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FERRAMENTAS DE ANÁLISE PARAbENGENHEIROS E TÉCNICOS DE PROTEÇÃO


c

3i0

i0 N1

Circuito Equivalente
i0 N1 de Sequência Zero
i0

i0
i0
i0
j.X0

N1.i0 = N1.i0 3i0

3 Revisão 26/09/2005 Virtus P. Maezono

2 Edição 2

1 Emissão 23/04/2002 Virtus P. Maezono

Edição MODIFICAÇÃO DATA POR DATA APROV.

EXECUÇÃO CLIENTE

CURSO

Ferramentas de Análise para Engenheiros e Técnicos de


Proteção
Direitos Reservados: Autor: Instrutor: Total de Páginas

Virtus Consultoria e Serviços Ltda. Paulo Koiti Maezono Paulo Koiti Maezono 148
CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

SOBRE O AUTOR

Eng. Paulo Koiti Maezono

Formação

Graduado em engenharia elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1969. Mestre
em Engenharia em 1978, pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá, com os créditos obtidos em 1974
através do Power Technology Course do P.T.I – em Schenectady, USA. Estágio em Sistemas Digitais de
Supervisão, Controle e Proteção em 1997, na Toshiba Co. e EPDC – Electric Power Development Co. de
Tokyo – Japão.

Engenharia Elétrica

Foi empregado da CESP – Companhia Energética de São Paulo no período de 1970 a 1997, com
atividades de operação e manutenção nas áreas de Proteção de Sistemas Elétricos, Supervisão e
Automação de Subestações, Supervisão e Controle de Centros de Operação e Medição de Controle e
Faturamento. Participou de atividades de grupos de trabalho do ex GCOI, na área de proteção, com ênfase
em análise de perturbações e metodologias estatísticas de avaliação de desempenho.

Atualmente é consultor e sócio administrador da Virtus Consultoria e Serviços Ltda. em São Paulo – SP. A
Virtus tem como clientes empresas concessionárias no Brasil e na Colômbia, empresas projetistas na área
de Transmissão de Energia, fabricantes e fornecedores de sistemas de proteção, controle e supervisão,
Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo, CEDIS – Instituto Presbiteriano Mackenzie.

Área Acadêmica

Foi professor na Escola de Engenharia e na Faculdade de Tecnologia da Universidade Presbiteriana


Mackenzie no período de 1972 a 1987. É colaborador na área de educação continuada da mesma
universidade, de 1972 até a presente data.

Foi colaborador do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas da EPUSP – Escola


Politécnica da Universidade de São Paulo, desde 1999 até 2002, com participação no atendimento a
projetos especiais da Aneel, Eletrobrás e Concessionárias de Serviços de Eletricidade.

Introdução e índice 2 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

ÍNDICE

1. NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE TRANSFORMADORES................................................................................5


1.1 CONCEITO BÁSICO........................................................................................................................................5
1.2 NUM TRANSFORMADOR .............................................................................................................................6
1.3 A SATURAÇÃO. FORMA DE ONDA DA CORRENTE DE MAGNETIZAÇÃO..........................................8
1.4 MODELO MATEMÁTICO DA MAGNETIZAÇÃO .......................................................................................9
1.5 F.E.M. INDUZIDA NO SECUNDÁRIO...........................................................................................................9
1.6 CORRENTES DE CARGA. COMPENSAÇÃO DE AMPÈRES - ESPIRAS .................................................10
1.7 DISPERSÕES DE FLUXO .............................................................................................................................11
1.8 MODELO MATEMÁTICO DE TRANSFORMADOR..................................................................................12
1.9 POLARIDADE................................................................................................................................................12
1.10 CONEXÃO TRIÂNGULO – ESTRELA DE TRANSFORMADOR TRIFÁSICO OU DE BANCO DE
TRANSFORMADORES ....................................................................................................................................13
1.11 ATERRAMENTO DE SISTEMA ...................................................................................................................15
1.11.1 SISTEMA ISOLADO ...............................................................................................................................15
1.11.2 SISTEMA ATERRADO POR RESISTÊNCIA ..........................................................................................16
1.11.3 SISTEMA ATERRADO POR REATÂNCIA.............................................................................................17
1.11.4 SISTEMA SOLIDAMENTE ATERRADO................................................................................................17
1.11.5 TRANSFORMADOR DE ATERRAMENTO............................................................................................18
2. REPRESENTAÇÃO DE SISTEMAS DE POTÊNCIA ......................................................................................21
2.1 DIAGRAMA UNIFILAR................................................................................................................................21
2.2 DIAGRAMA DE IMPEDÂNCIAS .................................................................................................................23
2.2.1 Finalidade ...................................................................................................................................................23
2.2.2 Fundamento ................................................................................................................................................23
2.2.3 Circuitos Equivalentes para Linhas de Transmissão (seqüência positiva).................................................24
2.2.4 Circuito Equivalente para Transformador de 2 enrolamentos ...................................................................25
2.2.5 Circuito Equivalente para Transformador de 3 enrolamentos ...................................................................29
2.2.6 Circuito Equivalente para Geradores e Motores Síncronos .......................................................................30
2.2.7 Circuito Equivalente para Motores de Indução..........................................................................................33
2.2.8 O Diagrama de Impedâncias do Sistema ....................................................................................................34
3. GRANDEZAS POR UNIDADE............................................................................................................................35
3.1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................................................35
3.2 BASE NUM PONTO DO SISTEMA ELÉTRICO ..........................................................................................36
3.3 ESCOLHA DE BASES PARA UM SISTEMA ELÉTRICO ...........................................................................37
3.4 DIAGRAMA DE IMPEDÂNCIAS EM P.U. ..................................................................................................38
3.5 CÁLCULO DE IMPEDÂNCIAS P.U. DE UM TRANSFORMADOR DE TRÊS ENROLAMENTOS NUMA
DADA BASE DE ESTUDO ............................................................................................................................41
3.6 EXEMPLO DE CÁLCULO COM DIAGRAMA DE IMPEDÂNCIAS EM P.U.............................................44
3.7 EXERCÍCIO PROPOSTO...............................................................................................................................46
4. COMPONENTES SIMÉTRICOS ........................................................................................................................47
4.1 CONCEITO.....................................................................................................................................................47
4.2 CARACTERÍSTICAS DOS COMPONENTES SIMÉTRICOS......................................................................49
4.3 PARTICULARIDADES .................................................................................................................................54
4.4 CIRCUITOS EQUIVALENTES E IMPEDÂNCIAS SEQUENCIAIS ...........................................................55
4.4.1 Seqüências Positiva e Negativa...................................................................................................................55
4.4.2 Seqüência Zero............................................................................................................................................56
4.4.3 Exemplo.......................................................................................................................................................60

Introdução e índice 3 de 148


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5. DIAGRAMAS DE SEQUÊNCIA ZERO PARA TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA..........................62


5.1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................................................62
5.2 REATÂNCIAS DE MAGNETIZAÇÃO DE UM TRANSFORMADOR TRIFÁSICO OU DE UM BANCO
TRIFÁSICO ....................................................................................................................................................64
5.2.1 Introdução...................................................................................................................................................64
5.2.2 Seqüência Positiva (ou Negativa) ...............................................................................................................65
5.2.3 Seqüência Zero............................................................................................................................................66
5.3 DIAGRAMA DE SEQUÊNCIA ZERO DE TRANSFORMADOR DELTA / ESTRÊLA ATERRADA........71
5.4 DIAGRAMA DE SEQUÊNCIA ZERO DE UM TRANSFORMADOR ESTRELA ATERRADA / ESTRELA
ATERRADA ...................................................................................................................................................73
5.5 DIAGRAMA DE SEQUÊNCIA ZERO ENVOLVENDO CONEXÕES ESTRELA ......................................75
5.6 DIAGRAMA DE SEQUÊNCIA ZERO DE TRANSFORMADOR ESTRELA ATERRADA – DELTA –
ESTRELA ATERRADA .................................................................................................................................76
5.7 DIAGRAMA DE SEQUÊNCIA ZERO DE TRANSFORMADOR ZIG-ZAG ...............................................79
6. NOÇÕES DE CÁLCULO DE CURTO-CIRCUITO ..........................................................................................81
6.1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................................................81
6.2 DESLOCAMENTO DE EIXO DEVIDO A CHAVEAMENTO DE CIRCUITO LR......................................82
6.3 COMPORTAMENTO DE MÁQUINA SÍNCRONA PARA UM CURTO-CIRCUITO.................................84
6.4 COMPORTAMENTO DE MOTOR DE INDUÇÃO PARA UM CURTO-CIRCUITO..................................88
6.5 CURTO-CIRCUITO TRIFÁSICO SIMÉTRICO ............................................................................................90
6.5.1 Métodos de Cálculo de Curto-Circuito .......................................................................................................90
6.5.2 Exemplo do Primeiro Método .....................................................................................................................91
6.5.3 Exemplo do Segundo Método ......................................................................................................................94
6.5.4 Exercício Proposto......................................................................................................................................95
6.6 CURTO-CIRCUITO FASE-TERRA...............................................................................................................96
6.6.1 Conceitos.....................................................................................................................................................96
6.6.2 Seqüência Prática de Cálculos ...................................................................................................................99
6.6.3 Curto-circuito envolvendo transformador triângulo-estrela.....................................................................101
6.6.4 Oscilogramas simulados e reais................................................................................................................102
6.6.5 Exemplo de cálculo ...................................................................................................................................105
6.6.6 Exercício Proposto....................................................................................................................................114
6.7 CURTO-CIRCUITO BIFÁSICO...................................................................................................................118
6.7.1 Conceito ....................................................................................................................................................118
6.7.2 Curto-circuito bifásico envolvendo transformador triângulo-estrela .......................................................119
6.8 CURTO-CIRCUITO BIFÁSICO-TERRA ....................................................................................................123
6.8.1 Conceito ....................................................................................................................................................123
6.8.2 Curto-circuito bifásico-terra envolvendo transformador triângulo-estrela..............................................124
6.9 EXERCÍCIOS................................................................................................................................................128

Introdução e índice 4 de 148


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1. NOÇÕES FUNDAMENTAIS DE TRANSFORMADORES

1.1 CONCEITO BÁSICO

dφ dλ
Lei de Faraday: e = −N =− Volts
dt dt
φ= Fluxo (Weber)

λ= Fluxo Acoplado (Weber-espira)

Isto é, a Força Eletromotriz Induzida (F.E.M.) corresponde à taxa de variação do fluxo


acoplado, no tempo.

Caso particular: variação senoidal (fenômeno periódico)

Φmáx.
Fluxo (Weber)

0 1/2 1
3/4
1/4

Figura 1.1 – Variação senoidal do fluxo num campo magnético

Ocorre a seguinte variação do fluxo acoplado no tempo:

Fluxo Acoplado Tempo (ciclos)

0 0
|N.φmáx| ¼
0 ½
|N.φmáx| ¾
0 1

Isto é, o fluxo acoplado varia de 0 a |N.φmáx| ou vice-versa, 4 vezes em cada ciclo da


senóide, ou seja, 4.f vezes por segundo.

N = número de espiras f = freqüência

Noções Fundamentais de Transformador 5 de 148


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Donde:

E médio = 4.f.N.φmáx. (pela Lei de Faraday)

π
E máximo = 4.f.N.φmáx. = 2 π .f.N.φmáx
2

E eficaz = 2 π .f.N.(φmáx/ 2)

E eficaz = 2 π .f.N.φeficaz = 4,44.f.N.φmáximo

1.2 NUM TRANSFORMADOR

Pode-se esquematicamente representar um transformador através da figura a seguir:

imag
Φ

V1 e1 e2

N1 N2

Figura 1.2 – Representação Esquemática de Transformador

• Ao se aplicar a tensão V1, impõe-se e1 = V1 (aproximadamente)

• Ao se impor e1, impõe-se o fluxo φ

• O fluxo φ (webers) flui no núcleo (circuito magnético) de comprimento médio


l (metros) e secção Sefetivo = S físico xKe m2

• O fluxo acopla os dois enrolamentos com N1 e N2 espiras respectivamente.

φ
• A Indução Magnética B imposta no núcleo é: B= webers / m2
S efetivo

• O material de que é feito o núcleo impõe a característica B-H conforme se segue:

Noções Fundamentais de Transformador 6 de 148


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Webers / m2

H
Amperes-espiras / m

Figura 1.3 – Característica B-H do Núcleo do Transformador

• Assim, se impõe a Intensidade do Campo Magnético H (ampères-espiras / m).

• Daí, tem-se a Força Magneto-Motriz F imposta no enrolamento

Fmag _ 1 = H .l ampères-espiras

• E a Corrente de Magnetização requerida da fonte (sistema) será então:

Fmag _ 1
imag _ 1 = ampères
N1

Conclui-se, para o lado da tensão aplicada, que:

• O fluxo no núcleo depende da tensão aplicada (imposta).

• Dadas as características físicas e magnéticas do núcleo, para que o fluxo se


desenvolva, há necessidade de uma corrente de magnetização.

• A corrente de magnetização (para formar o campo magnético) depende, então de:

- Número de espiras do enrolamento 1 (N1)


- Comprimento do caminho do fluxo l
- Característica B-H do material do núcleo
- Seção do núcleo

- Tensão aplicada. Lembrar que E eficaz = 2 π .f.N.φeficaz = 4,44.f.N.φmáximo

Noções Fundamentais de Transformador 7 de 148


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1.3 A SATURAÇÃO. FORMA DE ONDA DA CORRENTE DE MAGNETIZAÇÃO

Quando o valor instantâneo da indução B ultrapassa o joelho da característica B-H, o valor


da intensidade do campo H é maior do que haveria se não houvesse o joelho (isto é, se
não houvesse saturação, com a característica B-H linear).

V, B, Φ
H, F,
imag

t t
0

Figura 1.4 – Forma de Onda da Corrente de Magnetização em função da Característica B-H

A tensão e1 sendo senoidal, o fluxo φ será senoidal (pela lei de Faraday) e


consequentemente a indução B também.

Se a indução máxima ultrapassa o valor do joelho (saturação) da característica B-H do


núcleo, a intensidade do campo H será deformada (senóide deformada) e
consequentemente a força magneto-motriz e a corrente de magnetização também serão
deformadas.

Pela teoria de Fourier, diz-se que a corrente de magnetização é composta de uma senóide
fundamental somada a senóides harmônicas (predominância da terceira harmônica, se a
indução máxima estiver ligeiramente acima do joelho).

Nota: caso, se de algum modo, não for possível para a fonte suprir tal corrente harmônica
(não for possível fornecer corrente deformada), então o fluxo no campo se deformará e
aparecerá no transformador, tensões harmônicas.

Noções Fundamentais de Transformador 8 de 148


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1.4 MODELO MATEMÁTICO DA MAGNETIZAÇÃO

Define-se indutância de um circuito magnético como sendo a relação entre o fluxo


acoplado e a corrente de magnetização desse circuito. Então:

λ1 N1 .φeficaz
L1 = = Henrys
imag imag

A reatância desse circuito de magnetização será:

N1 .φeficaz
X mag = 2.π . f .L1 = 2.π . f .
imag

imag

e1 jXmag

Figura 1.5 – Modelo do Circuito Magnético

e1 = X mag .imag = 2.π . f .L1 = 2.π . f .N1 .φeficaz

1.5 F.E.M. INDUZIDA NO SECUNDÁRIO

O fluxo no núcleo acopla também o enrolamento secundário ou outros enrolamentos que


existirem no mesmo circuito magnético.

Esse acoplamento induzirá tensão no enrolamento secundário:

e 2 = 2 π .f.N2.φeficaz = 4,44.f. N2.φmáximo

Essa tensão induzida é conseqüência do fluxo no núcleo e do número de espiras


acopladas no lado secundário.

Daí, sendo: e 1 = 2 π .f.N1.φeficaz = 4,44.f. N2.φmáximo

Noções Fundamentais de Transformador 9 de 148


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e1 N1
Tem-se: = que é válido para transformador ideal, sem perdas e sem
e2 N 2
dispersões de fluxo.

1.6 CORRENTES DE CARGA. COMPENSAÇÃO DE AMPÈRES - ESPIRAS

No secundário, tem-se uma tensão induzida. Pode-se alimentar uma carga através desse
enrolamento secundário.

imag + i1 i2
Φ mútuo

V1 e1 e2 V2 carga

N1 N2

Figura 1.6 – Enrolamento Secundário Alimentando Carga

• A corrente I2 de carga em N2 espiras, gera uma força magneto-motriz de:

F2 = N 2 .I 2 ampères-espiras

• Essa FMM estaria associada a uma intensidade de campo H2, indução B2 e fluxo φ 2

• Mas o fluxo mútuo φ mutuo depende da tensão aplicada (Lei de Faraday) e supõe-se que
essa tensão é constante (não muda). Isto é, o φ mutuo não pode ser alterado com a
presença da carga.

• Consequentemente, no outro enrolamento (primário) aparecerá simultaneamente uma


força magneto-motriz de:

F1 = N 1 .I 1 ampères-espiras de modo que F1 + F2 = 0

Isto é, sem saldo de FMM para alterar o fluxo mútuo que só depende da tensão
aplicada.

• Conclusão: a toda corrente de carga I2, haverá uma corrente no outro enrolamento I1,
de modo que haja compensação de ampères-espiras (compensação de FMM), com:

N1.I1 = N2.I2

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1.7 DISPERSÕES DE FLUXO

Foi verificado que no enrolamento 1 tem-se:

F1 = N 1 .I 1 (devido a carga) e F1 _ mag = N 1 .i1 _ mag

E que no enrolamento 2 tem-se:

F2 = N 2 .I 2 (devido a carga)

Essas FMM, produzem fluxos que se fecham pelo ar ou por outro caminho que não seja o
núcleo do transformador, que são os chamados fluxos dispersos.

imag + i1 i2
Φ mútuo

Φ1
V1 e1 e2 V2 carga

Φ2

N1 N2

Figura 1.7 – Fluxos Dispersos no Transformador

Esses fluxos φ1 e φ2 estarão associados a FEM induzidas, devido ao acoplamento com os


respectivos enrolamentos:

λDisp 2 N 2 .φ2
LDisp 2 = = Henrys
I2 I2

λDisp1 N1 .φ1
LDisp1 = = Henrys
I1 + imag I1 + imag

A “queda de tensão” (FEM) no enrolamento 1, devido à dispersão de fluxo será:

VDisp1 = X 1 .(I1 + imag ) = 2.π . f .LDisp1.(I1 + imag ) = 2.π . f .N1 .φ1 Volts

A “queda de tensão” (FEM) no enrolamento 2, devido à dispersão de fluxo será:

VDisp 2 = X 2 .(I 2 ) = 2.π . f .LDisp 2 .(I 2 ) = 2.π . f .N 2 .φ2 Volts

Noções Fundamentais de Transformador 11 de 148


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1.8 MODELO MATEMÁTICO DE TRANSFORMADOR

Pode-se agora montar o modelo matemático do transformador, considerando todos os


aspectos vistos até agora, mais as perdas por calor.

R1 j X1 R2 j X2
I1 I2

iexc+I1 iperda imag

V1 Rp j Xm e1 e2
V2

N1:N2
Ideal

Figura 1.8 – Modelo Matemático de Transformador

R1 = representa as perdas por calor no enrolamento 1

R2 = representa as perdas por calor no enrolamento 2

Rp = representa as perdas por calor no núcleo

j.Xm = representa o circuito magnético mútuo

j.X1 = representa o fluxo disperso no enrolamento primário

j.X2 = representa o fluxo disperso no enrolamento secundário

1.9 POLARIDADE

É a marcação (uma marca ou uma identificação padronizada) que mostra a referência


(modo de enrolar) daquele enrolamento. Por exemplo:

H1 Y1

Y2
H2

Figura 1.9 – Exemplos de identificação de polaridades

Noções Fundamentais de Transformador 12 de 148


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Considerando uma condição de carga, se a corrente em um dado instante entra pela


polaridade do enrolamento do lado da fonte, nesse mesmo instante a corrente do
enrolamento do lado da carga estará saindo pela polaridade. É a tradução prática do
conceito visto de compensação de ampères - espiras.

Quando num transformador, não se conhece (ou se deseja confirmar) as polaridades dos
enrolamentos, se faz o teste da polaridade:

Transformador
sob ensaio

V1 V2

Figura 1.10 – Esquema básico de teste de polaridade

Na figura acima, o voltímetro pode indicar o resultado de V1 + V2 ou o resultado de V1 – V2,


e assim pode-se determinar as polaridades:

Transformador Transformador
sob ensaio sob ensaio

V1 V2 V1 V2

Polaridade Polaridade
“aditiva” “subtrativa”

Figura 1.11 – Resultados possíveis do teste de polaridade

1.10 CONEXÃO TRIÂNGULO – ESTRELA DE TRANSFORMADOR TRIFÁSICO OU DE


BANCO DE TRANSFORMADORES

Exemplo com defasamento de + 30 graus, com o lado estrela adiantado com relação ao
lado delta (conexão Dy1 ou Yd11). Fisicamente as fases são conectadas conforme a figura
a seguir.

Noções Fundamentais de Transformador 13 de 148


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b
A

c
B

a
C

Esquematicamente:

A
a = (A - C)
B
b = (B - A)
C
c = (C - B)

Figura 1.12 – Conexão estrela - triângulo

Com base nas conexões físicas mostradas, pode-se compor o diagrama vetorial das
tensões de linha de ambos os lados:

+30o

c
B

Figura 1.13 – Vetores de tensões de linha para conexão estrela - triângulo

Noções Fundamentais de Transformador 14 de 148


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O mesmo transformador, com outras indicações de fases no lado triângulo, mantendo as


indicações no lado estrela, permitiria outras possibilidades de defasamento, conforme
mostra a tabela e figura a seguir:

Alternativa Defasamento (Lado Estrela com relação ao Lado Delta


1 (a-c) + 30 graus
2 + 150 graus
3 - 90 graus

Alternativa

3 2 1

b c a A

c a b B

a b c C

Figura 1.14 – Alternativas de identificação do lado delta

Mudando a conexão para – 30 graus, ao invés dos + 30 graus mostrados, haveria três
outras possibilidades de defasamento, como mostrado a seguir:

Alternativa invertendo o Delta Defasamento (Lado Estrela com relação ao Lado Delta
1 - 30 graus
2 - 150 graus
3 + 90 graus

1.11 ATERRAMENTO DE SISTEMA

1.11.1 SISTEMA ISOLADO

É um sistema onde não há ponto de terra através de neutro. Neste caso, quando uma fase
vai à terra (curto-circuito), a única corrente que aparece é decorrente de capacitâncias do
sistema (geralmente de cabos) que pode variar de miliampères a ampères.

A carga é sempre ligada entre fases, fazendo uso da tensão de linha. A carga não é
interrompida quando uma das fases de um sistema isolado vai a terra.

A figura a seguir ilustra um sistema isolado com curto circuito fase-terra:

Noções Fundamentais de Transformador 15 de 148


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Fonte Sistema Isolado

VC

VB
VA

Corrente de Terra
devido Capacitâncias

Operação Normal CC Fase-Terra

VB VC VB VC

VA
VA = 0

Figura 1.15 – Sistema Isolado. Curto-circuito de uma fase à terra.

Nestas condições, são mantidas inalteradas as tensões de linha (fase-fase), não havendo
diferença para a carga ligada. Mas, há deslocamento do neutro, como mostrado.

As tensões Fase – Neutro sofrem alterações. As fases não afetadas têm seu valor
aumentado em 3 vezes. Portanto, para a especificação de isolação fase – neutro de
sistema isolado adota-se a tensão de linha.

A corrente que surge é decorrente dos campos elétricos existentes, expressos através das
respectivas capacitâncias à terra. Geralmente, um relé de proteção não detecta essa
corrente, quando é pequena demais.

1.11.2 SISTEMA ATERRADO POR RESISTÊNCIA

É um sistema onde se provê ponto de terra através de neutro, para que haja corrente de
terra quando de curto-circuito fase-terra, viabilizando o uso de proteção de sobrecorrente.

Em sistemas industriais é comum o uso de resistências para aterramento, limitando a


corrente numa faixa entre 5 e 20% da corrente de curto-circuito trifásico desse mesmo
sistema. Usado em sistemas industriais de média tensão.

Neste caso, quando uma fase vai à terra (curto-circuito), aparecem não apenas as
decorrentes de capacitâncias do sistema, como também devido ao aterramento, como
mostra a figura a seguir:

Noções Fundamentais de Transformador 16 de 148


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Sistema Aterrado por Resistência

Fonte
VC

VB

VA

Operação Normal CC Fase-Terra

VB VC VB VC

VA = 0

VA

Figura 1.16 – Sistema Aterrado por Resistência. Curto-circuito de uma fase à terra.

As tensões de linha (fase-fase) e de fase (fase-neutro) são alteradas. Há deslocamento do


neutro, como mostrado, menor que o caso de sistema isolado.

A corrente que tem condição de acionar uma função de sobrecorrente para fins de
proteção.

1.11.3 SISTEMA ATERRADO POR REATÂNCIA

Há também sistemas que são aterrados através de reatâncias moderadas, mas é mais
usado em BT – Baixa Tensão.

A reatância para aterramento em MT – Média Tensão para limitar a corrente de terra não
é, geralmente, utilizada devido a problemas de transitórios de tensão que podem ser muito
altos.

1.11.4 SISTEMA SOLIDAMENTE ATERRADO

É um sistema onde se provê ponto de terra através de neutro solidamente aterrado, para
que haja plena corrente de terra quando de curto-circuito fase-terra, viabilizando ainda
mais o uso de proteção de sobrecorrente.

Utilizado, geralmente, em sistemas de distribuição de energia elétrica, com longas


extensões onde a corrente de terra é essencial para detectar falta à terra.

Noções Fundamentais de Transformador 17 de 148


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A figura a seguir mostra o caso:

Sistema Solidadmente Aterrado

Fonte
VC

VB

VA

Operação Normal CC Fase-Terra


VB VC
VB VC

VA = 0

VA

Figura 1.17 – Sistema Solidamente Aterrado. Curto-circuito de uma fase à terra.

Neste caso, se o curto-circuito é rígido, não há deslocamento de neutro. A corrente de terra


será a máxima possível para a configuração, limitada pelas impedâncias do sistema
elétrico e dos equipamentos no caminho da corrente.

1.11.5 TRANSFORMADOR DE ATERRAMENTO

As vezes o transformador supridor tem conexão delta no lado da carga, configurando um


sistema isolado, mas pode-se desejar que haja fonte de terra no sistema para viabilizar
proteção para faltas a terra.

Será visto, posteriormente, que num sistema isolado, pode-se detectar uma falta fase-terra
com muita facilidade, mas não se pode detectar com facilidade o local da ocorrência dessa
falta. Assim sendo o aterramento pode-se tornar necessário.

Um transformador de aterramento tem a finalidade de prover FONTE DE TERRA para um


sistema originalmente isolado, tornando-o aterrado.

