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DIARIOdePERNAMBUCO Vida Urbana Recife, quinta-feira, 12/03/2020

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TARCISO AUGUSTO / ESP. DP FOTO

Olinda mandou [ Programe-se

me chamar
O arquiteto, designer e em- to bom, até me ajudou a de-
preendedor Isac Filho nasceu senvolver meus projetos de
no Recife, morou em Paulista, design e arquitetura.”
mas é olindense por “nature- Na capital, Isac trabalhou
za”. Quando menor, vivia em em empresas de Engenha-
Maria Farinha, mas frequenta- ria Consultiva e Escritórios
va, sempre que podia, as pré- de Arquitetura, atuando no
vias de carnaval, as rodas de desenvolvimento de projetos
OLINDA
capoeira na Sé e os cocos da nacionais e internacionais. O HOJE
Marim de Caetés. Durante os Sinspire, Berlim Digital e o
cinco anos de faculdade de Fablab, todos localizados no 17h
17h Cabulosa
arquitetura, pôde morar na Bairro do Recife, contaram Concentração:
cidade que o conquistou. As- com projetos do urbanista. Prefeitura de Olinda
sim que se formou, no entan- Mas em Olinda nasceu o seu
to, retornou à terra natal, on- primeiro realmente autoral. 18h
18h Sambatuki
de tinha mais oportunidade “Eu fui morar na Rua do Concentração:
de emprego. Há três anos, po- Amparo em 2017. Fiquei ob- Praça de São Pedro
rém, voltou servando o
a ser mora- O arquiteto, designer e local por pe- 18h30 Pitombeira
18h30
dor do Sí- empreendedor Isac Filho lo menos dois Concentração: Sede
tio Históri- anos. É uma (Rua 27 de Janeiro, 128)
nasceu no Recife, morou
co, onde há das ruas mais
em Paulista, mas é
oito meses diversas da 19h Corte de bolo
19h
olindense por “natureza”
toca seu pri- cidade. Tem gigante
meiro proje- desde restau- Local: Praça do Carmo
to próprio, a galeria de arte rantes renomados a pega-bê-
e ponto de encontro de de- bados para comer macaxei- 19h D’Breck
19h
senvolvedores Casa Criatura. ra. Tem galerias de arte e a Concentração:
“Acredito que para se viver Dona Carminha que vende Quatro Cantos
bem em uma cidade, uma seu paninho de prato. Isso
equação precisa fechar: é um me inspirou a criar o meu es- 20h Batadoni
20h
espaço onde posso morar, tra- paço para poder catalisar os Concentração:
balhar e me divertir? Se a res- movimentos culturais que já Praça da Abolição
posta for sim, esse é um bom aconteciam na cidade.” (esquina da Avenida
lugar. Sinto que em Olinda Para o empreendedor, Olin- Liberdade com a Rua
esta conta fecha”, explica. “O da tem apenas um lado ruim: Dr. Justino Gonçalves
Recife, apesar de ser uma ci- a sazonalidade. “No pós-car-
dade histórica, sempre teve naval até bate uma tristeza, 20h Acadêmicos ADS
20h
esse apelo maior para a tec- as ruas que antes estavam Concentração:
nologia, como é o exemplo tão cheias ficam quase fan- Praça do Carmo
Das duas cidades históricas, Isac tira as experiências que moldam sua arte do Porto Digital. Isso é mui- tasmas”, diz.

