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Dior e Saint Laurent reafirmam em Paris sua dianteira na moda - 28/02/2018 - Ilustrada - Folha 23/04/18, 10*47

CRÍTICA

Dior e Saint Laurent reafirmam em Paris sua


dianteira na moda
Maio de 1968 e assédio dominaram passarela da primeira; já a segunda veio festeira e dark

28.fev.2018 às 2h00

EDIÇÃO IMPRESSA (//www1.folha.com.br/fsp/fac-simile/2018/02/28/)

Pedro Diniz

PARIS

DIOR/SAINT LAURENT

Próximo ao aniversário de 50 anos das revoltas de Maio de 1968 na França, cujos


reflexos, a partir da causa operária, desencadearam mudanças na cultura francesa,
duas grifes-chave na revolução de costumes da época construíram, cada uma à sua
maneira, no início desta semana de moda de Paris, a imagem feminina da
contracultura.

Dior e Saint Laurent, marcas que carregam na razão social os nomes de dois dos
maiores costureiros da França, concorreram entre si para ver quem apresentaria a
mulher mais conectada ao espírito de liberdade que tomou a segunda metade do
século 20.

Em meio às multiplicadas denúncias de assédio sexual na indústria do


entretenimento, a italiana Maria Grazia Chiuri deu início aos desfiles das grifes
lendárias com uma estampa em que se lia "é não, não, não e não".

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Dior e Saint Laurent reafirmam em Paris sua dianteira na moda - 28/02/2018 - Ilustrada - Folha 23/04/18, 10*47

Referência da onda feminista que vem tomando conta das passarelas, a estilista da
Christian Dior recuperou o jeans que virou emblema da causa feminina por
igualdade de gênero, os babados das camisas, a alfaiataria e os chapéus das
sufragistas de 1930, e os kilts escoceses cujos padrões quadriculados, nos anos 1970,
se tornariam referência para a indumentária punk na Inglaterra.

Nas paredes do Museu Rodin, onde ocorreu a apresentação da grife, viam-se


colagens de capas de revistas como "Elle" e "Vogue" dos anos 1960, as quais
contavam a mudança no padrão de feminilidade a partir dos anos 1960. Sai a garota
perfeita, criada para servir à família, entra a liberta e festeira.

O comprimento míni, que, quando surgiu nos anos 1960 significou uma quebra no
mídi criado por Dior, também foi explorado pela estilista.

Uma manifestação de mulheres de minissaia na frente da sede da grife, em


setembro de 1966, serviu de base para as criações de Chiuri, que abriu os arquivos
do então estilista da marca, Marc Bohan, para remodelar a silhueta de outrora,
agora mais relaxada.

Vestidos mais curtos que os explorados em coleções passadas, um palmo acima do


joelho, foram adornados com grafismos psicodélicos, outra referência que logo
surgiria no pós-1968.

Algo hippie, o desfile mostrou um tricô com o símbolo de paz e amor, vestido por
uma modelo com cabelo rastafári que poderia muito bem transitar pelos festivais
de rock estabelecidos a partir do final do 1960. Rock, aliás, que é símbolo da moda
noturna da Saint Laurent.

CORVOS DA NOITE

Como um álbum de fotos construído de forma cronológica, a terça-feira terminou


em Paris com o desfile da grife fundada por Saint Laurent, que foi o sucessor de
Christian Dior em sua maison.

Hoje capitaneada pelo belga Anthony Vaccarello, a etiqueta apresentou a evolução


dessa mulher desprendida do guarda-roupa pré-1968.

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A verve festeira e "dark" da marca nos últimos anos, uma estética que a tornou
sucesso comercial entre notívagos endinheirados dos bairros chiques de Paris,
passeou dentro da caixa de luzes montada em frente à torre Eiffel.

Os ciganos roqueiros de Vaccarello são como corvos que usam blusas bordadas de
cristais, peças de couro e minivestidos drapeados e costurados com penas.

As sandálias de salto fino também receberam a penugem preta, selando o visual de


gata da boate proposto pela marca.

A silhueta dos 1980 criada por Saint Laurent, responsável pelos ombros largos e a
cintura justa da época, foi usada em diversos conjuntos e no bloco final de vestidos
bordados com flores.

Apesar da escolha pelo ornamento, a imagem é carregada de um tipo de


sensualidade que só ganharia o mundo a partir dos anos 2000.

Os looks eram ora finalizados com chapéus de amazonas, característicos do legado


da grife, ora com lenços amarrados na cabeça, bem ao estilo dos anos 1970.

Sem receio de perder a aura glamorosa de suas histórias, tanto Dior quanto Saint
Laurent arriscam fundar novas imagens para além do sexy e do visual de garota
comportada, mostrando o porquê de há tanto tempo estarem na dianteira das
mudanças na moda.

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