.

FUNDAMENTAÇÃO

A Corregedoria deste Regional autuou a Reclamação Disciplinar sob o número RclDis-0050222-44.2019.5.23.0000, em atenção ao Ofício n.
1256/2019/SECG/CGJT, proveniente da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho com cópia da Reclamação Disciplinar n. CNJ-RD-0006410-
40.2019.2.00.0000, tendo em vista a denúncia de parcialidade na condução do processo n. 0000087-17.2019.5.23.0036, promovida em face da
Juíza do trabalho Substituta Fernanda Lalucci Braga.

A Excelentíssima Desembargadora Eliney Bezerra Veloso, na qualidade de Presidente e Corregedora deste Regional, determinou, por meio da
decisão de fls. 204/208, o arquivamento da reclamação em epígrafe ao fundamento de que “a despeito das alegações da requerente, não se
vislumbra indícios capazes de atestar que a magistrada tenha agido com parcialidade na condução do processo, porquanto o art. 765 da CLT
garante ao juiz do trabalho ampla liberdade na condução do processo.”

Ressaltou ainda na decisão que “os arts. 820 e 848 do mesmo diploma legal facultam ao magistrado até mesmo a dispensa da oitiva das partes,
ou somente de uma delas, caso conclua que o interrogatório seja desnecessário ao deslinde da controvérsia, resguardando o direito dos litigantes
de tomarem o depoimento pessoal da parte, o que foi ex adversa assegurado nos autos n. 0000087-17.2019.5.23.0036, conforme ata de audiência
encartada ao documento 14 deste PROAD.”

A advogada Requerente, na peça de Id. 211/221, pugna pela reforma do decisum, sustentando que nos autos se encontra robusta prova da
atuação excessiva e parcial da Juíza Requerida na condução da instrução do processo n. 0000087-17.2019.5.23.0036, em trâmite na 1ª Vara do
Trabalho de Juína, pois, ao efetuar 46 perguntas somente à parte Autora e sequer uma única indagação à parte Ré, causou manifesto
desequilíbrio processual e rompimento da isonomia material e processual.

Outrossim, salienta que, em razão da negativa de inquirição do preposto da parte Ré, “conclui-se que havia um pré-julgamento de certeza dos
fatos da ré, mas desacredita de todos os fatos da parte autora, necessitando realizar 46 perguntas” (fl. 215).

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 19
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Informa, ainda, que teve diversas perguntas indeferidas pela Magistrada Requerida, as quais versavam sobre a mesma matéria objeto de prova.

Por fim, ressalta que ao Julgador não basta ser subjetivamente imparcial, mas sim, “É necessário que a imparcialidade seja demonstrada
objetivamente e assim percebida pelo contexto social em que inserido o magistrado, sob pena da erosão da credibilidade do Poder Judiciário no
cenário institucional” (fl. 218, destaque no original).

Consubstanciada nesses argumentos, pugna pela retratação da decisão de arquivamento e, por conseguinte, pela abertura de processo
administrativo disciplinar em face da Juíza Requerida, cujos argumentos foram refutados pela Presidente e Corregedora deste Regional,
determinando a autuação do presente Recurso Administrativo, que passo à análise.

Com efeito, a Resolução n. 135/2011 do Conselho Nacional de Justiça, que trata sobre o processo administrativo disciplinar aplicável aos
magistrados, dispõem no artigo 8º e no §2º do artigo 9º, o que se segue:
“Art. 8º O Corregedor, no caso de magistrados de primeiro grau, o Presidente ou outro membro competente do Tribunal, nos demais casos,
quando tiver ciência de irregularidade, é obrigado a promover a apuração imediata dos fatos, observados os termos desta Resolução e, no que
não conflitar com esta, do Regimento Interno respectivo.

Parágrafo único. Se da apuração em qualquer procedimento ou processo administrativo resultar a verificação de falta ou infração atribuída a
magistrado, será determinada, pela autoridade competente, a instauração de sindicância ou proposta, diretamente, ao Tribunal, a instauração de
processo administrativo disciplinar, observado, neste caso, o art. 14, caput, desta Resolução.

Art. 9º (...).

§ 2º - Quando o fato narrado não configurar infração disciplinar ou ilícito penal, o procedimento será arquivado de plano pelo Corregedor, no caso
de magistrados de primeiro grau, ou pelo Presidente do Tribunal, nos demais casos ou, ainda, pelo Corregedor Nacional de Justiça, nos casos
levados ao seu exame.” (grifos acrescidos)
Extrai-se dos dispositivos supra que qualquer notícia de falta ou infração de ordem legal ou ética por parte de um juiz, a Corregedoria do Tribunal
vinculado deve, necessariamente, apurar os fatos, seja através de procedimento preliminar, abertura de sindicância ou, se houver indícios
consistentes de materialidade, do competente Processo Administrativo Disciplinar.

De outro modo, se da apuração concluir-se pela ausência de quaisquer indícios de falta ou infração imputada ao magistrado, revelando-se a
desnecessidade de maior investigação a respeito do fato objeto de denúncia, o procedimento será arquivado de plano pelo Corregedor.

No caso em epígrafe, a acusação de imparcialidade está pautada na alegação de que a Juíza do trabalho Substituta Fernanda Lalucci Braga, em
atuação na 1ª Vara do Trabalho de Juína, na condução da instrução do processo n. 0000087-17.2019.5.23.003, realizou cerca de 46 perguntas e
questionamentos à parte Autora (trabalhador) sobre as matérias controvertidas, todavia, “na hora de confrontar a parte ré (empresa)” (fl. 36), a
Magistrada se absteve dos questionamentos.

Pois bem.

Por certo, ao magistrado é conferida ampla liberdade na condução do processo, a teor do disposto no art. 765 da CLT, bem como nos artigos 820
e 848 do mesmo diploma lhe facultam dispensar a oitiva das partes, ou de uma delas, se assim entender pertinente, tendo em vista as demais
provas, mas resguardando às partes o direito de, diretamente, de tomarem o depoimento pessoal da parte adversa.

Observa-se da ata da audiência de instrução transcrita e encartada às fls. 11/31 que, ao contrário do alegado, tal prerrogativa foi respeitada, na
medida em que há o registro das perguntas realizadas, tanto pela Juíza condutora quanto pela advogada Requerente, ao preposto da Ré. Nota-se,
inclusive, a transcrição dos questionamentos indeferidos pela Magistrada, ou seja, houve inquirição da parte adversa.

Outrossim, a advogada Requerente trouxe como elemento da alegada parcialidade somente o aspecto quantitativo do interrogatório realizado pela
regente da instrução processual e, dado que a realização de perguntas se insere nas prerrogativas do Magistrado, não vislumbro parcialidade na
condução do processo n. 0000087-17.2019.5.23.0036.

Portanto, os fatos narrados e apurados não exigem a instauração do Processo Administrativo Disciplinar, não restando demonstrada a ocorrência
da suposta infração funcional da Magistrada Requerida.

Do exposto, nego provimento ao recurso administrativo.