Deve caracterizar-se como sendo uma FONTE DE SEQÜÊNCIA ZERO, isto é, deve
atender a duas condições essenciais:

a) Ter caminho físico para a corrente de terra (conexão estrela aterrada ligada ao
sistema).

Noções Fundamentais de Transformador 18 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

b) Ter enrolamento ou conexão para compensação de ampères x espiras para a corrente


de terra ( 3 x I0).

Há dois tipos de transformador de aterramento:

• Transformador Estrela Aterrada – Triângulo.

O transformador é conectado ao sistema através do seu enrolamento estrela aterrada. O


enrolamento em triângulo serve para compensação de ampères x espiras:

I0 I0 I0

Corrente de terra:
3. I0

I0 I0 I0

Figura 1.18 – Transformador de aterramento Estrela Aterrada - Delta

Note que, caso aberto o delta, não haverá compensação e não mais haverá corrente de
terra por este transformador apesar da conexão estrela aterrada.

Noções Fundamentais de Transformador 19 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

• Transformador Zig-Zag

O transformador “zig-zag” é um especialmente preparado para servir de fonte de terra. Isto


é, a conexão “zig-zag” tem como finalidade a compensação ampères x espiras de três
corrente iguais, uma em cada fase (corrente de terra):

I0 I0 I0

Corrente de terra:
3. I0

I0 I0 I0

b1

c2

a2

b2 c1
a1

Figura 1.19 – Transformador de aterramento “Zig – Zag”

Noções Fundamentais de Transformador 20 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

2. REPRESENTAÇÃO DE SISTEMAS DE POTÊNCIA

2.1 DIAGRAMA UNIFILAR

A finalidade de um diagrama unifilar é fornecer, de maneira concisa, os dados significativos


de um sistema elétrico de potência. Deve apresentar informações na quantidade e
qualidade necessárias, sempre orientadas para o estudo ou o problema em análise.

TIPO DE ESTUDO INFORMAÇÕES NO DIAGRAMA


FLUXO DE POTÊNCIA - Identificação das barras
- Impedâncias das linhas e transformadores
(seq. +)
- Admitância shunt de linhas longas
- Taps dos transformadores
- Potências ativas e reativas, ou potência ativa
em barras determinadas
- Dados para cálculo de valores por unidade
CURTO-CIRCUITO - Identificação das barras
- Impedâncias das linhas e transformadores
(seq. + e seq. 0)
- Admitância shunt de linhas longas (seq. + e
seq. 0)
- Tipos de conexão de transformadores
- Impedâncias de geradores (subtransitórias e
seq. 0)
- Dados para cálculo de valores por unidade
(potências, tensões nominais, etc.) de
impedâncias de linhas, transformadores,
geradores, reatores, etc.
ESTABILIDADE - Identificação das barras
- Impedâncias das linhas e transformadores
(seq. + )
- Admitância shunt de linhas longas (seq. +)
- Impedâncias de geradores (transitórias)
- Dados para cálculo de valores por unidade
- Constantes de inércia de máquinas
- Características dos sistemas de excitação e
reguladores de velocidade de máquinas
- Informações sobre disjuntores e relés de
proteção

Representação de Sistemas 21 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

PROTEÇÃO - Relações de transformação e classe de


exatidão de TC’s e TP’s
- Impedâncias de seqüência positiva e zero de
linhas
- Impedâncias de seqüência positiva e zero de
transformadores e suas conexões
- Tipos básicos de proteção
- TC’s auxiliares
- Disjuntores
- Etc.

Evidentemente, existe uma grande variação entre diagramas unifilares, dependendo da


finalidade dos mesmos. Mesmo dentro de uma única finalidade, a quantidade e qualidade
das informações varia muito, dependendo do estudo e do autor. Porém, a regra é única:
máximo de informações com máximo de simplicidade.

TR1 TR4

G1 M

1 5

TR5 4 6
2
G2 3 7
8
TR2
TR6

G3

9
TR3 10

Figura 2.1 – Exemplo de Diagrama Unifilar para Estudo de Curto-Circuito

Dados:

Geradores / Motores: potência nominal, tensão nominal, X”d, X0

Transformadores: potência nominal, tensões nominais, reatâncias de dispersão, de


seqüência positiva e zero.

Linhas: Impedâncias (R + j.X) e Admitâncias capacitivas (Yc), de seqüência positiva e


zero.

Representação de Sistemas 22 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

2.2 DIAGRAMA DE IMPEDÂNCIAS

2.2.1 Finalidade

A análise do comportamento de um sistema de potência é baseado em cálculos,


atualmente com ampla utilização de computadores digitais. Para possibilitar o cálculo
matemático há necessidade de modelos, ou melhor, de circuitos equivalentes de
sistemas que possam representar, da melhor maneira possível, o comportamento desses
sistemas ou parte desses sistemas.

O diagrama de impedâncias, com os valores p.u. (por unidade) das impedâncias é básico
para esses cálculos.

2.2.2 Fundamento

No estudo de circuitos elétricos polifásicos através de circuitos equivalentes, a


consideração inicial é supor o sistema equilibrado. Nessas condições, pode-se fazer a
modelagem e o estudo de apenas uma das fases, sabendo-se implicitamente que as
condições nas outras fases são as mesmas, a menos do defasamento angular constante
entre fases, considerando ainda uma situação de regime permanente com freqüência
constante.

Nos sistemas trifásicos representa-se, então, apenas uma das fases, com o retorno
através de um fio neutro (ideal). Como num sistema trifásico equilibrado:

Ia + Ib + Ic = 0

Observa-se, que na realidade, não há corrente pelo citado “fio neutro”. Assim, a eventual
impedância deste retorno não é representada.

Para se representar uma situação desequilibrada, de um sistema trifásico, faz-se o


desmembramento do sistema trifásico real em três outros sistemas, cada um deles trifásico
e cada um deles equilibrado, através da teoria de componentes simétricos. Assim,
pode-se fazer uma representação monofásica para cada um desses sistemas equilibrados,
representando, no conjunto, uma situação desequilibrada.

SISTEMA TRIFÁSICO TRIFÁSICO TRIFÁSICO TRIFÁSICO


= EQUILIBRADO + EQUILIBRADO + EQUILIBRADO
DESIQUILIBRADO Seqüência (+) Seqüência (-) Seqüência (0)

Assim, os circuitos equivalentes são representações monofásicas de circuitos


trifásicos.

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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

2.2.3 Circuitos Equivalentes para Linhas de Transmissão (seqüência positiva)

R jX

Z = R + j.X

Figura 2.2 – Linhas Curtas (Até aproximadamente 80 km)

R jX

- 2.j XC - 2.j XC

Figura 2.3 – Linhas Médias (Até aproximadamente 200 km) – Modelo Pi

Z = R + j.X

X c = reatância capacitiva (shunt) total da linha

1 1
XC = =
2.π . f .C YC

Para Linhas de Transmissão Longas

Para as linhas longas, a representação torna-se mais complexa. Pode-se, entretanto, fazer
um modelo Π equivalente (como para as linhas médias) com os valores Z e Yc corrigidos:

senh( γ .l )
Z ' ( corrigido ) = Z .
γ .l

tanh(γ . l )
Yc' (corrigido) = YC 2
l
γ. 2

Onde, l = comprimento da linha de transmissão (km)

γ = y. z y = Admitância shunt por km z = Impedância série por km (r + jx)

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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

2.2.4 Circuito Equivalente para Transformador de 2 enrolamentos

Uma representação relativamente completa para um transformador de dois enrolamentos é


mostrada na figura a seguir.

R1 j X1 R2 j X2

j XM
Rp

N1:N2
Ideal

Figura 2.4 – Circuito Equivalente de um Transformador de Dois Enrolamentos

Onde:

R1, R2 = Resistências representando as perdas nos enrolamentos 1 e 2 (perdas no cobre),


em ohms.

X1, X2 = Reatâncias representando os fluxos dispersos nos enrolamentos 1 e 2, em ohms.

Xm = Reatância de magnetização (representando o fluxo no núcleo), em ohms.

Rp = Resistência representando as perdas no núcleo (perdas no ferro), em ohms.

Essas resistências e reatâncias indutivas podem ser representadas em um dos lados do


transformador:

R1+[N1/N2]2.R2 j (X1+[N1/N2]2.X2)

j XM
Rp

N1:N2
Ideal

Figura 2.5 – Circuito Equivalente visto do Lado Primário

Esta representação, entretanto, é demasiadamente complicada para aplicação nos


cálculos para o sistema de potência. É de senso comum e tecnicamente aceitável e
desejável a simplificação deste modelo.

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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Representação Simplificada

R1, R2 e Rp = desprezados, para transformadores de potência

Xm = considerado infinito (corrente de magnetização desprezível com relação à corrente de carga.

j (X1+[N1/N2]2.X2)

N1:N2
Ideal

Figura 2.6 – Circuito Equivalente Simplificado, visto do Lado Primário

Ou, visto do outro lado:

j (X2+[N2/N1]2.X1)

N1:N2
Ideal

Figura 2.7 – Circuito Equivalente Simplificado, visto do Lado Secundário

Ensaio de curto-circuito

As reatâncias indicadas anteriormente podem ser medidas através do ensaio de curto-


circuito como o mostrado na figura a seguir.

Icc2
Icc1

CURTO-
TRAFO TRIFÁSICO CIRCUITO

FONTE
TRIFÁSICA

Figura 2.8 – Ensaio de curto-circuito em transformador trifásico

Representação de Sistemas 26 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Neste ensaio, aplica-se uma tensão Vcc1 para que se tenha corrente nominal do
transformador, isto é:

Icc1 = Inom 1 e Icc2 = Inom 2

j (X1+[N1/N2]2.X2)

Icc1 Icc2 Curto-


Vcc1
circuito

N1:N2
Ideal

Figura 2.9 – Ensaio de curto-circuito pelo lado primário

Vcc1
Xcc1 = [X1 + (N1/N2) .X2] = 2 3 ohms (visto do lado 1)
Inom1

Caso o ensaio de curto-circuito seja feito pelo outro lado do Transformador, teríamos:

j (X2+[N2/N1] 2.X1 )

Curto- Icc1 Icc2


circuito Vcc2

N1:N2
Ideal

Figura 2.10 – Ensaio de curto-circuito pelo lado secundário

Vcc 2
Xcc2 = [X2 + (N2/N1) .X1] = 2 3 ohms (visto do lado 2)
Inom 2

Valor Percentual da Reatância

Nota-se que os valores Xcc1 e Xcc2 são valores em ohms, numericamente diferentes.
Ambos representam a impedância de dispersão total do transformador, referidos a lados
diferentes.

Para se evitar dois valores, a impedância do transformador é indicada em valor


PERCENTUAL (%). Este valor (%) é único para o transformador de dois enrolamentos,
independente do lado.

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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Todo valor percentual tem como referência uma BASE. Neste caso, esta base dever ter a
dimensão de impedância (ohms). Para um transformador, toma-se como BASE seus
valores nominais. Assim,
2
Zbase = kVnominal / MVAnominal (ohms)

2
Zbase(lado1) = kV1 /MVAnominal = [ (Vnom1 / 3 ) / Inom1]
2
Zbase(lado2) = kV2 /MVAnominal = [ (Vnom2 / 3 ) / Inom2]

E os valores Xcc1 e Xcc2 podem ser calculados, agora, com relação às respectivas bases:

Xcc1 (%) = [ Xcc1 (ohms) / Zbase1 ] x 100 %

Xcc2 (%) = [ Xcc2 (ohms) / Zbase2 ] x 100 %

Pode-se provar que:

Xcc1 (%) = Xcc2 (%) valor percentual da impedância do transformador.

Xcc1(%) =
Xcc1(ohms ) x100
=
Xcc1x100
=
(N 2 / N1) xXcc1x100
2
=
Zbase1 Vnom1 3 2 Vnom1 3
( N 2 / N1) x
Inom1 Inom1

Xcc 2 x100 Xcc 2 x100


= = = Xcc 2(%)
( N 2 / N1).Vnom1 Vnom2 / Inom2. 3
( N1 / N 2). 3.Inom1

Diagrama de Impedância do Transformador em p.u.

Finalmente, como Xcc1 (%) = Xcc2 (%), pode-se representar um transformador de dois
enrolamentos através da sua impedância percentual (ou p.u. = % / 100):

j X (% ou pu)

Figura 2.11 – Circuito Equivalente de Transformador de Potência de Dois Enrolamentos

Representação de Sistemas 28 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

O modelo anterior vale para transformadores de potência.

Para transformadores de menor potência (transformadores industriais e de distribuição),


não se pode desprezar o valor da resistência. Então, o modelo será:

R (pu ou %) j X (pu ou %)

Figura 2.12 – Circuito Equivalente de Transformador de Distribuição de Dois Enrolamentos

2.2.5 Circuito Equivalente para Transformador de 3 enrolamentos

Um transformador de 3 enrolamentos apresenta tem 3 enrolamentos por fase, com 3 níveis


de tensão:

Lado t

Lado p Lado s

Neste caso é como se existissem três transformadores de dois enrolamentos cada:

Lado p Lado s + Lado p Lado t + Lado s Lado t

Xps (pu ou %) Xpt (pu ou %) Xst (pu ou %)

Figura 2.13 – Unifilar de Transformador de Três Enrolamentos

Os valores Xps, Xpt e Xst são determinados através de ensaios de curto-circuito, par a par.

Consequentemente, haverá 3 reatâncias percentuais: Xps (%), Xpt (%) e Xst (%). Esses
valores são referidos a uma mesma potência base:
2
Zbase(p) = kVnom(p) /MVAbase
2
Zbase(s) = kVnom(s) /MVAbase

Representação de Sistemas 29 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

2
Zbase(t) = kVnom(t) / MVAbase

E a representação deste transformador de 3 enrolamentos será:

j Xp j Xs

p s

t
j Xt

Xp + Xs = Xps Xp + Xt = Xpt Xs + Xt = Xst

Figura 2.14 – Circuito Equivalente de Transformador de Três Enrolamentos

Ou:
Xp = ½ (Xps + Xpt – Xst)
Xs = ½ (Xps + Xst – Xpt)
Xt = ½ (Xpt + Xst – Xps)

2.2.6 Circuito Equivalente para Geradores e Motores Síncronos

Um problema importante na determinação das impedâncias seqüenciais de um sistema de


potência refere-se às impedâncias de máquinas. O problema é especialmente difícil pois
as máquinas rotativas são dispositivos bastante complexos para serem descritos
matematicamente, com muitos aspectos a considerar como: velocidade, grau de
saturação, linearidade do circuito magnético e outros fenômenos.

Uma máquina síncrona é as vezes denominada “circuito dinâmico” devido ao fato de ser
constituída de circuitos que estão em movimento entre si, de modo que a impedância vista
por correntes entrando ou saindo de seus terminais muda constantemente. Assim as
indutâncias vistas do ponto de vista do estator variam com o tempo.

Para que os cálculos sejam simplificados, há um método matemático que transforma


valores vistos do lado do estator em valores vistos do lado rotor, denominado
“Transformação de Park” ou método “0-d-q”. Através desse método, as indutâncias que
eram tão complicadas, variando no tempo, são transformadas em constantes.

Para se modelar uma máquina para estudos de curto-circuito ou fluxo de potência, o


circuito equivalente dessa máquina é estabelecido, através da análise de diagramas
fasoriais decorrentes de grandezas derivadas da Transformação de Park.

As constantes típicas (0-d-q) de uma máquina síncrona é mostrada na tabela a seguir:

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Turbo geradores (rotor Geradores hidráulicos Compensador Síncrono Motor Síncrono (Uso
sólido) (com amortecedores) # Geral)
REATÂNC. (p.u.) Baixo Médio Alto Baixo Médio Alto Baixo Médio Alto Baixo Médio Alto
xd 0.95 1.10 1.45 0.60 1.15 1.45 1.5 1.80 2.20 0.80 1.2 1.50
Xq 0.92 1.08 1.42 0.40 0.75 1 0.95 1.15 1.40 0.60 0.90 1.10
X’d 0.12 0.23 0.28 0.20 0.37 0.50 0.30 0.40 0.60 0.25 0.35 0.45
X’q 0.12 0.23 0.28 0.40 0.75 1.00 0.95 1.15 1.40 0.60 0.90 1.10
X’’d 0.07 0.012 0.17 0.13 0.24 0.35 0.18 0.25 0.38 0.20 0.30 0.40
X’’q 0.10 0.15 0.20 0.23 0.34 0.45 0.23 0.30 0.43 0.30 0.40 0.50
Xp 0.07 0.14 0.21 0.17 0.32 0.40 0.23 0.34 0.45
X2 0.07 0.12 0.17 0.13 0.24 0.35 0.17 0.24 0.37 0.25 0.35 0.45
X0 * 0.01 0.10 0.02 0.21 0.03 0.15 0.04 0.27
RESIST. (p.u.)

ra (dc) 0.0015 0.005 0.003 0.020 0.002 0.015


r (ac) 0.003 0.008 0.003 0.015 0.004 0.010
r2 0.025 0.045 0.012 0.200 0.025 0.070
Cte. Tempo (s)

τ’d0 2.8 5.6 9.2 1.5 5.6 9.5 6.0 9.0 11.5

τ ’d 0.4 1.1 1.8 0.5 1.8 3.3 1.2 2.0 2.8

τ’’d =τ’’q 0.02 0.035 0.05 0.01 0.035 0.05 0.02 0.035 0.05

τ ’a 0.04 0.16 0.35 0.03 0.15 0.25 0.1 0.17 0.3

Notas:

# Para geradores hidráulicos sem enrolamentos amortecedores, o X0 é como mostrado,


sendo que:

X’’d = 0.85 X’d X’’q = X’q = Xq X2 = (X’d + Xq) / 2

* X0 varia de 0.15 a 0.60 de X’’d, dependendo do passo do enrolamento.

Fonte: “Analysis of Faulted Power Systems” – Chapter 6 – Paul M. Anderson.

Terminologia:

xd = reatância síncrona de eixo direto.


xq = reatância síncrona de eixo em quadratura.
x'd = reatância síncrona transitória de eixo direto.
x'q = reatância síncrona transitória de eixo em quadratura.
x'’d = reatância síncrona subtransitória de eixo direto.
x'’q = reatância síncrona subtransitória de eixo em quadratura.

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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Xp = reatância
X2 = reatância de sequência negativa.
X0 = reatância de seqüência zero.

τ’’d =τ’’q = constantes de tempo do período subtransitório


τ’d = constante de tempo do eixo direto – período transitório (armadura curto-
circuitada.
τ’d0 = constante de tempo do eixo direto – período transitório (armadura aberta).
τ’a = constante de tempo da armadura.

Períodos transitório e subtransitório:

a
tempo

Figura 2.15A – Componente AC de corrente de curto circuito aplicado aos terminais de uma
máquina síncrona – Períodos subtransitório e transitório

Se um curto circuito é aplicado a uma máquina em vazio, aparece uma corrente como o
mostrado na figura 2.15A (mostrada sem a componente dc). A corrente tem um alto valor
inicial (0 – c) que decai em alguns ciclos para uma outra faixa com menor taxa de queda (0
– b). Com o tempo a corrente se estabiliza num valor (0-a) – em regime de curto.

O período inicial é denominado subtransitório, com as constantes de tempo τ’’ no período


subtransitório e τ’ no período transitório.

Não é objetivo desta apostila explicar as constantes da máquina síncrona. Procura-se


apenas mostrar o circuito equivalente para cálculos de curto-circuito envolvendo máquinas
síncronas.

Para proteção e para equipamentos costuma-se calcular a corrente no período


subtransitório.

Representação de Sistemas 32 de 148


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Uma máquina síncrona pode, então, ser representada por:

j Xd” ou j Xd’

Figura 2.15 – Circuito Equivalente de uma Máquina Síncrona

Onde os valores X”d e X’d são as reatâncias subtransitória e transitória respectivamente.


Um ou outro valor deve ser utilizado, dependendo do tipo de cálculo que se deseja. Para
curto-circuito utiliza-se X”d. Para estudos de estabilidade, X’d.

O diagrama acima está desprezando a resistência. Se esse valor for significativo, pode-se
incluir no modelo

2.2.7 Circuito Equivalente para Motores de Indução

Quando se aplica um curto-circuito nos terminais de um motor de indução há a remoção da


fonte de alimentação e seu campo decai muito rapidamente. A literatura mostra que essa
queda ocorre com uma constante de tempo aproximada de:

τ R = ( X s + X r )ω .R Onde:
1 R

Xs = reatância do estator.
Xr = reatância do rotor (com o rotor bloqueado)
Rr = resistência do rotor.
w1 = velocidade síncrona em radianos por segundo.

Esta constante de tempo é, em geral muito pequena (menor que 1 ciclo em 60 Hz).

Então o motor de indução pode e deve ser considerado no período subtransitório, através
do modelo:

j (Xs + Xr)

Em

Figura 2.15B – Circuito Equivalente de um Motor de Indução

Representação de Sistemas 33 de 148


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2.2.8 O Diagrama de Impedâncias do Sistema

Baseado no diagrama unifilar e conhecendo os circuitos equivalentes de cada elemento do


Sistema de Potência, pode-se montar o chamado diagrama de impedâncias. Por exemplo,
para o sistema a seguir:

E A
G1 TR1
B C
TR3
LT

G2 F
TR2 D

A B C
j Xd” E jX R jX
j Xb j Xc

j Xd” jX
j Xd”

j Xd
F j Yc / 2 j Yc / 2 D

Figura 2.16 – Diagrama Unifilar e respectivo Diagrama de Impedâncias

O diagrama de impedâncias mostrado é para condições equilibradas (diagrama de


seqüência positiva - a teoria de componentes simétricos será vista posteriormente).

Representação de Sistemas 34 de 148


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3. GRANDEZAS POR UNIDADE

3.1 INTRODUÇÃO

Para a resolução de um circuito elétrico simples já existe um certo grau de dificuldade se o


mesmo apresenta um ou mais transformadores. Mesmo com um transformador, há
necessidade de referir as impedâncias do sistema a um dos lados do transformador
(lembrando que a impedância vista de um lado é igual à impedância do outro lado
multiplicada pela relação de transformação ao quadrado). Ainda, num sistema trifásico
equilibrado há o fator 3 que relaciona tensões de linha (fase-fase) com tensões de fase
(fase-neutro), bem como as correntes de linha com as correntes de fase (dentro de um
triângulo).

Com a representação das tensões, correntes, potências e impedâncias de um Sistema


Elétrico em valores p. u. (“por unidade”), referidos a BASES (referências) previamente
adotadas para cada grandeza, aquelas dificuldades desaparecem, simplificando
radicalmente os cálculos para um determinado estudo, mesmo para sistemas bastante
grandes (centenas ou milhares de nós). Essa ferramenta de representação associada à
teoria de circuitos elétricos e à matemática matricial permite o uso de computadores para o
cálculo de circuitos elétricos de grande tamanho e complexidade.

Para se calcular o valor p.u. de uma grandeza, tem-se a seguinte expressão básica:

ValorDeFato
Valor _ p.u. =
ValorDaBase Re spectiva

O valor percentual é o valor p.u. multiplicado por 100.

Por exemplo:

a) Uma tensão de 207 Volts numa base de Vbase = 220 V

207 / 220 = 0,941 pu de tensão

b) Uma potência aparente de 80 MVA numa base de 100 MVA

80 / 100 = 0,8 pu de potência aparente

c) Uma potência de 50 MW + j80 MVAr numa base de 100 MVA

(50 + j80) / 100 = 0,5 + j0,8 pu de potência

d) Uma impedância de 30 + j70 ohms numa base de 100 ohms

(30 + j70) / 100 = 0,3 + j0,7 pu de impedância

e) Uma corrente de 1000 A numa base de 4183 A

Grandezas por Unidade 35 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

1000 / 4183 = 0,239 pu de corrente

3.2 BASE NUM PONTO DO SISTEMA ELÉTRICO

A fixação das BASES para um determinado estudo é arbitrária, levando-se em


consideração as relações básicas entre as grandezas elétricas que são:

- Potência / Tensão = Corrente

- Tensão / Corrente = Impedância.

Das duas relações acima, chega-se a:


2
- (Tensão) / Potência = Impedância

Isto é, há quatro grandezas relacionadas em duas expressões básicas. Pode-se, então,


fixar arbitrariamente (num dado ponto do sistema elétrico delimitado por transformadores)
duas das grandezas.

Assim, as BASES para as duas grandezas restantes serão calculadas através das
relações básicas. Deve-se notar que para sistemas monofásicos ou trifásicos, o termo
corrente corresponde à corrente de linha, o termo tensão corresponde à tensão fase-neutro
e o termo potência corresponde à potência de uma fase.

Exemplo:

Num dado trecho do sistema elétrico de potência trifásico, escolhe-se arbitrariamente as


seguintes bases:

Pbase = 100 MVA trifásico = 100.000 / 3 MVA por fase (adotado)

Vbase = 138 kV de linha = 138 kV fase para neutro (adotado)


3
2
⎡138000 ⎤
⎢ 3 ⎥⎦
Zbase = ⎣
138 2
Donde: = = 190,44 ohms por fase (calculado)
100000000 100
3

100000
Ibase = 3 = 100000 = 418,38 A de linha (calculado)
138 3 x138
3

Assim, para um dado ponto (trecho delimitado por transformadores) num sistema trifásico
pode-se adotar as seguintes fórmulas:

Dados: kVBase (tensão de linha) e MVABase (potência trifásica)

Grandezas por Unidade 36 de 148


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Calcula-se:

kVBase 2 kVABase
Zbasse = ohms IBase = Amperes
MVABase 3 xkVBase

3.3 ESCOLHA DE BASES PARA UM SISTEMA ELÉTRICO

Para todo o sistema elétrico adota-se o seguinte roteiro:

a) Escolhe-se uma Potência Trifásica Base arbitrária, que é válida para todo o sistema
elétrico de potência (Nota: costuma-se adotar 100 MVA).

b) Escolhe-se uma Tensão de Linha Base para um dado trecho do Sistema. As tensões
de base em outros trechos se relacionam-se à essa base através das relações de
transformação nominais dos transformadores de interligação dos trechos. (Nota:
costuma-se adotar a tensão Nominal de Operação do trecho).

c) Para cada trecho, tem-se então a Potência Base e a Tensão Base. Para cada trecho
calcula-se a Impedância Base e a Corrente Base, pelas fórmulas anteriores.

