Sunteți pe pagina 1din 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

JOSÉ VILKER MARTINS MARINHO

RESENHA CRÍTICA
A POLÍTICA DA ESCRAVIDÃO NO IMPÉRIO DO BRASIL 1826-1865

João Pessoa
2018
JOSÉ VILKER MARTINS MARINHO

RESENHA CRÍTICA
A POLÍTICA DA ESCRAVIDÃO NO IMPÉRIO DO BRASIL 1826 1865

Trabalho apresentado ao curso de História,


da Universidade Federal da Paraíba, como
requisito parcial para obtenção de nota na
disciplina de História do Brasil II.
Professora: Drª Solange Rocha

João Pessoa
2018
Tâmis Parron conquistou o título de doutor em História Social pela
Universidade de São Paulo (USP), mesma instituição na qual ele também
conquistou o título de mestre em 2009 com a dissertação “A política da
escravidão no Império do Brasil: 1826-1865”, a qual será analisada no presente
texto, onde serão levados em consideração aspectos como a abordagem
teórico-metodológica utilizada pelo autor, e o que Parron traz de novo à
historiografia brasileira sobre o período Imperial.
Como dito inicialmente, Parron trabalha com História Social, dito isso,
podemos observar o bom trabalho que o mesmo faz com suas fontes, a fim de
estabelecer a relação entre a elite escravista e o Estado brasileiros. Em relação
às fontes, são utilizados por Parron os Anais da Câmara dos Deputados e do
Senado, além de diversos panfletos e outros documentos, em sua maioria
oficiais, demonstrando uma influência da historiografia metódica alemã no
pensamento de Parron.
Já apresentada a abordagem teórica bem como as fontes utilizadas,
podemos nos atentar agora à discussão proposta por Parron em sua
dissertação. Com “A política da escravidão no Império do Brasil”, Parron espera
aplicar na História do Brasil, um conceito utilizado pela historiografia norte-
americana para discutir a participação política da elite escravocrata
estadunidense na institucionalização da escravidão nos Estados Unidos da
América. O conceito de “política da escravidão” como descreve Parron, é
usado pelos norte-americanos para “designar o conjunto de valores e práticas
que direcionava eleitores sulistas dos Estados Unidos a escolher apenas
candidatos que não pusessem em questão, na esfera das discussões
nacionais, a existência do sistema escravista.” (PARRON, 2009, pg. 11)
A adaptação do termo é feita por Parron para que possa ser aplicado às
relações entre a elite escravocrata brasileira e o Estado brasileiro, onde a
primeira deseja manter a escravidão de africanos como sendo uma prática
institucionalizada. Essa adaptação do termo é construída por Parron ao longo
dos 4 capítulos da obra, transformando em diversos momentos a discussão em
torno do livro, algo mais conceitual do que historiográfico, embora isso não
deva ser levado como crítica mas sim como elogio dada a forma como Parron
constrói tal conceito.
O conceito de “política da escravidão” só aparece em definitivo após a
segunda metade da obra de Parron, o que demonstra seu empenho e seu
cuidado no uso desse conceito, uma vez que esse está sendo adaptado para
que possa ser aplicado com clareza e propriedade dentro da História do Brasil.
Embora trabalhe no âmbito da História Social, são poucos os sujeitos
sociais que assumem papeis de protagonistas na obra de Parron. Embora
esteja sendo trabalhado o conceito de política da escravidão, o foco de Parron
está na palavra “política”, o que coloca os escravos em segundo plano e a elite
política do Brasil como protagonistas desse estudo.
Parron se destaca na historiografia brasileira do século XXI, não só por
apresentar uma nova forma de enxergar as relações sociais no Império do
Brasil, mas também por, em alguns momentos, ir contra a historiografia
brasileira já consolidada nacionalmente. Nomes como Caio Prado Jr. e José
Murilo de Carvalho são criticados por Parron no que se diz respeito à lei de
novembro de 1831, a qual Carvalho interpretou como “lei para inglês ver”, mas
que Parron, baseado nas interpretações de Leslie Bethel e Beatriz
Mamigonian, considera como uma reafirmação da soberania nacional dentro da
esfera política. (PARRON, 2009, pg. 67) As interpretações brasileiras a respeito
das rebeliões e outros movimentos de resistência escrava também são alvo de
critica de Parron, pois esse, baseado na interpretação de tais eventos sob a
perspectiva do norte-americano Jeffrey Needell, as considera como não-
influentes no processo que culmina na abolição da escravidão.
No parágrafo anterior, foram citados nomes como Leslie Bethel e Jeffrey
Needell, ambos historiadores estrangeiros e que influenciam de maneira
considerável a interpretação de Parron a respeito do Império do Brasil. Essa
característica pode ser vista ao longo de toda a obra, seja na maneira como
Parron constrói o conceito por ele adaptado, seja na maneira como ele critica a
historiografia tradicional brasileira, o que evidencia a influência que o mesmo
recebe pela historiografia estrangeira, em especial a norte-americana.
A narrativa criada por Parron é densa e por vezes cansativa, mas
merece crédito por transformar em objetos de discussões, antigas
interpretações a respeito do Império do Brasil, o que nos mostra uma
renovação na historiografia brasileira, ao mesmo tempo em que mostra que tal
renovação ainda precisa ser lapidada, uma vez que as críticas feitas por Parron
excluem da sua obra sujeitos sociais, bem como eventos importantes ocorridos
no período por ele estudado.

S-ar putea să vă placă și