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Volume
REVISTA LETRONICA DO PROCURADOR FEDERAL
‘ORGÃO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROCURADORES FEDERAIS –RS´
Apresentação
Revisão
Felipe Camilo Dall’Alba
Redação / ANPAF RS
Endereço
Rua: Dos Andradas, 1137 Sala 2104 – Centro -
Porto Alegre – RS CEP.: 90020-007
Telefone: (51) 3211-6511, 3026-6067
anpaf-rs@anpaf-rs.org.br
www.anpaf-rs.org.br
Índice analítico
Documento Página
Eugenio Battesini
”A racionalidade formal na aplicação do Direito: Limites e Possibilidades” ................19
Gustavo Pedrassani
Incostitucionalidade da coisa Julgada administrativa......................................................38
ATENÇÃO
Os textos reproduzidos nesta publicação,
embora copiados dos arquivos originais,
podem conter imprecisões decorrentes da
nova formatação em PDF.
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Artigo
1 – Objetivo
Nosso objetivo com o presente trabalho é o de oferecer alguns subsídios
aos colegas que se depararem com a questão. Sem qualquer pretensão de esgotar o
tema, como veremos, far-se-á um apanhado da legislação que versa sobre a matéria,
fazendo-a acompanhar de alguns comentários.
Assim, o art. 25-A da Lei nº 8.212/91, introduzido pela Lei nº. 10.256, de 9 de julho de 2001,
verbis:
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“Art. 25A. Equipara-se ao empregador rural pessoa física o consórcio simplificado de produtores rurais, formado pela
união de produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhadores
para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante documento registrado em cartório de títulos e
documentos.
o
§ 1 O documento de que trata o caput deverá conter a identificação de
cada produtor, seu endereço pessoal e o de sua propriedade rural, bem
como o respectivo registro no Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária - INCRA ou informações relativas a parceria, arrendamento ou
equivalente e a matrícula no Instituto Nacional do Seguro Social – INSS de
cada um dos produtores rurais.
o
§ 2 O consórcio deverá ser matriculado no INSS em nome do empregador
a quem hajam sido outorgados os poderes, na forma do regulamento.
§ 3o Os produtores rurais integrantes do consórcio de que trata o caput
serão responsáveis solidários em relação às obrigações previdenciárias.
o
§ 4 (VETADO)"
Por outro lado, o art. 200-A do Decreto nº. 3.048/99, acrescentado pelo
Decreto nº. 4.032, de 26 de novembro de 2001 se limitou a repetir as disposições
legais. Nada mais natural, haja vista que a função do decreto é a de explicitar a lei,
densificá-la sem, entretanto, ultrapassar seus limites.
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Em outras palavras, as contribuições devidas pelo consórcio, relativas à parte patronal serão
substituídas pelas contribuições incidentes sobre a comercialização da produção dos respectivos
integrantes.
Desta feita, a parcela a cargo dos segurados seria variável de acordo com a faixa salarial de
cada qual, ao passo que o montante devido a terceiros seria de 2,7%, dos quais 2,5% são a título de
salário-educação (art. 15 da Lei nº. 9.424/96) e 0,2% para o INCRA (art. 1º, inc. I, item 2 c/c os arts. 3º e
4º do Decreto-lei nº. 1.146, de 31.12.70).
É curial que o consórcio não tem personalidade jurídica, constituindo-se em mera associação
de empresas ou pessoas a fim de somar conhecimento técnico, capital e trabalho mas nem por isso
deixa de ter “personalidade judiciária”.
Nesta ordem de idéias, a ciência processual, em face dos fenômenos contemporâneos que a
cercam, tem evoluído a fim de considerar como legitimados para estar em juízo e, portanto, com
capacidade de ser parte, entes sem personalidade jurídica, quer dizer, possuidores, apenas, de
personalidade judiciária.
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Aqui, como já dito, vale a regra geral, cada consorciada responde pelos
próprios atos, ainda que praticados em favor do consórcio, havendo
solidariedade entre elas tão-somente quando o contrato do qual se
originou o consórcio expressamente a determine.
