Sunteți pe pagina 1din 4

A ECOJURÍDICA E OS NOVOS DESAFIOS DO DIREITO

Da visão mecanicista do direito à concepção sistêmica

A ciência nos século XVI e XVII fundamentou-se no valor dado à quantificação


incorporada por Galileu; ao domínio do homem sobre a natureza definido por Francis
Bacon; à concepção de mundo material como uma máquina separada da mente
postulada por René Descartes; ao conceito de lei objetivas e imutáveis da natureza
criadas por e defendidas por Newton, à visão reducionista promovida por John Locke,
que via a realidade fundamentada na crença de que o todo é a soma de suas partes.
Todas essas concepções alicerçaram o pensamento científico da época, inclusive o
direito. Desatacamos a visão racionalista fundamentada no pensamento de Hugo
Grottius e Jean Domat. O primeiro criou a escola de direito natural do Norte da Europa
que desenvolveu um direito alicerçado na concepção cartesiana da racionalidade das
leis. O segundo, no auge da revolução científica, desenvolveu uma concepção atomista
e racionalista do sistema jurídico francês incorporado ao Código de Napoleão. Tanto
Hugo Grottius quanto Jean Domat viam a realidade como um complexo de
componentes distintos e definíveis. Na visão cartesiana, o Direito era visto como uma
estrutura objetiva e separada do sujeito individual (CAPRA e MATTEI, 2018, p. 28).
O século XXI é iniciado com grandes mudanças de paradigmas na ciência. O mundo
deixa de ser visto como partes de uma engrenagem, analogia a uma máquina, passando
a ser considerado como um todo, cujas partes se interligam numa visão holística e
sistêmica. A visão fragmentada da ciência perdurou por muito tempo, sobretudo no
direito, que, na sua gênese, estava voltado para o caráter individualista, baseado na
Propriedade privada – Estado Soberano e Lei no sentido amplo.
Essa trilogia permitiu a criação de institutos jurídicos ainda vigentes que se traduzem
em “linhas gerais pela (i) a existência de um sujeito individual de direitos, titular de (ii)
direitos humanos individuais, imprescritíveis e absolutos que lhe são garantidos pelo
exercício da força, exercida exclusivamente pelo (iii) Estado Soberano.” (LORENZI,
VULCANIS, 2019).
A visão mecanicista nos leva a entender o direito como objetivo, dotado de existência
independente dos seres humanos, fundamentado na concentração do poder e
interpretado apenas na sua própria terminologia (jargão jurídico) um conhecimento
artificial, transmitido por seus profissionais. Isso ainda ocorre nas audiências em que o
juiz coordena todos os ritos, determina o que, quem, quando e como falar seguindo a
tradição romana.
O sistema jurídico é considerado como uma máquina que aplica uma hierarquia de
normas aos fatos concretos de uma determinada situação, de maneira previsível e
constante sem criatividade de seu intérprete. Tudo está reduzido à Lei. Ainda hoje
usamos, no senso comum, os homens da Lei. Assim, o direito é feito para seus
aplicadores, não para a sociedade. Por isso, postulam Capra e Matei (2019, p. 117), o
direito é uma cadeia mecânica de transmissão de ordem de cima para baixo às quais se
deve obediência por questão de respeito à legalidade.
Com a evolução da ciência, o direito apresenta novas abordagens, passa por uma série
de mudanças de paradigmas, culminando em uma revolução eco jurídica que concebe o
direito não dissociado da historia, da sociologia, da filosofia, da politica, da linguística,
da psicologia e de outras áreas do conhecimento. Da visão mecanicista dos séculos XVI
e XVII, o direito muda para uma concepção holística e ecológica, deixando de ser uma
máquina, um depósito de leis. É agora, portanto, entendido como uma rede de relações.
Nesse contexto, eclodem duas visões do direito que se complementam: a ecológica e a
sistêmica. Apresentaremos algumas considerações acerca dessas visões.

Concepção ecológica do direito


A mudança de paradigma no direito é uma necessidade premente, pois os problemas que
circundam a sociedade no contexto atual são de natureza ecológica em que todos estão
interconectados e são interdependes. Assim, o direito, visto em uma ordem ecológica,
encontra-se inserido em um contexto social que não seja um complexo de elementos
constitutivos individuais, mas uma rede de relações.
Considerar o direito como uma rede, vendo o mundo como um todo interconectado
significa uma visão ecológica de mundo (VEM) proposta por Couto (2017),
constituindo uma cadeia de interações, ou seja, o direito não como um conjunto de
doutrinas prontas, acabadas, mas uma rede de interações formadas por cooperação,
competição e conflito (NADER, 2007). Os fenômenos sociais contemporâneos são
interconectados em uma teia na qual início, fim, causa e consequência são vinculados.
A ecologia do direito consiste em um processo de transformação das instituições
jurídicas para que deixem se uma máquina de extração de leis e decisões alicerçadas no
funcionamento mecanicista da propriedade privada e da autoridade do Estado,
convertendo-se em instituições baseadas nas comunidades ecológicas. Para Capra e
Matei (2018), em uma perspectiva ecológica do direito, a lei representa a vontade do
povo, e o papel soberano do Estado cabe à comunidade e não ao indivíduo ou ao Estado.
Por isso, são importantes as críticas de Savigni apontadas por Capra e Matei (2018) ao
Código de Napoleão:

a. A lei varia de um lugar para outro. Não pode ser vista como um ordenamento
matemático abstrato como postulou Newton. Como a lei reflete deferentes
qualidades e aspirações nacionais, deve ser produto do espírito do povo;
b. O direito não pertence ao Estado, assim como a cultura e a língua, pertence às
comunidades.

Reforçando esses argumentos, Capra e Matei (2018, p. 156) defendem que o direito
deve respeitar o espírito de cada território, de cada povo e de cada tempo.

O direito e as três ecologias


Para que possamos entender qualquer elemento da biosfera humana, sobretudo o
homem é indispensável enxergá-lo holisticamente, ou seja, na sua totalidade
(COMPARADO, 2006, P. 19). Abordando as três ecologias - ambiental – social e
mental integradas em um todo, formando a ecologia integral, Guattari (1990) defende
que
Não haverá resposta à crise ecológica a não ser em escala planetária e
com a condição de que se opere uma autêntica revolução política,
social e cultural reorientando os objetivos da produção de bens
materiais e imateriais (GUATTARI, 1990, p. 9).

Buitoni (2019) defende que a ecologia social deve trabalhar na reconstrução das
relações humanas em todos os níveis. A mental trata da subjetividade, não como um
processo exclusivamente psicoindividual, mas, sim uma perspectiva coletiva
determinante nos processos de subjetivação. A ecologia ambiental, também pode ser
definida como natural, refere-se aos espaços físicos onde ocorrem as interações
reguladas pelo direito.
O conceito de ecologia integral é citado na atualidade. O Papa Francisco na Encíclica
Laudato Si (Louvado Seja), referindo-se ao cuidado com a Nossa Casa Comum, a irmã
e Mãe Terra. “Proponho que nos detenhamos agora a refletir sobre os diferentes
elementos duma ecologia integral, que inclua claramente as dimensões humanas e
sociais”. (Laudato Si, 137)

S-ar putea să vă placă și