CONCLUSÃO

Isso posto, conheço do recurso administrativo e nego-lhe provimento, nos termos da fundamentação supra.
ISSO POSTO:
O egrégio Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região reunido na 2ª Sessão Ordinária, realizada nesta data, DECIDIU, por
unanimidade, conhecer do recurso administrativo e, no mérito, negar-lhe provimento, nos termos do voto do Desembargador Relator, seguido
pelos Desembargadores Nicanor Fávero, Roberto Benatar, João Carlos, Tarcísio Valente e Beatriz Theodoro.
O Excelentíssimo Senhor Juiz André Araújo Molina, Presidente da AMATRA 23, declinou do pedido de sustentação oral, formulado em defesa da
Magistrada Requerida.
Obs: A Excelentíssima Senhora Desembargadora Eliney Bezerra Veloso, autora da decisão impugnada, se declarou impedida para participar
deste julgamento. Ausente, em gozo de férias regulamentares, o Excelentíssimo Senhor Desembargador Bruno Luiz Weiler Siqueira.

Cuiabá-MT, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020.

PAULO ROBERTO RAMOS BARRIONUEVO


Desembargador Vice-Presidente
Relator

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 20
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

PROAD N. 10391/2019
ORIGEM : TRT 23ª REGIÃO
RELATOR : DESEMBARGADOR PAULO BARRIONUEVO
RECORRENTE : JUVELINA DE CAMPOS NUNES
ASSUNTO : RECURSO ADMINISTRATIVO EM FACE DE DECISÃO PROFERIDA NO PROAD 10391/2019

EMENTA
RECURSO ADMINISTRATIVO. SERVIDORA CEDIDA. RESTITUIÇÃO DO VALOR RELATIVO À FUNÇÃO COMISSIONADA DESCONTADO
DURANTE LICENÇA PARA TRATAMENTO DA PRÓPRIA SAÚDE APÓS O 30º (TRIGÉSIMO) DIA DE AFASTAMENTO. INDEVIDA. A Resolução
n. 230/2018 do CSJT em consonância com o disposto no art. 1º-A da Lei n. 9.717/1998, estabelece, em seu art. 9º, que, na hipótese de concessão
de licença para tratamento da própria saúde, “Os servidores cedidos de outros entes da federação deverão observar as regras e os procedimentos
do órgão cedente, podendo as perícias ser realizadas pelo órgão cessionário”. Assim, considerando que a legislação de regência do ente da
federação cedente (Município de Cuiabá) dispõe que o servidor, a partir do 31º (trigésimo primeiro) dia de afastamento passará a receber auxílio
doença previdenciário, sob responsabilidade do Regime Próprio de Previdência Social do Município, correspondente a 91% da última remuneração
de contribuição, a qual não incide sobre o valor da função comissionada, mantém-se a decisão que indeferiu a restituição pleiteada.
RELATÓRIO
Trata-se de recurso administrativo interposto pela servidora cedida Juvelina de Campos Nunes em face da decisão proferida pela então Presidente
deste Tribunal, nos autos do PROAD n. 10391/2019, que manteve a decisão do Diretor-Geral que indeferiu seu pedido de restituição do valor
atinente à função comissionada após os 30 (trinta) primeiros dias de licença para tratamento da própria saúde.
A Presidência manteve a decisão recorrida, determinando o encaminhamento dos autos à Vice-Presidência, na forma regimental, conforme
decisão de pp. 90/91.
ADMISSIBILIDADE
Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do recurso administrativo interposto.
FUNDAMENTAÇÃO
A servidora cedida Juvelina de Campos Nunes interpôs recurso administrativo contra decisão proferida pela Presidente deste Tribunal no PROAD
n. 10391/2019, que manteve a decisão do Diretor-Geral que indeferiu seu pedido de restituição do valor relativo à função comissionada após os 30
(trinta) primeiros dias de licença para tratamento da própria saúde.
Alega, em síntese, a incongruência entre os pareceres jurídicos elaborados neste PROAD com a legislação de regência dos servidores cedidos ao
Poder Judiciário, a qual evidencia o seu direito à restituição da remuneração da função comissionada descontada durante o período de licença
para tratamento da própria saúde.
Ao exame.
Depreende-se dos autos que a servidora cedida Juvelina de Campos Nunes se afastou de suas atividades por motivo de licença médica para
tratamento da própria saúde nos seguintes interregnos: a) 27.05.2019 a 10.06.2019 (15 dias); b) 19.06.2019 a 03.07.2019 (15 dias); c) 04.07.2019
a 01.09.2019 (60 dias); e d) 02.09.2019 a 31.10.2019 (60 dias).
Com relação aos períodos de afastamento indicados nos itens ‘a’ e ‘b’, foi reconhecido o direito da Recorrente à percepção da função
comissionada, com base na legislação municipal do ente cedente (Município de Cuiabá), que prevê que durante os primeiros 30 (trinta) dias de
afastamento por motivo de doença será devido o pagamento integral da remuneração do servidor.
Nessa esteira, observa-se que a insurgência recursal se refere ao indeferimento da restituição do valor da função comissionada exercida pela
servidora neste Tribunal em relação aos meses de julho, agosto, setembro e outubro de 2019, ou seja, a partir do 31º (trigésimo primeiro) dia de
afastamento para tratamento da sua saúde.
Pois bem.
Não obstante a Recorrente tenha citado uma extensa lista de dispositivos legais com vistas a amparar o seu direito à restituição dos valores
descontados, verifico que nenhuma dessas normas são capazes de afastar as conclusões exaradas nos pareceres jurídicos produzidos nos
presentes autos.
De fato, a Lei n. 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servidores da União) e a Lei Complementar Municipal n. 93/2003 (Estatuto dos Servidores do
Município de Cuiabá) preceituam que o servidor perderá a remuneração apenas quando faltar ao serviço, sem motivo justificado.
Contudo, a própria LC n. 93/2003 estabelece regra específica a ser observada na hipótese de concessão de licença para tratamento de saúde do
servidor, conforme se infere do teor do seu art. 103, caput e parágrafo único, in verbis:
Art. 103 A licença para tratamento de saúde será concedida a pedido ou de ofício, com base em perícia e laudo médico oficial. (Nova redação
dada pela Lei Complementar n. 376 de 15/5/2015, publicada no Diário Oficial Eletrônico do TCE n. 628, de 21/5/2015)
Parágrafo único. Durante os primeiros 30 (trinta) dias consecutivos de afastamento da atividade por motivo de doença, incumbe ao município
pagar a remuneração do servidor, ficando sob a responsabilidade do Regime Próprio de Previdência Social do Município de Cuiabá, nos termos
definidos em lei específica, o pagamento dos dias subsequentes a partir do 31º (trigésimo primeiro) dia, caso em que será considerada auxílio
doença previdenciário, mediante o pagamento de 91% (noventa e um por cento) da última remuneração de contribuição do segurado.
(Acrescentada pela Lei Complementar n. 376 de 15/5/2015, publicada no Diário Oficial Eletrônico do TCE n. 628, de 21/5/2015; destaques
acrescidos)
Vale ressaltar que a Lei n. 9.717/1998, que dispõe sobre a organização e o funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos
servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em seu art. 1º-A, estatui o seguinte:
Art. 1o-A. O servidor público titular de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios ou o militar dos Estados e do
Distrito Federal filiado a regime próprio de previdência social, quando cedido a órgão ou entidade de outro ente da federação, com ou sem ônus
para o cessionário, permanecerá vinculado ao regime de origem. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001)
No mesmo sentido, é a disposição contida na Resolução n. 230/2018 do CSJT, que regulamenta os procedimentos de concessão de licenças para
tratamento de saúde, ao estabelecer em seu art. 9º que “Os servidores cedidos de outros entes da federação deverão observar as regras e os
procedimentos do órgão cedente, podendo as perícias ser realizadas pelo órgão cessionário.”
Diante desse quadro, o que se conclui é que, tratando-se a Requerente de servidora cedida por outro ente da federação, devem ser observadas as
regras do órgão cedente (in casu o Município de Cuiabá de Cuiabá), que, como explicitado linhas acima, prevê que, após o 30º (trigésimo) dia de
afastamento, o servidor passará a receber auxílio doença previdenciário, sob responsabilidade do Regime Próprio de Previdência Social do
Município de Cuiabá, correspondente a 91% da última remuneração de contribuição.
Especificamente sobre a base de cálculo das contribuições, a Lei Complementar Municipal n. 399/2015, que regulamenta o Regime Próprio de
Previdência Social do Município de Cuiabá, estipula que esta é constituída pelo valor equivalente ao vencimento ou subsídio do cargo efetivo,
acrescidas de vantagens e adicionais estabelecidos em lei ou de caráter pessoal, excluindo-se, no entanto, as seguintes espécies remuneratórias:
“Art. 51 [...]
§1º [...]
I - as diárias para viagens;
II - a ajuda de custo em razão de mudança de sede;