Em razão do exposto, entendemos que apesar de não possuir
personalidade jurídica, o consórcio de empresas é dotado de capacidade
tributária, isto é, pode realizar fatos jurídicos-tributários considerados
geradores de obrigações tributárias, inclusive acessórias, ele e não a
Consulente ou sua sócia no empreendimento, é quem deverá cumprir
todas as obrigações fiscal-tributárias relativas à atividade desempenhada
pelo consórcio, tais como o pagamento do imposto, a inscrição no
Cadastro de Contribuintes, a escrituração e emissão de documentos
fiscais, dentre outras.”
Acredita-se que o objetivo desta união está em fazer com que os produtores
rurais regularizarem a contratação da mão-de-obra e racionalizem custos no
cumprimento da legislação trabalhista e previdenciária. Buscou-se, ao que parece,
uma otimização das relações estabelecidas entre o Ministério do Trabalho e os
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Por outro lado, acreditamos que a representação em juízo e fora dele ficaria a cargo daquele
produtor rural em cujo nome foi registrado o consórcio, a despeito da solidariedade – de natureza legal -
existente entre todos os seus membros no que tange às obrigações de natureza previdenciária.
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Tendo em vista que o uso da analogia, no caso sob exame, não “criou”
tributo ao largo da lei nem implicou na dispensa de tributo devido mas, ao contrário,
fomentou o adimplemento das obrigações tributárias em atraso, ainda que de forma
parcelada, é de se reconhecer como válida a inclusão de um consórcio simplificado
de produtores rurais no REFIS.
6 – Características
Isto posto, poderíamos vislumbrar no consórcio simplificado de produtores
rurais as seguintes características:
Cada produtor terá duas matrículas CEI, uma individual – por meio da
qual serão recolhidas as contribuições de seus empregados permanentes e sobre a
comercialização de sua produção rural, outra coletiva na qual serão recolhidas as
contribuições dos empregados comuns;
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8 – Conclusão
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Artigo
O artigo 4º do Código de Proteção e Defesa do Consumidor determinou os princípios para que seja
implantada na sociedade brasileira a Política Nacional das Relações de Consumo, assim especificados: o reconhecimento
de sua vulnerabilidade( inciso I ); a efetiva ação governamental para proteger o consumidor( inc. II ); a harmonia dos
interesses dos integrantes das relações de consumo( inc. III ); a educação e a informação( inc. IV ); o incentivo a meios
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de controle de qualidade e segurança e a meios alternativos de solução de conflitos( inc. V ); a coibição e a repressão a
abusos, concorrência desleal, propriedade industrial, marcas, etc.( inc. VI ); melhoria do serviço público( inc. VII ); o
estudo das modificações do mercado de consumo( inc. VIII ); e um último aderido no Art. 5º , que é o acesso livre à
justiça.
Está previsto também no CPDC, um instrumento protetivo da relação de consumo que é inédito no
ordenamento jurídico pátrio, denominado de Sistema Nacional de Defesa do Consumidor - Título IV,
especificamente nos Artigos 105 e 106 -, que serve para integrar órgãos dos poderes públicos – União, Estados,
Distrito Federal, e municípios -, e entidades privadas dispostas a agirem na defesa do consumidor, observando
as respectivas esferas de competência constitucional, sob a orientação e coordenação política da Secretaria de Direito
Essa é mais uma medida prefigurada na Lei com escopo de garantir o equilíbrio na relação de consumo, dando ao
consumidor e ao fornecedor balizadores equânimes para melhor alcançar a satisfação de suas reais expectativas no
– Organograma Administrativo:
SECRETARIA DE DIREITO
ECONÔMICO/MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
DPDE DPDC
-Atribuições:
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- Organização:
A organização administrativa da SDE/MJ, tem :
- Competências:
Dentro da organização acima descrita, cada Unidade tem sua
função e competência delimitada pelo Regimento Interno aprovado
na Portaria Ministerial nº 144, de 03 de abril de 1997, ratificada pelo
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Outros atores merecem destaque pela sua importante atuação na defesa dos
direitos dos consumidores são os Ministérios Públicos e as entidades organizadas da
sociedade civil.
