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DIREITO
PENAL
PARTE GERAL
PAG. 90
2018
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SUMÁRIO
6.4 Tempo do crime ............................. Erro! Indicador não definido.
1. INTRODUÇÃO AO DIREITO PENAL ................................................ 10
1.1 Conceito de Direito Penal .......................................................... 10
1.2 Posição do Direito Penal na Teoria Geral do Direito ................... 10
1.3 Terminologia ............................................................................. 11
1.4 Características do Direito Penal ................................................ 11
1.5 Funções do direito penal ........................................................... 12
1.6 A ciência do Direito Penal ......................................................... 14
1.7 Classificação do Direito Penal ................................................... 15
2. FONTES DO DIREITO PENAL ........................................................ 17
2.1 Conceito ................................................................................... 17
2.2 Classificação ............................................................................. 17
3. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL ................................................... 20
3.1 Introdução ................................................................................ 20
3.2 Espécies de interpretação ....................................................... 20
3.2.1 Quanto ao sujeito .................................................................. 20
3.2.2 Quanto aos meios ou métodos ............................................. 21
3.2.3 Quanto ao resultado ........................................................... 21
4. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL ................................................... 23
4.1 Conceito de Princípios ............................................................... 23
4.2 Princípios em Espécie ............................................................... 23
4.2.1 Princípio da Reserva Legal ................................................... 23
4.2.2 Princípio da anterioridade ................................................... 26
4.2.3 Princípio da Alteridade ........................................................ 27
4.2.4 Princípio da lesividade ou da ofensividade ........................... 27
4.2.5 Princípio da proporcionalidade ............................................ 28
4.2.6 Princípio da responsabilidade penal pelo fato ...................... 29
4.2.7 Princípio da intervenção mínima ......................................... 29
4.2.7 Princípio da Fragmentariedade ............................................ 30
4.2.8 Princípio da subsidiariedade ............................................... 31
4.2.9 Princípio da Insignificância ................................................. 31
4.2.10 Princípio da Bagatela imprópria ........................................ 34
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1.3 Terminologia
O Direito Penal é uma ciência cultural, porque ele integra a classe das
ciências do dever ser, ou seja, como as pessoas devem se comportar e
como elas devam ser punidas caso cometam uma infração penal.
O Direito Penal não cria novos bens jurídicos. Ele apenas reforça essa
proteção conferida por outros ramos do Direito.
O legislador penal realiza uma tarefa seletiva, isto é, ele faz um juízo de
valor positivo quando irá criar um crime ou cominar uma pena.
A crítica que se faz aqui é que o papel do Direito Penal é proteger bens
jurídicos e não educar pessoas, pois a educação das pessoas é uma
tarefa da família, da escola, do Estado, mas não do Direito Penal.
Atenção: O Direito Penal deve ser cada vez mais pautado pela
intervenção mínima, ou seja, reservada somente para os casos
estritamente necessários.
Essa foi uma expressão criada pelo espanhol José Cerezo Mir, e
compreende as ciências que estudam o crime, o criminoso e a sanção
penal. Podemos acrescentar um quarto ponto, qual seja, a vítima.
Fontes Formais;
Fontes Materiais.
2.2 Classificação
A- Origem histórica:
Mais do que uma regra legal, trata-se de uma cláusula pétrea (direito
fundamental), integrante do núcleo imutável da CF/88.
Atenção: Esse princípio estatui que apenas a lei pode criar o crime e
cominar a respectiva pena. A lei é a fonte formal imediata do Direito
Penal.
C- Fundamentos:
Existe uma frase dita pelo alemão Franz von Liszt, dizendo que “O
Código Penal é a Magna Carta do delinquente”. Nada mais é do que a
chamada função de garantia do direito penal, isto é, o Código Penal,
antes de prejudicar, servirá para proteger o ser humano do arbítrio do
Estado.
Não, pois o art. 62, §2º, I, alínea “b” da CF/88 veda a edição de medida
provisória sobre matéria de Direito Penal incriminador e não
incriminador.
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Lei em sentido formal: é aquela que tem forma de lei, ou seja, foi
criada de acordo com o processo legislativo previsto na CF;
A- Origem: Foi criado por Claus Roxin, esse princípio estabelece que
não há crime na conduta que prejudica somente quem a praticou.
Segundo Stuart Mill “nenhuma lei criminal deve ser usada para
obrigar as pessoas a atuar em seu próprio benefício; o
único proposito para o qual o poder público pode exercitar-
se com direito sobre qualquer membro da comunidade
civilizada, contra sua vontade, e para prevenir danos a
outros. Seu próprio bem, seja físico ou moral, não é uma
razão suficiente”.
Quem faz essa escolha dos bens jurídicos mais importantes? Essa
escolha é feita única e exclusivamente pela CF/88. É o que se
convencionou chamar de teoria constitucional (ou constitucionalista) do
Direito Penal.