Exemplo:

Dado o sistema abaixo, determinar as bases de impedância e de corrente em cada


trecho, adotando-se uma base de potência de 100 MVA (válido para todo o sistema) e
base de tensão de 138 kV no trecho da LT:

TR1 - 35 MVA (Trifásico) TR2 - 35 MVA (Trifásico)


13,2 / 115 kV 115 / 13,2 kV
x = 10% x = 10%
M1
20 MVA - 12,5 kV
A B x”d = 20%
jX = j80 ohms

LT M2
C 10 MVA -12,5 kV
G
D x”d = 10%
30 MVA - 13,8 kV
x”d = 15%

Figura 3.1 – Diagrama Unifilar de Sistema Exemplo

Verifica-se os transformadores têm as seguintes relações de transformação:

Transformador Relação (tensões de linha) Relação


TR1 13,2 / 115 1:8,712
TR2 115 / 13,2 8,712:1

Grandezas por Unidade 37 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Escolha das BASES:

Trecho do Trecho da LT Trecho dos


Gerador Motores
Bases Base de 100 MVA *
ADOTADAS Potência
(*arbitrárias)
Base de Tensão 138 / 8,712 = 138 kV * 138 / 8,712 = 15,84
(kV) de linha 15,84 kV kV
Bases Base de 3.645 418,38 3.645
CALCULADAS Corrente (A) de
como linha
conseqüência
Base de 2,509 190,44 2,509
Impedância (Ω)

MVABase = 100 MVA

KVABase = 100.000 kVA

Base de Impedância = (kVBase)2 / MVABase

Base de Corrente = KVABase / (√3 x kVBase)

Nota-se que as bases de tensão em cada trecho são determinadas pelas relações
nominais de transformação dos transformadores, a partir da base inicial adotada
(138 kV) na Linha de Transmissão.

Tendo-se as bases de tensão em cada trecho e a base de potência que é válida


para todo o sistema, usa-se as fórmulas mostradas para calcular as bases de
corrente e de impedância em cada trecho.

3.4 DIAGRAMA DE IMPEDÂNCIAS EM P.U.

Para o mesmo sistema do exemplo anterior, uma vez que as bases em cada trecho já
foram calculadas, calcular as impedâncias em p.u. (por unidade) de todos os
componentes, montando o diagrama de impedâncias em p.u. na base 100 MVA.

O seguinte roteiro deve ser adotado:

a) Com base dos dados nominais (“placa”) dos equipamentos, calcular suas impedâncias
em p.u. (por unidade) na base adotada para o estudo (100 MVA e 138 kV na LT).

b) Conhecidas as grandezas p.u. de todos os componentes do sistema, montar o


diagrama de impedâncias, tomando-se o cuidado de mostrar todas as barras (nós) do
sistema.

Grandezas por Unidade 38 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Para o Gerador:

X”d = 15% a 13,8 kV e 30 MVA (dados de “placa” – nominais)

Lembrando que,:

Valordefato(ohms)
x" d = pu Tem-se:
ZBase(ohms)
2
X”d = 0,15 x (13,8 / 30) ohms (valor de fato)

Impedância pu na BASE DO ESTUDO:

0,15 x13,8 2 2
Valordefato(ohms) 30 = 0,15 x 100 x 13,8 = 0,3795 pu
x" d = =
ZBasedoEstudo(ohms) 15,84 2 30 15,84 2
100

Para o TR1:

Escolhe-se um dos lados para o cálculo (pode ser qualquer, por exemplo o lado da LT).
2
X = 0,10 x (115 / 35) ohms (valor de fato)

Impedância pu na BASE DO ESTUDO:

0,10 x115 2 2
Valordefato(ohms ) 35 = 0,10 x 100 x 115 = 0,1984 pu
x= = 2
ZBasedoEstudo(ohms) 138 35 138 2
100

Se fosse utilizado o outro lado para os cálculos, teríamos o mesmo resultado:

0,10 x13,2 2 2
Valordefato(ohms) 35 = 0,10 x 100 x 13,2 = 0,1984 pu
x= =
ZBasedoEstudo(ohms) 15,84 2 35 15,84 2
100

Para a LT (Linha de Transmissão):

O valor dado já é o valor de fato: x = 80 ohms

Impedância pu na BASE DO ESTUDO:

Valordefato(ohms ) 80 8000
x= = 2
= = 0,42 pu
ZBasedoEstudo(ohms ) 138 138 2
100

Grandezas por Unidade 39 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Para o TR2:

Escolhe-se um dos lados para o cálculo (pode ser qualquer, por exemplo o lado da LT).
2
X = 0,10 x (115 / 35) ohms (valor de fato)

Impedância pu na BASE DO ESTUDO:

0,10 x115 2 2
Valordefato(ohms ) 35 = 0,10 x 100 x 115 = 0,1984 pu
x= = 2
ZBasedoEstudo(ohms) 138 35 138 2
100

Para o M1:
2
X”d = 0,20 x (12,5 / 20) ohms (valor de fato)

Impedância pu na BASE DO ESTUDO:

0,20 x12,5 2 2
Valordefato(ohms) 20 = 0,20 x 100 x 12,5 = 0,6227 pu
x= =
ZBasedoEstudo(ohms) 15,84 2 20 15,84 2
100

Para o M2:
2
X”d = 0,10 x (12,5 / 10) ohms (valor de fato)

Impedância pu na BASE DO ESTUDO:

Valordefato(ohms) 0,10 x 12,5 2


x= = 10 = 0,10 x 100 x 12,5 = 0,6227 pu
ZBasedoEstudo(ohms) 15,84 2 10 15,84 2
100

Pode-se agora montar o diagrama de impedâncias em p.u. na base 100 MVA e 138 kV na
LT. Trata-se do diagrama de “seqüência positiva” que representa um sistema trifásico
equilibrado:

A B C D
j 0,3795 j 0,1984 j 0,42 j 0,1984 j 0,6227

j 0,6227

Figura 3.2 – Diagrama de Impedâncias em pu na Base do Estudo

Grandezas por Unidade 40 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

3.5 CÁLCULO DE IMPEDÂNCIAS P.U. DE UM TRANSFORMADOR DE TRÊS


ENROLAMENTOS NUMA DADA BASE DE ESTUDO

Roteiro

Um transformador de três enrolamentos tem potências nominais para cada enrolamento.


Por exemplo:

440/138/13,8 kV
p s p s t
189/150/50 MVA

Figura 3.3– Transformador de três enrolamentos

Observa-se que o enrolamento primário tem potência de 189 MVA enquanto que o
secundário tem 150 MVA. Então, entre o primário e o secundário, a potência está limitada
pelo enrolamento secundário. A mesma coisa ocorre entre o primário e terciário (limitado
pelo terciário) e o secundário e terciário (limitado pelo terciário).

Através de ensaios de curto-circuito podem-se determinar as impedâncias Zps, Zpt e Zst. Os


mesmos podem ser expressos em % ou p.u. em bases de potência diferentes (dados de
placa).

Para a determinação do circuito equivalente:

Zp Zs

p s

t
Zt

Figura 3.4 – Diagrama de Impedâncias em pu na Base do Estudo

e a utilização do mesmo para cálculos, deve-se reduzir os valores à uma MESMA BASE
DE ESTUDO e determinar Zp, Zs, Zt. A seqüência de cálculos é a seguinte:

a) Zps (fato em ohms) = Zps (p.u. na base nominal) x Zbase (base nominal)

Zpt (fato em ohms) = Zpt (p.u. na base nominal) x Z’base (base nominal)

Zst (fato em ohms) = Zst (p.u. na base nominal) x Z’’base (base nominal)

Grandezas por Unidade 41 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Onde Zbase, Z’base e Z’’base são as eventuais bases de impedância, para bases de potência
diferentes (dados de placa – fabricante).

b) Zps (p.u. do estudo) = Zps (fato em ohms) / Zbase (estudo)

Zpt (p.u. do estudo) = Zpt (fato em ohms) / Z’base (estudo)

Zst (p.u. do estudo) = Zst (fato em ohms) / Z’’base (estudo)

Onde Zbase, Z’base e Z’’base (estudo) são as bases de impedância, na potência base adotada
para o estudo, dos lados dos transformadores.

c) Finalmente:

Zp = ½ (Zps + Zpt – Zst) pu

Zs = ½ (Zps + Zst - Zpt) pu

Zt = ½ (Zpt + Zst - Zps) pu

Valores estes que são utilizados no diagrama de impedâncias.

Exemplo:

Para o transformador de três enrolamentos, cujos valores de placa são mostrados a seguir,
calcular as impedâncias em p.u. numa base de estudo de 100 MVA e base de tensão de
69 kV no lado de Alta Tensão.

66 / 13,2 / 2,3 kV
p s p s t
10 / 7,5 / 5 MVA

Figura 3.5 – Exemplo de transformador de três enrolamentos

Desprezando-se as resistências, as impedâncias de dispersão são dadas pelo fabricante:

Zps = 7% numa base de 7,5 MVA – 66/13,2 kV

Zpt = 9% numa base de 5,0 MVA – 66/2,3 kV

Zst = 6% numa base de 5,0 MVA – 13,2/2,3 kV

Determinar as impedâncias p.u. do circuito equivalente de seqüência positiva, para uma


base de 100 MVA – 69 kV no lado p.

Grandezas por Unidade 42 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Solução:

Lado p Lado s Lado t


Base Nominal Tensão 66 13,2 2,3
Potência Dados do fabricante – Valores % numa potência
Base do Estudo Tensão 69 13,8 2,4
Potência 100 MVA

a) Valores em ohms (fato)

66 2
Z ps = 0,07 x ohms visto pelo lado p
7,5

2,3 2
Z pt = 0,09 x ohms visto pelo lado t
5,0

13,2 2
Z st = 0,06 x ohms visto pelo lado s
5,0

b) Valores em p.u. na base do estudo

66 2 2,3 2
0,07 x 0,09 x
7,5 5,0
Z ps = = 0,8539 pu Z pt = = 1,6531 pu
69 2 2,4 2

100 100

13,2 2
0,06 x
5,0
Z st = = 1,0979 pu
13,8 2
100

c) Valores em p.u. do diagrama de impedâncias

Z p = 1 ( Z ps + Z pt − Z st ) = 1 (0,8539 + 1,6531 − 1,0979) = 0,7045 pu


2 2

Z s = 1 ( Z ps + Z st − Z pt ) = 1 (0,8539 + 1,0979 − 1,6531) = 0,1493 pu


2 2

Z t = 1 ( Z pt + Z st − Z ps ) = 1 (1,6531 + 1,0979 − 0,8539) = 0,9485 pu


2 2

Grandezas por Unidade 43 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

3.6 EXEMPLO DE CÁLCULO COM DIAGRAMA DE IMPEDÂNCIAS EM P.U.

Dado o sistema descrito nos itens 3.3 e 3.4 anteriores e considerando que a tensão na
barra comum dos motores esteja em 13 kV (tensão de linha), com cada motor consumindo
10 MVA com f.p. = 0,9 (indutivo), determinar a tensão nos terminais do gerador.

Bases do Estudo

Trecho do Gerador Trecho da LT Trecho dos Motores


Base de Potência 100 MVA *
Base de Tensão (kV) de linha 138 / 8,712 = 15,84 kV 138 kV * 138 / 8,712 = 15,84 kV
Base de Corrente (A) de linha 3.645 418,38 3.645

Base de Impedância (Ω) 2,509 190,44 2,509

Nos motores

Vfato = 13 kV

Vm = 13 / 15,84 = 0,8207 /0o pu na base do estudo (trecho do motor)

Pfato = 10 MVA (cada motor)

Pm = 10/100 = 0,1 pu de potência na base do estudo (cada motor)

0,1
im = ∠ arccos 0,9 = 0,1218∠ − 25,8 o pu de corrente (cada motor)
0,8207

Para os dois motores: i2 m = 2 x0,1218∠ − 25,8 o = 0,2436∠ − 25,8 o pu de corrente

A B C D
j 0,3795 j 0,1984 j 0,42 j 0,1984

i (2 mot) = 0,2436 /-25,8o pu

vg = ? vm = 0,8207 /0o pu

Figura 3.6 – Diagrama p.u e Alimentação de Motores

Cálculos:

∆v = (j 0,1984 + j 0,42 + j 0,1984) x 0,2436 /-25,8o

∆v = 0,8168 /+90o x 0,2436 /-25,8o

Grandezas por Unidade 44 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

∆v = 0,1990 /+64,16o

vg = vm + ∆v

vg = 0,8207 /0o + 0,1990 /+64,16o

vg = 0,8207 + 0,0867 + j 0,1791 = 0,9074 + j 0,1791 = 0,9249 /+11,17o

Como a base de tensão no trecho do terminal do gerador é 15,84 kV, tem-se:

vg = 0,9249 /+11,17o x 15,84 = 14,65 /+11,17o kV de linha

Fator de potência nos terminais do gerador: Cos [-25,8 – 11,17)] = Cos –36,8 = 0,8 indutivo

Observa-se que o problema foi facilmente resolvido mesmo com a existência de dois
transformadores no circuito, com a utilização de grandezas p.u.

Grandezas por Unidade 45 de 148


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3.7 EXERCÍCIO PROPOSTO

Dado o sistema a seguir, calcular as impedâncias em p.u. e montar o diagrama (sequência


positiva) ma base de potência de 100 MVA e 400 kV na LT1.

Considerar a LT1 como longa. Assim, no modelo Pi, corrigir os parâmetros.

TR3
TR1

A1 B C D
LT1

G1 Reator
LT3

A2 E
H
TR5
I
G2
TR2 G F LT2

TR4

G1 = G2 TR1 = TR2 TR3 TR4 TR5

100 MVA 112 MVA 150/150/30 MVA 15 MVA 3X10 = 30 MVA


13,8 kV 13,8 / 400 kV 420/138/13,8 kV 13,8 / 0,22 kV 138 / 69 kV
X”d = 20% X = 10 % X=5% X = 5,5 %
Xpt = 20 % na base 30 MVA
Xst = 40% na base 30 MVA
Xps = 5% na base 150 MVA
p = barra C
s = barra D
t = barra E

LT1 Reator: LT2 LT3

r = 0,1 ohm / km 150 MVA x = 0,5 ohm / km x = 0,4 ohm / km


x = 0,3 ohm / km 400 kV l = 10 km l = 50 km
Xc = 0,18 Mohm.km
l = 300 km

Nota: Admitancia Shunt y = 1/Xc mho / km

Grandezas por Unidade 46 de 148


4. COMPONENTES SIMÉTRICOS

4.1 CONCEITO

Cálculos envolvendo circuitos elétricos polifásicos tornam-se mais simplificados para


sistemas EQUILIBRADOS, uma vez que os modelos (circuitos equivalentes) são feitos
monofásicos, sabendo-se implicitamente que as duas outras fases não representadas têm
o mesmo comportamento daquela fase representada, a menos dos defasamentos
angulares entre elas.

Para SISTEMAS TRIFÁSICOS DESBALANCEADOS os cálculos seriam demasiadamente


complicados caso se procurasse fazer modelo trifásico, analisando fase por fase e o
relacionamento entre elas.

Em 1918 foi desenvolvido um método de cálculo de circuitos polifásicos desbalanceados


pelo Dr. C. L. Fortescue, denominado “Método de Componentes Simétricos Aplicado à
Solução de Sistemas Polifásicos”.

Em resumo, o método consiste em decompor um sistema desequilibrado de N fases em N


sistemas de fasores equilibrados.

Um problema em análise poderia ser estudado e verificado dentro dos N sistemas e


finalmente recompondo os resultados para se obter o resultado final para o sistema
desequilibrado de N fases. No caso particular de sistema trifásico, ter-se-ia:

Componentes de
Sequência POSITIVA (que
é um sistema trifásico
equilibrado)

Componentes de
Sistema Trifásico Solução para o
Sequência NEGATIVA
desequilibrado a Sistema Trifásico
(que é um sistema trifásico
resolver desequilibrado.
equilibrado)

Componentes de
Sequência ZERO (que é
um sistema trifásico
equilibrado)

Aplicação de Fórmulas de Aplicação de Fórmulas de


Transformação Transformação

Figura 4.1 – Solução de Sistemas Desequilibrados

Componentes Simétricos 47 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Observa-se que dentro de cada seqüência (0, + ou -) há um sistema trifásico equilibrado,


podendo-se ter, para cada uma delas, um circuito equivalente monofásico:

Componentes de Impedâncias de seq. (+)


Sequência POSITIVA (que Tensões de seq. (+)
é um sistema trifásico Correntes de seq. (+)
equilibrado)

Componentes de Impedâncias de seq. (-)


Sequência NEGATIVA Tensões de seq. (-)
(que é um sistema trifásico Correntes de seq. (-)
equilibrado)

Componentes de Impedâncias de seq. (0)


Sequência ZERO (que é Tensões de seq. (0)
um sistema trifásico Correntes de seq. (0)
equilibrado)

Figura 4.2 – Cada seqüência é um sistema trifásico equilibrado

Esses circuitos seqüenciais estão inter-relacionados, e o relacionamento depende do


problema em análise no Sistema Desequilibrado.

Verifica-se mais adiante que para um sistema equilibrado, não há componentes de


seqüência zero ou negativa.

Componentes Simétricos 48 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

4.2 CARACTERÍSTICAS DOS COMPONENTES SIMÉTRICOS

A figura a seguir resume as características dos componentes seqüenciais:

ia0
Sequência Zero (0)
ib0
Sistema Trifásico
Fasores iguais (módulo e ângulo) nas três fases.
ic0

ia1

Sequência Positiva (1)

Sistema Trifásico
Fasores iguais em módulo e defasados 120 graus
Sequência de fases a, b, c (original do sistema)

ic1 ib1

ia2

Sequência Negativa (2)

Sistema Trifásico
Fasores iguais em módulo e defasados 120 graus
Sequência de fases c,b,a (inversa ao original)

ib2 ic2

Figura 4.3 – Características dos componentes simétricos

Conhecendo as características das seqüências, verifica-se que basta conhecer apenas


uma das fases de cada seqüência para se determinar as demais fases da mesma
seqüência.

EXEMPLO

Dados: ia0 = 5 /30o pu ia1 = 5 /30o pu ia2 = 5 /30o pu

Determinar os componentes simétricos das demais fases.

Pelas características dos componentes simétricos pode-se compor os seguintes vetores:

Componentes Simétricos 49 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

ic0

ib0
ic1 ia1 ib2 ia2
ia0
30o 30o 30o

ib1 ic2

Figura 4.4 – Exemplo. Dados os componentes de uma fase


determina-se os de outras fases

Assim, tem-se:

Na Fase b: Ib0 = 5 /30o pu ib1 = 5 /-90o pu ib2 = 5 /+150o pu

Na Fase c: Ic0 = 5 /30o pu ic1 = 5 /+150o pu ic2 = 5 /-90o pu

RELAÇÕES

Cada um dos fasores do conjunto desequilibrado original é igual à soma vetorial de seus
componentes:

ia = ia0 + ia1 + ia2

ib = ib0 + ib1 + ib2

ic = ic0 + ic1 + ic2

va = va0 + va1 + va2

vb = vb0 + vb1 + vb2

vc = vc0 + vc1 + vc2

Essas relações são FUNDAMENTAIS. A expressão matricial para essa relação é:

Componentes Simétricos 50 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

⎡Va ⎤ ⎡1 1 1 ⎤ ⎡Va 0 ⎤
⎢V ⎥ = ⎢1 a 2 a ⎥⎥ x ⎢⎢Va1 ⎥⎥
⎢ b⎥ ⎢
⎢⎣Vc ⎥⎦ ⎢⎣1 a a 2 ⎥⎦ ⎢⎣Va 2 ⎥⎦

Efetuando a multiplicação de matrizes, tem-se:

Va = Va 0 + Va1 + Va 2

Vb = Va 0 + a 2 .Va1 + a.Va 2 = Vb 0 + Vb1 + Vb 2

Vc = Va 0 + a.Va1 + a 2 .Va 2 = Vc 0 + Vc1 + Vc 2

onde a = 1/+120o

a2 = 1/-120o

são os chamados operadores vetoriais. Têm módulo 1 e quando multiplicam um vetor,


rodam esse vetor em 120 graus. Isto é:

- Qualquer fasor multiplicado por a tem como resultante um outro vetor de mesmo
módulo e defasado de +120 graus.

- Qualquer fasor multiplicado por a2 tem como resultante um outro vetor de mesmo
módulo e defasado de - 120 graus.

Assim,

vb1 = a2.va1 vc2 = a2.va2


vc1 = a.va1 vb2 = a.va2

va2
va1

Figura 4.5 – Uso do operador a

As expressões acima, para tensão, são válidas também para corrente.

RELAÇÃO INVERSA

Componentes Simétricos 51 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

A relação inversa, isto é, dados os valores de fase, pode-se calcular os componentes


simétricos através da expressão:

⎡Va 0 ⎤ ⎡1 1 1 ⎤ ⎡Va ⎤
⎢V ⎥ = 1 .⎢1 a a 2 ⎥⎥ x ⎢⎢Vb ⎥⎥
⎢ a1 ⎥ 3 ⎢
⎢⎣Va 2 ⎥⎦ ⎢⎣1 a 2 a ⎥⎦ ⎢⎣Vc ⎥⎦

Efetuando a multiplicação de matrizes, tem-se:

Va 0 = 1 .(Va + Vb + Vc )
3

(
Va1 = 1 Va + a.Vb + a 2 .Vc
3
)
(
Va 2 = 1 Va + a 2 .Vb + a.Vc
3
)
Conhecendo-se os componentes da fase a, pode-se determinar os das demais fases,
como já mostrado.

As expressões acima, para tensão, são válidas também para corrente.

EXERCÍCIO

Dados: Ia = 10 /0o A e Ib = 10 /180o A (Trifásico desequilibrado)

Determinar os componentes simétricos das fases a, b e c.

⎡I a0 ⎤ ⎡1 1 1 ⎤ ⎡ 10∠0 o ⎤
⎢ I ⎥ = 1 .⎢1 a ⎢ ⎥
⎢ a1 ⎥ 3 ⎢ a 2 ⎥⎥ x ⎢10∠180o ⎥
⎢⎣ I a 2 ⎥⎦ ⎢⎣1 a 2 a ⎥⎦ ⎢⎣ 0 ⎥

( )
I a 0 = 1 . 10∠0 o + 10∠180 o + 0 = 0
3

( ) (
I a1 = 1 10∠0 o + 1∠120 o x10∠180 o + 1∠ − 120 o x0 = 1 . 10∠0 o + 10∠ − 60 o
3 3
)
I a1 = 1 (10 + 10(0,5 − j.0,866)) = 1 .(15 − j.8,66) = 5 − j.2,898 = 5,755∠ − 30 o A
3 3

( ) (
I a 2 = 1 10∠0 o + 1∠ − 120 o x10∠180 o + 1∠120 o x0 = 1 . 10∠0 o + 10∠ + 60 o
3 3
)

Componentes Simétricos 52 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

I a 2 = 1 (10 + 10(0,5 + j.0,866)) = 1 .(15 + j.8,66) = 5 + j.2,898 = 5,755∠ + 30 o A


3 3

Conhecidos os componentes da fase a, pode-se determinar os das demais fases:

Ib2 Ia2 Ic1

30o

Ib1 Ia1
Ic2

Figura 4.6 – Componentes Simétricos das Fases a, b e c

I b0 = 0 I c0 = 0

I b1 = 5,755∠ − 150 o I c1 = 5,755∠ + 90 o

I b 2 = 5,755∠ + 150 o I c 2 = 5,755∠ − 90 o

Isto é, houve a transformação de um sistema desequilibrado em componentes simétricos


equilibrados.

Somando-se os componentes simétricos, volta-se aos valores de fase, desequilibrados:

Ic1 Ia2
Ib2
Ib Ia
Ic=0

Ia1
Ic2 Ib1

Figura 4.7 – Determinação dos Valores de Fase a partir dos C. Simétricos

I a = 5,755∠ + 30 o + 5,755∠ − 30 o = 10∠0 o A

I b = 5,755∠ + 150 o + 5,755∠ − 150 o = 10∠180 o A

I c = 5,755∠ + 90 o + 5,755∠ − 90 o = 0 A

Componentes Simétricos 53 de 148


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4.3 PARTICULARIDADES

Vimos que:

I a 0 = 1 .(I a + I b + I c )
3
Assim, para um sistema trifásico equilibrado onde a soma das três correntes de linha é
zero, tem-se:

I a0 = 0

Quando de um desbalanço para terra:

(I a + I b + I c ) = I N Donde: I a 0 = 1 .(I N )
3

ou: I N = 3.I 0

Vimos também que:

(
I a 2 = 1 I a + a 2 .I b + a.I c
3
)
Num sistema equilibrado: I c = a 2 .I b e I b = a.I c

Donde num sistema equilibrado: I a2 = 1


3
(I a + .I b + I c ) = 0
CONCLUSÃO

- Quando num sistema trifásico existe qualquer desbalanço, com ou sem terra,
aparecem componentes de seqüência negativa.

- Quando num sistema trifásico existe desbalanço para terra, aparecem


componentes de seqüência zero.

Componentes Simétricos 54 de 148


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4.4 CIRCUITOS EQUIVALENTES E IMPEDÂNCIAS SEQUENCIAIS

4.4.1 Seqüências Positiva e Negativa


R jX

Linhas Curtas (Até aproximadamente 80 km)

R jX

- 2.j XC - 2.j XC

Linhas Médias (Até aprox. 200 km) – Mod Pi

j X (% ou pu)

Transf. de Dois Enrolamentos com R desprezada

R (pu ou %) j X (pu ou %)

Transf. de Distribuição de Dois Enrolamentos

j Xp j Xs

p s

t
j Xt

Xp + Xs = Xps Xp + Xt = Xpt Xs + Xt = Xst


Transf. de Três Enrolamentos com R desprezada

Figura 4.8 – Circuitos Equivalentes de Seqüência Positiva e Negativa

Componentes Simétricos 55 de 148


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j Xd” ou j Xd’

Máquina Síncrona – SEQUÊNCIA POSITIVA

j Xd” ou j Xd’

Máquina Síncrona – SEQUÊNCIA NEGATIVA

j (Xs + Xr)

Em

Motor de Indução – SEQUÊNCIA POSITIVA

j (Xs + Xr)

Motor de Indução – SEQUÊNCIA NEGATIVA

Figura 4.9 – Circuitos Equivalentes de Seqüência Positiva e Negativa de Máquinas

4.4.2 Seqüência Zero

Para Linhas de Transmissão, os modelos são iguais aos de seqüência positiva ou


negativa, porém com valores diferentes para R e X:

Componentes Simétricos 56 de 148


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R0 j X0

Linha Curta

R0 j X0

- 2.j X0C - 2.j X0C


Linha Média / Longa

Figura 4.10 – Circuitos Equivalentes de Seqüência Zero de LT’s

Para transformadores de potência, com alguma conexão triângulo, os circuitos


equivalentes de seqüência zero são:

Trafo de 2 enrolamentos -
j X0 Triângulo / Estrêla Aterrada

Trafo de 2 enrolamentos -
j X0 Triângulo / Estrêla Aterrada
3Rn

Rn

Trafo de 2 enrolamentos -
Triângulo / Estrêla

p j X0p j X0s
s

Trafo de 3 enrolamentos -
t Estrela Aterrada / Triângulo / Estrêla Aterrada
j X0t

Figura 4.11 – Circuitos Equivalentes de Seqüência Zero de Transformadores com Delta

Componentes Simétricos 57 de 148


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Para transformadores trifásicos sem alguma conexão triângulo, com núcleo envolvido (3
pernas):

j X0 /2 j X0 /2

Trafo de 2 enrolamentos -
jXm0
Estrela Aterrada / Estrêla Aterrada

Núcleo Envolvido

j X0 /2 j X0 /2
Trafo de 2 enrolamentos -
3.Rn Estrela Aterrada / Estrêla Aterrada
jXm0

Núcleo Envolvido
Rn

j X0 /2 j X0 /2
Trafo de 2 enrolamentos -
3.Rn 3.Rn
jXm0 Estrela Aterrada / Estrêla Aterrada

Rn Rn Núcleo Envolvido

j X0 /2

Trafo de 2 enrolamentos -
Estrela / Estrêla Aterrada
jXm0
Núcleo Envolvido

Trafo de 2 enrolamentos -
Estrela / Estrêla Aterrada
jXm0
Núcleo Envolvido

Figura 4.12 – Circuitos Equivalentes de Seqüência Zero de Transformadores Trifásicos com Núcleo
Envolvido

As justificativas para esses diagramas de seqüência zero estão no capítulo 5 do presente


documento.