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exemplo, este dano traz reflexos para toda a população, pois afeta
direta ou indiretamente a todos.
O mesmo acontece com a violação à ordem econômica, aos
direitos do consumidor, ao patrimônio histórico-cultural e a bens de
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. O dinheiro
do Fundo é usado para apoiar projetos educativos e de reparação de
danos causados a direitos difusos. Os projetos podem ser propostos
por órgãos governamentais e entidades da sociedade civil.
- Conclusão:
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) foi publicado no
dia 11 de setembro de 1990, depois de discussões que envolveram o
setor produtivo, órgãos públicos e o movimento de defesa do
consumidor, além da classe política. Tal lei consumerista trouxe
grandes avanços, principalmente em relação ao patrimônio moral e
ético que se construiu ao longo destes 15 anos de vigência, mostrando
para toda a sociedade que é importante informar, ter transparência e,
sobretudo, preservar a boa fé e a confiança dos consumidores. Cabe a
todo envolvido na relação de consumo realizar atitude positiva no
dia-a-dia, para solidificar aquilo que o legislador pátrio regrou
competentemente, não esquecendo que “a vereda dos justos é como a luz
da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Provérbios de
Salomão 4:18
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Bibliografia:
- /// -
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3
Artigo
Eugênio Battesini
Procurador Federal-INSS/RS
INTRODUÇÃO
pelo dissenso em relação aos valores, politeísmo de valores, tendo seu ideal de racionalidade fundado
necessidade prática de segurança, coloca-se o positivismo jurídico, que procura fornecer um conceito
autônomo de direito, independente da moral e da política, assumindo como categoria central a noção de
como racionalidade formal. Sob tal perspectiva, o direito é um instrumento, um meio para a realização
de certos fins considerados dignos de promoção pela sociedade. Contudo, uma vez que o direito tenha
obtido uma forma regular, torna-se um sistema normativo fechado e completo que independe de outros
sistemas normativos da sociedade. Nesse contexto, os significados do direito são produzidos por meio
idéias positivistas tem demonstrado eficácia na promoção do valor social segurança jurídica,
agir de acordo com o direito, e; a definição de como agir na zona de penumbra do direito, ou seja, de
como resolver racionalmente os casos difíceis, os casos nos quais a textura aberta das normas permite
expressiva contribuição é feita por Raz na obra “Razão prática e normas”. Quanto à atuação na zona de
penumbra do direito relevante é a contribuição de Aarnio na obra “O racional como razoável”. Nos
tópicos seguintes será efetivada a análise das principais idéias de tais autores, vislumbrando-se as
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a desenvolver um estudo sobre teoria das normas, ou seja, propõe-se a elaborar uma teoria que
explique satisfatoriamente a normatividade do direito, porque o direito deve ser observado nas relações
sociais. A tese central do livro é de que as normas se relacionam com razões para a ação; as normas,
enquanto razões excludentes cuja validade se vincula a autoridade de quem as faz e ao fato de que as
ação. O objetivo declarado do autor é mostrar que o direito é uma atividade racional, podendo ser
análise das características gerais das razões para a ação (estrutura da razão) e as características
específicas de uma determinada classe de razão para a ação, as normas, razão excludente que
de decisão. Na seqüência é efetivada a análise dos diferentes tipos de norma; normas de mandato,
normas permissivas e normas que conferem poderes. Na etapa seguinte, o autor analisa os diferentes
conjunta), concluindo o livro com a análise do sistema jurídico, considerado o mais importante sistema
pretendem ter autoridade para regular todo tipo de conduta; pretensão de supremacia, pretendem ter
comunidade, e; abertura a outros sistemas normativos, de forma a estimular e apoiar outras formas de
