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FORTALEZA
2013
JOSÉ ORLANDO CARLOS DA SILVA
FORTALEZA
2013
TERMO DE APROVAÇÃO
ANÁLISE DOS PARÂMETROS DA CERTIFICAÇÃO BANDEIRA
AZUL PARA A PRAIA DO CUMBUCO, LITORAL OESTE DO ESTADO
DO CEARÁ
Por
Este TCC foi apresentado no dia 22 de maio de 2013 como requisito para a
obtenção do título de Especialista em ENGENHARIA AMBIENTAL E
SANEAMENTO BÁSICO, da Faculdade Estácio - FIC, tendo sido aprovado
pela Banca Examinadora composta pelos professores:
BANCA EXAMINADORA
____________________________________
Ms. Cláudia Germana Barbosa Silva Albuquerque
Orientadora
______________________________________
Profº. Ms. João Batista Vianey Silveira Moura
Examinador – FIC
A minha família: Fernanda (esposa); José
Carlos e Maria Nauan (filhos); Dona Railda
(mãe) e José Augusto (pai), in memorium.
AGRADECIMENTOS
Ao meu pai José Augusto da Silva, que mesmo tendo ido para junto de Deus, acompanha este
filho na vida e nos seus projetos.
A minha família, Antonia Fernanda André de Moura (esposa); José Carlos André da Silva
(filho) e Maria Nauan André da Silva (filha) que aceitou trocar alguns passeios familiares por
participar no desenvolvimento de atividades relativas a este trabalho, realizando-as com muito
entusiasmo e dedicação.
A minha orientadora MSc. Cláudia Germana Barbosa Silva Albuquerque pelas discussões
sobre o tema, sobre o TCC e pela amizade.
A minha amiga Geógrafa Verusca Lima Cabral que me auxiliou nas representações gráficas
contidas neste documento.
Ao meu amigo Geógrafo João Luís Olímpio Sampaio pela ajuda nas representações gráficas e
nas discussões sobre o tema e o trabalho.
Ao meu amigo bacharelando em Engenharia Ambiental na Unifor, Tiago Augusto Silva que
me acompanhou em algumas atividades e com o qual trocamos observações e estudos sobre a
área.
Iniciativas como as do Programa Bandeira
Azul são importantes, pois valorizam o que dá
certo e o que é bom. É uma ação internacional
que visa destacar boas práticas e bons
exemplos e é isso que a causa ambiental
precisa. Um enfoque positivo que mobilize as
pessoas.
As zonas costeiras são, por excelência, áreas de patrimônio natural muito sensíveis e sujeitas a
fortes pressões antrópicas, condicionando desta forma a proteção do valor paisagístico e
qualidade ambiental. A praia do Cumbuco é uma praia com uma localização excepcional na
zona costeira, sendo um local com tipologias de utilização diferenciadas o que favorece a
oferta diversificada aos diferentes usuários. Com o presente estudo se pretende dar uma
contribuição para a gestão da zona costeira dado que, ao longo do tempo, com a
transformação dos hábitos culturais e das estruturas sociais e econômicas, a forma de uso e o
tipo de atividades sobre estas zonas foram-se transformando e provocando diversas alterações,
as quais são responsáveis pelos vários problemas. As praias, enquanto sistema integrador
destas zonas, não fogem aos problemas descritos, sendo que o desafio que se coloca na
criação de um sistema de planejamento e gestão, a exemplo da certificação Bandeira Azul. O
programa Bandeira Azul é um exercício de cidadania. Ele reeduca as pessoas e as chama para
o compromisso do usufruto consciente do lazer proporcionado por este ambiente. Essa é a
verdadeira integração com o meio ambiente. A metodologia utilizada foi a de levantamento
bibliográfico, levantamento fotográfico e questionário com observação no local. O estudo
realizado mostra que a praia do Cumbuco não poderia, no estágio atual, qualificar-se como
praia Bandeira Azul, contudo, com a integração entre a iniciativa privada, a sociedade
organizada e os órgãos municipais, estaduais e federais, soluções adequadas podem ser
implantadas e a qualificação da praia, não apenas perante o programa Bandeira Azul, mas
como um ambiente com qualidade ambiental para todos.
The coastal areas are very sensitive zones that make part of the natural heritage which is
exposed to strong anthropic pressures, a situation that conditions the protection of its
landscaping value and environmental quality. The Cumbuco beach is an area that has an
outstanding location right on the coast line, seeing that it is enriched by many white sand
beaches with different usage typologies, which favours a diversified offer to their various
users. The aim of this work is to give a small contribute for the issue related to the coastal
areas management given that, throughout time, because of the changes in cultural habits and
both in social and economic structures, the treatment and the type of activities that are
performed on these areas have been changing and, consequently, creating various alterations,
which are responsible for many of the problems that are affecting these same areas. The
beaches, as an essential system of these areas, are also related to the above mentioned
problems, given that the challenge for the control and soothe of these negative impacts that is
put here is the creation of a planning and management system for these same impacts by Blue
Flag certification. The Blue Flag program is an exercise in citizenship. He retrained people
and calls for the appointment of the conscious enjoyment of leisure provided by this
environment. This is true integration with the environment. A methodology used was to carry
out a bibliographic survey, a photographic survey and a questionnaire with comment on the
local situation. The study shows that the beach of Cumbuco could not, at this stage, qualify as
a Blue Flag beach, however, with the integration between the private sector, organized society
and the municipal, state and federal, appropriate solutions can be implemented and
qualification of the beach, not only to the Blue Flag program, but as an environment with
environmental quality for all.
TABELA 1 – Valores limites de bactérias no Brasil e para a Certificação Bandeira Azul ..... 52
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 16
1.1 Objetivo Geral e Específico ....................................................................................... 22
1.1.1 Objetivo Geral............................................................................................................ 22
1.1.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 22
1.2 Justificativa..................................................................................................................... 23
1.3 Metodologia ................................................................................................................... 26
1.3.1 Área de Estudo ........................................................................................................... 26
1.3.2 Matérias e Métodos .................................................................................................. 27
1.4 Referencial Teórico ...................................................................................................... 29
2 RESULTADOS ............................................................................................................... 33
2.1 Caracterização dos Aspectos Ambientais ............................................................... 33
2.1.1 Caracterização dos Aspectos Abióticos .............................................................. 33
2.1.1.1 Climatologia ................................................................................................................. 33
2.1.1.2 Geologia ....................................................................................................................... 36
2.1.1.3 Geomorfologia .............................................................................................................. 37
2.1.1.4 Pedologia ...................................................................................................................... 38
2.1.1.5 Recursos Hídricos ......................................................................................................... 39
2.1.2 Caracterização dos Aspectos Bióticos ................................................................. 40
2.1.3 Caracterização dos Aspectos Socioeconômicos ................................................ 41
2.1.4 Aspectos Ambientais Condicionantes da Qualidade da
Praia do Cumbuco............................................................................................................... 43
2.2 Problemas Encontrados diante do Referencial Adotado, a Certificação do
Programa Bandeira Azul.................................................................................................... 44
2.3 Análise Integrada .................................................................................................................... 83
3 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 86
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 89
APÊNDICE A ..................................................................................................................... 92
ANEXO A ............................................................................................................................. 94
15
1 INTRODUÇÃO
Certamente uma das impressões que se tem no exterior do Brasil diz respeito às
suas praias. Consideradas como paradisíacas estas atraem milhões de turistas anualmente que
vêm em busca das temperaturas elevadas, das paisagens deslumbrantes, da hospitalidade
brasileira e por outros motivos. Em média, mais de 50% dos turistas estrangeiros que vêm ao
Brasil coloca o sol e a praia como o motivo da viagem a lazer (BRASIL, 2012a).
