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Revisão Textual:
Profa. Dra. Eliana Pantoja
• A Expansão Do Capitalismo
• Globalização
• Pobreza E Exclusão
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
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A história dos esforços humanos para subjugar a natureza é também a
história da subjugação do homem pelo homem.
Max Horkheimer
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No período posterior à Primeira Guerra Mundial, foram se concretizando
diversas mudanças sociais, além de políticas, econômicas e culturais, em escala
mundial: novas potências industriais emergiram, com grande destaque para a
bipolaridade entre os EUA e a então URSS; os ideais de livre concorrência deram
lugar ao capitalismo monopolista, com a crescente participação do Estado como
patrocinador das economias nacionais; e em todas as partes novas nações se
consolidaram na Ásia e na África.
Operários de uma das Indústrias Matarazzo de São Paulo (imagem disponível em:
http://miagalvez.blogspot.com/2010/11/historias-que-demolicao-nao-apaga.html acesso em 08/03/2012).
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Essas novas nações foram adquirindo uma estrutura que se aproximava dos
países industrializados quando começaram a se modernizar, criando uma
burocracia estatal, surgindo, a partir dessa nova estrutura, outras classes sociais –
como o operário e a burguesia nacional. Com essas transformações no antes
mundo periférico e agora competitivo e consumidor, as nações passaram a ser
classificadas de acordo com os índices econômicos que as diferenciavam, e ainda o
fazem, como “avançadas” ou “atrasadas” e, essa diferenciação passa a ter uma
postura de classificação de grau e não de qualidade.
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OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 2003.
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Um país, por exemplo, que só direciona sua política para o crescimento
econômico sem distribuição de suas riquezas, fatalmente apresentará características
de um subdesenvolvimento e irá se deparar com a conseqüência disso, ou seja,
com o surgimento de sérios problemas como: a fome, as altas taxas de crescimento
demográfico, a baixa renda per capita, a baixa produção industrial, a pobreza, o
desemprego, a corrupção, entre tantos outros. Dessa forma, podemos perceber que
o desenvolvimento é um processo muito mais amplo que o mero crescimento.
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2.1. A ILUSÃO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO2
A idéia de desenvolvimento econômico, no entanto, permeia muitos países
que em nome do progresso iludem a maior parte da população, enquanto uma
minoria concentra a riqueza. Essa ilusão acontece quando se promete que toda a
população se beneficiará com os investimentos que seriam realizados em nome do
desenvolvimento, porém, na prática, quando as indústrias se instalam e começam
a explorar o mercado interno, a massa ainda continua na miséria, sem
alimentação, sem moradia, sem saúde, sem educação; as grandes metrópoles
continuam com seu ar irrespirável, a crescente criminalidade, a deterioração dos
serviços públicos, etc. Não precisamos buscar exemplos muito distantes, pois o
próprio Brasil serve de modelo para esse tipo de desenvolvimento ilusório.
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Baseado em: FURTADO, Celso. O mito do desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro, Paz e
Terra, 1974.
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Imagem extraída do site: http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2011/06/16/desigualdade-social-mundial/, acesso
em 09/03/2012.
3. GLOBALIZAÇÃO
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Octavio Ianni (Itu, 1926 — São Paulo, 4 de abril de 2004) foi um sociólogo brasileiro.
Graduado na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP)
em Ciências Sociais onde fez também o mestrado e doutorado, foi um dos fundadores do Centro
Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP).
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IANNI, Octavio. A sociedade global. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993.
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dominante. Nessa fase, o capitalismo já é global, pois, o que alimenta esse
processo é o colonialismo que agrega ao processo europeu as demais regiões do
mundo que fornecem matérias-primas e escravos, permitindo a acumulação de
capital.
O segundo momento corresponde à industrialização e a um processo mais
efetivo de implantação do capitalismo no mundo, por meio de estreitas relações
internacionais de dependência econômica e política que submetem as nações a
centros hegemônicos, com destaque para os EUA, Japão e União Européia,
caracterizando o que ficou conhecido por imperialismo.