organização social. De acordo com o autor, a importância do sistema jurídico em uma sociedade reside
no fato de que ele proporciona o marco geral para a condução de todos os aspectos da vida social,
descarta tanto os enfoques jusnaturalistas, orientados por considerações de natureza moral, como
alguns enfoques positivistas, orientados pelo uso da força e das sanções, recorrendo a um terceiro
enfoque analítico calcado na crença das pessoas de que as normas são razões válidas para a ação. A
chave para a explicação da normatividade do direito, segundo o autor, reside no fato de que um grupo
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relevante de pessoas, os juízes, acredita na validade das normas jurídicas e as segue, sendo
desnecessário cogitar dos fundamentos que embasam tal crença, dada a adoção do pressuposto de
prática e normas”, e em grande parte mantida em 2004, artigo “Incorporation by law”, no sentido de que
é possível e necessário desenvolver uma lógica unificada de todos os conceitos que pertencem a uma
teoria normativa, e que a parte fundamental dessa lógica não é valorativa, mas sim prática, razões para
Raz do direito como instituição política de grande importância no meio social. Ousada no meio jurídico é
a conexão entre normatividade do direito e sua atuação como guia, como marco geral que pauta a
conduta das pessoas, indicando a forma menos arriscada de atuar e simplificando o processo de
disponível para a tomada de decisão, como recurso para economizar trabalho, reduzir custos inerentes
ao processo de tomada de decisão, propostas por Raz, guardam forte analogia com as idéias de dois
1993) e Ronald Coase (prêmio Nobel em 1991). Autores, esses, que enfatizam a correlação entre
pode ser explicado de maneira lógica, calcada fortemente em uma racionalidade formal apresenta
authority and the insulation of formal reasons”, Michelon, após estabelecer a diferença entre razões para
a ação e razões para decidir, suscita o fato de que o modelo de justificação proposto por Raz é
tautológico por não conduzir a conclusões sobre se as razões jurídicas são excludentes. O professor da
UFRGS advoga a necessidade de uma concepção substantiva das razões formais, destacando ser
necessária a interação entre considerações de ordem substantiva e formal, a construção de uma nova
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conciliação de segurança jurídica e justiça, encontra-se o modelo proposto por Aarnio, a seguir
analisado.
propõe a estabelecer princípios regulativos da interpretação jurídica, ou seja, propõe-se a elaborar uma
teoria da interpretação do direito que concilie o racional, noção de segurança jurídica, com o razoável,
noção de justiça. A tese central do livro é de que é possível estabelecer critérios de interpretação que
permitam clarear a zona de penumbra do direito, resolver racionalmente os casos difíceis sem ser
necessário recorrer ao arbítrio. O objetivo declarado do autor é desenvolver uma teoria de interpretação
do direito que propicie a justificação material, teleológica e valorativa das decisões judiciais.
Aarnio é a distinção entre casos fáceis (rotineiros) e difíceis (discricionários), sendo enfatizada a
responsabilidade dos juízes na resolução dos casos difíceis, eis que devem fundamentar racionalmente
suas decisões em decorrência de um imperativo social, qual seja, o de que os cidadãos devem poder
planejar suas atividades em bases racionais, como requisito de coesão, preservação da sociedade. Na
seqüência o autor se dedica à análise da ontologia do direito, centrando o foco no conceito de validade
das normas jurídicas; validade sistêmica ou eficácia formal, validade fática ou eficácia real e validade
dogmática jurídica, com ênfase no processo hermeneutico, no estudo das fontes do direito e na
Necessário, como tal, que se suponha dois tipos de teoria; uma teoria procedimental voltada à
explicação das condições de racionalidade e uma teoria substancial voltada à explicação das condições
de aceitabilidade.