Em janeiro e fevereiro de 2012, registrou-se a entrada de 1.749.322 estrangeiros
no Brasil, o que representa um crescimento de 12% em relação ao mesmo período de 2011
(BRASIL, 2012b). Com relação aos voos domésticos, o fluxo interno no mesmo período
contabilizou 13.710.020 passageiros, o que representa um crescimento de 9,8% em relação a
janeiro e fevereiro do ano de 2011.
Apesar do elevado grau de satisfação dos turistas, identifica-se uma série de
problemas nas praias que não passam despercebidos. A primeira vista o maior deles seria a
poluição decorrente do lançamento de efluentes e resíduos sólidos, tanto na faixa de praia
como na água do mar acarretando problemas na qualidade da água. Todavia, além da poluição
da ainda se verificam os problemas na infraestrutura disponível para atender aos turistas e
frequentadores, falta de programas de educação ambiental, além dos conflitos humanos, os
quais constam em programas de certificação de qualidade ambiental destes ambientes.
No Brasil e na América do Sul, a primeira praia a receber a distinção foi Jurerê
Internacional, em Florianópolis (SC) e a segunda Tombo (SP). Outras praias brasileiras, como
Mole e Santinho (SC), Prainha (RJ), Grande e Castelhanos (ES), Tiririca da Penha e do Forte
(BA) tentaram ou estão tentando se adaptar aos critérios do programa para poder hastear a
bandeira azul. Praias como Copacabana e Ipanema (RJ); Ponta Negra, Jenipabu e Pipa (RN);
Praia do Futuro e Jericoacoara (CE); e do Forte (BA) não estão qualificadas para a referência
internacional.
A referida distinção tem seu foco na educação e informação ambiental, na
qualidade da água, na gestão ambiental e na segurança e serviços, aspectos totalmente ou
parcialmente inexistentes nas praias citadas. Atualmente, as praias apresentam problemas de
balneabilidade em função das superlotações, trânsito e conflitos de interesse.
A Organização Não-Governamental Internacional Fundação para a Educação
Ambiental – FEE – instituiu o Programa Bandeira Azul que estabelece uma certificação para
16
referência de 4 (quatro) estrelas do mar, ou seja, sua nota de avaliação ficou entre 85 e 100
pontos.
A metodologia empregada para a certificação consta da análise de um
questionário e visitas técnicas para a aferição das informações fornecidas pelo município. Para
fazer jus à certificação, o município deverá ter todas as suas praias atendendo no mínimo a
50% dos pontos do questionário.
O questionário engloba os temas:
1. Projeto Orla - enfoca a gestão das praias por meio do Plano de Gestão
Integrada da Orla Marítima – PGI –, ou do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal
(PDDU ou PDP), Lei de Zoneamento Ecológico-Econômico e leis de criação de áreas
protegidas.
2. Monitoramento da Qualidade da Água - refere-se à balneabilidade das praias
em relação à saúde pública e à qualidade das águas segundo os laudos da SEMACE.
3. Medida de Prevenção de Acidentes - compreende um conjunto de questões
relativas à prevenção e salvamento na água, controle da circulação de veículos na faixa de
praia, de animais e ambulantes. E por fim demonstra preocupação também com o turismo
sexual.
4. Legislação Ambiental - enfoca a adequabilidade das formas de uso e ocupação
do solo na zona costeira frente à legislação ambiental, inclusive em relação à existência e
licenciamento ambiental. O município deve ser dotado de instrumentos legais (leis, decretos,
etc.) que normatizem o uso e ocupação da zona costeira.
5. Saneamento Ambiental/Sanitário - foca a gestão dos resíduos sólidos, o sistema
de esgotamento sanitário, o lançamento de efluente na zona balneável e o controle sanitário
dos estabelecimentos. O enquadramento ao Plano de Gerenciamento Integrado dos Resíduos
Sólidos Urbanos – PGIRSU – deve ser comprovado com a apresentação de relatórios
técnicos, registros fotográficos, e comprovando que são feitas a coleta seletiva, a reciclagem,
reutilização e incentivo a redução. Além dos resíduos sólidos, este item aborda ainda a
questão dos efluentes in natura nas praias e com a qualidade sanitária nos estabelecimentos.
6. Educação Ambiental/Sanitário - a educação ambiental é direcionada a diversos
públicos – frequentadores; vendedores ambulantes; proprietários/funcionários de
estabelecimentos e comunidades tradicionais. Neste ponto, as praias são analisadas em relação
ao fluxo de veículos, o recolhimento e destinação dos resíduos sólidos, aos perigos das
doenças veiculadas por animais domésticos.
7. Ações e Políticas Voltadas às Comunidades Pesqueiras e Étnicas
19
1.2 Justificativa
A Green Coast Award surgiu no País de Gales é atribuída às praias que sejam
geridas com o envolvimento da comunidade e para benefício dos visitantes e do ambiente. Os
critérios que as praias necessitam de obedecer para serem certificadas distribuem-se pelas
categorias de qualidade da água, gestão da praia, limpeza, educação e informação e segurança.
A certificação americana Blue Wave Program tem como principais tópicos de
gestão, a qualidade da água, as condições da praia e da zona intertidal, riscos, serviços,
conservação e proteção de habitats, informação e educação e gestão da erosão.
A Marca “Q” (Qualidade Turística Espanhola) baseia-se no cumprimento dos
requisitos das Normas de Qualidade de Serviço e tem especial atenção à satisfação dos
utilizadores e seus requisitos estão divididos pelas seguintes categorias: segurança;
salvamento e primeiros socorros; informação; limpeza e reciclagem; manutenção de
infraestruturas; acessos; instalações sanitárias e lazer.
A Playa Natural é um SG que apresenta como objetivo o bom desempenho e a
gestão adequada das praias.
Um rótulo ecológico como o Programa Bandeira Azul orienta para as melhores
práticas ambientais. Segundo o Instituto Ambiental Ratones (2011), o “Programa Bandeira
Azul para Praias e Marinas” é desenvolvido pela Organização Não-Governamental
Internacional FEE (Foundation for Environmental Education) é um selo ecológico
amplamente reconhecido em todo mundo. O Programa Bandeira Azul tem como objetivo
elevar o grau de conscientização dos cidadãos e dos tomadores de decisão para a necessidade
de se proteger o ambiente marinho e costeiro e incentivar a realização de ações que conduzam
à resolução dos conflitos existentes.
1.3 Metodologia
2 RESULTADOS
2.1.1.1 Climatologia
b)
a)
são basicamente explicadas pelas elevadas temperaturas e pela intensa radiação solar, além
dos constantes ventos que sopram por toda a região.
350,00
300,00
250,00
Precipitação (mm)
200,00
150,00
100,00
50,00
0,00
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Mês
da nebulosidade, atingem seus valores máximos, próximos a 5,0 m/s. Cerca de 80% da
incidência dos ventos se dá na direção E-W.
