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Georges Abboud
Doutor e Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP.
Professor de Processo Civil da PUC-SP e do Programa de Mestrado em Direito
Constitucional do Instituto Brasiliense de Direito Público – IDP-DF. Advogado e Consultor
Jurídico. georges.abboud@neryadvogados.com.br
Sumário:
Quando um de seus discípulos perguntou ao sábio Confúcio qual deveria ser a primeira
ação de um bom governante, o filósofo chinês teria lhe respondido: “chamar as coisas
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pelo nome certo”.
Esse conselho, presente no terceiro verso do décimo terceiro livro dos Analectos, viria
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Ativismo judicial: notas introdutórias a uma polêmica
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ser conhecido, nos séculos futuros da literatura chinesa, como a Retificação dos Nomes.
Segundo Confúcio, se a própria língua não se curvar ao que é real, renunciando à
frouxidão e à gratuidade, todas as nossas ações estarão fadadas a um amargo
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insucesso.
No atual mundo jurídico brasileiro, poucas palavras têm sido alvo de tanta confusão
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como estas duas: “ativismo judicial”. A consequência dessa poluição semântica é tão
simples quanto tenebrosa: o obscurecimento total sobre o fenômeno que elas buscam
designar. A falta de clareza é tal que, hoje em dia, tanto a direita como a esquerda
utilizam a expressão para explicar posturas judiciais diametralmente opostas. Frise-se
não há nada de novo nesse tipo de conflito. Nos EUA, as polêmicas sobre o termo
também se desenvolvem a partir de forte embate ideológico entre Democratas e
Republicanos.
Por esses e outros motivos é que algumas considerações introdutórias sobre esse tema
se fazem urgentemente necessárias. O que o leitor encontrará nas próximas linhas não
passará de um ensaio, uma tentativa de conceituação que, apesar de incompleta, ao
menos se inspira no célebre aforismo orteguiano de que “a clareza é a cortesia do
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filósofo”.
A primeira providência a ser tomada é o domínio do status quaestionis. Para tanto, basta
nos voltarmos à literatura norte-americana sobre o tema, já que todo o debate sobre
ativismo judicial parece, de algum modo, se estruturar sobre a tensão existente entre o
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judicial review e judicial self restraint. Isto é, entre a possibilidade de se anularem leis
inconstitucionais e a necessidade de respeitar os limites da separação de poderes. Dito
de outra forma, o ativismo judicial é, antes de tudo, como bem notou Doug Bandow,
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uma questão relativa aos limites da interpretação da Constituição.
Isso se deve, em grande parte, à evolução prática e histórica da judicial review, ou,
melhor dizendo, do controle de constitucionalidade no molde norte-americano. Afinal, é
preciso lembrar que, ao contrário da Constituição de 1988, a Constituição
norte-americana não prevê nem a possibilidade do controle de constitucionalidade, e
muito menos os limites do seu exercício.
Christopher Wolfe, em obra específica sobre o tema, identifica três grandes fases nesse
processo evolutivo. A primeira está compreendida entre o advento da Constituição e o
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surgimento efetivo da judicial review, com o precedente Marbury vs. Madison. A
segunda fase, de cariz mais restritivo, é marcada, de um lado, pelo declínio da judicial
review e, do outro, por uma utilização crescente da posição originalista no controle de
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constitucionalidade das leis e atos do Estado. Por fim, a terceira se consolida a partir da
segunda metade do século XX, com a atuação cada vez mais pronunciada da Suprema
Corte dos EUA na proteção de direitos, assegurando, inclusive, aqueles que não teriam
previsão expressa na constituição. Essa etapa é marcada, também, por decisões a favor
da eliminação das discriminações raciais e sexistas, as quais tinham por mote a
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isonomia.