HESÍODO GÓES/DP FOTO

A corneta da chuva Cortejo,

no limite das cidades
“Foi como um filme de
terror. Eu estava vendo te-
levisão na minha casa, era
um domingo à noite, 22h.
Vi a água entrando pela mi-
nha cozinha. A correnteza
estava tão forte que derru-
bou a minha porta. Fui ex-
pulsa da minha casa pelo
rio”, relembra a professora
Ana Souza, 66 anos. Ela jun-
tou o dinheiro que recebeu
trabalhando em escolas pa-
ra poder montar a casa que
sempre sonhou: espaçosa,
com jardim – que ela mes-
ma desenhou – para rece-
ber os netos. Tudo pensado
para um futuro que nunca
aconteceu.
Há 10 anos, Ana teve que
deixar a Rua Virtuosa de
Lucena, no Porto da Ma-
deira, Zona Norte do Reci-
fe. Ela morava próxima às
margens do Rio Beberibe,
no limite com Olinda. Cer-
cado por ocupações, esgo-
to e restos de metralha, a
mais simples chuva causa
enchentes e transtornos pa-
ra quem mora entre as duas
aniversariantes.
“Nunca pude ter plano
de saúde nem carro. Dei-
xei de viajar. Sacrifiquei tu-
do o que pude para levan-
“Sacrifiquei tudo
o que pude para
levantar a minha
casa própria,
mas não
posso usufruir”
Ana Souza,
professora
tar a minha casa própria,
mas não posso usufruir,
nem mesmo oferecer para
outra pessoa. Você pagaria
aluguel em um local onde
terá problemas todo inver-
no?”, questiona. “Agora eu
tenho que pular de lugar
em lugar, pagar aluguéis e
ainda cuidar da minha casa
em Beberibe. Por estar sem
ninguém, frequentemente
picham meus muros e rou-
bam meus portões.”
Para tentar resolver a ques-
tão, moradores de Beberibe
se juntaram em grupos de
WhatsApp e montam assem-
bleias mensais, onde convi-
dam o poder público de Re-
cife e Olinda para partici-
par. “Se as cidades se juntas-
sem poderíamos deixar todo
mundo confortável, mas fi-
cam nesse empurra-empur-
ra, ninguém quer assumir a
responsabilidade pelo rio e
jogam para o governo do es-
tado, que também não faz
nada”, diz a líder comuni-
tária Fabíola Freire. “Eu só
queria ter a oportunidade
de dormir em paz em um
dia de chuva, sem me preo-
cupar em perder meus mó-
veis ou que meus vizinhos
percam os seus carros.”
Fabíola alerta os vizinhos sobre o risco de enchentes
Enquanto não há limpeza
no rio, Fabíola tenta ajudar a
comunidade do seu jeito. “Eu
comprei uma corneta. Agora
toda vez que chove muito for-
te e eu sei que estamos em ris-
co, saio tocando pela rua, não
importa a hora. Assim os vizi-
nhos acordam e podem tirar
os veículos e proteger seus mó-
veis”, diz Fabíola. “É engraça-
do mas é triste, realmente é
uma medida tomada pelo de-
sespero. Eu, por exemplo, já
estou procurando outra casa,
não queria desistir assim do lu-
gar, mas não posso continuar
levando prejuízo.”
A Prefeitura de Olinda afir-
ma que não tem projeto em
andamento na bacia do Rio
Beberibe. “O governo do esta-
do ficou responsável pelo ser-
viço de drenagem e revitali-
zação das áreas ribeirinhas,
além da manutenção de todo
trecho que compete ao muni-
cípio”, disse em nota. A Prefei-
tura do Recife e o governo do
estado não se pronunciaram.
fogos e
bolo em
Olinda
Em Olinda, a festa pelos 485
anos será marcado por um cor-
tejo de agremiações, queima
de fogos e bolo gigante. Com
485 quilos, um para cada ano
de história, o tradicional bo-
lo será cortado às 19h e dis-
tribuído ao público na Praça
do Carmo, Sítio Histórico da
cidade. O cortejo de agremia-
ções terá início às 17h.
A programação conta com
apresentações das baterias Ca-
bulosa, Sambatuki e D’Breck.
O grupo Batadoní, o bloco de
Samba Acadêmicos ADS e a
tradicional Pitombeira dos
Quatro Cantos também vão
desfilar. Pelo palco montado
na Praça do Carmo, vão pas-
sar atrações musicais como
Ana Lúcia do Coco e Alafin
Oyó, Malícia Champions e Jú-
nior Chumbago.

Boi voador e homenagem a Chico Science

A celebração dos 483 do Re-
cife conta com uma progra-
mação que começou ontem.
Até o dia 21 haverá atividades
de lazer, culturais, entrega
de equipamento de saúde e
prestação de serviço à popu-
lação. Neste ano, o bairro da
Várzea vai sediar os festejos,
com a inauguração de uma
Upinha. Lá, haverá o corte do
bolo de aniversário, que terá
483 quilos. Serão distribuídas
mais de três mil fatias.
O aniversário da cidade
também vai lembrar a vida
de Chico Science que, se es-
tivesse vivo, completaria 54
anos, amanhã. Em parceria
com o Som na Rural, a Prefei-
tura do Recife realiza, ama-
nhã, o baile Back to the Man-
gue, no Pátio de São Pedro. O
evento promoverá os novos
trabalhos de veteranos do mo-
vimento manguebeat e atua-
lizará a cena com a plateia
e convidados que cresceram
embalados ao som destes ar-
tistas. A programação será a
partir das 19h, com apresen-
tações de Renato L, Fred 04,
Maciel Salu, com participa-
ções de Isaar, Fábio Trum-
mer (Banda Eddie) e Canni-
bal (Devotos), além de Com-
bo X, com participação espe-
cial de Maia (Lamento Negro)
e Pácua (Via Sat).
No domingo, o espetáculo
O boi voador será encenado,
pelo terceiro ano consecuti-
vo, na Praça do Marco Zero,
às 18h. Atores estarão espa-
lhados pelo Bairro do Reci-
fe interagindo com o públi-
co. A dramatização resgata o
período holandês da cidade,
com foco principal na inau-
guração da primeira ponte
recifense. Mais de 90 atores
tomam conta do principal
ponto turístico da cidade re-
tratando o século 17, quando
o conde Maurício de Nassau
prometeu fazer um boi voar.
CENÁRIO Acabo vendo as
Edificações do bairro serão
usadas como cenário, que con-
duas cidades como
tará ainda com uma réplica uma só. São tão
da antiga Ponte do Recife. O irmãs que barreiras
ápice da apresentação será o
momento do voo do boi, que
são apenas formais.
sairá da Associação Comer- Enxergo o Recife e
cial de Pernambuco para uma Olinda como cidades
torre armada no Marco Zero,
com queima de fogos e trilha
que trabalham
sonora. O edifício-sede da Pre- em conjunto”
feitura do Recife estará com Guila Calheiros,
o estacionamento aberto. administrador

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