2.1.1.2 Geologia
rutilo além de restos de carapaças de animais marinhos e matéria orgânica depositada durante
as marés de sizígia.
As dunas móveis são compostas de maneira predominante por quartzo em forma
de grãos subarredondados, bem selecionados, inconsolidados, de tonalidades claras, foscas e
de granulação fina à média. É comum ocorrerem concentrações lenticulares de minerais
pesados. A origem dessas dunas está relacionada ao aporte de sedimentos oriundos das areias
de praia e a posição da linha da costa em relação à direção dos ventos dominantes. Esta
unidade encontra-se bem representada, posto que aflore acompanhando toda a faixa litorânea.
A área estudada apresenta uma dinâmica sedimentar regida principalmente pelos
processos eólicos e correntes marinhas. A praia do Cumbuco situa-se numa parte da costa
onde não fora, até o momento, diagnosticado o recuo da linha de costa por conta da erosão
resultante do déficit sedimentar da corrente de deriva litorânea, embora se encontre entre duas
praias com significativos registros de erosão marinha, praia de Iparana e do Pecém. Os
estudos efetuados por Magalhães (2000) mostram que a faixa de praia do Cumbuco apresenta
uma condição de equilíbrio, com perfil dissipativo da zona de praia.
Apesar das condições favoráveis, a região como um todo apresenta indícios de
estar sujeita a processos erosivos, bem evidenciados pelas falésias vivas esculpidas nos
sedimentos da retropraia ou pós-praia ocasionando assim desníveis topográficos entre a região
de intermarés e a zona de berma. Estes desníveis têm em torno de 0,70 m em média.
Por ocasião das grandes marés de ressaca, normalmente ocorrentes nos primeiros
meses do ano, estas falésias podem apresentar desníveis topográficos mais acentuados,
resultante da ação mais intensa das ondas sobre a costa.
A área do estudo recebe influência direta do transporte eólico que mobiliza, ao
longo do litoral, os sedimentos provenientes da própria praia, alimentado constantemente a
pós-praia e dunas, recobrindo terraços holocênicos construídos nas fases regressivas da última
transgressão.
2.1.1.3 Geomorfologia
Normalmente o perfil de uma praia tem sido dividido em diversas zonas (ver
figura 5). Cada uma delas apresenta morfologia, fácies e processos típicos distintos. No
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entanto, o que se observa na literatura é uma variação em relação a estas divisões e que até o
momento não há uma uniformização destas terminologias (DUARTE, 1997).
2.1.1.4 Pedologia
Á área em foco situa-se nos domínios das Formações Pioneiras. Esta unidade
vegetal ocorre recobrindo sedimentos areno-quartzosos inconsolidados próximo à linha da
praia e alguns trechos da planície de deflação. A vegetação que recobre tais sedimentos
(areias), em virtude de ser submetida à alta salinidade e solos ácidos, é denominada também,
de psamófila-halófita (GEOCONSULT, 2012).
Entre as espécies vegetais mais característica deste tipo de ambiente encontram-
se: Remirea maritima (pinheirinho-da-praia), Paspalum maritimum (capim-gengibre),
Paspalum vaginatum (capim-da-praia), Ipomoea asarifolia (salsa), Ipomoea pes-caprae
(salsa-de-praia), Centhrus echinatus (carrapicho), Portucala oleracea (beldroega), Sesuvium
portulacastrum (beldoegra-da-praia), Iresine portucaloides (bredinho-da-praia).
Ocorrem dispersos na área de domínio desta vegetação alguns arbustos e
subarbustos representados por: Jatropha mollissima (pinhão-bravo), Calotropis gigantea
(hortência), Cyperus sp. (tiririca) e Anacardium occidentale (cajueiro).
Onde há a presença de vegetação pioneira de porte herbáceo e reptante pode-se
constatar a ocorrência de artrópodes terrestres (insetos e aracnídeos), sendo ainda habitada por
répteis terrícolas e aves. Ressaltam-se a ocorrência de aranhas do gênero Latrodectus,
gafanhotos e cigarras (Orthoptera), formigas (Hymenoptera).
As aves normalmente têm hábitos terrícolas e são consumidoras de sementes,
insetos e vermes, dentre as quais se citam: Paroaria dominicana (campina), Vanellus
chilensis (teteu), Charadrius semipalmatus (maçarico), Charadrius collaris (maçarico-de-
colar), Arenaria interpres (maçarico), Tringa solitaria (maçarico), Tringa flavipes (maçarico),
Guira guira (anu-branco), Calidris alba (maçarico-de-areia), Columbina passerina (rolinha-
da-praia) etc.
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coleta é feita com o auxílio de carroças nas quais são recolhidos os cocos, garrafas e copos
descartáveis e todos resíduos sólidos produzidos pelos frequentadores das praias locais.
O fornecimento de energia elétrica, em todo o município de Caucaia, está a cargo
a Companhia Energética do Ceará – COELCE.
No setor das comunicações, a proximidade da capital favorece o recebimento de
sinais de emissoras de radio e televisão, além de algumas que estão instaladas na sede do
município. O serviço de envio/recebimento por via postal é desenvolvido pela Empresa
Brasileira de Correio e Telégrafos – ECT –, tendo inclusive uma agência na vila do Cumbuco.
Para a vila do Cumbuco, a principal via de acesso é a CE-090.
O setor terciário o principal ramo da economia do município, destacando-se o
comercio e os serviços da cadeia turística.
O carnaval é uma das festas de maior participação popular no Município
acontecendo principalmente nas praias do Icaraí e Cumbuco e na Barra do rio Cauípe. Na
praia do Icaraí é onde se concentram a maioria dos foliões aproveitando a estrutura montada
no chamado corredor da folia.
O maior atrativo turístico do Município de Caucaia é o seu litoral, com muitas
praias e dunas, podendo destacar a praia do Cumbuco. A disposição dos visitantes está nos
restaurantes com suas comidas típicas, como as Velas do Cumbuco, Tendas do Cumbuco,
Portal do Cumbuco, Lisboa Mar à Vista e Aldeia Brasil.
Para acolher os turistas, Caucaia conta com uma rede de hotéis e pousadas
aconchegantes, tais como: Tendas do Cumbuco, Pousada das Conchas, Eco Paradise Hotel,
Dunas do Cumbuco.
Deve-se ressaltar que a praia do Cumbuco apresenta a particularidade de receber
duas categorias turísticas: elite; e massa. O turista de elite é representado pelos estrangeiros e
pelos grupos de alto poder aquisitivo, enquanto o turismo de massa congrega os turistas de
poder aquisitivo inferior oriundo da região de entorno, de outros municípios cearenses e de
outros estados que aqui vem utilizando-se de meios de transporte, hospedagem e
equipamentos de lazer mais em conta.
Na área estudada, verifica-se esta estratificação social. Os turistas de elite,
normalmente conduzidos pelas empresas de turismo, concentram-se na barraca Velas do
Cumbuco, no extremo oeste da área estudada. Já o de massa ocupa as barracas situadas no
leste ao centro da área.
42
erosivo desde a década de 1980. Este processo de modificação da carga sedimentológica teve
origem na capital do Estado, quando da implantação do Porto do Mucuripe.