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 21
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

III - a indenização de transporte e horas extras;


IV - o auxílio-alimentação e o auxílio-creche;
V - a gratificação de 1/3 de férias prevista no inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal e férias indenizadas;
VI - as parcelas remuneratórias pagas em decorrência de local de trabalho;
VII - a parcela percebida em decorrência do exercício de cargo em comissão ou de função de confiança;
VIII - o abono de permanência de que tratam o § 19 do art. 40 da Constituição Federal, o § 5º do art. 2º e o § 1º do art. 3º da Emenda
Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003;
IX - as demais vantagens de natureza temporária não previstas nos incisos anteriores. (grifos nossos)
Vê-se, portanto, que as contribuições recolhidas ao RPPS do Município de Cuiabá não incidem sobre o valor da função comissionada exercida. E,
ainda que a Recorrente optasse pela inclusão de tal parcela na base de cálculo das suas contribuições, o valor somente seria considerado para
efeito de cálculo do benefício da aposentadoria e não do auxílio-doença em questão, nos termos do § 2º do art. 51 da LC n. 399/2015.
De tal modo, com fulcro no art. 103, caput e parágrafo único, da Lei Complementar Municipal n. 93/2003 c/c art. 51 da Lei Complementar Municipal
n. 399/2015, não merece reforma a decisão objurgada que manteve o indeferimento do pedido de restituição dos valores da função comissionada
em relação ao período de 04.07.2019 a 31.10.2019.
Registro, outrossim, que a Requerente apresentou pedido complementar em 31.01.2020, sustentando que as licenças médicas concedidas
decorrem de doença profissional, nos termos do art. 30 da RA n. 13/2020 deste Regional e do Anexo II do Decreto n. 3048/99. Destacou que na
hipótese de afastamento por doença relacionada ao trabalho “o servidor cedido receberá o valor da remuneração do cargo ou função
comissionada para o qual foi designada” (art. 41, § 2º, RA n. 13/2020).
Pois bem.
Quanto ao pedido em questão, observo que se trata de tese flagrantemente inovatória, eis que, antes da prolação da decisão, em nenhum
momento tal argumento foi deduzido pela parte Requerente ou enfrentado pelo órgão julgador.
Ressalta-se que, embora o art. 60 da Lei n. 9.784/1999, estabeleça que o recorrente poderá “juntar os documentos que julgar convenientes”,
também dispõe expressamente que a parte deverá expor os fundamentos do pedido de reexame. De tal modo, conclui-se pela impossibilidade de
conhecimento do pedido complementar realizado, na medida em que apresenta fundamento diverso do alegado no requerimento inicial, não sendo
hábil a demonstrar o desacerto da decisão atacada.
E mesmo que assim não fosse, certo é que os documentos que acompanham o pedido complementar (pp. 100/131) não comprovam que as
doenças diagnosticadas foram desencadeadas pelas atividades exercidas pela Requerente como servidora cedida neste Tribunal, haja vista que
os laudos médicos emitidos pela Município de Cuiabá não apontam qualquer relação de tais enfermidades com o exercício da atividade
profissional.
Por fim, é importante consignar que o art. 32 e seguintes da RA n. 13/2020 estatuem os procedimentos aplicáveis à concessão de licença por
acidente em serviço, notadamente o preenchimento do formulário Comunicação de Acidente em Serviço – CAS e a realização de perícia médica
para verificação do nexo de causalidade com o trabalho, os quais, no entanto, não foram observados pela Requerente. Logo, não há elementos
nos autos aptos a evidenciar que a servidora cedida foi acometida de doença profissional.
Nestes termos, nego provimento.
CONCLUSÃO
Isso posto, conheço do recurso administrativo interposto e, no mérito, nego-lhe provimento, nos termos da fundamentação supra.
ISSO POSTO:
O egrégio Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região reunido na 2ª Sessão Ordinária, realizada nesta data, DECIDIU, por
unanimidade, conhecer do recurso administrativo e, no mérito, negar-lhe provimento, nos termos do voto do Desembargador Relator, seguido
pelos Desembargadores Nicanor Fávero, Roberto Benatar, João Carlos, Tarcísio Valente e Beatriz Theodoro.
Obs: A Excelentíssima Senhora Desembargadora Eliney Bezerra Veloso, autora da decisão impugnada, se declarou impedida para participar
deste julgamento. Ausente, em gozo de férias regulamentares, o Excelentíssimo Senhor Desembargador Bruno Luiz Weiler Siqueira.
Cuiabá-MT, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020.

PAULO ROBERTO RAMOS BARRIONUEVO


Desembargador Vice-Presidente
Relator
Edital
Edital de Intimação
PROAD n. 11653/2019 - (RclDis 0050252-79.2019.5.23.0000)
PROAD n. 11653/2019 - (RclDis 0050252-79.2019.5.23.0000)

Relator : Desembargador Paulo Barrionuevo

Requerente : Márcia Ana Zambiazi – OAB/MT 11.106-B

Requerida : Juíza do Trabalho Substituta Fernanda Lalucci Braga


Assistente : AMATRA 23 – Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 23ª Região

Assistente : Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso


Advogados : Claudia Alves Siqueira - OAB/MT 6.271/B
Ligimari Guelsi - OAB/MT 12.582/O
Romário de Lima Sousa - OAB/MT 18.881/O

Assunto : Recurso administrativo.