O capitalismo se espalhou por todo o mundo, promovendo um forte
processo de centralização com a formação de impérios. O surgimento das
inovações tecnológicas passa a desempenhar um papel cada vez mais importante,
seja nas atividades bélicas, de conquista do espaço sideral, seja na produção de
mercadorias.
O fortalecimento do capitalismo e a desigualdade espalhada por este
sistema gerou graves conflitos, em contrapartida emergiu um movimento forte de
oposição que foi o comunismo, instaurando um novo modelo alternativo de
produção e organização política. São características desse cenário que se desenha
a partir dos anos 90: a globalização ou homogeneização da cultura com a criação
da indústria cultural e da cultura de massa, a mobilização populacional provocando
um êxodo rural e inchaço dos centros urbanos, a emigração que leva multidões a
se instalarem de forma definitiva em outros territórios, o desenho de novas
fronteiras, etc.
O terceiro momento, segundo Ianni, é aquele que corresponde ao que se
costuma chamar de globalização real. Os modelos alternativos ao capitalismo, em
especial o mundo comunista, entram em decadência, há um processo de
enfraquecimento dos Estados Nacionais, abalando as identidades regionais e os
nacionalismos. Surgem organismos internacionais para a administração
econômica, social e política, como o FMI – Fundo Monetário Internacional, a ONU
– Organização Mundial das Nações Unidas e o BIRD – Banco Mundial. E a
informática definitivamente revoluciona a produção de bens e a divisão
internacional do trabalho com o advento da comunicação em massa por meio das
mídias digitais. O capitalismo entra em sua fase efetivamente planetária – ou seja,
se globaliza, tendo como centro hegemônico os EUA. Os níveis econômicos
disparam e se desigualam entre as nações desenvolvidas e as periféricas, em
desenvolvimento, e as relações internacionais se redefinem.
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governos e as empresas trocam idéias, realizam transações financeiras e comerciais
e espalham aspectos culturais por qualquer parte do planeta.
A sociologia, através de sua metodologia para contribuir com o
conhecimento cientifico e da pesquisa, contribui para uma análise desse processo
com o objetivo de alcançar uma compreensão melhor da sociedade
contemporânea acompanhando o processo histórico e trabalhando com estudos
estatísticos, reflexões e críticas, a fim de disponibilizar um conhecimento
epistemológico a respeito da sociedade e sua resposta ao processo de
transformação que vem sofrendo a partir da globalização.
4. POBREZA E EXCLUSÃO
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O mundo atual assiste ao resultado desse longo processo histórico de
formação e transformação de uma civilização complexa e diferenciada, na qual os
diversos grupos procuram conquistar direitos ou manter privilégios.
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A recente industrialização da América também era fonte de distúrbios e de
conflitos sociais que geravam preconceito e perseguição que, não raro adquiria
contornos raciais e étnicos, típicos de qualquer país que tenha experimentado o
mesmo processo. As minorias de origem africana já causavam um desconforto e
contribuíam para uma sensação de mal estar e intranqüilidade social em que se
resolvia quase que exclusivamente com emprego da força policial, o que deixava a
sociedade em permanente estado de tensão racial, e principalmente, sem
mecanismos de ação social que produzissem resultados mais seguros e duradouros
no sentido de, pelo menos minimizar estas tensões.
Esse cenário estimulou o desenvolvimento de uma produção científica que
teve a Universidade de Chicago como sede durante a primeira metade do século
XX, atingindo seu ápice entre os anos de 1915 a 1940.
Durante o auge da Escola de Chicago, viveu-se um clima de grande
produtividade nas áreas de pesquisa e docência. Muitos pesquisadores
encontraram na sociologia, uma alternativa para compreender a realidade e buscar
soluções para os conflitos crescentes. O foco da pesquisa e dos estudos foi dado à
Cidade, do qual resultou uma sociologia, ao mesmo tempo, urbana e pragmática.
