Avaliação de mercados institucionais: Os casos do PAA e
PNAE no território rural da APA do Cantão
Waldecy Rodrigues(1); Fernando Afonso Nunes Filho(2); Ruthe Cardoso da Silva(3)
(1) Professor Dr. do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional; Universidade Federal do Tocantins; Palmas,
Tocantins; waldecy@terra.com.br; (2) Assessor Técnico de Inclusão Produtiva; Núcleo de Extensão em Desenvolvimento
Territorial; (3) Técnica em Controle Ambiental, Graduanda em Eng. Ambiental; Universidade Federal do Tocantins (UFT).
RESUMO: A região que caracteriza a APA do Cantão,
localizada a oeste do Estado do Tocantins, é uma área de
grande potencial em desenvolvimento territorial, porém
possui uma população relativamente pequena, e o índice
de pobreza elevado. Através dos programas do governo
federal de incentivo a agricultura familiar, como o PAA e
PNAE, buscam atender a demanda de alimentos de
populações em condição de insegurança alimentar.
O Núcleo de Extensão em Desenvolvimento
Territorial em parceria com a UFT, visam construir e
fortalecer o desenvolvimento territorial, promovendo a
sustentabilidade da produção rural e extrativista através
da ampliação de sua capacidade institucional e gestão
social.
Palavras-chaves: APA do Cantão, Desenvolvimento
territorial, PAA.
INTRODUÇÃO
A abordagem territorial do desenvolvimento
rural sustentável é uma visão essencialmente
integradora de espaços, atores sociais, agentes e
políticas públicas. Essa abordagem considera a
redução das desigualdades, o respeito à
diversidade, a solidariedade, a justiça social,
como objetivos primordiais a serem atingidos
(SDT / MDA, 2013).
Para apoiar o desenvolvimento sustentável
dos territórios rurais, a estratégia implementada
pela SDT/MDA está estruturada a partir de três
elementos fundamentais: o território (espaço e
sociedade), a institucionalidade territorial
(participação e representatividade) e a visão de
futuro (um plano territorial de desenvolvimento)
(SDT / MDA, 2013).
Com uma estrutura fundiária extremamente
concentrada e de políticas de favorecimento às
grandes propriedades, em detrimento das
pequenas, os movimentos sociais do campo têm
lutado atualmente em duas frentes, quais sejam,
a de uma melhor distribuição de terras para a
população brasileira, e também que este melhor
acesso as terras venha acompanhado de
condições que garantam minimamente a
sobrevivência nos assentamentos.
O Parque Estadual do Cantão, o primeiro
Parque Estadual do Tocantins, é uma das áreas
protegidas mais importantes da Amazônia
brasileira, muito acima do esperado para um
parque dessa extensão. Localizado a Oeste do
Estado na porção que compreende os
Municípios de Abreulândia, Araguacema,
Caseara, Chapada de Areia, Divinópolis do
Tocantins, Dois Irmãos do Tocantins,
Marianópolis do Tocantins, Monte Santo e Pium
(MDA, 2006).
Segundo dados do IBGE, a população do
Território é de 36.319 habitantes, com valores
muito semelhantes entre população Rural e
Urbana, onde 19.222 habitantes residem nas
cidades do território e 17.097 habitantes moram
na Zona Rural (MDA, 2006).
Em termos comparativos o território da APA
Cantão apresenta uma população relativamente
pequena, com uma taxa de crescimento anual
2,33% (IBGE, 2000). Os indícios de pobreza na
região são altos, comparado com o índice médio
do Estado do Tocantins que é 42%.
Assim, com a finalidade de erradicar a fome
e a miséria, o governo federal lança em 2003
Programa de Aquisição de Alimento – PAA que
tem por objetivo a aquisição de produtos da
agricultura familiar, buscando atender a
demanda de alimentos de populações em
condição de insegurança alimentar (MDA,
2012).
Em parceria com PAA, o programa PNAE,
um dos mais antigos programas do governo na
área de alimentação escolar e segurança
alimentar e nutricional, visa o atendimento
universal aos escolares e a garantia do direito
humano à alimentação adequada e saudável
(MDA, 2014).
O presente estudo visa construir e fortalecer
as iniciativas de desenvolvimento territorial para
promover a sustentabilidade da pequena
produção rural e extrativista deste território,
através da ampliação de sua capacidade
institucional e gestão social.
METODOLOGIA
A equipe do Núcleo de Extensão em
Desenvolvimento Territorial (NEDET) em
parceria com a UFT realizou visitas aos
munícipios que compõem o território do Cantão,
com o objetivo de levantar informações sobre as
demandas e dificuldades de cada município.
Após as primeiras visitas, decidiu-se
centralizar as reuniões do colegiado no
município de Divinópolis do Tocantins, através
das reuniões ocorreu a aplicação de
questionários-base, para identificar os principais
problemas enfrentados pela sociedade civil bem
como pela gestão do município.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através da aplicação dos questionários,
observou-se que os municípios contam com
uma coordenação desarticulada, devido a falta
de comunicação entre os atores do próprio
território e das dificuldades encontradas na
gestão dos projetos, devido à falta de
acompanhamento e incubação desses projetos
efetivados.
Durante as visitas realizadas, uma das
maiores demandas encontradas foram a
efetivação e funcionamento do SIM – Sistema
de Inspeção Municipal e a consequente adoção
de práticas sanitárias adequadas nos municípios
tocantinenses.
O território da APA do Cantão possui um
grande potencial para a produção de alimentos,
através da agricultura familiar,
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Embora a região tenha um alto poder para
desenvolver a utilização das suas terras
sustentavelmente, a desmotivação da sociedade
civil em relação ao desenvolvimento de
políticas territoriais, tem influenciado no
crescimento da região, bem como na
desativação de agroindústrias que existem nos
municípios, devido à falta de capacidade técnica
operacional associado ao desinteresse da
comunidade.
A implantação dos sistemas de inspeção
municipal (SIM), legalizará as agroindústrias
locais fortalecendo o acesso das famílias
agricultoras ao crédito do PRONAF para
investir na agro industrialização, facilitando
comercialização dos produtos industrializados
localmente no mercado formal, assim como
acesso ao programa de aquisição de alimentos-
PAA e ao PNAE - programa nacional de
alimentação escolar, uma vez que a lei
11.326/2006 roga que produtos da agricultura
familiar devem atender à legislação sanitária
vigente.
Com isso, será possível aumentar a geração
de renda entre as famílias envolvidas,
aquecendo o comércio local e aumentando a
arrecadação de tributos pelos municípios.
REFERÊNCIAS
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