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Análise Psicológica (1989), 1-2-3 (Vil): 209-213

Estudo psicométrico do PMA(*)

RUI BÁRTOLO RIBEIRO (**)


CARLOS ALVES MARQUES (**)

O estudo das aptidões mentais primárias A versão portuguesa da bateria PMA cor-
foi inicialmente desenvolvido por Thurstone responde a uma adaptação da versão espa-
em 1938, a partir da análise factorial de mais nhola que, por sua vez, é equivalente a
de 50 testes, de onde conseguiu extrair 13 forma intermédia americana 11-17 para apli-
factores, tendo interpretado 9 deles. cação a sujeitos com idades compreendidas
Thurstone via assim a inteligência como entre os 11 e 17 anos. Os cinco testes que
algo multidimensional, em que cada dimen- compõem a bateria pretendem medir os
são representava uma capacidade mental. seguintes factores da inteligência humana:
Nesta linha de pensamento, publica poste- V - Compreensão Verbal
,
riormente os chamados testes de aptidões E - Concepção Espacial
mentais primárias, avaliadores de 7 dimen- R - Raciocínio
sões: Compreensão Verbal, Concepção Espa- N - Facilidade Numérica
cial, Raciocínio, Facilidade Numérica, F - Fluência Verbal.
Fluência Verbal, Memória e Rapidez Percep-
tiva. Só mais tarde, em 1947, com a colabo- O teste de factor Verbal avalia a aptidão
ração de T. G. Thurstone, é publicado nos para compreender as ideias expressas por
EUA um conjunto de testes (PMA) destina- palavras baseando-se em itens do tipo sinó-
dos a medir cinco das aptidões mentais pri- nimos, tendo a duração de 4 minutos.
márias. O factor Espacial corresponde A aptidão
A equipa de Investigação da CEGOC- de representar objectos ou figuras no espaço
-TEA Portuguesa, com base nos estudos a duas ou três dimensões. A duração deste
do Departamento de Psicologia Experimen- teste é de 5 minutos.
tal de Madrid, adaptou as cinco provas O teste de Raciocínio permite avaliar a
do PMA para a população portuguesa em aptidão para resolver problemas lógicos,
1983. tendo a duração de 6 minutos.
O teste de Facilidade Numérica é com-
posto por várias operações numéricas sim-
(*) Os autores agradecem aos finaiistas do ISPA
Francisco Ribeiro e Olívia Ribeiro a colaboração ples, avaliando a aptidão para a resolução
prestada. de problemas quantitativos de forma rápida
(**) Assistentes no ISPA. e exacta. A duração do teste é de 6 minutos.

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A Fluência Verbal é avaliada pela quan- RESULTADOS
tidade de palavras começadas por uma
determinada letra, que sejam mencionadas 1. Fidelidade
durante 5 minutos.
O cálculo da fidelidade foi efectuado pelo
método da consistência interna, pela deter-
A bateria PMA tem sido utilizada tanto minação dos coeficientes alpha (a)de Cron-
em selecção como em orientação profissio- bach (1984) para as três amostras. Os coe-
nal para a determinação de perfis de apti- ficientes a variam entre .81 e .91 para as três
dões mentais. Sabendo que as qualidades amostras no global (ver Tabela 1).
métricas dos instrumentos psicológicos de
medida se alteram quando aplicados a amos- Tabela 1 - Coeficientes de consistência interna
tras diferentes ou a mesma amostra, mas em para 4 dos cinco testes do PMA
situações diferentes, torna-se indispensável
conhecer as características psicométricas
desta bateria.
O presente estudo é uma tentativa de aná- 252
lise de algumas qualidades psicométricas da 149
bateria PMA permitindo um estudo compa-
rativo e complementar com os dados refe- Não foi calculado o coeficiente a para o
renciados nos manuais americano (1958) e teste da Fluência Verbal, atendendo ao tipo
português (1983). de teste. Comparativamente com os coefi-
cientes encontrados no manual americano e
português, para uma amostra com idênticas
habilitações literárias (10. O ano), verifica-se
METODOLOGIA que os coeficientes obtidos neste estudo são
sensivelmente equivalentes (ver Tabela 2).
Amostra
Tabela 2 - Comparação dos coeficientes
A bateria PMA foi aplicada a um total de de fidelidade
451 sujeitos, divididos em três tipos de amos-
E R N F n Método
tras consoante o grau de habilitações Iiterá-
rias: a) Amostra 1: Sujeitos com o 8P Ano .% .93 .89 - 500 spearrnan-
de Escolaridade e idades compreendidas americano -Brown
entre os 13 t 17 anos (N=50); b) Amostra
português
- .88 .84 - 188 spemm-
-Brown
2: Sujeitos com o 10." e 11P Anos de Esco- Amostra 2 .90 .85 .86 .90 - 252 udecronbach
laridade e idades compreendidas entre os 15
e 21 anos (N=252); c) Amostra 3: Sujeitos
com frequência universitária (2: e 3P Anos Observa-se, no entanto, que, relativamen-
do ISPA) e um grau etário entre os 19 e 43 te ao estudo espanhol referenciado no ma-
anos (N=149). Do total de 451 sujeitos, nual português, os nossos coeficientes são
62,1% são do sexo feminino e 37,9% do sexo inferiores em comparação com os coeficien-
masculino. tes calculados pelo método «split-half», mas
A aplicação decorreu entre Outubro de inferiores aos calculados pela forma teste-
1986 e Março de 1987, tendo sido efectuada -reteste.
pelos alunos do 4P Ano de Psicologia Social Considerando o coeficiente a de Cron-
e das Organizações do ISPA. bach com um coeficiente médio de todos os