Componentes Simétricos 58 de 148


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Para transformadores trifásicos com núcleo envolvente, ou bancos trifásicos constituídos


de transformadores monofásicos, sem alguma conexão triângulo:

Trafo de 2 enrolamentos -
j X0
Estrela Aterrada / Estrêla Aterrada

Trafo de 2 enrolamentos -
j X0 3.Rn Estrela Aterrada / Estrêla Aterrada

Rn
Núcleo Envolvente

j X0
Trafo de 2 enrolamentos -
3.Rn 3.Rn Estrela Aterrada / Estrêla Aterrada

Rn Rn
Núcleo Envolvente

Trafo de 2 enrolamentos -
Estrela / Estrêla Aterrada

Núcleo Envolvente

Trafo de 2 enrolamentos -
Estrela / Estrêla Aterrada
Núcleo Envolvente

Figura 4.13 – Circuitos Equivalentes de Seqüência Zero de Bancos de Transformadores ou


Transformadores Trifásicos com Núcleo Envolvente

Componentes Simétricos 59 de 148


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Para geradores e motores:

Gerador ou Motor Gerador ou Motor


j X0

Gerador ou Motor Gerador ou Motor


j X0
3Rn
Rn

Figura 4.14 – Circuitos Equivalentes de Seqüência Zero de Máquinas

4.4.3 Exemplo

Montar os diagramas de seqüência positiva, negativa e zero do sistema cujo unifilar está
mostrado a seguir:

TR1 TR4

G1 M

1 5

TR5 4 6
2
G2 3 7
8
TR2
TR6

G3

9
TR3 10

Figura 4.15 – Diagrama Unifilar do Exemplo

Componentes Simétricos 60 de 148


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Diagrama de Seqüência Positiva:

1 3 4 5

6
7 8

9 10

Figura 4.16 – Diagrama de Seqüência Positiva do Exemplo

Diagrama de Seqüência Negativa:

1 3 4 5

6
7 8

9 10

Figura 4.16 – Diagrama de Seqüência Negativa do Exemplo

Diagrama de Seqüência Zero:

1 3 4 5

2
6
8 9 10

Figura 4.17 – Diagrama de Seqüência Zero do Exemplo

Componentes Simétricos 61 de 148


5. DIAGRAMAS DE SEQUÊNCIA ZERO PARA TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA

5.1 INTRODUÇÃO

Para estudos de curto-circuito e outras condições de desequilíbrio no sistema, há


necessidade do conhecimento dos diagramas de seqüência zero de transformadores de
potência.

Este capítulo tem a finalidade de explicar ou justificar os diagramas utilizados, dependendo


dos tipos de conexão e dos tipos de núcleos utilizados nos transformadores trifásicos.

Deve-se lembrar da teoria de componentes simétricos que, para seqüência zero:

I a0 = I b0 = I c0 e Va 0 = Vb 0 = Vc 0

O diagrama de impedâncias de uma dada seqüência deve representar o comportamento


do transformador para as condições dessa seqüência. Nos exemplos a seguir, tem-se
algumas condições impostas:

Exemplo 1:

ia

va
Trafo Trifásico
vc vb ou Banco
ib

Fonte Trifásica ic Curto


Equilibrada Circuito

Figura 5.01 – Condição de Seqüência Positiva (ou Negativa) aplicada no Transformador

Neste ensaio de curto-circuito, o transformador está sendo solicitado por uma fonte trifásica
equilibrada:

Va = V /_0o Vb = V /-120 o Vc = V /+120 o

Pode-se considerar então que o mesmo está sendo solicitada por uma condição de
seqüência positiva ou de negativa:

| va | | va |
= Z+ ou = Z−
| ia | | ia |

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 62 de 148


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Exemplo 2:

ia

Fonte
Monofásica

Trafo Trifásico
ou Banco
ib
Curto
Circuito

ib

va = vb = vc

Figura 5.02 – Condição de Seqüência Zero aplicada no Transformador

Neste ensaio aplica-se uma mesma tensão para as três fases, no ensaio de curto-circuito

Va = V /_0o = Vb = V /0 o = Vc = V /0 o

E caso existam correntes, as mesmas seriam: ia = ib = ic

Isto é, o transformador estaria sendo solicitado por uma condição de seqüência zero.
Portanto:

|v |
= Z0
|i |

Abordagem

Para a verificação do comportamento de um transformador que está sendo “solicitado”


por uma fonte com características de seqüência zero, dois aspectos devem ser
abordados:

a) Corrente de seqüência zero

Para a verificação da possibilidade de existência da corrente de seqüência zero,


duas condições devem ser obedecidas:

• Existência de caminho físico para a corrente.

• Existência de compensação de ampères – espiras entre os enrolamentos de uma


mesma fase, isto é:

N1 x i01 = N2 x i02

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 63 de 148


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Onde N1 e N2 são os números de espiras dos enrolamentos primário e secundário e


i01 e i02 são as correntes de seqüência zero nos enrolamentos.

b) Corrente de magnetização de seqüência zero

Quando o transformador é submetido a uma fonte de seqüência zero, aparecem fluxos


iguais nos núcleos das 3 fases (fluxos de seq. Zero). Estes fluxos estão associados à
corrente de magnetização de seq. zero:

F01 _ mag = N 1 .i01 _ mag = φ 0 .ℜ 0 Onde

F01 _ mag = força magneto-motriz de seqüência zero.

φ0 = Fluxo de seqüência zero.

ℜ0 = Relutância do núcleo para o caminho (circuito magnético) de seqüência zero.

A corrente de magnetização de seqüência zero im0 existirá desde que haja caminho
físico para o mesmo, não necessitando de compensação de ampères-espiras.

5.2 REATÂNCIAS DE MAGNETIZAÇÃO DE UM TRANSFORMADOR TRIFÁSICO OU DE


UM BANCO TRIFÁSICO

5.2.1 Introdução

Já foi visto no capítulo 1 do presente documento que o fluxo mútuo no núcleo de uma fase
de um transformador está relacionado com a tensão aplicada à essa fase
(aproximadamente):

dφ dλ
e = −N =− Volts
dt dt
isto é, se a tensão for periódica senoidal, o fluxo também será periódico senoidal com
defasamento de 90 graus (veja derivada na expressão acima).

Para simplicidade, considera-se o transformador:

• Sem saturação
• Sem perdas

φ .ℜ
Nestas condições, a corrente de magnetização será: .i1 _ mag = Onde
N1
φ = Fluxo (Weber)
ℜ = Relutância do núcleo considerada constante (sem saturação – núcleo linear).

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 64 de 148


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Com o fluxo senoidal, a corrente de magnetização será senoidal, com o mesmo ângulo do
fluxo (90 graus).

5.2.2 Seqüência Positiva (ou Negativa)

Num transformador trifásico energizado por uma fonte trifásica equilibrada, tem-se:

Va = V /_0o Vb = V /-120 o Vc = V /+120 o

φa = φ /_-90o φb = φ /+150 o φc = φ /+30 o

ima = i /_-90o imb = i /+150 o imc = i /+30 o

ima

Trafo Trifásico
ou Banco
imb

Fonte Trifásica imc


Equilibrada

Figura 5.03 – Corrente de Magnetização para Fonte Trifásica Equilibrada

Nestas condições, os fluxos nas três fases estão defasadas entre si de 120 graus.

ima

Φa

imb

Φb

imc

Φc

Figura 5.04 - Fluxos no Núcleo para Fonte Trifásica Equilibrada para Núcleo Envolvido

Notando-se que φa + φb + φc = 0

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 65 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Isto é, os fluxos se cancelam nas partes esquerda e direita do núcleo mostrado na figura
anterior, não havendo fechamento do fluxo pela carcaça ou ar.

Tem-se então um caminho de baixa relutância no circuito magnético, o que equivale a alta
indutância ou alta reatância de magnetização. Com alta reatância, a corrente de
magnetização é muito baixa.

Considerando que a fonte é trifásica equilibrada, essa reatância de magnetização é a de


seqüência positiva.

No caso de um Banco Trifásico composto de Transformadores Monofásicos, como


mostrado na figura a seguir, haveria também alta reatância de magnetização (baixa
corrente de magnetização) pois cada fase tem seu próprio circuito magnético de baixa
relutância:

ima

Φa

imb

Φb

imc

Φc

Figura 5.05 - Fluxos no Núcleo para Fonte Trifásica Equilibrada para Banco Trifásico

Nos modelos utilizados em seqüência positiva ou seqüência negativa, para


transformadores de potência, essas reatâncias de magnetização, sendo muito alta, não
são consideradas nos circuitos equivalentes (adotado valor infinito).

5.2.3 Seqüência Zero

Considerando agora uma fonte com características de seqüência zero energizando um


transformador trifásico, vejamos como se comporta o mesmo para a corrente de
magnetização:

Caso de Núcleo Envolvido (3 pernas)

Transformador de conexão estrela aterrada no lado da energização e estrela (ou estrela


aterrada) no lado aberto:

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 66 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Trifásico de Núcleo
Envolvido (3 pernas)
im0a

ou ABERTO
im0b

im0c

Figura 5.06 – Energização em Condição de Seqüência Zero do Lado Estrela Aterrada

Nestas condições: im0(a) = im0(b) = im0(c)

φm0(a) = φm0(b) = φm0(c)

porque v(a) = v(b) = v(c)

No núcleo haveria:

im0a

Φa

im0b

Φb

v im0c

Φc

Figura 5.07 – Fluxo no Núcleo em Condição de Seqüência Zero do Lado Estrela Aterrada

Isto é, três fluxos iguais (módulo e ângulo) que se somam e são obrigados a fechar por fora
(carcaça, óleo, ar).

Tem-se então um caminho de alta relutância magnética, isto é, baixa reatância de


magnetização e consequentemente, corrente de magnetização não desprezível.

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 67 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Portanto, em circuitos equivalentes de seqüência zero de transformadores trifásicos


de núcleo envolvido, com conexão estrela aterrada / estrela, deve ser representada a
reatância de magnetização de seqüência zero (da ordem de 6 vezes a reatância de
dispersão do transformador).

Caso de Núcleo Envolvente ou Banco de Transformadores

Transformador de conexão estrela aterrada no lado da energização e estrela (ou estrela


aterrada) no lado aberto:
Trifásico de Núcleo Envolvente
ou BANCO trifásico
im0a

ou ABERTO
im0b

im0c

Figura 5.08 – Energização em Condição de Seqüência Zero do Lado Estrela Aterrada

Nestas condições: im0(a) = im0(b) = im0(c)


φm0(a) = φm0(b) = φm0(c)
porque v(a) = v(b) = v(c)

No núcleo haveria:
Ima ~0

Φa

imb ~ 0

Φb

v
imc ~ 0

Φc

Figura 5.09 – Fluxo no Núcleo em Condição de Seqüência Zero do Lado Estrela Aterrada

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 68 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Neste caso de Banco Trifásico composto de Transformadores Monofásicos, haverá alta


reatância de magnetização (baixa corrente de magnetização) pois cada fase tem seu
próprio circuito magnético de baixa relutância para os fluxos de seqüência zero. Neste
caso, então, a reatância de magnetização de seqüência zero não precisa ser representada
no circuito equivalente (valor “infinito”, como no caso de seqüência positiva).

Caso de Conexão Estrela Sem Aterramento ou Delta no Lado de Energização

Caso se aplique condição de seqüência zero (energização) num enrolamento estrela sem
aterramento (ou triângulo), não haveria caminho físico para corrente nem diferença de
potencial aplicada em cada enrolamento (sem fluxo no núcleo):

Φa

Φb

v
0

Φc

Φa

Φb

v
0

Φc

Figura 5.10 –Condição de Seqüência Zero do Lado Estrela sem Terra ou Delta

Assim, não há corrente de magnetização para seqüência zero. A reatância é realmente


infinita (“circuito aberto”).

Caso de Núcleo Envolvido (3 pernas) com conexão delta no lado secundário

Transformador de conexão estrela aterrada no lado da energização e Delta no lado aberto:

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 69 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Trifásico de Núcleo
Envolvido
im0a
~0

im0b ABERTO

~0
v

~0
im0c

Figura 5.11 – Energização em Condição de Seqüência Zero do Lado Estrela Aterrada com
Delta no Lado Aberto

Nestas condições: im0(a) = im0(b) = im0(c)


φm0(a) = φm0(b) = φm0(c)
porque v(a) = v(b) = v(c)

Devido à presença do enrolamento em triângulo, haveria condição de compensação de


ampères-espiras:

im0a
~0

Φa

im0b Im0 ‘

~0

Φb

v im0c Im0 ‘
Im0 ‘

~0

Φc

Figura 5.12 – Compensação de ampères-espiras devido ao Delta

Haverá corrente dentro de Delta de tal modo que: N1 .im 0 + N 2 .im 0' = φ0 .ℜ para
cada fase.

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 70 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Isto é, há uma divisão de corrente nos enrolamentos de cada fase e, no lado da fonte
haverá menos corrente (im0) do que dentro do Delta (im0’ ).

Assim, aparentemente a reatância de magnetização vista da fonte será:

|v|
= xm0 .
| im 0 |

Como a corrente é relativamente pequena, a reatância é aparentemente maior. Assim,


a mesma pode ser considerada “infinita” pois N 2 .im 0' é maior que N1.im 0 pois no
delta, geralmente, a impedância de magnetização é menor.

É porisso que nos transformadores com um enrolamento em delta, a reatância de


magnetização de seqüência zero não é representada, mesmo no caso de núcleo
envolvido.

5.3 DIAGRAMA DE SEQUÊNCIA ZERO DE TRANSFORMADOR DELTA / ESTRÊLA


ATERRADA

Para se determinar o circuito equivalente de seqüência zero deve-se aplicar condições de


seqüência zero no ensaio de curto-circuito para o transformador. Isto é, v(a) = v(b) = v(c).

Ensaio 1

Ensaio de curto circuito aplicando condição de seqüência zero do lado estrela aterrada:

i
i'

i i' i'
3.i
3.i

Figura 5.13 – Ensaio de curto-circuito para condição de seqüência zero

Verificação das condições:

Caminho físico para a corrente

Existe caminho para a circulação da corrente i (lado da fonte). Existe caminho para a
circulação da corrente i’ (dentro do triângulo, pois são correntes iguais).

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 71 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Compensação de ampères-espiras

Como é ensaio de curto-circuito e não se trata de energização, deve haver condição para
compensação:

N1 x i = N2 x i’ Havendo caminho físico, essa compensação é possível.

Ensaio 2

Ensaio de curto circuito aplicando condição de seqüência zero do lado delta:

Figura 5.14 – Ensaio de curto-circuito para condição de seqüência zero

Verifica-se que não há caminho físico para a corrente de seqüência zero, no lado da fonte.

Conclusão

Com tensão de seqüência zero aplicada no lado estrela aterrada, há caminho e corrente.
Com a tensão aplicada no lado delta, não há caminho para a corrente.

Com a fonte no lado estrela aterrada, há também corrente de magnetização de seqüência


zero, que pode ser desprezada, como já visto.

Donde, os circuitos equivalentes de seqüência zero para um transformador Estrela


Aterrada / Delta, qualquer que seja a configuração do núcleo, será:

j.X0 = j.X+

Figura 5.15 – Circuito Equivalente de Seq. Zero de Trafo Estrela Aterrada / Delta

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 72 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Observação: os ensaios anteriores podem ser representados nesse circuito equivalente


através dos diagramas da figura a seguir:

j.X0 = j.X+ j.X0 = j.X+

Figura 5.16 – Diagramas de Ensaios de Curto para Seq. Zero de Trafo Estrela Aterrada / Delta

5.4 DIAGRAMA DE SEQUÊNCIA ZERO DE UM TRANSFORMADOR ESTRELA ATERRADA


/ ESTRELA ATERRADA

Para se determinar o circuito equivalente de seqüência zero deve-se aplicar condições de


seqüência zero no ensaio de curto-circuito para o transformador. Isto é, v(a) = v(b) = v(c).

Ensaio 1

Ensaio de curto circuito aplicando condição de seqüência zero:

i
i'

i'

i
i'

3.i
3.i 3.i '
3.i '

Figura 5.17 – Ensaio de curto-circuito para condição de seqüência zero

Verificação das condições:

Caminho físico para a corrente

Existe caminho para a circulação da corrente i (lado da fonte). Existe caminho para a
circulação da corrente i’ (lado do curto-circuito)

Compensação de ampères-espiras

Como é ensaio de curto-circuito e não se trata de energização, deve haver condição para
compensação: N1 x i = N2 x i’ Havendo caminho físico, essa compensação é possível.

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 73 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Ensaio 2

Ensaio retirando condição de curto circuito:

im0

im0

aberto
im0

3im0 3im0

Figura 5.18 – Ensaio retirando condição de curto-circuito para condição de seqüência zero

Neste caso, é condição de magnetização de seq. Zero como já explicado. Como não há
curto, não há corrente de compensação do lado da fonte.

Conclusão

Os circuitos equivalentes que representam as condições dos ensaios é:

j.X j.X/2 j.X/2

j.X0m =~ 6. j.X

Núcleo Envolvente ou Núcleo Envolvido


Banco Trifásico Trafo Trifásico

Figura 5.19 – Circ. Equivalente de Seq. Zero de Trafo Estrela Aterrada / Estrela Aterrada

Observação: os ensaios 1 e 2 anteriores podem ser representados nos diagramas da


figura a seguir.

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 74 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Ensaio 1
j.X j.X/2 j.X/2

i0 i0 i0m i0 i0
j.X0m
i0m

Núcleo Envolvente ou Núcleo Envolvido


Banco Trifásico Trafo Trifásico

Ensaio 2
j.X j.X/2 j.X/2

i0m

i0m j.X0m

Núcleo Envolvente ou Núcleo Envolvido


Banco Trifásico Trafo Trifásico

Figura 5.20 – Os ensaios de curto e em aberto nos diagramas equivalentes

Em qualquer dos ensaios mostrados no item anterior, não havendo o caminho físico
(aterramento da estrela), não haverá caminho para as correntes de seqüência zero, nem
para as correntes de magnetização de seqüência zero.

Isto pode ser compreendido nos diagramas a seguir, através de “chaves” abertas ou
fechadas conforme mostrados nos itens a seguir.

5.5 DIAGRAMA DE SEQUÊNCIA ZERO ENVOLVENDO CONEXÕES ESTRELA

Figura 5.21 – Circuito Equivalente de Seq. Zero em Conexão Estrela - Delta

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 75 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

j.X0m j.X0m

Núcleo Envolvido - Núcleo Envolvido -


Trafo Trifásico Trafo Trifásico

j.X0m

Núcleo Envolvido - Núcleo Envolvente ou


Trafo Trifásico BancoTrifásico

Núcleo Envolvente ou Núcleo Envolvente ou


BancoTrifásico BancoTrifásico

Figura 5.22 – Circuito Equivalente de Seq. Zero em Conexão Estrela - Estrela

5.6 DIAGRAMA DE SEQUÊNCIA ZERO DE TRANSFORMADOR ESTRELA ATERRADA –


DELTA – ESTRELA ATERRADA

Para compreender o circuito equivalente de seqüência zero de um transformador estrela


aterrada – delta – estrela aterrada, pode-se efetuar ensaios de curto-circuito em condições
simuladas de seqüência zero, como mostrado a seguir.

Ensaio 1

Tensão de seqüência zero aplicada no lado primário com o lado secundário curto
circuitado. O terciário aberto:

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 76 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

i0p
i0t i0t i0s
i0s
i0s
i0p

i0t
i0p

3i0s
3i0p
Np.i0p= = Nt.i0t + Ns.i0s

Figura 5.23 – Ensaio de Seq. Zero entre os lados primário e secundário

Observa-se que há caminho para corrente no lado primário e há caminho de compensação


tanto do lado terciário como do lado secundário.

Ensaio 2

Tensão de seqüência zero aplicada no lado primário com o lado terciário curto circuitado. O
secundário aberto:

i0p
i0t i0t

i0p

i0t
i0p

3i0p
Np.i0p= = Nt.i0t

Figura 5.24 – Ensaio de Seq. Zero entre os lados primário e terciário

Observa-se que há caminho para corrente no lado primário e há caminho de compensação


tanto do lado terciário. Não há caminho físico no lado secundário.

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 77 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Ensaio 3

Tensão de seqüência zero aplicada no lado terciário com o lado primário curto circuitado. O
secundário aberto:

Não há caminho físico para


corrente no lado da fonte

Figura 5.25 – Ensaio de Seq. Zero entre os lados terciário e primário

Neste caso, como não há caminho no lado da fonte, não há corrente (circuito aberto).

Conclusão

Um transformador estrela aterrada – delta – estrela aterrada comporta-se como um


conjunto de três transformadores estrela aterrada / delta, estrela aterrada / estrela aterrada
e delta / estrela aterrada num único transformador.

Assim o circuito equivalente de seqüência zero será:

j.Xp0 j.Xs0
p s

j.Xt0 t

Figura 5.26 – Circuito Equivalente de Seq. Zero de trafo estrela aterrada / delta / estrela
aterrada

Observação:

Os ensaios anteriores podem então ser representados utilizando este circuito equivalente:

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 78 de 148


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p p p
s s s

i0p i0s
i0p
i0t t i0t t t

Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3

Figura 5.27 – Os ensaios de curto nos diagramas equivalentes de seqüência zero

5.7 DIAGRAMA DE SEQUÊNCIA ZERO DE TRANSFORMADOR ZIG-ZAG

Um transformador “Zig Zag” tem a finalidade de prover ponto de aterramento para um


sistema isolado. Sendo assim, deve ser um caminho para a corrente de seqüência zero.

A figura a seguir mostra a conexão trifilar de um transformador zig-zag e as condições de


seqüência positiva nele aplicadas (tensões equilibradas de um sistema):

a b c

-c

-b c

-a

Figura 5.28 – Conexões de Transformador Zig-Zag

No diagrama vetorial estão mostrados, em tracejado, as tensões (f.e.m.) aplicadas em cada


perna do núcleo.

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 79 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Para as condições de seqüência zero, o comportamento deste transformador está


mostrado na figura a seguir. Observa-se que, além do caminho físico, há condição de
compensação de ampères-espiras para cada perna do núcleo.
a
b

i0 N1

i0 N1
i0

i0
i0
i0

N1.i0 = N1.i0 3i0

Figura 5.29 – Condições de Seq. Zero para Transformador Zig-Zag

Imaginando este transformador aplicado num sistema isolado (alimentado pelo lado
triângulo de um transformador abaixador), verifica-se que ele proverá ponto de
aterramento, transformando o sistema isolado em aterrado:

a
b
c

3i0

i0 N1

Circuito Equivalente
i0 N1 de Sequência Zero
i0

i0
i0
i0
j.X0

N1.i0 = N1.i0 3i0

Figura 5.30 – Transformando Sistema Isolado em Aterrado

Diagramas de Seqüência Zero de Transformadores de Potência 80 de 148


6. NOÇÕES DE CÁLCULO DE CURTO-CIRCUITO

6.1 INTRODUÇÃO

Curtos-circuitos em sistemas elétricos são eventos que ocorrem dentro de uma faixa
probabilística que depende dos parâmetros de projetos das instalações e equipamentos,
bem como de outros fatores relacionados ao ser humano, meio ambiente e acidentes
diversos.

Podem ocorrer diversos tipos de curto-circuito, sejam como eventos isolados ou também
simultaneamente com outros tipos de faltas ou mesmo outros curtos-circuitos. Um curto
circuito iniciado como um determinado tipo pode evoluir para outros tipos de curtos-
circuitos.

Para fins de cálculo, no que se refere a noções fundamentais, serão vistos os seguintes
tipos:

• Curto-circuito Trifásico
• Curto-circuito fase-terra
• Curto-circuito Bifásico
• Curto-circuito Bifásico-Terra

O cálculo de curto-circuito trifásico é o mais fácil das quatro categorias citadas.

Estatísticas mostram que a maior parte dos curtos-circuitos envolvem terra. Uma causa
primordial da ocorrência de curtos-circuitos é a descarga atmosférica, sendo que as
instalações mais expostas são as linhas aéreas de transmissão e de distribuição. Curtos-
circuitos que não envolvem terra são menos freqüentes.

A tabela a seguir mostra uma estatística de ocorrências de curtos-circuitos em linhas de


transmissão do Sistema Interligado Brasileiro:

Natureza Elétrica % das ocorrências


138 kV 230 kV 345 kV 440 kV 500 kV 750 kV Todos
CC Fase – Terra 68,0 85,3 81,4 85,3 91,6 87,3 76,4
CC Bifásico 8,0 4,7 4,3 4,9 3,3 2,9 6,4
CC Trifásico 3,1 1,4 0,4 1,0 0,6 2,9 2,2
CC Bifásico - Terra 12,8 4,8 9,0 1,0 2,3 5,9 9,0
CC Trifásico – Terra 3,1 1,0 1,1 0,3 0,5 0 2,1
Sem Natureza Elétrica 1,1 1,1 3,4 4,4 1,2 1,0 1,2

Referência: Relatório ONS / DPP-GPE 33/2000 de abril de 2000 que efetua a análise estatística dos dados de
1998 para o Sistema Interligado.

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 81 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

6.2 DESLOCAMENTO DE EIXO DEVIDO A CHAVEAMENTO DE CIRCUITO LR

Todo chaveamento de circuito indutivo ou capacitivo em corrente alternada está associado


ao aparecimento do chamado “componente dc”.

A figura a seguir mostra o conceito envolvido em chaveamento de circuitos indutivos ou


capacitivos.
R L

Emax sen(ωt+α) ωt

Figura 6.01 - Chaveamento de Circuito RL – Corrente Alternada em 60 Hz

Considerando a tensão e = |Em| . sen (ωt + α) , a equação diferencial para o circuito acima
será:

di
| E m | .sen(ω.t + α ) = R.i + L.
dt
A solução para a equação mostra que a corrente i em função do tempo será:

| Em | − Rt
i= .[sen(ω.t + α − θ ) − e L .sen(α − θ )
|Z |
onde,

| Z |= R 2 + (ω .L) 2 e θ = arctan(ω .L R)

O primeiro termo da equação acima, da corrente, é senoidal com o tempo. O segundo


termo é uma grandeza não periódica que decai exponencialmente com o tempo, com a
constante de tempo (L/R). Esta grandeza não periódica é chamada de “componente dc” da
corrente.