DESPACHO
Da análise, admito a OAB/MT como ASSISTENTE da advogada interessada, na pessoa dos advogados Claudia Alves Siqueira, OAB/MT 6.271/B,
Ligimari Guelsi, OAB/MT 12.582/O e Romário de Lima Sousa, OAB/MT 18.881/O, consoante expressa manifestação (Doc. 41; p. 152 deste
PROAD) e procuração (Doc. 41; p. 153), que deverão ser intimados dos próximos atos processuais.

Certifique-se nos autos e dê-se ciência às partes e à OAB/MT.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 22
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Após, publique-se o acórdão.

Cuiabá/MT, quarta-feira, 04 de março de 2020.

PAULO ROBERTO RAMOS BARRIONUEVO


Desembargador Vice-Presidente e Relator
Resolução
Resolução Administrativa
Resoluções Administrativas
PROAD n. 6534/2018
Interessada : Corregedoria Regional

Resolução Administrativa n. 031/2020

Referenda o Provimento da Corregedoria Regional n. 03/2020, que altera e adita dispositivos ao


Provimento n. 02/2017 e dá outras providências.

CERTIFICO que o egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região na 2ª Sessão Administrativa Ordinária, hoje realizada, sob a presidência
do Excelentíssimo Senhor Desembargador Nicanor Fávero Filho, Presidente, com a presença dos Excelentíssimos Senhores Desembargadores
Paulo Roberto Ramos Barrionuevo, Vice-Presidente, Roberto Benatar, João Carlos Ribeiro de Souza, Tarcísio Régis Valente, Maria Beatriz
Theodoro Gomes e Eliney Bezerra Veloso, e do representante do Ministério Público do Trabalho, Procurador-Chefe Rafael Mondego Figueiredo,

Considerando os termos do artigo 38, XLI, do Regimento Interno deste Tribunal,

R E S O L V E U, por unanimidade, referendar o Provimento da Corregedoria Regional n. 03/2020, que altera e adita dispositivos ao Provimento n.
02/2017 da Corregedoria Regional e dá outras providências, nos termos do anexo que a presente Resolução integra.

Esta Resolução Administrativa entra em vigor na data de sua publicação.

Cuiabá-MT, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020.

José Lopes da Silva Júnior


Secretário do Tribunal Pleno

PROVIMENTO N. 03/2020

Altera e adita dispositivos ao Provimento n. 02/2017 da Corregedoria Regional e dá outras


providências.

O EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR-PRESIDENTE E CORREGEDOR DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 23ª


REGIÃO, no uso de suas atribuições legais e regimentais,

Considerando a constante necessidade de aprimoramento das normas da Corregedoria Regional;

Considerando a relevância das atribuições do CEJUSC da Capital e da Secretaria de Apoio a Atividade Jurisdicional,

RESOLVE, ad referendum do Egrégio Tribunal Pleno:

Art. 1º. Alterar o inciso VI do art. 8º, que passa a ter a seguinte redação:

Art. 8º.
...............................

VI – afastamento legal da jurisdição por prazo superior a 60 (dias) dias, em relação aos processos que já estiverem conclusos, observada a
compensação prevista nos §§ 4º e 5º do artigo 9º;

Art. 9º.

...............................

Art. 2º. Aditar ao art. 8º do Provimento n. 02/2017, o inciso IX, com a seguinte redação:

Art. 8º.
...............................

IX – designação do magistrado para atuar exclusivamente no CEJUSC da Capital ou na Secretaria de Apoio à Atividade Jurisdicional;

Art. 9º.

...............................
Art. 3º. Republique-se, de forma consolidada, o Provimento n. 02/2017.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 23
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Art. 4º. Este Provimento entra em vigor na data de sua publicação.

Cuiabá-MT, sexta-feira, 24 de janeiro de 2020.

NICANOR FÁVERO FILHO


Desembargador-Presidente e Corregedor Regional

SECRETARIA DA CORREGEDORIA
Despacho
Despacho Corregedoria
Correição Parcial n. 0050104-34.2020.5.23.000
Requerente: Maria Similda Ferreira de Souza
Advogado:
Roberto Carlos Melgarejo de Vargas e outros
Requerido: Exmo. Sr. Juiz do Trabalho Angelo Henrique Peres Cestari

Trata-se de Correição Parcial aforada por Maria Similda Ferreira de Souza em face de decisão proferida pelo Excelentíssimo
Senhor Juiz do Trabalho Titular da 2ª Vara de Sinop, Angelo Henrique Peres Cestari, nos autos da Ação Trabalhista n. 0000878-
80.2019.5.23.0037 que, em sede de Audiência Inicial, concedeu à parte reclamante o prazo de dez dias para emendar a inicial, “... de modo a
integrar os referidos sindicatos no polo passivo desta lide, sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito”.

A Requerente alega que a decisão do Requerido de determinar o ingresso dos sindicatos na lide “... configura grave error in procedendo, inversão
e tumulto processual ...”, pois não houve pedido de nulidade de cláusula convencional na Exordial, o que retardaria, por consequência, a prestação
jurisdicional, gerando-lhe prejuízos de ordem processual. Pugna, liminarmente, seja a decisão suspensa e, ao final, julgada procedente a presente
medida correcional.

Analiso.

A correição parcial é medida prevista no Título V do Capítulo I dos artigos 174 a 179 do Regimento Interno deste Tribunal, e se destina a corrigir
ação ou omissão de juiz que der causa à inversão ou tumulto processual, desde que não se trate de possível error in judicando contra o qual não
exista meio processual cabível para impugná-lo, ainda que com efeito diferido.

De maneira subsidiária, também disciplinam a correição parcial as disposições do Regimento Interno da Corregedoria-Geral da
Justiça do Trabalho (RICGJT/2017 - Resolução Administrativa n. 1455/2011), precisamente os artigos 13 a 23, naquilo em que não se
confrontarem com o Regimento Interno deste Tribunal.
Quanto aos requisitos para a propositura da medida, indica o artigo 175, do Regimento Interno do TRT 23a Região, que a
correição parcial deve ser formulada no prazo de 8 (oito) dias, a contar da ciência do ato impugnado ou omissão processual, pela parte que se
sentir prejudicada e, necessariamente, ser formulada por intermédio de causídico devidamente habilitado.
Afiro que a presente medida é tempestiva, porquanto a decisão atacada que se pretende anular foi prolatada em 17/02/2020,
sendo que a Correição Parcial foi protocolizada em 27/02/2020, lembrando-se que a contagem do prazo, consoante Regimento Interno deste
Regional, é em dias úteis (artigo 175).
De igual maneira a peça de introito se fez acompanhar do instrumento procuratório necessário (f. 21).
Doutro lado, ultrapassados os requisitos temporal e de representação, necessário destacar a decisão atacada pela
Requerente:
“A ré alegou à fl. 142 dos autos a carência de ação fundamentando seu requerimento no art. 611-A, inciso I e § 5º da CLT.
Analiso.
Referido artigo, com a redação dada pela Lei 13.467/2017 dispõe:
"Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho deverão participar, como litisconsortes
necessários, em ação individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos”.
Posteriormente, a medida provisória 808/2017 limitou a participação dos sindicatos apenas nas ações coletivas que tinham
como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. Referida medida provisória perdeu sua eficácia sendo restituído o
texto original da Lei 13.467/2017.
Trata-se de litisconsorte necessário, o qual nos termos do art. 115/CPC é condição de validade ou eficácia da sentença
(incisos I e II).
O vínculo empregatício descrito na inicial (incontroverso) vigorou de 19.05.2018 a 15.04.2019, portanto, integralmente sob a
exige da Lei supramencionada, aplicando-se o dispositivo contido no art. 611-A da CLT.
Constou na inicial pedido de declaração da nulidade do regime de 12 x 36 pela inobservância do art. 60 da CLT, bem como
pela prestação habitual de horas extras. Constou ainda pedido de pagamento de horas extras excedentes a 8ª diária e 44ª
semanal e, finalmente, pedido de dobra dos domingos e feriados. A cláusula 36ª da Convenção Coletiva de Trabalho juntada
aos autos disciplinou referidas matérias, de modo que o acolhimento do pedido da autora importará na declaração de nulidade
de referida cláusula (ainda que feita de maneira incidental). Logo, faz-se necessário integrar à lide os sindicatos que firmaram
referida convenção coletiva.
Diante do exposto, nos termos do art. 115, § único do CPC, concedo à autora o prazo de 10 dias para emendar a petição
inicial, de modo a integrar os referidos sindicatos no polo passivo desta lide, sob pena de extinção do processo sem resolução
do mérito”.
Na hipótese, a Corrigente busca providências que não são veiculáveis mediante correição parcial. Com efeito, o possível acerto ou desacerto do
julgador primário em determinar a emenda à inicial para incluir no polo passivo os Sindicatos reveste-se de caráter judicial, e não administrativo,
visto que escorado em expressa previsão legal – artigos 114 e 115 do CPC-, verbis:

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 24
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

“Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a
eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo;
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados”.
Do ponto de vista do procedimento, a decisão primeva seguiu os trâmites legais e a sequência lógico-concatenada dos atos
processuais, não havendo razão jurídica alguma para invalidá-la. Saliento, ao contrário da alegação da Corrigente, não ter havido nenhuma
inversão ou tumulto processual.
Nessa quadra, é de sabença geral que a correição parcial tem como pressuposto a inexistência de recurso específico, “ainda que diferido no
tempo”, como bem pontua Júlio César Bebber (in Teoria Geral dos Recursos Trabalhistas e Recursos em Espécie, extraído da obra Curso de
Processo do Trabalho, organizada por Luciano Athayde Chaves. São Paulo: LTr, 2009, p. 849).

Destaco que as próprias jurisprudências colacionadas pela Requerente no corpo da petição de introito apontam que a decisão
atacada é passível de recurso próprio, em momento oportuno, não podendo ser objeto de revisão em sede correicional.
Não compete ao Corregedor Regional, pela via estreita correicional, modificar, cassar ou reformar decisões jurisdicionais, conforme bem ressaltou
o ministro Luis Fux, citando Fredie Didier Jr. e Leonardo José Carneiro da Cunha, mutatis mutandis, para quem:

“PROCESSUAL CIVIL. CORREIÇÃO PARCIAL. POSSIBILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO ESPECIAL. CARÁTER


JURISDICIONAL E NÃO ADMINISTRATIVO DA MEDIDA. AGRAVO INTERNO. DECISÃO SINGULAR DO RELATOR.
APRECIAÇÃO PELO ÓRGÃO COLEGIADO. EXIGIBILIDADE. RETORNO DOS AUTOS PARA ANÁLISE DO AGRAVO
INTERNO PELO COLEGIADO.
“1. A correição parcial, sob o aspecto de sua natureza jurídica, é reconhecida, de forma mais acentuada, como medida
administrativa/disciplinar. Sob este enfoque assim preconiza a doutrina: Esta constitui medida administrativa tendente a apurar
uma atividade tumultuária do juiz, não passível de recurso. Ao que tudo indica, sua utilização era mais frequente sob os
auspícios do Código de Processo Civil de 1939. É que, na sistemática do Código de Processo Civil de 1939, havia decisões
interlocutórias irrecorríveis, sendo, em razão disso, utilizada, como meio de impugnação, a correição parcial ou a reclamação
correicional. De fato, naquela época, o agravo de instrumento era o recurso cabível contra as decisões interlocutórias
expressamente indicadas, significando dizer que não era qualquer decisão interlocutória que poderia ser alvo de um agravo de
instrumento, mas apenas aquelas expressamente discriminadas no art. 842 do CPC/39 ou em dispositivo de lei extravagante.
Com o advento do Código de Processo Civil de 1973, o agravo de instrumento passou a ser cabível contra qualquer decisão
interlocutória. Diante disso, restou esvaziada a reclamação correicional ou a correição parcial, não devendo ser utilizada como
meio de impugnação de decisões judiciais, por haver recurso com tal finalidade. E isso porque um mecanismo administrativo,
em razão do princípio da separação dos poderes, não deve conter aptidão para atacar um ato judicial. Trata-se, enfim, de
'medida administrativa de caráter disciplinar, à qual não se pode permitir o condão de produzir, cassar ou alterar decisões
jurisdicionais no seio do processo. (Fredie Didier Jr. e Leornardo José Carneiro da Cunha, in Curso de Direito Processual Civil,
Meios de impugnação às decisões judiciais e processos nos tribunais, Editora Podvm, Volume 3, 2006, págs. 323/324).
2. A correição parcial é recurso, mas medida de natureza administrativa, como o próprio nome sugere, correicional, mesmo
porque aquela espécie é taxativa e exaustivamente arrolada no art. 496, do Código de Processo Civil. Desta forma, o rol dos
recursos é numerus clausus, entendendo-se como recurso somente aquele previsto em lei, não se criando por interpretação
analógica ou extensiva.
3. Outrora, é meio de impugnação que se volta contra as omissões do juízo ou contra despachos irrecorríveis, que alteram a
ordem natural do processo, gerando “tumulto processual”. Assim, v.g., se o juiz não decide determinado incidente, designa
várias audiências, ou marca inúmeras purgas de mora etc., é lícito à parte ‘reclamar’” (STJ - AgRg no AgRg no REsp
1038446/RJ - Rel. Ministro Luiz Fux – Primeira Turma - julgado em 20/05/2010 - DJe 14/06/2010).
No mesmo sentido, julgado do c. TST:
“AGRAVO REGIMENTAL EM CORREIÇÃO PARCIAL - MANUTENÇÃO DO DESPACHO AGRAVADO - AUSÊNCIA DE ATO
ATENTATÓRIO À BOA ORDEM PROCESSUAL E DE SITUAÇÃO EXTREMA E EXCEPCIONAL PARA GARANTIR O
RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO - CORREIÇÃO PARCIAL INCABÍVEL. Verifica-se que a medida postulada através da
Correição Parcial ora analisada não se inseriu dentre as hipóteses de cabimento de pedido correcional, uma vez que não
houve investida contra ato atentatório à boa ordem processual e nem se visou garantir resultado útil do processo, através do
poder geral de cautela atribuído ao Corregedor Geral da Justiça do Trabalho. Agravo regimental a que se nega provimento”
(Processo: AgR-CorPar - 13954-35.2016.5.00.0000 Data de Julgamento: 05/09/2016, Relator Ministro: Renato de Lacerda
Paiva, Órgão Especial, Data de Publicação: DEJT 05/10/2016).
Dessa feita, demonstrado que a presente medida correicional não se revela instrumento hábil ao reexame da matéria judicial narrada nos autos,
indefiro-a liminarmente, nos termos da fundamentação, ficando, por consequência, prejudicada a análise da liminar apresentada pela Corrigente.

