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ESTADO DO MARANHÃO
,
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA ADJUNTA DE PROJETOS ESPECIAIS
SUPERINTENDÊNCIA DE MODALIDADES E DIVERSIDADES
EDUCACIONAIS
SUPERVISÃO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E


SUAS TECNOLOGIAS

MARANHÃO - 2013
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ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA


3

ESTADO DO MARANHÃO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

FICHA TÉCNICA

COORDENAÇÃO
MARIA DO MONTE SERRATE ARNAUD PRAZERES

PARTICIPAÇÃO
TÉCNICOS DA SUPEJA
SUPERVISORES DAS ESCOLAS - EJA

ORGANIZAÇÃO
CAROLINA COIMBRA DE CARVALHO
MARIA RAIMUNDA COSTA SANTOS
SIMONE COSTA MIRANDA ARAÚJO
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ELABORAÇÃO
DISCIPLINA NOME ESCOLA
PROFESSORES
Alexsina S. Sauáia Coelho CE Gonçalves Dias
Amélia dos Santos Alencar CE Anexo Maria do Socorro Almeida
Carlos Alberto Alves Bezerra Júnior CE Salustiano Trindade
Clara Maria Lima da Silva CE Maria do Socorro Almeida
Biologia Dayanne Suele Chaves Ferreira CE Y Bacanga
Maria Eliane Costa CE Prof. Barjonas Lobão
Paulo Henrique Limenzo Ferreira CE Y Bacanga
Silvia Cristina Serra Soares CE Manoel Beckman
Silvia Helena de Jesus Pereira CE Mário Martins Meireles
Adriana Lins Macário CE Maria do Socorro Almeida
Jorge Renato Santos da Silva CE Ribeiro do Amaral
José Francisco Silva Braga CE Bernardo Coelho Almeida
Luzia da Conceição Reis CE César Aboud
Física Péricles M. Nunes CE Maria do Socorro Almeida
Sidney Rocha Reis CE Bernardo Coelho Almeida
Vanda Maria Gomes CE Cidade Operária II
Walterlino Macedo Corrêa CE Salustiano Trindade
Adilson Luís Pereira Silva CE Bernardo Coelho de Almeida
Aliandro Carter Silva Borges CE Cid. Operária II
Carlos Alberto Belfort L. Júnior CE Gonçalves Dias
Cecília Santos Araújo CE Maria Mônica Vale
Conceição de Maria de Sousa Vasconcelos CE São José de Ribamar
Domingos Boaes Garcia CE Ximenes Aragão Filho
Hernandes de Sousa Silva CE Tarquino Lopes Filho
Irenilde Pereira Araújo CE Pio XII
Isalete Pessoa Mendes dos Santos CE Manoel Beckman
Química José Lindoso Andrade CE Salustiano Trindade
Lúcia Maria Martins Silva CE Ximenes Aragão Filho
Márcia Chirtine A. do Nascimento CE Almirante Tamandaré e Emésio Dário
Maria do Rosário Viana Nascimento CE Prof. Barjonas Lobão
Marinalva Sousa Balica CE Maria Mônica Vale
Péricles Mendes Nunes CE Maria do Socorro Almeida
Raimundo William Arruda Lobo CE Gonçalves Dias
Renato de Jesus R. Campos CE Nerval Lebre Santiago
Valdemilson Almeida Nascimento CE Y Bacanga
SUPERVISORES
Dalvina Correia Jansen CE Maria do Socorro Almeida
Biologia Maria Raimunda Costa Santos SUPEJA
Maria Dalva dos Santos CE Cid. Operária I – anexo
Física Maria Francisca Araújo Oliveira CE Cid. Operária II
Célia Cristina Nogueira Barreto CE Maria Mônica Vale
Fernanda Teresa Cauvet Castro CE Pio XII
Química Maria de Fátima Ribeiro Pavão CE Manoel Beckman
Rachel Bonfim CE Laras Ribas
Simone Costa Miranda Araújo SUPEJA
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“Ninguém ignora tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma
coisa. Por isso aprendemos sempre.”
Paulo Freire
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 07

1. HISTÓRICO E FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DA EJA ........................................................... 08

2. CONCEPÇÃO DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA ................................................... 12

3. OBJETIVOS DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA ...................................................... 15

4. COMPETÊNCIAS DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA ............................................. 15

5. AVALIAÇÃO DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA .................................................... 17

6. BIOLOGIA.............................................................................................................................. 19
6.1. Objetivos do ensino de Biologia............................................................................................. 20
6.2. Importância da Biologia na EJA ............................................................................................ 20
6.3. Orientações metodológicas e avaliação de Biologia.............................................................. 23
6.4. Quadro de competências e habilidades de Biologia.............................................................. 28
6.5. Referências bibliográficas e sugestões de leitura para o professor de Biologia.................... 35
7. FÍSICA.................................................................................................................................... 37
7.1. Objetivos do ensino de Física................................................................................................ 38
7.2. Importância da Física na EJA ............................................................................................... 38
7.3. Orientações metodológicas e avaliação de Física................................................................. 40
7.4. Quadro de competências e habilidades de 46
Física..................................................................
7.5. Referências bibliográficas e sugestões de leitura para o professor de Física....................... 53
8. QUÍMICA................................................................................................................................ 55
8.1. Objetivos do ensino de Química............................................................................................ 56
8.2. Importância da Química na EJA ........................................................................................... 56
8.3. Orientações metodológicas e avaliação de Química............................................................. 59
8.4. Quadro de competências e habilidades de Química............................................................. 63
8.5. Referências bibliográficas e sugestões de leitura para o professor de Química.................. 68

APRESENTAÇÃO
7

É com grande satisfação que apresentamos a você, professor do Ensino Médio


da Modalidade de Educação de Jovens e Adultos, um material orientador para sua
organização didático-pedagógica, como forma de favorecer melhor condução das suas
atividades.
Este documento é um suporte pedagógico, tendo em vista a necessidade dos
professores da Rede Estadual de Educação, em encontrar subsídios norteadores da prática
docente na EJA, são Orientações Curriculares, que retratam elementos úteis aos
professores da EJA Médio e será utilizado em todo o Maranhão.
É importante destacar que este material foi produzido por grupos de professores
da Rede Estadual, que atuam no Ensino Médio na Regional Metropolitana de São Luís.
Ressalta-se que, está baseado nos Referenciais Curriculares do Ensino Médio, PCN Médio
e PCN+, todos estes documentos elaborados pelo MEC, enquanto diretrizes norteadoras
para escolas e educadores de todo país. Sentimos a necessidade de fazer algumas
adaptações para nossa realidade e, deste modo, apresentamos este material para que você
o utilize de forma livre, crítica, adaptável à sua realidade local, social, econômica, fazendo
dele um instrumento auxiliador da prática e não fim em si mesmo.
Preparar o jovem para participar de uma sociedade complexa como a atual, que
requer aprendizagem autônoma e contínua ao longo da vida, é o desafio que temos pela
frente. Esta publicação não é um manual ou uma cartilha a ser seguida, mas um instrumento
de apoio à reflexão do professor a ser utilizado em favor do aprendizado. Esperamos que
cada um de vocês aproveite estas orientações como estímulo à revisão de práticas
pedagógicas, em busca da melhoria do ensino.
Acreditamos que o professor é o melhor conhecedor de sua realidade e pode,
juntamente com os educandos, definir conteúdos e práticas prioritárias que ressignifiquem a
aprendizagem.
Para maiores esclarecimentos, críticas e sugestões estamos disponibilizando
endereço, fone e e-mail da SUPEJA. Contribua, deste modo saberemos se o material tem
atendido suas necessidades enquanto educadores e se os maiores interessados - os
alunos, estão aprendendo mais e melhor.
Um grande abraço,
Equipe Técnica da SUPEJA

Rua Virgílio Domingues, 741, São Francisco – São Luis – MA – CEP 65076-340
Fone: 3218-2367 – e-mail: supeja.seduc@gmail.com
1. HISTÓRICO E FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
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Histórico
Reconstruir a trajetória da Educação de Jovens e Adultos no Brasil é uma tarefa
complexa, devido ao trato que esta modalidade de ensino vem recebendo ao longo de sua
existência. A síntese a seguir tem a finalidade de contribuir para a fundamentação dessa
modalidade e situar os educadores a respeito das políticas/programas que constituem a EJA
em toda a sua história.

Década de A educação de adultos começa a delimitar seu lugar na história da educação


30 no Brasil.
Ampliação da educação elementar, inclusive da educação de jovens e adultos.
Década de
Nesse período, a educação de adultos toma a forma de Campanha Nacional
40
de Massa.
A I CONFINTEA aconteceu em Elsinore, Dinamarca, em 1949, e foi marcada
pelo espírito de reconstrução do pós-guerra. Desde então, a cada 10 anos
aproximadamente, especialistas e gestores de políticas educacionais
Ano de
reúnem-se para avaliar iniciativas e tendências, fixando diretrizes para a
1949
UNESCO e recomendações aos países. As decisões das conferências
internacionais têm caminhado à frente das reformas educativas
implementadas ao redor do mundo.
A Campanha se extinguiu antes do final da década. As críticas eram dirigidas
Década de
tanto às suas deficiências administrativas e financeiras, quanto à sua
50
orientação pedagógica.
O pensamento de Paulo Freire, assim como sua proposta para a alfabetização
Década de
de adultos, inspira os principais programas de alfabetização do país.
60

A II CONFINTEA, realizada em Montreal, Canadá, em 1960, retratou o


Ano de
contexto de mudança e crescimento econômico do período, priorizando a
1960
alfabetização e propondo a integração da educação de adultos aos sistemas.
A Lei 4024/61, primeira LDB, incluía, no art. 99, o direito de certificação aos
Ano de alunos que não concluíram a escolaridade na idade própria e determinava que
1961 a formação ginasial ocorresse para os maiores de 16 anos e a formação
colegial para aqueles com mais de 19 anos.

Aprovação do Plano Nacional de Alfabetização, que previa a disseminação


Ano de por todo o Brasil, de programas de alfabetização orientados pela proposta de
1964 Paulo Freire. Essa proposta foi interrompida com o Golpe Militar e seus
promotores foram duramente reprimidos.
9

O conceito de alfabetização funcional ganhou evidência em 1965, no


Ano de Congresso de Ministros de Teerã, se constituindo em referência para o
1965 Programa Mundial de Alfabetização implementado pela UNESCO entre 1967
e 1975.

O governo assume o controle dos Programas de Alfabetização de Adultos,


Ano de
tornando-os assistencialistas e conservadores. Nesse período lançou o
1967
MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização.

Ano de
Campanha Massiva de Alfabetização.
1969

O MOBRAL expandiu-se por todo o território nacional, diversificando sua


Década de atuação. Das iniciativas que derivaram desse programa, o mais importante foi
70 o PEI – Programa de Educação Integrada, sendo uma forma condensada do
antigo curso primário.

A Lei 5692/71 apontava que a modalidade adulta de educação visava “suprir a


escolarização regular para adolescentes e adultos, que não a tinham seguido
Ano de ou concluído na idade própria”. Aqui, fica bastante claro o sentido de suplência
1971 como “correção” de uma deficiência educativa de responsabilidade do
indivíduo. Portanto, caberia ao Estado colocar-se à disposição para auxiliar
“generosamente” nessa promoção escolar.

Educação permanente foi a expressão chave da III CONFINTEA realizada em


Tóquio, que já em 1972 discutia a vinculação do sucesso de programas
Ano de educativos ao desenvolvimento econômico-social e à participação dos
1972 excluídos. Essa também foi a tônica da 19ª Conferência Geral de Nairóbi, que
em 1976 recomendou a combinação de sistemas formais e não-formais de
ensino, a fim de erradicar o analfabetismo e promover a plena cidadania.

Década de Emergência dos movimentos sociais e início da abertura política. Os projetos


80 de alfabetização se desdobraram em turmas de pós-alfabetização.
Desacreditado, o MOBRAL foi extinto e seu lugar foi ocupado pela Fundação
Educar, que apoiava, financeira e tecnicamente, as iniciativas do governo, das
Ano de
entidades civis e das empresas.
1985
O desencanto com a crise econômica e seu impacto sócio-educacional
marcou a IV CONFINTEA, realizada em Paris em 1985.
10

Com a extinção da Fundação Educar, criou-se um enorme vazio na Educação


de Jovens e Adultos.
Década de Alguns estados e municípios assumiram a responsabilidade de oferecer
90 programas de Educação de Jovens e Adultos.
A história da Educação de Jovens e Adultos no Brasil chega à década de 90
reclamando reformulações pedagógicas.
Em 1990, a Conferência de Jomtien, Tailândia, operou o conceito de
Ano de
“satisfação das necessidades básicas de aprendizagem” para adequar aos
1990
diferentes contextos sócio-culturais à promessa de educação para todos.”
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB 9394/96, dedica dois artigos
Ano de (arts. 37 e 38), no Capítulo da Educação Básica, Seção V, para reafirmar a
1996 obrigatoriedade e a gratuidade da oferta da educação para todos que não
tiveram acesso na idade própria.
Realizou-se na Alemanha/Hamburgo em julho de 1997, a V Conferência
Internacional de Educação de Jovens, promovida pela UNESCO
(Organização das Nações Unidas), contou com representações de 170
países. Essa conferência representou um importante marco, na medida em
Ano de
que estabeleceu a vinculação da educação de adultos ao desenvolvimento
1997
sustentável e eqüitativo da humanidade.
Dessa Conferência resultaram dois documentos: a Declaração de Hamburgo
e a Agenda para o Futuro, que tratam do direito à "educação ao longo da
vida".
Sob a coordenação do Conselheiro Carlos Roberto Jamil Cury, é aprovado o
Ano de Parecer nº 11/2000 – CEB/CNE, que trata das Diretrizes Curriculares
2000 Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Também foi homologada a
Resolução nº 01/00 – CNE.