C- Espécies de proporcionalidade:
No Brasil esse princípio foi ampliado para abranger qualquer crime que
envolve as regras da sociedade. No Brasil a aplicação do princípio da
confiança é aplicado de forma geral, para toda e qualquer espécie de
crime.
D- Aplicação do princípio:
.
Atenção: Na aplicação do princípio da insignificância o operador do
direito deve analisar a extensão do dano e a existência de valor
sentimental do bem.
O Juiz, ao analisar o caso concreto, observa que dos quatro anos entre
a prática do crime e a data da audiência o agente não cometeu mais
nenhum delito; casou-se, tornou-se pai de família, abriu uma empresa,
tem cem empregados, paga os tributos em dia, etc.
A- Conceito: o agente somente pode ser punido uma única vez pelo
mesmo fato.
5.1.1 Introdução
O Direito Penal é autônomo, pois vive por si só, isolado dos demais
ramos do Direito.
Assim sendo, é preciso tramitar com toda a cautela. É por isto que há
prazos processuais dilatados, diversas oportunidades para defesa, um
número grande de testemunhas a serem ouvidas, etc.
Isto porque se aplica a pena de prisão (até mesmo aquela por tempo
indeterminado) e, ao mesmo tempo, é extremamente célere, já que
suprime direitos e garantias.
5.4.1 Introdução
O sujeito não precisa passar por todas as etapas acima descritas para
se tornar inimigo.
Em regra estão previstas na Parte Geral do CP, mas também podem ser
encontradas na Parte Especial (ex. art. 128 do CP – aborto) e na
legislação extravagante.
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E qual lei será aplicada para esses seis crimes? A lei “B”. Se, por
ficção jurídica, existe um único crime para fins de aplicação da pena,
ele também foi cometido durante a vigência da lei mais grave.
Essa teoria não é aplicada para todo e qualquer delito, mas apenas para
os crimes à distância ou de espaço máximo, isto é, aos delitos em que
conduta e resultado ocorrem em países diversos.
Para evitar o bis in idem, o art. 8º do Código Penal diz que a pena
cumprida no estrangeiro será descontada da pena aplicada no Brasil
pelo mesmo crime.
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7.1. Introdução
Esse princípio tem previsão no art. 7°, II, “c”, do Código Penal “Ficam
sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes que os crimes
praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam
julgados”.
7.4 Extraterritorialidade
Extraterritorialidade
Hipercondicionada Crime cometido contra Nacionalidade
brasileiro fora do Brasil passiva
Art. 7, §3º do CP
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B- Espécies:
Art. 1.521 CC/02 “Não podem casar: I - os ascendentes com os descendentes, seja o
parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com quem foi
cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais
ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o
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7.6.1 Introdução
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Segundo o princípio da continuidade das leis: depois que uma lei entra
entrada em vigor, a sua vigência subsiste até que ela revogada por outra
lei.
É importante ressaltar que lei só se revoga por outra lei. O costume não
revoga lei. O desuso não revoga a lei – costume contrário à lei
(desuetudo).
C- Regra geral: “tempus regit actum” (“o tempo rege o ato”), isto é,
aplica-se a lei penal que estava em vigor na data em que o fato foi
praticado – é a regra do direito como um todo. Há exceções ao “tempus
regit actum” - recaem na lei penal benéfica (art. 5º, XL da CF/88).
A- Características:
“Abolitio criminis”: é a nova lei que torna atípico o fato até então
considerado criminoso.
Art. 2º do CP “Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa
de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos
penais da sentença condenatória”.
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Para se falar em lei penal intermediária é preciso que existam três leis
se sucedendo no tempo.
Exemplo: lei “a”, lei “b” e lei “c”. O fato ocorreu durante a vigência da lei
“a”; a sentença foi proferida durante a vigência da lei “c”. A lei mais
favorável ao réu é a lei “b”. O processo penal tramitou pela lei “b”.
Na data da sentença, o juiz poderá aplicar a lei “b”? Para o STF, sim.
O Direito Penal admite a lei penal intermediária quando ela é a mais
favorável ao réu. A lei “b” simultaneamente terá retroatividade (abarca
fato passado) e ultratividade (se aplica mesmo depois de revogada).
O juiz pode aplicar uma parte da lei velha e uma parte da lei nova,
para favorecer o réu? Historicamente, no Brasil, surgiram duas
posições sobre o tema.
Exemplos:
Os autores dos crimes devem ser responsabilizados pela pratica dos delitos?
7.7.1 Introdução
C- Requisitos:
Unidade de fato;
Art. 515, inciso VIII do CPC “São títulos executivos judiciais, cujo
cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: a
sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça”.
A lei aplica-se a todos, por igual, não existindo privilégios pessoais. Há,
no entanto, pessoas que, em virtude das suas funções ou em razão de
regras internacionais, desfrutam de imunidades.
Longe de uma garantia pessoal, trata-se de necessária prerrogativa
funcional.