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probatória.
sociedade moderna (segundo Aarnio a relatividade dos valores é tão grande como a pluralidade de
jogos de linguagem e formas de vida), vislumbra-se a existência de uma rede de interpretações válidas
ao mesmo tempo, ou seja, pode haver mais de uma interpretação igualmente aceitável para os casos
difíceis. Em tal contexto, segundo o autor, as valorações podem ser justificadas até certo limite, porém
penumbra do direito sem ser necessário recorrer ao arbítrio. É possível chegar a resposta mais
adequada, a melhor interpretação (o que não equivale à adoção da teoria da única resposta correta, que
é rejeitada pelo jurista finlandês), que seria resultado de um consenso racional obtido através de um
discurso racional. É possível encontrar um consenso que corresponda à posição de valores da maioria
da comunidade jurídica.
a maximização da aceitação racional, o que é obtido através de um processo argumentativo que atribui
(dimensão material).
racional como guia para quem decide, permitindo encontrar a interpretação mais adequada, consoante
proposto por Aarnio, reflete fortemente a prática jurídica contemporânea (por exemplo justifica que os
juizes do Supremo Tribunal Federal ao julgarem desenvolvam mais de uma tese igualmente aceitável e
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segurança jurídica com justiça no direito, adotando a noção de aceitabilidade como conceito-chave,
representa uma evolução em relação ao pensamento positivista clássico que privilegia a racionalidade
resposta mais adequada nos casos difíceis com base na força racional da justificação, pela observância
pelos membros da comunidade jurídica de critérios de aceitação racional, evidencia-se, contudo, por
demais ampla e até certo ponto vaga. A ausência de uma diretriz objetiva de interpretação no âmbito da
zona de penumbra do direito propicia uma certa dose de arbitrariedade na eleição entre duas
alternativas igualmente válidas do ponto de vista valorativo, o que constitui sensível limitação do modelo
proposto.
como a proposta por Aarnio tem permeado o atual debate no âmbito da filosofia do direito que, conforme
destaca Teixeira, parece se voltar definitivamente para o problema. Tal nos remete a conclusão do
CONCLUSÃO
ao ordenar a conduta mediante normas gerais e abstratas por órgãos preestabelecidos pelo próprio
direito, tal como concebido por Weber, tem se mostrado insuficiente para explicar a realidade
contemporânea.
crise, tem se mostrado deficitário no contexto social pós-industrial. Crise que, segundo Aarnio,
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tomada de decisões públicas com base não em critérios de bem comum mas em cálculos de poder.
Crise que envolve a legitimidade das instituições e do direito mas não se restringe a eles. Constitui-se,
de acordo com Peces-Barba, em uma crise de modernidade, com profundo questionamento de idéias e
do pensamento jurídico atual consiste em incorporar a reflexão positivista sobre a validade, articulando-
a com as categorias de justiça e eficácia, para obter um conceito de direito positivo que dê conta das
BIBLIOGRAFIA
AARNIO, Aulis. Lo racional como razonable. Madrid: Centro de Estudos Constitucionales, 1991.
BARZOTTO, Luis Fernando. O positivismo jurídico contemporâneo. São Leopoldo: Editora Unisinos,
2004.
COASE, Ronald. The firm, the market and the law. Chicago: University of Chicago Press, 1988.
MICHELON, Cláudio Fortunatto. The justification of authority and the insulation of formal reasons.
Archives for philosophy of law and social philosophy, vol. 88, 2002.
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RAZ, Joseph. Razón práctica y normas. Madrid: Centro de Estudos Constitucionales, 1991.
PECES-BARBA, Gregório. Ética, poder y derecho, reflexiones ante el fin de siglo. Madrid: Centro de
TEIXEIRA, João Paulo Allain. Crise moderna e racionalidade argumentativa no direito: o modelo de
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Artigo
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A relação jurídica processual é composta por autor, réu e juiz. Para Ovídio
A. Baptista da Silva, “há intervenção de terceiros no processo, quando alguém
dele participa sem ser parte na causa, com o fim de auxiliar ou excluir os
litigantes, para defender algum direito ou interesse próprio que possam ser
prejudicados pela sentença.” 3
3 Curso de Processo Civil, v. I. 3ª edição. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, p. 227.
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2. Assistência
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Processo Civil. 1. Assistência. A assistência supõe interesse jurídico (CPC, art. 50), não
podendo ser admitido como assistente quem revele unicamente interesse moral e econômico.