Diretrizes
A evolução escolar, possibilita um espaço democrático de conhecimentos e de
postura, tendente a lutar por um projeto de sociedade menos desigual, possibilitando o
reconhecimento de si e do outro como iguais, construindo pessoas mais autônomas e
críticas.
Em uma sociedade globalizada, com múltiplas modalidades do trabalho informal,
com subemprego, ou desemprego estrutural, mudanças no processo de produção e o
aumento do setor de serviços, percebe-se uma instabilidade para todos os que estão na
vida ativa e ainda mais, para os que se vêem desprovidos de bens tão básicos como o
11

acesso à leitura e à escrita. Neste sentido, é necessário o reconhecimento dos percursos e


processos de aprendizagem formal e informal dos alunos, suas competências e habilidades,
como elementos de inclusão dos jovens e adultos no mundo do trabalho.
A educação destinada aos jovens e adultos, vem consolidando uma mudança de
paradigma, superando a compreensão de que EJA é apenas alfabetização, sem políticas
públicas definidas e com ações compensatórias e intervenções pontuais. É preciso
reconhecer o direito à educação básica para todos. De acordo com o Parecer CNE/CEB
11/2000, que apresenta as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e
Adultos, as funções atribuídas a essa modalidade de ensino, são:
 Função reparadora – restaura o direito à educação de qualidade a todos os
que não tiveram acesso à escolaridade básica na idade apropriada;
 Função equalizadora – implementação de políticas educacionais que
garantam o retorno e a permanência dos jovens e adultos nos espaços
escolares;
 Função qualificadora – constitui o “próprio sentido da EJA” (Parecer 11/2000),
considerando que quando tiver ocorrido a democratização da sociedade e da
educação, as outras funções serão desnecessárias, permanecendo o
aprender a aprender, a educação permanente, com conteúdos a partir de um
currículo dinâmico, norteador, de pressupostos teórico-metodológicos que
valorizem a diversidade, a formação ética, a convivência humana nas
dimensões da vida social, o ambiente, a pluralidade cultural, o trabalho e
consumo, a sexualidade, a saúde, o esporte e o lazer.

Mediante apresentação destas funções, acreditamos que a avaliação e o


acompanhamento sistemáticos das políticas da EJA garantem ações de continuidade de
estudo, permanência e sucesso do nosso alunado.
A construção de políticas públicas eficazes e o compromisso de todos os
segmentos que atuam na EJA no Brasil, favorecerá a superação das desigualdades sociais,
a erradicação do analfabetismo, o combate sistemático à pobreza e a exclusão social.

Legislação para a Educação de Jovens e Adultos – Ensino Médio

As Orientações Curriculares para o Ensino Médio, apoia-se na Lei nº 9394/96


(Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) vigente no país, nas normas emanadas
dos Conselhos Nacional e Estadual de Educação.
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2. CONCEPÇÃO DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

“O sentido do aprendizado das Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias,


representa, o desenvolvimento de conhecimentos práticos e contextualizados, envolvendo
elementos do cotidiano do aluno, da escola e da comunidade. ”
(DCEEM/PCNEM)

Segundo a Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional (Lei nº 9394/96), o


Ensino Médio tem como finalidade a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos
adquiridos pelos alunos durante o Ensino Fundamental, possibilitando a continuidade de
estudos, preparação para o trabalho, exercício da cidadania, formação ética,
desenvolvimento de autonomia intelectual e compreensão dos processos produtivos.
Por isso, o ensino das Ciências da Natureza deve contribuir para o
desenvolvimento de capacidades de pesquisa e investigação, de seleção e análise de
informações, generalização e criação. Ele fornece o desenvolvimento da habilidade de
aprender a aprender, servindo como instrumento para a formação da cidadania, sendo uma
possibilidade de associação entre os projetos de cada aluno com os da coletividade, ou
seja, reconhecer seu conhecimento como fundamental para a compreensão, análise, crítica
e elaboração de questões pertinentes à participação social consciente e produtiva. Assim, o
exercício da cidadania proporciona aos alunos condições de questionar e resolver diferentes
situações-problema que surgem no dia-a-dia, cabendo ao professor tornar os conteúdos de
Biologia, Física, Química e Matemática desafiadores e agradáveis, dando um
redirecionamento ao ensino de forma a instrumentalizar os alunos para a vida, favorecendo
a iniciativa e participação criativa na superação de desafios.
Essas ciências “têm em comum a investigação da natureza e dos
desenvolvimentos tecnológicos e compartilham linguagens para a representação e
sistematização do conhecimento de fenômenos ou processos naturais e tecnológicos. Elas
recomendam uma articulação didática e pedagógica interna à sua área na condução do
aprendizado, em salas de aula ou em outras atividades dos alunos” (PCN+). Sendo assim,
não podemos deixar de enfatizar a importância de trabalhar também os conteúdos
priorizando-os quanto a sua natureza:

CONCEITUAIS/saber conhecer:
13

Tudo aquilo que o professor ensina em sua aula – inclui fenômenos naturais e
conceitos científicos tradicionalmente designados como “conteúdos” escolares, mas não se
restringe a eles.
O papel do professor da EJA é garantir que os modelos de interpretação já
trazidos pelos alunos se aproximem dos oferecidos pela disciplina.

PROCEDIMENTAIS/saber fazer:
Constituem os modos de indagar, selecionar e elaborar o conhecimento. Sua
aprendizagem ocorre com a prática (pelo exercício constante da indagação, seleção e
elaboração do conhecimento).
O papel do professor da EJA é garantir que o ensino de procedimentos, seja
possível por meio de diferentes métodos ativos, dando ao aluno oportunidades para
desenvolver as habilidades de:
- Elaborar e validar respostas;
- Organizar dados e informações por meios de desenhos, tabelas, gráficos ou
esquemas;
- Comparar idéias;
- Analisar, sintetizar, interpretar e comunicar informações;
- Interpretar problemas, discutir propostas.

ATITUDINAIS/saber ser:
Conteúdos referentes a atitudes incluem o desenvolvimento de posturas e
valores pertinentes às relações entre os seres humanos, o conhecimento e o ambiente.
A promoção de mudanças nas atitudes dos alunos é um grande desafio para os
professores da EJA, por isso também sua aprendizagem de valores e atitudes o seu
comportamento deve ser referência importante para os alunos.
O papel do professor da EJA é incentivar no ensino da sua disciplina as
seguintes atitudes:
- Curiosidade e respeito à diversidade de opiniões;
- Persistência na busca e na compreensão das informações e das provas obtidas
por investigação;
- Valorização da vida em sua diversidade;
- Preservação do ambiente;
- Apreço e respeito à individualidade e à coletividade.
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De acordo com os PCNEM, ao se denominar a área como sendo não só de


Ciências e Matemática, mas também de suas Tecnologias, fica claro que, em cada uma de
suas disciplinas, pretende-se promover competências e habilidades que sirvam para o
exercício de intervenções e julgamentos práticos. Diante disso, todo aprendizado dos
alunos e professores e seu contínuo aperfeiçoamento deve estar inserido numa construção
coletiva, num espaço de diálogo propiciado pela escola.
A Área das Ciências da Natureza se articula com a área de Linguagens e
Códigos, através do desenvolvimento das competências de representação e comunicação e
com a área de Ciências Humanas, pelo desenvolvimento das competências de
contextualização sócio-cultural.

Ciências
da Natureza e
Matemática
Investigação e
compreensão

Matemática
Química
Física
Biologia
Contextualização Representação e
Sócio-ccultural Comunicação

Ciências Linguagens
Humanas

Relação da Área de Ciências da Natureza e Matemática com as outras


áreas do conhecimento
3. OBJETIVOS DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais, a Área de Ciências da Natureza,


tem como objetivo à constituição de competências e habilidades que permitem aos jovens e
adultos:
 Reconhecer que a construção do conhecimento científico oferece valores
humanos e relaciona-se com a tecnologia e com toda a vida em sociedade,
propiciando o convívio harmônico entre as pessoas;
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 Enfatizar a organicidade das teorias científicas e compreender a função


essencial do diálogo e da interação social na produção coletiva;
 Promover ações críticas na realidade em que vivem, desde a difusão de
conhecimento a ações e intervenções significativas, capacitando-os a aplicar o
conhecimento adquirido em qualquer ramo da vida cotidiana.

4. COMPETÊNCIAS DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

Representação e comunicação
 Desenvolver a capacidade de comunicação;
 Ler e interpretar textos de interesse científico e tecnológico;
 Interpretar e utilizar diferentes formas de representação (tabelas, gráficos,
expressões, ícones...);
 Exprimir-se oralmente com correção e clareza, usando a terminologia correta;
 Produzir textos adequados para relatar experiências, formular dúvidas ou
apresentar conclusões;
 Utilizar as tecnologias básicas de redação e informação, como computadores;
 Identificar variáveis relevantes e selecionar os procedimentos necessários para a
produção, análise e interpretação de resultados de processos e experimentos
científicos e tecnológicos;
 Identificar, representar e utilizar o conhecimento geométrico para aperfeiçoamento
da leitura, da compreensão e da ação sobre a realidade;
 Identificar, analisar e aplicar conhecimentos sobre valores de variáveis,
representados em gráficos, diagramas ou expressões algébricas, realizando
previsão de tendências, extrapolações, interpolações e interpretações;
 Analisar qualitativamente dados quantitativos representados gráfica ou
algebricamente relacionados a contextos sócio-econômicos, científicos ou
cotidianos.

Investigação e compreensão
 Desenvolver a capacidade de questionar processos naturais e tecnológicos,
identificando regularidades, apresentando interpretações e prevendo evoluções.
 Desenvolver o raciocínio e a capacidade de aprender;
 Formular questões a partir de situações reais e compreender aquelas já
enunciadas;
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 Desenvolver modelos explicativos para sistemas tecnológicos e naturais;


 Utilizar instrumentos de medição e de cálculo;
 Procurar e sistematizar informações relevantes para a compreensão da situação-
problema;
 Formular hipóteses e prever resultados;
 Elaborar estratégias de enfrentamento das questões;
 Interpretar e criticar resultados a partir de experimentos e demonstrações;
 Articular o conhecimento científico e tecnológico numa perspectiva interdisciplinar;
 Entender e aplicar métodos e procedimentos próprios das Ciências Naturais;
 Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e
sociais e utilizar instrumentos adequados para medidas, determinação de
amostras e cálculo de probabilidades;
 Fazer uso dos conhecimentos da Física, Química e Biologia para explicar o
mundo natural e planejar, executar e avaliar intervenções práticas;
 Aplicar as tecnologias associadas às Ciências Naturais na escola, no trabalho e
em outros contextos relevantes para sua vida.

Contextualização sócio-cultural
 Compreender e utilizar a ciência, como elemento de interpretação, intervenção e a
tecnologia como conhecimento sistemático de sentido prático;
 Utilizar elementos e conhecimentos científicos e tecnológicos para diagnosticar e
equacionar questões sociais e ambientais;
 Associar conhecimentos e métodos científicos com a tecnologia do sistema
produtivo e dos serviços;
 Reconhecer o sentido histórico da ciência e da tecnologia, percebendo seu papel
na vida humana em diferentes épocas e na capacidade humana de transformar o
meio;
 Compreender as ciências como construções humanas, entendendo como elas se
desenvolveram por acumulação, continuidade ou ruptura de paradigmas,
relacionando o desenvolvimento científico com a transformação da sociedade;
 Entender a relação entre o desenvolvimento de Ciências Naturais e o
desenvolvimento tecnológico e associar as diferentes tecnologias aos problemas
que se propuser e se propõe solucionar;
17

 Entender o impacto das tecnologias associadas às Ciências Naturais, na sua vida


pessoal, nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na
vida social.

5 AVALIAÇÃO DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

A avaliação deve ser sistemática, diversificada e contínua, contribuindo para


otimização do aprendizado. Por isso, ao elaborar os instrumentos de avaliação, o professor
deve considerar como maior objetivo o desenvolvimento de competência com as quais os
alunos possam interpretar linguagens e utilizar os conhecimentos adquiridos, tomando
decisões autônomas e relevantes.
Características desse processo de avaliação, segundo os PCN+:
 Ser formativa com foco nas competências e habilidades;
 Retratar o trabalho desenvolvido;
 Elaborar enunciados e os problemas que incluam a capacidade de observar e
interpretar situações dadas, realizar comparações, estabelecer relações,
registrar ou criar novas soluções com a utilização das diversas linguagens;
 Privilegiar questões que exigem reflexão, análise, solução de um problema
ou a aplicação de um conceito aprendido em uma nova situação;
 Constituir um momento de aprendizagem no que tange às competências de
leitura e interpretação de textos;
 Proporcionar o desenvolvimento de capacidade de avaliar e julgar, permitindo
que os alunos tomem conhecimento de sua avaliação e da de seus colegas,
privilegiando com isso, os trabalhos coletivos;
 Possibilitar aos alunos o conhecimento dos instrumentos de avaliação e
critérios que serão utilizados na correção das atividades, provas, etc.

De acordo com os PCNEM, a avaliação deve acontecer a partir dos três eixos de
competência: representação/comunicação, investigação/compreensão e contextualização,
os aspectos qualitativos sobre os quantitativos, de forma contínua e comutativa sendo
considerado:
 Capacidade de análise e síntese;
 Desenvolvimento do senso investigativo (criatividade e iniciativa);
 Desenvolvimento do senso crítico;
18

 Capacidade de articular o conhecimento já existente com o novo;


 Capacidade de argumentar/observar;
 Capacidade de pesquisar e selecionar informações (trabalhos, seminários,
estudo dirigido, pesquisas....);
 Coerência textual e estética.
Quanto à auto-avaliação, sua prática permanente cria um clima de confiança,
respeito, sinceridade, colaboração e comprometimento entre professor e aluno.
Vale ressaltar algumas práticas essenciais ao profissional que trabalha com
Educação de Jovens e Adultos, de acordo com o texto sobre avaliação extraído do site da
Revista Nova Escola:
 Valorizar os conhecimentos do aluno, ouvir suas experiências e suposições e
relacionar essa sabedoria aos conceitos teóricos;
 Dialogar sempre, com linguagem e tratamento adequado ao público;
 Perguntar o que os estudantes sabem sobre o conteúdo e a opinião deles a
respeito dos temas antes de abordá-los cientificamente, dessa forma, o educador
mostra que eles sabem, mesmo sem se dar conta disso;
 Compreender que educar jovens e adultos é um ato político e, para isso, ele
deve saber estimular o exercício da cidadania.
19

6. BIOLOGIA

“ Mais do que oferecer informações, o ensino da Biologia deve permitir ao aluno compreender o
mundo e nele agir com autonomia ”.
(PCNEM)

6.1 OBJETIVOS DO ENSINO DE BIOLOGIA


20

 Relacionar os conceitos e os símbolos para estruturar o pensamento e o


raciocínio científico com autonomia, interatividade e sensibilidade, empregando
as linguagens e os seus códigos, no desenvolvimento do conhecimento, ao
longo do processo de aprendizagem;
 Utilizar noções e conceitos da Biologia para a construção de argumentações
críticas, tomadas de decisões frente a situações-problema;
 Compreender a Biologia, como ela se desenvolve em um processo histórico
contínuo, relacionando o desenvolvimento cientifico com a transformação da
sociedade;
 Compreender o papel do aluno como cidadão, identificando as ações de
prevenção da vida, relacionando o conhecimento cientifico e tecnológico,
propondo soluções para a saúde individual, coletiva e do ambiente, objetivando
a melhoria da qualidade de vida do planeta.