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coeficientes possíveis obtidos pela divisão pendência dos vários factores. Entre parên-
em metades, obtêm-se resultados frequente- tesis encontram-se os coeficientes de corre-
mente inferiores aos calculados pelo método lação medianos descritos no manual ameri-
asplit-half)), atendendo a que esta forma cano (Thurstone & Thurstone, 1958).
pressupõe que o teste é dividido nas duas
metades consideradas óptimas (Cronbach, Tabela 3 - Zntercorrelações dos 5 factores
1984), isto é, mais equivalentes em termos - - -
de grau de dificuldade. No entanto, quando - --
R NF

os itens são extremamente homogéneos, V - Compreensão


poderá acontecer que os coeficientes de fide- Verbal .46 ** .18 * .24 **
(.50) .33) (.37)
lidade obtidos pelo método «split-half»
sejam superiores aos de ar de Cronbach. E - Espacial .45 ** .24 ** .13 *
(.34) .17) (.I31
Quanto menor for a diferença entre estes
dois coeficientes, maior será o grau de R - Raciocinio - .39 ** .31 **
.35) (.34)
homogeneidade entre os itens (Anastasi, -
N - Numérico .39 ** .22 **
1982). Da tabela 2 é-nos possível constatar
635) 629)
uma grande proximidade entre os coeficien- F - Fluência
tes encontrados pelos métodos Spearman- Verbal .31 ** .22 ** -
-Brown e ar de Cronbach, o que poderá ser
considerado como um indicador de uma boa
- .29)
C34) - -
consistência interna dos testes que compõem N = 252 * w.05 ** w.01
a bateria PMA .
Da análise da matriz de intercorreiações
ressalta uma forte relação entre os cinco fac-
Validade tores avaliados pelos testes da bateria,
embora se situem dentro de parâmetros
1. Intercorrelações entre os resultados idênticos aos apontados no manual ameri-
dos cinco testes cano. No teste Numérico é onde se detecta
uma maior discrepância entre os coeficien-
Podemos distinguir vários tipos de vali- tes por nós obtidos e os do manual ame-
dade, dos quais salientamos a validade de ricano.
construção, de conteúdo e preditiva. No
nosso estudo debruçámo-nos sobretudo
sobre a validade preditiva. No entanto, rea- 2. Análise factorial
lizámos um estudo de análise factorial com
a amostra 2, por esta apresentar caracterís- Utilizando a mesma amostra (Amostra 2),
ticas de homogeneidade, habilitações literá- procedeu-se análise factorial dos resulta-
rias e idades, e dimensão relativamente dos, tendo sido extraído um único factor
significativas. Os 252 sujeitos constantes da com significado estatístico, que generica-
amostra 2 correspondem a alunos do 10." mente se pode designar por factor g, tal
e 11.O anos de escolaridade de 5 escolas do como Thurstone viria a aceitar implicita-
ensino secundário da zona de Lisboa (Esc. mente como um factor g de 2.a ordem
S. J. de Brito, Esc. R. D. Leonor, Esc. (Almeida, 1988), atendendo & forte satura-
Filipa de Lencastre, Escolas Secundárias de ção do teste de raciocínio (.69). Verifica-se
Mem Martins e Josefa de Óbidos). também razoável saturação nos factores ver-
Os coeficientes de correlação constantes bais e espaciais, identificando-se os resulta-
da Tabela 3 dão-nos uma ideia da interde- dos mais com a versão do manual português