Essas parcelas são mostradas na figura a seguir:

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 82 de 148


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i (t)
t (s)

i (t)
t (s)

Figura 6.02 – Componente DC e Componente AC de um Chaveamento de Circuito LR

A figura a seguir mostra o resultante dessas duas componentes:


i (t)

t (s)

Figura 6.03 - Corrente de Chaveamento de Circuito RL

Nota-se que, além da manobra de uma chave, a própria ocorrência de curto circuito no
sistema elétrico equivale a chaveamento de circuito RL ou RLC. Assim, componentes DC
sempre aparecerão. Com mais intensidade em partes do sistema próximas à geração,
onde o valor R/L é pequeno (ou τ = L/R = constante de tempo, grande).

Note que τ = (X/R) / ω


A taxa de queda da exponencial é:

• 63% após 1 constante de tempo


• 86% após 2 constantes de tempo
• 95% após 3 constantes de tempo.

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 83 de 148


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A equação mostra que dependendo do instante do tempo da onda de tensão em que


ocorre o chaveamento, o valor do componente DC pode ser maior ou menor (até zero, se
θ = α, isto é, quando o senoide da tensão está no seu valor máximo).

A figura a seguir mostra a variação da constante de tempo em função do valor X/R do


ponto de curto circuito.

ms
Constante de Tempo t
50 60 Hz
40
30
20
10

2 4 6 8 10 12 14 16 X/R

Figura 6.04 – Constante de tempo da componente DC

6.3 COMPORTAMENTO DE MÁQUINA SÍNCRONA PARA UM CURTO-CIRCUITO

Supondo que ocorra um curto circuito nos terminais de uma máquina síncrona, sendo que
numa das fases (aquela em análise), o evento ocorre quando a senóide da tensão está
passando pelo seu ponto máximo. Nesta fase então, não ocorrerá deslocamento de eixo
devido à componente dc.

A indutância da máquina para essa condição não pode ser considerada constante. Quando
uma máquina síncrona sobre uma brusca variação de corrente, a tendência seria uma
brusca variação de fluxo no circuito magnético da máquina. Porém essa brusca variação de
fluxo não ocorre.

Enrolamento
amortecedor

PERÍODO SUBTRANSITÓRIO PERÍODO TRANSITÓRIO PERÍODO APÓ S SUBTRANSITÓRIO

Caminho do Fluxo de Reação logo Caminho do Fluxo de Reação após o Caminho do Fluxo de Reação em
após o início do curto-circuito período subtransitório regime de curto-circuito sustentado

Figura 6.05 – Variação do fluxo magnético no circuito magnético da máquina sob curto circuito

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 84 de 148


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A figura a mostra, no tempo, a variação do caminho que as linhas de fluxo de reação da


armadura percorrem devido à influência do enrolamento amortecedor.

No primeiro período, chamado de período subtransitório, as linhas de fluxo percorrem um


caminho de alta relutância, portanto de baixa indutância ou baixa reatância indutiva.

No período subsequente, com uma maior acomodação das linhas de fluxo, a relutância do
circuito magnético diminui, aumentando a reatância indutiva.

Com o prosseguimento do evento, as linhas de fluxo acomodam-se num caminho em


regime, com relutância ainda menor. Esta fase, de regime, está associada a uma reatância
indutiva maior que as anteriores.

Numa máquina síncrona de pólos salientes, a reatância total que limita a corrente de curto
circuito é a reatância síncrona de eixo direto:

X d = X reação da armadura + X dispersão

Pode-se então definir um valor de reatância síncrona de eixo direto para cada período
mencionado.

Período Reatância Síncrona de Eixo Direto Observação


Subtransitório X”d
Transitório X’d X’d > X”d
Regime Xd Xd > X’d

A figura a seguir mostra a corrente diminuindo com o tempo em função da variação da


indutância da máquina:

I"Máx
I’Máx

IMáx

tempo

Figura 6.06– Períodos subtransitório, transitório e regime associados às correntes máximas

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 85 de 148


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As máximas correntes (valores de pico) seriam:

I”máx = Emax / X”d

I’máx = Emax / X’d

Imax = Emax / Xd

Valores máximos ou valores eficazes, de cada período, são consideradas para várias
finalidades, como:

• Capacidades dinâmica e térmica de equipamentos de potência e instalações;


• Capacidades de chaveamento de equipamentos de manobra;
• Ajustes de relés de proteção;
• Escolha de elos e chaves fusíveis.

No decorrer do tempo, a corrente de curto circuito nos terminais de uma máquina síncrona
obedece à expressão:

i (t ) = 2.[( I "d − I 'd ).e − t / τ " + ( I 'd − I d ).e − t / τ ' ].sen(ωt + φ )


d d

No gráfico a seguir é mostrada a variação no tempo das exponenciais subtranstiória e


transitória:

2.I"d I "d − I 'd


No instante t = t”d
e
2 .I ' d I 'd − I d No instante t = t’d
e
Id
t
t”d t'd

Corrente de Curto-Circuito em Máquina Síncrona

Figura 6.07 – Períodos sub-transitório e transtório

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 86 de 148


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No instante t”d (uma constante de tempo τ”d), houve variação de 63% de todo o período
sub-transitório.

No instante t’d (uma constante de tempo τ’d), houve variação de 63% de todo o período
transitório.

CORRENTE ASSIMÉTRICA

O curto-circuito mostrado é conhecido como corrente SIMÉTRICA (sem considerar o


deslocamento do eixo). Entretanto, vimos que, dependendo do instante da forma de onda
da tensão onde ocorre a falta, há deslocamento do eixo.

Assim sendo, além da corrente variar em cada período (subtransitório, transitório, regime),
há o deslocamento de eixo que pode fazer com que a corrente se torne maior ainda, nos
instantes iniciais da falta.

A expressão a seguir mostra o valor da corrente instantânea, assimétrica (isto é, já


considerando o deslocamento DC):

I EFICAZ = ( 1 + 2.e −2 t / τ ).I


Onde τ = constante de tempo (L/R) do local de falta = X/(ω.R)

I = valor eficaz da corrente SIMÉTRICA

t = instante em s

EXEMPLO DE OSCILOGRAMA

O oscilograma (simulado no programa ATP) a seguir mostra as correntes nos terminais de


um gerador síncrono para um curto-circuito trifásico:
+30

Corrente - Fase A
+15
kA

+0

-15

-30
+60

Corrente - Fase B
+30
kA

+0

-30
+30
Corrente - Fase C
kA

+0

-30

-60
0 0.4 0.8 1.2 1.6 2

Tempo (s)

Figura 6.08 – Oscilograma típico para curto-circuito trifásico nos terminais de um gerador síncrono

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 87 de 148


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Na fase A percebe-se os períodos subtransitório, transitório e regime. Nas demais fases


percebe-se a ocorrência de deslocamento de eixo (chaveamento RL)

Em termos de circuito equivalente, o curto-circuito trifásico nos terminais do gerador é


representado como a figura a seguir:

j.X”d ou j.X’d ou j.Xd

Emax Curto-
circuito

Figura 6.09 – Circuito equivalente para curto-circuito trifásico nos terminais de uma máquina síncrona

6.4 COMPORTAMENTO DE MOTOR DE INDUÇÃO PARA UM CURTO-CIRCUITO

A aplicação de um curto-circuito nos terminais de um motor de indução remove a fonte da


excitação para o motor e seu campo cai muito rapidamente. A constante de tempo
aproximada dessa queda do fluxo no rotor, como já visto, é dada por:

τ R = ( X s + X r )ω .R Onde:
1 R

Xs = reatância do estator.
Xr = reatância do rotor (com o rotor bloqueado)
Rr = resistência do rotor.
ω1 = velocidade síncrona em radianos por segundo.

A tabela a seguir mostra valores médios, indicados na tabela 6.3 – pág. 225 do livro
“Analysis of Faulted Power Systems” de Paul M. Anderson:

Potência Eficiênci F.P. a Escorrega- R e X em valor por unidade baseada na potência e


a a plena plena mento a tensão nominais do motor
carga carga Plena Carga
Xs + Xr Xm Rs Rr
HP % % % pu pu pu pu
<5 75-80 75-85 3,0-5,0 0,10-0,14 1,6-2,2 0,040-0,06 0,040-0,06
5 – 25 80-88 82-90 2,5-4,0 0,12-0,15 2,0-2,8 0,035-0,05 0,035-0,05
25 – 200 86-92 84-91 2,0-3,0 0,15-0,17 2,2-3,2 0,030-0,04 0,030-0,04
200 - 1000 91-93 85-92 1,5-2,5 0,15-0,17 2,4-3,6 0,025-0,03 0,020-0,03
> 1000 93-94 88-93 ~1,0 0,15-0,17 2,6-4,0 0,015-0,02 0,015-0,025

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 88 de 148


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Com base nos valores médios desta tabela, verifica-se que a constante de tempo
mencionada está em torno de 0,012 s, o que é menos do que 1 ciclo em 60 Hz. Isto é, a
corrente ocorre apenas no período subtransitório.

No caso da contribuição do motor de indução para a corrente de curto-circuito para um


sistema de transmissão em Alta Tensão, usando o circuito equivalente do motor já
mostrado no presente documento, o disjuntor levaria cerca de 2 a 4 ciclos para abrir. Neste
caso a corrente de contribuição do motor pode ser desprezada.

Em sistemas industriais, entretanto, disjuntores instantâneos a ar podem operar dentro de


1 ciclo. Nesses casos, a contribuição do motor não pode ser desprezada.

Por outro lado, o valor máximo de corrente é requerido para se determinar condição de
fusão de elos fusíveis ou capacidade dinâmica de disjuntores. Neste caso, a corrente
(subtransitória) do motor deve ser considerada, como no caso das máquinas síncronas.

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 89 de 148


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6.5 CURTO-CIRCUITO TRIFÁSICO SIMÉTRICO

6.5.1 Métodos de Cálculo de Curto-Circuito

O cálculo se faz utilizando os diagramas de impedâncias seqüenciais mostrados


anteriormente. Por exemplo, para o cálculo de um curto-circuito trifásico, se utiliza o
diagrama de seqüência positiva e se conecta o ponto de curto-circuito à referência.
Exemplo:

TR1 TR2

A B C M1
LT LT

G
D E M2
F
G

A B Icc Contribuição do lado Gerador C Icc Contribuição do lado Motores E F


j X”d

D
E1" G
icc E2"

Figura 6.10 – Exemplo de diagrama de impedâncias identificando o ponto de curto-circuito

Quando se deseja calcular a máxima corrente possível, utilizam-se as reatâncias


subtransitórias tanto para o Gerador como para os Motores.

Geralmente não se conhece os valores de E1” e E2” que são as tensões atrás das
reatâncias subtransitórias, nas condições de carga.

Assim, há dois métodos de cálculo de curto-circuito:

a) Método das tensões atrás das reatâncias subtransitórias.

A seqüência de cálculos para este método é a seguinte:

• Determinação da tensão no ponto de curto-circuito (Vf), antes do curto-circuito.


• Determinação das correntes de carga antes do curto-circuito.
• Com X”d nos geradores do sistema representado, e nas condições de pré-falta
anteriores, cálculo das tensões E”g atrás das reatâncias subtransitórias.
• Com os valores E”g, calcula-se as correntes em todos os ramos, bem como a
corrente total de curto-circuito.

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 90 de 148


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Este método não era muito utilizado no passado, devido à complexidade de modelagem
do sistema e da quantidade elevada de cálculos. Hoje em dia, com computadores
poderosos em capacidade e velocidade, tal cálculo não é problema.

b) Método utilizando o Equivalente de Thevenin no ponto de curto-circuito.

A seqüência de cálculos para este método é a seguinte:

• Determinação da tensão no pondo de curto-circuito (Vf), antes do curto-circuito.


Esta é a “Tensão de Thevenin” ( Vth ).

• Determinação da impedância de Thevenin ( Zth ) equivalente do Sistema, visto do


ponto de curto-circuito. Para isso, se faz o curto circuito de todas as f.e.m. do
diagrama de impedâncias. Para o cálculo do Zth, faz se a associação série –
paralela de todas as impedâncias representadas.
• Determinação da corrente total de curto-circuito, pelo equivalente de Thevenin:

Zth

Vth icc Total

Figura 6.11 – Equivalente de Thevenin no ponto de curto-circuito

• Determinação das correntes nos diversos ramos do diagrama de impedâncias, a


partir da corrente de curto-circuito total.
• Em cada ramo, somar as condições de curto-circuito calculadas, com as correntes
de pré-falta (carga) que havia no instante imediatamente anterior à ocorrência.

Para uma grande parte dos casos práticos em sistemas de transmissão, quando as
correntes de curto circuito são bem maiores que a corrente de carga, não se faz essa
soma de condições de pré-falta para fins de simplificação.

Em alguns casos, entretanto, é essencial que se tenha somada as condições de pré-


falta para ajustes ou para análise do desempenho da proteção.

6.5.2 Exemplo do Primeiro Método

Considera-se um sistema bem simples, de um gerador conectado a um motor síncrono


através de uma linha:

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 91 de 148


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A B
LT

G M Síncrono
30 MVA 30 MVA
13,2 kV 13,2 kV
x”d = 20% x”d = 20%

Figura 6.12 – Sistema exemplo para cálculo de curto-circuito

Considerando que o motor está consumindo 20 MW a 12,8 kV e fator de potência 0,8


indutivo, ocorre curto-circuito trifásico na barra B (terminais do motor).

Há necessidade do cálculo das condições subtransitórias nas máquinas síncronas.

Para isso, monta-se o diagrama de impedâncias numa base do estudo de 30 MVA e 13,2
kV. Como essas bases do estudo coincidem com as bases nominais das máquinas, tem-
se:
A B
j.0,20 j.0,10 j.0,20

E”g E”m

Figura 6.13 – Diagrama de Impedâncias do sistema exemplo a 30 MVA e 13,2 kV

Determinação das condições de pré-falta:

Tensão de pré-falta (ponto de curto) Vf = 12,8/13,2 = 0,9697 / 0o pu

No motor:

20 MW / 0,8 = 25 MVA de carga. Î 25 MVA / 30 MVA (base) = 0,8333 pu de potência.

ArcCos (0,8) = 36,87o

im = (0,8333 / 0,9697) / -36,87o = 0,8594 / -36,87o pu de corrente de carga.

vm = 12,8/13,2 = 0,9697 / 0o pu de tensão no motor.

Tensões atrás das reatâncias subtransitórias:

E”g = vm + im x (j0,10 + j0,20) = 0,9697 / 0o + 0,8594 / -36,87o x 0,30 / +90o

E”g = 0,9697 / 0o + 0,2570 / +53,13o

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 92 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

E”g = 0,9697 + 0,1547 + j0,2062 = 1,1244 + j0,2062

E”g = 1,1431 / 10,39o pu

E”m = vm - im x ( j0,20) = 0,9697 / 0o - 0,8594 / -36,87o x 0,20 / +90o

E”m = 0,9697 / 0o - 0,17188 / +53,13o

E”m = 0,9697 - 0,1031 - j0,1375 = 0,8666 - j0,1375

E”g = 0,8774 / -9,01o pu

Cálculo das correntes na condição de curto-circuito:

I"g B
I"m
A

j.0,20 j.0,10 j.0,20


E”g = 1,1431 /10,39o E”m = 0,8774 /-9,01o
I"total

Figura 6.14 – Tensões atrás das reatâncias subtransitórias e correntes de curto-circuito

i”m = E”m / j0,2 = 0,8774 /-9,01o / 0,20 /90o = 4,387 /-99,01o pu

i”g = E”g / j0,3 = 1,1431 /10,39o / 0,30 /90o = 3,810 /-79,61o pu

i”total = i”m + i”g

i”total = 4,387 /-99,01o + 3,810 /-79,61o = -0,6870 – j4,3329 + 0,6870 – j3,7475

i”total = - j 8,0804 pu

Cálculo das correntes em ampère:

Ibase = 30.000 kVA / (1,732 x 13,2 kV) = 1312,2 A

i”m = 4,387 /-99,01o x 1312,2 A = 5.755 /-99,01o A

i”g = 3,810 /-79,61o x 1312,2 A = 5.000 /-79,61o A

i”total = - j 8,0804 x 1312,2 A = 10.603 /-90o A

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 93 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

6.5.3 Exemplo do Segundo Método

Para o mesmo sistema, Vth = vm = 0,9697 / 0o

A B
j.0,20 j.0,10 j.0,20

Mesmo do exemplo anterior

A B
j.0,20 j.0,10
j.0,20

Impedância de Thevenin
vista pelo ponto de curto

Figura 6.15 – Cálculo da Tensão e da Impedância de Thevenin visto do ponto de curto-circuito

Zth = ( j0,3 x j0,2 ) / (j0,3 + j0,2 ) = - 0,06 / j0,5 = j0,12

Zth

Vth I” f

Figura 6.16 – Equivalente de Thevenin

I”total = Vth / Zth = 0,9697 /0o / 0,12 /90o = 8,080 /-90o pu

I”total = 8,080 /-90o pu x 1312,2 A = 10.603 /-90o A

Contribuições parciais de curto-circuito:


Ig Im

j.0,10
j.0,20 j.0,20
B
A
- j 8,08

Figura 6.17 – Equivalente de Thevenin

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 94 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Ig = -j8,080 x (0,2) / (0,2+0,3) = -j3,232 pu

Im = -j8,080 x (0,3) / (0,2+0,3) = -j4,848 pu

Contribuições totais, somando as condições de pré-falta:

Corrente de carga Ic = 0,8594 / -36,87o = 0,6875 – j0,5156 pu

I”g = Ig + Ic = 0,6875 – j0,5156 – j3,232

I”g = 0,6875 – j3,7476 = 3,810 /-79,61o pu

I”m = Im – Ic = - j 4,848 - 0,6875 + j0,5156 = - 0,6875 – j 4,3324

I”m = 4,387 /-99,01o pu

Estes resultados conferem com aqueles do primeiro método.

6.5.4 Exercício Proposto

O gerador mostrado a seguir está fornecendo 60.000 kVA a 13,8 kV, com fator de potência
0,8 adiantado, para um grande sistema de potência (que pode ser considerado um
barramento infinito – impedância “zero”).

A B Barra Infinita (fonte


extremamente forte)

sistema 230 kV
TR2 E
G TR1 LT
F
60 MVA 75 MVA R=0 75 MVA
12,7 kV 13,8 / 69 kV 69 / 230 kV
j X = j 10 ohms
X”d = 0,20 pu X=8% X = 10 %

Figura 6.18 – Sistema do Exercício Proposto

Ocorrendo um curto-circuito trifásico na Barra B, calcular as correntes subtransitórias


através da linha de transmissão (69 kV nominal), nos terminais do Gerador e no lado 230
kV do TR2.

Utilizar a seguinte seqüência de cálculos:

a) Escolher para base do estudo: PBase = 100 MVA e kVBase = 69 kV na LT


b) Calcular as impedâncias na base do estudo.
c) Montar o diagrama de impedâncias de seq. Positiva.

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 95 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

d) Calcular as correntes de curto circuito em p.u. vinda do lado do Gerador e aquela do


lado da LT.
e) Calcular as correntes em Ampères.
f) Considerar a carga (condições de pré-falta).
g) Usar qualquer dos métodos.

6.6 CURTO-CIRCUITO FASE-TERRA

6.6.1 Conceitos

As condições de contorno para um curto-circuito fase-terra são mostradas a seguir:

B
Sistema I Sistema II
A

Ifc Ifb Ifa

Figura 6.19 – Condições de contorno para um curto-circuito fase-terra

Isto é:

Ifa ≠ 0 Va = 0 (no ponto de curto-circuito)

Ifb = 0 Vb ≠ 0

Ifc = 0 Vc ≠ 0

Para facilitar a nomenclatura, vamos chamar de Ia, Ib e Ic as correntes Ifa, Ifb, Ifc. Da teoria de
componentes simétricos, tem-se:

⎡I a0 ⎤ ⎡1 1 1 ⎤ ⎡I a ⎤
⎢ I ⎥ = 1 .⎢1 a a 2 ⎥⎥ x ⎢⎢ I b ⎥⎥
⎢ a1 ⎥ 3 ⎢
⎢⎣ I a 2 ⎥⎦ ⎢⎣1 a 2 a ⎥⎦ ⎢⎣ I c ⎥⎦

introduzindo as condições de contorno:

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 96 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

⎡I a0 ⎤ ⎡1 1 1 ⎤ ⎡I a ⎤
⎢ I ⎥ = 1 .⎢1 a a 2 ⎥⎥ x ⎢⎢ 0 ⎥⎥
⎢ a1 ⎥ 3 ⎢
⎢⎣ I a 2 ⎥⎦ ⎢⎣1 a 2 a ⎥⎦ ⎢⎣ 0 ⎥⎦

Resolvendo, tem-se:

Ia0 = Ia / 3 Ia1 = Ia / 3 Ia2 = Ia / 3

Isto é Ia0 = Ia1 = Ia2

Essa condição colocada nos circuitos equivalentes de seqüências positiva , negativa e zero
nos permite deduzir aspectos importantes:

ia1
Z1

Seq. + Ea Va1 = Ea - Z1.ia1


Va1

ia2
Z2

Va2 = - Z2.ia2
Va2
Seq. -

ia0
Z0

Va0 = - Z0.ia0
Seq. 0 Va0

Figura 6.20 – Condições de curto fase-terra nos Diagramas de Impedância

Como Ia0 = Ia1 = Ia2 tem-se:

Va1 = Ea1 – Z1. Ia1

Va2 = - Z2. Ia1

Va0 = - Z0. Ia1

Como Va1 + Va2 + Va0 = Va = 0

Ea1 – Z1.Ia1 – Z2.Ia2 – Z0.Ia0 = 0

Ia1 = Ea1 / (Z1+Z2+Z0)

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 97 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Lembrando que Ia = Ia0 + Ia1 + Ia2

Ia = 3.Ia1 = 3. Ea1 / (Z1+Z2+Z0)

Onde:

Ea1 = VTh de seqüência positiva no ponto em curto

Z1 = ZTh de seqüência positiva vista do ponto de curto.

Z2 = ZTh de seqüência negativa vista do ponto de curto. (= Z1)

Z0 = ZTh de seqüência zero vista do ponto de curto.

Conhecendo-se as sequências positiva, negativa e zero de uma das fases (Ia0 = Ia1 = Ia2),
pode-se determinar as de outras fases, como já visto na teoria de componentes simétricos.

Conhecendo os componentes simétricos de uma fase, pode-se determinar os valores desta


fase.

Do que foi visto, verifica-se que para o cálculo de curto-circuito fase-terra, coloca-se os
diagramas de seq. +, - e 0 em série, a partir do ponto em curto-circuito:

Va1
V(I) V(II) Seq. +
ia1(I) ia1(II)

Z1(I) ia1 Z1(II)

Va2

ia2(I) ia2(II) Seq. -

Z2(I) Z2(II)
ia2

Va0
Seq. 0
ia0(I) ia0(II)

Z0 (I) ia0 Z0 (II)

Figura 6.21 – Cálculo de curto-circuito fase-terra pelo método Thevenin

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 98 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Nota-se na figura que Ia0 = Ia1 = Ia2 . Para cada contribuição (lado I e lado II) pode-se
determinar as correntes pela divisão de correntes.

6.6.2 Seqüência Prática de Cálculos

a) Estabelecer as Bases do estudo.

b) Determinas os diagramas de impedância, nas três sequências, em p.u. na base


estabelecida para o estudo.

c) Identificar o ponto de curto-circuito em cada um dos diagramas.

d) Interligar os diagramas em série. A referência da corrente é sempre “saindo” do


diagrama.

e) Determinar a tensão de pré falta ponto de curto circuito (VTh).

f) Determinar as impedâncias de Thevenin (ZTh), de sequencia positiva e zero. A de seq.


negativa é igual à da seq. positiva.

g) Interligar os diagramas de Thevenin em série.

Va1
Vf+=VTh
ia1

Z1

Va2

ia2

Z2

Va0

ia0

Z0

Figura 6.22 – Cálculo da corrente total de curto-circuito fase-terra pelo método Thevenin

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 99 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

h) Calcular Ia0 = Ia1 = Ia2

i) Voltar aos diagramas interligados (Item d anterior) e efetuar as divisões de corrente


pelos vários ramos, em cada seqüência.

j) Para cada ramo tem-se, então, as correntes de seq. +, - e 0.na fase em curto. Pode-se
determinar as componentes simétricas das demais fases, lembrando que:

a0
Sequência Zero (0)
b0 Sistema Trifásico
Fasores iguais (módulo e ângulo) nas três fases.
c0

a1

Sequência Positiva (1)

Sistema Trifásico
Fasores iguais em módulo e defasados 120 graus
Sequência de fases a, b, c (original do sistema)

c1 b1

a2

Sequência Negativa (2)

Sistema Trifásico
Fasores iguais em módulo e defasados 120 graus
Sequência de fases c,b,a (inversa ao original)

b2 c2

Figura 6.23 – Características de Componentes Simétricos

k) Conhecendo-se as componentes de cada fase, calcula-se os valores de fase a, b e c.

l) Caso as condições de pré-falta (carga) interessem, sobrepor os efeitos da carga, fase


por fase.

m) Para cada ponto do sistema, por simples resolução de circuito elétrico, pode-se
determinar Va0 , Va1 e Va2. Compondo-se essas componentes simétricas, tem-se os
valores de fase. Por exemplo, para a fase a, Va = Va0 + Va1 + Ia2

n) Lembrar também que para a corrente de neutro tem-se a relação:

IN = 3. I0

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 100 de 148


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6.6.3 Curto-circuito envolvendo transformador triângulo-estrela

Vamos supor um curto circuito fase-terra no lado da baixa tensão de um transformador em


derivação, conforme figura a seguir.

Lado
Fonte

Figura 6.24 – Curto fase-terra no lado da BT de um transformador triângulo-estrela

Haverá corrente em uma fase do lado estrela aterrado e corrente em duas fases do lado da
linha, fora do triângulo. A compensação de ampères espiras (princípio de funcionamento
do transformador) explica este fato.

Em termos de componentes simétricos, onde se separa o sistema desequilibrado em três


sistemas equilibrados, cada um deles com uma característica específica (seqüência
positiva, negativa e zero), tem-se a seguinte representação:

I1 LT + 30 Graus I1A

Z1 LT Z1 TR
Z1Sist
I2B I1C
I2A I1A
I0A
I2 LT I2A I0B
- 30 Graus
I2C I1B I0C
Z2LT Z2TR
Z2Sist

I1C I2B
I0C I0B I0A
I0 LT = 0 I0A I1A
I2A
Z0LT
Z0Sist I2C I1B
Z0TR

IC = 0 IB = 0 = IA

Figura 6.25 – Componentes simétricas para curto fase-terra no lado da BT

Isto é, há corrente na fase A e não nas duas outras fases. A teoria de cálculo de curto
circuito utilizando circuitos equivalentes mostra que as condições de carga, antes do curto-
circuito, devem ser somadas às condições calculadas de curto-circuito para se obter as
correntes das fases.