De acordo com Gerald Walpin, uma das vozes mais críticas ao ativismo judicial, os juízes
da Suprema Corte deveriam se limitar aos ditames da Constituição, extirpando leis que
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Ativismo judicial: notas introdutórias a uma polêmica
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sejam incompatíveis com o seu texto e declarar a constitucionalidade das leis que não
incorram nesses vícios, sem levar em consideração as suas opiniões pessoais. Caso
contrário, esses julgadores atuarão de maneira ativista quando sobrepuserem suas
vontades ou entendimentos particulares de como deveriam ser as leis, cassando
legislação que não seja contrária ao texto da Constituição ou criando novas
determinações, novos direitos e obrigações, sem qualquer previsão ou compatibilidade
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constitucional.
Nessa perspectiva, não podemos confundir o ativismo judicial com algumas posturas
judiciais que, no século XXI, sob a égide da Constituição de 1988, são perfeitamente
legítimas. Destacamos: i) o controle dos atos do Legislativo e do Judiciário, quando eles
se mostrarem contrários, formal e/ou materialmente, ao texto constitucional e às leis; ii)
a atuação contramajoritária do Judiciário para proteger direitos fundamentais contra
agressões do Estado ou de maiorias oriundas da própria sociedade civil e iii) atuação
normativa do STF na correção da ação da omissão legislativa nas hipóteses
constitucionalmente autorizadas, e.g., mandado de injunção.
A partir dela, o Judiciário se agiganta e invade, de forma indevida, a esfera dos outros
Poderes (Legislativo e Executivo). Antes que se levantem objeções a essa afirmação, é
óbvio que o Supremo Tribunal Federal, ao, por exemplo, declarar inconstitucional uma
lei, está atingindo diretamente a esfera do Poder Legislativo. Ocorre que a Constituição o
admite expressamente. O que nela não está previsto e, portanto, resulta absolutamente
proibido, é que o Judiciário, na figura de qualquer mulher ou homem investido do
dever-poder de julgar casos concretos, torne sem efeitos uma lei produzida
democraticamente, por motivos de discordância política ou ideológica com o seu
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conteúdo.
Não é preciso muita agudeza para constatar o seguinte: trata-se, a bem da verdade, do
velho problema da discricionariedade judicial na sua pior e mais atual forma. Problema
esse que reside em negar o direito enquanto paradigma autônomo de normatividade e
submetê-lo aos ditames da política, independentemente do colorido ideológico para
tanto.
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Ativismo judicial: notas introdutórias a uma polêmica
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Apesar da síntese dos argumentos lançados, não faltam segmentos da doutrina que,
dotados de preocupante criatividade, preferem identificar o bom e o mau ativismo. Pablo
L. Manili, por exemplo, afirma que o bom ativismo proporciona, entre outros, os
seguintes benefícios para o jurisdicionado: i) cria direitos, ou seja, assegura direitos não
previstos, expressamente, em nenhum diploma normativo; ii) amplia as garantias
processuais para a proteção de direitos; iii) assinala ao Congresso a necessidade de
reforma legislativa em determinada matéria; iv) controla os excessos do poder em geral;
v) flexibiliza certas decisões legislativas restritivas de direitos e vi) implementa
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mecanismos para superar a inconstitucionalidade por omissão.
A Suprema Corte, por maioria encabeçada pelo Justice Anthony Kennedy e quatro outros
magistrados de orientação conservadora, entendeu que o cerceamento de programações
desse tipo, previsto no Bipartisan Campaign Reform Act, promulgado em 2002, seria
inconstitucional, por violar a Emenda I à Constituição norte-americana, que garante a
liberdade de expressão.
Essa decisão, de acordo com Holloway, teria sido alvo de forte queixa, por parte dos
progressistas simpatizantes com o partido Democrata, no sentido de que a crítica
conservadora ao ativismo judicial é hipócrita. Ora, os cinco Justices conservadores nada
mais fizeram do que derrubar uma lei instituída democraticamente, superando, inclusive,
um precedente estabelecido (Austin v. Michigan Chamber of Commerce).