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em que uma hipotética nota de inteligência as disciplinas já terminadas. Para o cálculo
geral poderá ser obtida por intermédio da da validade preditiva, foi determinado o
+ + +
fórmula 1,5V E + 2R N F, do que coeficiente de correlação momento-produto
segundo a fórmula mais simplista de 2V + R de Pearson entre os resultados obtidos nos
(Thurstone & Thurstone, 1958) ou ainda testes (variáveis preditoras) e um critério.
segundo Sexton (descrito em Thurstone & Para critério escolheram-se as médias dos
Thurstone, 1958), V + E + 2R + 2N + F. Este 1 . O e 2 . O anos.

factor Único explica 44% da variância total


dos 5 testes. Tabela 5 - Coeficientes de correlação entre
os resultados nos testes e o critério
Tabela 4 - Saturação dos vários testes I Média Media
no factor extraído no 1." Ano no 2 . O Ano

V - Compreensão Verbal -.O3 -.o1


' E -E s ~ c i a l .I7 -.I3
V - Compreensão Verbal R - Raciocínio .o7 -.18
E - Espacial N -N t d i c o .I5 -.O5
R - Raciocínios F - Fluência Verbal -.25 -.12
N - Numérico
F - Fluência Verbal 1,5V t E t 2R t N t F .O5 -.16
Tamanho da Amostra 58 30
Tanto por intermédio das intercorrelações
como através da análise factorial, verifica- Dos coeficientes de correlação encontra-
-se que os testes mais independentes são os dos verifica-se que nenhum deles tem signi-
de Fluência Verbal e Cálculo Numérico, ficado em termos estatísticos (pe.05). Na
contrariamente aos testes de Compreensão base da explicação destes coeficientes pode
Verbal e Raciocínio, como já foi descrito estar o facto de o critério apresentar fraca
por outros autores (Thurstone & Thurstone, variância ( a = l . l para o 1 . O ano e a=2.1
1958; Guion, 1955), que parecem contribuir para o 2 . O ano); outra razão a ser conside-
mais para um factor global preditor do rada prende-se com a falta de poder discri-
sucesso escolar (Thurstone & Thurstone, minativo desta bateria em sujeitos a j a s ida-
1958). O factor Espacial aparece com uma des sejam superiores aos 17 anos e/ou com
saturação mais próxima do factor Com- habilitações literárias superiores ao 1 1. O ano.
preensão Verbal que dos factores Numérico
e Fluência Verbal.

3 . Validade Preditiva
A bateria factorial PMA revela uma sig-
Pretendia-se com este estudo determinar nificativa consistência interna, garantindo
quais as aptidões primárias que seriam mais assim elevada confiança nas medidas efec-
preditivas do sucesso escolar dos alunos de tuadas, nas dimensões primárias da inteli-
uma amostra específica como é a do ensino gência.
universitário. O cálculo da análise factorial reforça a
Não foi possível considerar a totalidade aceitação da hipótese de existência de um
dos 149 sujeitos da Amostra 3 para o estudo factor g de 2. a ordem, o que de certa forma
de validade preditiva, atendendo a que estes vem diminuir a importância atribuída il dife-
alunos não frequentavam todos o mesmo renciação entre factor geral e de grupo
ano do ISPA, assim como não tinham todas (Anastasi, 1982).

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O PMA revela-se, no entanto, um instru- CRONBACH, L. J. (1984). JZssentials of Psy'cholo-
mento com algumas limitações quando é uti- gical Tating (4.a 4.).New York: Harper & Row.
i

lizado em populações cujas habilitações FREEMAN, F. S. (1962-1974). Teoria e Prática dos


Testes Psicológicos. Lisboa: F. Calouste Gul-
sejam de frequência universitária. benkian.
GUION, R. M. (1%5). Personnel Tesring. New York:
McGr aw-Hill .
BIBLIOGRAFIA NüNNALLY, J. C. (1978). Psychometric Theory (2."
ed.). New York: McGraw-Hill.
ALMEIDA, L. S. (1988). Teorias da inteligência (2.a PMA (Manual) (1983). Lisboa: Cegoc-Tea.
ed.). Porto: Ed. Jornal de Psicologia. THURSTONE, L. L., & THURSTONE, T. G.
ANASTASI, A. (1982). Psychological Testing (5. * (1958). Primary Mental Abilities: Manual, Chi-
ed.). New York: MacMillan. cago: Science Research Associates.

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