6.2 IMPORTÂNCIA DA BIOLOGIA NA EJA

A Biologia é a ciência que estuda a vida e todas as suas manifestações vitais,


permitindo identificar as transformações científicas, os grandes males dos tempos, os
desequilíbrios ambientais e tantos outros fatores que prejudicam a vida na Terra. Assim,
propicia condições para que o homem compreenda a vida como manifestação de sistemas
organizados e integrados, em constante interação com o ambiente físico-químico. Este
homem precisa ser capaz de estabelecer relações que lhe permitam reconhecer que tais
sistemas se perpetuam por meio da reprodução e se modificam através do tempo em função
do processo evolutivo, responsável pela enorme diversidade de organismos e das
intrincadas relações estabelecidas pelos seres vivos entre si e com o ambiente, bem como
reconhecer-se como organismo e, portanto, sujeito aos mesmos processos e fenômenos
que os demais. Deve, também, reconhecer-se como agente capaz de modificar ativamente
o processo evolutivo, alterando a biodiversidade e as relações estabelecidas entre os
organismos. (APCNEM)
Nas últimas décadas, o ensino da Biologia vem sendo desafiador para os
educadores. Um desses desafios seria possibilitar ao aluno a participação nos debates
contemporâneos que exigem conhecimentos biológicos. Outro desafio é a formação do
indivíduo com um sólido conhecimento de Biologia e com raciocínio crítico, além de nortear
21

o posicionamento do aluno frente a questões cotidianas como: cuidados com o corpo,


alimentação e sexualidade.
Em todos os momentos somos obrigados a tomar decisões que podem afetar
nossa saúde e bem estar. Não nos cansamos de falar das profundas relações do homem
com seu meio ambiente, relações estas que estão presentes hoje em nossos dias.
Talvez a presença do homem moderno não lhe dê o tempo necessário para
observar a natureza a sua volta e perceber que suas ações, conscientes ou não, estão de
alguma forma relacionadas às modificações de seu meio social e ambiental. Os avanços
tecnológicos e científicos, as grandes catástrofes naturais, a fome, as endemias, as
mudanças pelas quais o mundo vem atravessando desde que o homem surgiu, são
questões que muitas vezes ficam incompreensíveis e que mesmo tendo uma profunda
relação com seu meio, ele não consegue reconhecer e perceber os fatores que levaram a
tais mudanças.
Neste contexto, a Biologia como ciência que estuda a vida em todos os seus
níveis de organização, vem subsidiar a avaliação de questões polêmicas, levando o homem
a compreender as modificações geradas pelas ações, avanços científicos e tecnológicos,
diagnosticando e equacionando questões sociais e ambientais, fazendo-o reconhecer o
sentido histórico da ciência, seu papel na vida humana, na capacidade de mudar o meio e
outros aspectos que tenham significado para sua vida.
Na EJA, a Biologia propicia aos alunos a compreensão de que “há uma ampla
rede de relações entre a produção científica e o contexto social, econômico e político”
(PCNEM). Sendo essencial o desenvolvimento de posturas e valores direcionados às
relações entre os seres humanos, o meio e o conhecimento, contribuindo para uma
educação que tenha como foco a formação de alunos solidários e conscientes, capazes de
realizar ações práticas, de fazer julgamentos e de tomar decisões.
Sendo assim, no texto “Por que estudar Biologia”, a autora Sonia Lopes
enfatiza que:
“Muitas vezes você pode se perguntar por que estudar Biologia ou o que a
Biologia tem que ver com sua vida. São vários os motivos que tornam a Biologia uma
matéria básica na formação de qualquer indivíduo, independentemente de qual caminho se
escolha seguir. Se esse caminho for uma carreira na área biológica, evidentemente a
Biologia será fundamental. Mas ela não deixa de ser importante se você optar por uma
carreira não tão ligada a essa área, como Engenharia, Arquitetura, Administração e outras.
Por exemplo: para projetar e construir uma ponte, um conjunto de prédios, uma represa ou
qualquer outra obra não basta saber apenas como projetar ou como construir. É
22

imprescindível ter noções mínimas sobre respeito ao meio ambiente para poder avaliar ( ou
saber respeitar a opinião de pessoal habilitado) o impacto que uma obra pode causar à
natureza. Afinal, tudo que fizermos interferirá no meio e precisamos estar conscientes
disso.
Portanto, mesmo que não optemos por uma carreira especificamente dessa
área, os conhecimentos biológicos nos esclarecem sobre a vida, o que é importante para
todos os indivíduos. Ao estudarmos Biologia, entramos em contato com noções de higiene,
saúde, hereditariedade, meio ambiente e muitas outras, o que nos qualifica a adotar uma
atitude mais adequada em relação à preservação da vida. Além disso, os conhecimentos
biológicos nos permitem acompanhar os acontecimentos que surgem a cada dia,
relacionados a vários temas da Biologia, noticiados em jornais, revistas, televisão e opinar
sobre eles.
Estudar Biologia nos qualifica também a fazer escolhas e a tomar decisões mais
conscientes sobre nosso estilo de vida. Estamos a todo momento decidindo o quê e
quando comer, o quê e por quê fazê-los.... Enfim, muitos pontos que passam a compor
nosso estilo de vida. A Biologia nos ajuda a entender os mecanismos básicos relacionados
com alimentação, exercícios, atividade sexual, doenças sexualmente transmissíveis (como a
AIDS) por que não fumar ou não ingerir bebidas alcoólicas ou ainda por que não usar
drogas. Assim, essa ciência nos auxilia a tomar decisões mais conscientes sobre a nossa
própria vida.
Estudar Biologia contribui também para nossa formação como cidadãos, pois
nos esclarece sobre assuntos relacionados com a vida de todos os seres vivos do nosso
planeta. Informa-nos, para que possamos opinar com mais responsabilidade, a respeito de
temas polêmicos, como Engenharia Genética e clonagem – que têm permitido a
manipulação do material genético dos seres vivos, envolvendo problemas éticos que devem
ser analisados-, desenvolvimento industrial e meio ambiente, superpopulação humana e
suas conseqüências, poluição, problemas com o lixo, dentre outros.”

6. 3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS E AVALIAÇÃO DE BIOLOGIA

“O processo ensino-aprendizagem é bilateral, dinâmico e coletivo, portanto é necessário que se


estabeleçam parcerias entre o professor e os alunos e dos alunos entre si.”
(PCN+i)
23

Para que isso se concretize, os PCN+ apresentam propostas úteis, relacionando


diversas estratégias que propiciam a instalação de uma relação dialógica em sala de aula, e,
entre elas podemos destacar algumas que, pelas características, podem ser privilegiadas no
ensino da Biologia, tais como a experimentação, estudo do meio (realizado dentro do
contexto estudado com elaboração de roteiro para sistematizar a atividade),
desenvolvimento de projetos, jogos, seminários, debates e simulação.
No ensino de Biologia é essencial o desenvolvimento de posturas e valores
pertinentes às relações entre os seres humanos, entre eles e o meio, entre o ser humano e
o conhecimento, contribuindo para uma educação que formará indivíduos sensíveis e
solidários, cidadãos conscientes dos processos e regularidades do mundo e da vida,
capazes de realizar ações práticas, de fazer julgamentos e tomar decisões (DCNEM).
Toda situação de aprendizagem deve ser desenvolvida a partir das experiências
significativas trazidas pelo aluno durante o percurso de sua vida, por isso é fundamental que
se estabeleçam vínculos entre o conteúdo pedagógico apresentado por ele e os
conhecimentos que fazem parte da sua estrutura cognitiva. Para que isso ocorra, o
professor deve propor situações-problema, desafios e questões instigantes através de
estratégias diversificadas. Seu grande desafio é possibilitar ao aluno desenvolver
habilidades necessárias para a compreensão do papel do homem na natureza. Não se pode
perder de vista a contextualização, permitindo que o aluno consiga assim, compreender a
importância do conhecimento para sua vida e seja capaz de analisar e observar sua
realidade, visando possibilidades de mudanças.
Assim sendo, é importante destacar a importância do método científico que
segundo Sonia Lopes é o método através do qual a “Biologia, como toda ciência, busca para
responder e interpretar o que ocorre na natureza, ou seja, os fatos”. A própria palavra
ciências, deriva do latim e significa conhecer, saber.
Essa busca do saber, do conhecer, entretanto, tem de ser feita com critério, e
esse critério é o método cientifico.
Os cientistas são pessoas que fazem ciência, e como regra, têm a grande
capacidade de observação e grande desejo de saber o porquê das coisas. São, assim,
grandes curiosos da natureza.
Observar é fundamental para se fazer ciência.
Os cientistas começam suas investigações observando criticamente os fatos e
fazendo perguntas sobre eles, buscando entendê-los.
24

Depois de feita a pergunta, os cientistas procuram formular possíveis respostas:


as hipóteses. Uma hipótese cientifica é formulada a partir de conhecimentos gerais
disponíveis sobre o assunto.
Uma vez levantada a hipótese, os cientistas fazem uma dedução. Fala-se um
método hipotético-dedutivo. As deduções são previsões possíveis tiradas a partir da
hipótese e que poderão ser testadas por meio de novas observações ou experimentos.
Experimentos não constituem o único caminho para se testarem hipóteses; elas também
podem ser testadas pela simples observação ou pela análise da consistência de sua lógica
interna. O uso da Matemática tem permitido realizar testes equivalentes aos experimentais
com base apenas na observação.
Feitos os testes, chega-se à conclusão, em que se refuta ou não a hipótese.
Se a hipótese for refutada, outras devem ser reformuladas para serem testadas.
Ao realizar experimentações, deve-se trabalhar sempre com um grupo
experimental (o grupo em que se promove uma alteração a ser testada, deixando todas as
demais condições sem alteração) e um grupo controle (submetido às condições sem
nenhuma alteração). Assim, pode-se testar um fator por vez e comparar os resultados do
grupo experimental com os do grupo controle.
Trabalhos científicos devem ser escritos, descrevendo fielmente procedimentos
adotados e resultados obtidos e apresentando discussão e conclusões fundamentadas.
Esses trabalhos devem ser publicados, propiciando ampla discussão na comunidade
científica. Outros cientistas podem repetir os experimentos e verificar as hipóteses ou então,
a partir das conclusões apresentadas, formular ou testar outras hipóteses.
Se uma hipótese for confirmada por grande número de experimentações, então
ela pode se tornar uma teoria, mas nunca uma verdade absoluta. Uma teoria pode ser
mudada diante de novas descobertas. Uma teoria é um conjunto de conhecimentos mais
amplos, que busca explicar fenômenos abrangentes da natureza, como é o caso da Teoria
da Gravitação Universal, que procura explicar os movimentos dos corpos com base na força
da gravidade. Um importante biólogo americano, Stephen J. Gould, escreveu: “Os fatos são
os dados do mundo. As teorias são estruturas que explicam e interpretam os fatos. Os fatos
continuam a existir enquanto os cientistas debatem teorias rivais para explicá-los. A Teoria
da Gravitação Universal de Einstein tomou o lugar da de Newton, mas as maçãs não
ficaram suspensas no ar, aguardando o resultado”.
É muito comum em ciência se falar em lei, que é a descrição da regularidade
com que ocorrem as manifestações de uma classe de fenômenos. A lei tem um universo
limitado, e a teoria abarca a totalidade do universo.
25

Um aspecto importante da ciência é que os conhecimentos científicos mudam


sempre. Não existem verdades absolutas, o que não significa que as teorias de hoje estejam
erradas. Significa que elas poderão ser substituídas por teorias melhores.

Observação
Observação AAcor
cordo
docamarão
camarãoéésemelhante
semelhanteààda
da
alga da qual se alimenta
alga da qual se alimenta

AAcor
cordo
docamarão
camarãoestá
estárelacionada
relacionadaààcor
cor
Perguntacrítica
Pergunta crítica da alga?
da alga?

AAcor
cordo
docamarão
camarãoderiva
derivado
dopigmento
pigmentoda
da
Levanta-seuma
Levanta-se umahipótese
hipótese alga.
alga.

Faz-seuma
Faz-se umaprevisão
previsãoque
quepossa
possa Seaadieta
Se dietafor
formudada,
mudada,oocamarão
camarãovai
vai
sertestada
ser testada desenvolvercor
desenvolver cordiferente.
diferente.

Montam-seexperimentos
Montam-se experimentospara
para OOgrupo
grupocontrole
controleééalimentado
alimentadocomcomalga
alga
testar a previsão usual. O grupo experimental é alimentado
usual. O grupo experimental é alimentado
testar a previsão
comalgas
com algasdedecor
cordiferente.
diferente.

Resultadospossíveis
Resultados possíveis

Nogrupo
No grupoexperimental
experimental Nogrupo
No grupoexperimental
experimental
os camarões
os camarões a cor se mantémaa
a cor se mantém
apresentaramcor
apresentaram cor mesmada
mesma daque
queocorre
ocorre
diferente da que ocorre
diferente da que ocorre nogrupo
no grupocontrole.
controle.
nogrupo
no grupocontrole.
controle.