O mesmo, aliás, poderia ser dito dos progressistas quanto à decisão proferida pela
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Suprema Corte no caso Boumedine v. Bush . Aqui, a Suprema Corte, por maioria de
Justices progressistas, concedeu habeas corpus a Lakhdar Boumediene, cidadão bósnio,
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mantido preso, pelo governo dos EUA, nos campos de detenção da Baía de Guantánamo,
cujo território pertence a Cuba. De acordo com a maioria, novamente liderada pelo
Justice Kennedy, os prisioneiros de Guantánamo teriam direito ao remédio constitucional
de habeas corpus, julgando-se, portanto, inconstitucional a suspensão dessa
prerrogativa, introduzida no direito norte-americano pelo Military Commissions Act, de
2006.
Logo, para o autor, tanto esse quanto aquele lado do espectro ideológico pode ser
acusado de ter uma oposição seletiva ao ativismo judicial. Quando a Suprema Corte
anula uma lei ou derruba um precedente, aqueles que discordam dessa decisão
acusam-na, geralmente, de ter incorrido em ativismo judicial.
Fato é que o juiz ativista pode ser o progressista ou o conservador. Para tanto, basta
que ele deixe de procurar a resposta no direito e a fabrique a partir da ideologia. Por
essa razão, está inadmitida qualquer divisão entre o bom e o mau ativismo.
Disso resulta que o que interessa, para fins de combate ao ativismo, é o combate à
própria noção de discricionariedade judicial, entendida, aqui, como esse recurso ilegítimo
à vontade. É preciso mudar a mentalidade jurídica dominante, baseada, em muito, na
ideia de “bom ativismo” e em uma defesa irrefletida do caráter discricionário da
administração da justiça. No seu lugar, há de se colocar, como premissa inquestionável,
que nenhum julgador – pouco importando sua posição na hierarquia judicial – tem o
direito de ignorar os textos legais. Sob o jugo de uma Constituição como a de 1988,
todos os julgadores são colocados “under the rule of law”, conforme o aviso que nos fora
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dado, já em 2008, por Augusto Zimmermann.
Por essa razão, repensar os termos com os quais, no Brasil, costumam-se traçar teorias
da decisão revela-se uma tarefa urgente, sem a qual não será possível reduzir o influxo
odioso da subjetividade nos julgamentos e colocar nosso país nos trilhos democráticos
de uma vez por todas. Sob a ótica ativista, a determinação do direito depende da
“cabeça” e do “coração” de quem decide, como se o sentido dos textos não existisse por
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si só e pertencesse somente aos seus intérpretes.
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Ativismo judicial: notas introdutórias a uma polêmica
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Não por acaso, a compreensão do ativismo judicial sempre nos remete a discussões
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sobre a adequada função ou atuação dos juízes. Quando falamos nele, referimo-nos,
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obrigatoriamente, à extrapolação de limites na atividade judicante.
Esse é o motivo pelo qual Cross e Lindquist descrevem o ativismo judicial como uma
falha das Cortes (e dos juízes) em agir enquanto Judiciário (“ act like a judiciary ”).
Inobstante a dificuldade em definir o que seria isso, os autores procuram identificar
alguns parâmetros que os possam auxiliar nessa tarefa. Em tal empreitada, apontam,
enfaticamente, à necessidade de que os julgamentos não sejam norteados pelas
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preferências pessoais dos magistrados.
Referências bibliográficas
ABBOUD, Georges. Processo constitucional brasileiro. 3. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2019.
BANDOW, Doug. The public opposes judicial activism because it does not understand the
issue. In: Noah Berlatsky. Judicial activism: opposing viewpoints. Estados Unidos:
Greenhaven Press, 2012.
CROSS, Frank; LINDQUIST, Stefanie. The scientific study of judicial activism. In:
Minnesota law review, forthcoming; Vanderbilt Law and Economics research, paper n.
06-23. University of Texas Law. Law and Economics Research Paper n. 93.
SOUZA TAVARES, Rodrigo de; VIEIRA, José Ribas; LÍRIO DO VALLE, Vanice Regina.
Ativismo jurisdicional e Supremo Tribunal Federal. Brasília: Anais do XVII Congresso
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Ativismo judicial: notas introdutórias a uma polêmica
contemporânea
WALPIN, Gerald. The Supreme Court vs. the Constitution. New York: Significance Press,
2013.