Dê-se ciência à Requerente, via DEJT.


Encaminhe-se cópia desta decisão ao Requerido, Excelentíssimo Senhor Juiz do Trabalho Titular da 2ª Vara do Trabalho de
Sinop, Angelo Henrique Peres Cestari.
Decorrido o prazo, sem manifestação, arquivem-se estes autos na Secretaria da Corregedoria, com as cautelas de praxe.
Cuiabá, segunda-feira, 02 de março de 2020.

NICANOR FÁVERO FILHO


Desembargador-Presidente e Corregedor Regional

CORPAR-0050265-78.2019.5.23.0000
Requerente: Mel Ensino Cultural Fundamental LTDA. ME
Advogado: Ledson Glauco Monteiro Catelan e outros
Requerido: Exmo. Sr.Juiz Titular da Vara do Trabalho de Cáceres

Trata-se de Correição Parcial formulada pela empresa Mel Ensino Cultural Fundamental LTDA. ME, contra decisão proferida

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

pelo Excelentíssimo Senhor Juiz do Trabalho José Pedro Dias, nos autos do processo n. 0000365-67.2018.5.23.0031, que não recebeu o Agravo
de Instrumento interposto.
A Requerente aduz que “... há uma motivação oculta por parte do juízo de negar todos os recursos apresentados pela parte
Reclamada inviabilizando qualquer debate sobre o tema” (f. 10).
Em truncada exposição dos fatos, narra que os benefícios da gratuidade da justiça foram a ela indeferidos pelo Requerido,
de forma que seus recursos não foram recebidos nos supracitados autos, inclusive na fase de conhecimento.
Aponta que, no curso da Execução, nomeou bens à penhora, contudo, a parte exequente sequer foi intimada para
manifestação, tendo o Requerido indeferido a nomeação por entender intempestivo o pedido.
Indica que foi instaurado incidente de desconsideração da personalidade jurídica, por restarem infrutíferas as buscas por bens em nome da
empresa, o que comprovaria a sua hipossuficiência autorizadora para o deferimento da justiça gratuita, emergindo a contradição no decisum do
magistrado que indeferiu anteriormente o benefício.

Argumenta, ainda, que, em 19.09.2019, protocolizou Agravo de Petição, Impugnação ao Incidente de Desconsideração da
Personalidade Jurídica, Agravo de Petição ao Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica e Embargos à Execução, momento em que
o Requerido, ao apreciar as peças, entendeu como caracterizado ato atentatório à dignidade da justiça e condenou a empresa ao pagamento de
multa no importe de 20% (vinte por cento) do valor da execução atualizado.
Mais precisamente sobre o Agravo de Petição, alega que a peça não foi recebida por ausência da garantia do Juízo, o que a
motivou a ingressar com o Agravo de Instrumento, recurso também não recebido, o que, no seu sentir, apresenta clara ofensa aos princípios do
contraditório e da ampla defesa.
Requer seja reformada a decisão que denegou seguimento ao Agravo de Instrumento e o regular processamento do recurso.
Instado a se manifestar acerca da Correição Parcial contra ele proposta, o Requerido assevera que não houve inversão ou
tumulto processual advindos da sua atuação, sendo que a sua decisão denegatória ao seguimento ao Agravo de Instrumento foi devidamente
justificada, principalmente pela ausência da garantia do juízo que autorizasse a interposição do Agravo de Petição. Pugnou pelo indeferimento
deste procedimento.
Analiso.
A correição parcial é medida prevista no Título V do Capítulo I dos artigos 174 a 179 do Regimento Interno deste Tribunal, e se destina a corrigir
ação ou omissão de juiz que der causa à inversão ou tumulto processual, desde que não se trate de possível error in judicando contra o qual não
exista meio processual cabível para impugná-lo, ainda que com efeito diferido.

De maneira subsidiária, também disciplinam a correição parcial as disposições do Regimento Interno da Corregedoria-Geral da
Justiça do Trabalho (RICGJT/2017 - Resolução Administrativa n. 1455/2011), precisamente os artigos 13 a 23, naquilo em que não se
confrontarem com o Regimento Interno deste Tribunal.
Sobre o procedimento em análise, trago à baila a lição de Carlos Henrique Bezerra Leite (Curso de Direito Processual do
Trabalho. 9ª ed. São Paulo: LTr, 2011, p. 926):
“Para cabimento da correição parcial, impõe-se o preenchimento cumulativo dos seguintes requisitos:
a) existência de uma decisão ou despacho, que contenha erro ou abuso, capaz de tumultuar a marcha normal do processo;
b) o dano ou a possibilidade de dano para a parte;
c) inexistência de recurso específico para sanar o error in procedendo”.

De proêmio, no que tange às decisões do Requerido que indeferiu à Requerida os benefícios da gratuidade da justiça e
rejeitou a nomeação de bens à penhora, bem como a que aplicou multa por ato atentatório à dignidade da justiça, esclareço à empresa que os
julgamentos se revestem de caráter eminentemente judicial, o que extrapola os limites de atuação desta Corregedoria.
Eventual insatisfação contra decisão de caráter judicial proferida não a transmuta em ato ou omissão praticado por magistrado
que possa dar causa à inversão ou tumulto processual passível de correição administrativa.
Assim, a medida correicional não se afigura instrumento hábil para a parte se insurgir contra decisões que, em tese, configurem error in judicando,
devendo o interessado, querendo e em momento oportuno, atacá-las através de remédio apropriado.

Por outro lado, denoto que a questão nuclear trazida na presente Correição Parcial é a decisão do Requerido que negou
seguimento ao Agravo de Instrumento interposto pela Requerida para destrancar Agravo de Petição anteriormente interposto, que também não foi
recebido pelo magistrado.
Nesta toada, as decisões anteriores proferidas pelo Requerido nos autos da execução que tramita contra a Requerente, as
quais a empresa alega a existência de “motivação oculta” para negar os recursos por ela apresentados, não serão objeto de análise neste
procedimento correicional, primeiro por se encontrarem intempestivas sob a ótica da atividade correicional e, segundo, por não integrarem os
pedidos da Demandante neste processo.
Pois bem.
Compulsando os autos do processo n. 0000365-67.2018.5.23.0031, constato as seguintes movimentações processuais
reclamadas na Exordial desta Correição, feito em que a Requerente é a parte demandada:
a) Sentença exarada em 03.10.2018;
b) Embargos de Declaração opostos pela Requerida em 16.10.2018;
c) Sentença dos Embargos de Declaração em 05.11.2018;
d) Recurso Ordinário interposto pela Requerida em 21.11.2018;
e) Decisão denegando o Recurso patronal, por ausência do preparo, em 28.11.2018;
f) Trânsito em julgado em 12.12.2018 certificado em 22.01.2019;
g) Em 30.04.2019, a Requerida opôs Embargos de Declaração contra a decisão que denegou seguimento ao seu Recurso
Ordinário;
h) Decisão proferida em 02.05.2019 não recebendo os Declaratórios aviados pela parte ré, por intempestivos;
i) Agravo de Instrumento contra a decisão que não recebeu seu Recurso Ordinário aviado pela Ré em 10.05.2019;
j) Decisão que não conheceu do Agravo em 27.05.2019, uma vez que intempestivo;
k) Exceção de pré-executividade apresentada pela Requerida em 08.07.2019, alegando nulidade da execução;
l) Sentença exarada em 25.07.2019, julgando improcedente a exceção apresentada pela parte executada;
m) Embargos de Declaração opostos em 30.07.2019 e Agravo de Petição interposto em 05.08.2019, ambos em face da
sentença proferida acerca da exceção de pré-executividade;
n) Decisão proferida em 07.08.2019 recebendo os Embargos de Declaração e deixando de deliberar sobre o Agravo;