Interpretaçãoee
Interpretação
conclusão
conclusão

OOalimento
alimentoafeta
afeta
OOalimento
alimentonão
nãoafeta
afetaaa
aacor
cordo
docamarão
camarão cordo
cor docamarão
camarão

AAhipótese
hipótesenão
nãoéé AAhipótese
hipóteseéé
refutada
refutada refutada
refutada

Osresultados
Os resultadospodem
podem Formulam-senovas
novas
sugerir novos Formulam-se
sugerir novos hipóteses para serem
hipóteses para serem
experimentos
experimentos testadas
testadas
26

(exemplo de aplicação do método científico)

Em se tratando do processo avaliativo, na Educação de Jovens e Adultos,


avaliar um aluno não é somente aplicar provas, é ver o desenvolvimento de sua
aprendizagem, seu progresso dia-dia. A aprendizagem permite identificar e compreender as
etapas que os constituem analisar e compreender os erros contidos e sucessos alcançados.
“Se a avaliação contribui para o desenvolvimento das capacidades dos alunos, pode-se
dizer que ela se converte em uma ferramenta pedagógica, em um elemento que melhora a
27

aprendizagem sua e a qualidade do ensino. Por isso, deve-se levar em conta que a
avaliação formativa não tem como objetivo classificar ou selecionar. Fundamenta-se nos
processos de aprendizagem, em seus aspectos cognitivos, afetivos, relacionais e também
em aprendizagens significativas e funcionais que se aplicam em diversos contextos e se
atualizam o quanto for preciso para que se continue a aprender.
Este enfoque tem um princípio fundamental: deve-se avaliar o que se ensina,
encadeando a avaliação no processo de ensino-aprendizagem, somente neste contexto, é
possível falar em avaliação inicial (avaliar para conhecer melhor o aluno e ensinar melhor) e
avaliação final (avaliar ou finalizar determinado processo didático).” (Silvia Soares,
professora do CE Manoel Beckman).
Diante disso, o sentido e a finalidade da avaliação para os professores da EJA
está em:
 Conhecer melhor o aluno – suas competências curriculares, estilo de
aprendizagem, interesses, técnicas de trabalho, etc;
 Constatar o que está sendo aprendido – o professor vai recolhendo informações,
de forma contínua com diversos procedimentos metodológicos e julgando o grau
de aprendizagem, ora em relação à todo grupo da sala de aula, ora em relação a
um aluno em particular;
 Adequar o processo de ensino aos alunos que apresentam dificuldades, tendo
em vista o alcance dos objetivos propostos;
 Julgar globalmente um processo de ensino-aprendizagem – ao término de um
determinado conteúdo/atividade, por exemplo, se faz uma análise e reflexão
sobre o sucesso alcançado em função dos objetivos previstos e revê-los de
acordo com os resultados apresentados.
28

6.4 QUADRO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DE BIOLOGIA

BIOLOGIA
Eixos de competência:

 Representação e comunicação envolvendo leitura, interpretação e a produção de textos nas diversas


linguagens e formas textuais características dessa área de conhecimento.
 Investigação e compreensão envolvendo a capacidade de enfrentamento e resolução de situações-
problema, utilizando conceitos e procedimentos peculiares do fazer e pensar das ciências.
 Contextualização sociocultural na forma de análise crítica das idéias e dos recursos da área e das
questões do mundo que podem ser respondidas ou transformadas por meio do pensar e do
conhecimento científico.

Competências Gerais:
 Dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e
científica.
 Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos
naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
 Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas,
para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
 Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em
situações concretas, para construir argumentação consistente.
 Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos para elaboração de propostas de intervenção solidária na
realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
29

BIOLOGIA
1ª etapa
Competências da disciplina Habilidades Conteúdos
 Introdução ao estudo da
 Compreender as ciências como construções  Identificar transformações de idéias e termos
Biologia:
humanas, relacionando o desenvolvimento científico-tecnológicos ao longo de diferentes
- Apresentação da disciplina
científico ao longo da história com a épocas e entre diferentes culturas.
e importância da Biologia
transformação da sociedade.
no cotidiano do Jovem e
 Utilizar modelo explicativo de determinada ciência
Adulto.
 Compreender o papel das ciências naturais natural para compreender determinados
- Divisão e características
e das tecnologias a elas associadas, nos fenômenos.
gerais dos seres vivos.
processos de produção e no
desenvolvimento econômico e social  Associar a solução de problemas de comunicação,
contemporâneo.  Origem da vida:
transporte, saúde, ou outro, com o correspondente
desenvolvimento científico e tecnológico. -teoria: abiogênese e
 Identificar a presença e aplicar as biogênese.
-hipótese: Criacionista,
tecnologias associadas às ciências naturais  Confrontar diferentes interpretações de senso
Panspermia e Oparin.
em diferentes contextos relevantes para sua comum e científicas sobre práticas sociais, como
vida pessoal. formas de produção, e hábitos pessoais, como
higiene e alimentação.  Composição química dos
 Associar alterações ambientais a processos seres vivos:
produtivos e sociais, e instrumentos ou  Avaliar propostas ou políticas públicas em que - substâncias inorgânicas e
ações científico-tecnológicos à degradação conhecimentos científicos ou tecnológicos estejam a orgânicas.
e preservação do ambiente. serviço da melhoria das condições de vida e da
superação de desigualdades sociais.  Estudo das células:
 Compreender organismo humano e saúde, - procarióticas, eucarióticas,
relacionando conhecimento científico,  Comparar exemplos de utilização de tecnologia em animal e vegetal.
cultura, ambiente e hábitos ou outras diferentes situações culturais, avaliando o papel da
características individuais. tecnologia no processo social e explicando  Componentes celulares:
transformações de matéria, energia e vida. - membrana, citoplasma
 Entender métodos e procedimentos próprios (organelas citoplasmáticas) e
das ciências naturais e aplicá-los a  Utilizar terminologia científica adequada para núcleo (síntese de proteínas,
diferentes contextos. descrever situações cotidianas apresentadas de gêneses, síndromes,
diferentes formas. anomalias cromossômicas).
30

Competências da disciplina Habilidades Conteúdos


 Divisão celular
 Apropriar-se de conhecimentos da  Selecionar procedimentos, testes de controle ou outros
- mitose e meios
biologia para compreender o mundo parâmetros de qualidade de produtos, conforme
natural e para interpretar, avaliar e determinados argumentos ou explicações, tendo em vista a
planejar intervenções científico- defesa do consumidor.  Reprodução:
tecnológicas no mundo - formas de reprodução
contemporâneo.  Compreender a importância da água para a vida em - gametogênese
diferentes ambientes em termos de suas propriedades - fecundação
químicas, físicas e biológicas, identificando fatos que - reprodução humana
causam perturbações em seu ciclo. - DST e métodos
contraceptivos
 Associar os processos vitais do organismo humano (defesa,
manutenção do equilíbrio interno, relações com o  Histologia:
ambiente, sexualidade, etc.) a fatores de ordem ambiental, - tecido epitelial
social ou cultural dos indivíduos, seus hábitos ou outras - conjuntivo
características pessoais. - muscular
- nervoso
 Avaliar a veracidade e posicionar-se criticamente diante de
informações sobre saúde individual e coletiva relacionados
a condições de trabalho e normas de segurança.

 Analisar propostas de intervenção social considerando


fatores biológicos, sociais e econômicos que afetam a
qualidade de vida dos indivíduos, das famílias e das
comunidades.

 Analisar e prever fenômenos ou resultados de


experimentos científicos organizando e sistematizando
informações dadas.

 Selecionar, em contextos de risco à saúde individual e


coletiva, normas de segurança, procedimentos e condições
ambientais a partir de critérios científicos.
31

Competências da disciplina Habilidades Conteúdos


 Avaliar a adequação a determinadas finalidades de sistemas
ou produtos como águas, medicamentos e alimentos a partir
de suas características físicas, químicas ou biológicas.

 Selecionar métodos ou procedimentos próprios das Ciências


Naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar
problemas de ordem social, econômica ou ambiental.

 Identificar e descrever diferentes representações de


fenômenos biológicos a partir de textos e imagens.

 Prever ou interpretar resultados que se apliquem à indústria


alimentícia, agricultura, saúde individual /coletiva, produção
de medicamentos, decomposição de matéria orgânica, ciclo
do nitrogênio e produção de oxigênio, a partir da descrição
de experimentos ou técnicas envolvendo a utilização de
vírus, bactérias, protozoários, algas ou fungos.

 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo,


identificando aquelas que visam à preservação e à
implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente.

BIOLOGIA
2ª etapa
Competências da disciplina Habilidades Conteúdos
32

 Classificação dos seres


 Compreender as ciências como construções  Relacionar informações apresentadas em diferentes
vivos em reinos
humanas, relacionando o desenvolvimento formas de linguagem e representação usadas nas
científico ao longo da história com a Ciências, como texto discursivo, gráficos, tabelas, Vírus
transformação da sociedade. relações matemáticas ou linguagem simbólica. Reino: monera, protista e
fungo: morfologia,
 Compreender o papel das ciências naturais  Identificar transformações de idéias e termos classificação e doenças
e das tecnologias a elas associadas, nos científico-tecnológicos ao longo de diferentes épocas
processos de produção e no e entre diferentes culturas.  Reino vegetal (noções)
desenvolvimento econômico e social - características gerais,
contemporâneo.  Utilizar modelo explicativo de determinada ciência classificação, tecidos e
natural para compreender determinados fenômenos. morfologia (raízes, caules,
 Identificar a presença e aplicar as frutos, flores,
tecnologias associadas às ciências naturais  Associar a solução de problemas de comunicação, pseudofrutos e sementes)
em diferentes contextos relevantes para sua transporte, saúde, ou outro, com o correspondente
vida pessoal. desenvolvimento científico e tecnológico.  Reino animal (noções)
- características,
 Associar alterações ambientais a processos  Confrontar diferentes interpretações de senso classificação e
produtivos e sociais, e instrumentos ou comum e científicas sobre práticas sociais, como reprodução dos filos
ações científico-tecnológicos à degradação formas de produção, e hábitos pessoais, como
e preservação do ambiente. higiene e alimentação.  Genética
- Conceitos, Leis de
 Compreender organismo humano e saúde,  Avaliar propostas ou políticas públicas em que Mendel, cruzamento e
relacionando conhecimento científico, conhecimentos científicos ou tecnológicos estejam a retrocruzamento, grupos
cultura, ambiente e hábitos ou outras serviço da melhoria das condições de vida e da sanguíneos humanos,
características individuais. superação de desigualdades sociais. determinação do sexo
herança ligada ao sexo,
 Entender métodos e procedimentos próprios  Comparar exemplos de utilização de tecnologia em mutações, variabilidade
das ciências naturais e aplicá-los a diferentes situações culturais, avaliando o papel da genética e biotecnologia.
diferentes contextos. tecnologia no processo social e explicando
transformações de matéria, energia e vida.
Competências da disciplina Habilidades Conteúdos
 Evolução
 Utilizar terminologia científica adequada para descrever situações
- Lamarckismo
cotidianas apresentadas de diferentes formas.
- Darwinismo
33

- seleção natural e
 Selecionar procedimentos, testes de controle ou outros parâmetros de
outros tipos de
qualidade de produtos, conforme determinados argumentos ou
seleção
explicações, tendo em vista a defesa do consumidor.
- evolução do
homem
 Identificar e descrever processos de obtenção, utilização e reciclagem de
recursos naturais e matérias-primas.
 Ecologia
- conceitos, cadeia e
 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e
teias alimentares
destinos dos poluentes e prevendo efeitos nos sistemas naturais,
- pirâmides
produtivos e sociais.
ecológicas
- ciclos da matéria e
 Analisar aspectos éticos, vantagens e desvantagens da biotecnologia
biogeoquímicos
(transgênicos, clones, melhoramento genético, cultura de células),
- relações ecológicas
considerando as estruturas e processos biológicos neles envolvidos.
- biomas aquáticos e
terrestres (noções)
 Relacionar atividades sociais e econômicas - comércio, industrialização,
- conscientização
urbanização, mineração e agropecuária - com as principais alterações nos
ecológica
ambientes brasileiros, considerando os interesses contraditórios
(Impactos
envolvidos.
Ambientais)
 Interpretar e relacionar indicadores de saúde e desenvolvimento humano,
como mortalidade, natalidade, longevidade, nutrição, saneamento, renda e
escolaridade, apresentados em gráficos, tabelas e/ou textos.

 Reconhecer os mecanismos da transmissão da vida e prever a


manifestação de características dos seres vivos, em especial, do ser
humano.

 Analisar e prever fenômenos ou resultados de experimentos científicos


organizando e sistematizando informações dadas.
Competências da
Habilidades Conteúdos
disciplina
 Associar os processos vitais do organismo humano (defesa, manutenção do
equilíbrio interno, relações com o ambiente, sexualidade, etc.) a fatores de ordem
34

ambiental, social ou cultural dos indivíduos, seus hábitos ou outras características


pessoais.

 Avaliar a veracidade e posicionar-se criticamente diante de informações sobre


saúde individual e coletiva relacionados a condições de trabalho e normas de
segurança.

 Analisar propostas de intervenção social considerando fatores biológicos, sociais e


econômicos que afetam a qualidade de vida dos indivíduos, das famílias e das
comunidades.

 Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e


representação usadas nas Ciências, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
relações matemáticas ou linguagem simbólica.

 Selecionar, em contextos de risco à saúde individual e coletiva, normas de


segurança, procedimentos e condições ambientais a partir de critérios científicos.

 Avaliar a adequação a determinadas finalidades de sistemas ou produtos como


águas, medicamentos e alimentos a partir de suas características físicas, químicas
ou biológicas.

 Selecionar métodos ou procedimentos próprios das Ciências Naturais que


contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
ou ambiental.

 Analisar propostas de intervenção nos ambientes considerando as dinâmicas das


populações, associando garantia de estabilidade dos ambientes e da qualidade de
vida humana a medidas de conservação, recuperação e utilização auto-sustentável
da biodiversidade.
35

6.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E SUGESTÕES DE LEITURA PARA O


PROFESSOR DE BIOLOGIA

Avaliações e exames: ENEM; ENCCEJA; PISA; SAEB.


Em ENCCEJA: Livros de estudo; Matriz de Competências; Provas e Gabaritos.

AMABIS, J. M. & MARTHO, G. R. – Fundamentos da Biologia Moderna. Ed. Moderna.


São Paulo. SP, 2007.

BOSCHILIA, C. Minimanual compacto de biologia: teoria e prática. 2ª Ed. São Paulo:


Rideel, 2003.

BORZANI. W. et. al. Biotecnologia Industrial. Volumes 1, 2, 3 e 4. 1 ed. São Paulo: Edgard
Blucher, 2001.

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura, Secretaria de Educação Média e Tecnológica.


Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio – Área de Ciências Naturais,
Matemática e suas Tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação
Média e Tecnológica, 1999.

BRASIL, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN + Ensino Médio: Orientações


Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências da
natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC – SEMTEC, 2002.

BARRETO, Vera. Paulo Freire para educadores / Vera Barreto. – São Paulo: Arte &
Ciência, 1998.

Ciências da natureza, Matemática e suas Tecnologias / Secretaria de Educação Básica.-


Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. 135 p.
(Orientações curriculares para o Ensino Médio; volume 2).

COLL, Cesarl. Aprender conteúdos e desenvolver capacidades/ César Coll e Elena


Martin – Porto Alegre: Artmed Editora, 2004.
FREIRE, Paulo R. Neves. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1978.
36

GOULD, Stephen Jay. Darwin e os grandes enigmas da vida. São Paulo, Martins Fontes.
____. O polegar do panda. São Paulo. Martins Fontes.
____. O sorriso do flamingo. São Paulo. Martins Fontes.

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Exame Nacional


do Ensino Médio (ENEM): fundamentação teórico-metodólogica. – Brasília: O Instituto,
2005

LOPES, S. Biologia. Volume único. Ed. Saraiva. São Paulo. SP, 2006.