As obras de proteção da costa de Fortaleza transferiram o problema para as praias
do município de Caucaia, a começar por Dois Coqueiros, posteriormente Iparana, Pacheco e,
atualmente é mais significativa em Icaraí onde há bem pouco tempo foi implantada uma
estrutura de contenção do avanço do nível do mar.
A praia do Cumbuco situa-se a jusante do ponto de contenção do Icaraí, e
encontra-se sujeita a intensificação do processo erosivo. A erosão costeira pode ser observada
pelas mudanças no relevo da faixa de praia e pela ocorrência de concentrações de seixos e
pelos afloramentos isolados de rochas de praia (beach-rocks).
Deve ser ressaltado que segundo os estudos de LIMA (2002) a praia do Cumbuco
apresenta trechos com avanço da linha de costa com taxas de 10 a 20 m/ano e um trecho com
erosão costeira a uma taxa de aproximadamente 3,0 m/ano.
O trecho estudado apresenta sinais de uma taxa de erosão mais significativa em
função das variações morfológicas da praia, que se mostra mais rampeada, da formação de
bermas e pelas mudanças na zona de pós-praia.
O principal sinal do comprometimento da balneabilidade na linha costa estudada
refere-se aos pontos onde as ondas arrebentam com maior intensidade e pela formação de
áreas com uma grande quantidade de seixos, áreas de riscos para os banhistas. A despeito dos
riscos de acidentes com os frequentadores, principalmente para as crianças, não se tem
nenhuma placa indicando os perigos do banho de mar.
4. Um mapa da praia deverá ser disponibilizado.
O item 1.4. relaciona-se a existência de um mapa indicativo das diversas
instalações e equipamentos na zona balneária. Os elementos a serem indicados no mapa são:
Localização do ponto “Você está aqui”
Áreas protegidas os sensíveis na praia ou no entorno imediato
Local das coletas de amostras de água para análise
Localização dos banheiros públicos (incluindo onde estão localizados os
banheiros para portadores de necessidades especiais)
Localização de telefones
Localização de fontes de água potável
Localização dos estacionamentos (incluindo onde está localizado o
estacionamento para deficientes físicos)
Localização dos pontos de acesso à praia, faixas de segurança, etc.
48
300
250
200
150
100
50
0
0
1
0
1
0
1
0
2
10
11
/1
/1
/1
t/1
/1
t/1
/1
/1
/1
l/1
l/1
v/
v/
ai
ai
ar
ar
n
n
ju
ju
se
se
no
no
ja
ja
ja
m
m
m
Gráfico 2 - Variação dos resultados das análises da qualidade da água na barraca Lisboa – Praia m
do Cumbuco
Fonte: adaptado de SEMACE, relatório interno.
Existem diversos índices de medição da qualidade da água que são adotados para
orientar suas utilizações. O índice de balneabilidade - IB é utilizado para medir a qualidade da
água usada para recreação, seja ela em águas interiores ou oceânicas. Ele traz um importante
parâmetro para a aferição da contaminação por bactérias e substâncias tóxicas em ambientes
aquáticos utilizados para atividades de recreação, como natação, mergulho e esqui. Nessas
práticas ocorre o contato direto e prolongado do corpo com a água, que pode envolver a
ingestão involuntária de quantidades consideráveis de água, levando a contaminação com
bactérias e substâncias tóxicas. O índice de balneabilidade foi criado e difundido visando à
diminuição desse tipo de contaminação.
Outro índice, composto por uma medição de diversos parâmetros, é o Índice de
Qualidade da Água – IQA –, que foi criado nos Estados Unidos na década de 1970 e adotado
e adaptado no Brasil no mesmo período. Ele baseia-se na formulação de uma média composta
pela medição de parâmetros da água que possuem pesos diferentes na formulação da mesma,
sendo ele utilizado para orientar diversos usos.
Dentre os oito parâmetros medidos pelo IQA brasileiro (há variação do número de
parâmetros medidos entre os estados), o único utilizado para compor o IB são os coliformes
fecais, que são bactérias que sobrevivem dentro do sistema digestivo humano e de outros
animais, sendo proliferados junto às fezes.
Os principais fatores que influem no despejo de coliformes fecais em áreas de
recreação aquática são a deficiência de sistemas de coleta e tratamento de esgoto ou até
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mesmo sua própria ausência. Podemos destacar também a existência de galerias pluviais
contaminadas que deságuam na praia formando “línguas negras” e a afluência excessiva
turística ao litoral e a balneários interioranos durante a temporada e o final de semana.
Sangradouros originários de águas provenientes da rede pluvial devem ser limpos
durante o tempo inteiro. Durante períodos de chuva sangradouros, canais e áreas próximas a
estes devem ser limpos diariamente Amostras de qualidade da água devem ser coletadas nos
locais onde existam canais de águas pluviais que deságuam na praia.
Em geral, esses problemas estão ligados à ausência de planejamento urbano e à
falta de aplicação dos planejamentos existentes, ocorrências muito comuns nos municípios
brasileiros que têm o seu crescimento ditado pelo mercado imobiliário e por loteamentos
clandestinos.
As condições do meio físico local também influem no índice de balneabilidade,
sendo este dependente da fisiografia das praias, das suas correntes marítimas e das condições
das marés (esses três primeiros em balneários litorâneos) e da posição do balneário em relação
às fontes poluidoras e da ocorrência e intensidade das chuvas.
Apesar de o esgoto doméstico ser a principal fonte de coliformes fecais, esses
podem existir também em matérias orgânicas, como, por exemplo, em restos arbóreos trazidos
por enxurradas e decompostos nos corpos d´água. Outros importantes índices de qualidade da
água que são extraídos das medições de IQA são o índice de qualidade das águas para a
proteção da vida aquática (IVA), o índice de qualidade das águas para abastecimento público
(IAP) e o índice de estado trófico (IET). O último mede a saturação de nutrientes que são
consumidos por microorganismos como as algas, que com proliferação excessiva pode
acarretar em contaminações para os banhistas.
É comum ver índices de balneabilidade no jornal, enquanto os demais índices são
encontrados nos sites de secretarias e instituições ambientais responsáveis. Hoje, o IB vem
sendo aplicado prioritariamente em áreas litorâneas, ao passo que os demais índices são mais
usados em águas interioranas.
Os seus critérios de divisão são apresentados como os dos demais índices,
constituindo-se de uma escala que vai de má ao ótimo (Figura 10), representada em uma
legenda de cores. As classes do índice refletem a proporção de coliformes fecais em uma
amostra de 100 mL.
55
Sendo realizadas mensalmente, terão unicamente 12 (doze) análises por ano. Este
número é aquém do estabelecido para o primeiro ano, mas supera em muito a quantidade
determinada para os anos subsequentes.
Outro ponto observável é o monitoramento dos parâmetros físico-químicos
sugeridos pelo Programa Bandeira Azul.
pH – 6 a 9
Óleos: Água: sem camadas visíveis de óleo na superfície e sem odores. / Terra:
a praia deve ser monitorada com relação a este tipo de contaminação e planos
de emergência devem entrar em vigor em caso de contaminação por óleo. Os
óleos não poderão estar presentes em mais de 5% das amostragens.
Flutuantes: resíduos de graxa, madeira, artigos plásticos, garrafas, recipiente,
vidros, plásticos, borrachas ou quaisquer outras substâncias. Devendo ser
inexistentes.