WOLFE, Christopher. The rise of modern judicial review. New York: Rowman & Littlefield
Publishers, 1994
Zimmermann, Augusto. How brazilian judges undermine the Rule of Law: a critical
appraisal. International Trade and Business Law Review, vol. 11, 2008.
2 “If names are not rectified, speech will not accord with reality; when speech does not
accord with reality, things will not be successfully accomplished. When things are not
successfully accomplished, ritual practice and music will fail to flourish; when ritual and
music fail to flourish, punishments and penalties will miss the mark. And when
punishments and penalties miss the mark, the common people will be at a loss as to
what to do with themselves. This is why the gentleman only applies names that can be
properly spoken and assures that what he says can be properly put into action. The
gentleman simply guardas against arbitrariness in his speech. That is all there is to it.”
CONFUCIUS. Idem.
6 BANDOW, Doug. The public opposes judicial activism because it does not understand
the issue. In: Noah Berlatsky. Judicial activism: opposing viewpoints. Estados Unidos:
Greenhaven Press, 2012, p. 144-145.
8 WOLFE. Christopher. The rise of modern judicial review. New York: Rowman &
Littlefield Publishers, 1994, p. 17-119.
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Ativismo judicial: notas introdutórias a uma polêmica
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11 WALPIN, Gerald. The Supreme Court vs. the Constitution. New York: Significance
Press, 2013, p. 39.
12 WALPIN, Gerald. The Supreme Court vs. the Constitution, cit., p. 41.
13 Sobre o tema, cf: ABBOUD, Georges. Processo constitucional brasileiro. 3. ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2019, p. 1.295.
14 Aliás para se ter ideia da dimensão de risco que esse tipo de prática judicial pode
trazer, vale a pena conferir: Bernd Rüthers. Derecho degenerado. Teoría jurídica y
juritsas de câmara en el Tercer Reich. Madrid: Marcial Pons, 2016, p. 55-58.
18 “In that case, the Court, to widespread liberal acclaim, reinterpreted key precedents
and struck down Congressional enactments on the basis of a hitherto unknown right of
alien enemy combatants to habeas corpus review.” HOLLOWAY, Carson. Judicial
activism, by liberals and conservatives, is a danger to America. In: Noah Berlatsky.
Judicial activism: opposing viewpoints. Estados Unidos: Greenhaven Press, 2012, p. 39.
20 Zimmermann, Augusto. How brazilian judges undermine the Rule of Law: a critical
appraisal. International Trade and Business Law Review, vol. 11, 2008, p. 179-217.
21 Daí por que nos parece precisa a alegação de Streck, no sentido de que o ativismo
judicial é um problema solipsista-comportamental, decorrente do “assenhoramento” das
leis pelos julgadores – como se esses, a depender de sua vontade, pudessem dispor
livremente do sentido e da aplicação daquelas. Ver: STRECK, Lenio Luiz. As recepções
teóricas inadequadas em terrae brasilis. Revista de Direitos Fundamentais e Democracia,
vol. 10, n. 10, p. 30. Curitiba: Curitiba: Centro Universitário Autônomo do Brasil –
Unibrasil, 2011.
22 Nesse sentido, diz Robert French: “Expressions of concern about judicial activism
must rest on some assumptions about what is the normal and proper function of a
judge. The term ‘activist’ must then be taken to refer to some departure from that norm
in a way that gives useful meaning to the adjective.” FRENCH, Robert. Judicial activists –
mythical monsters? Southern Cross University of Law Review, 12, 2008, p. 59.
23 Nesse sentido, Rodrigo de Souza Tavares, José Ribas Vieira e Vanice Regina Lírio do
Valle também entendem o ativismo enquanto uma “recusa dos tribunais de
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Ativismo judicial: notas introdutórias a uma polêmica
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24 CROSS, Frank; LINDQUIST, Stefanie. The scientific study of judicial activism. In:
Minnesota law review, forthcoming; Vanderbilt Law and Economics research. paper n.
06-23. University of Texas Law. Law and Economics Research Paper n. 93.
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