MORALES, Pedro. Avaliação escolar - o que é, como se faz. – Edições Loyola, São
Paulo, Brasil, 2003.

SOARES, J. L. Biologia, volume único. Ed. Scipione, São Paulo, 2008.

OLIVEIRA, Daisy Lara de (org.) Ciências nas salas de aula. Porto Alegre: Editora
Mediação, 1997.

SUGESTÃO DE SITES NA INTERNET E JOGOS

- Ministério da Educação – MEC ( www.mec.gov.br )


- Ensino Médio / regulamentação ( www.inep.gov.br )
- Canal Futura (www.futura.org,br )
- Fundação Padre Anchieta & TV Escola – ( www.videocultura.com )
- Domínio Público – Biblioteca digital desenvolvida em software livre
(www.dominiopublico.gov.br )
- Ciências Hoje na Escola - ( www.ciencia.org.br )
- Ciências e Ensino (UNICAMP) – ( www.fae.unicamp.br )
- Ciências e Educação / UNESP – ( www.fc.unesp.br/pos/revista )
-Jogo “Viagem de um átomo de nitrogênio” -
(www.asmusa.org/edusrc/library/curriculum/collection/collection2.htm,)
- Jogo da Imunidade – ( www.moderna.com.br/pdfs/TB11.pdf )
- Revista Nova Escola ( www.novaescola.com.br)
- www.aulalegal.com
- www.educacional.com.br
37
38

7. FÍSICA

“Construir uma visão da Física voltada para a formação de um cidadão contemporâneo, atuante e
solidário, com instrumento para compreender, intervir e participar na realidade é o novo sentido da
Física”.
(PCN+ e PCN)

7.1. OBJETIVOS DO ENSINO DE FÍSICA

 Desenvolver o gosto pela investigação e pela compreensão dos fenômenos


naturais e do universo, além de satisfazer as diversas necessidades resultantes
da atividade humana;
 Desenvolver no aluno a capacidade de identificar problemas próprios de seu
contexto;
 Incentivar a busca de soluções viáveis, medidas pela compreensão dos
fenômenos naturais e suas relações com as novas tecnologias;
 Fomentar a curiosidade com o fim de identificar as transformações que se
processam nas atividades humanas e ambientais;
 Utilizar e compreender tabelas matemáticas, gráficos e relações matemáticas
gráficas para a expressão do saber físico;
 Construir e investigar situações-problema;
 Reconhecer a Física enquanto construção humana, aspectos de sua história e
relações com o contexto cultural, social, político e econômico;
 Articular o conhecimento com conhecimentos de outras áreas do saber
científico.

7.2. IMPORTÂNCIA DA FÍSICA NA EJA

O ensino da Física no Ensino Médio deve contribuir para a formação de uma


cultura científica efetiva, permitindo aos jovens e adultos a interpretação dos fatos,
fenômenos e processo naturais, situando e dimensionando a interação do ser humano com
a natureza como parte da própria natureza em transformação. Para isso, o conhecimento
físico deve ser explicado como um processo histórico associado às outras formas de
expressão e produção humana, buscando assegurar que “a competência investigativa
resgata o espírito questionador, o desejo de conhecer o mundo em que se habita, não
39

apenas de forma pragmática, mas expandindo a compreensão do mundo, a fim de propor


novas questões e, talvez, encontrar soluções”. (Orientações Curriculares)
Dessa forma, a Física deixa de ser uma disciplina informativa para atender às
necessidades dos alunos de forma dinâmica, induzindo-os à observação de fenômenos,
construção de questionamentos e à formulação de hipóteses, relacionando o conhecimento
com novas idéias. É necessário entender a Física como processo investigativo que
descobre o fato real por trás das aparências, suplantando o senso comum. Por isso, o
professor deve ser o mediador do conhecimento utilizando estratégias que o levem à
descoberta e à aprendizagem, sempre associados à sua realidade e ao cotidiano do aluno.
É importante que o ensino da Física contemple as dimensões de linguagem e o
conteúdo humano-social, o que pode ser alcançado através da contextualização (visa dar
significado ao que se pretende ensinar para o aluno, partindo da realidade vivida por ele e
auxilia na problematização dos saberes a ensinar, fazendo com que o aluno sinta a
necessidade de adquirir um conhecimento que ainda não tem) e interdisciplinaridade
(complexidade do objeto que se pretende conhecer/compreender que exige reconhecer e
ultrapassar os limites de uma única disciplina).
A EJA, enquanto modalidade específica, deve privilegiar competências e
habilidades associadas às estratégias de ensino e aprendizagem utilizadas em sala de aula.
Para isso, é necessário que os conhecimentos se apresentem como desafios cuja solução,
por parte dos jovens, envolve recursos cognitivos, investimento pessoal e perseverança na
tomada de decisões.
Segundo os PCNEM, é preciso discutir qual Física ensinar para possibilitar uma
melhor compreensão do mundo e uma formação para a cidadania mais adequada e para
isso, é imprescindível considerar o mundo vivencial dos alunos, sua realidade próxima ou
distante, os objetos e fenômenos com que efetivamente lidam ou os problemas e
indagações que movem sua curiosidade.
40

7.3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS E AVALIAÇÃO DE FÍSICA

“Todas as estratégias reforçam a necessidade de considerar o mundo em que o jovem está inserido,
não somente através do reconhecimento de seu cotidiano enquanto objeto de estudo, mas também de
todas as dimensões culturais, sociais e tecnológicas que podem ser por ele vivenciados na cidade ou
região em que vive”.
(PCN+)

A prática educativa deve proporcionar autonomia e promover a iniciativa dos


jovens e adultos. Sendo assim, o ensino da Física ultrapassou a simples memorização de
fórmulas ou repetição de procedimentos, hoje, busca assegurar a competência investigativa,
o espírito questionador e o desejo de conhecer o mundo que se habita.
Para isso, o professor deve valorizar os conhecimentos prévios dos alunos,
explorando suas contribuições e limitações, uma vez que de acordo com os PCN's, o ensino
de Física não deve ter somente o caráter “propedêutico”, mas também visar à preparação
para a melhor compreensão do mundo e sua formação para a cidadania, por meio de um
conhecimento contextualizado, que possa fazer parte da vida dos jovens e adultos. Para
trabalhar Física, é importante que o professor use a experimentação durante todo o
processo ensino e aprendizagem para privilegiar o fazer, o manusear, o operar e o agir,
buscando alcance de diferentes aprendizagens. Assim, irá garantir a construção do
conhecimento pelos alunos, desenvolvendo sua curiosidade e questionamentos.
Segundo os PCNs, “experimentar pode significar situações e fenômenos a seu
alcance, em casa, na rua ou na escola, demonstrar objetos tecnológicos, tais como
chuveiros, liquidificador, construir aparelhos e outros objetos simples. Pode também
envolver desafios, estimulando, qualificando ou buscando soluções para problemas reais”.
Na Física, a resolução de problemas permite o envolvimento concreto do aluno com o
fenômeno físico, proporcionando a produção de respostas para situação que estimulem o
cotidiano e, ao mesmo tempo, consolidem uma ou mais competências e produzam
habilidades suficientes para melhor desempenho dos jovens e adultos.
Diante disso, as atividades poderão ser desenvolvidas utilizando reflexões,
trocas de experiências e vivências. Neste sentido, é importante priorizar:
 Leituras de textos diversificados abordando temáticas estudadas;
 Pesquisas em sala de aula com revistas, jornais, rótulos, entre outros, buscando
informações atualizadas sobre descobertas científicas ou conjunturas sociais;
 Coleta de dados, possibilitando a elaboração de recursos;
41

 Sínteses auxiliando as discussões entre alunos e professores;


 Produção de trabalhos escritos;
 Formação de grupos de estudo e de pesquisa;
 Realização de seminários, debates, etc.;
 Participação em projetos, mostras, feiras (elaboração e execução), olimpíadas
e/ou outros eventos.

Para melhor orientar o trabalho dos professores, vale ressaltar o texto intitulado
Física na Escola, publicado pelo professor Marcelo Gleiser (site:
www.sbfisica.org.br/fne/Vol1/Num1/artigo1.pdf):

“Ensinar Física não é fácil. Aprender é menos ainda. Neste breve texto, eu
gostaria de lançar algumas idéias que, na minha experiência como professor de Física, são
úteis não só no processo pedagógico, como também no próprio enriquecimento do
professor através da experiência do ensino. Antes de mais nada, deve ser claro para todo
professor que ensinar também é um processo de aprendizado. E não só da matéria que se
está ensinando; ao ensinar, estabelecemos uma relação com aqueles que estão nos
ouvindo. O educador, ao educar os outros, está constantemente se educando. Na minha
opinião, educar é, também, um processo de autodescoberta, em que a mensagem e seu
significado refletem a visão de mundo do educador. Não existe uma mensagem sem um
mensageiro, e aqueles que pensam que em Física - e todas as ciências naturais - devido à
sua formulação quantitativa, isso não se aplica, estão muito enganados (mesmo que eu
esteja me concentrando em Física, espero que este texto seja de interesse para educadores
em qualquer área das ciências naturais).
Os comentários acima são válidos para o ensino da Física em todos os níveis.
Desde uma simples demonstração do movimento pendular para alunos do nível básico ao
cálculo da função de correlação de um campo quântico, o ensino da física deve sempre
expressar sua característica mais fundamental: Física é um processo de descoberta do
mundo natural e de suas propriedades, uma apropriação desse mundo através de uma
linguagem que nós, humanos, podemos compreender. Talvez a parte mais difícil no ensino
da Física seja a tradução do fenômeno observado em símbolo. Uma coisa é ver o pêndulo
oscilar, outra é escrever uma equação que represente a variação da sua posição no tempo.
Mas é justamente aqui que o desafio pode ser transformado em bônus; um dos aspectos
mais belos da ciência é ela ser capaz de explicar quantitativamente fenômenos observados.
Então, o ensino da Física deve, necessariamente, conectar a visualização do fenômeno e
42

sua expressão matemática. Lamentavelmente, ainda é possível para um aluno terminar a


oitava série sem jamais VER algum fenômeno ligado às equações que ele ou ela estudou
em classe. Eu mesmo sou vítima dessa prática de distanciamento entre a Física da sala de
aula e a Física do mundo; só vi minha primeira demonstração na universidade!
Não existe nada mais fascinante no aprendizado da ciência do que vê-la em
ação. E, contrariamente ao que se possa pensar, não são necessárias grandes verbas para
montar uma série de demonstrações efetivas e estimulantes, tanto para o professor como
para seus alunos. Se os alunos (ou o professor) não têm carro, use uma bicicleta para
discutir conceitos básicos da física newtoniana. Se nem uma bicicleta está disponível, use
um carrinho de rolimã; certamente, algo se move na vizinhança de sua escola. Mais
importante ainda é levar os alunos para fora da sala de aula, fazê-los observar o mundo
através dos olhos de um cientista aprendiz. Estabeleça analogias entre o movimento de um
pêndulo (que você traz no bolso, feito de pedra e barbante) e as oscilações dos balanços no
parque ou nos galhos das árvores. Explique a idéia de modelar o mundo, que é tão
fundamental para a ciência, enquanto seus alunos brincam com o pêndulo feito de pedra e
barbante e as árvores oscilam ao vento; oscilações forçadas, ação e reação, ressonância…
Às vezes, nós educadores esquecemos de nos empolgar com a beleza daquilo que
estamos ensinando. Nesse caso, como podemos esperar que nossos estudantes se
empolguem por si próprios? Como nos átomos, é necessário um fóton para estimular uma
transição para um nível superior. E a freqüência do fóton não é arbitrária, mas deve ser
ajustada com grande precisão para que o estímulo seja bem sucedido. A mensagem do
educador também. Gostaria de avançar quatro pontos que, acredito, são muito úteis para
nós professores e nossos alunos. Eles são produto da minha experiência como educador,
não só em nível universitário, mas, também, em nível básico e para o público não-
especializado, e visam enriquecer a experiência do ensino, tanto para o educador quanto
para sua audiência. Fiel ao que apresentei acima, ao apresentar ciência como um processo
de descoberta, o educador se educa através da sua atividade:
a) Questionamento metafísico: uma das características mais importantes da
ciência é que ela responde a anseios profundamente humanos, que em geral são
abordados fora do discurso científico.
Questões de origem, do tipo: “De onde viemos, nós e esse mundo em que
vivemos?” “Qual a origem da vida?”; questões sobre o fim, “Será que o mundo um dia vai
acabar?” “Será que o Sol brilhará para sempre?”; questões sobre o significado da vida: “Por
que o mundo existe? Será que temos uma missão no Universo?”; ou questões sobre vida
43

extraterrestre: “Será que estamos sozinhos neste vasto Universo?” Certamente, a ciência
não tem resposta para a maioria dessas perguntas.
No entanto, elas fazem parte da busca pelo conhecimento que motiva o
processo de descoberta científica.
Quantas vezes, me pergunto, nós professores estabelecemos uma relação entre
o que ensinamos e essas questões mais profundas? Não importa o nível escolar, essas
questões estão presentes, de uma forma ou de outra, na cabeça de todas as pessoas (ou
quase todas…). Mostrar que a ciência também se preocupa com esse tipo de
questionamento causa um enorme interesse no que ela tem a dizer.
b) Integração com a natureza: já que o objetivo básico das Ciências Naturais é
explorar e compreender os fenômenos da natureza, aprender ciência nos aproxima da
natureza. Infelizmente, é muito comum acreditar justamente no oposto: que a ciência, ao
matematizar o mundo, tira a sua beleza! A mensagem do educador em Ciências Naturais
deve necessariamente mostrar que cientistas fazem o que fazem devido ao seu fascínio
com o mundo natural; que a ciência não nos afasta da natureza, mas nos aproxima.
Conforme eu disse em uma outra ocasião, entender a física do arco-íris não diminui em
nada sua beleza, muito ao contrário.
c) Cidadão do mundo: hoje, falamos em globalização, em um mundo cada vez
mais integrado pela eficiência dos meios de comunicação e pela Internet. Não existe a
menor dúvida que aqueles que possuem o controle e acesso aos meios de comunicação e
de produção de informação também controlarão a economia. Essa realidade cria um sério
problema social, pois o acesso à informação está vinculado a um acesso a computadores; a
globalização integra apenas aqueles que possuem renda suficiente para participar dela! Não
querendo entrar nessa discussão econômica, que foge do tema deste texto, gostaria apenas
de alertar aos educadores para a necessidade de integrar computadores e a Internet como
instrumento pedagógico. Claro, nem sempre isso é possível. Nesse caso, educadores
podem ao menos apresentar o que é a Internet aos seus alunos, como ela funciona, suas
vantagens e desvantagens e como ela pode ser usada para aprender ciência, visitando sites
diversos.
Utopicamente, mais e mais escolas terão acesso à Internet, e mais e mais
alunos poderão, em um futuro não muito distante, desfrutar desse incrível instrumento
pedagógico.
Nada é mais importante no futuro da democracia do que o livre acesso à
informação. E a ciência, em sua universalidade, é um poderoso instrumento dessa
democratização.
44