No artigo 8º da Resolução CONAMA Nº. 274/00 há a recomendação de a
avaliação das condições parasitológicas e microbiológicas da areia, para futuras
padronizações. Considerando o fluxo de animais de montaria (cavalos e jumentos), além dos
domésticos, esta análise deveria ser realizada complementarmente para a qualificação da
balneabilidade da praia do Cumbuco.
III. GESTÃO AMBIENTAL E EQUIPAMENTOS
11. Um comitê de gestão da praia deve ser estabelecido.
O comitê de gestão da praia deve ser composto de todos os atores relevantes em
nível local. Atores relevantes são, mas não se restringem a: representantes da autoridade local,
representantes de associações comunitárias, gerentes de hotéis, salva-vidas, representantes
educacionais, ONGs locais, grupos de usuários especiais etc. Na praia do Cumbuco, as
associações mais representativas são a Colônia de Pescadores Z-8, a Associação dos
Moradores do Cumbuco, e a Associação dos Bugueiros.
Nas praias brasileiras onde o “Projeto Orla” é atuante, o comitê de gestão da praia
para o Programa Bandeira Azul pode ser o já estabelecido comitê do “Projeto Orla”.
12. A praia deve estar de acordo com todas as regulamentações que
influenciam e gestão da praia.
Infraestruturas e atividades na praia e nas áreas adjacentes devem estar de acordo
com os planos diretores dos municípios e leis de planejamento e ambientais. A legislação aqui
referida inclui leis de planejamento de uso do solo, descargas de efluentes de
esgoto/industrial, leis de saúde ambiental, planos de conservação, operações, licenças e
58
permissões para ocupação do solo, etc. Nestas normas devem estar incluídas licenças de uso
da área pública por ambulantes e barracas de praia.
As praias, a exemplo dos recursos hídricos, são consideradas pelo ordenamento
jurídico brasileiro como bens públicos, e bens de uso comum do povo. Ademais, são de
dominialidade federal, conforme análise subsequente.
As praias, segundo o que rege a Lei nº 7.661/88, devem ter livre e franco acesso
em qualquer direção e sentido, ressalvados os trechos discriminados pelo seguinte dispositivo:
Art. 10. As praias são bens públicos de uso comum do povo, sendo assegurado,
sempre, livre e franco acesso a elas e ao mar, em qualquer direção e sentido, ressalvados os
trechos considerados de interesse de segurança nacional ou incluídos em áreas protegidas por
legislação específica.
Por essa razão, não é permitida a urbanização ou qualquer forma de utilização do
solo praiano que impeça ou dificulte o livre e franco acesso assegurado pelo PNGC. Na
mesma linha de pensamento, leciona (MACHADO, 2007):
Art. 11. São públicos dominicais, se não estiverem destinados ao uso comum, ou
por algum título legítimo não pertencerem ao domínio particular:
1º - os terrenos de marinha.
Sobre a utilização dos terrenos de marinha pelos particulares, escreve Meirelles
(2005) que “depende de autorização federal, mas, tratando-se de áreas urbanas ou
urbanizáveis, as construções e atividades civis nelas realizadas ficam sujeitas a
regulamentação e a tributação municipais, como as demais realizações particulares. A reserva
dominial da União visa, unicamente, a fins de defesa nacional, sem restringir a competência
estadual e municipal no ordenamento territorial e urbanístico dos terrenos de marinha, quando
utilizados por particulares para fins civis”.
A Gerência Regional da União/Secretaria do Patrimônio da União trabalha na
ratificação da Linha de Preamar/terreno de marinha, não podendo divulgar informações
relativas ao posicionamento das barracas e edificações instaladas na praia do cumbuco até a
conclusão do processo.
De acordo com a Lei Orgânica do Município de Caucaia, promulgada em 5 de
junho de 1990, inciso I, artigo 192, as praias são consideradas áreas de proteção permanente.
Já na Lei Municipal Nº. 1.367, de 15 de maio de 2001, que dispõe sobre a Política Ambiental
do Município de Caucaia as praias são categorizadas como áreas de preservação permanente,
para Proteção Integral e de uso indireto (art. 137, inciso X) sendo proibida a circulação de
veículos automotores, urbanização ou edificações, aterros, movimentação de terra e
assoreamento e parcelamentos (art. 138). Estes são algumas das ações mais comuns no
ambiente costeiro.
O município de Caucaia dispõe de um Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
e dentro do escopo deste existe, além das leis básicas de diretrizes para as áreas urbanas, um
termo de referência para elaboração de um projeto de urbanização da orla marítima.
A Lei Municipal Nº. 1.369 – Do Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, de 15 de
maio de 2001, tem uma seção dedicada às praias. O art. 152 apresenta um conjunto de
determinações, as quais não estão sendo totalmente respeitadas:
Art 152. A zona praiana de Caucaia caracteriza-se como zona de urbanização restrita
devido a sua fragilidade ecológica, ao interesse público e a garantia de lazer da
população, devendo ser observadas as seguintes diretrizes:
§1º - Não é permitida a construção de edificações, moradias, hotéis, ou qualquer tipo
de edificação de caráter permanente na faixa de praia, todas só poderão ocupar a
margem sul da via litorânea, existente ou projetada, e se de acordo com as normas
federais e estaduais de proteção ambiental;
61
acúmulo de lixo que se torne esteticamente desagradável ou perigoso. A limpeza deve ser
mecânica ou manual, dependendo do tamanho, aparência e fragilidade da praia e suas
redondezas. Em áreas de uso intenso, e onde for possível, é recomendado que um
peneiramento mecânico ocasional e uma limpeza profunda na areia da praia sejam realizados
para remover partículas pequenas como pontas de cigarros, etc. Em época de muita chuva as
drenagens que deságuam na praia devem ser limpas diariamente para evitar que resíduos
cheguem à areia e ao mar.
Segundo levantamentos realizados, a prefeitura municipal de Caucaia dispõe de
um sistema de coleta de resíduos sólidos satisfatório para o atendimento em termos macro,
com equipes de catadores que recolhem os RS na zona de praia periodicamente, com
equipamentos adequados (tratores) ao ambiente. Na zona litorânea a varrição de ruas é feita
apenas duas vezes por semana, enquanto que a varrição das faixas de praia é realizada nos
sábados, domingos e segundas sendo utilizado o moderno caminhão trator cabra.
Faz-se uma ressalva ao tipo de RS identificado nas praias. Os mais comuns são as
cocos-da-baía, e restos de descartáveis e alimentos. Devido aos serviços de passeios em
animais, é comum encontrar-se acúmulos de fezes de cavalos e jumentos.
14. Algas ou outra vegetação devem ser deixadas para se degradarem na
praia.
Algas marinhas são componentes naturais do ecossistema litorâneo. A zona
costeira deve também ser considerada como ambiente natural e vivo e não só como um espaço
de recreio e que tem que ser mantido organizado. Desta maneira o manejo das algas marinhas
na praia deve ser pensado para a necessidade do visitante assim como para a biodiversidade
litorânea. Depósitos naturais pelas marés e ondas na praia devem ser aceitos, se estes não
representarem um incômodo, o que significa que não se deve permitir o acúmulo ao ponto que
isso se torne um perigo ou algo desagradável ao público.