John Dewey, propõe o pragmatismo como uma das correntes de maior
repercussão da chamada Escola de Chicago, tanto nos Estados Unidos como fora
dele. Na linha do estudo da cidade, destaca-se Georg Simmel procurando entender
seu “estado de espírito”, ou seja, suas motivações, mobilidades e ritmos de vida.
George Herbert Mead, em outra vertente, propõe o interacionismo simbólico,
valorizando o caráter simbólico e subjetivo da ação social. Com a sociologia
urbana e os estudos da cidade, abandona-se a visão sistêmica da sociologia
clássica em favor de uma abordagem mais interpretativa, simbólica e subjetiva do
comportamento humano.
A produção científica desses pesquisadores valorizou até as ultimas
conseqüências a pesquisa empírica, experimentando técnicas múltiplas como, por
exemplo: história oral, de vida, depoimentos, testemunhos, correspondência,
análise de conteúdo de documentos, entrevistas, etc. Esse novo olhar proposto
pela sociologia é inovador transformando a Escola de Chicago em referência para
os estudiosos da sociologia urbana.
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Em 1935, com os cientistas Robert Merton e Talcott Parsons, seguidos por
outros estudiosos da marginalidade e da delinqüência, como W. Thomas e F.
Znaniacki, surge ainda uma nova vertente que se destaca em Chicago – é uma
sociologia mais durkheiniana, que buscava estudar os processos de adaptação dos
imigrantes poloneses à cidade, atualizando o conceito de anomia – termo com o
qual Durkheim designava o estado nocivo que a sociedade atinge quando nela
predomina o conflito sobre a coesão e o consenso.
Vista aérea da cidade de Chicago hoje, depois de se firmar como pioneira nos estudos da Sociologia urbana.
Imagem disponível no site: http://www.travelavenue.com.br/estados-unidos/illinois/blogs-chicago-
5719888/22388-chicago-galeria-de-fotos-58 acesso em 09/03/2012.
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dos processos simbólicos. A vertente da sociologia que resultou desses
procedimentos ficou conhecida também por microssociologia.
Imagem 15 Imagem 26
Imagem 37
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Imagem disponível no site: http://maniadehistoria.wordpress.com/breve-resumo-do-
desenvolvimento-da-comunicacao/ acesso em 09/03/2012.
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Imagem disponível no site: http://cassianobdmais.blogspot.com/2011/02/comunicacao.html/
acesso em 09/03/2012.
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Imagem disponível no site: http://www.historiaemperspectiva.com/2012/02/midia-e-sua-relacao-
com-ma-formacao.html/ acesso em 09/03/2012.
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quem dialogamos ou falamos não estiver presente. A escrita permite e gera essa
desvinculação entre o momento de sua produção e o discurso produzido. A
comunicação pode repetir-se indefinidamente, e não é mais necessário que as
mesmas pessoas estejam presentes, no mesmo local, para que a comunicação se
efetive e assim é possível se comunicar através do tempo e do espaço com o
surgimento das escritas alfabéticas e fonéticas.
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Mais informações acerca do tema “Sociologia Contemporânea” podem ser
encontradas nos textos abaixo:
Videos:
Janela da Alma (Brasil, 2002. Dirigido por João Jardim e Walter Carvalho.
Duração:
73 min.) – Documentário.
http://www.youtube.com/watch?v=uyGeQsoTfEE.
Filmes:
Notícias de uma guerra particular (Brasil, 1999. Dirigido por Walter Salles).
Ernesto Varela, de Serra Pelada a Nova York (Brasil, 1984/85. Dirigido por
Fernando Meireles e Marcelo Tas).
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COSTA, Cristina. Sociologia: Introdução à ciência da sociedade. São Paulo:
Moderna, 2005.
FURTADO, Celso. O mito do desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro,
Paz e Terra, 1974.
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