d) Paixão pela descoberta: o ensino de ciência tem de traduzir a paixão pela


descoberta. O aluno deve participar desse processo durante a aula, e não apenas receber a
informação pronta. Um método para isso é o uso de dramatização: a história de uma
descoberta vira uma história contada pelos alunos sob a direção do professor. Por exemplo,
lá vai o Galileu, subindo a Torre de Pisa com duas bolas na mão, enquanto uma platéia de
espectadores observa sua experiência. A recriação do momento histórico tem um grande
impacto dramático; os alunos podem se esquecer das equações, mas eles não se
esquecerão da estória de Galileu na Torre de Pisa. É muito comum, no ensino de ciência,
omitir a parte mais essencial, que é justamente o fascínio que leva um cientista a dedicar
toda uma vida ao estudo da natureza. Sem esse elemento, ciência vira um exercício
intelectual destituído de paixão, uma mera repetição de conceitos e fórmulas. Uma vez que
os quatro pontos acima são integrados na sala de aula, acredito que ciência passa a ser
algo maior, mais profundo do que a aplicação do método científico. Ela passa a fazer parte
da história das idéias, do nosso esforço em compreendermos nossa essência e a do mundo
à nossa volta. Ao comunicarmos essas idéias aos nossos alunos, estamos recriando essa
história, transformando a sala de aula em um laboratório de anseios e descobertas,
rendendo tributo a essa grande aventura humana.
Às vezes, nós educadores esquecemos de nos empolgar com a beleza daquilo
que estamos ensinando. Nesse caso, como podemos esperar que nossos estudantes se
empolguem por si próprios? O objetivo das ciências naturais é explorar e compreender os
fenômenos da Natureza. Infelizmente, é muito comum acreditar-se justamente no oposto:
que a ciência, ao matematizar o mundo, tira a sua beleza!”

O professor de Física não deve enfatizar a memorização, pois, a avaliação deve


centrar-se na compreensão e aplicação dos conceitos apreendidos. A discussão do erro,
analisando o “caminho” percorrido pelos alunos no momento da elaboração de seu
raciocínio, também deve contribuir para um processo avaliativo mais significativo.
Por isso, ao analisar o processo de ensino–aprendizagem em Física, a avaliação
pode ser caracterizada como um instrumento, que por um lado verifica os avanços e as
dificuldades dos alunos e por outro possibilita ao professor analisar sua prática educativa.
Sendo assim, necessário que o educador esteja atento às expectativas dos alunos e crie um
clima favorável à participação em sala de aula para que eles possam manifestar as suas
dúvidas, inquietações e incompreensões, entendemos que a aprendizagem se dá de
maneira satisfatória quando as relações cotidianas são dinâmicas.
45

Portanto, a avaliação na Educação de Jovens e Adultos deve ser encarada como


um instrumento que sirva para estimular o interesse e motivar o aluno a um maior esforço,
como também um meio para o professor aperfeiçoar seus procedimentos de ensino. A
avaliação assume uma função diagnóstica e orientadora, pois ajuda o aluno a progredir na
aprendizagem e o professor a reorganizar sua ação pedagógica.
46

7.4 QUADRO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DE FÍSICA

FÍSICA
Eixos de competência:

 Representação e comunicação envolvendo leitura, interpretação e a produção de textos nas diversas


linguagens e formas textuais características dessa área de conhecimento.
 Investigação e compreensão envolvendo a capacidade de enfrentamento e resolução de situações-
problema, utilizando conceitos e procedimentos peculiares do fazer e pensar das ciências.
 Contextualização sociocultural na forma de análise crítica das idéias e dos recursos da área e das
questões do mundo que podem ser respondidas ou transformadas por meio do pensar e do
conhecimento científico.

Competências Gerais:
 Dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e
científica.
 Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos
naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
 Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas,
para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
 Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em
situações concretas, para construir argumentação consistente.
 Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos para elaboração de propostas de intervenção solidária na
realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
47

FÍSICA
1ª etapa
Competências da disciplina Habilidades Conteúdos
 Introdução á física
 Compreender as ciências como construções  Identificar transformações de idéias e termos
humanas, relacionando o desenvolvimento científico-tecnológicos ao longo de diferentes épocas.  Números decimais
científico ao longo da história com a  Potencias de dez
transformação da sociedade.  Utilizar modelo explicativo de determinada ciência  Sistema métrico
natural para compreender determinados fenômenos. decimal
 Compreender o papel das ciências naturais  Sistema internacional
e das tecnologias a elas associadas, nos  Associar a solução de problemas de comunicação, de unidades
processos de produção e no transporte, saúde, ou outro, com o correspondente  Notação científica
desenvolvimento econômico e social desenvolvimento científico e tecnológico.
contemporâneo.  Cinemática
 Comparar exemplos de utilização de tecnologia em  Conceitos básicos
 Identificar a presença e aplicar as diferentes situações culturais, avaliando o papel da  Movimento uniforme
tecnologias associadas às ciências naturais tecnologia no processo social e explicando  Movimento
em diferentes contextos relevantes para transformações de matéria, energia e vida. uniformemente variado
sua vida pessoal.
 Utilizar terminologia científica adequada para  Dinâmica
 Associar alterações ambientais a processos descrever situações cotidianas apresentadas de  Conceitos básicos
produtivos e sociais, e instrumentos ou diferentes formas.  Leis de Newton
ações científico-tecnológicos à degradação  Tipos de força
e preservação do ambiente.  Comparar diferentes instrumentos e processos
tecnológicos para identificar e analisar seu impacto  Trabalho e potência
 Compreender organismo humano e saúde, no trabalho e no consumo e sua relação com a  Energia mecânica
relacionando conhecimento científico, qualidade de vida.  Máquinas simples
cultura, ambiente e hábitos ou outras
características individuais.  Fazer uso de formas e instrumentos de medidas  Conservação da energia
apropriados para estabelecer comparações
 Entender métodos e procedimentos próprios quantitativas.
das ciências naturais e aplicá-los a
diferentes contextos.  Identificar transformações de energia e a
conservação que dá sentido a essas transformações,
quantificando-as quando necessário.
Competências da disciplina Habilidades Conteúdos
48

 Apropriar-se de conhecimentos da física  Identificar formas de dissipação de energia e as


para compreender o mundo natural e para limitações quanto aos tipos de transformações
interpretar, avaliar e planejar intervenções possíveis impostas pela existência na natureza de
científico-tecnológicas no mundo processos irreversíveis.
contemporâneo.
 Relacionar informações apresentadas em diferentes
 Apropriar-se de conhecimentos da química formas de linguagem e representação usadas nas
para compreender o mundo natural e para Ciências, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
interpretar, avaliar e planejar intervenções relações matemáticas ou linguagem simbólica.
científico-tecnológicas no mundo
contemporâneo.  Analisar e prever fenômenos ou resultados de
experimentos científicos organizando e
 Apropriar-se de conhecimentos da biologia sistematizando informações dadas.
para compreender o mundo natural e para
interpretar, avaliar e planejar intervenções  Descrever e comparar características físicas e
científico-tecnológicas no mundo parâmetros de movimentos de veículos, corpos
contemporâneo. celestes e outros objetos em diferentes linguagens e
formas de representação.

 Utilizar leis físicas para prever e interpretar


movimentos e analisar procedimentos para alterá-los
ou avaliá-los, em situações de interação física entre
veículos, corpos celestes e outros objetos.

 Analisar diversas possibilidades de geração de


energia para uso social, identificando e comparando
as diferentes opções em termos de seus impactos
ambiental, social e econômico.

 Analisar variáveis como pressão, densidade e vazão


de fluidos para enfrentar situações que envolvam
problemas relacionados à água, ou ao ar, em
processos naturais e tecnológicos.
49

Competências da disciplina Habilidades Conteúdos


 Comparar exemplos de utilização de tecnologia em
diferentes situações culturais, avaliando o papel da
tecnologia no processo social e explicando
transformações de matéria, energia e vida.

 Selecionar métodos ou procedimentos próprios da


Física que contribuam para diagnosticar ou
solucionar problemas de ordem social, econômica ou
ambiental.
50

FÍSICA
2ª etapa
Competências da disciplina Habilidades Conteúdos
 Termologia
 Compreender as ciências como construções  Selecionar métodos ou procedimentos próprios da
humanas, relacionando o desenvolvimento Física que contribuam para diagnosticar ou  Conceitos
científico ao longo da história com a solucionar problemas de ordem social, econômica fundamentais
transformação da sociedade. ou ambiental.  Medidas da
temperatura
 Compreender o papel das ciências naturais e  Utilizar modelo explicativo de determinada ciência  Escalas termométricas
das tecnologias a elas associadas, nos natural para compreender determinados fenômenos.  Dilatação térmica
processos de produção e no  Propagação do calor
desenvolvimento econômico e social  Associar a solução de problemas de comunicação,
contemporâneo. transporte, saúde, ou outro, com o correspondente  Ondulatória
desenvolvimento científico e tecnológico.  Natureza das ondas
 Identificar a presença e aplicar as  Tipo e características
tecnologias associadas às ciências naturais  Identificar diferentes ondas e radiações, das ondas
em diferentes contextos relevantes para sua relacionado-as aos seus usos cotidianos,  Ondas sonoras
vida pessoal. hospitalares ou industriais.
 Ótica
 Associar alterações ambientais a processos  Relacionar as características do som a sua  Princípios da ótica
produtivos e sociais, e instrumentos ou produção e recepção, e as características da luz geométrica
ações científico-tecnológicos à degradação e aos processos de formação de imagens.  Refração da luz
preservação do ambiente.  Instrumentos óticos
 Utilizar terminologia científica adequada para
descrever situações cotidianas apresentadas de  Ótica da visão
 Compreender organismo humano e saúde,
relacionando conhecimento científico, diferentes formas.
 Eletrostática
cultura, ambiente e hábitos ou outras
características individuais.  Interpretar e dimensionar circuitos elétricos  Eletrização
domésticos ou em outros ambientes, considerando  Força elétrica
 Entender métodos e procedimentos próprios informações dadas sobre corrente, tensão,  Campo elétrico
das ciências naturais e aplicá-los a resistência e potência.
diferentes contextos.
51

Competências da disciplina Habilidades Conteúdos


 Eletrodinâmica
 Apropriar-se de conhecimentos da física  Relacionar informações para compreender manuais
para compreender o mundo natural e para de instalação e utilização de aparelhos ou sistemas  Corrente elétrica
interpretar, avaliar e planejar intervenções tecnológicos de uso comum.  Aparelhos de
científico-tecnológicas no mundo medição elétrica
contemporâneo.  Comparar diferentes instrumentos e processos
tecnológicos para identificar e analisar seu impacto  Eletromagnetismo
 Apropriar-se de conhecimentos da química no trabalho e no consumo e sua relação com a  Campo magnético
para compreender o mundo natural e para qualidade de vida.  Força magnética
interpretar, avaliar e planejar intervenções
científico-tecnológicas no mundo  Identificar e descrever processos de obtenção,
contemporâneo. utilização e reciclagem de recursos naturais e
matérias-primas.
 Apropriar-se de conhecimentos da biologia
para compreender o mundo natural e para  Relacionar informações apresentadas em diferentes
interpretar, avaliar e planejar intervenções formas de linguagem e representação usadas nas
científico-tecnológicas no mundo Ciências, como texto discursivo, gráficos, tabelas,
contemporâneo. relações matemáticas ou linguagem simbólica.

 Analisar e prever fenômenos ou resultados de


experimentos científicos organizando e
sistematizando informações dadas.

 Reconhecer grandezas significativas, etapas e


propriedades térmicas dos materiais relevantes para
analisar e compreender os processos de trocas de
calor presentes nos sistemas naturais e tecnológicos.

 Comparar e avaliar sistemas naturais e tecnológicos


em termos da potência útil, dissipação de calor e
rendimento, identificando as transformações de
energia e caracterizando os processos pelos quais
elas ocorrem.
Competências da disciplina Habilidades Conteúdos
52

 Analisar diversas possibilidades de geração de


energia para uso social, identificando e comparando
as diferentes opções em termos de seus impactos
ambiental, social e econômico.

 Relacionar a importância social e econômica da


eletricidade, dos combustíveis ou recursos
minerais, identificando e caracterizando
transformações de energia envolvendo fontes
naturais (como petróleo, carvão, biomassa, gás
natural, e dispositivo como pilhas e outros tipos de
baterias), identificando riscos e possíveis danos
decorrentes de sua produção e uso.

 Identificar implicações sociais ambientais e/ou


econômicas na produção ou no consumo de
eletricidade, dos combustíveis ou recursos
minerais, em situações que envolvam
transformações de energia.

 Elevar modelos simplificados de determinadas


situações com os quais seja possível levantar
hipóteses e fazer precisões.
53

7.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS E SUGESTÕES DE LEITURA PARA O


PROFESSOR DE FÍSICA

Avaliações e exames: ENEM; ENCCEJA; PISA; SAEB.


Em ENCCEJA: Livros de estudo; Matriz de Competências; Provas e Gabaritos.

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura, Secretaria de Educação Média e Tecnológica.


Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio – Área de Ciências Naturais,
Matemática e suas Tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação
Média e Tecnológica, 1999.

BRASIL, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN + Ensino Médio: Orientações


Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências da
natureza, matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC – SEMTEC, 2002.

COLL, Cesarl. Aprender conteúdos e desenvolver capacidades/ César Coll e Elena


Martin – Porto Alegre: Artmed Editora, 2004.

CIÊNCIAS DA NATUREZA, matemática e suas tecnologias / Secretaria de Educação


Básica.- Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. 135 p.
(Orientações curriculares para o Ensino Médio; volume 2).

FREIRE, Paulo R. Neves. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1978.

Física: Ensino Médio/seleção e organização. Arden (Zulbersztajn).. et al.: organização


geral. Nelson Studart. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica,
2006. 185p.: el (Coleção Explorando o Ensino, volume 7)

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Exame Nacional


do Ensino Médio (ENEM): fundamentação teórico-metodólogica. – Brasília: O Instituto,
2005

MAXIMO, a& ALVARENGA, B. Física. 1ª edição. São Paulo: Scipione, 1997.