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 26
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

o) Sentença rejeitando os Embargos exarada em 16.08.2019, e despacho negando seguimento ao Agravo, pelo fato de a
decisão atacada ser interlocutória, em 16.09.2019, bem como iniciando o procedimento de desconsideração da personalidade jurídica da empresa
demandada;
p) Na data de 19.09.2019, a parte reclamada apresentou as seguintes medidas: Embargos de Declaração e Agravo de
Instrumento contra decisão que negou seguimento ao Agravo de Petição; Impugnação ao incidente de desconsideração da personalidade jurídica
iniciado; Agravo de petição da decisão que julgou improcedente a exceção de pré-Executividade e deu provimento ao pedido de desconsideração
da personalidade jurídica; e Embargos à Execução;
q) Despacho proferido em 27.09.2019 com as seguintes deliberações: ausência de fundamento dos Embargos de Declaração;
descabimento do Agravo de Petição manejado contra decisão interlocutória; não admissão dos Embargos à Execução, diante da ausência de
garantia do juízo; impugnação ao incidente de desconsideração da personalidade jurídica efetivado por parte ilegítima; condenação da parte ré ao
pagamento de multa por ato atentatório à dignidade da justiça, no importe de 20 (vinte por cento) sobre o valor atualizado da execução;
r) No dia 07.10.2019, a Requerida entrou novamente com Agravo de Petição contra de decisão que não recebeu os Embargos
à Execução, recurso que não foi recebido pelo Juízo primevo através da decisão datada de 15.10.2019, com base nos artigos 893, § 1º, e 897, a,
da CLT;
s) Em 15.10.2019, a Reclamada também apresentou Embargos de Declaração e Agravo de Instrumento, ambos em face da
decisão que não recebeu o seu Agravo de Petição, além de nomear bens à penhora em petição apartada dos recursos;
t) Por fim, em decisão exarada em 21.11.2019, o Juízo a quo acolheu os Declaratórios aviados para sanar o equívoco constatado na descrição do
I.D. da manifestação da Requerida, bem como não recebeu o Agravo de Instrumento ofertado.

Revela-se necessária a transcrição, na íntegra, da decisão que denegou seguimento ao Agravo de Instrumento:
“1. Os declaratórios aviados pelo executado, na petição do ID 9d5c8b9, procedem, uma vez que o agravo de petição a que se
refere o despacho proferido anteriormente é aquele interposto no ID 4b48069. Corrijo o equívoco apontado para constar no
despacho de fl. 516 o ID 4b48069 no lugar em que aparece o ID. 553d572.
2. Cuida-se de agravo de instrumento em agravo de petição protocolado pela parte executada no ID 40e8ed7.
3. Conforme indicado na decisão anterior (ID bc4a8ea), o agravo de petição somente é cabível contra a decisão que julga
incidente de desconsideração de personalidade jurídica, não sendo passível de agravo de petição o despacho que apenas dá
início ao incidente, o que é o caso dos autos. Além disso, o agravo de petição, pressupõe a garantia do juízo, o que ainda não
ocorreu.
4. Destarte, se não cabe o agravo de petição, seja porque o despacho não é atacável pela via recursal, seja porque a
execução não está garantida, da mesma forma, não comporta o agravo de instrumento, porque este pressupõe que há
hipótese de cabimento do primeiro recurso.
5. Pelo exposto, não recebo o agravo de instrumento de ID 40e8ed7. Intime-se a empresa executada.
6. Ressalto que não basta que a parte indique bens para que seja considerado garantido o juízo, é preciso que os bens sejam
efetivamente penhorados. Além disso, os bens foram oferecidos à penhora (ID a18a67e) tardiamente, é o que se infere da
certidão do ID e17cff1, pelo que deixo de dar vista ao exequente dos bens indicados pela empresa.
7. Em análise à petição do exequente (ID 0889cb1), constato que o sócio da empresa atua como advogado no processo, Dr.
LEDSON MONTEIRO MONTEIRO CATELAN, inscrito no CPF n. 890.907.721-20 e na OAB/MT 14309. Destarte, determino
sua citação dos termos do despacho do ID d7ff75c, por meio de publicação via Dje.
8. Com relação à sócia MICHELA LEMINK DOS SANTOS GONCALVES CATELAN, expeça-se mandado de citação, nos
termos do despacho do ID d7ff75c, a ser cumprido na Rua do Retiro, nº 12, Bairro Vila Irene, Cáceres/MT. Caso a tentativa de
citação da sócia seja infrutífera, consulte-se o endereço informado ao Fiscal Federal e à Justiça Eleitoral, por meio dos
sistemas INFOJUD e SIEL.
CACERES, 21 de Novembro de 2019
JOSE PEDRO DIAS
Juiz(a) do Trabalho Titular” (ID. 5d13b1b dos autos do processo n. 0000365-67.2018.5.23.0031).
No caso em exame, consoante itens 4 e 5 da decisão acima transcrita, o magistrado entendeu que, diante da impossibilidade
da interposição de Agravo de Petição, seja pelo fato de a decisão atacada pela empresa ser de natureza interlocutória, seja pela ausência da
integral garantia do juízo, a mesma sorte seguiria o Agravo de Instrumento, motivando-o a não receber este recurso.
Ocorre que, nos termos do artigo 897, § 4º, da CLT, a competência funcional para julgar o Agravo de Instrumento é do “...
Tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada”.
Ademais, a Instrução Normativa n. 16 do c. TST, que trata sobre o Agravo de Instrumento, dispõe:
“IV - O agravo de instrumento, protocolizado e autuado, será concluso ao juiz prolator do despacho agravado, para reforma ou
confirmação da decisão impugnada, observada a competência estabelecida nos arts. 659, inciso VI, e 682, inciso IX, da CLT.
(...)
VI - Mantida a decisão agravada, será intimado o agravado a apresentar contra-razões relativas ao agravo e,
simultaneamente, ao recurso principal, juntando as peças que entender necessárias para o julgamento de ambos,
encaminhando-se, após, os autos do agravo ao Juízo competente” (grifei).