O acúmulo de algas ou outras matérias orgânicas devem ser removidos somente se
isto se tornar absolutamente necessário, sendo levada em consideração também a deposição
deste material de uma maneira ambientalmente correta, por exemplo, por meio de
compostagem ou uso como fertilizante.
Durante as visitas técnicas realizadas na área, e durante os momentos de lazer
desfrutados na área em apreço, foram vistas concentrações de algas na faixa de praia somente
na campanha de 29/07/2012.
No litoral de Caucaia, foram identificadas mais de dez espécies de macroalgas
marinhas do gênero Chlorophyta: Caulerpa cupressoides, C. mexicana, C. racemosa, C.
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danificariam estes equipamentos e a recuperação, com a mesma certeza, iria demorar muito
ou não seria realizada.
17. Existência de instalações sanitárias e chuveiros em número suficiente.
18. Os sanitários devem estar em boas condições de higiene.
O primeiro item de inconformidade com o exigido pelo Programa Bandeira Azul é
a não existência de banheiros públicos em número adequado para atender aos frequentadores
e os que ali trabalham.
Os banheiros são privados, disponíveis no interior das instalações (restaurantes e
barracas). É certo que por estarem em áreas privadas, os equipamentos até poderiam ser
utilizados pela comunidade se não fosse a autocensura do próprio usuário. Muitas pessoas se
sentem constrangidas de acessar determinados equipamentos tendo que passar em meio a um
ambiente diferente do seu convívio.
Os banheiros públicos são disponibilizados por ocasião de atividades na praia que
atraiam um número maior de pessoas, tais como festivais esportivos ou eventos
comemorativos. Para este público eventual são disponibilizados banheiros químicos.
Da mesma forma que os banheiros, os chuveiros são disponibilizados pelos
proprietários dos estabelecimentos, porém, ao contrário dos banheiros, estes são acessados por
todos.
A frequência de limpeza dos equipamentos é relacionada com os dias em que os
equipamentos estão abertos ao público, sendo mais frequente a realização desta na véspera de
funcionamento do estabelecimento.
19. Os sanitários devem ter destino final adequado dos dejetos e das suas
águas residuais.
Os esgotos dos banheiros não devem entrar em contato com o solo ou com o mar
sem estarem tratados. Nas vilas, comunidades, ou municípios com tratamento de esgoto, as
estruturas sanitárias devem estar conectadas com a rede de esgoto municipal. Para praias
localizadas em lugares remotos, ou onde não existe tratamento de esgoto, tratamento
individual ou fossas sépticas apropriadas e esvaziadas regularmente são aceitas.
Encontra-se em implantação na vila do Cumbuco a rede de esgotamento sanitário,
sem data marcada para ser inaugurada. Não tendo assim um sistema público, cada
estabelecimento trata dos seus efluentes na maneira que mais lhe convém, comumente com
sistema de fossa séptica com recolhimento periódico por veículos tanques. Algumas pessoas
entrevistadas afirmam que em alguns casos, os efluentes destes estabelecimentos são lançados
na rede pública de drenagem pluvial.
65
O fluxo mais intenso dar-se de Fortaleza e Caucaia para o Icaraí, passado o trecho
residencial, o fluxo diminui, sendo intensificado somente nos finais de semana, feriados e
durante eventos como o carnaval e reveillon.
De uma maneira geral, a rodovia atende satisfatoriamente a questão de
acessibilidade à praia do Cumbuco.
Quanto ao transporte público, a praia do Cumbuco dispõe de uma linha direta da
sede do município à praia, com horários regulares.
IV. SEGURANÇA E SERVIÇOS
25. Um número adequado de guarda-vidas deve estar disponível na praia.
A presença de guarda-vidas na praia é recomendada para aumentar o nível de
segurança na praia, especialmente em praias com alto número de banhistas. Deve haver um
número adequado de guarda-vidas (mínimo dois) posicionados em intervalos apropriados de
acordo com as características da praia em uso. O intervalo recomendado é de 200 metros.
É recomendado que os guarda-vidas vestissem o uniforme vermelho/amarelo
internacionalmente reconhecido e que propicia fácil reconhecimento em uma praia com
muitos usuários. Os guarda-vidas devem ter equipamentos de salvamento apropriado.
Áreas de banho patrulhadas por guarda-vidas devem ser identificadas. A área deve
ser definida tanto no mapa existente nos pontos de informação e/ou fisicamente na praia com
marcadores ou bandeiras.
Os guarda-vidas devem indicar as condições do mar por meio de símbolos (ex.:
bandeiras). O significado das bandeiras deve ser informado aos usuários na placa informativa
do Programa, ou nos postos de guarda-vidas.
Pode-se considerar que quanto a este quesito a praia do Cumbuco atende
satisfatoriamente.
Durante as três campanhas de pesquisa “in loco”, constatou-se a presença de
salva-vidas na praia do Cumbuco, devidamente equipados e uniformizados, o que facilita a
sua identificação, ver foto 6.
71
zoneamento da lâmina de água deve estar claramente definido e informado nas placas
informativas. Medidas devem ser tomadas para que os condutores de embarcações
motorizadas e de alta potência sejam orientados sobre esse zoneamento. Os salva-vidas devem
ajudar na fiscalização do zoneamento das diferentes áreas recreacionais na água. Ressalta-se
que deve ser seguido sempre a NORMAM1 nº 3 (Amadores, Embarcações de Esporte e ou
Recreio e para Cadastramento e Funcionamento de Marinas, Clubes e Entidades Desportivas
Náuticas) especialmente no que se refere à Segurança do Tráfego Aquaviário.
Esportes na areia como frescobol, vôlei e futebol também devem ter zoneamento
próprio se causarem distúrbios aos demais banhistas. Entrevistas com os usuários para
entender os conflitos existentes é altamente recomendável.
É inaceitável que atividades recreacionais induzam degradação ambiental como
aumento da erosão costeira,
Alguns locais na praia podem ser particularmente sensíveis, requerendo assim
planos cuidadosos e manejo. Nesses casos, organizações conservacionistas reconhecidas de
atuação local devem ser contatadas para planejar a prevenção, assegurando assim que os
locais protegidos e raros, ou espécies protegidas, estejam contemplados. A comunicação com
essas organizações (quando existentes) deve ser documentada e ser apresentada ao
Coordenador Nacional – IAR.
Também deve ser considerada a poluição sonora proveniente de algumas
atividades (bares, por exemplo). As ações de prevenção de conflitos devem ser feitas para a
segurança dos usuários e para a qualidade recreacional dos mesmos, para prevenir que a praia
se torne um parque de diversões barulhento. Essas ações também devem ser realizadas para
proteger a fauna e a flora do uso intensivo da praia. Assim, festas e outros eventos na praia
devem estar necessariamente previamente autorizados e seguindo as leis vigentes relacionadas
ao uso do solo e da poluição sonora.
A praia deve ter acesso livre e franco em qualquer sentido e direção para ser
considerada para a certificação da Bandeira Azul. Impedimento de acesso à praia por
constrangimento psicológico é considerado inaceitável em uma praia Bandeira Azul, como
por exemplo: vigilância ostensiva por funcionários de resorts ou bares e restaurantes;
cobrança de consumação mínima em cadeiras, colchões, mesas privadas que se encontrem na
área pública da praia etc.