MORALES, Pedro. Avaliação escolar - o que é, como se faz. – Edições Loyola, São
Paulo, Brasil, 2003.
54

OLIVEIRA, Daisy Lara de (org.) Ciências nas salas de aula. Porto Alegre: Editora
Mediação, 1997

VALADARES, E.C> Física mais que divertida. 2ª edição. Belo Horizonte: Editora da
UFMG, 2002

SUGESTÃO DE SITES NA INTERNET / PUBLICAÇÕES


- Ministério da Educação – MEC - (www.mec.gov.br)
- Ensino Médio / regulamentação - (www.inep.gov.br)
- Canal Futura - (www.futura.org,br )
- Sociedade Brasileira de Física – SBF - (www.sbfisica.org.br)
- Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências – Abrapec -
(www.fc.unesp.br/abarpec)
-Sociedade brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC - (www.sbpcnet.org.br/sbpc)
- Olimpíada Brasileira de Física - (www.obm.org.br)
- Física na escola – Sociedade Brasileira de Física - (www.sbfisica.org.br)
- Fundação Padre Anchieta & TV Escola – (www.videocultura.com)
- Domínio Público – (www.dominiopublico.gov.br)
- Ciências Hoje na Escola - (www.ciencia.org.br)
- Estação Ciências – (www.eciencia.usp.br)
- Revista Brasileira do ensino de Física (www.sbfisica.org.br/rbef)
- Revista Física na Escola (www.sbfisica.org.br/fne)
- Ciências e Ensino (UNICAMP) – (www.fae.unicamo.br)
- Revista Ciências e Educação (UNESP) – (www.fc.unesp.b/pos/revistar)
- Revista Investigações em Ensino de Ciências ( www.if.ufrgs.br/public/ensino/revista)
- Revista Caderno Brasileiro de Ensino da Física (www.fcs.ufsc.br/ccef)
- Revista Nova Escola (www.novaescola.com.br)
- Ciências Hoje na Escola – Publicação da Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC, acessível no site www.ciencia.org.br)
- www.aulalegal.com
-www.sbfisica.org.br/fne/Vol1/Num1/artigo1.pdf
- www.start.com.br
- www.sbm.org.br
- www.educar.sc.usp.br
- Revista Superinteressante e Galileu
- Caderno Catarinense de Ensino de Física (e-mail: fssccef@fsc.ufsc.br)
55
56

8. QUÍMICA

“Desenvolver um modelo de compreensão da Química pautado na observação,


diagnóstico e experimentação da matéria levando em conta a vida do aluno e sua interação
com o ambiente, de forma significativa e contextualizada”.
(Péricles Mendes Nunes)

8.1. OBJETIVOS DO ENSINO DE QUÍMICA

 Desenvolver uma visão integrada dos processos que ocorrem na natureza,


levando o educando a se ver como participante de um mundo em constante
transformação;
 Desenvolver a capacidade de relacionar o conhecimento químico com as
aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e
econômicas;
 Desenvolver competências adequadas para reconhecer e saber utilizar a
linguagem da Química, sendo capaz de empregar, a partir das informações, a
representação simbólica das transformações químicas e vice-versa;
 Desenvolver o pensamento lógico, levando o educando a estabelecer relações
lógico-empíricas, lógico-formais e hipotético-lógicas.

8.2. IMPORTÂNCIA DA QUÍMICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A Química como ciência surge por volta da Idade Média com antepassados
envoltos em magias, transformações inesperadas e a figura do alquimista. O alquimista (avô
distante do químico de hoje) era uma figura “diferente” (mistura de médico, mago, religioso e
bruxo) para os padrões de sua época. Alguns objetivos comuns que eles garimpavam eram
de “transformar ossos em ouro” e a produção do “elixir para termos uma vida longa”. Por
isso, a Química tem uma importância indiscutível para o progresso da humanidade, é uma
ciência cujo alicerce vem desde a pré-história e atravessa toda a história de
desenvolvimento do homem, principalmente na experimentação feita por indivíduos que não
se contiveram apenas com a observação de transformações, mas também com os
geradores dessas mudanças. Assim o objetivo básico do ensino da Química para formar o
cidadão, compreende a abordagem de informações químicas fundamentais que permitam
57

ao aluno participar ativamente na sociedade, tomando decisões com consciência de suas


conseqüências.
É através desta importância e proximidade com a realidade social que a Química
torna-se uma ferramenta indispensável na construção de novos horizontes culturais,
impulsionando o progresso social e tecnológico, e amplia a autonomia do cidadão na
medida em que a promoção do conhecimento químico pode fazê-lo refletir e atuar
criticamente na sociedade.
O aprendizado de Química na EJA deve permitir ao aluno relacionar os
processos químicos estudados com a realidade das propriedades observáveis da matéria e
compreender a linha tênue que separa todo o arcabouço desse conhecimento científico,
suas aplicações tecnológicas e seu alcance econômico, social e político. Ele propõe buscar
relações entre temas, conteúdos educacionais e assuntos do mundo contemporâneo, uma
vez que a sua área se inter-relaciona como um cenário propício para o desenvolvimento
investigativo e cognitivo para o ser humano.
Pois, desde o surgimento da humanidade, questiona-se onde tudo é formado,
como podemos mudar o meio ao nosso redor e/ou aproveitar as mudanças climáticas e
temporais ao seu favor. A descoberta do fogo, o fato da mudança da condição nômade para
moradia fixa, a mudança de extrativismo para cultivo, fez com que o homem, interagisse
mais com o meio para que pudesse conhecê-lo melhor. Em um modelo nômade, não havia
tempo para interagir e observar a natureza, no momento em que sua sobrevivência passa a
depender de seus esforços para lidar com a natureza e resistir a ela, o homem passa a
compreendê-la melhor.
Diante disso, segundo as Orientações Curriculares do Ensino Médio é importante
“salientar a necessidade de aprofundamento da visão de uma formação humana/social
integral e integradora, que não apresenta uma percepção segmentada do conhecimento
humano, nem do sujeito, nem da realidade, que não dissocie desenvolvimento intelectual e
profissional, formação teórica e pratica; que articule saberes concernentes a conteúdos
formativos diversificados, associados a conceitos que necessitam ser (re)significados em
contexto escolar, incluindo dimensões plurais e múltiplas do saber, do ser, do saber-fazer, do
conviver, associadamente a valores, atitudes e posturas a serem incorporadas como
vivências sociais mais sólidas, responsáveis e justas”.
O texto abaixo demonstra que o aprendizado da Química é vital para o
entendimento de absolutamente tudo o que nos rodeia, permitindo traçar parâmetros para
avaliar o nosso desenvolvimento social e econômico e, com isso, exercer nossa cidadania.
58

Por que ensinar Química?


[...] A Química está relacionada às necessidades básicas dos seres humanos –
alimentação, vestuário, saúde, moradia, transporte, etc. – e todo o mundo deve
compreender isso tudo. Ela não é uma coisa ruim que polui e provoca catástrofes como
alguns infelizmente, pensam. Esses preconceitos existem, inclusive, devido à forma como
os meios de comunicação a divulgam e aos mecanismos ideológicos que a sociedade utiliza
para encontrar um bode expiatório, na ausência de políticas publicas para a utilização
adequada do meio ambiente. Sem um conhecimento de Química, ainda que mínimo, é
muito difícil um individuo conseguir posicionar-se em relação a todos esses problemas e, em
conseqüência, exercer efetivamente sua cidadania. Conhecê-la a seus usos pode trazer
muitos benefícios ao homem e à sociedade. Ter noções básicas de Química instrumentaliza
o cidadão para que ele possa saber exigir os benefícios da aplicação do conhecimento
químico para toda a sociedade. Dispor de rudimentos dessa matéria ajuda o cidadão a se
posicionar em relação a inúmeros problemas da vida moderna, como poluição, recursos
energéticos, reservas minerais, uso de matérias-primas, fabricação e uso de inseticidas,
pesticidas, adubos e agrotóxicos, fabricação de explosivos, fabricação e uso de
medicamentos, impostação de tecnologia e muitos outros. Além disso, aprender acerca dos
diferentes materiais, suas ocorrências, seus processos de obtenção e suas aplicações
permite traçar paralelos com o desenvolvimento social e econômico do homem moderno.
Tudo isso demonstra a importância do aprendizado de Química.
Por outro lado, saber como se processa o conhecimento químico pode dotar as pessoas de
um pensamento critico mais elaborado. O estudo dessa matéria permite a compreensão da
formulação de hipóteses, do controle de variáveis de um processo, da generalização de
fatos por uma lei, da elaboração de uma teoria e da construção de modelos científicos.
Como ciência experimental, que procura compreender o “comportamento” da matéria, a
Química se utiliza de modelos abstratos que procuram relacionar o mundo macroscópico
com microscópico universo atômico-molecular. Esse exercício é de grande valia para o
desenvolvimento do raciocínio do estudante em qualquer área do conhecimento. [...]
(Trecho extraído de: Beltran, Nelson O. & Ciscato, Carlos A.M. Química. São Paulo, Cortez, 1991).
59

8.3. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS E AVALIAÇÃO DE QUÍMICA

“Não se procura uma ligação artificial entre o conhecimento químico e o cotidiano,


restringindo-se a exemplos apresentados apenas como ilustração ao final de algum conteúdo,
ao contrário, o que se propõe é partir de situações problemáticas reais e buscar o
conhecimento necessário para entendê-las e procurar solucioná-las”.
(Orientações Curriculares)

A simples transmissão de informações não é suficiente para que os alunos


elaborem suas idéias de forma significativa. É imprescindível que o processo de ensino-
aprendizagem contenha atividades que favoreçam ao aluno a construção e utilização dos
seus conhecimentos prévios, bem como a articulação destes com os alcançados no
contexto escolar.
De acordo com os PCNEM, a Química “utiliza uma linguagem própria para a
representação do real e as transformações químicas, através de símbolos, fórmulas,
convenções e códigos”. Assim, é necessário que o aluno desenvolva competências
adequadas para reconhecer e saber utilizar tal linguagem, sendo capaz de entender e
empregar, a partir das informações, a representação simbólica das transformações
químicas. A memorização indiscriminada de símbolos, fórmulas e nomes de substâncias não
contribuem para o desenvolvimento de competências e habilidades desejáveis no Ensino
Médio.
Sendo assim, a aprendizagem dos conceitos químicos deve respeitar os
conhecimentos e as experiências trazidas pelo educando jovem e adulto, segundo o “saber
de experiência feita” relacionando os conceitos micro e macroscópicos, integrando os mais
diversos saberes.
O planejamento da aula deve delinear metodologia, técnicas e estratégias,
buscando ações que visem promover a aprendizagem através de:
 Aula expositiva dialógica, com esquemas e resumos;
 Pesquisa bibliográfica dirigida/produção de trabalhos escritos para posterior
divulgação;
 Elaboração de resumos, sínteses, projetos;
 Formação de grupos de pesquisa;
 Exercícios individuais, mostras, feiras etc;
 Construção de maquetes;
 Prática de laboratório e/ou realização de experimento em sala;
60

 Discussão em grupo a partir das aulas interativas aluno/aluno e professor;


 Atividade individual (exercitando a aprendizagem);
 Leitura, interpretação e análise de figuras, símbolos, códigos e imagens;
 Pesquisa, debate e seminários.

No tocante à contextualização e à interdisciplinaridade, enfatiza-se que a


abordagem de temas sociais como recursos energéticos, drogas, alimentos e aditivos
químicos, etc., deve romper o caráter puramente ilustrativo e avançar para uma abordagem
efetiva dos conhecimentos químicos, em que as situações reais gerem discussão promotora
para a inter-relação dos conhecimentos e possam desenvolver atitudes e valores aliados a
uma tomada de decisão que envolva maior responsabilidade sócio-ambiental,
potencializando melhor a qualidade de vida. Deve levar o aluno a compreender e
reconhecer a natureza do conhecimento científico como uma atividade humana que possui
caráter provisório, limitações e potencialidades, por isso, precisa ser abordado em sua
historicidade e em suas implicações na sociedade e em situações/ambientes diversificados.
É importante estabelecer que o ensino de Química visa contribuir para a
formação da cidadania e, dessa forma, deve permitir o desenvolvimento de conhecimentos e
valores que possam servir de instrumentos mediadores da interação do indivíduo com o
mundo. Devendo iniciar com os elementos que estão presentes na natureza e que fazem
parte da vida do aluno, já experimentados ou não pelo educando.
Algumas diferentes ações e estratégias que poderão ser utilizadas nas salas
devem permitir que os princípios dessa ciência sejam apresentados aos alunos, e
assimilados de maneira lógica, significativa e agradável, contribuindo assim na construção
do conhecimento, na melhoria do padrão de vida do aluno, da família e da comunidade, bem
como na preservação do planeta. A organização do trabalho escolar não só leva em conta,
como expressa as especificidades do próprio projeto pedagógico, da dinâmica de gestão e
de funcionamento da escola e da comunidade, configurando-se com características sempre
diferenciadas. Por outro lado, conforme a orientação teórica e metodológica que os
professores assumam, conscientemente ou não, a organização dos conteúdos do ensino
escolar poderá partir de diferentes eixos estruturadores das práticas. Nesse cenário, não
existe uma forma homogênea de organização do conteúdo da química no currículo escolar.
Por isso, vale destacar que segundo os PCN+, a organização dos conteúdos
deve levar em consideração duas perspectivas para o ensino de Química: “a que considera
a vivência individual dos alunos – seus conhecimentos escolares, suas histórias pessoais
tradições culturais, relação com os fatos e fenômenos do cotidiano e informações
61