Desta forma, não se permite ao Juízo de origem obstar o seguimento do Agravo de Instrumento, sendo tal competência
exclusiva do Tribunal que deveria apreciar o recurso denegado, sob pena de o juiz incorrer em subversão à ordem processual vigente e, por
consequência, gerar tumulto no andamento do feito.
O Agravo de Instrumento tem como destinatário somente o Tribunal hierarquicamente superior ao qual está vinculado o
magistrado que proferiu a decisão que denega seguimento a determinado recurso, cabendo ao Juízo de primeiro grau, apenas, a reforma ou a
confirmação da decisão agravada.
Assim, caso mantida a decisão pelo Juízo a quo, deveria o magistrado determinar o processamento do feito, com a intimação para a contraparte
apresentar contrarrazões e, ato contínuo, ordenar a remessa dos autos ao Tribunal, a quem competirá pronunciar-se sobre a admissibilidade e o
mérito do Agravo de Instrumento.

Destaco, mutatis mutandis, as seguintes jurisprudências do e. STF:

“AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. DECISÃO DO TRIBUNAL DE ORIGEM QUE INADMITE RECURSO


EXTRAORDINÁRIO POR AUSÊNCIA DE PRELIMINAR DE REPERCUSSÃO GERAL. ALEGAÇÃO DE USURPAÇÃO DE
COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. É procedente a reclamação, por usurpação de competência,

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

quando o ato reclamado obsta a remessa dos autos ao Supremo do agravo interposto, com fundamento no art. 544 do CPC,
contra decisão que inadmitiu o recurso extraordinário por ausência da preliminar de repercussão geral. 2. Em regra, a decisão
que inadmite o recurso extraordinário por ausência da preliminar de repercussão geral desafia a interposição de agravo nos
termos do art. 544 do CPC, devendo os autos serem remetidos a esta Corte. 3 Agravo regimental provido” (Rcl 22.269 AgR,
rel. min. Edson Fachin, 1ª T, j. 15-3-2016, DJE 76 de 20-4-2016).
“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. PROCESSO ELETRÔNICO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NEGATIVA DE PROCESSAMENTO. USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. O agravo de instrumento interposto
contra decisão que não admite recurso extraordinário não se submete a qualquer juízo de admissibilidade por parte da
instância a quo. Precedentes. 2. Agravo regimental ao qual se nega provimento” (STF - Rcl 6770 AgR, Relatora: Min. Cármen
Lúcia, Tribunal Pleno, julgado em 24/06/2010, DJe-149 Divulg 12-08-2010 Public 13-08-2010 Ement VOL-02410-01 PP-
00209).
No mesmo sentido, cito, ainda, os seguintes precedentes da nossa Corte Suprema: Rcl 21.816, Rel. Min. Luiz Fux; Rcl 25.028
AgR, Rel. Min. Dias Toffoli; e Rcl 19.305, Rel. Min. Rosa Weber.
Trago, também, o enunciado sumular n. 727 do e. STF, elucidativo ao tema em discussão:
“Não pode o magistrado deixar de encaminhar ao Supremo Tribunal Federal o agravo de instrumento interposto da decisão
que não admite recurso extraordinário, ainda que referente a causa instaurada no âmbito dos juizados especiais”.
Superada as questões acima abordadas, analiso os pedidos da Requerente para que sejam concedidos “... efeitos ativo e
suspensivo, concedendo que seja reformada a decisão recorrida e determinar o recebimento do Agravo de Instrumento (ID 40e8ed7) e julgar no
mérito o seu conteúdo”.
Esclareço à Requerente que os recursos na Justiça do Trabalho, via de regra, terão efeito meramente devolutivo, permitida a
execução provisória até a penhora (art. 899 da CLT), sendo certo que o Agravo de Instrumento trabalhista não suspende o curso da execução,
razão pela qual indefiro esse desiderato específico da Requerente.
De outro giro, em face da evidente inconsistência procedimental, contrária à boa ordem processual, julgo parcialmente
procedente a Correição Parcial para determinar ao Juízo de origem o processamento e a consequente remessa do Agravo de Instrumento de ID.
40e8ed7, dos autos do processo n. 0000365-67.2018.5.23.0031, a este Regional, bem como que se abstenha de fazer juízo de admissibilidade em
sede de Agravo de Instrumento, recurso que sempre deve ser remetido ao Tribunal.
Encaminhe-se cópia desta decisão ao Requerido, Excelentíssimo Senhor Juiz do Trabalho José Pedro Dias.
Dê-se ciência à Requerente, via DEJT.
Decorrido o prazo recursal sem manifestação, arquivem-se estes autos na Secretaria da Corregedoria, com as cautelas de
praxe.
Cuiabá, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020.
Nicanor Fávero Filho
Desembargador-Presidente e Corregedor Regional

SECRETARIA DE GERENCIAMENTO HUMANO


Ato
Ato SGH
Comunicado 01 - REVOGAÇÃO DO EDITAL DE ABERTURA SGH/DDH n. 004/2020

PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO POR COMPETÊNCIAS


EDITAL DE ABERTURA SGH/DDH n. 004/2020
GABINETE DA DESEMBARGADORA MARIA BEATRIZ
THEODORO GOMES – PROAD n. 2058/2020

COMUNICADO n. 01 - REVOGAÇÃO DO EDITAL

Anexos
Anexo 1: Download

Portaria
Portaria SGH
PORTARIA TRT SGH N. 034/2020
Autoriza teletrabalho.

O ILUSTRÍSSIMO SECRETÁRIO DE GERENCIAMENTO HUMANO DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 23ª REGIÃO, no uso das
atribuições delegadas por via da Portaria TRT SGP GP n. 006/2020,

Considerando os termos da Resolução Administrativa n. 200/2014, que dispõe sobre o teletrabalho no âmbito do Tribunal Regional do Trabalho da
23ª Região;

Considerando os termos da Resolução CNJ n. 227, de 15.06.2016;

Considerando os termos do Processo PROAD n. 10626/2019;

RESOLVE:

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região 28
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Autorizar o servidor WALTER REZENDE DO AMARAL (W039-1), Técnico Judiciário, Área Administrativa, Sem Especialidade, matrícula
308.23.1369, a realizar teletrabalho para a execução das atividades afetas à função FC-05 – Assistente de Magistrados e Atendimento Virtual na
área judicial da Coordenadoria de Assistência ao Magistrado, pelo período de 02 (dois) anos, a contar de 13/03/2020.

Dê-se ciência.

Publique-se no DEJT.

Cuiabá-MT, 03 de março de 2020.


MARCOS DANIEL MARTINS ROCHA
Secretário de Gerenciamento Humano

ÍNDICE

SECRETARIA GERAL DA PRESIDÊNCIA 1


Portaria 1
Portaria SGP 1
DIRETORIA GERAL 2
Portaria 2
Portaria DG 2
STP - SECRETARIA DO TRIBUNAL PLENO 5
Acórdão 5
Acórdão Administrativo 5
Edital 21
Edital de Intimação 21
Resolução 22
Resolução Administrativa 22
SECRETARIA DA CORREGEDORIA 23
Despacho 23
Despacho Corregedoria 23
SECRETARIA DE GERENCIAMENTO 27
HUMANO
Ato 27
Ato SGH 27
Portaria 27
Portaria SGH 27

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