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 101 de 148


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No lado da LT, lado de alta tensão do transformador, não há corrente de seqüência zero,
mas apenas de seqüência positiva e negativa. Considerando que há rotação de –30 Graus
para a seqüência positiva e + 30 graus para a seqüência negativa, temos:

I1LT + 30 Graus I1A

I1CLT I1ALT
I1C
Z1LT Z1TR + 30 Graus
Z1Sist
I1A

I1BLT
I1B No Lado BT
Na LT
(Curto)
I2LT I2A I2BLT I2B
- 30 Graus - 30 Graus I2A

Z2LT Z2TR
Z2Sist I2ALT
I2CLT I2C

I0LT = 0 I0A I2BLT I1ALT I1CLT


IALT ICLT
Z0LT
Z0Sist Z0TR I1BLT I2ALT I2CLT

IBLT = 0 Na LT

Figura 6.26 – Componentes simétricas no lado AT para curto fase-terra no lado da BT

Comprova-se que há corrente em duas fases, sendo opostas. Em grandeza por unidade, o
valor é 1,732 vezes o valor p.u. da corrente de curto do lado da BT.

6.6.4 Oscilogramas simulados e reais

A figura a seguir mostra um oscilograma simulado para um curto circuito fase-terra em


linha radial, logo na saída de linha:

IA IB IC 3I0 VA(kV) VC(kV) VB(kV)


2000
IA

0
-2000
2000
IB

0
-2000
2000
IC

0
-2000
2000
3I0

0
-2000
VB(kV) VA(kV)

10
0
-10
10
VC(kV)

0
-10

4 8 12

Cycles

Figura 6.27 – Curto fase-terra. Oscilograma simulado para curto próximo

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 102 de 148


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Observa-se que há elevação de corrente na fase em curto (A), aparecimento de corrente


de terra (3.i0) e queda de tensão na fase A. O fato da tensão cair a zero mostra que o curto
circuito ocorreu logo na saída de linha.

O exemplo simulado a seguir mostra um curto circuito fase terra no meio da linha de
transmissão, havendo impedância entre o ponto de curto circuito e o ponto de localização
do registrador:

IA IB IC 3I0 VA(kV) VC(kV) VB(kV)


1000
0
IA

-1000
1000
0
IB

-1000
1000
0
IC

-1000
1000
3I0

0
-1000
10
VC(kV) VA(kV)

0
-10
10
VB(kV)

0
-10

4 8 12
Cycles

Figura 6.28 – Curto fase-terra. Oscilograma simulado para curto distante

Observa-se neste caso que a tensão na fase A, em curto circuito, não cai a zero, o que
mostra que o ponto de curto-circuito não é na saída de linha. Note as correntes da fase A e
de terra (3.I0) em fase, o que reforça o fato de que o curto circuito é do tipo fase-terra.

Ia Juanchito Ib Juanchito Ic Juanchito In Juanchito Ua Juanchito Ub Juanchito Uc Juanchito


2000
0
-2000
2000
0
-2000
2000
0
-2000
2000
0
-2000

4 8 12
Cycles

Figura 6.29 – Curto fase-terra. Oscilograma real

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 103 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Observa-se que o curto-circuito (LT 230 kV) foi próximo ao ponto de medição pelo
registrador oscilográfico (tensão quase zero na fase em curto).

Às vezes ocorre que no sistema de transmissão há fonte de terra de um transformador


com estrela aterrada, sem geração do outro lado do transformador. Esse transformador
contribuirá com corrente de terra (3.I0) para o curto-circuito à terra na LT, como mostra a
figura a seguir:

Fonte Transmissão Transformador em derivação


Energizado em vazio.

Figura 6.30 – Curto fase-terra com contribuição de terra de transformador estrela aterrada

Ia Atr Ib Atr Ic Atr In Atr Ua Atr Ub Atr Uc Atr


1000
Ua Atr In Atr Ic Atr Ib Atr Ia Atr

-0
-1000
1000
-0
-1000
1000
-0
-1000
1000
-0
-1000
200000
0
-200000
Ub Atr Uc Atr

200000
0
-200000
4 8 12
Cycles

Figura 6.31 – Exemplo de oscilograma para o caso acima, medido no lado de AT do transformador

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 104 de 148


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6.6.5 Exemplo de cálculo

A B
Barra Infinita (fonte
extremamente forte)

G TR1 LT E
TR2
60 MVA 75 MVA F
12,7 kV 13,8 / 69 kV R=0 75 MVA
X”d = 0,20 pu X=8% j X = j 10 ohms 69 / 230 kV
X0 = 15% RN = 2 ohms j X0 = j 25 ohms X=8%

Figura 6.32 – Sistema exemplo para cálculo de curto-circuito fase-terra

a) Calcular as correntes subtransitórias para curto-circuito da fase a para terra na barra B.

b) Calcular as contribuições vindas do TR1 e da LT, em 69 kV.

c) Tensão de pré-falta em B = 69 kV. Desprezar a carga.

Escolha das Bases

Vamos escolher uma base de 100 MVA de potência e 69 kV na LT. Assim:

BASES Trecho Gerador Tr1 Trecho LT Tr2 Trecho Sistema


Tensão 13,8 kV 1:5 69 kV 1:3,333 230 kV
Potência 100 MVA
2 2
Impedância (13,8) / 100 = (69) / 100 = 47,61 (230)2 / 100 = 529 ohms
1,9044 ohms ohms
Corrente 100.000 / (1,732 x 100.000 / (1,732 x 69) 100.000 / (1,732 x 230)
13,8) = 4.183,8 A = 836,8 A = 251 A

Cálculo e montagem dos diagramas de impedâncias

Gerador
⎛ 12,7 2 ⎞
⎜ 60 ⎟
Seqüência positiva (e negativa): X "d = 0,20.⎜ 2 ⎟ = 0,2823 pu na base do estudo
⎜ 13,8 ⎟
⎝ 100 ⎠

⎛ 12,7 2 ⎞
⎜ 60 ⎟
Seqüência zero: X 0 = 0,15.⎜ 2 ⎟ = 0,2117 pu na base do estudo
⎜ 13,8 ⎟
⎝ 100 ⎠

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 105 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Transformador TR1

⎛ 13,82 ⎞
⎜ 75 ⎟ = 0,1067 pu na base do estudo
X = 0,08.⎜ 2 ⎟
⎜ 13,8 ⎟
⎝ 100 ⎠

2
RN = 2
= 0,042 pu na base do estudo 3.R N = 0,1260
69
100

LT

10
X= = 0,2100 pu na base do estudo
69 2
100

25
X0 = = 0,5251 pu na base do estudo
69 2
100

Transformador TR2

⎛ 230 2 ⎞
⎜ 75 ⎟ = 0,1067 pu na base do estudo
X = 0,08.⎜ 2 ⎟
⎜ 230 ⎟
⎝ 100 ⎠

Barra Infinita

X=0 R=0

Tensão de Pré Falta

V = 69 / 69 (base) = 1 /0o pu

A B C D
j 0,2823 j 0,2100

j 0,1067 j 0,1067

Vf = 1,0 /0 graus

Figura 6.33– Diagrama de Seqüência Positiva

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 106 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

A B C D A B C D
j 0,2823 j 0,2100 j 0,2117 j 0,5251

j 0,1067 j 0,1067
j 0,1067
j 0,1067

0,1260

Figura 6.34 – Diagrama de Seqüência Negativa Figura 6.29 – Diagrama de Seqüência Zero

Para determinar o curto-circuito na barra B, coloca-se esses diagramas em série, por essa
barra:

j 0,1067 j 0,1067

B
j 0,2823 j 0,2100
A C D
ia1

j 0,1067 j 0,1067

B
j 0,2823 j 0,2100
A C D
ia2

3 x 0,042
= 0,1260

j 0,1067
j 0,1067

j 0,2117 B j 0,5251
A C D
ia0

Figura 6.35 – Modelagem de curto-circuito fase-terra

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 107 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Cálculo das impedâncias de Thevenin

Sequências positiva e negativa:

Lado do gerador: z = j (0,2823 + 0,1067) = j 0,3890

Lado da linha: z = j (0,2100 + 0,1067) = j 0,3167

ZTh + = j (0,3890 x 0,3167) / (0,3890 + 0,3167) = j 0,1746

ZTh - = j 0,1746

Sequências zero:

Lado do trafo: z = 0,1260 + j 0,1067 = 0,1651 /40,26o

Lado da linha: z = j (0,5251 + 0,1067) = j 0,6318 = 0,6318 /90o

ZTh 0 = (0,1651 /40,26o x 0,6318 /90o) / (0,1260 + j 0,1067 + j 0,6318)

ZTh 0 = (0,1043 /130,26o / (0,1260 + j 0,7385)

ZTh 0 = 0,1043 /130,26o / 0,7492 /80,3o

ZTh 0 = 0,1392 /49.96o = 0,08955 + j 0,1066

Cálculo da corrente total para cada seqüência

Va1
o
1,0 /0
ia1

j 0,1746

Va2

ia2

j 0,1746

Va0

ia0

0,08955 + j 0,1066

Figura 6.36 – Cálculo das correntes totais das sequências

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 108 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

i = ia1 = ia2 = ia0 = 1 /0o / ( j 0,1746 + j 0,1746 + 0,08955 + j 0,1066)

i = ia1 = ia2 = ia0 = 1 /0o / (0,08955 + j 0,4558) = 1 /0o / 0,4645 /78,9o

i = ia1 = ia2 = ia0 = 2,1528 /-78,9o pu

Corrente total na fase a:

ia = ia1 + ia2 + ia0 = 3 x 2,1528 /-78,9o pu = 6,4584 /-78,9o pu

Em ampères (corrente total de curto na fase a):

Ia = pu x Ibase = 6,4584 /-78,9o x 836,8 A = 5.404 /-78,9o A

Divisão de corrente na seqüência positiva:

j 0,3890 j 0,3167

A B C D

ia1 ‘ ia1 “

ia1 =2,1528 /-78,9o

Figura 6.37 – Divisão de corrente na seqüência positiva

ia1’ = 2,1528 /-78,9o x ( j 0,3167 ) / (j 0,3890 + j 0,3167)

ia1’ = 2,1528 /-78,9o x 0,4488

ia1’ = 0,9662 /-78,9o = 0,1860 – j 0,9481 pu

ia1” = 2,1528 /-78,9o - 0,9662 /-78,9o = 1,1866 /-78,9o = 0,2284 – j 1,1644 pu

Divisão de corrente na seqüência negativa:

j 0,3890 j 0,3167

A B C D

ia2 ‘ ia2 “

ia2 =2,1528 /-78,9o

Figura 6.38 – Divisão de corrente na seqüência negativa

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 109 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

ia2’ = 0,9662 /-78,9o = 0,1860 – j 0,9481 pu

ia2” = 1,1866 /-78,9o = 0,2284 – j 1,1644 pu

Divisão de corrente na seqüência zero:

0,1651 /40,26

0,1260 / 90
3 18
0,6
j 0,1067 j 0,1067
A C D
B j 0,5251

ia0 “
ia0 ‘

ia0 =2,1528 /-78,9o

Figura 6.39 – Divisão de corrente na seqüência zero

ia0 ’ = 2,1528 /-78,9o x ( j 0,6318 ) / (0,1260 + j 0,1067 + j 0,6318)

ia0 ’ = 2,1528 /-78,9o x ( j 0,6318 ) / (0,1260 + j 0,7385)

ia0 ’ = 2,1528 /-78,9o x ( 0,6318 /90o ) / (0,7492 /80,3o)

ia0 ’ = 1,8154 /- 69,2o = 0,6447 – j 1,6971

ia0 “ = 2,1528 /-78,9o x ( 0,1651 /40,26o ) / (0,1260 + j 0,1067 + j 0,6318)

ia0 “ = 2,1528 /-78,9o x (0,1651 /40,26o) / (0,7492 /80,3o)

ia0 “ = 0,4744 /-118,94o = - 0,2296 – j 0,4152

Composição de correntes para cada lado

Lado do transformador

ia ’ = ia1 ’ + ia2 ’ + ia0 ’

ia ’ = 0,1860 – j 0,9481 + 0,1860 – j 0,9481 + 0,6447 – j 1,6971

ia ’ = 1,0167 – j 3,5933 = 3,7344 /-74,2o pu (3,7344 x 836,8 = 3.125 A)

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 110 de 148


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FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Lado da linha

ia “ = ia1 “ + ia2 “ + ia0 “

ia “ = 0,2284 – j 1,1644+ 0,2284 – j 1,1644 - 0,2296 – j 0,4152

ia “ = 0,2272 – j 2,744 = 2,7534 /-85,3o pu (2,7534 x 836,8 = 2.304 A)

Diagrama elucidativo

Seq. +
A B C D

ia1 ‘= 0,9662 /-78,9o ia1" = 1,1886 /-78,9o

ia1 =2,1528 /-78,9o

Seq. -

A B C D

ia2 ‘= 0,9662 /-78,9o ia2" = 1,1886 /-78,9o

ia2 =2,1528 /-78,9o

Seq. 0

A
B C D

ia0 ' = 1,8154 /-69,2o ia0 " = 0,4744 /-118,94o

ia0 =2,1528 /-78,9o

Figura 6.40 – Divisão de correntes

Cálculo das correntes nas fases do Lado do transformador

Seqüência positiva

ia1’ = 0,9662 /-78,9o pu


ib1’ = 0,9662 /-120 -78,9o = 0,9662 /+ 161,1o pu
ic1’ = 0,9662 /+120 -78,9o = 0,9662 /+ 41,1o pu

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 111 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Seqüência negativa

ia2’ = 0,9662 /-78,9o pu


ib2’ = 0,9662 /+120 -78,9o = 0,9662 /+ 41,1o pu
ic2’ = 0,9662 /-120 -78,9o = 0,9662 /+ 161,1o pu

Seqüência zero

ia0 ’ = 1,8154 /-69,2o


ib0 ’ = 1,8154 /-69,2o
ic0 ’ = 1,8154 /-69,2o

Cálculo das correntes nas fases do Lado da linha

Seqüência positiva

ia1” = 1,1886 /-78,9o


ib1” = 1,1886 /-120 -78,9o = 1,1886 /+ 161,1o
ic1” = 1,1886 /+120 -78,9o = 1,1886 /+ 41,1o

Seqüência negativa

ia2” = 1,1886 /-78,9o

ib2” = 1,1886 /+120 -78,9o = 1,1886 /+ 41,1o

ic2” = 1,1886 /-120 -78,9o = 1,1886 /+ 161,1o

Seqüência zero

Ia0 “ = 0,4744 /-118,94o

Ib0 “ = 0,4744 /-118,94o

ic0 “ = 0,4744 /-118,94o

Valores nas fases do lado do Transformador

ia ’ = 1,0167 – j 3,5933 = 3,7344 /-74,2o pu

ib ’ = ib1 ’ + ib2 ’ + ib0 ’ = 0,9662 /+ 161,1o + 0,9662 /+ 41,1o + 1,8154 /-69,2o


ib ’ = - 0,9141 + j 0,3130 + 0,7281 + j 0,6352 + 0,6447 - j 1,6971

ib ’ = 0,4587 – j 0,7466 = 0,8781 /- 58,4o pu

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 112 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

ic ’ = ic1 ’ + ic2 ’ + ic0 ’ = 0,9662 /+ 41,1o + 0,9662 /+ 161,1o + 1,8154 /-69,2o

ic ’ = 0,4587 – j 0,7466 = 0,8781 /- 58,4o pu

Valores nas fases do lado da linha

ia “ = 0,2272 – j 2,744 = 2,7534 /-85,3o pu

ib “ = ib1 “ + ib2 “ + ib0 “ = 1,1886 /+ 161,1o + 1,1886 /+ 41,1o + 0,4744 /-118,94o

ib “ = - 1,1245 + j 0,3850 + 0,8957 + j 0,7814 – 0,2296 – j 0,4152

ib “ = - 0,4584 + j 0,7512 = 0,8781 / + 121,6o pu

ic “ = ic1 “ + ic2 “ + ic0 “ = 1,1886 /+ 41,1o + 1,1886 /+ 161,1o + 0,4744 /-118,94o

ic “ = - 1,1245 + j 0,3850 + 0,8957 + j 0,7814 – 0,2296 – j 0,4152

ic “ = - 0,4584 + j 0,7512 = 0,8781 / + 121,6o pu

A seguir é mostrado o diagrama trifilar elucidativo dos valores calculados.


B
Ic’ = 0,8781 / -58,4 pu Ic” = 0,8781 / + 121,6 pu

Ib’ = 0,8781 / -58,4 pu Ib” = 0,8781 / + 121,6 pu

Ia’ = 3,7344 /-74,2 pu


Ia” = 2,7534 /-85,3 pu

RN

Ia = 6,4584 /-78,9 pu

3.I0’ = 3x1,8154 /-69,2 pu


3.I0’’ = 3x0,4744 /-118,9 pu
IN’ = 3.I0’ = 5,4462 /-69,2 pu
IN’’ = 3.I0’’ = 1,4232 /-118,9 pu

Figura 6.41 – Diagrama trifilar com indicação das correntes calculadas

Para se conhecer os valores em ampères, basta multiplicar os valores p.u. pela base de
corrente do estudo, para o trecho da LT.

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 113 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

6.6.6 Exercício Proposto

No exercício anterior, calcular as correntes em (A) em cada fase do Gerador (lado 13,8 kV
do TR1). Considerar que há rotação de + 30 graus, para a seqüência positiva, quando se
passa do lado estrela para o lado delta.

I A (a-b) Ic = 0,8781 / -58,4 pu

Ib = 0,8781 / -58,4 pu

b
IB (b-c) b
Gerador a c
Ia = 3,7344 /-74,2 pu
a
c

I C (c-a) RN

IN ’ = 3.I 0 ’ = 5,4462 /-69,2 pu

SOLUÇÃO 1

Da resolução do exercício temos as correntes de contribuição do lado do transformador:

ia1 = 0,9662 |-78,9o pu

ib1 = 0,9662 |-120 -78,9o pu = 0,9662 |+161,1o pu

ic1 = 0,9662 |+120-78,9o pu = 0,9662 |+41,1o pu

ia2 = 0,9662 |-78,9o pu

ib2 = 0,9662 |+120 -78,9o pu = 0,9662 |+41,1o pu

ic2 = 0,9662 |-120-78,9o pu = 0,9662 |+161,1o pu

ia0 = 0,9662 |-69,2o pu

ib0 = 0,9662 |-69,2o pu

ic0 = 0,9662 |-69,2o pu

Para obtermos os valores de corrente do lado delta do transformador, para os fasores de


sequência positiva, somamos (+30o ) e para os fasores de sequência negativa, somamos
(-30o):

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 114 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

ia1d = 0,9662 |+30 -78,9o pu = 0,9662 |-48,9o

ib1d = 0,9662 |+30 +161,1o pu = 0,9662 |-168,9o

ic1d = 0,9662 |+30 +41,1o pu = 0,9662 |+71,1o

ia2d = 0,9662 |-30 -78,9o pu = 0,9662 |-108,9o

ib2d = 0,9662 |-30 +41,1o pu = 0,9662 |+11,1o

ic2d = 0,9662 |-30 +161,1o pu = 0,9662 |+131,1o

Portanto do lado delta do transformador temos:

iad = ia1d + ia2d = 0,9662 |-48,9o + 0,9662 |-108,9o =

= 0,6352 -j0,7281 -0,3129 -j0,9141 = 0,3223 -j1,6422 = 1,6735 |-78,9o pu

ibd = ib1d + ib2d = 0,9662 |-168,9o + 0,9662 |+11,1o =

= -0,9481 -j0,1860 + 0,9481 +j0,1860 = 0

icd = ic1d + ic2d = 0,9662 |+71,1o + 0,9662 |+131,1o =

= 0,3129 +j0,9141 -0,6351 +j0,7281 = -0,3222 +j1,6422 = 1,6735 |101,1o pu

Portanto:

IA = iad = 1,6735 |-78,9o pu

IB = ibd = 0

IC = icd = 1,6735 |101,1o pu = -1,6735 |-78,9o pu

Ibase = 100.000 / (1,732 x 13,8) = 4.183,82 A

Logo:

IA = 1,6735 x 4.183,82 = 7.002 A

IB = 0

IC = 1,6735 x 4.183,82 = 7.002 A

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 115 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Solução 2 ( Trabalhando com as correntes em Amperes)

IC = 0,8781 |-58,40
(734,68 A)

IA

IB = 0,8781 |-58,40
IAD (734,68 A)
734,68 |-58,4o A
734,68 |-58,4o A

IB IAC
IAB
3.124,81 |-74,2o A

IC

IA = 3,7344 |-74,20
(3.124,81 A)

Ibase = 100.000 / (1,732 x 69) =


= 836,7641 A

Para “passar” a corrente em amperes do lado estrela para o lado delta, observar que a
relação de transformação não é 13,8 : 69 (ou 1:5) e sim 1 : 2,8868 (relação de
transformação entre fases)

Portanto:

IAD = 3.124,81 |-74,2o x 2,8868 A = 9.020,70 |-74,2o

IBD = 734,68 |-58,4o x 2,8868 A = 2.120,87 |-58,4o

ICD = 734,68 |-58,4o x 2,8868 A = 2.120,87 |-58,4o

Corrente fora do delta:

IA = IAD - IBD = 9.020,70 |-74,2o - 2.120,87 |-58,4o =

= 2.456,1584 -j8.679,8799 -1.123,889 +j 1.798,5998 = 1.332,2694 -j6.881,2801 =

= 7.009,06 |-79,04o A

IB = IBD - ICD = 0

IC = ICD - IAD = 2.120,87 |-58,4o - 9.020,70 |-74,2o =

= 1.123,889 -j1.798,5998 -2.456,1584 +j8.679,8799 = -1.332,2694 +j6.881,2801 =

= 7.009,06 |100,96o A = -7.009,06 |-79,04o A

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 116 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Solução 3: (trabalhando com as correntes em pu)

Para “passar” a corrente em pu do lado estrela para o lado delta, observar que existe um
fator 3

Portanto temos que:

IAD = (3,7344 / 3 ) |-74,2o pu = 2,156 |-74,2o pu

IBD = (0,8781 / 3 ) |-58,4o pu = 0,507 |-58,4o pu

ICD = (0,8781 / 3 ) |-58,4o pu = 0,507 |-58,4o pu

A corrente fora do delta será:

IA = IAD - IBD = 2,156 |-74,2o pu - 0,507 |-58,4o pu = 0,587 -j2,0745 -0,2657 +j 0,4318

= 0,3213 -j1,6427 = 1,6738 |-78,9o pu

IB = IBD - ICD = 0

IC = ICD - IAD = 0,507 |-58,4o pu - 2,156 |-74,2o pu = 0,2657 -j0,4318 -0,587 +j2,0745

= -0,3213 +j1,6427 = 1,6738 |101,06o pu = -1,6738 |-78,9o pu

Como Ibase = 100.000 / (1,732 x 13,8) = 4.183,82 A temos:

IA = 1,6738 |-78,9o pu x 4.183,82 = 7.002 |-78,9o A

IB = 0

IC = 1,6738 |101,1o pu x 4.183,82 = 7.002 |101,1o A = -7.002 |-78,9o A

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 117 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

6.7 CURTO-CIRCUITO BIFÁSICO

6.7.1 Conceito

A figura a seguir mostra as condições de contorno de um curto-circuito bifásico:

B
Sistema I Sistema II
A

Ifc=0 Ifb Ifa

Figura 6.42 – Curto-circuito Bifásico

No ponto de curto circuito: Va = Vb. E as correntes totais são: Ia = -Ib e Ic = 0. A figura a


seguir mostra um oscilograma real de um curto circuito bifásico.

IA IB IC 3I 0 VA VC VB
5000
0
IA

- 5000
5000
0
IB

- 5000
5000
0
IC

- 5000
2000
1000
3I0

-0
25
VC VB VA

0
- 25
25
0
- 25

4 8 12
Cy c e
ls

Figura 6.43 – Oscilograma de curto-circuito bifásico

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 118 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Pode-se mostrar que para calcular um curto-circuito bifásico, coloca-se os diagramas de


seqüência positiva e negativa em paralelo. Não há seqüência zero pois não há terra.

ia1 ia2

ia1(I) ia1(II) ia2(I) ia2(II)

Z1(I) Z1(II) Z2(I) Z2(II)

V(II) Va2
V(I) Va1

Seq. + Seq. -

Figura 6.44 – Modelagem de Curto-circuito Bifásico

6.7.2 Curto-circuito bifásico envolvendo transformador triângulo-estrela

Vamos supor um curto circuito bifásico no lado da baixa tensão de um transformador em


derivação, conforme figura a seguir.

Figura 6.45 – Curto bifásico no lado da BT de um transformador delta - estrela

Haverá corrente em DUAS fase do lado estrela aterrado e corrente nas três fases do lado
da linha, fora do triângulo, sendo que em uma delas a corrente é o dobro das outras duas.
A compensação de ampères espiras (princípio de funcionamento do transformador) explica
este fato.

Em termos de componentes simétricos, onde se separa o sistema desequilibrado em três


sistemas equilibrados, cada um deles com uma característica específica (seqüência
positiva, negativa e zero), tem-se a seguinte representação:

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 119 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

I1LT + 30 Graus I2LT


- 30 Graus

Z1LT Z1TR Z2LT Z2TR


Z1Sist I1A Z2Sist
I2A
V1A V2A

I1C I2C
I1A I2A

I1B I2B

IC
I1A I2A
I1B I2B
I1C I2C
IA = 0
IB

Figura 6.46 – Componentes Simétricos de Corrente para Curto bifásico no lado da BT de um


transformador delta - estrela

No lado da Baixa Tensão há corrente nas fases B e C (curto circuito entre estas fases)
opostas entre si. Não há componente de seqüência zero pois o curto-circuito não envolve
terra.

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 120 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Tensões

Quanto às tensões de fase no PONTO DE CURTO-CIRCUITO, a análise de componentes


simétricas mostra o seguinte:

I1LT + 30 Graus I2LT


- 30 Graus

Z1LT Z1TR Z2LT Z2TR


Z1Sist I1A Z2Sist
I2A
V1A V2A

LADO BT
V2A
V1A

V1C V2B
V1B V2C

V2B V1B
V1A

VA VB
V2A
V1C V2C

VC

Figura 6.47 – Componentes Simétricos de Tensão para Curto bifásico no lado da BT de um


transformador delta - estrela

As tensões VB e VC tornam-se iguais com relação ao neutro (o que era de se esperar pois
estão em curto-circuito). E a tensão VA está em oposição de fase, com o dobro do módulo.

Deve-se atentar para o fato de que isso ocorre apenas no ponto em curto-circuito. Quanto
mais afastado o ponto de registro oscilográfico, começam a aparecer diferenças de potencial
entre as fases B e C e variação de ângulo nas três fases.