veiculadas pela mídia e a que considera a sociedade em sua interação com o mundo,
evidenciando como os saberes científicos e tecnológicos vêm interferindo na produção, na
cultura e no ambiente”.
No âmbito da Química, são muitas as experiências conhecidas nas quais as
abordagens dos conteúdos, extrapolando a visão restrita desses, priorizam o
estabelecimento de articulações dinâmicas entre teoria e prática, pela contextualização de
conhecimentos em atividades diversificadas que enfatizam a construção coletiva de
significados aos conceitos, em detrimento da mera transmissão repetitiva de “verdades”
prontas e isoladas. Contudo, é necessário aumentar os espaços de estudo e planejamento
coletivo dirigidos à ampliação das relações entre teoria e prática nas aulas de Química.
Defende-se uma abordagem de temas sociais (do cotidiano) e uma
experimentação que, não dissociadas da teoria, não sejam pretensos ou meros elementos
de motivação ou de ilustração, mas efetivas possibilidades de contextualização dos
conhecimentos químicos, tornando-os socialmente mais relevantes. Para isso, é necessária
a articulação na condição de proposta pedagógica na qual situações reais tenham um papel
essencial na interação com os alunos (suas vivências, saberes e concepções), sendo o
conhecimento, entre os sujeitos envolvidos, meio ou ferramenta metodológica capaz de
dinamizar os processos de construção e negociação de significados.
Nos avanços quanto à contextualização, na perspectiva de uma educação
interdisciplinar, destaca-se a essencialidade de cada saber disciplinar, legitimado no papel
que a apropriação da linguagem e do pensamento próprio a cada cultura científica assume,
no desenvolvimento das abordagens, das ações e das interlocuções.
Assim, a enculturação contextualizada em Química, aliada à interdisciplinaridade
não superficial, traz à tona limites dos saberes e conceitos cotidianos e, sem negá-los nem
substituí-los, amplia-os nas abordagens transformadoras possibilitadas pelos conhecimentos
emergentes e pelas ações das condições potencializadoras da qualidade de vida
socioambiental.
Considerando a finalidade da educação básica de assegurar ao educando a
formação indispensável ao exercício da cidadania, é importante que a base curricular
comum contemple, articuladamente com os eixos do conhecimento químico mencionado
(propriedades, transformações e constituição), a abordagem de temas sociais que propiciem
ao aluno o desenvolvimento de atitudes e valores aliados à capacidade de tomada de
decisões responsáveis diante de situações reais (SANTOS; SCHNETZLER, 1997).
Destaca-se, assim, que a organização curricular deverá obedecer ao princípio da
flexibilidade e adequação à realidade escolar. Assim, nas propostas pedagógicas das
62

escolas, conhecimentos químicos são organicamente contemplados e vêm sendo


acrescidos. Todavia, cabe ressaltar a necessidade de que a elaboração dos programas não
se perca em excessos de conteúdos que sobrecarreguem o currículo escolar, sem que o
professor tenha condições temporais de explorá-los adequadamente, de maneira que os
alunos possam significá-los e compreendê-los de forma socialmente relevante. Atualmente,
muitos programas de Química estão carregados com conceitos e classificações obsoletos e
um excesso de resoluções de exercícios por algoritmos, que pouco acrescentam na
compreensão dos conceitos químicos.
A avaliação em Química deve ser contínua e integrada ao fazer diário do
professor, realizada sempre que possível em todas as atividades realizadas, evitando a
exclusividade da rotina artificial das situações de provas, na qual são medidos somente
conteúdos específicos e/ou pré-determinados. Não começa, nem termina em sala de aula,
envolve o planejamento e desenvolvimento de todas as atividades que serão realizadas
dentro do contexto escolar, segundo Hoffmann, “avaliar nesse novo paradigma é dinamizar
oportunidades de ação-reflexão, num acompanhamento permanente do professor e este
deve propiciar ao aluno em seu processo de aprendência, reflexões acerca do mundo,
formando seres críticos libertários e participativos na construção de verdades formuladas e
reformuladas”.
Durante o processo, professores e alunos devem perceber quais e como os
conhecimentos foram construídos, de modo sistemático e contínuo. Também é importante
reconhecer que através da auto-avaliação, existe a oportunidade de reconhecer e
manifestar as dificuldades e avanços encontrados no decorrer do processo.
63

8.4 QUADRO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DE QUÍMICA

QUÍMICA
Eixos de competência:

 Representação e comunicação envolvendo leitura, interpretação e a produção de textos nas diversas


linguagens e formas textuais características dessa área de conhecimento.
 Investigação e compreensão envolvendo a capacidade de enfrentamento e resolução de situações-
problema, utilizando conceitos e procedimentos peculiares do fazer e pensar das ciências.
 Contextualização sociocultural na forma de análise crítica das idéias e dos recursos da área e das
questões do mundo que podem ser respondidas ou transformadas por meio do pensar e do
conhecimento científico.

Competências Gerais:
 Dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e
científica.
 Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos
naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
 Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas,
para tomar decisões e enfrentar situações-problema.
 Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em
situações concretas, para construir argumentação consistente.
 Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos para elaboração de propostas de intervenção solidária na
realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
64

QUÍMICA
1ª etapa
Competências da disciplina Habilidades Conteúdos
 Conceitos fundamentais:
 Compreender as ciências como  Identificar transformações de idéias e
construções humanas, relacionando o termos científico-tecnológicos ao longo de Apresentação da disciplina, história e
desenvolvimento científico ao longo diferentes épocas e entre diferentes importância da Química no cotidiano do
da história com a transformação da culturas. Jovem e Adulto
sociedade. Matéria
 Associar a solução de problemas de Conceitos e transformações entre
 Compreender o papel das Ciências comunicação, transporte, saúde, ou outro, unidades de: massa, volume, energia,
Naturais e das tecnologias a elas com o correspondente desenvolvimento temperatura e pressão
associadas, nos processos de científico e tecnológico.
produção e no desenvolvimento  Sistemas, misturas, substâncias simples e
 Confrontar diferentes interpretações de
econômico e social contemporâneo. compostas.
senso comum e científicas sobre práticas
 Associar alterações ambientais a sociais, como formas de produção, e
processos produtivos e sociais, e hábitos pessoais, como higiene e  Separação de misturas
instrumentos ou ações científico- alimentação. Evolução dos modelos atômicos
tecnológicos à degradação e Distribuição eletrônica
 Identificar diferentes ondas e radiações,
preservação do ambiente.
relacionando-as aos seus usos cotidianos,
 Fenômenos químicos e físicos
 Compreender organismo humano e hospitalares ou industriais.  Reações químicas
saúde, relacionando conhecimento
 Comparar exemplos de utilização de  Leis poderais: Lei de Lavoisier e de Proust
científico, cultura, ambiente e hábitos
tecnologia em diferentes situações  Estrutura atômica
ou outras características individuais.
culturais, avaliando o papel da tecnologia  Tabela periódica: organização e
 Entender métodos e procedimentos no processo social e explicando classificação
próprios das ciências naturais e transformações de matéria, energia e vida.  Ligações químicas: iônicas, covalente e
aplicá-los a diferentes contextos. metálicas
 Utilizar terminologia científica adequada
 Compostos inorgânicos:
 Apropriar-se de conhecimentos da para descrever situações cotidianas
Funções químicas inorgânicas
química para compreender o mundo apresentadas de diferentes formas.
natural e para interpretar, avaliar e Propriedades e nomenclatura
 Identificar e descrever processos de  Quantidade de matéria e constante de
planejar intervenções científico-
obtenção, utilização e reciclagem de avogrado
tecnológicas no mundo
recursos naturais e matérias-primas.  Radiatividade
contemporâneo.
65

Competências da disciplina Habilidades Conteúdos



  Avaliar a veracidade e posicionar-se
criticamente diante de informações sobre
saúde individual e coletiva relacionados a
condições de trabalho e normas de
segurança.
 Relacionar informações apresentadas em
diferentes formas de linguagem e
representação usadas nas Ciências, como
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações
matemáticas ou linguagem simbólica.
 Analisar e prever fenômenos ou resultados
de experimentos científicos organizando e
sistematizando informações dadas.
 Selecionar, em contextos de risco à saúde
individual e coletiva, normas de
segurança, procedimentos e condições
ambientais a partir de critérios científicos.
 Reconhecer e utilizar códigos e
nomenclatura da química para caracterizar
materiais, substâncias e transformações
químicas e para identificar suas
propriedades.
 Caracterizar materiais, substâncias e
transformações químicas, identificando
propriedades, etapas, rendimentos e taxas
de sua obtenção e produção; implicações
sociais, econômicas e ambientais.
66

QUÍMICA
2ª etapa
Competências da
Habilidades Conteúdos
disciplina
 Concentração e solubilidade
 Compreender as ciências  Identificar transformações de idéias e termos científico-
(noções de soluções)
como construções tecnológicos ao longo de diferentes épocas e entre diferentes
 Noções de:
humanas, relacionando o culturas.
desenvolvimento científico  oxiredução e eletroquímica
ao longo da história com a  Confrontar diferentes interpretações de senso comum e  pH e pOH
transformação da científicas sobre práticas sociais, como formas de produção,  termoquímica
sociedade. e hábitos pessoais, como higiene e alimentação.  Aspectos cinéticos das
transformações químicas
 Compreender o papel das  Selecionar procedimento, testes de controle ou outros  Histórico da química orgânica
ciências naturais e das parâmetros de qualidade de produtos, conforme  Estudo do átomo de carbono
tecnologias a elas determinados argumentos ou explicações, tendo em vista a  Cadeias carbônicas
associadas, nos defesa do consumidor.  Funções orgânicas
processos de produção e  Hidrocarbonetas
no desenvolvimento  Identificar e descrever processo de obtenção, utilização e  Funções orgânicas
econômico e social reciclagem de recursos naturais e matérias-primas. oxigenadas
contemporâneo.  Funções orgânicas
 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, nitrogenadas
 Apropriar-se de transporte e destinos dos poluentes, prevendo efeitos nos  Nomenclatura oficial
conhecimentos da sistemas naturais, produtivos e sociais.  Isomeria
química para  Principais produtos orgânicos
compreender o mundo  Relacionar informações apresentadas em diferentes formas
natural e para interpretar, de linguagem e representação usadas nas Ciências, como
avaliar e planejar texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou
intervenções científico- linguagem simbólica.
tecnológicas no mundo
contemporâneo.  Analisar diversas possibilidades de geração de energia para
uso social, identificando e comparando as diferentes opções
em termos de seus impactos ambiental, social e econômico.
67

Competências da disciplina Habilidades Conteúdos


 Caracterizar materiais, substâncias e transformações
químicas, identificando propriedades, etapas, rendimentos
e taxas de sua obtenção e produção; implicações sociais,
econômicas e ambientais.

 Identificar implicações sociais, ambientais e/ou


econômicas na produção ou no consumo de eletricidade,
dos combustíveis ou recursos minerais, em situações que
envolvam transformações químicas e de energia (a partir
de petróleo, carvão, biomassa, gás natural, e dispositivos
como pilhas e outros tipos de baterias).
68

8.5. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA E SUGESTÕES DE LEITURA PARA O PROFESSOR


DE QUÍMICA

ATKINS, P. & JONES, L. Princípios de Química. 1a edição. Porto Alegre: Bookman. 2001.

Avaliações e exames: ENEM; ENCCEJA; PISA; SAEB.


Em ENCCEJA: Livros de estudo; Matriz de Competências; Provas e Gabaritos.

BAIRD, C. Química Ambiental. 2a edição. Porto Alegre: Bookman. 2002.

BARRETO, Vera. Paulo Freire para educadores / Vera Barreto. – São Paulo: Arte &
Ciência, 1998.

BOSQUILHA, G. E. et al. Interações e Transformações: Química Ensino Médio. Volumes


1, 2 e 3. 8a edição. São Paulo: Editora da USP. 2002.

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura, Secretaria de Educação Média e Tecnológica.


Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio – Área de Ciências Naturais,
Matemática e suas Tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação
Média e Tecnológica, 1999.

BRASIL, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN + Ensino Médio: Orientações


Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências da
natureza, matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC – SEMTEC, 2002.

CIÊNCIAS DA NATUREZA, matemática e suas tecnologias / Secretaria de Educação


Básica.- Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. 135 p.
(Orientações Curriculares para o Ensino Médio; volume 2).

COLL, Cesarl. Aprender conteúdos e desenvolver capacidades/ César Coll e Elena


Martin – Porto Alegre: Artmed Editora, 2004.

FREIRE, Paulo R. Neves. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1978.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: Uma Prática em Construção da Pré-escola. A


Universidade. 14ª ed. Porto Alegre: Mediação 1993.
69

------------------Avaliação mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 29ª ed. Porto


Alegre, 1.994.

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Exame


Nacional do Ensino Médio (ENEM): fundamentação teórico-metodólogica. –
Brasília: O Instituto, 2005

LOPES, S. Biologia. Volume único. Ed. Saraiva. São Paulo. SP, 2006.

MORALES, Pedro. Avaliação escolar - o que é, como se faz. – Edições Loyola, São
Paulo, Brasil, 2003.

SANTOS, W. L. P. dos; SCHNETZLER, R. P. Educação em Química. Ijuí: UNIJUÍ, 1997.

SOARES, J. L. Biologia, volume único. Ed. Scipione, São Paulo. SP, 2008.

OLIVEIRA, Daisy Lara de (org.) Ciências nas salas de aula. Porto Alegre: Editora
Mediação, 1997.

USBERCO, J. & SALVADOR, E. Química. Volumes 1, 2 e 3. 2a edição. São Paulo: Saraiva.


1996.

SUGESTÃO DE SITES NA INTERNET, VÍDEOS E PROGRAMAS EDUCATIVOS


- Ministério da Educação – MEC ( www.mec.gov.br )
- Ensino Médio / regulamentação ( www.inep.gov.br )
- Canal Futura (www.futura.org,br )
- Fundação Padre Anchieta & TV Escola – ( www.videocultura.com )
- Domínio Público – (www.dominiopublico.gov.br )
- Revista Ciências Hoje na Escola - ( www.ciencia.org.br )
- Ciências e Ensino (UNICAMP) – ( www.fae.unicamo.br )
- Ciências e Educação (UNESP) – ( www.fc.unesp.br)
- Química e comunidade – ( www.lapeer.lib.mi-us )
- Grupo Química legal ( www.cdcc.sc.usp.br )
- Ibama: ( www.ibama.gov.br )
70

- Folha São Paulo ( www.folha.com.br )


- Lixo ( www.cempre.org.br )
- Sociedade Brasileira de Química – ( www.sbq.org.br )
- Química Nova na Escola – ( www.sbq.org.br/ensino )
- Estação Ciências – (www.eciencia.usp.br )
- Revista Nova Escola – (www.novaescola.com.br )
- Química Nova na Escola. Publicação Semestral das Divisões de Ensino da Sociedade
Brasileira de Química (SBQ) – (www.sbq.org.br )
- www.aulalegal.com
- www.start.com.br
- www.sbm.org.br
- www.educar.sc.usp.br
- www.educacional.com.br

Vídeos
Ilha das Flores (direção: Jorge Furtado; produção: Casa de Cinema)
Lixo, onde é que eu jogo? (direção: Mauro Faria; produção: Centro Cutural Rio Cine)
Papel e celulose (direção: Célia Ladeira; produção: Ema Vídeo)
Terra azul nº 03 (direção: Roberto Werneck; produção: RW Vídeo)
As águas do planeta terra (Química Nova na Escola)
A química dos remédios, dos fármacos e dos medicamentos (Química Nova na Escola)

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