2. Sessão de julgamento. Publicação tardia da pauta. O julgamento de ação ou recurso que
autorize sustentação oral não pode ser realizado sem inclusão em pauta e prévia intimação
das partes. (STJ, 2ª Turma, RESP 23358/RO, Rel. Min. Ari Pargendler, DJ 22.04.1996 p.
12557).
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Nelson Nery Junior e Rosa Maria Andrade Nery ensinam que o assistente
simples “tem os mesmo poderes e os mesmo ônus da parte assistida. Todavia,
6 A Intervenção de Terceiros no Processo Civil Brasileiro. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2004, p. 36.
7 Comentários ao Código de Processo Civil, vol. I. 9ª edição. Rio de Janeiro: Forense, p. 172.
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8 Código de Processo Civil Comentado. 3ª edição. São Paulo: Revista dos Tribunais, p. 335.
9Apenas para demonstrar a existência de divergência a respeito, lembramos que Athos Gusmão Carneiro
entende que o assistente simples torna-se sujeito do processo, mas não parte. Ponto de vista contrário é
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sustentado por Cândido Dinamarco, para o qual o terceiro, ao intervir no processo, adquire a qualidade de
parte.
10 “Sobre a distinção entre coisa julgada e efeito da intervenção, Marinoni e Arenhart salientam que: o
efeito da intervenção não se confunde com a coisa julgada, sendo ao mesmo tempo mais restrito e mais
abrangente que ela. Abrangente, porquanto não se resume ao dispositivo da sentença, invadindo sua
motivação. Mais restrito, na medida em que o assistente conserva a possibilidade de afastá-los,
demonstrando que ‘pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declarações e atos do assistido, fora
impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença’ ou que ‘desconhecia a existência de
alegações ou de provas, de que o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.” (Ustárroz, ob. cit., p. 55). Para
Celso Agrícola Barbi (ob. cit., p. 183), o art. 55 do CPC somente se aplica à assistência simples, vez que
regula a eficácia da sentença entre o assistente e a parte assistida. Na forma litisconsorcial, não haveria
direito a ser discutido futuramente entre assistente e assistido.
12 Trata-se de dispositivo legal duramente criticado por renomados doutrinadores, como Dinamarco e
Marinoni.
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13 Nunca é demais referir que se trata de questão de alta indagação, divergindo nossa doutrina.
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4. Amicus curiae
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5
Artigo
INCONSTITUCIONALIDADE DA COISA
JULGADA ADMINISTRATIVA
GUSTAVO PEDRASSANI
Procurador Federal INSS- RS
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O que o legislador constituinte pretendeu foi deixar claro que a sociedade brasileira, o
interesse comum, não tolerará qualquer ato administrativo fora dos limites legais, seja a que tempo for, e, justamente
por isso, não fixou qualquer prazo para a invalidação do ato ilegal. Ademais, norma constitucional de eficácia plena não
Nem se diga, de outro lado, que após o lustro legal opera-se a aquisição do
direito, pois é bem sabido que de ato ilegal não se origina direito (Súmula 473 do STF) e, muito menos,
contra norma oriunda do poder constituinte originário: não há direito adquirido contra a Constituição.
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6
Artigo
OBJETIVO
O presente estudo objetiva, primeiramente, traçar o conceito
de Advogado e o de Procurador de entes públicos, estes exclusivamente na
esfera federal.
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Boa leitura !
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CONCLUSÕES
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BIBLIOGRAFIA
-Constituição Federal;
-DL. 1.025/69;
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-LC 73/93;
-LC 80/94;
-MP 2.229/43;
-Lei 8.906/94;
-Lei 9.650/98;
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