1
Normas de Autoridade Marítima
75
Observou-se que alguns passeios são oferecidos para áreas de pouca presença de
banhistas, o que diminui os riscos, porém outros ocorrem em meio à concentração de
banhistas, inclusive onde ficam crianças, conforme mostra a foto 9.
77
praia. Pelo menos uma praia no município tem que ter este acesso e que nesta praia as pessoas
com necessidades especiais possam chegar à água.
Acessos à praia devem ser facilitados com rampas adaptadas aos usuários
portadores de diferentes tipos de necessidades especiais. É recomendado que a forma e o
material da rampa se enquadrem ao ambiente natural e, sempre, se possível, materiais
ambientalmente correto sejam usados, ex. plásticos reciclados, madeiras licenciadas de
reflorestamento etc.
Para o acesso à beira d’água, deverão ser providenciadas esteiras de madeira, ou
ainda pavimentação que permita a rolagem de uma cadeira de rodas, ou carrinho de nenê. Os
sanitários devem ser projetados para usuários de cadeiras de rodas ou outros portadores de
necessidades especiais, como aqueles privados da visão. Estes acessos devem estar de acordo
com os Códigos Padrões ISO para Acessibilidade ou normatização nacional. A praia deve
estar de acordo com leis em relação a acessos e estruturas para portadores de necessidades
especiais, e é recomendado o contato com organizações nacionais de pessoas portadoras de
necessidades especiais.
Além disso, áreas de estacionamento devem ter espaços reservados para pessoas
portadoras de dificuldade de locomoção.
Em primeiro lugar, apenas em nenhuma das barracas estudadas constatou-se o
acesso facilitado aos portadores de necessidades especiais. Apenas uma barraca possuía uma
rampa de serviço que poderia permitir o acesso de cadeiras ou carrinho até a zona de
balneabilidade, contudo a areia começa no final da rampa. Pior ainda se a rampa não
dispusesse de corrimão ou outros equipamentos que garantam a segurança do possível usuário
portador de deficiência. Se não existem rampas, o que dizer dos acessos à água.
O portador de deficiência não é lembrado como usuário da praia. Não existem os acessos, nos
estacionamentos não existem áreas reservadas e nos sanitários não existe nenhuma adaptação
para os mesmos.
32. Policiamento na área da praia.
Visitantes da praia devem estar em segurança e se sentirem seguros. Se
necessário, pessoal adequado à segurança deve estar disponível na praia monitorando a área.
Somente guardas treinados e qualificados podem que estar responsáveis por este
monitoramento. Os guardas devem vestir uniformes facilmente identificáveis e devem estar
aptos a mostrar suas licenças de guardas quando requeridos.
80
Sendo uma praia turística, há sempre uma atratividade maior para ladrões. Muitos
dos assaltos registrados na área têm como alvo as residências dos turistas na vila do
Cumbuco.
O apoio policial militar é tido como satisfatório pela população, constando de
duas viaturas, uma do Ronda do Quarteirão e outra do PMTur, ambas da Polícia Militar do
Estado do Ceará. Quadro apresenta de sinteticamente a situação da praia do Cumbuco em
relação aos critérios da certificação Bandeira Azul.
Continuação do Quadro 2
Parâmetros Atendimento Considerações
9. A qualidade da água da praia
A SEMACE atende a este ponto de
deve atender aos requisitos de
CS acordo com a normatização
padrão de excelência da
brasileira.
legislação nacional.
10. A praia deve atender ao padrão
Os parâmetros monitorados são
de qualidade para os NC
apenas bacteriológicos.
parâmetros físico-químicos.
A gestão da praia é um dever de
11. Um comitê de gestão da praia
NC todos. A gestão da praia não foi
deve ser estabelecido.
identificada.
12. A praia deve estar de acordo
A praia cumpre parcialmente no
com todas as regulamentações
CP sentido do envolvimento individual.
que influenciam e gestão da
Falta a tomada de decisão coletiva.
praia.
A praia do Cumbuco é mantida
limpa pelos agentes envolvidos,
contudo ressalta-se que esta
13. A praia deve estar limpa. CP
“consciência ambiental” refere-se
mais especificamente a agregação de
valores para o ambiente.
As algas não chegam a ser um
14. Algas ou outra vegetação
problema na praia do Cumbuco,
devem ser deixadas para se CS
ocorrendo ocasionalmente e em
degradarem na praia.
quantidade pouco expressiva.
15. Existência de recipientes para
A falta de recipientes para a coleta
lixo na praia, em bom estado
dos resíduos sólidos propicia a
de conservação, seguros e em
NC deterioração do ambiente pela
número adequados,
poluição e pelo favorecimento à
regularmente esvaziados e
proliferação de vetores de doenças.
limpos.
Os resíduos sólidos gerados no
ambiente praial são basicamente
16. Estruturas para receber lixo
orgânicos. Parte destes resíduos
reciclável devem estar NC
poderia ser reciclada, como o coco-
disponíveis na praia.
da-baía, cujas fibras são utilizadas na
fabricação de utensílios.
Algumas barracas disponibilizam
chuveiros para todos os banhistas,
17. Existência de instalações
com instalações precárias. Quanto às
sanitárias e chuveiros em CP
instalações sanitárias, o acesso é
número suficiente.
“restrito” aos frequentadores do
estabelecimento.
A falta de conservação adequada das
18. Os sanitários devem estar em instalações sanitárias pode ocasionar
CP
boas condições de higiene. danos à saúde dos frequentadores
dos estabelecimentos.
82
Continuação do Quadro 2
Parâmetros Atendimento Considerações
Os sistemas de tratamento dos
19. Os sanitários devem ter
efluentes inadequados ocasionam
destino final adequado dos
CP contaminação do lençol freático e
dejetos e das suas águas
do solo, gerando danos à saúde
residuais.
dos frequentadores da praia.
A circulação de veículos
constitui-se o principal risco à
20. Não deverá existir camping balneabilidade no ambiente praial.
não autorizado, circulação de Os riscos potenciais de acidentes,
CP
veículos e depósito de principalmente com crianças, são
entulhos não autorizados. bem elevados, principalmente
quando não há uma fiscalização
efetiva dos gestores do trânsito.
A presença de animais domésticos
deve ser normatizada. Os riscos
de contaminação com as fezes dos
animais são elevados e muitos dos
21. Normas relativas a cães e
proprietários dos animais não têm
outros animais domésticos na CP
a consciência de recolher os
praia devem ser obrigatórias.
dejetos, como fazem os
operadores dos serviços de
passeio a cavalo na praia do
Cumbuco.
Continuação do Quadro 2
A existência de equipamentos de
primeiros socorros pode ser
considerada como muito
importante na área da praia do
Cumbuco dada à oferta de opções
26. quipamentos de primeiros- de lazer e os conflitos de uso e
socorros devem estar NC ocupação do espaço. Aumenta-se
disponíveis na praia. a importância dos equipamentos e
do treinamento dos agentes se
levar-se em consideração a
precariedade das comunicações
das guarnições com os sistemas
de socorro de emergência.
Mesmo a praia apresentando
27. Existência de planos de baixos riscos de acidentes de
emergência para combater poluição, os gestores ambientais
CP
riscos por acidentes de têm planos de contingência que
poluição. atenderiam quaisquer ocorrências
de sinistros poluidores.