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 121 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Lado da Alta Tensão

No lado da LT, lado de alta tensão do transformador deverá haver corrente nas três fases,
conforme já visto. Considerando que há rotação de –30 Graus para a seqüência negativa e
+ 30 graus para a seqüência positiva, temos:

I1LT + 30 Graus I2LT


- 30 Graus

Z1LT Z1TR Z2LT Z2TR


Z1Sist I1A Z2Sist
I2A
V1A V2A

LADO AT LADO BT

I1C
+ 30 GRAUS I1A
I1C I1A

I1B I1B

- 30 GRAUS I2C
I2A
I2A I2C

I2B I2B

IC I1B IA
I1C I2A
I2C I1A
I2B
IB

Figura 6.48 – Componentes Simétricos de Corrente no lado da AT, para Curto bifásico no
lado da BT de um transformador delta - estrela

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 122 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

6.8 CURTO-CIRCUITO BIFÁSICO-TERRA

6.8.1 Conceito

A figura a seguir mostra as condições de contorno de um curto-circuito bifásico:

B
Sistema I Sistema II
A

Ifc=0 Ifb Ifa

Ifb+Ifa

Figura 6.49 – Curto-circuito Bifásico-Terra

Verifica-se que Vb = Vc = 0 no ponto de curto. E que Ic =0. Pode-se mostrar que

A figura a seguir mostra um oscilograma real de um curto circuito bifásico. As tensões em


curto não são iguais a zero, no oscilograma, pois o registro é distante do ponto de curto.
Repare também os transitórios de chaveamento.

Cur r ent I L1 L814 R Cur r ent I L2 L814 R Cur r ent I L3 L814 R Cur r ent I NL 814R
Volt age VL2 L814 Volt age VL3 L814 Volt age VL1 L814
250 0
0
- 25 00
250 0
0
- 25 00
250 0
0
- 25 00
250 0
0
- 25 00
200 000
0
- 20 0000
200 000
0
- 20 0000
4 8 12
Cy c e
l s

Figura 6.50– Oscilograma de Curto-circuito Bifásico-Terra

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 123 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Pode-se mostrar que para calcular um curto-circuito bifásico, coloca-se os diagramas de


seqüência positiva e negativa em paralelo. Não há seqüência zero pois não há terra.

ia1
ia2 ia0

ia1(I) ia1(II) ia2(I) ia2(II) ia0(I) ia0(II)

Z1(I) Z1(II) Z2(I) Z2(II) Z0(I) Z0(II)


V(I) V(II) Va2 Va0
Va1

Seq. + Seq. - Seq. 0

Figura 6.51 – Modelagem de curto-circuito Bifásico-Terra

6.8.2 Curto-circuito bifásico-terra envolvendo transformador triângulo-estrela

Vamos supor um curto circuito bifásico-terra no lado da baixa tensão de um transformador


em derivação, conforme figura a seguir.

Figura 6.52 – Curto-circuito Bifásico-Terra no lado de BT de um transformador triângulo –


estrela aterrada

Haverá corrente em DUAS fase do lado estrela aterrado e corrente nas três fases do lado
da linha, fora do triângulo, como será mostrado na análise de componentes simétricos.

Em termos de componentes simétricos tem-se a seguinte representação:

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 124 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

I1A I2A I0A


I1LT + 30 I2LT - 30 I0LT = 0
Graus Graus

Z2LT Z2TR Z0LT


Z1LT Z1TR
Z2Sist Z0Sist Z0TR V0A
Z1Sist
V1A V2A

I1C I2C
I1A
I2A I0A
I0B
I2B I0C
I1B

I0C
IC I2B I1A I2A
I1B I0A
I1C IB
I2C IA = 0
I0B

Figura 6.53 – Componentes Simétricos de Corrente no lado de BT

Na fase A, as correntes de seqüência negativa e zero, somadas, compensam a corrente de


seqüência positiva.

No lado da Baixa Tensão há corrente nas fases B e C (curto circuito entre estas fases)
defasados entre si. O ângulo de desafasamento será menor que 120 graus se a corrente
de seqüência zero for maior que a de seqüência negativa. Será maior que 120 graus se
ocorrer o inverso.

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 125 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Tensões

Quanto às tensões de fase no PONTO DE CURTO-CIRCUITO, a análise de componentes


simétricas mostra o seguinte:

I1A I2A I0A


I1LT + 30 I2LT - 30 I0LT = 0
Graus Graus

Z2LT Z2TR Z0LT


Z1LT Z1TR
Z2Sist Z0Sist Z0TR V0A
Z1Sist
V1A V2A

LADO BT

V1A V2A V0A V0B V0C

V1C V1B V2B V2C

V1A
V0B V0C

V2A
VA
V2B V1B V1C V2C

V0A
VB = 0 VC = 0

Figura 6.54 – Componentes Simétricos de Tensão no lado de BT

As tensões entre fase e neutro VB e VC tornam-se iguais a zero pois estão em curto-
circuito com a TERRA.

Deve-se atentar para o fato de que isso ocorre apenas no ponto em curto-circuito. Quanto
mais afastado o ponto de registro oscilográfico, começam a aparecer diferenças de
potencial e variação de ângulo nas três fases.

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 126 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Lado da Alta Tensão

No lado da LT, lado de alta tensão do transformador haverá corrente nas três fases,
conforme mostrado a seguir. Considerando que há rotação de –30 Graus para a seqüência
negativa e + 30 graus para a seqüência positiva, temos:

I1A I2A I0A


I1LT + 30 I2LT - 30 I0LT = 0
Graus Graus

Z2LT Z2TR Z0LT


Z1LT Z1TR
Z2Sist Z0Sist Z0TR V0A
Z1Sist
V1A V2A

LADO AT LADO BT

I0A

I1C I1A I0B


I0C
+ 30 GRAUS
I1B

I2A I1C I1A


I2C

I1B
- 30 GRAUS
I2B

I1B IC IA
I2C
IB
I2B I2C I2A I2B
I1C I2A I1A

Figura 6.55– Componentes Simétricos de Corrente no lado de AT

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 127 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

6.9 EXERCÍCIOS

Os seguintes exercícios mostram o uso dos dados de saída dos programas de curto
circuito utilizados pelas concessionárias de Transmissão e Geração do sistema interligado
brasileiro:

• Programa ANAFAS desenvolvido pelo CEPEL

• Programa PECO / COPEL

CASO EXEMPLO 1

1. Para o sistema abaixo e utilizando o relatório de saída do estudo de curto circuito em


anexo, determinar, para um curto circuito fase A à terra, a 75% da Subestação
SiemensLapa, a corrente total de curto circuito e as correntes de contribuição por fase e
terra, de cada extremidade da LT.

2. Idem para um curto circuito trifásico no mesmo ponto.

Considerar: Potência de base = 100 MVA e tensão de base = 440 kV.

SiemensLapa SiemensAnhang

LT 440 kV
Sistema I Sistema II
440 kV 440 kV

400
4010

SiemensLapa SiemensAnhang
Barra 400 Barra 4010
Fase C Fase C

Fase B Fase B

Fase A Fase A

SiemensLapa SiemensAnhang
Barra 400 Barra 4010

Fase C Fase C

Fase B Fase B

Fase A Fase A

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 128 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

DADOS DE SAÍDA DO PROGRAMA ANAFAS:

ANAFAS - Programa de Analise de Faltas Simultaneas

CASO FALTA LOCALIZACAO CONTINGENCIA


------ ----- ----------------- -------------------------
1 FT 400:4010: 1 25% Caso-Base

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C U R T O

Barra -1 (FIC.INTER.01)
TENSAO(pu) CORRENTE(pu )
mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.549 174.9 A 59.050 -79.0 Z 19.683 -79.0
B 1.140 -136.0 P 0.774 -1.8 B 0.000 0.0 P 19.683 -79.0
C 1.247 131.1 N 0.228 -173.8 C 0.000 0.0 N 19.683 -79.0

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C O N T R I B U I C A O

Bar. 400 (SIEMENSLAPA 440 ) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.369 -3.1 Z 0.321 177.8
B 1.070 -128.5 P 0.845 -1.1
C 1.115 126.7 N 0.156 -174.1

Bar. -1 (FIC.INTER.01) TEN.(pu) Cir. 1 ( %25) CORR.(pu ) p/ 400


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.549 174.9 A -36.823 -79.0 Z -12.721 -79.7
B 1.140 -136.0 P 0.774 -1.8 B -0.705 -97.4 P -12.052 -78.7
C 1.247 131.1 N 0.228 -173.8 C -0.705 -97.4 N -12.051 -78.7

Bar.4010 (SIEMENSANHANG 440 ) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.645 -1.8 Z 0.175 179.6
B 1.035 -124.4 P 0.910 -0.7
C 1.054 123.7 N 0.091 -173.4

Bar. -1 (FIC.INTER.01) TEN.(pu) Cir. 1 ( %25) CORR.(pu ) p/4010


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.549 174.9 A -22.228 -79.0 Z -6.965 -77.7
B 1.140 -136.0 P 0.774 -1.8 B 0.705 -97.4 P -7.633 -79.5
C 1.247 131.1 N 0.228 -173.8 C 0.705 -97.4 N -7.633 -79.5

CASO FALTA LOCALIZACAO CONTINGENCIA


------ ----- ----------------- -------------------------
2 FFF 400:4010: 1 25% Caso-Base

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C U R T O

Barra -1 (FIC.INTER.01)
TENSAO(pu) CORRENTE(pu )
mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.000 0.0 A 86.296 -85.2 Z 0.000 0.0
B 0.000 0.0 P 0.000 0.0 B -86.296 -25.2 P 86.296 -85.2
C 0.000 0.0 N 0.000 0.0 C -86.296 -145.2 N 0.000 0.0

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C O N T R I B U I C A O
Bar. 400 (SIEMENSLAPA 440 ) TEN.(pu)
mod. ang. mod. ang.
A 0.317 0.6 Z 0.000 0.0

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 129 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

B 0.317 -119.4 P 0.317 0.6


C 0.317 120.6 N 0.000 0.0

Bar. -1 (FIC.INTER.01) TEN.(pu) Cir. 1 ( %25) CORR.(pu ) p/ 400


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.000 0.0 A -52.836 -84.8 Z 0.000 0.0
B 0.000 0.0 P 0.000 0.0 B 52.836 -24.8 P -52.836 -84.8
C 0.000 0.0 N 0.000 0.0 C 52.836 -144.8 N 0.000 0.0

Bar.4010 (SIEMENSANHANG 440 ) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.602 -0.3 Z 0.000 0.0
B 0.602 -120.3 P 0.602 -0.3
C 0.602 119.7 N 0.000 0.0

Bar. -1 (FIC.INTER.01) TEN.(pu) Cir. 1 ( %25) CORR.(pu ) p/4010


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.000 0.0 A -33.462 -85.7 Z 0.000 0.0
B 0.000 0.0 P 0.000 0.0 B 33.462 -25.7 P -33.462 -85.7
C 0.000 0.0 N 0.000 0.0 C 33.462 -145.7 N 0.000 0.0

CASO FALTA LOCALIZACAO CONTINGENCIA


------ ----- ----------------- -------------------------
3 FT 400:4010: 1 50% Caso-Base

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C U R T O

Barra -1 (FIC.INTER.01)
TENSAO(pu) CORRENTE(pu )
mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.561 174.7 A 55.422 -78.6 Z 18.474 -78.6
B 1.150 -136.8 P 0.780 -1.9 B 0.000 0.0 P 18.474 -78.6
C 1.263 131.6 N 0.222 -173.2 C 0.000 0.0 N 18.474 -78.6

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C O N T R I B U I C A O

Bar. 400 (SIEMENSLAPA 440 ) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.527 -2.4 Z 0.235 178.9
B 1.048 -126.0 P 0.881 -0.9
C 1.077 124.8 N 0.120 -173.6

Bar. -1 (FIC.INTER.01) TEN.(pu) Cir. 1 ( %50) CORR.(pu ) p/ 400


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 180.0 Z 0.561 174.7 A -26.151 -78.5 Z -9.125 -78.7
B 1.150 -136.8 P 0.780 -1.9 B -0.616 -84.8 P -8.513 -78.3
C 1.263 131.6 N 0.222 -173.2 C -0.616 -84.8 N -8.513 -78.3

Bar.4010 (SIEMENSANHANG 440 ) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.570 -2.0 Z 0.227 178.7
B 1.054 -126.4 P 0.898 -0.8
C 1.082 125.3 N 0.103 -173.0

Bar. -1 (FIC.INTER.01) TEN.(pu) Cir. 1 ( %50) CORR.(pu ) p/4010


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 180.0 Z 0.561 174.7 A -29.271 -78.7 Z -9.349 -78.5
B 1.150 -136.8 P 0.780 -1.9 B 0.616 -84.8 P -9.961 -78.9
C 1.263 131.6 N 0.222 -173.2 C 0.616 -84.8 N -9.961 -78.9

CASO FALTA LOCALIZACAO CONTINGENCIA


------ ----- ----------------- -------------------------

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 130 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

4 FFF 400:4010: 1 50% Caso-Base

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C U R T O

Barra -1 (FIC.INTER.01)
TENSAO(pu) CORRENTE(pu )
mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.000 0.0 A 83.154 -85.4 Z 0.000 0.0
B 0.000 0.0 P 0.000 0.0 B -83.154 -25.4 P 83.154 -85.4
C 0.000 0.0 N 0.000 0.0 C -83.154 -145.4 N 0.000 0.0

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C O N T R I B U I C A O

Bar. 400 (SIEMENSLAPA 440 ) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.459 0.4 Z 0.000 0.0
B 0.459 -119.6 P 0.459 0.4
C 0.459 120.4 N 0.000 0.0

Bar. -1 (FIC.INTER.01) TEN.(pu) Cir. 1 ( %50) CORR.(pu ) p/ 400


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.000 0.0 A -38.319 -85.1 Z 0.000 0.0
B 0.000 0.0 P 0.000 0.0 B 38.319 -25.1 P -38.319 -85.1
C 0.000 0.0 N 0.000 0.0 C 38.319 -145.1 N 0.000 0.0

Bar.4010 (SIEMENS ANHANG 440 ) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.537 -0.2 Z 0.000 0.0
B 0.537 -120.2 P 0.537 -0.2
C 0.537 119.8 N 0.000 0.0

Bar. -1 (FIC.INTER.01) TEN.(pu) Cir. 1 ( %50) CORR.(pu ) p/4010


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.000 0.0 A -44.836 -85.6 Z 0.000 0.0
B 0.000 0.0 P 0.000 0.0 B 44.836 -25.6 P -44.836 -85.6
C 0.000 0.0 N 0.000 0.0 C 44.836 -145.6 N 0.000 0.0

CASO FALTA LOCALIZACAO CONTINGENCIA


------ ----- ----------------- -------------------------
5 FT 400:4010: 1 75% Caso-Base

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C U R T O

Barra -1 (FIC.INTER.01)
TENSAO(pu) CORRENTE(pu )
mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.566 174.9 A 61.879 -78.9 Z 20.626 -78.9
B 1.157 -136.9 P 0.782 -1.9 B 0.000 0.0 P 20.626 -78.9
C 1.266 131.9 N 0.220 -173.4 C 0.000 0.0 N 20.626 -78.9

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C O N T R I B U I C A O

Bar. 400 (SIEMENSLAPA 440 ) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.604 -2.2 Z 0.188 179.8
B 1.034 -124.3 P 0.896 -0.7
C 1.054 123.6 N 0.105 -173.6

Bar. -1 (FIC.INTER.01) TEN.(pu) Cir. 1 ( %75) CORR.(pu ) p/ 400


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.566 174.9 A -19.810 -78.4 Z -7.048 -78.0
B 1.157 -136.9 P 0.782 -1.9 B -0.672 -71.7 P -6.381 -78.6

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 131 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

C 1.266 131.9 N 0.220 -173.4 C -0.672 -71.7 N -6.381 -78.6

Bar.4010 (SIEMENSANHANG 440 ) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.411 -2.6 Z 0.323 177.8
B 1.085 -129.5 P 0.867 -1.0
C 1.129 127.6 N 0.134 -173.3

Bar. -1 (FIC.INTER.01) TEN.(pu) Cir. 1 ( %75) CORR.(pu ) p/4010


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.566 174.9 A -42.070 -79.1 Z -13.579 -79.3
B 1.157 -136.9 P 0.782 -1.9 B 0.672 -71.7 P -14.245 -79.0
C 1.266 131.9 N 0.220 -173.4 C 0.672 -71.7 N -14.245 -79.0

CASO FALTA LOCALIZACAO CONTINGENCIA


------ ----- ----------------- -------------------------
6 FFF 400:4010: 1 75% Caso-Base

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C U R T O

Barra -1 (FIC.INTER.01)
TENSAO(pu) CORRENTE(pu )
mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.000 0.0 A 93.911 -85.5 Z 0.000 0.0
B 0.000 0.0 P 0.000 0.0 B -93.911 -25.5 P 93.911 -85.5
C 0.000 0.0 N 0.000 0.0 C -93.911 -145.5 N 0.000 0.0

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C O N T R I B U I C A O

Bar. 400 (SIEMENSLAPA 440 ) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.522 0.2 Z 0.000 0.0
B 0.522 -119.8 P 0.522 0.2
C 0.522 120.2 N 0.000 0.0

Bar. -1 (FIC.INTER.01) TEN.(pu) Cir. 1 ( %75) CORR.(pu ) p/ 400


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.000 0.0 A -29.053 -85.2 Z 0.000 0.0
B 0.000 0.0 P 0.000 0.0 B 29.053 -25.2 P -29.053 -85.2
C 0.000 0.0 N 0.000 0.0 C 29.053 -145.2 N 0.000 0.0

Bar.4010 (SIEMENSANHANG 440 ) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.389 -0.1 Z 0.000 0.0
B 0.389 -120.1 P 0.389 -0.1
C 0.389 119.9 N 0.000 0.0

Bar. -1 (FIC.INTER.01) TEN.(pu) Cir. 1 ( %75) CORR.(pu ) p/4010


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.000 0.0 A -64.858 -85.6 Z 0.000 0.0
B 0.000 0.0 P 0.000 0.0 B 64.858 -25.6 P -64.858 -85.6
C 0.000 0.0 N 0.000 0.0 C 64.858 -145.6 N 0.000 0.0

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 132 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

CASO EXEMPLO 2

1. Para o sistema abaixo e utilizando o relatório de saída do estudo de curto circuito em


anexo, determinar, para um curto circuito fase A à terra na barra 4010, a corrente total de
curto circuito e as correntes de contribuição, por fase e de neutro de cada transformador
(lados de 440, 138 e 13.8 kV).

2. Idem para curto circuito fase A à terra, na barra 4018.

Considerar: Potência de base= 100 MVA e tensões de base=440 kV, 138 kV e 13,8 kV.

4014
4010 TR-1
4011

TR-2

Sistema
440 kV

Sistema
138 kV
TR-3

4018

Seq + e - Seq 0

TR1 jXp 4012


jXs jXp0 jXs0
440/138/13.8 kV
3x100 MVA
jXt0

jXt

4013
TR2 jXp jXs jXp0 jXs0
440/138/13.8 kV
jXt0

3x100 MVA jXt

TR3 jXp 4017


jXs jXp0 jXs0
440/138/13.8 kV
3x100 MVA
jXt0

jXt

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 133 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Para curto-circuito na barra 4010, indicar as correntes:


TR1

TR2

TR3

Para curto circuito na barra 4018, indicar as correntes:


TR1

TR2

TR3

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 134 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

DADOS DE SAÍDA DO PROGRAMA ANAFAS:

ANAFAS - Programa de Analise de Faltas Simultaneas

DESCRICAO DA FALTA COMPOSTA DE 1 DEFEITO

1) Curto monofasico p/ terra na fase A da barra 4010 SIEMENSANHANG. 440 .

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C U R T O

Barra 4010 (SIEMENS. 440 )


TENSAO(pu) CORRENTE(pu )
mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.552 176.2 A 92.629 -80.9 Z 30.876 -80.9
B 1.158 -135.5 P 0.775 -1.3 B 0.000 0.0 P 30.876 -80.9
C 1.237 131.9 N 0.225 -175.4 C 0.000 0.0 N 30.876 -80.9

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C O N T R I B U I C A O

Bar.4010 (SIEMENS. 440 ) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.552 176.2
B 1.158 -135.5 P 0.775 -1.3
C 1.237 131.9 N 0.225 -175.4

Bar.4012 (T#SIE440138A) TEN.(pu) Cir. 1 ( ) CORR.(pu ) p/4010


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.180 7.4 Z 0.457 175.4 A 3.492 -82.6 Z 1.832 -89.9
B 1.129 -133.2 P 0.817 -0.5 B 1.040 -102.3 P 0.846 -74.7
C 1.194 130.4 N 0.183 -177.9 C 1.040 -102.3 N 0.846 -74.7

Bar.4013 (T#SIE440138B) TEN.(pu) Cir. 1 ( ) CORR.(pu ) p/4010


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.190 6.7 Z 0.447 175.4 A 3.736 -83.3 Z 2.066 -90.4
B 1.122 -132.8 P 0.817 -0.5 B 1.266 -100.9 P 0.853 -74.7
C 1.186 130.0 N 0.183 -177.9 C 1.266 -100.9 N 0.853 -74.7

Bar.4017 (T#SIE440138D) TEN.(pu) Cir. 1 ( ) CORR.(pu ) p/4010


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.233 6.8 Z 0.411 175.2 A 4.511 -83.2 Z 2.741 -90.8
B 1.103 -131.4 P 0.820 -0.2 B 1.899 -99.7 P 0.915 -71.9
C 1.162 128.9 N 0.180 -178.9 C 1.899 -99.7 N 0.915 -71.9

Bar.4012 (T#SIE440138A) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.180 7.4 Z 0.457 175.4
B 1.129 -133.2 P 0.817 -0.5
C 1.194 130.4 N 0.183 -177.9

Bar.4011 (SIEMENS. 138A) TEN.(pu) Cir. 1 ( ) CORR.(pu ) p/4012


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.174 6.7 Z 0.456 175.5 A 1.406 -63.6 Z -0.413 -115.7
B 1.125 -133.0 P 0.814 -0.5 B -1.188 -87.9 P 0.846 -74.7
C 1.190 130.2 N 0.187 -177.6 C -1.188 -87.9 N 0.846 -74.7

Bar. 0 (-REFERENCIA-) TEN.(pu) Cir. 1 ( ) CORR.(pu ) p/4012


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 1.000 0.0 Z 0.000 0.0 A 2.211 -94.6 Z 2.211 -94.6
B 1.000 -120.0 P 1.000 0.0 B 2.211 -94.6 P 0.000 0.0

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 135 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

C 1.000 120.0 N 0.000 0.0 C 2.211 -94.6 N 0.000 0.0

Bar.4014 (SIEMENS. 13A) TEN.(pu) Cir. 1 ( ) CORR.(pu ) p/4012


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.180 7.4 Z 0.457 175.4 A 0.000 0.0 Z 0.000 0.0
B 1.129 -133.2 P 0.817 -0.5 B 0.000 0.0 P 0.000 0.0
C 1.194 130.4 N 0.183 -177.9 C 0.000 0.0 N 0.000 0.0

Bar.4013 (T#SIE440138B) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.190 6.7 Z 0.447 175.4
B 1.122 -132.8 P 0.817 -0.5
C 1.186 130.0 N 0.183 -177.9

Bar.4011 (SIEMENS. 138A) TEN.(pu) Cir. 1 ( ) CORR.(pu ) p/4013


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.174 6.7 Z 0.456 175.5 A 3.736 -83.3 Z 2.066 -90.4
B 1.125 -133.0 P 0.814 -0.5 B 1.266 -100.9 P 0.853 -74.7
C 1.190 130.2 N 0.187 -177.6 C 1.266 -100.9 N 0.853 -74.7

Bar.4017 (T#SIE440138D) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.233 6.8 Z 0.411 175.2
B 1.103 -131.4 P 0.820 -0.2
C 1.162 128.9 N 0.180 -178.9

Bar. 0 (-REFERENCIA-) TEN.(pu) Cir. 1 ( ) CORR.(pu ) p/4017


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 1.000 0.0 Z 0.000 0.0 A 1.984 -94.8 Z 1.984 -94.8
B 1.000 -120.0 P 1.000 0.0 B 1.984 -94.8 P 0.000 0.0
C 1.000 120.0 N 0.000 0.0 C 1.984 -94.8 N 0.000 0.0

Bar.4018 (SIEMENS. 138B) TEN.(pu) Cir. 1 ( ) CORR.(pu ) p/4017


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.221 6.3 Z 0.414 175.3 A 2.598 -74.4 Z 0.774 -80.3
B 1.102 -131.4 P 0.816 -0.3 B -0.187 -34.6 P 0.915 -71.9
C 1.162 128.8 N 0.184 -178.5 C -0.187 -34.6 N 0.915 -71.9

Bar.4011 (SIEMENS. 138A) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.174 6.7 Z 0.456 175.5
B 1.125 -133.0 P 0.814 -0.5
C 1.190 130.2 N 0.187 -177.6

Bar.4014 (SIEMENS. 13A) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.180 7.4 Z 0.457 175.4
B 1.129 -133.2 P 0.817 -0.5
C 1.194 130.4 N 0.183 -177.9

Bar.4018 (SIEMENS. 138B) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.221 6.3 Z 0.414 175.3
B 1.102 -131.4 P 0.816 -0.3
C 1.162 128.8 N 0.184 -178.5

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 136 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

2) Curto monofasico p/ terra na fase A da barra 4018 SIEMENS. 138B .