Devido à concorrência pelos
espaços na praia do Cumbuco,
28. Existência de um plano de
faz-se necessário o ordenamento
gerenciamento para diferentes
NC do uso e ocupação da área
usuários e usos da praia para
balneável com fins de evitar o
evitar conflitos e acidentes.
acontecimento de conflitos e
acidentes.
29. Existência de medidas de
O acesso á praia é seguro para
proteção e acesso seguro dos CS
todos.
usuários da praia
Não existe uma fonte de água
potável disponível para o público.
30. Existência uma fonte de água O fato é que a venda de água
NC
potável disponível na praia. também é um ponto relevante na
lucratividade dos
estabelecimentos comerciais.
Nenhum estabelecimento está
31. Pelo menos uma praia do
preparado para oferecer aos
município deve estar equipada
NC portadores de necessidades
para receber pessoas com
especiais a acessibilidade à praia e
necessidades especiais.
as dependências.
Registra-se que na opinião dos
entrevistados a atuação da policia
tem sido satisfatória, porém deve-
32. Policiamento na área da praia. CP se registrar também que em
nenhuma das ocasiões das visitas
técnicas, foi possível ver policiais
na área.
84
3 CONCLUSÕES
marinha, deixando uma faixa de terra acima de 33,0 m em relação à linha de preamar atual.
EO setor leste por sua vez apresentava o inverso, destacando-se a grande intensidade de uso,
com muitas barracas ocupando densamente a área balneável da praia.
Em comum, os dois setores apresentam a disputa do espaço pelos prestadores de
serviços de passeio em montarias.
A observação dos critérios da Certificação Bandeira Azul, em relação à praia do
Cumbuco, mostram que dois pontos são atendidos consideravelmente: monitoramento e
divulgação da qualidade da água; a presença de guarda-vidas na área. O primeiro no caso é
realizado pelo estado através da SEMACE, enquanto o segundo é mantido pelo Estado e pela
municipalidade.
Outros 11 itens são da certificação são parcialmente, o que equivale a 34,37%.
Neste grupo estão os serviços de disponibilidade de chuveiros e instalações sanitárias, da
coleta e destinação dos resíduos sólidos, do tratamento das águas servidas, do policiamento
local.
Já os serviços não atendidos são aqueles que de certa forma estão fora da cultura
brasileira, tais como a disposição de mapas de orientação, acessos aos portadores de
necessidades especiais, disposição de ponto de água potável.
O principal obstáculo a ser vencido diz respeito à compartimentação setorial da
praia com vistas a disciplinar o uso do espaço diminuindo os riscos de acidentes com os
freqüentadores. Os riscos maiores são em relação à presença de montarias e passeios
realizados. Alguns destes passeios são controlados pelos prestadores de serviços, mas em
outros casos os animais são deixados ao controle dos turistas que optam por desconsiderar as
ações de segurança em favor do seu prazer, segundo as observações realizadas durante as
visitas à praia do Cumbuco.
Em relação à presença de cavalos e jumentos na orla, isto remete à necessidade de
monitoramento da qualidade ambiental da areia da praia em razão da disposição dos
excrementos destes animais na areia. Parte desses é coletada imediatamente por um
funcionário da prestadora de serviço, mas registrou-se a existência de restos abandonados.
Estudos sobre a permanência e multiplicação de microorganismos provenientes destes restos
de fezes são importantes para o gerenciamento da faixa de praia do Cumbuco.
O modelo socioambiental verificado na praia do Cumbuco é o mesmo praticado
em quase toda a costa brasileira, no qual o uso e a ocupação da praia são praticamente
privatizados com fins comerciais e os serviços disponibilizados também são capitalizados.
88
Neste modelo não se tem uma gestão da zona costeira, a não ser pela ação do Poder Público, o
que torna a questão conflituosa.
O conflito de interesses constitui um dos principais entraves para a gestão
integrada de recursos naturais. A existência de diversas instituições públicas e entidades
privadas com diferentes interesses de uso implicam numa visão setorizada da realidade, que
tende a valorizar uma perspectiva específica em detrimento de um entendimento
compartilhado.
Deve-se adotar um modelo de gestão territorial considerando a análise das
relações existentes entre as atividades produtivas e o ambiente envolvente. Consiste no
planejamento das ocupações, no aproveitamento das infraestruturas e em assegurar a
preservação dos recursos.
Os processos de gerenciamento costeiro integrado estão inseridos na
administração correta de uma determinada unidade territorial geográfica, de forma integrada,
contínua e participativa. Para isto, é decisiva a participação de um grande número de atores
envolvidos, os governos federal e estadual e as prefeituras, a iniciativa privada e associações
comunitárias. Ressalta-se que quanto maior a participação das comunidades envolvidas nas
discussões, maiores são as chances de sucesso da Gestão Integrada da Zona Costeira.
As possibilidades da praia do Cumbuco vir a obter a Certificação Bandeira Azul
são factíveis, haja vista que o município de Caucaia obteve a melhor colocação na
Certificação Praia Limpa, coordenada pelo Conselho de Políticas do Meio Ambiente –
CONPAM. Não há divergência entre as linhas de avaliação apresentadas: ao contrário, elas
são complementares, pois abordam perguntas diferentes e têm metodologias próprias de
trabalho.
Outro aspecto a ser considerado diz respeito à própria forma de ocupação do
litoral das praias certificadas pela FEE e as comuns no litoral brasileiro. Deve-se considerar
que os modelos são significativamente diferenciados. Enquanto que no Brasil se adota o
modelo de ocupação intensa, em muitas praias certificadas a ocupação é restrita e a
disponibilidade de serviços é controlada, fato que também se contrapõe a cultura brasileira
que tem no turismo e na balneabilidade um dos segmentos mais fortes de geração de
empregos, diretos e indiretos, e renda.
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REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Projeto Orla: subsídios para um projeto de gestão.
Brasília: MMA/MPO, 2004. 104 p.
FIC, Faculdade Integrada do Ceará. Manual de normas técnicas para estrutura formal de
trabalhos científicos. Fortaleza: FIC, 2009. 77 p.
LIMA, Sávio Freire. Modelagem numérica da evolução da linha de costa das praias
localizadas a oeste da cidade de Fortaleza, Ceará: trecho compreendido entre o rio Ceará e
a praia do Cumbuco. Porto Alegre, RS: Departamento de Instituto de Pesquisas Hidraúlicas,
2002. 113 f. Originalmente apresentada como dissertação de mestrado (Mestre em
Engenharia) - Curso de Pós-graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Saneamento
Ambiental, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002.
MORAIS, Lúcia de Fátima Sabóia de. Para onde sopram os ventos do Cumbuco?:
impactos do turismo no litoral de Caucaia, Fortaleza, CE: Departamento de Centro de
Ciências e Tecnologia, 2010. 128 f. Originalmente apresentada como dissertação de mestrado
(Mestre em Geografia) - Curso de Mestrado Acadêmico em Geografia, Universidade Estadual
do Ceará, 2010. Disponível em:
<http://www.uece.br/mag/dmdocuments/lucia_saboaia_dissertacao.pdf>. Acesso em: 01 jul.
2012.
Canavieiras, Bahia. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v. 3, n. 39, p.395-408, set.
2009.