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C U R T O

Barra 4018 (SIEMENS. 138B)


TENSAO(pu) CORRENTE(pu )
mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.360 -178.8 A 24.438 -84.6 Z 8.146 -84.6
B 1.030 -121.6 P 0.680 0.3 B 0.000 0.0 P 8.146 -84.6
C 1.010 122.3 N 0.320 179.3 C 0.000 0.0 N 8.146 -84.6

T E N S O E S E C O R R E N T E S D E C O N T R I B U I C A O

Bar.4018 (SIEMENS. 138B) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.000 0.0 Z 0.360 -178.8
B 1.030 -121.6 P 0.680 0.3
C 1.010 122.3 N 0.320 179.3

Bar.4017 (T#SIE440138D) TEN.(pu) Cir. 1 ( ) CORR.(pu ) p/4018


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.087 -178.6 Z 0.394 -178.5 A 19.010 -88.6 Z 7.460 -85.7
B 1.036 -121.9 P 0.653 0.4 B 1.762 -70.1 P 5.782 -90.4
C 1.012 122.7 N 0.347 179.3 C 1.762 -70.1 N 5.782 -90.4

Bar.4017 (T#SIE440138D) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.087 -178.6 Z 0.394 -178.5
B 1.036 -121.9 P 0.653 0.4
C 1.012 122.7 N 0.347 179.3

Bar.4010 (SIEMENS. 440 ) TEN.(pu) Cir. 1 ( ) CORR.(pu ) p/4017


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.795 1.4 Z 0.109 171.5 A 17.106 -88.6 Z 5.560 -84.7
B 1.019 -123.3 P 0.952 0.1 B -0.603 -156.0 P 5.782 -90.4
C 1.043 122.4 N 0.049 177.7 C -0.603 -156.0 N 5.782 -90.4

Bar. 0 (-REFERENCIA-) TEN.(pu) Cir. 1 ( ) CORR.(pu ) p/4017


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 1.000 0.0 Z 0.000 0.0 A 1.904 -88.5 Z 1.904 -88.5
B 1.000 -120.0 P 1.000 0.0 B 1.904 -88.5 P 0.000 0.0
C 1.000 120.0 N 0.000 0.0 C 1.904 -88.5 N 0.000 0.0

Bar.4010 (SIEMENS. 440 ) TEN.(pu)


mod. ang. mod. ang.
A 0.795 1.4 Z 0.109 171.5
B 1.019 -123.3 P 0.952 0.1
C 1.043 122.4 N 0.049 177.7

Bar.4012 (T#SIE440138A) TEN.(pu) Cir. 1 ( ) CORR.(pu ) p/4010


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.826 1.3 Z 0.091 170.8 A 0.608 -93.5 Z 0.361 -94.8
B 1.014 -122.7 P 0.958 0.1 B 0.238 -96.5 P 0.123 -91.6
C 1.035 121.9 N 0.042 177.6 C 0.238 -96.5 N 0.123 -91.6

Bar.4013 (T#SIE440138B) TEN.(pu) Cir. 1 ( ) CORR.(pu ) p/4010


mod. ang. mod. ang. mod. ang. mod. ang.
A 0.828 1.2 Z 0.089 170.8 A 0.656 -93.9 Z 0.408 -95.3
B 1.013 -122.6 P 0.958 0.1 B 0.284 -96.9 P 0.124 -91.6
C 1.034 121.8 N 0.042 177.6 C 0.284 -96.9 N 0.124 -91.6

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 137 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

CASO EXEMPLO 3

Dados o diagrama de impedâncias e o relatório de curto circuito (utilizado programa PECO /


COPEL), indicar:

1. Para um curto circuito trifásico pleno na bucha do lado 525 kV do banco de


autotransformadores TF7 da Subestação Blumenau, as correntes de contribuição para
o curto circuito do lado 525 kV e do lado 230 kV.

2. Para um curto circuito fase A - terra pleno no lado 525 kV do mesmo TF7, as correntes
de contribuição para o curto do lado 525, 230 e 13,8 kV.

Obs: Banco de autotransformadores TF

Potência dos Enrolamentos: 3x275,4 / 3x224 / 3x24,7 MVA (525/230/13,8 kV)

826 / 672 / 74 MVA

DIAGRAMA DE IMPEDÂNCIAS SIMPLIFICADO


Blumenau
230 kV

Joinville
230 kV
1,27 + j6,56
4,60 + j14,30

3,32 + j4,86 1,28 + j6,56


5,11 + j14,90

6243
Blumenau
525 kV

0,01 + j0,46 TF5 0,02 + j0,81


0,01 + j0,46 6145 0,02 + j0,81

Palhoça
0,02 + j0,81 230 kV
0,05 + j4,47 1,97 + j10,17
7,13 + j22,22
0,01 + j0,46 TF6 0,02 + j0,81 J. Lacerda
0,01 + j0,46 6146 0,02 + j0,81 230 kV

0,02 + j0,81 5,13 + j7,57 6309


0,05 + j4,47
3,75 + j19,34
14,82 + j43,30
0,01 + j0,46 TF7 0,02 + j0,81
0,01 + j0,46 6148 0,02 + j0,81
6307
0,02 + j0,81
0,05 + j4,47
Curitiba
Caxias
525 kV Campos Novos
525 kV
6139 525 kV
0,13 + j1,60 0,19 + j2,32
1,73 + j6,60
0,23 + j2,93 2,42 + j8,76
3,17 + j12,06
Areia
525 kV
6129
6143
Ita
0,20 + j2,70
525 kV
2,72 + j10,86
0,16 + j2,05
2,22 + j8,44 0,10 + j1,27
1,30 + j4,09

6181 6119 6155 6229

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 138 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

DADOS DE SAÍDA DO PROGRAMA PECO:


+-6143---X---+ ³
CURTO-CIRCUITO NA BARRA (BLUMENAU525 ) ³
+------------+ ³
³
X---------- CC FT ----------X³X---CC 3F---X³ Z1 Z0 ³
³ ³ ³
(E1) (E0) POTENCIA³ POTENCIA ³ ³
PU PU MVA ³ MVA ³ PU PU ³
GRAUS GRAUS GRAUS ³ GRAUS ³ GRAUS GRAUS ³
+ ________ ________ _______ ³ _______ ³_________ _________ ³
³ ³ ³
.616 .233 7823.1 ³ 6796.2 ³ .0147 .0089 ³
.0 180.0 -84.9 ³ -84.9 ³ 84.9 84.8 ³
³ ³ ³
³ ³ ³
³ ³ C O N T R I B U I C O E S ³
³ ³ ³
...(2I1+I0)... ....(3 I0)....³ POTENCIA ³X--- BARRA P ---X X--- BARRA Q ---X CIRC³
MVA GRAUS MVA GRAUS³ MVA GRAUS³NUM. N O M E NUM. N O M E ³
+ _______ ______ _______ ______³_______ ______³____ ____________ ____ ____________ ____³
³ ³ ³
1238.2 94.4 251.5 105.3³ 1506.4 93.6³6155 CNOVOS 525 6050 UHMAC 525 1 ³
403.2 95.4 71.0 109.0³ 495.5 94.5³6155 CNOVOS 525 6129 CAXIAS 525 1 ³
296.4 94.9 72.5 107.7³ 355.6 93.8³6155 CNOVOS 525 6119 AREIA 525 1 ³
2021.3 -85.2 500.8 -75.8³ 2419.6 -86.1³6155 CNOVOS 525 6143 BLUMENAU525 1 ³
2425.3 95.2 895.9 103.4³ 2775.8 94.1³6143 BLUMENAU525 6181 CURITIBA525 1 ³
79.8 97.6 96.1 96.0³ 62.3 98.7³6155 CNOVOS 525 6154 T#CNO525230A 1 ³
74.9 -82.1 81.3 -83.7³ 62.3 -81.3³6157 CNOVOS 230 6154 T#CNO525230A 1 ³
31.1 -82.6 27.6 -83.5³ 28.5 -82.2³6156 T#CNO230138B 6157 CNOVOS 230 1 ³
22.7 -81.9 2.5 -74.2³ 28.5 -82.2³6161 CNOVOS 138A 6156 T#CNO230138B 1 ³
22.0 -81.8 27.0 -83.8³ 16.9 -80.4³6158 T#CNO230138C 6157 CNOVOS 230 1 ³
13.6 -80.2 1.7 -75.1³ 16.9 -80.4³6162 CNOVOS 138B 6158 T#CNO230138C 1 ³
1114.0 -84.6 2113.6 -86.6³ 535.1 -81.1³6148 T#BLU525230C 6143 BLUMENAU525 1 ³
669.0 -81.2 775.2 -81.3³ 535.1 -81.1³6139 BLUMENAU230 6148 T#BLU525230C 1 ³
181.5 -85.6 384.1 -89.1³ 70.7 -77.2³6147 T#BLU230138B 6139 BLUMENAU230 1 ³
41.4 -68.5 44.2 77.9³ 70.7 -77.2³6141 BLUMENAU138 6147 T#BLU230138B 1 ³
143.0 -82.6 152.7 -78.9³ 120.2 -84.6³6210 ITAJAI 230 6139 BLUMENAU230 1 ³
298.5 -80.6 89.0 -68.7³ 351.2 -81.9³6307 JLACER B230 6139 BLUMENAU230 1 ³
259.8 -80.5 125.2 -72.9³ 284.8 -81.9³6135 A#BLUPAL230 6139 BLUMENAU230 1 ³
255.8 -77.5 224.9 -69.7³ 237.0 -80.7³6243 JOINVILE230 6139 BLUMENAU230 1 ³

³ ³ T E N S O E S N A S B A R R A S ³
+ ³ ³ ___________________________________ ³
E1 3 E0 ³ TENSAO ³ ³
PU GRAUS PU GRAUS ³ PU GRAUS ³ NUMERO N O M E ³
+ _____ ______ _____ ______ ³ _____ ______ ³ ______ ____________ ³
³ ³ ³
.923 -.2 .026 -167.8 ³ .800 -.6 ³ 6050 UHMAC 525 ³
.917 -.2 .011 -164.6 ³ .784 -.6 ³ 6119 AREIA 525 ³
.933 -.2 .009 -166.9 ³ .826 -.5 ³ 6129 CAXIAS 525 ³
.755 -.2 .167 -176.5 ³ .362 -1.0 ³ 6135 A#BLUPAL230 ³
.642 .3 .538 178.8 ³ .068 7.5 ³ 6139 BLUMENAU230 ³
.658 .5 .377 178.3 ³ .110 8.4 ³ 6141 BLUMENAU138 ³
.616 .0 .698 180.0 ³ .000 .0 ³ 6143 BLUMENAU525 ³
.659 .6 .374 178.5 ³ .113 9.2 ³ 6147 T#BLU230138B ³
.626 .1 .601 179.6 ³ .025 7.6 ³ 6148 T#BLU525230C ³
.900 -.1 .032 -176.3 ³ .738 -.2 ³ 6154 T#CNO525230A ³
.889 -.2 .074 -175.2 ³ .711 -.5 ³ 6155 CNOVOS 525 ³
.906 .0 .023 -175.4 ³ .754 -.1 ³ 6156 T#CNO230138B ³
.898 -.1 .035 -175.3 ³ .735 -.3 ³ 6157 CNOVOS 230 ³
.903 .0 .023 -175.2 ³ .746 -.2 ³ 6158 T#CNO230138C ³
.905 -.1 .023 -175.3 ³ .753 -.2 ³ 6161 CNOVOS 138A ³
.902 -.1 .023 -175.2 ³ .746 -.2 ³ 6162 CNOVOS 138B ³
.787 -.1 .088 -171.0 ³ .446 -.6 ³ 6181 CURITIBA525 ³
.658 .1 .296 -175.5 ³ .108 2.4 ³ 6210 ITAJAI 230 ³
.703 .1 .080 179.3 ³ .226 1.1 ³ 6243 JOINVILE230 ³

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 139 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

.907 -.6 .010 -159.4 ³ .759 -2.0 ³ 6307 JLACER B230 ³

+-6139---X---+ ³
CURTO-CIRCUITO NA BARRA (BLUMENAU230 ) ³
+------------+ ³
³
X---------- CC FT ----------X³X---CC 3F---X³ Z1 Z0 ³
³ ³ ³
(E1) (E0) POTENCIA³ POTENCIA ³ ³
PU PU MVA ³ MVA ³ PU PU ³
GRAUS GRAUS GRAUS ³ GRAUS ³ GRAUS GRAUS ³
+ ________ ________ _______ ³ _______ ³_________ _________ ³
³ ³ ³
.604 .209 7130.4 ³ 6008.0 ³ .0166 .0088 ³
.0 179.7 -84.6 ³ -84.7 ³ 84.7 84.4 ³
³ ³ ³
³ ³ ³
³ ³ C O N T R I B U I C O E S ³
³ ³ ³
...(2I1+I0)... ....(3 I0)....³ POTENCIA ³X--- BARRA P ---X X--- BARRA Q ---X CIRC³
MVA GRAUS MVA GRAUS³ MVA GRAUS³NUM. N O M E NUM. N O M E ³
+ _______ ______ _______ ______³_______ ______³____ ____________ ____ ____________ ____³
³ ³ ³
1052.0 94.0 176.9 104.3³ 1256.3 93.3³6155 CNOVOS 525 6050 UHMAC 525 1 ³
338.0 94.8 49.9 108.0³ 406.7 94.0³6155 CNOVOS 525 6129 CAXIAS 525 1 ³
234.8 93.9 50.9 106.7³ 275.9 92.8³6155 CNOVOS 525 6119 AREIA 525 1 ³
1684.4 -85.8 352.2 -76.9³ 1982.4 -86.6³6155 CNOVOS 525 6143 BLUMENAU525 1 ³
1920.5 94.2 628.6 102.3³ 2165.5 93.1³6143 BLUMENAU525 6181 CURITIBA525 1 ³
57.0 95.0 67.6 95.0³ 43.5 95.0³6155 CNOVOS 525 6154 T#CNO525230A 1 ³
53.5 -84.9 57.2 -84.7³ 43.5 -85.0³6157 CNOVOS 230 6154 T#CNO525230A 1 ³
22.2 -85.5 19.4 -84.5³ 19.9 -86.0³6156 T#CNO230138B 6157 CNOVOS 230 1 ³
16.3 -85.5 1.8 -75.3³ 19.9 -86.0³6161 CNOVOS 138A 6156 T#CNO230138B 1 ³
15.7 -84.4 19.0 -84.8³ 11.8 -84.2³6158 T#CNO230138C 6157 CNOVOS 230 1 ³
9.8 -83.8 1.2 -76.2³ 11.8 -84.2³6162 CNOVOS 138B 6158 T#CNO230138C 1 ³
1209.8 94.1 350.8 101.7³ 1382.6 93.3³6148 T#BLU525230C 6143 BLUMENAU525 1 ³
1586.8 93.1 1478.6 92.7³ 1382.6 93.3³6139 BLUMENAU230 6148 T#BLU525230C 1 ³
213.1 -84.6 446.9 -88.2³ 82.3 -76.3³6147 T#BLU230138B 6139 BLUMENAU230 1 ³
50.1 -68.0 51.4 78.8³ 82.3 -76.3³6141 BLUMENAU138 6147 T#BLU230138B 1 ³
165.8 -81.6 177.6 -78.0³ 134.9 -83.7³6210 ITAJAI 230 6139 BLUMENAU230 1 ³
333.7 -79.8 103.5 -67.8³ 379.2 -81.3³6307 JLACER B230 6139 BLUMENAU230 1 ³
291.9 -79.7 145.6 -72.0³ 308.2 -81.3³6135 A#BLUPAL230 6139 BLUMENAU230 1 ³
329.5 -76.7 262.5 -68.7³ 307.3 -79.6³6243 JOINVILE230 6139 BLUMENAU230 1 ³
³ ³ ³
³ ³ ³
³ ³ T E N S O E S N A S B A R R A S ³
+ ³ ³ ___________________________________ ³
E1 3 E0 ³ TENSAO ³ ³
PU GRAUS PU GRAUS ³ PU GRAUS ³ NUMERO N O M E ³
+ _____ ______ _____ ______ ³ _____ ______ ³ ______ ____________ ³
³ ³ ³
.934 -.2 .018 -168.8 ³ .832 -.5 ³ 6050 UHMAC 525 ³
.927 -.2 .008 -165.4 ³ .815 -.5 ³ 6119 AREIA 525 ³
.942 -.1 .006 -167.8 ³ .853 -.4 ³ 6129 CAXIAS 525 ³
.731 -.4 .194 -175.6 ³ .319 -2.2 ³ 6135 A#BLUPAL230 ³
.604 .0 .626 179.7 ³ .000 .0 ³ 6139 BLUMENAU230 ³
.623 .3 .439 179.3 ³ .049 10.7 ³ 6141 BLUMENAU138 ³
.674 .2 .491 179.0 ³ .176 1.9 ³ 6143 BLUMENAU525 ³
.625 .4 .435 179.5 ³ .052 12.6 ³ 6147 T#BLU230138B ³
.649 .1 .507 179.3 ³ .112 1.8 ³ 6148 T#BLU525230C ³
.912 -.1 .022 -177.3 ³ .777 -.2 ³ 6154 T#CNO525230A ³
.904 -.1 .052 -176.2 ³ .758 -.4 ³ 6155 CNOVOS 525 ³
.916 -.1 .016 -176.4 ³ .788 -.2 ³ 6156 T#CNO230138B ³

³ ³ T E N S O E S N A S B A R R A S ³
+ ³ ³ ___________________________________ ³
E1 3 E0 ³ TENSAO ³ ³
PU GRAUS PU GRAUS ³ PU GRAUS ³ NUMERO N O M E ³

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 140 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

+ _____ ______ _____ ______ ³ _____ ______ ³ ______ ____________ ³


³ ³ ³
.911 -.1 .025 -176.3 ³ .775 -.3 ³ 6157 CNOVOS 230 ³
.914 -.1 .016 -176.2 ³ .783 -.2 ³ 6158 T#CNO230138C ³
.916 -.1 .016 -176.3 ³ .787 -.3 ³ 6161 CNOVOS 138A ³
.914 -.1 .016 -176.2 ³ .782 -.3 ³ 6162 CNOVOS 138B ³
.811 -.1 .063 -171.9 ³ .523 -.4 ³ 6181 CURITIBA525 ³
.622 -.2 .344 -174.5 ³ .045 -5.4 ³ 6210 ITAJAI 230 ³

Indicar as correntes de curto-circuito Trifásico:


525 kV TF7 230 kV

Fase A

Fase A

Fase B

Fase B

Fase C

Fase C

13,8 kV

Indicar as correntes de curto-circuito Fase A – Terra:


525 kV TF7 230 kV

Fase A

Fase A

Fase B

Fase B

Fase C

Fase C

13,8 kV

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 141 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

SOLUÇÃO DO CASO EXEMPLO 1

SiemensLapa SiemensAnhang

LT 440 kV
Sistema I Sistema II
440 kV 440 kV

400 4010

Curto Circuito Fase A - Terra


SiemensLapa SiemensAnhang
Barra 400 Barra Fict (-1) Barra 4010
Fase C Fase C
0,672 |-71,70 0,672 | 108,30

Fase B Fase B

0,672 |-71,70 0,672 | 108,30

Fase A Fase A
19,810 |-78,40 42,070 |-79,10
iA-T = 61,879 |-78,90

3i0 = 3x7,048 |-78,00 3i0 = 3x13,579 |-79,30


= 21,144 |-78,00 = 40,737 |-79,30

SiemensLapa
Curto Circuito Trifásico SiemensAnhang
Barra 400 Barra 4010
Fase C Fase C

29,053 |34,80 64,858 |34,40


o
IC = 83,911 |34,5
Fase B Fase B

29,053 |154,80 64,858 |154,40


IB = 93,911 |154,5o
Fase A Fase A

29,053 | -85,20 IA = 93,911 |-85,5o 64,858 | -85,60

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 142 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

SOLUÇÃO DO CASO EXEMPLO 2

1.a) e 2.a) Correntes Totais de Curto Circuito

4010 TR-1
4011

TR-2

Sistema
440 kV

Sistema
138 kV
TR-3 4018

1. Corrente total de curto circuito fase A - Terra na barra 4010 (440 kV):

IA-T = 92,629 |-80,90 pu

Ibase = 100.000 / (1,732 x 440) = 131,22 A


Portanto: IA-T = 92,629 x 131,22 = 12.155 A

2. Corrente total de curto circuito fase A - Terra na barra 4018 (138 kV):

IA-T = 24,438 |-84,60 pu

Ibase = 100.000 / (1,732 x 138) = 418,382 A


Portanto: IA-T = 24,438 x 418,382 = 10.224 A

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 143 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

1. b) Correntes de Contribuição para Curto Circuito Fase A - Terra na Barra 4010 (440 kV):

TR1
4010 4014
4011
4012
4010 4011 iA = 3,492 | -82,6 0
iA = 1,406 | -63,60

1,832 |-89,90 0,413 | 64,30 iB = 1,040 | -102,30 iB = 1,188 | 92,10

I0 = 1,832 |-89,90 - 0,413 | 64,30


iC = 1,040 | -102,30 iC = 1,188 | 92,10
= 1,471 |-82,90

Seq 0
3i0 = 3x0,413 |64,30
3i0 = 3x1,832 |-89,90
= 1,239 |64,30
= 5,496 |-89,90

Dentro do Delta:
i0* = 1,471 |-82,90 pu
Ibase = (100000 / (1,732 x 13,8) ) / 1.732A = 2416 A
I0* = 1,471 x 2416 = 3554 A

4010 TR2
4010 4013 4011 4011
iA = 3,736 | -83,30 iA = 3,736 | -83,30

2,066 |-90,40 2,066 |-90,40


iB = 1,266 | -100,90 iB = 1,266 | -100,90

iC = 1,266 | -100,90 iC = 1,266 | -100,90


Seq 0

3i0 = 3x2,066 |-90,40 3i0 = 3x2,066 |-90,40


= 6,198 |-90,40 = 6,198 |-90,40

TR3
4010
4010 4017 4018 4018
iA = 4,511 | -83,20 iA = 2,598 | -74,40

2,741 |-90,80 0,774 |-80,30


iB = 1,899 | -99,70 iB = 0,187 | 145,40
I0 = 2,741 |-90,8 - 0,774 | -80,3
0 0

= 1,985 |-94,90 iC = 0,187 | 145,40


iC = 1,899 | -99,70
Seq 0

3i0 = 3x2,741 |-90,80 3i0 = 3x0,774 |-80,30


= 8,223 |-90,80 = 2,322 |-80,30

Dentro do Delta:
i0* = 1,985 |-94,90 pu
Ibase = (100000 / (1,732 x 13,8) ) / 1.732A = 2416 A
I0* = 1,985 x 2416 = 4796 A

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 144 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

2. b) Correntes de Contribuição para Curto Circuito Fase A - Terra na Barra 4018 (138 kV):

TR1
4010 4012 4011

iA = 0,608 |-93,50

0,361 |-94,80 Sem


dados iB = 0,238 |-96,50

iC = 0,238 |-96,50

3i0 = 3 x 0,361 |-94,80 =


= 1,083 |-94,80

TR2

iA = 0,656 |-93,90
Idem lado 440 kV
4010 4013 4011
iB = 0,284 |-96,90

0,408 |-95,30 0,408 |-95,30 iC = 0,284 |-96,90

3i0 = 3 x 0,408 |-95,30 =


= 1,224 |-95,30

TR3

4010 4017 4018


iA = 17,106 |-88,60 iA = 19,010 |-88,60

iB = 1,762 |-70,10
5,56 |-84,70 7,46 |-85,70
iB = 0,603 |240
1,904 |-88,50

iC = 0,603 |240 iC = 1,762 |-70,10


I0 = 7,46 |-85,70 - 5,56 |-84,70 =
= 1,904 |-88,50 3i0 = 3 x 5,56 |-84,70 = 3i0 = 3 x 7,46 |-85,70 =
= 16,68 |-84,70 = 22,38 |-85,70

Dentro do Delta:
i0* = 1,904 |-88,50 pu
Ibase = (100000 / (1,732 x 13,8) ) / 1.732A = 2416 A
I0* = 1,904 x 2416 = 4600 A

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 145 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

SOLUÇÃO DO CASO EXEMPLO 3

Correntes obtidas do programa PECO:

Local e Condição de Contribuição TRIFÁSICO FASE-TERRA


Curto
Lado (kV) Circuito I1 2I1 + I0 (Fase) 3.I0 (Terra)
(Fases)
MVA A MVA A MVA A
Blu 525 525 TOTAL 6602 7261 7650 8413 7650 8413
Ger. Mínima 525 C. Novos 2350 2584 1975 2172 487 536
525 Curitiba 2733 3006 2400 2639 876 963
525 TF-5 507 558 1080 1188 2067 2273
525 TF-6 507 558 1080 1188 2067 2273
525 TF-7 507 558 1080 1188 2067 2273
230 TF-7 507 1273 645 1619 758 1903

Blu 525 525 TOTAL 6796 7474 7823 8603 7823 8603
Ger. Máxima 525 C. Novos 2420 2661 2021 2223 501 551
525 Curitiba 2776 3053 2425 2667 896 985
525 TF-5 535 588 1114 1225 2114 2325
525 TF-6 535 588 1114 1225 2114 2325
525 TF-7 535 588 1114 1225 2114 2325
230 TF-7 535 1343 669 1679 775 1945

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 146 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Correntes de Contribuição para Curto Circuito Trifásico na Alta do


Autotransformador 7:

525 kV TF7 230 kV

Fase A
Fase A
iA = 588 A

iA = 1.343 A

Fase B
Fase B
iB = 588 A
iB = 1.343 A

Fase C
Fase C
iC = 588 A

iC = 1.343 A

13,8 kV

Potência de Curto Circuito Trifásico na Alta do TF7 = 535 MVA


Portanto, corrente de curto trifásico
ICC-3F = 535.000 / 1.732 x 525 = 588 A

Contribuição pelo lado de 230 kV:


É um auto transformador. Portanto, corrente do lado 230 kV é igual à corrente do lado 525 kV pela relação de
transformação, isto é,
ICC-230 = 588 x (525/230) = 1.343 A

Ou, pelo relatório de curto circuito, a contribuição do lado 230 kV do autotransformador é 535 MVA.
Portanto,
ICC-230 = 535.000 / (1.732 x 230) = 1.343 A

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 147 de 148


CURSO DE PROTEÇÃO

FERRAMENTAS DE ANÁLISE

Correntes de Contribuição para Curto Circuito Fase A - Terra na Alta do


Autotransformador TF 7:

525 kV TF7

Fase A
230 kV
Fase A
2i1+i0 = 1.225 A
3I0 = 2.325 A
2i1+i0 = 1.679 A
I0* = 10.775 A 3I0 = 1.945 A

Fase B
Fase B

I0* = 10.775 A

Fase C
Fase C

I0* = 10.775 A

13,8 kV

3i0 = 378 A

Lado 525 kV:


Potência de curto fase-terra:
(2i1 + i0) = 1114 |-84,60 MVA => (2i1 + i0) = 1114.000 / (1,732 x 525) = 1.225 A
3i0 = 2113,6 |-86,60 MVA => 3i 0 = 2113.600 / (1,732 x 525) = 2.325 A

Lado 230 kV:


Contribuição para o curto fase-terra no lado 525 kV do TF7:
(2i1 + i0) = 669 |-81,20 MVA => (2i1 + i0) = 669.000 / (1,732 x 230) = 1.679 A
3i0 = 775,2 |-81,30 MVA => 3i 0 = 775200 / (1,732 x 230) = 1.945 A

3i0 no neutro da TF7: = 2.324 A - 1946 A = 378 A


Cálculo do i0* dentro do Delta:

i0-525 = (2.325 / 3) / ibase525 = (2.324 / 3) / [100.000 / (1.732 x 525)] = 7,04 pu

i0-230 = (1.946 / 3) / ibase230 = (1.946 / 3) / [100.000 / (1.732 x 230)] = 2,58 pu

Portanto, i0* dentro do delta = 7,04 pu - 2,58 pu = 4,46 pu

ibase for a do delta = 100.000 / (1,732 x 13,8) = 4.184 A

ibase dentro do delta = ibase for a do delta / 1,732 = 4.184 / 1,732 = 2.416 A

Portanto, i0* dentro do delta = 4,46 pu x 2.416 A = 10.775 A

Noções de Cálculo de Curto-Circuito 148 de 148

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